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Fonte: Jéferson Vianna (UFJF)
Figura 11 – Salto triplo
O posicionamento da tabua de impulsão para o salto triplo é mais
distante do setor de queda, onde para os grandes atletas são necessários pelo
menos 11 metros de espaço. Vários estilos são observados em competições
internacionais e crê-se que não há um mais favorável que outro, pois cada
atleta adapta suas características à técnica mais conveniente.
3.2.2 Saltos verticais
Esta categoria de provas tem características únicas que encantam pela
plasticidade, e elegância dos movimentos e pela dificuldade de execução e
sucesso no seu objetivo. O salto em altura e o salto com vara são provas que a
primeira vista são de fácil execução, porém a medida que as alturas são
aumentadas e são exigidos mais elementos técnicos, as sucessivas quedas
dos sarrafos desencorajam os que não tem predisposição a estas provas.
(Stell, 1967)
3.2.2.1 Salto em altura
A corrida inicial para este salto deve ser uma sucessão de passadas não
muito rápidas e como se fossem pequenos saltos. Os dois ou três últimos
passos são mais curtos com o objetivo de concentrar seu corpo e assim obter
no impulso uma maior elasticidade muscular. A corrida se efetua de duas
formas; obliqua ou perpendicular ao sarrafo de acordo com seu estilo de salto
de frente ou de costa. É relevante mencionar que atletas com grande estatura
têm muita vantagem nessa prova e suas possibilidades são maiores do que
aqueles que possuem estatura menor.
Vários estilos são ou foram utilizados para realização do salto em altura,
porém os mais utilizados e que revolucionaram as marcas mundiais são: o
estilo rolo ventral, estilo tesoura e o estilo floppy1. De modo geral, o salto de
frente ou rolo ventral efetua-se batendo com a mesma perna que recebe a
caída. A outra perna atua como impulsora, o mesmo que os braços, os quais
se elevando todo o possível podem ajudar o corpo em sua ação de subir. Há
atletas que batem com uma perna e realizam a queda com a outra, mas a
verdade é que tanto numa como na outra os especialistas tem obtido os
resultados máximos.
Fonte: Jéferson Vianna (UFJF)
1 Estilo de transposição do sarrafo que ganhou destaque nos Jogos Olímpicos de 1968 ao surpreender a todos com esse tipo de ultrapassagem. Vide figura 13.
Figura 12 – Rolo ventral no salto em altura
Também se realiza o salto tipo tesoura que consiste em uma corrida
lateral, impulso com uma perna, grande elevação da outra perna e então
passagem rápida da perna de impulsão quando o corpo já se encontra acima
do sarrafo, e conseqüentemente, estará superada a altura.
Fonte: Jéferson Vianna (UFJF)
Figura 13 – Floppy ou rolo dorsal no salto em altura
Uma terceira forma de salto é a de costa ou conhecido como floppy,
muito em uso e de resultados excelentes, pois possibilita ao máximo o
aproveitamento da altura de elevações do centro de gravidade. As fases
técnicas deste salto são as mesmas descritas para o rolo ventral onde as fases
mais importantes são a corrida e a impulsão, pois qualquer alteração na
marcação realizada pelo atleta ou desatenção pode ter como conseqüência a
derrubada do sarrafo.
Salto com vara
A maior dificuldade desta prova é a corrida de aproximação. Esta se
realiza com a vara sustentada pelas mãos e braços imóveis, pois uma vez
escolhida a posição das mãos, esta não poderá ser trocada no momento de
realização do salto. É necessário que no ponto de impulsão o atleta tenha
atingido bastante velocidade, mas de forma controlável para possibilitar a
perfeição na execução dos movimentos. O transporte da vara é realizado com
a ponta na altura da cabeça (ou pouco acima) e levemente voltada para dentro
(lado oposto ao que se transporta a vara), a medida que o atleta aproxima-se
do encaixe a vara abaixa-se gradativamente. A mão que se encontra mais
próxima a ponta da vara será a que fará o ultimo impulso sobre a mesma. Três
ou quatro passadas antes da impulsão essa mão é levada junto da bacia,
depois para trás e para o alto. A outra mão acompanha esses movimentos e é
importante que o eixo dos ombros permaneça na perpendicular com a direção
da corrida.
