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Entrevista para a Revista Mercado Brasil (Edição 99) sobre o uso de redes sociais como ferramentas de Marketing.
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Q uando as redes sociais começaram a conquistar pessoas em todo
o mundo, talvez as empresas ainda não entendessem bem que pa-
pel teriam nestas novas ferramentas. Acontece que, querendo ou
não, elas foram parar dentro das redes, levadas por um consumidor exi-
gente e participativo.Toda essa movimentação resultou em um ambiente
digital fortemente capaz de influenciar a decisão de compra das pessoas,
que compartilham, recomendam e criticam marcas e produtos.
REDES SOCIAIS SE TRANSFORMAM EM PODEROSAS FERRAMENTAS DE MARKETING E AMPLIAM POSSIBILIDADES DE PROPAGAÇÃO DE MARCAS
DE OLHO NO MUNDO
Foi nestas ferramentas que as empresas encon-
traram um novo mercado, amplo e inovador, para
estruturar ações de marketing. A prova do poten-
cial desse mercado está no faturamento do setor:
segundo uma pesquisa da Gartner, em 2012 a pu-
blicidade baseada em mídias sociais (termo que en-
globa todas as ferramentas de geração de conteúdo
na internet) deve gerar receita global de US$ 8,8
bilhões. Em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil,
este valor deve crescer ainda mais – conforme le-
vantamento da eMarketer, a previsão é que sejam
investidos em torno de UR$ 12 bilhões em publici-
dade somente nas redes sociais neste período.
De acordo com o executivo de contas do portal
Terra para região Sul e professor dos cursos de
Marketing e Mídia Digital da ESPM e Escola do
Marketing Digital, Jessé Rodrigues, o potencial
das mídias digitais está no compartilhamento.
“Nós consumimos mais daquilo que nossos ami-
gos também consomem. Assim, conseguimos in-
troduzir nas redes sociais uma forma de explorar
melhor a publicidade. Cada pessoa no Facebook
tem, segundo a média internacional, cerca de 130
amigos. Se uma pessoa curtir a minha fanpage,
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kamila schneider
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outras 130 pessoas podem ver. Se elas também
compartilharem, esse número cresce anda mais. É
um potencial aumento da exposição”.
O gerente de planejamento digital da Mercado
Propaganda, Lito Aguiar, explica que hoje todas as
experiência de produto ou marca estão nas redes
sociais, por isso é extremamente benéfico para
as empresas integrarem este espaço. “A comu-
nicação digital passou de one-to-many (um para
muitos) para many-to-many (muitos para muitos)
e falar a mesma língua dos consumidores é muito
vantajoso”, indica.
Estudo da Burson-
-Marsteller mostrou
que 87% das 100 empresas listadas no ranking global da Fortune utilizam as plataformas de mídias sociais mais
populares como meio
de comunicação.
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Basicamente, duas características diferem o marke-
ting digital do tradicional, aponta Aguiar: a grande
interação com o usuário; e as métricas de campa-
nha, já que a internet permite que a empresa meça
praticamente tudo. Com isso, as empresas podem
impactar um número maior de pessoas e também
adquirir dados concretos sobre os resultados de
suas ações, destaca o especialista.
Outro benefício é o custo da publicidade digital, que cos-
tuma ser muito menor do que o de outras ferramentas
de marketing. Conforme a consultora de marketing di-
gital e editora do blog “marketingdrops.com.br”, Camila
Renaux Zadrozny, este é o principal chamariz das mí-
dias digitais: é fácil, rápido e barato integrar estas redes.
Entretanto, é preciso ter em mente que “baixo investi-
mento” não significa “nenhum investimento”, ressalta a
consultora. “Estar na internet exige esforço e recursos
da empresa, é um investimento de pessoal e de tempo”.
Assim como em outros ramos do mercado, o plane-
jamento é o segredo para uma boa ação dentro das
redes sociais. Como nestes ambientes conteúdo e
marketing estão integrados – pois o engajamento é
que atrela as pessoas à marca -, é fundamental bo-
lar estratégias que possibilitem à empresa construir
um público participante.
“Quem tem estratégia está preparado para lidar
com esse ambiente. Estudou, sabe o que o públi-
co está procurando. Na internet conteúdo é tudo.
Quem sabe o que fazer está melhor preparo e cor-
rendo menos risco”, comenta Camila.
Também é importante ter em mente que as redes
sociais não substituem outros investimentos na
web, ressalta Rodrigues.
Cada ferramenta tem uma função e uma não é ca-
paz de suprir a falta de outra. “Temos três ferra-
mentas importantes: buscadores, para quem está
procurando seus serviços; portais, que auxiliam na
geração de demanda e informação; e mídias digi-
tais, para trabalhar conexão com a marca. Utili-
zando essas três grandes plataformas a chance de
‘marcar gol’ são muito maiores”, explica o especia-
lista. “Minha advertência é: cuidado para não achar
que as redes sociais são a solução de todos os pro-
blemas. Elas são uma parte do processo”.
PUBLICIDADE DIGITAL
PLANEJAR PARA ENGAJAR
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marketing
CONSEGUIMOS INTRODUZIR NAS MÍDIAS SOCIAIS UMA
FORMA DE EXPLORAR MELHOR A PUBLICIDADE, ASSOCIANDO A
MARCA ÀS PESSOAS, ESTIMULANDO A INTERAÇÃO.”
Jessé Rodrigues, executivo de contas do portal Terra para região Sul
De acordo
com a
ComScore,
o Brasil é o País da América
Latina com o maior
número de internautas: 81 milhões,
em 2011. Também é lí-
der em tempo
de perma-
nência online
– 44 horas
mensais.
