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Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado
2017
Ficha Técnica
Título
Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado 2017
Edição
Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões
Av. da República, n.º 761600-205 LisboaPortugal
Telefone: (+351) 21 790 31 00Endereço eletrónico: asf@asf.com.pt
www.asf.com.ptAno de Edição: 2018
ISSN 2183-7732 (online)
Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões
Lisboa, 2018
Disponível em www.asf.com.pt
Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado
2017
ASFAutoridade de Supervisãode Seguros e Fundos de Pensões
Índice temático
13 Nota introdutória
17 Sumário executivo
23 Executive summary
1 Atividade Regulatória
1.1 Considerações iniciais
1.2 Enquadramento nacional
1.2.1 Iniciativas legislativas nacionais
1.2.2 Regulamentação pela ASF
1.2.2.1 Normas Regulamentares
1.2.2.2 Consultas públicas
1.2.2.3 Cartas-circulares
1.2.3 Conselho Nacional de Supervisores Financeiros
1.3 Enquadramento internacional
1.3.1 Iniciativas regulatórias no plano da União Europeia
1.3.2 Outras iniciativas
43 2 Entendimentos em matéria de conduta de mercado
2.1 Considerações iniciais
2.2 Entendimentos
51 3 Atividade de supervisão da conduta de mercado
3.1 Considerações iniciais
3.2 Atividade de supervisão em 2017
3.2.1 Supervisão off –site
3.2.2 Supervisão on–site
3.3 Publicidade e comercialização à distância
3.3.1 Publicidade
3.3.2 Comercialização à distância
3.4 Principais temas objeto da atividade de supervisão em 2017
3.4.1 Disposições contratuais aplicáveis ao seguro de vida e procedimentos adotados
pelos operadores
3.4.2 Medidas de natureza preventiva e repressiva de combate ao branqueamento de
vantagens de proveniência ilícita e ao fi nanciamento do terrorismo
3.4.3 Prazos de transferências de seguros de vida do tipo Plano Poupança-Reforma
(PPR) entre empresas de seguros
27
3.4.4 Prazos e condições de pagamento do valor de resgate e do valor de reembolso
no vencimento do contrato de seguros de capitalização e operações de
capitalização
3.4.5 Relato fi nanceiro dos fundos de pensões
3.4.6 Informação prestada aos participantes e benefi ciários dos fundos de pensões
fechados e das adesões coletivas a fundos de pensões abertos e às respetivas
comissões de acompanhamento
3.4.7 Divulgações obrigatórias sobre a atividade das empresas de seguros ou de
resseguros e das sociedades gestoras de fundos de pensões
3.4.8 Riscos de conduta associados a mis-selling
3.4.9 Acompanhamento do funcionamento dos centros telefónicos de relacionamento
(call centers) das empresas de seguros
3.4.10 Procedimentos no âmbito dos sinistros multirriscos habitação
3.4.11 Procedimentos no âmbito dos sinistros automóvel
3.4.12 Procedimentos no âmbito dos sinistros no ramo doença
3.4.13 Análise dimensional das reclamações
3.4.14 Mediação de seguros
3.4.15 Regularização de sinistros automóvel
91 4 Enforcement
4.1 Considerações iniciais
4.2 Recomendações e determinações específi cas
4.3 Suspensão e cancelamento de registos – Mediação de seguros
4.4 Exercício das competências sancionatórias
103 5 Análise da evolução das reclamações
5.1 Enquadramento
5.2 Gestão de reclamações pela ASF
5.2.1 Considerações gerais
5.2.2 Principais desenvolvimentos
5.3 Reclamações recebidas e analisadas na ASF
5.3.1 Evolução do número de reclamações
5.3.2 Distribuição das reclamações por ramos e por volume de prémios
5.3.3 Distribuição das reclamações por matéria objeto de reclamação
5.3.4 Distribuição das reclamações por tipo / qualidade de reclamante
5.3.5 Desfecho dos processos de reclamação
5.3.6 Apreciação de dados estatísticos sobre o tratamento de reclamações pela ASF:
conclusões
5.5 Reclamações apreciadas pelos provedores dos participantes e benefi ciários para as
adesões individuais dos fundos de pensões abertos e recomendações emitidas
5.6 Gestão de reclamações por parte das empresas de seguros e dos respetivos
provedores dos clientes
5.6.1 Considerações gerais
5.6.2 Informação reportada sobre as reclamações apreciadas pelas empresas de
seguros
5.6.2.1 Ramos Não Vida
5.6.2.2 Ramo Vida
5.6.3 Informação reportada sobre as reclamações apreciadas pelos provedores do
cliente
5.7 Reclamações apreciadas pelos provedores do cliente das empresas de seguros e
recomendações emitidas
127 6 Relacionamento com o consumidor de seguros e fundos de pensões
6.1 Considerações gerais
6.2 Acessos e consultas ao sítio da ASF
6.2.1 Dados gerais
6.3 Acessos e consultas ao Portal do Consumidor
6.3.1 Dados gerais
6.3.2 Conteúdos e serviços específi cos
6.3.3 Serviços de consulta
6.3.4 Canais temáticos
6.3.5 Formulários, consultas e informações
6.4 APP ASF
6.5 Serviço de atendimento ao público e linha informativa
6.6 Comunicações e resposta a pedidos de informação / esclarecimento escritos
6.7 Informações sobre benefi ciários de seguros de vida, acidentes pessoais e operações
de capitalização
6.8 Colocação do Seguro Automóvel
145 7 | Formação fi nanceira
7.1 Considerações iniciais
7.2 Principais desenvolvimentos em 2017
7.2.1 Novas parcerias estratégicas
7.2.1.1 Protocolo com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte
7.2.1.2 Protocolo com o Sindicato dos Jogadores Profi ssionais de Futebol
7.2.2 Educação fi nanceira nas escolas
7.2.2.1 Formação de professores
7.2.2.2 Materiais pedagógicos
7.2.2.3 Concurso Todos Contam
7.2.2.4 Entrega de prémios da 5.ª edição do Concurso “Todos Contam”
7.2.2.5 Avaliação de impacto dos Cadernos de Educação Financeira
7.2.3 Formação fi nanceira para empreendedores e gestores
7.2.3.1 Formação de formadores
7.2.4 Formação fi nanceira no apoio à economia social
7.2.5 Semana da Formação Financeira 2017
7.2.5.1 Iniciativas em ambiente escolar
7.2.5.2 Iniciativas para gestores de micro, pequenas e médias empresas
7.2.5.3 Iniciativas para autarquias locais da Região do Norte
7.2.5.4 Iniciativas para jogadores de futebol
7.2.6 Outras ações de formação
7.2.7 Iniciativas internacionais
7.2.7.1 International Network on Financial Education
7.2.7.2 Global Money Week
7.2.7.3 Associação de Supervisores de Seguros Lusófonos
7.3 Conclusões
Índice de Gráficos
51 3 Atividade de supervisão da conduta de mercado
Gráfi co 3.1 Áreas das ações de supervisão off -site
Gráfi co 3.2 Origem das ações de supervisão off -site
Gráfi co 3.3 Áreas da supervisão on-site
Gráfi co 3.4 Ações de supervisão on-site
Gráfi co 3.5 Evolução dos anúncios monitorizados (2015-2017)
Gráfi co 3.6 Distribuição de anúncios publicitários em função da referência principal ou
acessória a seguros e fundos de pensões
Gráfi co 3.7 Distribuição de anúncios e situações irregulares por tipo de operador
Gráfi co 3.8 Tipologia de sinistros
Gráfi co 3.9 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel na cobertura de
danos próprios, por tipo de prazo
Danos materiais – Danos próprios (em dias)
Gráfi co 3.10 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel na cobertura de
danos próprios, por operador
Danos materiais – Danos próprios (em dias)
Gráfi co 3.11 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel na cobertura de
responsabilidade civil, por tipo de prazo
Danos materiais – Responsabilidade civil (em dias)
Gráfi co 3.12 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel na cobertura de
responsabilidade civil, por operador
Danos materiais – Responsabilidade civil (em dias)
Gráfi co 3.13 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel, por tipo de prazo
Danos corporais (em dias)
Gráfi co 3.14 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel, por operador
Danos corporais (em dias)
Gráfi co 3.15 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel, por tipo de prazo
Danos Materiais e Corporais (em dias)
Gráfi co 3.16 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel, por operador
Danos materiais e Corporais (em dias)
91 4 Enforcement
Gráfi co 4.1 Recomendações por área
Gráfi co 4.2 Determinações específi cas por área
Gráfi co 4.3 Fundamentos das suspensões em 2017
Gráfi co 4.4 Fundamentos dos cancelamentos em 2017
Gráfi co 4.5 Suspensões e cancelamentos ofi ciosos
Gráfi co 4.6 Autos contraordenacionais instaurados por matéria
Gráfi co 4.7 Sanções aplicadas por assunto e número
103 5 | Análise da evolução das reclamações
Gráfi co 5.1 Evolução das reclamações apresentadas à ASF entre 2013 e 2017 (processos
iniciados)
Gráfi co 5.2 Distribuição das reclamações por ramos, em valores percentuais (processos
concluídos)
Gráfi co 5.3 Rácio de reclamações por prémios (em milhões de euros)
Ramo Vida
Volume de prémios superior a um milhão de euros e número de reclamações
superior a doze