No momento da impulsão a elevação se faz mais na procura de uma
progressão horizontal do que vertical. O joelho da perna inversa à de impulsão
projeta-se à frente, que junto com a ação da perna de impulsão, leva o quadril
ligeiramente para cima e para frente. Em conseqüência da energia empregada
na corrida, da impulsão e da ação dos braços, segurando firmemente e
exercendo pressão sobre a vara, esta se curva fazendo com que as pernas e
quadril realizem uma progressão para cima em forma pendular. Suspenso por
baixo da vara, o atleta levanta as duas pernas, flexionadas, pelo joelho com
vigor, aumentando rapidamente a flexão da vara. Na elevação, pernas e depois
o quadril passam pela vara nota-se uma posição em “L” tomada pelo corpo do
atleta.
O atleta procura elevar-se para a vertical agora também com o trabalho
dos braços, auxiliando a elevação e conseqüentemente provocando o giro do
corpo. Desse modo, o atleta passa por cima dos apoios das mãos,
encontrando-se de frente para o sarrafo. Já no final de sua fase ascendente, o
saltador empurra a vara com a mão mais baixa e logo em seguida com a mão
mais alta largando a vara. Essas ações executadas corretamente, fazem o
corpo do atleta ganhar um pouco mais de altura antes de contornar o sarrafo.
Fonte: Jéferson Vianna (UFJF)
Figura 14 – Salto com vara
A execução dos movimentos anteriores irão determinar em que
condições dar-se-a a transposição do sarrafo, uma vez que um movimento
realizado de forma inadequada pode resultar na perda do salto.
Arremesso e LançamentosApresentam-se aqui as provas de arremesso do peso, lançamento do
dardo, disco e martelo. Mas o que gera grande discussão sobre essas provas é
qual nomenclatura é a ideal a ser utilizada para qualificar esse conjunto de
provas, pois segundo os dicionários as palavras são sinônimas, e, portanto,
não haveria diferenciação no uso dos termos.
Mas, segundo Fernandes (2003), tal discussão sobre qual terminologia a
ser utilizada se deve ao fato de existir uma pequena diferença quanto ao gesto
que caracteriza a maneira como o atleta solta o implemento no ar, onde o peso
é empurrado e o dardo, o disco e o martelo são projetados com características
diferentes, semelhantes ao ato de atirar.
As provas de arremesso têm como domínio assegurado aos indivíduos
fortes, com grande estatura e considerável peso corporal. Assim, desde os
povos antigos como os celtas considerados entre os precursores dessa prova,
esse conceito vem se mantendo, uma vez que eram utilizadas para o
arremesso grandes pedras, posteriormente substituídas pelo peso atual, a bola
de ferro. (FERNANDES, 2003); (VIANNA, s.d.); (VIEIRA, 2007)
Segundo Pernisa (1980, p.13) no lançamento do peso, “Inicialmente os
pesos eram troncos com aproximadamente 50kg e lançados o mais longe
possível pelos escoceses. Após isto o peso utilizado eram pedras naturais”.
De qualquer forma, há pouca divergência quanto a codificação da prova,
tal como ela é hoje, sendo totalmente britânica, inclusive o peso do
implemento, 7,260 kg, correspondente a 16 libras inglesas, que era
precisamente o que pesavam os projéteis dos famosos canhões britânicos do
início do século XIX. (VIEIRA, 2007)
Segundo Pernisa (1980) e Vieira (2007), as regras de competição foram
oficializadas quanto ao peso do implemento e area de arremesso, que
inicialmente tratava-se de um quadrado de 2,13m de lado, e em 1865 o peso
passou a ser empurrado desde os ombros ao inves de ser lançado à vontade
com as duas mãos. Mas somente em 1906, o quadrado foi substituido pelo
círculo que manteve a medida lateral do quadrado.
Desde o principio da prova, segundo Vianna (s.d.), não houve muitas
diferenças na execução do lançamento do peso que era realizado de com o
atleta parado de frente para o setor de lançamento. Até que 1940, o americano
Jim Fuchs, se utilizando de uma tecnica diferente – com posição inicial,
deslocamento e posição final eram realizadas na posição lateral – conseguiu a
marca de 17,95m e conseguiu o recorde mundial.
