13 - Os conselhos de Eliú · um espinho na carne, um mensageiro de Satanás, para me atormentar....

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13– OsconselhosdeEliú

Tópicosaseremestudados:• 1. O primeiro discurso de Eliú• 2. O segundo discurso de Eliú• 3. O terceiro discurso de Eliú• 4. O quarto discurso de Eliú

Objetivodalição

1) Saber: Compreender a postura de Eliú no debatecom Jó.

2) Sentir: refletir sobre a melhor forma de cooperarcom uma pessoa que passa por crises e perdas.

3) Agir: Ter misericórdia e cuidar de pessoas queenfrentam grandes lutas.

Alvodalição• Ao estudar esta lição, você vai ouvir e avaliar acontribuição de Eliú no debate com Jó.

• Comovimosnaaulapassada,Jócalou-se.

• Havia terminado sua defesa e jurado serinocente dos pecados dos quais seus amigos ohaviam acusado. Desafiara Deus a justificá-loou a sentenciá-lo.

• Os três amigos de Jó ficaram em silêncio,estarrecidos por Jó ter ousado falar de modotão atrevido com Deus e sobre Deus.

• Deus permaneceu em silêncio. Não houvefogo do céu nem uma voz falando com iradivina.

• Podemos dizer que o silêncio foi otestemunho eloquente de Deus para os trêsamigos, mostrando que estavam erradosnaquilo que haviam dito sobre Jó e sobre opróprio Deus.

• E também do Senhor para Jó de que o Deusdo Universo é o Criador e nós somos criaturas.

• Entretanto, houve uma pessoa na multidãoem volta do monte de cinzas que não se calou.

• Seu nome era Eliú, um homem tãodesconhecido que foi preciso apresentar sualinhagem para que o povo pudesse identificá-lo (Jó 32:2).

• Nem Jó (1:1) nem seus amigos (2:11) precisaram de uma identificação tão detalhadapara ser reconhecidos.

• Eliúfezumdiscursodeseiscapítulos,noqualexplicouocaráterdeDeuseaplicouessaverdadeàsituaçãodeJó.Podemosesboçarsuaexposiçãodaseguintemaneira:

• 1.Deusestáfalandopormeuintermédio(Jó32).• 2.Deusébondoso(Jó33).• 3.Deuséjusto(Jó34- 35).• 4.Deuségrande(Jó36- 37).

• Apesar de Eliú ter dito algumas das mesmascoisas que os três amigos, tinha outropropósito em mente. Não tentava provar queJó era pecador, mas sim que sua imagem deDeus era incorreta.

• Eliú introduziu um novo elemento à discussão:Deus não envia o sofrimento necessariamentepara nos castigar por nossos pecados, mas simpara evitar que pequemos (33:18, 24) e paranos aperfeiçoar (36:1-15).

• Podemos dizer que Paulo teria concordadocom o primeiro ponto (2 Co 12:7-10), e oescritor de Hebreus, com o segundo (Hb 12:1-11).

Reflexão

1. O primeiro discurso de Eliú

• Eliú enfatizou que havia esperadopacientemente antes de falar e apresentoudois motivos para isso.

• Em primeiro lugar, era mais jovem que Jó eseus três amigos. Uma vez que era um rapaz,deveria respeitar a idade e a experiência dosoutros homens (Jó 32:4, 6, 7).

• Em segundo lugar, desejava ouvir toda adiscussão e considerar todos os argumentos(Pv 18:13).

• O fato de Eliú citar palavras dos discursosindica que havia escutado com atenção e selembrava daquilo que cada homem havia dito(Jó 32:12).

• Depois de se inserir na discussão, Eliú dispõeaos presentes quatro motivos pelos quais éimportante que ele fale e que os demaisouçam.

• Indignado(v.1-3,5).• Emquatroocasiõesnestesversículos,otextodizqueEliúestavairado.

• Sua indignação era contra os três amigos pornão refutarem Jó e também contra o próprioJó por justificar a si mesmo, não a Deus.

• De acordo com Jó, Deus estava errado, e ostrês amigos não foram capazes de provar queJó estava enganado! Bildade, Zofar e Elifazhaviam desistido de discutir (v. 15) e estavamesperando que Deus vies se tratarpessoalmente de Jó (vv. 12, 13). Eliú mostrou-se desgostoso com o insucesso deles.

• "É fácil encher-se de furor - qualquer umpode fazer isso", escreveu Aristóteles.

• "Mas saber irar-se com a pessoa certa, namedida certa, no momento certo, com oobjetivo certo e da maneira certa - isso não éfácil, e nem todos são capazes de fazê-lo."

