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Caro Leitor
Escrever é algo que aflora das
percepções, observações e
sentimentos.
Difícil? Sim! O encontro das
letras, a formação das palavras
e finalmente o texto, com seu
contexto, traz a realização de
um trabalho solitário.
Não se espante se acaso
identificar-se em uma dessas
páginas, afinal toda inspiração
é de e para você.
ecobueno14
Sumário
A bela Sem nome ................................................................................................................ 5
Adjetivos de Todos os Dias! ................................................................................................ 6
Antítese Perfeita ................................................................................................................. 7
Boa Nova ............................................................................................................................. 8
Das Cores ............................................................................................................................ 9
Data Estelar: Lua Vazia em Leão ....................................................................................... 10
Descoberta ........................................................................................................................ 11
Ébano .............................................................................................................................. 12
Janela Fechada .................................................................................................................. 13
Lua ...... .............................................................................................................................. 14
Ninguém ............................................................................................................................ 15
Obra Prima ........................................................................................................................ 16
Ode .............................................................................................................................. 17
O Árido Caminho das Palavras .......................................................................................... 18
O Tempo e o Vento ........................................................................................................... 19
Outro Olhar ....................................................................................................................... 20
Pouco Muito Tempo ......................................................................................................... 21
Padima .............................................................................................................................. 22
Sonora .............................................................................................................................. 23
Sua Poesia ......................................................................................................................... 24
Sua Luz .............................................................................................................................. 25
Trova .............................................................................................................................. 26
Valerá O dia ....................................................................................................................... 27
Vida ................................................................................................................................ 28
5
A Bela Sem Nome
Rompe o anoitecer
Tu ao chegar preenche
O vazio, até então, existente
Se apresenta com seus traços
Esguios, meigos, delicados
Inconfundíveis, delineados, fortes
De encantos sem precedentes, sílfide
Tens a força e a beleza: Tigresa!
Olhos ternos e penetrantes,
Gestos firmes e acolhedores
Nos poros o aroma das flores
N’alma a paz serena que revigora
Perfeita, majestosa, arrebatadora
Tens a unicidade das raridades
Ao mesmo tempo, aveludada e espinhosa
Valha-me Deus: Notável rosa!
Chega o anoitecer
O vazio volta a me preencher
E no adiantado das horas, vais embora
Deixando a luz que nos guia, cá e lá fora
Criando a expectativa do reencontro
E nesse lusco fusco volto ao anonimato
Pois tenho nesses versos só um codnome
És tu, A “Bela sem nome”.
ecobueno
6
Adjetivo de Todos os Dias!
Belas, atraentes, distintas
Sensuais, meigas, suaves.
Enigmáticas, indecifráveis.
Fortes, emotivas, guerreiras.
Imprevisíveis, misteriosas.
Fadas, aladas, bruxas, deusas.
Cheias de emoções, sexto sentidos.
Espetaculares, singulares, plurais,
Sonho, realidade, concreto, abstrato.
Meninas, musas, mães, avós, amigas.
Simplesmente,
Mulher!
ecobueno
7
Antítese Perfeita
Quão fundamentais, intrigantes podem ser
Ao mesmo tempo doces, frágeis, amáveis
Decididas, altivas, fortes, emblemáticas
São assim, da concepção à multiplicação
Quando concebidas: pequenas, angelicais
Vão crescendo, sonhadoras, plurais
Em formação, tão belas, inquietantes
Alçam voos panorâmicos, deslumbrantes
Ampliam horizonte, verdadeiras, habituais
Nesse afã são sempre mais; essenciais
Outrora vestais, hoje donas da vida, conceituais
Acolhem em si o feto, num amplexo de afeto
E no ventre fecundo, o amor incondicional
Revelando a metade inteira desse dom divinal
Nessa jornada intrínseca e singular, contrapõe
O ser único e múltiplo, pois és mulher e MÃE !