Gráfi co 5.4 Rácio de reclamações por prémios (em milhões de euros)
Ramos Não Vida
Volume de prémios superior a um milhão de euros e número de reclamações,
superior a doze
Gráfi co 5.5 Distribuição das reclamações por matéria objeto de reclamação (processos
concluídos)
Gráfi co 5.6. Distribuição das reclamações por matéria objeto de reclamação – sinistro
(processos concluídos)
Gráfi co 5.7 Distribuição das reclamações por matéria objeto de reclamação
– Indemnização (processos concluídos)
Gráfi co 5.8 Distribuição de reclamações – tipo / qualidade do reclamante (processos
concluídos)
Gráfi co 5.9 Distribuição de reclamações – sentido do desfecho da reclamação (processos
concluídos)
Gráfi co 5.10 Distribuição de reclamações – desfecho dos processos de reclamação
(processos concluídos)
Gráfi co 5.11 Distribuição de reclamações – informação sobre a posição da entidade
Desfecho da reclamação
Gráfi co 5.12 Evolução do total de reclamações apreciadas por ramos
Gráfi co 5.13 Total de reclamações apreciadas pelos provedores do cliente em 2017 por
ramos
127 6 Relacionamento com o consumidor de seguros e fundos de pensões
Gráfi co 6.1 Visitas ao Portal do Consumidor em 2017 – distribuição mensal
Gráfi co 6.2 Visitas ao Portal do Consumidor e ao sítio institucional da ASF na Internet
Gráfi co 6.3 Conteúdos e serviços do Portal do Consumidor - páginas visualizadas
Gráfi co 6.4 Serviços de consulta de matrículas – páginas visualizadas
Gráfi co 6.5 Outros serviços de consulta – páginas visualizadas
Gráfi co 6.6 Canais temáticos – páginas visualizadas
Gráfi co 6.7 Formulários, consultas e informações - páginas visualizadas
Gráfi co 6.8 Serviço de atendimento ao público – distribuição por assunto
Gráfi co 6.9 Serviço de atendimento ao público – distribuição por tipo e natureza do
utilizador
Gráfi co 6.10 Serviço de atendimento ao público – distribuição por tipo de contacto
Gráfi co 6.11 Processos abertos relativos a comunicações / pedidos de esclarecimento
(2013 - 2017)
Gráfi co 6.12 Processos abertos relativos a comunicações / pedidos de esclarecimento
(mensal)
Gráfi co 6.13 Processos abertos relativos a comunicações / pedidos de esclarecimento –
distribuição por tipo de contacto
Gráfi co 6.14 Processos encerrados relativos a comunicações / pedidos de
esclarecimento – por ramos
Gráfi co 6.15 Processos encerrados relativos a comunicações / pedidos de
esclarecimento – por assunto
Gráfi co 6.16 Pedidos de informação sobre acesso a dados de contratos de seguro de
vida, de acidentes pessoais e operações de capitalização (2013 – 2017)
Gráfi co 6.17 Resultados dos pedidos de informação sobre acesso a dados de contratos
de seguro de vida, de acidentes pessoais e operações de capitalização – 2017
Gráfi co 6.18 Resultados dos pedidos de informação sobre acesso a dados de contratos
de seguro de vida, de acidentes pessoais e operações de capitalização
(anual – 2016 e 2017)
Gráfi co 6.19 Evolução dos processos de colocação (por veículo) do seguro automóvel –
2013 a 2017
Índice de Quadros
51 3 Atividade de supervisão da conduta de mercado
Quadro 3.1 Número de ações de supervisão
Quadro 3.2 Origem das ações de supervisão off -site por áreas
Quadro 3.3 Origem das ações de supervisão off -site por matérias
Quadro 3.4 Ações de supervisão on-site por áreas
Quadro 3.5 Ações de supervisão on-site por matérias
Quadro 3.6 Distribuição de anúncios publicitários em função do tipo de anúncio e do
tipo de seguro / fundo de pensões
Quadro 3.7 Situações irregulares detetadas em função do tipo de anúncio e do tipo de
seguro / fundo de pensões
Quadro 3.8 Distribuição de anúncios e situações irregulares por tipo de anúncio e tipo
de produto / serviço
Quadro 3.9 Distribuição de situações irregulares por tipo de operador e por matéria
Quadro 3.10 Origem dos factos que conduziu a processo de supervisão
Quadro 3.11 Matérias analisadas nas ações de supervisão on-site credenciadas
Quadro 3.12 Matérias analisadas nas ações de supervisão on-site “cliente mistério”
Quadro 3.13 Nível de cumprimento de prazos de regularização de sinistros automóvel
Sinistros com danos exclusivamente materiais
Quadro 3.14 Nível de cumprimento de prazos de regularização de sinistros automóvel
Sinistros com danos exclusivamente corporais
Quadro 3.15 Nível de cumprimento de prazos de regularização de sinistros automóvel
Sinistros com danos materiais e corporais
Quadro 3.16 Evolução do número total de sinistros automóvel reportados e de
incumprimentos
Quadro 3.17 Evolução do número total de sinistros automóvel reportados e de
incumprimentos por tipologia de sinistro
Tempos Médios
91 4 Enforcement
Quadro 4.1 Instruções emitidas pela ASF
Quadro 4.2 N.º total de processos de contraordenação
Quadro 4.3 Sanções aplicadas por assunto e valor das coimas aplicadas
103 5 | Análise da evolução das reclamações
Quadro 5.1 Evolução das reclamações apresentadas à ASF no período 2013 a 2017
(processos iniciados)
Quadro 5.2 Distribuição das reclamações por ramos, em valores absolutos (processos
concluídos)
Quadro 5.3 Evolução do total de respostas favoráveis vs. total das reclamações
apreciadas
Quadro 5.4 Número de respostas favoráveis vs. total das reclamações apreciadas –
ramos Não Vida
Quadro 5.5 Número de reclamações apreciadas por motivo – ramos Não Vida
Quadro 5.6 Número de respostas favoráveis vs. total das reclamações apreciadas –
ramo Vida
Quadro 5.7 Número de reclamações apreciadas por motivo – ramo Vida
Quadro 5.8 Evolução do total de respostas favoráveis vs. total das reclamações
apreciadas pelo provedor do cliente
Quadro 5.9 Número de respostas favoráveis vs. total das reclamações apreciadas pelos
provedores do cliente - por motivo
Quadro 5.10 Número de respostas favoráveis vs. total das reclamações apreciadas pelos
provedores do cliente – ramos Não Vida
Quadro 5.11 Número de respostas favoráveis vs. total das reclamações apreciadas pelos
provedores do cliente – ramo Vida
127 6 Relacionamento com o consumidor de seguros e fundos de pensões
Quadro 6.1 Sítio da ASF na Internet – páginas visualizadas
Quadro 6.2 Processos encerrados relativos a comunicações / pedidos de
esclarecimento – por tipos de seguro
145 7 | Formação fi nanceira
Quadro 7.1 Programa do curso de formação de professores na Região Autónoma da
Madeira
Quadro 7.2 Prémios da 6.ª edição do Concurso Todos Contam
Quadro 7.3 Programa do curso de formação de formadores do Referencial de
Formação Financeira
Nota introdutória
Nota introdutória
Já por diversas vezes tenho referido – e escrito – que a estabilidade do atual modelo institucional da supervisão de seguros e fundos de pensões (o qual, com ligeiras mudanças, se mantém desde 1982) tem-se revelado uma mais-valia, tanto para as entidades supervisionadas, como para todos aqueles que beneficiam dos serviços por elas prestados.
Entre muitos outros ganhos e vantagens, um modelo orgânico estável e maturado tem permitido uma continuidade ao nível das práticas de supervisão e, por conseguinte, uma identidade patente nas diversas publicações que procuram ilustrar e refletir periodicamente essa atividade desenvolvida pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF)1, tais como o Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões ou o Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado, que agora se publica relativamente ao ano de 2017.
Estas publicações dão corpo a importantes competências e responsabilidades que os Estatutos da ASF conferem e que se prendem com o relacionamento com os consumidores, o investimento na literacia financeira e a divulgação pública de informação.
Serve esta breve introdução para realçar que o Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado, publicado pela primeira vez em 2009 (sobre as atividades desenvolvidas em 2008) e ainda sob a égide do Instituto de Seguros de Portugal (ISP), atinge este ano a sua décima edição, facto que não poderia deixar de ser notado. A elaboração e divulgação deste Relatório procurava em 2009, tal como pretende ainda hoje, acompanhar a crescente importância que é reconhecida à conduta de mercado no setor segurador e dos fundos de pensões, a nível nacional e internacional, autonomizando numa publicação autónoma uma vertente que já era parcialmente abordada nas demais publicações periódicas da ASF.
Seguindo inicialmente uma estrutura de quatro capítulos, a atual organização do Relatório estabilizou-se desde 2011, tendo-se afirmado como um meio essencial de análise e disponibilização de informação de referência às entidades supervisionadas, aos consumidores e a todos os interessados em geral, tanto de natureza quantitativa como qualitativa, concorrendo de forma determinante para as boas práticas de mercado.
O Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado tem sido, igualmente, um espaço privilegiado para a divulgação de importantes estudos no domínio da conduta de mercado. Desde logo, na edição inicial, relativa ao ano de 2008, foi publicada uma avaliação de impacto do regime jurídico da mediação de seguros, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de julho. Não deixa, por isso, de ser particularmente significativo que, do ponto de vista do enquadramento regulatório nacional, o ano de 2017, sobre o qual a presente publicação incide, tenha sido marcado pelos trabalhos da ASF relativos à preparação do anteprojeto de diploma de transposição da Diretiva sobre a distribuição de seguros para o ordenamento jurídico nacional, o qual irá revogar o Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de julho.
Ainda no âmbito dos estudos, o Relatório tem vindo a incluir, ao longo deste decénio, importantes ensaios de análise sobre os mais diversos temas com relevância para a conduta de
1 https://www.asf.com.pt/NR/exeres/C4381546-B3EC-4883-89EA-2C132B57241C.htm
mercado, entre outros, os referentes aos seguintes temas: (i) a supervisão prudencial e de conduta de mercado no contexto de uma visão integrada de riscos, (ii) o sistema de divulgação de informação sobre as comissões e rendibilidades de Planos de Poupança-Reforma (PPR) constituídos sob a forma de contrato de seguro de Vida não ligado a fundos de investimento ou (iii) as práticas de comunicação aos participantes e beneficiários em planos de pensões de contribuição definida.
Por outro lado, o Relatório tem igualmente acompanhado o desenvolvimento de novas áreas fundamentais na atividade de regulação e supervisão do setor segurador e dos fundos de pensões, como é o caso da monitorização e supervisão da publicidade, à qual se deu destaque, pela primeira vez, na publicação relativa ao ano de 2009, assim como da formação financeira, temática abordada a partir do relatório referente ao ano de 2010.
Por último, e em jeito de balanço, não queria deixar de realçar que este decénio de Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado correspondeu também a uma fase de profunda revisão do enquadramento jurídico nacional relativo ao setor segurador e dos fundos de pensões.
Assim, importa sublinhar que reporta a 2008 a aprovação do regime jurídico do contrato de seguro, pelo Decreto-Lei n.º 72/2008, de 16 de abril, que concretizou a primeira regulação sistematizada e consolidada de uma matéria que se encontrava dispersa por diversos diplomas legais.
Em 2009, o regime jurídico de acesso e exercício da atividade seguradora, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 94-B/98, de 17 de abril, foi alterado e republicado pelo Decreto-Lei n.º 2/2009, de 5 de janeiro. Este regime foi, por sua vez, revogado em 2015, pela Lei n.º 147/2015, de 9 de setembro, que aprovou o novo regime de acesso e exercício da atividade seguradora, o qual introduziu uma profunda alteração no quadro legal aplicável ao setor. Este diploma alterou e republicou, ainda, o regime jurídico da constituição e funcionamento dos fundos de pensões e respetivas entidades gestoras, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 12/2006, de 20 de janeiro. Este último regime encontra-se, aliás, neste momento em processo de revisão, como é anotado no presente relatório, no âmbito da transposição da Diretiva relativa às atividades e à supervisão das instituições de realização de planos de pensões profissionais (também conhecida por “IORP II”).
Em conclusão, a década de Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado que agora se cumpre correspondeu a uma época de profundas alterações do enquadramento jurídico-institucional aplicável à atividade seguradora e resseguradora, à mediação de seguros e aos fundos de pensões, acompanhada também pela revisão do enquadramento estatutário da autoridade de supervisão de seguros e de fundos de pensões e pela redenominação de ISP para ASF.
José Figueiredo Almaça Presidente
Sumário executivo
Sumário executivo
Dando continuidade à estrutura seguida em anos anteriores, o presente Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) vem descrever, de uma forma geral e ao longo de sete capítulos, a atividade da ASF no âmbito da supervisão comportamental. Esta vertente é também designada por “conduta de mercado”, na medida em que incide, principalmente, sobre o relacionamento entre operadores e credores específicos do setor segurador e dos fundos de pensões (tomadores de seguros, segurados, subscritores, participantes, beneficiários e terceiros lesados).
O capítulo 1, com o título “Atividade Regulatória”, identifica e descreve as principais iniciativas regulatórias, a nível nacional e internacional, desenvolvidas neste âmbito.
Assim, da perspetiva regulatória, destaca-se, no ano de 2017, o Decreto-Lei n.º 127/2017, de 9 de outubro, o qual veio alterar, ainda que pontualmente, tanto o regime jurídico de acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora, como o regime jurídico da constituição e funcionamento dos fundos de pensões e respetivas entidades gestoras.
Cumpre igualmente realçar, também no plano nacional, os trabalhos da ASF relativos à preparação do anteprojeto de diploma de transposição da Diretiva sobre a distribuição de seguros para o ordenamento jurídico interno. Por último, é de referir a Norma Regulamentar n.º 3/2017, de 18 de maio, que veio disciplinar o registo das pessoas que dirigem efetivamente aempresa, a fiscalizam ou são responsáveis por funções-chave e do atuário responsável,representando mais um aspeto significativo da implementação do regime Solvência II.
Do quadro regulatório internacional, salienta-se a publicação do Regulamento Delegado que complementa o Regulamento sobre os documentos de informação fundamental para pacotes de produtos de investimento de retalho e de produtos de investimento com base em seguros (PRIIP), bem como os Regulamentos Delegados que vêm complementar a Diretiva (UE) n.º 2016/97, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de janeiro de 2016, sobre adistribuição de seguros, (i) no que diz respeito aos requisitos de supervisão e governação deprodutos aplicáveis às empresas de seguros e aos distribuidores de seguros e (ii) sobre osrequisitos em matéria de informação e as normas de conduta aplicáveis à distribuição deprodutos de investimento com base em seguros.
Adicionalmente, importa enfatizar, tal como nos anos precedentes, a participação da ASF na atividade desenvolvida pela Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA – European Insurance and Occupational Pensions Authority) no domínio da proteção do consumidor, nomeadamente, através da participação no Comité de Proteção do Consumidor e Inovação Financeira (CCPFI - Committee on Consumer Protection and Financial Innovation).
Do capítulo 2 do presente Relatório, denominado “Entendimentos em matéria de conduta de mercado”, constam entendimentos formulados pela ASF que refletem pareceres que consolidam orientações e recomendações emitidas por esta autoridade, sobre diferentes temas referentes ao relacionamento entre operadores e tomadores de seguros, subscritores, segurados, participantes, beneficiários e terceiros lesados.
No capítulo 3, intitulado “Atividade de supervisão da conduta de mercado”, procede-se à análise das iniciativas promovidas pela ASF no âmbito das respetivas competências de supervisão da conduta de mercado, designadamente, a verificação do cumprimento, pelas entidades supervisionadas, das disposições legais e regulamentares aplicáveis, bem como das orientações e recomendações emitidas pela autoridade de supervisão.
A análise deste capítulo permite verificar o aumento de 34,9% do número de ações de supervisão em 2017, justificado sobretudo pela variação do número de ações off-site.
Relativamente às ações de supervisão off-site, estas incidiram, principalmente, na monitorização das publicações obrigatórias pelos operadores e na análise da informação reportada pelas empresas de seguros em sede de prevenção e repressão do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo. Por sua vez, as ações de supervisão on-site centraram-se na atividade de mediação de seguros, seguidas pela atividade referente aos seguros dos ramos Não Vida.
No que respeita à monitorização sistemática da publicidade, registou-se um acréscimo do número de anúncios monitorizados em 2017, quando comparado com o intervalo entre 2015 e 2016. Por outro lado, a maioria dos anúncios analisados reportou aos seguros dos ramos Não Vida. Quanto à monitorização da comercialização à distância, prosseguiu-se a implementação do sistema de monitorização da contratação online.
No capítulo 4, denominado “Enforcement”, é efetuada uma descrição geral da atuação da ASF a fim de assegurar o cumprimento do enquadramento jurídico em vigor por parte das empresas de seguros, dos mediadores de seguros e das sociedades gestoras de fundos de pensões. A este propósito, é de notar que, no exercício das respetivas competências e na sequência das ações de supervisão concretizadas, a ASF pode emitir recomendações e determinações específicas, decidir sobre a suspensão ou o cancelamento do registo dos mediadores de seguros ou proceder à instauração e instrução de processos de contraordenação, tendo em vista a eventual aplicação de sanções.
No capítulo em apreço, são ainda enunciadas as áreas e os ramos, os grupos de ramos ou as modalidades em relação aos quais foram emitidas mais recomendações e determinações específicas, bem como identificado o número de cancelamentos e suspensões de registos de mediadores em 2017, e, por fim, destacado o número de processos contraordenacionais instaurados nesse ano, assim como as matérias subjacentes aos mesmos.
Por seu turno, no capítulo 5 do presente Relatório, com o título “Análise da evolução das reclamações”, são divulgados os dados estatísticos relativos às reclamações recebidas e analisadas na ASF em 2017, bem como vários exemplos de reclamações e a correspondente apreciação.
Da informação apresentada, pode concluir-se que se registou um ligeiro decréscimo do número de reclamações recebidas, numa tendência que se tem vindo a manter desde 2013. Tal como nos anos anteriores, verificou-se um predomínio das reclamações apresentadas diretamente na ASF em relação às reclamações submetidas via Livro de reclamações.