• Inspirado (v. 8-10).• A idade deve trazer consigo a sabedoria, masnão há garantia alguma de que issoacontecerá (Pv 1 6:31). Infelizmente, háinsensatos de todas as idades!

• Como um homem mais jovem, Eliú não podiaafirmar que tinha grande experiência nosassuntos de Deus e dos homens; mas declarouque possuía algo melhor: Discernimento.

• Isso explica por que Eliú exortou Jó e seusamigos repetidamente a ouvi-lo (Jó 32:10;33:1, 31, 33; 34:2, 10, 16; 37:14). Tambémexplica por que enfatizou expressões como"minha opinião" (32:6, 10, 1 7) e "minhaspalavras" (33:1-3). Não é todo dia que se tema oportunidade de ouvir um homem inspiradopor Deus, de modo que é melhor escutá-locom atenção!

• Comonossosouvintesestãoreagindocomnossaspalavrasdeconselhos?

• Imparcial(v.14,21,22).• "Ora, ele não me dirigiu palavra alguma, nemcom as vossas palavras" (v. 14). Eliú haviadeixado claro que não tinha motivo algumpara tomar partido, uma vez que nem Jó enem algum dos três amigos o havia atacadopessoalmente.

• Talvez Eliú fosse imparcial, mas de maneiraalguma foi neutro. Estava irado demais paraisso! Prometeu tratar apenas das questões emsi, mas algumas das coisas que dis se em seudiscurso foram mais pessoais do quefilosóficas. Porém, cumpriu sua promessa enão adulou ninguém (vv. 21, 22).

• Impelido(v.16-20).• Eliú havia esperado muito tempo por umaoportunidade para falar e, enquanto esperava,a pressão dentro dele havia se tornadoinsuportável.

• Trata-se de um discurso extraordinário, poisintroduz na discussão algo novo sobre opropósito do sofrimento.

• Os amigos de Jó haviam argumentado que seusofrimento era prova de que Deus o estavacastigando por seus pecados, mas Eliúargumenta que, por vezes, Deus permite quesoframos a fim de evitar que pequemos.

2Coríntios12:7-10

• Paraimpedirqueeumeexaltasseporcausadagrandezadessasrevelações,foi-medadoumespinhonacarne,ummensageirodeSatanás,parameatormentar.TrêsvezesrogueiaoSenhorqueotirassedemim.Maselemedisse:

• "Minhagraçaésuficienteparavocê,poisomeupoderseaperfeiçoanafraqueza".Portanto,eumegloriareiaindamaisalegrementeemminhasfraquezas,paraqueopoderdeCristorepouseemmim.Porisso,poramordeCristo,regozijo-menasfraquezas,nosinsultos,nasnecessidades,nasperseguições,nasangústias.Pois,quandosoufracoéquesouforte.

• Em outras palavras, o sofrimento pode serpreventivo e não punitivo.

• Esse "jovem teólogo" sabia falar em público,pois Jó 33 é um discurso exemplar.

• Primeiro, Eliú declarou sua tese nos versículos12 a 14: Deus é maior do que o homem e falacom ele de maneiras que nem sempre o serhumano é capaz de reconhecer.

• Em seguida, descreveu três maneirasdiferentes através das quais Deus pode falarcom os seres humanos: sonhos e visões (vv.15-18), sofrimento (vv. 19-22) e o ministériode um anjo mediador (vv. 23-33).

• Sonhosevisões(w.15-18).• Nos tempos bíblicos, por vezes, Deus falavacom seu povo por meio de sonhos e visões,enquanto hoje seu Espírito nos dirigeprincipalmente por meio de sua Palavra (Hb1:1, 2).

• Se os pecadores têm visões ou sonhosassustadores, pode acontecer de ficaremimpressionados o suficiente para nãocometerem os pecados que planejavam. Ossonhos do próprio Jó eram aterrorizantes (Jó7:13, 14), e Elifaz teve uma visão noturnainesquecível (4:12-21).

• Um homem parou um desconhecido na ruaem Nova York e disse: "Você pode me contarum dos seus sonhos? Não durmo há umasemana e, agora, estou a caminho dopsiquiatra. Preciso desesperadamente de umsonho para contar a ele!"

• Nem todos os sonhos possuem significa dosocultos e nem todos eles são mensagensespeciais de Deus.

• Não são poucos os pesadelos causados porum jantar um tanto farto demais!

• As pessoas que planejam a vida de acordocom o que descobrem em seus sonhos nãoestão procurando orientação, mas simconfusão.

• Sofrimento(w.19-22).• Por vezes, Deus usa a dor para nos adver tir,humilhar e desenvolver em nós uma atitudede submissão (Hb 12:1-11).

• Eliú descreve um homem doente, sofrendo edefinhando em seu leito, pois não tem maisapetite algum. (Seria um retrato de Jó?)