A partir de então, o nível técnico dessa prova passou a elevar-se com o
surgimento de varios novo estilos até que na década de 1950 o norte-
americano Willian Parry O’Brien revoluciona os arremessos com sua técnica
inovadora, iniciando o movimento do arremesso de costas para o setor de
queda. Com essa nova tecnica, foi compeão Olimpico dos jogos de Helsinque
em 1952 e Melbourne em 1956, prata em Roma 1960 e conseguiu o quarto
lugar em Tóquio 1964. Além disso, quebrou 12 vezes seguidas o recorde
mundial, e sagou-se o primeiro atleta a vencer mais de cem competições
consecutivas. (PERNIZA, 1980); (VIEIRA, 2007)
Nos Jogos de 1976, o soviético Alexander Baryshnikov apresenta um
novo estilo de arremesso, o rotacional, semelhante ao utilizado nas provas de
lançamento do disco. Com essa técnica Baryshnikov consegui o bronze em
Montreal 1976 e a prata nos jogos de 1980 em Moscou. A técnica desenvolvida
por Baryshnikov, juntamente com a de O’Brien e a lateral figuram entre as mais
populares e utilizadas por diversos atletas ao redor do mundo até hoje.
(DORNELES, s.d.); (VIANNA, s. d.); (VIEIRA, 2007)
O lançamento do dardo acompanha o homem desde o inicio da
civilização, pois originalmente era uma ferramenta de caça ou instrumento de
guerra utilizado por diversos povos da Antiguidade. Passaram-se muitos anos
até ganhar novo nome e tornar-se equipamento esportivo.
Segundo Vieira (2007) e Perniza (1980), tem-se como data da primeira
aparição do dardo o ano de 708 a.C. durante os Jogos Olimpicos da Grécia
antiga e tinha duas formas de disputa: lançamento de pontaria e a distancia.
Tal como é conhecido hoje, o lançamento do dardo, foi disputado pela primeira
vezes no Jogos Olimpicos em 1908 apenas para os homens e somente em
1932 teve a primeira participação feminina na prova.
Os primeiros anos do Lançamento do Dardo foram dominados pelos
sueco e finlandeses, em maior destaque a Finlandia, pois esta é uma pratica
muito comum no país e inicia-se desde os primeiro anos de vida. Além disso,
um estilo próprio do país foi desenvolvido (estilo com passos cruzados), e
adotado em 1920, pelo menos vinte anos antes do restante do mundo
considerar esse estilo vantajoso. (FERNANDES, 2003)
Mas os resultados mais expressivos aconteceram apartir de 1953 com
Frank Bud Held e seu dardo planador alcançando a marca de 80,41m.
Inicialmente houve muita discordancia quanto ao uso do novo implemento, mas
tão logo da oficialização do novo dardo, as quebras de marcas passaram a ser
constantes. (FERNANDES, 2003); (PERNIZA ,1980)
Dentre as diferentes técnicas empregadas no lançamento do dardo, há
de destacar-se a técnica aplicada por Miguel da Quadra-Salcedo, espanhol,
que em 1956 lançou o dardo a incrivel marca de mais de 100m utilizando-se do
giro similar ao da prova do lançamento do disco. Mas essa técnica trouxe muito
risco aos espectadores e arbitros da prova, forçando a IAAF a proibir o uso
desse estilo em qualquer competição. (PERNIZA, 1980)
Segundo Vieira (2007), o melhor atleta de todos os tempos nessa prova
é o tcheco Jan Zelezný. Zelezný, tricampeão Olímpico – 1992, 1996 e 2000 –
além da prata em 1988 e detem os recordes Olímpico e mundial. Entre as
mulheres se destacam a inglesa Ruth Fuchs, bicampeã olimpica – 1972 e 1976
– e a cubana Osleidys Menéndez, campeã mundial em 2005 Helsinque e
Olímpica em Atenas 2004, além dos recordes nas duas competições com
marcas acima dos 71m.
A prova de lançamento do disco inspirava os artistas da Grécia antiga,
pelas diferentes posições adotadas pelo corpo em seus movimentos sendo
ideal para os estudos artisticos que resultavam em obras espetaculares, entre
elas a estatua de Miron, que tornou-se um dos simbolos da Educação Física.
Essa prova é a mais antiga do Atletismo, segundo Fernandes (2003),
Perniza (1980) e Vieira (2007), pois fazia parte do pentatlo grego antigo e
retornou ao cenario de disputas nos Jogos Olimpicos modernos desde sua
primeira edição em 1896 como evento independente.