No que concerne ao desfecho dos processos, no ano de 2017, o resultado da distribuição das reclamações com desfecho favorável versus desfavorável foi, respetivamente, cerca de 41% e de 59%, mantendo a tendência dos anos precedentes.
Por outro lado, acompanhando também a tendência dos anos anteriores, continua a observar-se um maior número de reclamações nos ramos Não Vida (cerca de 89%), com destaque para as tipologias “Seguro automóvel” e “Seguro de incêndio e outros danos”.
No capítulo 6, relativo ao “Relacionamento com o consumidor de seguros e fundos de pensões”, identificam-se os principais mecanismos e estruturas implementados pela ASF tendentes a facilitar o relacionamento com o público em geral e, em especial, com os consumidores de seguros e fundos de pensões.
Em matéria de relacionamento com o consumidor, o ano de 2017 foi marcado pelo lançamento pela ASF de uma aplicação gratuita para smartphone e tablet, através da qual se disponibiliza informação e serviços úteis no contexto da atividade seguradora, resseguradora, de fundos de pensões e da mediação de seguros em Portugal.
Por último, o capítulo 7 do presente Relatório, sobre “Formação financeira”, visa descrever as iniciativas prosseguidas pela ASF, quer autonomamente, quer integradas nas atividades do Plano Nacional de Formação Financeira.
22
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Executive summary
Following the structure adopted in the previous years, the present Market Conduct Regulation and Supervision Report from the Portuguese Insurance and Pension Funds Supervisory Authority - Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) - depicts, in general and over seven chapters, the activity of ASF within the framework of market conduct supervision. This strand is also referred to as “conduct of business” given that it mainly covers the relation between operators and the specific customers of the insurance and pension funds sector (policyholders, underwriters, insured persons, members, beneficiaries and third party injured).
Chapter 1, with the title “Regulatory Policy”, identifies and describes the main regulatory initiatives developed in this field, both at national and international level.
Thus, from a regulatory perspective, it shall be enhanced, in the year of 2017, the Decree-Law no. 127/2017, of October 9th, which amended specific points of the regime on the taking-up and pursuit of the business of insurance and reinsurance and of the regime on the setting up and action of pension funds and pension funds management entities.
Besides, at national level, it shall also be highlighted the work developed by ASF with regards to the drafting of the insurance distribution directive transposition project into the national legal framework. At last, it shall be mentioned the regulatory standard no. 3/2017, of May 18th, that rules the registration of the persons who effectively run the insurance undertaking, have supervisory functions or other key functions or the responsible actuary, which represents another significant development regarding the implementation of the Solvency II regime.
Within the context of the international regulatory framework, it shall be stressed the publication of the delegated regulation that complements the regulation on key information documents for packaged retail and insurance-based investment products (PRIIPs), as well as the delegated regulations that complement the Directive (EU) no. 2016/97 of the European Parliament and of the Council of 20 January 2016, on insurance distribution, (i) with regard to product oversight and governance requirements for insurance undertakings and insurance distributors, as well as, (ii) with regard to information requirements and conduct of business rules applicable to the distribution of insurance-based investment products.
Moreover, as in previous years, it shall be emphasized ASF’s participation within the activities developed by the European Insurance and Occupational Pensions Authority (EIOPA) in the field of consumer protection, namely through the participation in the Committee on Consumer Protection and Financial Innovation (CCPFI).
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Chapter 2 of the present Report, entitled “Understandings on conduct of business matters”, includes understandings issued by ASF that consolidate guidelines and recommendations issued by this Authority on different matters referring to the relation between supervised entities and policyholders, underwriters, insured persons, members, beneficiaries and third party injured.
Chapter 3, named “Conduct of Business Supervisory Activity”, focus on the actions promoted by ASF within the scope of its supervisory competencies in the field of conduct of business, namely in connection with the monitoring of compliance by the supervised entities with the legislation and regulation in force as well as with the implementation of recommendations or guidelines issued by ASF.
Through the analysis of this chapter it may be confirmed a 34.9% increase of the number of supervisory actions in 2017, which was primarily due to the variation of off-site supervisory actions.
Regarding off-site supervisory actions, these predominantly covered the monitoring of the mandatory publications by supervised entities and the analysis of the information reported by the insurance undertakings regarding the prevention and repression of money laundering and terrorism financing. On the other hand, with regards to the on-site supervisory actions, the main focus was insurance mediation activities, followed by non-life insurance products.
As far as the systematic monitoring of advertisement is concerned, it was registered an increase of the number of advertises analyzed in 2017 in comparison to the previous years (2015 and 2016). Furthermore, the majority of advertises examined relate to Non-Life insurance business. In the area of distance marketing monitoring, the implementation of the commerce monitoring system has been continued.
Chapter 4, on the topic of “Enforcement”, covers a general description of ASF activities with the aim to guarantee compliance by insurance undertakings, insurance intermediaries and pension funds managing companies with the legal framework in force. In this regard, it shall be noted that, within the scope of its competences and as a result of previous supervisory actions, ASF may issue recommendations and specific measures, decide on the suspension or cancellation of the intermediaries’ license or carry out administrative offence procedures that may lead to the application of sanctions.
This chapter also mentions the fields and classes, groups of classes or modalities in relation to which were issued more recommendations and specific measures, together with the numberof cancelations and suspensions of insurance intermediaries licenses in 2017, and the number of administrative offence procedures initiated in the same year and which matters the same focused on.
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Additionally, chapter 5 of the present Report on “Analysis of complaints’ evolution” contains a statistical analysis of the complaints received and examined by ASF in 2017, as well as several examples of such complaints and the respective analysis.
Based on the information presented in this chapter, one may conclude on a minor decrease on the number of complaints submitted, which reflects a trend that has been identified since 2013. As in previous years, it was verified the predominance of the submission of complaints that were filed directly with ASF together with a decrease of the use of the Complaints Book.
In relation to closed files, in the year of 2017, the result of the distribution of complaints with a positive outcome versus negative outcome was, respectively, of approximately 41% and 59%, maintaining the pattern of the preceding years.
In addition, also following a trend noted in previous years, the majority of the complaints concentrated on Non-Life Business (approximately, 89%), giving emphasis to “Motor Insurance” and “Fire and Other Damages”.
Chapter 6, regarding the “Relation with the insurance and pension funds consumer”, identifies the main mechanisms and structures implemented by ASF in order to facilitate the relation with the general public and, in particular, with the consumers of services rendered in the insurance and pension fund markets.
With respect to the relation with the consumer, in the year of 2017, attention shall be drawn to the launching by ASF of a free app for smartphones and tablets, through which information and useful services are made available in the context of the insurance, reinsurance, pension funds and insurance mediation activities in Portugal.
Finally, chapter 7 of the present Report, on “Financial Education”, intends to describe the actions developed by ASF on this subject, either at its own initiative or within the activities of the National Financial Education Plan.
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capítuloAtividade regulatória 1
1 | Atividade Regulatória
1.1 Considerações iniciais
Regular a atividade seguradora, resseguradora, de mediação de seguros e de fundos de pensões, bem como as atividades conexas ou complementares daquelas integra as atribuições da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), nos termos da alínea a) do n.º 1 do artigo 7.º dos respetivos Estatutos1.
Cabe ainda a esta autoridade, no plano nacional, exercer funções de apoio técnico e consulta à Assembleia da República e ao Governo, em matérias relativas ao setor segurador e dos fundos de pensões, cooperar ou associar-se com as outras autoridades nacionais de supervisão do setor financeiro – Banco de Portugal (BdP) e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), designadamente no âmbito do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF), bem como promover o desenvolvimento de conhecimentos técnicos e respetiva difusão e o reforço da literacia financeira no que se refere ao setor sob supervisão. Por sua vez, no plano internacional cabe à ASF participar no Sistema Europeu de Supervisão Financeira (SESF), integrando, designadamente, a Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA).
No desenvolvimento das respetivas atribuições no domínio regulatório, o Conselho de Administração da ASF dispõe de um conjunto de competências, designadamente:
a) Aprovar normas regulamentares, de cumprimento obrigatório pelas entidades sujeitas
à supervisão da ASF, respeitando o procedimento previsto no artigo 47.º dos respetivos
Estatutos;
b) Emitir circulares, recomendações e orientações genéricas;
c) Propor e homologar, nos termos legais aplicáveis, códigos de conduta e manuais de
boas práticas a aplicar pelas entidades sob supervisão,
d) Pronunciar-se, a pedido da Assembleia da República ou do Governo, sobre iniciativas
legislativas ou outras relativas à regulação do setor de atividade sob supervisão e
formular sugestões com vista à revisão do quadro legal e regulatório aplicável ao setor
de atividade sob supervisão.
Neste capítulo, são destacadas as principais iniciativas regulatórias no âmbito da “conduta de mercado”.
1 Aprovados pelo Decreto-Lei n.º 1/2015, de 6 de janeiro.
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1.2 Enquadramento nacional
1.2.1 Iniciativas legislativas nacionais
Alteração ao regime jurídico de acesso e exercício da atividade seguradora e ao regime jurídico de constituição e funcionamento dos fundos de pensões e das entidades gestoras de fundos de pensões
A Lei n.º 147/2015, de 9 de setembro, introduziu uma profunda alteração no enquadramento
jurídico aplicável ao setor supervisionado pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos
de Pensões, decorrendo da mesma, nomeadamente, a aprovação do novo regime jurídico de
acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora e a revisão do regime jurídico da
constituição e funcionamento dos fundos de pensões e respetivas entidades gestoras, previsto
no Decreto-Lei n.º 12/2006, de 20 de janeiro.