ecobueno
8
Boa Nova
Desperta um novo tempo
Rebrotam nos campos
As sementes outrora em descanso
Num balé de cores explodem
Nessa eterna continuidade
Tudo vibra e encanta
É a boa nova, rara simplicidade
Nessa alegria tanta
Em cada palmo de chão
O verde novo da fertilidade
Em pétalas se renovando
Outra vez é setembro
ecobueno
9
Das Cores
Dizem que belos, são os louros
Mas isso torna-se um fio vão
Ao contrastar tais melenas
Com esses castanho-sinceros
Que em ti, não cabe comparação
Dizem do belo azul infinito
Que não é deveras único
Pois tem o preto, o verde mar
E tantas outras cores do globo
Que contém o branco do olhar
Dizem do brilho estelar
Que nas noites de luar existe
Mas a magia também insiste
Nessas luzes diárias, prisma
Que decanta sua alma
Dizem da beleza que na tez explode
Revelando lindos traços, audaz
Que num belo dia tornar-se-á fugaz
Mas os teus revelar-se-ão, perene
Quando o tempo lhe riscar a face
ecobueno
10
Data Estelar: Lua Vazia em Leão!
Noite alta, insone. O mesmo lugar de outrora.
Alguns minutos de um novo velho dia, anuncia.
O ar frio penetra a alma e traz à memória
Breves palavras de um diálogo revelador.
Sem cerimonias, fitando meus olhos, sorri solenemente e emenda:
- Sou o que chamas de sentimento mais profundo!
E tal qual havia chegado e se revelado,
De um ímpeto, sorrateiramente silencia.
Talvez, para não ser explicitamente debelado. Medo? Quem sabe...
Sim, fora na mesma data e lugar que nos encontramos outras vezes.
Vinte e nove de Julho!
Tais palavras ecoaram e martelaram por instantes,
Sem que conseguisse dimensionar, indaguei curiosamente:
- Quem e o que queria me dizer?
Depois de algum tempo, descobri. Ou melhor, senti.
Que quem havia falado era o mais primitivo dos sentimentos.
Aquele que invade, cobra e revela minha condição.
Ele é latente, mesmo desmentido, é desmedido e marcante:
A solidão!
ecobueno
11
Descoberta
Deus sempre encontra alguém
Que reluz quando o sol não vem
Brilha quando não há lua no céu
Alguém que no mar espuma
E no ar torna-se tênue bruma
Alguém que no jardim é flor
E no seu perfume exala amor
Alguém que em sua alma
Traz a alegria que acalma
Alguém que com sua presença
Carrega o estandarte da sua crença
Alguém que cruza o nosso caminho
E muda tudo com jeitinho
Alguém que nasce e faz renascer
Ante tanta aridez, um novo amanhecer
Alguém onde a esperança verdeja
E no horizonte o céu azuleja
Sim, Ele encontrou você!
ecobueno
12
Ébano
Esse sorriso marfim
Essa tez de ébano
Essas melenas, pixaim
Esse olhar iluminado
Esses lábios carmesim
Esse caminhar seguro
Esse deleite sem fim
De um negro felino
Que revela enfim
Ser tão maravilhado
Deveras lindo assim
ecobueno
13
Janela Fechada
Hoje ao abrir a janela
Vi o dia que se formava
Com sua luz ainda esmaecida
Num tom diferente
Tomando o infinito, crescente
Senti uma vontade de gritar
E dizer o quanto te amo!
Mas o eco surdo do silêncio
O grito na garganta estancou
Não foi pelo medo de expor
Um sentimento simples, porém único
O que meu grito silenciou
Foi lembrar da ausência desse amor
A janela, fechei...