É FUNDAMENTAL TER PESSOAS TREINADAS E COM
CONHECIMENTO DA MARCA, QUE POSSAM DE FORMA CLARA E OBJETIVA, INTERAGIR COM OS USUÁRIOS.”
Lito Aguiar, gerente de planejamento digital da Mercado Propaganda.
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QUEM TEM ESTRATÉGIA ESTÁ PREPARADO PARA LIDAR
COM ESSE AMBIENTE. ESTUDOU, SABE O QUE O PÚBLICO ESTÁ PROCURANDO. NA INTERNET CONTEÚDO É TUDO.”
Camila Renaux Zadrozny, consultora de marketing digital.
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CONTEÚDO:
é preciso conhecer o comportamento do consu-
midor online - o ambiente digital potencializa as
características de cada usuário, sejam negativas
ou positivas. Depois, estabelecer um canal de co-
municação, criando conteúdos relevantes para que
o público possa se relacionar com a marca.
ANÚNCIOS:
é preciso estudar cada forma de publicidade que
as redes possuem. A mais conhecida e popular, o
Facebook, possui uma publicidade específica e bem
intuitiva. A operação deve estar alinhada a uma
estratégia bem definida e integrada com as demais
mídias da campanha, sejam online ou offline.
MARKETING NA REDE:
IMAGEM DIGITAL
Veja as dicas dos especialistas Jessé Rodrigues
e Camila Renaux Zadrozny para divulgar sua marca
e atrair os consumidores de maneira eficaz.
De acordo com o gerente de planejamento digital da
Mercado Propaganda, Lito Aguiar, existem duas formas
básicas de se trabalhar o marketing nas redes sociais:
Antes de tudo, faça um planejamento
e tenha em mente exatamente o que a
empresa quer - reposicionamento, enga-
jamento, reconhecimento de marca etc.
Tenha frequência - nada pior do
que empresas que postam uma
“avalanche” de conteúdo e depois
ficam semanas sem postar nada;
Adeque a linguagem e o conteúdo ao seu
público e publique conteúdo relevante.
Assim, será mais fácil atrair as pessoas e
engajá-las em prol de sua marca;
Conheça os canais e as diretrizes desses
canais. Esteja atento ao formato e às re-
gras de cada rede social, cada canal tem
ferramentas e linguagens específicas;
Procure formar um público participante.
É melhor ter menos seguidores, mas que
divulguem suas ações, dialoguem sobre
sua empresa e comprem seus produtos.
Depois, pense em como atingir estes objetivos:
com quais mídias trabalhar, quem é o público-
alvo, que mensagem transmitir e quanto vai
custar, por exemplo;
Entenda a sua marca e como você quer
que ela seja vista. Se sua empresa precisa
passar um ar sério, não faça ações que
transmitam humor, por exemplo.
Internet é interação: então, dia-
logue, questione, peça opinião, crie
ações que incentivem a conversa.
Interação gera engajamento;
Entenda as redes sociais como um canal de
relacionamento, sem confundir com a proposta
de outras ferramentas da web;
Defina indicadores chave para monitorar o que
acontece nas redes sociais (três é um bom núme-
ro), assim é mais fácil ter clareza e objetividade na
hora de acompanhar as informações.
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Aguiar afirma que “o potencial das redes sociais é
percebido pela maioria das empresas, porém, exis-
te ainda uma forte deficiência no entendimento das
funcionalidades e possibilidades delas, principal-
mente pelas pequenas e médias empresas”.
O foco do problema está na falta de conhecimento,
principalmente dos profissionais ligados à comuni-
cação. Segundo Rodrigues, conhecer ferramentas
como Facebook e Twitter não representa domínio
das redes sociais. “Um profissional deve ter domínio
sobre gestão de marca, gestão de relacionamento
com o consumidor, produção de conteúdo, para que
ele passe nas redes sociais aquilo que a empresa
construirem sua marca durante anos”.
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marketing
MARKETING DIGITAL NO BRASIL
Na rede, assim como as conquistas, os erros se alas-
tram rapidamente, e este é, sem dúvida, o maior medo
de quem resolve participar ativamente destas ferra-
mentas. Infelizmente, não há fórmula do sucesso e não
existe garantia de que uma empresa nunca errará: no
Brasil, já tivemos inúmeros exemplos de iniciativas bem
intencionadas que percorreram o caminho oposto e ca-
íram no desgosto do público.
Há, entretanto, maneiras eficazes de reduzir as chances
de erro, aponta Camila – e já que errar é humano, o jei-
to é estar preparado, caso eles ocorram. “Uma empre-
sa precisa ter regras, bolar diretrizes, estar preparada
para a crise. Estude, entenda, seja bem assessorado,
faça um plano para gestão da crise, esteja pronto para
os problemas. A pior coisa que se pode fazer durante a
crise é voltar a errar”, aconselha.
O ideal é pensar em todas as possibilidades – inclu-
sive as mais improváveis – e buscar alternativas que
ajudem a resolver a situação da melhor maneira. A
mesma regra, aliás, se aplica às críticas, relembra
Aguiar. “É preciso ter muito cuidado em responder a
críticas ou ter uma ação sem o efeito esperado. O an-
tigo ditado de que um cliente não satisfeito fala mal
da marca ou produto para 15 outros consumidores,
triplica-se diversas vezes nas redes sociais”, alerta o
especialista. “É fundamental ter pessoas treinadas e
com conhecimento da marca, que possam de forma
clara e objetiva, interagir com os usuários”.
OS CUIDADOS DENTRO DA REDE
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