Da aplicação prática destes novos regimes decorreu a necessidade de alguns ajustamentos
pontuais tendentes a garantir a respetiva coerência interna, bem como abordar algumas
questões suscitadas pela prática de supervisão no domínio do regime dos fundos de pensões.
Desta forma, o Decreto-Lei n.º 127/2017, de 9 de outubro, veio alterar tanto o regime jurídico
de acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora, como o regime jurídico da
constituição e funcionamento dos fundos de pensões e respetivas entidades gestoras.
Em especial, e no que respeita à alteração ao Decreto-Lei n.º 12/2006, destaca-se a nova
redação dada ao n.º 7 do artigo 8.º, a qual procurou permitir uma maior flexibilização nas
condições em que as pensões podem ser pagas diretamente pelo fundo de pensões, no caso
de planos de contribuição definida, em alternativa à contratação de rendas vitalícias junto de
empresas de seguros, que se encontra prevista no n.º 6 da mesma disposição. Assim, as pensões
passam a poder ser pagas diretamente pelos fundos de pensões, nos planos de contribuição
definida, caso o beneficiário dê o seu acordo e até ao limite da capacidade financeira da sua
conta individual. Tal possibilidade também é conferida em caso de extinção do fundo de
pensões.
Combate ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo
A Lei n.º 25/2008, de 5 de junho, transpôs para a ordem jurídica portuguesa as Diretivas
n.º 2005/60/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 26 de outubro, e n.º 2006/70/CE, da
Comissão, de 1 de agosto, ambas relativas à prevenção da utilização do sistema financeiro e das
atividades e profissões especialmente designadas para efeitos de branqueamento de capitais e
de financiamento do terrorismo. Por outro lado, este diploma que estabeleceu as medidas de
natureza preventiva e repressiva de combate ao branqueamento de vantagens de proveniência
ilícita e ao financiamento do terrorismo, adaptou também o sistema nacional às
Recomendações do Grupo de Ação Financeira (GAFI) sobre o branqueamento de capitais e à
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Convenção do Conselho da Europa relativa ao branqueamento, detenção, apreensão e perda
dos produtos do crime e ao financiamento do terrorismo.
Em 2012, após a conclusão do terceiro ciclo de avaliações mútuas a que foram sujeitos os países
membros do GAFI, este organismo emitiu novos Padrões Internacionais de Combate ao
Branqueamento de Capitais e ao Financiamento do Terrorismo, procurando reforçar as
obrigações nas situações de risco mais elevado e permitir aos países reduzirem a intensidade
dessas obrigações em situações de risco manifestamente baixo. Em 2015 as Diretivas
n.º 2005/60/CE e n.º 2006/70/CE foram revogadas pela Diretiva (UE) n.º 2015/849 do Parlamento
Europeu e do Conselho, de 20 de maio de 2015, relativa à prevenção da utilização do sistema
financeiro e das atividades e profissões especialmente designadas para efeitos de
branqueamento de capitais e de financiamento do terrorismo. Estas alterações, bem como a
evolução do fenómeno do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo,
tornaram necessária a alteração da legislação nacional aplicável em matéria de combate ao
branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
Assim, a Lei n.º 83/2017, de 18 de agosto (que entrou em vigor no dia 17 de setembro de
2017), veio transpor parcialmente as Diretivas n.º 2015/849/UE, do Parlamento Europeu e do
Conselho, de 20 de maio, e n.º 2016/2258/UE, do Conselho, de 6 de dezembro, altera o Código
Penal e o Código da Propriedade Industrial e revoga a Lei n.º 25/2008, de 5 de junho, e o
Decreto-Lei n.º 125/2008, de 21 de julho.
No domínio específico da supervisão financeira, para além do alargamento do leque de
entidades financeiras abrangidas, cumpre destacar a previsão de um capítulo específico relativa
aos deveres específicos das entidades financeiras, onde se realça, no âmbito das atividades
supervisionadas pela ASF, o dever específico de identificação e diligência no caso dos contratos
de seguro de vida. Neste sentido, e em complemento dos demais procedimentos normais de
identificação e diligência previstos na presente lei, as entidades financeiras, relativamente aos
beneficiários de contratos de seguros do ramo Vida, logo que estes sejam identificados ou
designados, recolhem o nome ou a denominação dos beneficiários, quando expressamente
identificados como pessoas singulares ou coletivas ou como centros de interesses coletivos
sem personalidade jurídica. Quando os beneficiários forem designados por características,
categorias ou outros meios, as entidades devem obter informações suficientes sobre estes, de
modo a garantir as condições necessárias ao estabelecimento da sua identidade no momento
do pagamento do benefício. A verificação da identidade dos beneficiários que se enquadrem
nestas situações previstas deve ser efetuada até ao momento do pagamento do benefício.
Cumpre também destacar, no capítulo relativo às autoridades competentes, as disposições
específicas para as autoridades de supervisão do setor financeiro, nomeadamente, a que
estabelece a competência exclusiva da ASF em matéria de supervisão do branqueamento de
capitais e financiamento do terrorismo relativamente às entidades financeiras sob sua
supervisão. A ASF dispõe também de poderes de regulação neste âmbito, destinados a
assegurar que as obrigações previstas na Lei n.º 83/2017 são cumpridas com a extensão
adequada aos riscos de branqueamento de capitais e de financiamento do terrorismo
existentes no setor segurador e dos fundos de pensões.
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Ainda no domínio das autoridades competentes, a Lei n.º 83/2017 veio também dar um relevo
substancial à troca de informação e à cooperação nacional e internacional no combate ao
branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
Por outro lado, este diploma veio introduzir um conceito de branqueamento que não se esgota
no conceito jurídico-penal, consagrado no artigo 368.º-A do Código Penal Português (alterado
também pela Lei n.º 83/2017), mas inclui outros dois vetores correspondentes, por um lado, à
aquisição, detenção ou a utilização de bens, com conhecimento, no momento da receção, que
provêm de uma atividade criminosa ou da participação numa atividade dessa natureza e, por
outro, à participação e à associação em qualquer um dos atos, à tentativa e à cumplicidade na
sua prática, à facilitação da sua execução ou ao aconselhamento da sua prática. Também o
conceito de pessoa politicamente exposta foi particularmente alargado face ao que se
encontrava previsto no anterior regime.
Outro dos conceitos operativos fundamentais deste regime é o de beneficiário efetivo.
Relativamente a este conceito, a Lei n.º 83/2017 prevê a criação, em legislação específica, de um
registo central do beneficiário efetivo. Este registo central foi, assim, criado pela
Lei n.º 89/2017, de 21 de agosto, que transpõe para a ordem jurídica portuguesa o capítulo III
da Diretiva (UE) n.º 2015/849 e aprova o Regime Jurídico do Registo Central do Beneficiário
Efetivo.
O Registo Central de Beneficiário Efetivo é constituído por uma base de dados, com informação
suficiente, exata e atual sobre a pessoa ou as pessoas singulares que, ainda que de forma
indireta ou através de terceiro, detêm a propriedade ou o controlo efetivo das entidades a ele
sujeitas, gerido pelo Instituto dos Registos e do Notariado, I. P.
Medidas Restritivas Aprovadas pela Organização das Nações Unidas e pela União Europeia
A Lei n.º 11/2002, de 16 de fevereiro, veio definir o regime penal do incumprimento das sanções
financeiras ou comerciais impostas por resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas
ou regulamento da União Europeia. Este diploma, adotado num contexto específico relativo ao
domínio da paz e da segurança internacional, marcado pelos atentados de 11 de setembro nos
Estados Unidos da América, encontrava-se desatualizado quer face aos múltiplos contextos em
que as medidas restritivas têm proliferado desde então, quer face ao aumento dos regimes
restritivos e dos destinatários destas medidas restritivas. Estes aspetos recomendavam,
igualmente, a criação de mecanismos de garantia de uma adequada cooperação entre as
entidades nacionais competentes em matéria de aplicação de medidas restritivas.
Neste sentido, a Lei n.º 97/2017, de 23 de agosto, veio dotar o ordenamento jurídico
português de um regime para a aplicação e a execução de medidas restritivas aprovadas pela
Organização das Nações Unidas ou pela União Europeia, bem como rever o regime
sancionatório aplicável à violação destas medidas, revogando a Lei n.º 11/2002.
Relativamente à execução de medidas restritivas, este diploma determina que as atribuições de
autoridades nacionais competentes em matéria de medidas restritivas são exercidas
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conjuntamente pela Direção-Geral de Política Externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros e
pelo Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais do Ministério das
Finanças.
No domínio das atribuições da ASF, cumpre destacar que, com este regime, as entidades com
competências legais de supervisão ou fiscalização, em matéria de prevenção do
branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo, verificam se as entidades sujeitas
à sua supervisão ou fiscalização adotam os meios e mecanismos adequados para cumprir as
medidas restritivas aprovadas pela Organização das Nações Unidas ou pela União Europeia,
incluindo as especificidades e os deveres previstos na Lei n.º 97/2017, de 23 de agosto.