Desde então foi sendo aperfeiçoado atraves de modificações que se
iniciaram logo em 1897 no setor de lançamento, quando estabeleceu-se um
círculo de 2,13m de diamentro dando nova possibilidade ao atletas de realizar
o lançamento. Essa mudança ocorreu na introdução da prova nos Estados
Unidos.
Outra mudança ocorreu com o implemento que acredita-se que os
primeiros disco eram feitos de pedra e aos poucos foram sendo moldados até
chegar ao modelo circular de hoje. Para Fernandes (2003) e Vieira (2007), em
1907 aconteceu a padronização do disco, pensando os atuais 2kg e feito em
bronze. Mas a mudança no diametro do círculo, passando para 2,50m,
adotadada em 1912, tornou a prova mais atraente e rapidamente popular
dando inicio ao periodo de experimentação de novas tecnicas e estilos.
O estilo inicial de lançamento, parado, gradativamente foi sendo
modificado até que, segundo Fernandes (2003), em 1925 surgiu o lançamento
com movimento de giro de uma volta e meia e em 1939, Phil Fox, de Stanford,
conseguiu dominar a tecnica de giro de uma volta e mais três quartos, e
consolidou essa técnica com a marca de 52,53m, sendo este estilo
amplamente aceito e difundido. As mulheres pariticparam pela primeira vez da
prova nos jogos de 1928, em Amsterdã.
Na galeria dos grandes campeões do lançamento do disco o norte-
americano Alfred Oerter tem seu nome na historia, pois subiu ao alto do pódio
em quatro edições seguidas dos jogos Olímpicos, 1956, 1960, 1964 e 1968,
quebrando o recorde nas quatro oportunidades considerado segundo Vieira
(2007), o melhor de todos os tempos na prova. Entre as mulheres a romena Lia
Manoliu, que disputou seis Olimpiadas e ganhou três medalhas, entre elas o
ouro em 1968 com quebra do recorde da competição, e a alemã Gabriele
Reinch, quem detem o recorde mundial desde 1988 são o destaque na prova
de lançamento do disco. (VIEIRA, 2007)
O lançamento do martelo segundo Fernandes (2003) e Vieira (2007),
data de 2000 a.C. Muito popular principalmente entre os escoceses e
irlandeses que diputam essa prova desde as primeiras edições dos Hilands
Games2, e foram responsaveis pela difusão dessa prova no Estados Unidos
por meio dos emigrantes.
Os primeiros martelos segundo Perniza (1980) assemelhavam-se ou
eram o próprio martelo de ferreiro, que para Fernandes (2003) tratava-se de
um projétil fixado em um cabo de madeira rigída, mas Vieira (2007) descreve
como uma haste metálica com uma bola de ferro fundida e uma das
extremidades. Posteriormente, a haste fixa foi substituida por um corrente e
desde então a prova tomou sua forma praticamente definitiva, sendo até o
inicio do século XX, dominada pelos emigrantes irlandeses e escoceses
radicados nos Estados Unidos.
Em 1900, a prova estreou nos jogos Olímpicos de Paris, consagrando
como vencedor John Flanagan, escôces naturalizado norte-americano com o
lançamento de 51,01m. Em Saint Louis 1904 e Londres 1908, Flanagan volta
ao local mais alto do pódio, e em 1909 sagra-se o atleta mais velho da historia
do Atletismo a quebrar um recorde mundial com 41 anos, alem de ser o único
com 3 ouros olimpicos dessa prova. (VIEIRA, 2007)
A principio, o lançamento era realizado em círculos de diamentros
variados, e em alguns casos nem era utilizada qualquer marcação. Mas,
segundo Fernandes, em 1907 foi estabelecido o tamanho padrão do circulo
com diametro de 2,13m. Ainda de acordo com Fernandes, a primeira tecnica
utilizada para realizar o lançamento do martelo já era feita com giro, entretanto
exigia em sua execução um salto que causava instabilidade no movimento
ocasionando muitas faltas pelos competidores, ou o martelo tomando direções
erradas expondo ao risco atletas, arbitros e espectadores da prova. Por isso,
2 Jogos realizados na Escócia para celebrar o legado celta e escocês, e que combinam esporte e cultura.
adotou-se um gaiola cercando todo setor de lançamento, e que possibilita a
limitação do angulo de lançamento a 45º tornando a prova mais segura.