ecobueno
14
Lua
Quando o tom do anoitecer
Veste de breu o outrora anil
Ela vem em seu esplendor sutil
Fazendo cada corpo resplandecer
E lá do alto, sempre altiva
O véu da noite descerra
Com a luz espelhante, viva
Que nas estrelas se encerra
E nessa amarga solidão
Que nas noites se acentua
Tenho a tênue sensação
Do bálsamo benigno da lua
ecobueno
15
Ninguém
Ninguém é tão perfeito
Que nunca necessite de ajustes
Ninguém é tão triste
Que nunca tenha dado um sorriso
Ninguém é tão sombrio
Que nunca tenha um brilho nos olhos
Ninguém é tão sábio
Que nuca tenha algo a aprender
Ninguém é tão sozinho
Que nunca tenha tido o afago de outrem
Ninguém é tão adulto
Que não tenha algo de criança
Ninguém é tão insensível
Que nunca tenha guardado um segredo
Ninguém é tão abstrato
Que nunca tenha sido entendido
Ninguém é tão imperfeito
Que nunca tenha o seu encanto
ecobueno
16
Obra Prima
O impressionismo de Claude Monet
Refletindo a luz em tudo que se vê
O surrealismo de Salvador Dali
Brincando com o tempo e o existir
O movimento desvairado de Van Gogh
Que em pinceladas, na tela explode
As cores inconfundíveis de Frida Kahlo
Revelando tons vividos, algo tão raro
É feito a luz mágica no solstício
Explodindo tantos dons artísticos
Que vibra e traz à vida o belo, no limiar
Descerrando essa obra prima
O simples brilho do seu olhar
ecobueno
17
Ode
Lugar comum, simplesmente dizer
Unicamente do que é possível ver
Com inúmeros encantos implícitos
Indispensável, metáforas invocar
Aflorando toda a riqueza do ser
Nesse fulgor que vens despertar
Amplamente, num sorriso singular
Lançar mão de tantas variáveis
Unanimes, com dons incomparáveis
Contidos nesses traços que revelam
Infinitamente, tamanha pluralidade
Assim, nessa ode, é possível ver
Nuances de cores d’alma, refletidos
Ascendente no par d’olhos, percebidos
ecobueno
18
O Árido Caminho das Palavras
A vida de quem escreve
Não é nada glamorosa
Muitas vezes árdua, insólita
Toma tempo e isola
É preciso se interiorizar
Para depois, em palavras externar
Sem errar o tempo, o verbo, o momento
E ainda assim nunca está completo
No vasto mundo das palavras
Pobre poeta que em teus versos
Tenta traduzir a riqueza dos sentimentos
Mas a desconfiança dos incrédulos
O desdém dos apáticos e a falta de críticos
Encontra apenas o eco
De sua própria solidão
É uma ilha, mesmo sem sê-la
Vaga num mar de absoluto silêncio
E sua dor jamais desagua
Pobre poeta que tenta sobreviver
Mesmo competindo com a inanição
Da delicadeza com a proliferação da dureza
Seu deserto é real, árido
Perambula pelo exilio
Da sua própria língua
Mesmo assim ao compor Vai mentindo sua dor E ao verem, poeta, que sorri Às vezes irão supor que és feliz E isso valerá sua poesia ecobueno
19
O Tempo e o Vento
No tempo, és um enigma que intriga e aguça
E quanto mais esse ar enigmático avança
Os sentidos se embaralham, leve desavença
Entre o antigo e o novo; certeza e insegurança
Assovia e reverbera um som que encana
Tal qual musica, no lenho de uma amburana
E enleva sua alma de tez morena-tropicana
Bailando livre ao som caribenho de Havana
Vem e desgrenha suas melenas, é o vento
Que sopra forte, num desvario inquietante
Por teres em seu caminho, este presente
Traços de bela sílfide, contorno perfeito
No lusco fusco dos dias, corre a semana
Onde o clarear da sua áurea, vida emana
Simples e perfeita, versos de Mario Quintana
Ou erudita, enigmática, melodia Bachiana
Quando chega a noite, lua mágica no céu flana
Mesmo ao ofuscar seu brilho, essas nuvens, Diáfana
Não conseguirão tornar, com seu breu, a vida cigana
Pois a luz do seu olhar nos livrará dessa cor tirana
ecobueno
20
Outro Olhar
Quando cruzaram os meus
Os olhos seus
Revelaram essa luz
Multifacetada inebriante
Raro par de diamantes
Dissipando tons gris
Trazendo à tona as cores
Na orbita da sua íris
D’onde é possível
Unindo joia e arte
Ver a riqueza do mundo
Sob outro olhar
ecobueno
21
Pouco Muito Tempo
Poucas são as horas
Também raros os momentos
Apesar disso, intensos
Preenchem outros dias
O tempo: mero detalhe
Que se dissipa
Com a tua chegada
Divino entalhe!