Anteprojeto de transposição da Diretiva sobre a distribuição de seguros
Em 2 de fevereiro de 2016 foi publicada a Diretiva sobre a distribuição de seguros2, sendo
previsto um prazo de transposição de dois anos, até 23 de fevereiro de 2018, prazo
posteriormente estendido até 1 de julho de 20183 .
A transposição desta diretiva para o ordenamento jurídico nacional determina a revisão do
regime jurídico de acesso e exercício da atividade de mediação de seguros, constante do
Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de julho, e que transpôs para a ordem jurídica nacional a
Diretiva n.º 2002/92/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 9 de dezembro, relativa à
mediação de seguros.
Durante o ano de 2017 prosseguiram os trabalhos da ASF inerentes à preparação do
anteprojeto de diploma de transposição da Diretiva sobre a distribuição de seguros para o
ordenamento jurídico nacional, o qual foi entregue ao Ministério das Finanças.
Trabalhos de transposição da Diretiva relativa às atividades e à supervisão das instituições de realização de planos de pensões profissionais
A Diretiva relativa às atividades e à supervisão das instituições de realização de planos de
pensões profissionais (IRPPP)4 foi publicada a 23 de dezembro de 2016, encontrando-se previsto
o prazo de transposição de 13 de janeiro de 2019. Esta diretiva procede à reformulação da
Diretiva n.º 2003/41/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 3 de junho de 2003, relativa
às atividades e à supervisão das instituições de realização de planos de pensões profissionais.
Durante o ano de 2017 prosseguiram os trabalhos da ASF inerentes à preparação do
anteprojeto de diploma de transposição desta Diretiva.
2 Diretiva (UE) n.º 2016/97, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de janeiro (JO, L, 26, de 2.2.2016, pág. 19 e ss).
3 Cf. Diretiva (UE) 2018/411, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de março de 2018 (JO, L, 76, de 19.3.2018, pág. 28 e ss).
4 Diretiva (UE) 2016/2341, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 14 de dezembro de 2016 (JO, L, 354, de 23.12.2016, pág. 37 e ss).
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1.2.2 Regulamentação pela ASF
1.2.2.1 Normas Regulamentares
Registo das pessoas que dirigem efetivamente a empresa, a fiscalizam ou são responsáveis por funções-chave e do atuário responsável
A Norma Regulamentar n.º 3/2017, de 18 de maio, veio estabelecer os procedimentos de
registo, junto da ASF, das pessoas que dirigem efetivamente, fiscalizam ou são responsáveis por
funções-chave e do atuário responsável das empresas de seguros ou de resseguros com sede
em Portugal, das sucursais de uma empresa de seguros ou de resseguros de um país terceiro
que exerçam atividade em território português, das empresas participantes que integrem um
grupo segurador ou ressegurador relativamente ao qual a ASF detém a qualidade de supervisor
do grupo e das sociedades gestoras de fundos de pensões.
No que respeita ao processo de registo inicial, a norma determina os elementos que devem
acompanhar, previamente à respetiva designação, a solicitação de registo, a efetuar mediante
requerimento da entidade ou do interessado. Merece, a este propósito, especial destaque o
questionário sobre a adequação das pessoas que dirigem efetivamente, fiscalizam ou são
responsáveis por funções-chave e do atuário responsável, cujo modelo consta do anexo I e se
encontra também disponível no sítio da ASF na Internet5.
Cumpre também destacar o relatório de avaliação da pessoa sujeita a registo a que se referem
os n.os 7 e 9 do artigo 66.º do RJASR e a apreciação coletiva do órgão colegial relativa à respetiva
composição a que se refere o n.º 4 do artigo 65.º do RJASR, que devem igualmente acompanhar
a solicitação de registo. Para a apreciação coletiva do órgão colegial relativa à respetiva
composição deve ser utilizado pelas empresas de seguros ou de resseguros, na ausência de
modelo próprio, o modelo constante do anexo II também disponibilizado no sítio da ASF na
Internet, o qual compreende um conjunto de requisitos mínimos de avaliação coletiva dos
membros de órgãos colegiais relativos à qualificação profissional e à disponibilidade.
Relativamente às vicissitudes do registo, este normativo prevê igualmente um conjunto de
situações que acarretam alterações ao registo inicial e que, nessa medida, determinam a
necessidade de envio de informação atualizada à ASF sobre a adequação das pessoas sujeitas a
registo.
Assim, através da presente norma regulamentar, operacionalizam-se os prazos e os
procedimentos a cumprir, designadamente no que respeita à informação, de entre a
documentação prevista que deve acompanhar a solicitação de registo inicial, que deve ser
novamente enviada à ASF relativamente a adequação da pessoa sujeita a registo em causa,
5 Disponível na seguinte hiperligação: http://www.asf.com.pt/NR/exeres/15BE45E1-9018-447D-8EC6-CEDE2BC21646.htm
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a) Em caso de recondução, a averbar ao registo nos termos do n.º 4 do artigo 43.º do
RJASR;
b) Sempre que se verifiquem alterações aos factos constantes do questionário, nos
termos do artigo 45.º do RJASR; ou
c) Em caso de acumulação de cargos ou funções dos órgãos de administração ou
fiscalização, nos termos do artigo 69.º do RJASR.
Por último, a Norma Regulamentar n.º 3/20017, de 18 de maio, determina um prazo de validade
de cinco anos para a informação constante do questionário, a contar da data da respetiva
apresentação, devendo a entidade ou os interessados renová-lo junto da ASF antes desse
termo.
Alteração à apólice uniforme do seguro de colheitas de frutas e produtos hortícolas para a Região Autónoma da Madeira
A Portaria n.º 261/2017, de 31 de julho, do Secretário Regional de Agricultura e Pescas, veio
alterar a Portaria n.º 399/2016, de 23 de setembro, do Secretário Regional das Finanças e da
Administração Pública e do Secretário Regional de Agricultura e Pescas, que estabelece, para a
Região Autónoma da Madeira, o regime do seguro de colheitas de frutas e produtos hortícolas
no âmbito dos fundos agrícolas europeus, integrado no Sistema de Seguros Agrícolas, aprovado
pelo Decreto-Lei n.º 162/2015, de 14 de agosto. Com a publicação dessa Portaria tornou-se
necessário proceder a ajustamentos pontuais à apólice uniforme do seguro de colheitas de
frutas e produtos hortícolas para a Região Autónoma da Madeira, aprovada pela Norma
Regulamentar nº 12/2016-R, de 17 de novembro, decorrentes das alterações introduzidas.
Assim, a ASF, nos termos do disposto no artigo 7.º da Portaria n.º 399/2016, de 23 setembro,
conjugado com a alínea a) do n.º 3 do artigo 16.º dos seus Estatutos, emitiu a Norma Regulamentar n.º 6/2017-R, de 4 de outubro. Este normativo veio, entre outros aspetos,
acrescentar aos riscos cobertos o de granizo e o de incêndio, alargando a cobertura prevista na
apólice uniforme.
1.2.2.2 Consultas públicas
Ao abrigo dos respetivos Estatutos, aprovados em anexo ao Decreto-Lei n.º 1/2015, de 6 de janeiro, a ASF deve promover um processo de consulta pública antes da aprovação e publicação das suas normas regulamentares.
Durante o ano de 2017 foram divulgadas 10 consultas públicas, das quais se destaca, em matéria com relevância de uma perspetiva de conduta de mercado, a consulta pública n.º 4/2017, relativa ao projeto de norma regulamentar que estabelece os princípios gerais a cumprir pelos mediadores de seguros na instituição de um sistema de gestão de reclamações.
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1.2.2.3 Cartas-circulares
A ASF divulgou, no ano em análise e junto das entidades supervisionadas duas cartas-circulares, as quais incidiram sobre a temática do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
1.2.3 Conselho Nacional de Supervisores Financeiros
A ASF integra, com o Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, o
Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF), regulado pelo Decreto-Lei n.º 228/2000,
de 23 de setembro, com as alterações introduzidas pelos Decretos-Leis n.º 211-A/2008, de 3 de
novembro e n.º 143/2013, de 18 de outubro e pela Lei n.º 118/2015, de 31 de agosto.
Entre os trabalhos desenvolvidos pelo CNSF em 2017 no âmbito de processos legislativos de
interesse transversal aos membros do CNSF6, ressalta no domínio da conduta de mercado do
setor segurador o referente à transposição da Diretiva n.º 2014/65/UE, do Parlamento Europeu e
do Conselho, de 15 de maio de 2014, relativa aos mercados de instrumentos financeiros (DMIF
II), que altera as Diretivas 2002/92/CE e 2011/61/UE, e implementação do Regulamento (UE)
n.º 600/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 15 de maio de 2014, relativo aos
mercados de instrumentos financeiros, que altera o Regulamento (UE) n.º 648/2012.
Por outro lado, cumpre destacar ainda a continuação dos trabalhos relativos à
operacionalização do Regulamento (UE) n.º 1286/2014, do Parlamento Europeu e do Conselho,
de 26 de novembro de 2014, sobre os documentos de informação fundamental para pacotes
de produtos de investimento de retalho e de produtos de investimento com base em seguros
(PRIIPs).