Os estudos na area da biomecanica e treinamento, tornaram a prova
cada vez mais surpriendente, mesmo sem grandes revoluções na tecnica de
execução do lançamento.
Detalhes técnicos sobre o arremesso e lançamentos
Arremesso do peso
Antes de saber lançar o peso é necessário aprender a manter-lo na mão
para executar o tiro soltando-o precisamente. Quando o entusiasta tenha
adquirido um bom controle sobre esse detalhe, poderá lançar o peso. O
implemento não deve descansar sobre a palma da mão; o sustentam os cinco
dedos por suas falantes, observando especialmente a boa colocação dos
dedos polegar e mínimo. Para o lançamento o atleta sustenta o peso por cima
da clavícula e o apóia contra o pescoço.
Para descrição básica dos movimentos do lançamento, a técnica mais
elementar será descrita; a posição parada. A medida que o atleta evolui nos
treinamentos, este vai aprimorando e adaptando outras técnicas as suas
características e possibilidades.
Na preparação para o lançamento o atleta apóia-se sobre uma das
pernas, para exemplificação utilizaremos a direita, procurando conservar um
perfeito equilíbrio, ajudado pelo braço que esta livre, no caso o esquerdo.
Pronto para o lançamento o atleta realiza um movimento de contração; leva
todo o corpo para baixo flexionando a perna direita e o braço esquerdo sobe
todo o possível. No exato momento em que se inicia o lançamento todos os
músculos são recrutados; a perna direita estende-se rapidamente, o braço
esquerdo baixa para trás enquanto que o restante do corpo avança. O braço
que sustenta o peso se estende e todo o corpo da impressão de lançar-se junto
com o peso. Nesse momento o movimento realizado pelo corpo é travado e o
peso se solta com velocidade para atingir a maior distancia possível.
Fonte: Jéferson Vianna (UFJF)
Figura 15 – Lançamento do peso
É necessário muito cuidado com o equilíbrio e o ímpeto. O equilíbrio
deve ser completo e sem variações e o ímpeto deve ser controlado para não
fazer com que o corpo seja colocado fora do setor de lançamento.
Lançamento do disco
Segundo Steel (1967) os poucos tratados sobre Atletismo que se
ocupam com lançamento do disco se empregam descrições e ainda gráficos
aritméticos e algébricos; ângulo dos braços, distancias milimétricas, cálculos
sobre a força da gravidade, etc. Como se tudo isso tivesse algo a ver com a
verdadeira técnica do disco que sai do estádio de atletismo com um estilo
particular e anula todo um apanhado escrito e todo calculado.
“Queridos jovens atletas, se desejam medidas exatas; prática; prática e
prática. Os tratados sobre esta prova tem se prendido com freqüência em
meticulosidades desnecessárias” (Steel 1967, p.194)
Conselhos prévios de ordem prática são necessários, mas estes devem
ser uma descrição do lançamento, porque o atleta não necessita de descrições
excessivamente técnicas, mas advertências que o digam o que deve ou não
deve fazer.
Manter-se em uma forma em que seu desejo encontre o devido
equilíbrio, pois há exemplos de lançadores de disco que cuidaram em excesso
do vigor dos braços e quando realizaram o lançamento lhes custava muito
conservar o equilíbrio corporal, caindo no chão ou parando fora do circulo de
lançamento. Estes atletas, para corrigir os desastres de sua velocidade
freavam o impulso dos braços e com isso seus giros tornavam-se curtos, mas
conservam seu equilíbrio e controle absoluto. Por isso, é necessário cuidar
desse aspecto ao extremo, já que devem ser independentes as duas forças,
mas no momento do lançamento sejam capazes de trabalhar em perfeita
harmonia.
Para o treinamento é melhor iniciar com exercícios de tiro parado ou tiro
morto, ou seja, o lançador se exercita sobre os movimentos dos braços e do
corpo, sem energia no lançamento. Depois que este fundamento estiver bem
treinado o lançamento será realizado procurando dar-lhe uma rotação
adequada e uma determinada direção.
A mão que fará o lançamento estará bem firme no disco e ao realizar-se
o lançamento a palma da mão estará voltada para o solo. Ao lançar o disco
deve-se procurar uma posição que não o incline para frente ou lateralmente,
ele deve voar rápido, liso sem encontrar grande resistência com o ar.
