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LITERATURA: GÊNEROS E MODOS DE
LEITURA
- EM PROSA E VERSOS;
- GÊNEROS LITERÁRIOS;
-ELEMENTOS DA NARRATIVA. 1º ano – OPVEST
Mauricio Neves
EM VERSO E EM PROSA
Prosa e Poesia: qual a diferença?
A diferença entre prosa e poesia é mais
simples do que se imagina
A maior dificuldade que as pessoas enfrentam ao
tentar diferenciar os textos literários está
relacionada à forma como o tema é abordado.
Existe certa vaidade por parte das pessoas que o
ensinam. Desta forma, o assunto “parece” difícil.
PROSA.
Prosa é o estilo de texto mais conhecido. Ela é
estruturada geralmente linhas contínuas e em
parágrafos. Busca-se retratar a realidade de
forma concreta e objetiva. Privilegia-se mais a
linguagem denotativa.
Não há preocupação com versos, rimas ou outros
elementos sonoros.
Essa é a regra, porém existe a prosa poética, que
embora seja estruturada como prosa possui
subjetivismo (impressões pessoais do autor) e
muitas outras características de um texto poético.
POEMA.
Ao contrário da prosa, a poesia privilegia o
subjetivismo, ou seja, as impressões pessoais do
autor do texto.
Nota-se a predominância da linguagem
conotativa (aquela em que as palavras são
empregadas em sentido figurado).
Não há estruturação contínua das linhas do
texto, nem parágrafos (ao invés disso, há
estrofes). Além do mais, preocupa-se com rimas e
versos na poesia.
POEMA.
Poesia é estado de alma, ou seja, podemos
encontrar resquícios de poesia em toda
comunicação cujo sentido pode ser interpretado
de múltiplas formas.
Traduzindo em outras palavras, a poesia se
constitui de uma intenção definida: a de
emocionar, despertar sentimentos por parte do
interlocutor, enfim.
POEMA.
[...]
Convive com teus poemas, antes de escrevê-los. Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. Espera que cada um se realize e consume com seu poder de palavra e seu poder de silêncio. [...]Carlos Drummond de Andrade
Há versos nessa criação que parecem traduzir todo o conceito, todos os pressupostos que se aplicam a essa questão, materializados por:
Tem paciência, se obscuros. Calma, se te provocam. Espera que cada um se realize e consume com seu poder de palavra
POEMA.
constrói-se com base em critérios considerados
formais, estéticos, tais como a sonoridade, o
ritmo, os recursos musicais e o emprego,
sobretudo, de recursos estilísticos próprios
da linguagem poética, assim com podemos
observar no exemplo a seguir, cuja autoria é de
Vinícius de Moraes:
Soneto de fidelidade
De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento
E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure
Vinícius de Moraes
OS GÊNEROS LITERÁRIOS NA ANTIGUIDADE
Na Grécia Antiga, berço da Literatura Ocidental, os
textos literários eram escritos em versos e assim se
dividiam:
a) Gênero épico: narrações de fatos grandiosos, centrados
na figura do herói. Para Aristóteles, é a palavra narrada;
b) Gênero dramático: textos destinados para a
representação cênica, ora como tragédia, ora como
comédia. Segundo Aristóteles, a palavra representada;
c) Gênero lírico: textos de caráter emocional, centrados na
subjetividade, nos sentimentos. Para Aristóteles, a
palavra cantada.
O GÊNERO ÉPICO
• A EPOPEIA é a narrativa do gênero épico. Tem
caráter sublime;
• Escrito em forma de versos;
• É um poema narrativo em terceira pessoa que
trata de fatos passados e grandiosos;
• Dividido em Cantos;
• Marcado pela objetividade;
• Tem como eixo central a figura do herói e suas
façanhas;
• Mistura elementos terrenos com elementos
lendários e mitológico;
• Apresenta as seguintes partes: Introdução,
Invocação, Narração, Epílogo.
OS GRANDES POETAS
ÉPICOS
Homero e Virgílio foram os grandes
poetas da épica clássica;
A Ilíada e a Odisséia são os dois
poemas épicos que inauguraram a
literatura Ocidental;
Na literatura de língua portuguesa,
o grande poeta épico é Luís de
Camões, que escreveu Os
Lusíadas, epopeia que narra os
feitos do povo português.
O Cavalo de Tróia,
um dos episódios da Ilíada.
O GÊNERO DRAMÁTICO
• Deve ser encenado por atores;
• Apresenta-se em forma de diálogo (discurso direto),
dividido em atos e cenas;
• Não possui narrador. As informações são dadas através
das rubricas, apresentadas, normalmente, em itálico e
entre Parênteses;
• Possui a descrição do ambiente/ situação antes de cada
ato, para facilitar o trabalho do encenador;
• A sequência da ação dramática constitui-se em: exposição,
conflito, complicação, clímax e desfecho;
• O teatro clássico envolve a catarse.
O GÊNERO DRAMÁTICO
Segundo Aristóteles, os subgêneros do drama são: a tragédia e a comédia.
TRAGÉDIA
De caráter sério e solene.
Temática nobre, o protagonista
enfrenta a desgraça.
Registro formal
Início feliz – desfecho fatal
Personagens nobres: reis, príncipes,
que sofrem com o Destino.
COMÉDIA
De caráter cômico e ridículo.
Temática do cotidiano, sátira da
sociedade e dos defeitos humanos.
Registro coloquial
Início complicado – final feliz
Personagens estereotipados: o
rabugento, o avaro, o mesquinho.
O GÊNERO LÍRICO
Escrito em versos, apresenta as emoções íntimas
através da expressão verbal rítmica e melodiosa;
Na Antiguidade, este gênero era destinado ao
canto, acompanhado do som da lira;
Para os antigos, o valor da poesia lírica estava na
capacidade de expressar emoções e de despertá-
las;
No poema lírico, a voz que expressa emoções é o
EU LÍRICO, um eu poético inventado pelo poeta;
A subjetividade é a marca do lirismo;
A poesia lírica é escrita em primeira pessoa e trata
do tempo presente.
Apresenta muita preocupação com os recursos
estilísticos, como a métrica, o ritmo, a rima, a
estrofação, etc.
Principais Elementos da Narrativa
O gênero épico perdeu sua força, pois se desdobrou em um quarto gênero: o
narrativo, que possui vários subgêneros, como a crônica, a novela, o
romance, a fábula etc.
O narrador é quem seleciona os fatos narrados e os apresenta de
determinada maneira, de acordo com sua intenção. É ele também quem
marca o tom da narração, a ordem dos fatos, caracteriza as personagens e
dirige, em suma, o decurso da ação.
A ação constitui o enredo (ou trama narrativa), composto pelos fatos do
modo como o narrador os apresenta.
As personagens são os seres reais ou fictícios que vivem os fatos narrados.
Podem ser pessoas, animais ou objetos personificados.
Classificam-se em principais e secundárias. Entre as principais,
destacam-se o protagonista, aquele que conduz a ação, e o antagonista ou
opositor, personagem que se opõe ao protagonista.
O espaço e o tempo da narração constituem o marco narrativo. Esse marco
está sempre presente, embora, às vezes, o narrador deixe esses elementos da
narrativa indeterminados.
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