• Porém, esse homem está sofrendo porqueDeus quer chamar sua atenção e guardá-lo detransgredir a lei de Deus.

• É um grande equívoco dizer que todosofrimento vem de Deus, pois nós mesmospodemos ser a causa de parte de nossa dor.

• Também não devemos dizer que todo osofrimento é um castigo pelo pecado. Eliúargumenta que, em certas ocasiões, Deuspermite o sofrimento, a fim de evitar quepequemos e que desçamos à cova.

• Eliú esperava que Jó se sujeitasse a Deus,aceitasse sua situação dolorosa e, com isso,obtivesse as bênçãos que Deus haviareservado para ele.

II– OsegundodiscursodeEliú

• Deuséjusto(Jó34- 35)• Eliú havia prometido não usar de lisonja (Jó32:21), mas chegou perto de fazê-lo em jóquando se referiu a seus ouvintes como"sábios" e "instruídos". Na verdade, estavalisonjeando a si mesmo, pois, se esses"sábios" e "instruídos" estavam dispostos aouvi-lo, deviam considerá-lo ainda maisinstruído e sábio do que eles!

• Falou de duas das queixas de Jó que de veriamser discutidas: "Deus é injusto" (vv. 5, 6) e"Não há proveito algum em servir a Deus" (vv.7-9). Respondeu à primeira queixa nosversículo 10 a 37 e à segunda em Jó 35.

• Eliú apresentou três argumentos para provarque, em Deus, não há injustiça alguma.

• Em primeiro lugar, se Deus é injusto, entãonão ê Deus (34:10-15). "Longe de Deus opraticar ele a perversidade, e do TodoPoderoso o cometer injustiça" (v. 10).

• Se Deus é verdadeiramente Deus, então éperfeito; e se é perfeito, não pode fazer coisaalguma errada.

• DeacordocomEliú,aquiloque,paranós,pareceumainjustiçaé,defato,justiça.

• Eliú enfatizou que Deus é soberano e, comotal, não pode ser acusado por lei alguma nemjulgado em qualquer tribunal que seja. Eimpossível o rei ser injusto. Deus não foinomeado para seu trono e, portanto, nãopode ser deposto dele (Jó 34:13).

Reflexão

• OLivrodeJóexaltaasoberaniadeDeus.Desdeoprimeirocapítulo,ficaevidentequeDeusestánocontrole,poisdizatémesmoa

Satanásoqueelepodeounãofazer.

III– OterceirodiscursodeEliú

• De acordo com o terceiro argumento de Eliú,para ser injusto, Deus não poderia ver o quese passava no mundo (Jó 34:21-30). Mas Deusé onisciente e vê todas as coisas!

• Um juiz humano, com suas limitações, ouveuma causa e toma a melhor decisão possívele, por vezes, comete erros.

• Deus, por sua vez, vê cada passo que damos, enão temos onde nos esconder dele (SI 139:7-12).

• Jó queria que Deus se encontrasse com ele notribunal a fim de poder apresentar sua causa,mas o que Jó poderia dizer que Deus já nãosoubesse?

• Ao contrário dos oficiais humanos, Deus nãotem obrigação de realizar uma investigaçãonem de juntar provas. Ele conhece todas ascoisas e pode julgar com sabedoria perfeita.

• Uma das queixas de Jó era que Deus se calarae escondera seu rosto dele (9:11; 23:1- 9), masEliú tinha uma resposta para isso: "Se eleaquietar-se, quem o condenará?

• Se encobrir o rosto, quem o poderácontemplar, seja um povo, seja um homem?"(34:29).

• No capítulo 24, Jó acusa Deus de ignorar ospecados dos seres humanos, mas com quedireito poderia julgar o Juiz?

• Eliú encerra essa parte de seu discurso comum apelo para que Jó confesse seus pecados ese arrependa (vv. 31-33). "Peça a Deus paralhe ensinar aquilo que você não sabe",aconselha, "e prometa não pecar desse modooutra vez”.

• Eliú fez uma pausa a fim de dar a Jó aoportunidade de falar (v. 33), mas Jópermaneceu calado.

IV– OquartodiscursodeEliú

• Deuségrande(Jó36- 37)• "Eis que Deus é mui grande" (jó 36:5). "Eis queDeus se mostra grande em seu poder!" (v. 22)."Eis que Deus é grande" (v. 26). Nestes doiscapítulos, Eliú exalta a grandeza de Deus emseus propósitos misericordiosos para com oser humano (vv. 1-25) e em seu imenso podersobre a natureza (36:26 - 37:13).

• Explicação(vv.5-15).• O fato de Deus ser grande e poderoso nãosignifica que ignore o que o ser humano faz ouque não se preocupe com os indivíduos.