O braço livre, não exatamente muito duro, vai para trás puxando o
ombro, para que este por sua vez puxe o ombro oposto e arraste o braço junto
sem muita tensão e somente no momento final intervirá energicamente para
dar saída ao disco. É necessário também estudar bem a rotação do corpo, pois
se especialista precisa de uma ou mais voltas deve certificar-se do que mais o
convenha para seu estilo e precisão. Alguns atletas crêem que as voltas do
corpo vão dar-lhes força e o que esses fazem é desperdiçá-los antes do
disparo final. (Stell, 1967)
Fonte: Jéferson Vianna (UFJF)
Figura 16 – Posição da mão e lançamento do disco
Lançamento do dardo
Antes de tudo quem deseja lançar bem nesta prova deve aprender a
fazê-lo de forma que durante a trajetória o dardo não vibre nem se incline
demais. É questão de habilidade pessoal consegui-lo, e, portanto não há
muitos conselhos para esta pratica. Sessões de treinamento e estudo de
detalhes são essenciais para destacar-se nesta prova.
O dardo por seu pouco peso e forma aerodinâmica tem grande
tendência a inclinar-se e a vibrar durante seu trajeto. Por isso é necessário
treinar muito e conseguir boa posição de partida. As qualidades essenciais são
a destreza e a velocidade, logo a força.
O peso e a estatura do atleta não implicam grande coisa nesta prova,
mas é necessário estar provido de certa aptidão que é impossível de
expressar. O lançador de dardo deve possuir flexibilidade em seus movimentos
e uma especial disposição nervosa. Nem muita nem pouca força, nem muito
nem pouco vigor. Atletas muito fortes têm lançado dardo e este sai de suas
mãos com força, mas sem equilíbrio e com muita vibração, com isso não
alcançam grandes distancias e caem no chão de qualquer maneira. Foi um
objeto lançado com força, mas não um dardo que requer habilidade para atingir
grandes distancia e uma perfeita trajetória.
De maneira geral, o estilo de pegada no dardo é particular e adaptado
para cada para cada atleta. Porem, o estilo mais utilizado é o descrito a seguir:
Segurando-se em seu centro posicionando o dedo indicador e o dedo polegar
na borda posterior da corda que forma a empunhadura do dardo e os demais
dedos fechados, mas sem pressão desnecessária. O dardo descansa sobre o
pulso. O braço que o sustenta guarda a posição a altura dos olhos
aproximadamente.
Fonte: Jéferson Vianna (UFJF)
Figura 17 – Lançamento do dardo
A corrida preliminar ou de impulso tem como distancia media 15 a 20
passadas, ágeis, sem grandes contatos com o solo e sem elevar demais as
pernas. Durante os cinco últimos passos a mão que carrega o dardo leva-o
para trás e abaixo do ombro. O braço em extensão completa; o corpo se dobra
inclinando-se a frente. Este movimento é muito delicado e deve executar-se
sem violência, nem rigidez, mas sem suprimir a velocidade adquirida. Esta
mecânica é a que mais necessita de treinamento; o correr nessas condições
torna-se difícil porque sem grandes impactos deve-se adquirir a máxima
efetividade. Se isto não se executa bem o dardo oscila, sai lançado de qualquer
maneira e não alcança distancia.
Ao faltar 1,5m aproximadamente para terminar a corrida, o braço que
sustenta o dardo encontra-se totalmente estendido, a perna contraria a este
braço trava a corrida com força e o tiro se realiza abrindo a mão quando o
ombro está em sua altura máxima e o braço em sua extensão completa à
frente.
Ao estender para trás o braço durante os últimos passos a corrida não
deve ser diminuída, esta deve seguir progressiva sem prejuízo aos movimentos
do braço.
3.3.4 Lançamento do martelo
A descrição desta prova é a mais complexa de todas. Uma vez que
vários artigos que tratam sobre esta prova trazem os movimentos, as voltas e
piruetas, mas não dão uma descrição exata que pode dar idéia a quem nunca
tenha visto o lançamento do martelo. Para lançar bem o martelo é necessário
ver como se realiza, testar repetidamente e adaptar-se a técnica e ao estilo que
mais se ajustem as suas capacidades. É isto que tem feito os grandes
campeões desta prova.