Por último, importa realçar os trabalhos desenvolvidos no âmbito da implementação do
Regulamento (UE) n.º 2016/679 do Parlamento Europeu e do Conselho, de 27 de abril de 2016,
que revoga a Diretiva 95/46/CE (Regulamento Geral sobre a Proteção de dados) relativo à
proteção das pessoas singulares no que diz respeito ao tratamento de dados pessoais e à livre
circulação desses dados, nomeadamente na análise das questões que este Regulamento coloca
às autoridades de supervisão.
1.3 Enquadramento internacional
Durante o ano de 2017, a ASF acompanhou, na medida dos seus recursos, os projetos regulatórios com impacto no setor segurador e dos fundos de pensões desenvolvidos internacionalmente, entre os quais se destacam as seguintes iniciativas.
6 O relatório de atividade do CNSF relativo ao ano de 2017 encontra-se disponível em
http://www.asf.com.pt/NR/rdonlyres/B0695AF9-EDEB-42E4-99BB-0140F6F1777A/0/CNSFRelatóriodeAtividades2017.pdf
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1.3.1 Iniciativas regulatórias no plano da União Europeia
Produtos de investimento de retalho e de produtos de investimento com base em seguros
A 12 de abril de 2017 foi publicado o Regulamento Delegado (UE) n.º 2017/653, da Comissão, de 8 de março de 20177, que complementa o Regulamento (UE) n.º 1286/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho sobre os documentos de informação fundamental para pacotes de produtos de investimento de retalho e de produtos de investimento com base em seguros (PRIIP), estabelecendo normas técnicas de regulamentação no que diz respeito à apresentação, ao conteúdo, ao reexame e à revisão dos documentos de informação fundamental, bem como às condições para o cumprimento do requisito de fornecer esses documentos.
Através deste diploma é aprovado o modelo comum de apresentação do documento de informação fundamental, sendo também concretizado determinado tipo de informação exigido para o preenchimento, designadamente, a previsão expressa da obrigação de incluir o número internacional de identificação de títulos ou o identificador único de produto do PRIIP para facilitar aos investidores não profissionais a consulta de informações complementares sobre o produto, bem como a necessidade de a informação sobre os riscos ser apresentada de forma agregada e em termos numéricos, sob a forma de um indicador sumário de risco acompanhado de explicações descritivas suficientes. Adicionalmente, prevê-se também a obrigação de incluir uma advertência específica sempre que exista o risco de a liquidez de um PRIIP variar em função de cenários específicos.
Finalmente, são ainda estabelecidos procedimentos referentes ao reexame e à revisão dos documentos de informação fundamental.
Ainda no âmbito desta matéria, a 7 de julho de 2017 foram publicadas, pela Comissão, as Orientações relativas à aplicação do Regulamento (UE) n.º 1286/2014 do Parlamento Europeu e do Conselho sobre os documentos de informação fundamental para pacotes de produtos de investimento de retalho e de produtos de investimento com base em seguros (PRIIPs)8 mediante as quais se pretende atenuar as possíveis divergências de interpretação em toda a União Europeia em relação àquele diploma.
Produto de pensões pan-europeu (pan-european pension product)
A 29 de junho de 2017, a Comissão Europeia publicou a sua proposta para a adoção do regime aplicável a um Produto Individual de Reforma Pan-Europeu (pan-european personal pension product)9. 7 Documento disponível em https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:32017R0653&from=PT
8 Documento disponível em https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:52017XC0707(02)&from=PT
9 Documento disponível em https://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:52017PC0343&from=EN
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Nos termos desta proposta, pretende-se fomentar o funcionamento do mercado interno para os produtos individuais de reforma, visando-se contrariar, com esta iniciativa, o elevado grau de fragmentação entre os mercados nacionais e o grau limitado de portabilidade dos produtos individuais de reforma.
Assim, nos termos desta proposta os novos produtos de pensões terão benefícios para os aforradores do mercado interno, designadamente o facto de serem comercializados com as mesmas características em todo o território da União Europeia e apresentarem a possibilidade de distribuição por um conjunto alargado de prestadores - o que favorece o mercado em termos concorrenciais, a previsão de um sistema complementar voluntário em paralelo aos regimes nacionais – o que não impondo a harmonização de regimes fomenta o mercado único, e a portabilidade deste produto em toda a União Europeia.
Adicionalmente, pretende-se que o regime a aplicar a estes produtos incentive a concessão de incentivos fiscais aos detentores dos mesmos, a determinar por cada Estado membro.
Diretiva relativa à distribuição de seguros
- Documento de informação sobre produtos de seguros
A 12 de agosto de 2017 foi publicado o Regulamento de Execução (UE) n.º 2017/1469, da Comissão, de 11 de agosto de 201710, que estabelece um formato de apresentação normalizado para o documento de informação sobre produtos de seguros, o qual deve ser elaborado pelos produtores de produtos de seguro não vida e disponibilizado aos clientes antes da venda dos referidos produtos.
O projeto de norma técnica de execução proposto pela EIOPA foi submetido à Comissão Europeia a 7 de fevereiro de 2017, e o seu conteúdo foi divulgado no sítio da EIOPA na Internet11.
Atos delegados adotados pela Comissão Europeia
A 20 de dezembro de 2017 foi publicado o Regulamento Delegado (UE) n.º 2017/2358, da Comissão, de 21 de setembro de 2017, que complementa a Diretiva (UE) n.º 2016/97, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de janeiro de 2016, sobre a distribuição de seguros, no que diz respeito aos requisitos de supervisão e governação de produtos aplicáveis às empresas de seguros e aos distribuidores de seguros12.
10 Documento disponível em
http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:32017R1469&from=PT
11 Documento disponível em https://eiopa.europa.eu/Publications/Technical%20Standards/Draft%20Implementing%20Technical%20Standards%20on%20the%20Insurance%20Product%20Information%20Document.pdf
12 Documento disponível em http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:32017R2358&from=PT
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O presente regulamento delegado estabelece as regras aplicáveis em matéria de aprovação, revisão e implementação das políticas de conceção e aprovação de produtos de seguros antes de os mesmos serem colocados no mercado ou distribuídos aos clientes, bem como as regras aplicáveis em matéria de políticas de distribuição. O disposto neste regulamento delegado é aplicável a empresas de seguros e mediadores de seguros que elaboram produtos de seguros para efeitos de venda aos clientes - concretizando o conceito de elaboração de produtos de seguros, bem como aos distribuidores de seguros que propõem ou recomendam produtos de seguros que não são por eles produzidos.
No mesmo dia foi também publicado o Regulamento Delegado (UE) n.º 2017/2359, da Comissão, de 21 de setembro de 2017, que complementa a Diretiva (UE) n.º 2016/97, do Parlamento Europeu e do Conselho, no que diz respeito aos requisitos em matéria de informação e às normas de conduta aplicáveis à distribuição de produtos de investimento com base em seguros13.
Este regulamento delegado concretiza o conceito e a tipologia de conflitos de interesses, os critérios para identificar conflitos suscetíveis de prejudicar os clientes do setor segurador, bem como as possíveis ações a adotar para identificar, prevenir e gerir conflitos de interesses e prestar informação sobre os mesmos.
É também consagrada a definição de incentivo como “qualquer remuneração, comissão ou qualquer benefício não pecuniário fornecido ou recebido por um mediador ou empresa relacionado com a distribuição de um produto de investimento com base em seguros, ou fornecido ou recebido por qualquer terceiro distinto do cliente que participe na operação em causa ou qualquer pessoa que atue em nome desse cliente”, sendo indicados quais os elementos suscetíveis de identificar os casos concretos em que os incentivos de vendas podem dar origem a situações lesivas dos interesses dos clientes. Adicionalmente, são elencadas boas práticas que podem mitigar o risco de se verificarem situações lesivas com origem nestes incentivos.
O regulamento delegado inclui ainda a indicação da informação a obter pelos distribuidores de produtos de investimento com base em seguros por forma a apreciar a adequação ou o caráter apropriado do mesmo em relação ao cliente específico, os critérios a observar por forma a qualificar um produto como não complexo, a obrigatoriedade de manter registos em relação às avaliações desenvolvidas nesta matéria e o conteúdo dos relatórios a enviar aos clientes, nos casos particulares em que o mesmo é exigido.
Os regulamentos delegados mencionados foram adotados pela Comissão no seguimento do envio pela EIOPA, a 1 de fevereiro de 2017, do respetivo Aconselhamento Técnico referente a estas matérias14, cujo conteúdo foi divulgado no sítio da EIOPA na Internet15. 13 Documento disponível em
http://eur-lex.europa.eu/legal-content/PT/TXT/PDF/?uri=CELEX:32017R2359&from=PT
14 Documento disponível em http://eiopa.europa.eu/Publications/Press%20Releases/2016-07-04%20Consultation%20on%20IDD.pdf.
15 Documento disponível em https://eiopa.europa.eu/Publications/Consultations/EIOPA%20Technical%20Advice%20on%20the%20IDD.pdf
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1.3.2 Outras iniciativas
Parecer da Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (EIOPA) sobre a continuidade do serviço de seguros à luz da saída do Reino Unido da União Europeia
A 21 de dezembro de 2017 foi publicado o parecer da EIOPA sobre a continuidade do serviço de seguros à luz da saída do Reino Unido da União Europeia16. Um dos efeitos da saída do Reino Unido da União Europeia (“Brexit”) é a saída deste Estado membro do mercado único e, em particular ao nível do setor segurador, a impossibilidade de as empresas de seguros com sede no Reino Unido exercerem a sua atividade noutros países da União Europeia ao abrigo da liberdade de estabelecimento ou da liberdade de prestação de serviços. Da mesma forma, as empresas de seguros com sede na União Europeia perdem o direito de exercer a respetiva atividade ao abrigo daquelas liberdades no território do Reino Unido.