• "Eis que Deus é mui grande; contudo aninguém despreza; é grande na força da suacompreensão" (v. 5).

• Eliú faz um contraste entre a forma de Deustratar com os perversos arrogantes e seumodo de lidar com os justos aflitos. "Nãopoupa a vida ao perverso, mas faz justiça aosaflitos" (v. 6).

• JóacreditavaqueDeusoestavaignorando,masDeusnãotiraosolhosdesobreosjustos

(v.7;1Pe3:12)e,nodevidotempo,transformasuascircunstâncias.

• Ele os exalta do monte de cinzas e os assentano trono (Lc 1:52, 53), libertando-os de suascadeias (Jó 36:7, 8). Ele nos disciplina a fim denos corrigir e ensinar a maneira correta deviver. Se aprendermos nossas lições eobedecermos, ele volta a nos abençoar.Porém, se nos rebelarmos, Ele nos destrói (vv.9-12).

• Eliú via vários perigos adiante no caminho deJó e tentou avisá-lo. O primeiro era que Jóprocurasse um "atalho" para sair dasdificuldades e, desse modo, perdesse amensagem que Deus estava lhe transmitindo.

• O segundo perigo era que Jó pensasse emtirar a própria vida (v. 20).

• Eliú viu ainda outro perigo: que desistisse detoda esperança e se entregasse a uma vida depecado (36:21).

• Por fim, Eliú instou Jó a ter uma nova visão dagrandeza de Deus e a começar a louvá-lo (vv.22-25).

• Deus quer nos ensinar por meio de nossosofrimento (v. 22), e uma evidência de queestamos aprendendo nossas lições é adorar eagradecer a Deus até pelas provações.

• "Eis que Deus é grande, e não o podemoscompreender" (36:26). Esse é o tema daúltima parte do discurso de Eliú, e ele a ilustracom obras de Deus na natureza - maisespecificamente, com o controle de Deussobre seu mundo durante as estações do ano.

• (1)Outono(36:27- 37:5).• No Oriente, depois do calor da seca e doverão, tanto a terra quanto as pessoasrecebem com ale gria as chuvas de outono.

• (2)Inverno(vv.6-10).• A certa altura, as chuvas de outono setransformam no gelo e na neve do inverno. Ostrabalhadores devem parar com seu serviço, eos animais selvagens devem buscar o abrigode suas tocas. Deus sopra sobre as águas, eelas se congelam. O que o homem do tempochama de "fenômeno meteorológico", Eliúchama de obra miraculosa do Deus Todo-Poderoso.

• (3) Primavera (w. 11-13). A seu tempo, os ventos mais quentes começam a soprar, a neve eo gelo derretem e as nuvens de chuva voltama aparecer. Eliú sabia que o vento exerce umpapel importante nas condiçõesmeteorológicas do mundo. Ninguém consegueprever com precisão o que o vento fará (Jo3:8), mas Deus está inteiramente no con trole(Sl 148:8).

• (4)Verão(vv.14-18).• Agora se vê o "equilíbrio das nuvens" (v. 1 6),e tudo está quieto. O sol de verão aquece o ar,o vento sul sopra do deserto e "[aquece] asvestes" das pessoas (v. 1 7). O céu é como umespelho de metal polido, e ninguém temvontade de fazer outra coisa senão descansar.

• Eliú estava fazendo muito mais do que daruma palestra científica sobre as quatroestações.

• Seu desejo era que Jó refletisse sobre agrandeza de Deus e as maravilhas da naturezae percebesse quão pouco sabia, de fato, sobreDeus e sua operação neste mundo.

• Eliú fez a Jó quatro perguntas retóricas sobreas nuvens, o relâmpago, o vento e os céussem chuva.

• "Você pode explicar essas coisas?", perguntou."É capaz de controlá-las?"

• Com isso, o orador chegou a sua arremetidafinal: "Se não é capaz de explicar as coisas dodia-a-dia na natureza, como poderá prepararum pleito para se defender diante de Deus?"

• "Você nem sequer consegue olhar para o sol",disse Eliú, "mas, ainda assim, quer seencontrar pessoalmente com Deus!"

• E possível que, enquanto Eliú falava, umatempestade ia se formando em algum lugardistante e, quando finalmente terminou seudiscurso, essa tempestade chegou, e Deusestava dentro dela!

• As súplicas de Jó seriam atendidas, e ele teriaum encontro pessoal com Deus. Será que eleestava preparado?

• Seráquenósestamospreparados?

ConclusãoOsamigosfalam

OsfamiliaresfalamOsmaispróximosfalam…

MasasúltimaspalavrasvemdeDeus

PR.ANDERSONLUISPEREIRAanderson@cetec.com.br

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