O martelo será lançado com mais ou menos força segundo seja a
velocidade que se tenha adquirido no momento de ser lançado. Esta
velocidade não é obra unicamente da força muscular do atleta, mas da rapidez
das voltas que o atleta realiza girando sobre seu próprio eixo e deslocando-se
no interior do circulo de tiro.
Antes era necessário que o atleta tivesse muito peso para compensar a
força centrifuga empregada pelo implemento, que do contrario arrastava o
atleta, mas agora com o estilo giratório e o bem combinado jogo de pernas tem
feito desaparecer os tipos clássicos de lançadores antigos deixando espaço
para os que tenham posto velocidade sobre a potencia. Mas de forma geral,
sempre terão vantagens para esta prova o atleta altos, musculosos, de cintura
ágil, pernas flexíveis e relativamente pesados.
Nos treinamentos iniciais utiliza-se um martelo de menos peso que
oficial. Procurando-se manter o equilíbrio dentro de um circulo e aprender a
não sair arrastado pelo implemento, equilibrando bem os esforços de
lançamento com os de permanência.
Para iniciar as voltas do martelo o cabo devera estar um pouco esticado
e o atleta colocado de costas para o setor de queda. Primeiramente a cabeça 3
do martelo partirá do solo sendo arrastada, mas isto deve ser evitado
posteriormente, uma vez que o atrito com o solo diminui a velocidade e
desequilibra o atleta. O implemento deve elevar-se rapidamente e adquirir o
quanto antes velocidade, para a qual obrigara o peso a decolar com uma forte
tração sem necessidade de mudanças de direção pouco favoráveis.
3 Nome utilizado para descrever a parte do martelo que corresponde ao peso desse implemento e que é a referência para os árbitros no momento do aferimento da marca obtida pelo atleta.
Fonte: Jéferson Vianna (UFJF)
Figura 18 – Lançamento do martelo
São muitos os erros que se cometem durante o treinamento desta prova
em que uma serie de circunstancias entram em jogo. Não se ensina a lançar o
martelo de maneira nenhuma; quase todos os detalhes dos lançamentos são
mais habilidade do atleta que imposição de um estilo. (Steel, 1967)
Assim como nas corridas e saltos é possível uma determinada sugestão
para as capacidades do atleta, nos lançamentos, sobre tudo no martelo, mas
imperam uma serie de fatores essencialmente pessoais que não se podem
prever nem corrigir.
3.4 Provas Combinadas
Esta prova é composta por uma combinação de várias modalidades, no
intuito de consagrar um (a) atleta mais completo. As competições oficiais do
decatlo (feminino e masculino), do heptatlo (feminino e masculino), do pentatlo
(masculino) e do octatlo (masculino menor) combinam corridas, saltos e
arremessos. Os atletas pontuam de acordo com suas colocações nos eventos
individuais, e esses pontos podem ser somados para definir-se o vencedor.
Através das informações da CBAt (2008 – 2009, p.158), abaixo teremos
apresentação dos detalhes de cada prova combinada: Pentatlo (5 provas) a serem realizadas em um dia: salto em
distância, lançamento de dardo, 200m rasos, lançamento de disco e 1500m
rasos.
Heptatlo (7 provas) a serem realizadas em dois dias
consecutivos: 100m (c/barreiras), 200m, 800m, lançamento do dardo,
arremesso do peso, salto em altura e salto em distância.
Octatlo (8 provas) a serem realizadas em dois dias
consecutivos: 100m rasos, salto em distância, arremesso de peso, 400m
rasos, 110m com barreiras, salto em distância, lançamento de dardo e
1000m rasos.
Decatlo (10 provas) a serem realizadas em dois dias
consecutivos: 100m, 110m (c/barreiras), 400m, 1500m, lançamento do
dardo, lançamento do disco, arremesso do peso, salto em altura, salto com
vara e salto em distância.
3.5 Provas de Marcha Atlética
Segundo a CBAt (2008-2009, p.174), a marcha atlética é uma progressão de passos, executados de tal modo que o marchador deverá manter o contato com o solo, não podendo ocorrer (a olho nu) a perda do contato com o mesmo. A perna que avança deve estar reta (ou seja, não flexionada no joelho) desde o momento do primeiro contato com o solo até a posição ereta vertical.
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