Segunda e quarta-feira
Curta, parece a semana
Porém não apequena
Sensação verdadeira
Inteira permanece
Dilui a ausência profana
Quando alma iluminada
Tais sentidos, apetece
Então, torna-se vã
Essa luz lúgubre
Quando surges
Finda saudade terçã
ecobueno
22
Padima
Dos quarto elementos
Terra, água, fogo e ar
Do lodo, em pétalas de encantos
A quinta essência, vem aflorar
Intrigante até mesmo para a ciência
A perseverança de suas sementes
Esperam em longa dormência
Para florir, no exato instante
Cresce, enigmática, sem igual
Das águas turvas se eleva, límpida
Para revelar uma riqueza paradoxal
Que há, mesmo no limbo, alma vívida
Refletido nas matizes das cores
Azul, branca, rosa e vermelha
A elevação espiritual e os valores
Que aos seres se assemelha
Contém na delicadeza de sua fragrância
Perfeição, pureza, graça e elegância
Regula sua temperatura igual a dos corpos
Botão, coração, assim é você flor de Lótus
ecobueno
23
Sonora
Tira-me se quiseres
O sol, a luz, enfim
Mas nunca o teu olhar
O quero como
A luz da lua
O brilho das estrelas
Divinas centelhas
Tira-me se quiseres,
O ar, a voz, enfim.
Mas nunca o teu riso
O quero como
A flor na primavera
A cascata de espuma
A rosa no jardim
Tira-me o que quiseres
Mas deixa-me, enfim
Teu olhar e riso
Pois sem eles
Não há emoção
Muito menos poesia
Então essa sonora, não Silencia!
ecobueno
24
Sua Poesia
Carrego a frustração
E a amarga desilusão
Por não ter veia poética
Para entender da métrica
E em palavras materializar
O que de ti vejo aflorar
Gestos cândidos, delatores
Voz que entoa tons e louvores
Olhos que miram com delicadeza
Lábios que verbalizam a sutileza
Melenas que tremulam sem pudor
Poros que disseminam calor
Bela tez que o comum profana
Nessa melanina latino-americana
Mas meu dissabor hora aflito
Não macula o que deveras sinto
Pois tenho todo dia, sem exceções
Sua poesia em minhas recordações
ecobueno
25
Sua Luz
Eu queria escrever-te versos
Colhidos no mais intimo de mim...
Mas, meu interior tem labirintos
Que não me deixam encontrá-los
E o que escrevo não versam...
Eu queria compor-te numa canção
Assim, entoaria em lindas melodias
O teu ritmo e harmonia
Mas compositor não sou
Por isso meu silêncio é tão...
Eu queria poder retratá-la
Numa explosão de cores vibrantes
Feito os quadros de Frida Kahlo
Explorando todas suas nuances
Pena, sou mero observador...
Então trago-te estas palavras
E com elas tento mostrar-te
A emoção que sinto, deveras
Quando procuro dizer-te
O quanto sua luz nos ilumina
ecobueno
26
Trova
Para muitos é assim
O ano se inicia
Quando Dezembro finda
Mas não para mim
Nos entendimentos, meus
Aquele que anuncia
A boa nova com veemência
É o brilho dos olhos teus
ecobueno
27
Valerá o Dia
Tão linda assim
Sempre que amanhece
Tão forte enfim
Vida que rejuvenesce
Difusa pelo entardecer
Esmaece ao anoitecer
Na garganta um nó
Quando o escuro me revela só
Mas, se ao menos nos sonhos
Tiver a companhia
Dessa luz, seu par d’ olhos
Sim! Valerá o novo dia
ecobueno
28
Vida
Assim se inicia
Amanhecida
Corre nas horas
Crescida
Logo chegará
Entardecida
Ao cair do sol se levanta
Anoitecida
Essa lua tão linda
Envaidecida
Ao chegar à noite
Enriquecida
Simplesmente
Vida!
ecobueno
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