Face ao exposto, o parecer da EIOPA foi emitido com o objetivo de sublinhar a importância de as empresas de seguros que exercem atividade transfronteiras e em que o Estado membro de origem ou de acolhimento é o Reino Unido, adotarem atempadamente as medidas adequadas para assegurar a continuidade do serviço prestado aos respetivos clientes, designadamente planos de contingência para a eventualidade de não ser celebrado um acordo político na data oficial do Brexit, por forma a garantir que os clientes não são expostos a incertezas desnecessárias no que se refere à situação dos seus contratos.
Comité de Proteção do Consumidor e Inovação Financeira (CCPFI) da EIOPA
No âmbito das atribuições e competências cometidas à EIOPA no quadro da tutela do consumidor e da monitorização de atividades financeiras, os projetos desta natureza têm vindo a ser desenvolvidos pelo Comité de Proteção do Consumidor e Inovação Financeira (Committee on Consumer Protection and Financial Innovation, CCPFI17).
Em 2017, a ASF manteve a participação no âmbito das iniciativas da Autoridade Europeia dos Seguros e Pensões Complementares de Reforma (“EIOPA”), as quais têm um impacto significativo na atividade da ASF no âmbito da conduta de mercado, destacando-se as que a seguir se elencam.
16 Documento disponível em
https://eiopa.europa.eu/Publications/Opinions/2017-12-21%20EIOPA-BoS-17-389_Opinion_on_service_continuity.pdf
17 Grupo de trabalho que se ocupa genericamente de questões do foro da proteção do consumidor e da inovação financeira no contexto organizacional da EIOPA.
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Orientações relativas aos produtos de investimento com base em seguros que incorporem uma estrutura que torne difícil ao cliente compreender o risco envolvido
Ao abrigo da Diretiva (UE) n.º 2016/97, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 20 de janeiro de 2016, sobre a distribuição de seguros, exige-se em regra, como fase da venda de um produto de investimento com base em seguros, uma avaliação pelo mediador ou pela empresa de seguros da adequação deste produto ao cliente. Não obstante, esta diretiva prevê que os Estados membros possam prever exceções à obrigação de avaliar a adequação de um produto de investimento com base em seguros caso estejam reunidas diversas condições, designando-se frequentemente este tipo de venda como uma “venda numa base de mera execução”, visto que a transação é simplesmente executada, sem qualquer aconselhamento ou avaliação da situação pessoal do cliente.
Uma das condições especificadas na Diretiva sobre a distribuição de seguros para determinar se um produto de investimento com base em seguros pode ser distribuído através da venda numa base de mera execução é a complexidade do referido produto. Esta avaliação baseia-se na natureza dos instrumentos financeiros cuja exposição do investimento decorre de um produto de investimento baseado em seguros, bem como na estrutura do contrato de seguros com o cliente.
É importante garantir que apenas possam ser vendidos através de uma venda numa base de mera execução os produtos de investimento com base em seguros cujos riscos possam ser facilmente compreendidos pelo cliente.
Nestes termos, a EIOPA publicou, a 11 de outubro de 2017, orientações relativas aos produtos de investimento com base em seguros que incorporem uma estrutura que torne difícil ao cliente compreender o risco envolvido18, com o objetivo principal de identificação de estruturas ou características contratuais que possam dificultar ao cliente a compreensão dos riscos subjacentes a um produto de investimento com base em seguros. No entanto, dizem igualmente respeito a uma série de outras questões relevantes para a avaliação da complexidade dos produtos de investimento com base em seguros.
Parecer referente a incentivos monetários e remuneração entre gestores de ativos e empresas de seguros
Em dezembro de 2017, a EIOPA emitiu o respetivo parecer referente a incentivos monetários e remuneração entre gestores de ativos e empresas de seguros, no âmbito do qual se analisam os potenciais riscos para os clientes do setor segurador decorrentes das práticas de gestão dos ativos subjacentes a contratos de seguro ligados a fundos de investimento, nomeadamente a existência de conflitos de interesses entre o gestor de ativos e a empresa de seguros que possam originar resultados de investimento negativos ou menos positivos para os tomadores dos seguros.
18 Documento disponível em
https://eiopa.europa.eu/Publications/Guidelines/EIOPA-17-651_IDD_guidelines_execution_only_final_PT.pdf
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Tendo em conta os riscos identificados, são referidos os princípios existentes na legislação europeia que servem de parâmetros reguladores para que se evitem os conflitos de interesse e distorções para o cliente. Neste Parecer é estabelecido um prazo de seis meses após a data de produção de efeitos da Diretiva de Distribuição de Seguros ou dos respetivos atos delegados, consoante o que ocorrer em último lugar, para as autoridades nacionais reportarem à EIOPA ações que tenham adotado para atingir os objetivos mencionados.
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
A ASF continuou a acompanhar os trabalhos do Insurance and Private Pensions Committee (IPPC) com destaque para as matérias de coberturas de seguros para os riscos cibernéticos, investimentos de longo-prazo e financiamento do risco de catástrofes. Saliente-se a publicação de um relatório sobre tecnologia e inovação no setor segurador, no âmbito de um projeto mais alargado relativo aos desenvolvimentos na área do FinTech, bem como de um projeto horizontal da OCDE sobre Seizing the Benefits of Digitalisation for Growth and Well-Being. Por outro lado, foram concluídos os trabalhos de revisão das Orientações relativas à governação das empresas de seguros (OECD Guidelines on Insurer Governance), tendo sido publicada uma nova versão das mesmas.
No contexto do Grupo de Trabalho sobre Pensões Privadas (WPPP), são de realçar os desenvolvimentos relativos aos temas de desenho dos sistemas privados de pensões, dos incentivos financeiros para a poupança complementar de reforma, da gestão de riscos e dos custos e comissões.
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capítuloEntendimentos em matéria
de conduta de mercado 2
2 | Entendimentos em matéria de conduta de mercado
2.1 Considerações iniciais
Emitir entendimentos sobre o quadro legal e regulamentar em vigor faz parte das atribuições da ASF. Assim, e na sequência dos anos anteriores, procede-se, neste capítulo, à divulgação de entendimentos formulados pela ASF em matéria de conduta de mercado, durante o ano de 2017.
Com a emissão destes entendimentos, a ASF procura assegurar uma aplicação convergente do enquadramento legal e regulamentar vigente por parte das entidades supervisionadas.
2.2 Entendimentos
Apreciação prévia pela ASF das condições contratuais de seguro obrigatório (seguro dos bens locados)
Nos termos do n.º 2 do artigo 39.º do regime jurídico de acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora (RJASR), aprovado pela Lei n.º 147/2015, de 9 de setembro, as empresas de seguros que pretendam explorar seguros obrigatórios devem comunicar à ASF as condições gerais e especiais da apólice bem como as respetivas alterações, antes do início da sua comercialização, ou no prazo máximo de um mês a contar dessa data, da produção de efeitos da alteração ou da superveniência de alterações legais ou regulamentares com efeito nos contratos vigentes.
Contudo, nem todos os seguros obrigatórios estão sujeitos este regime, mas apenas os que cumpram os requisitos legais previstos.
A obrigação legal de segurar os bens locados decorre da alínea j) do n.º 1 do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 149/95, de 24 de junho, diploma que regula o Regime Jurídico do Contrato de Locação Financeira (RJCLF), cujas últimas alterações foram introduzidas pelo Decreto-Lei n.º 30/2008, de 25 de fevereiro.
De acordo com a referida alínea j), o locatário está obrigado a “efetuar o seguro do bem locado, contra o risco da sua perda ou deterioração e dos danos por ela provocados”, sendo aquele, em princípio, o responsável pelo pagamento das despesas inerentes à celebração do seguro, como acrescenta o artigo 14.º do RJCLF. Contudo, o legislador não estabeleceu um capital mínimo para o contrato de seguro, nem tão-pouco delimitou as condições mínimas a que o seguro deverá estar sujeito.
Nos termos do n.º 5 do artigo 39.º do RJASR, a obrigação de as empresas de seguros procederem ao envio das condições gerais e especiais das apólices referentes a seguros obrigatórios para supervisão prévia pela ASF não se aplica “aos seguros relativamente aos quais não seja possível determinar a cobertura ou o capital mínimo obrigatório”.
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Neste sentido, as condições gerais e especiais das apólices referentes ao seguro obrigatório dos bens locados não estão sujeitas a verificação sistemática pela ASF, sem prejuízo da possibilidade da ASF exigir a comunicação ad hoc das condições contratuais, nos termos previstos no artigo 40.º do RJASR.
Seguro contra as perdas originadas pela aplicação de uma sanção acessória A alínea a) do n.º 1 do artigo 14.º do regime jurídico do contrato de seguro (RJCS), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 72/2008, de 16 de abril, estabelece que é proibida a celebração de contrato de seguro que cubra o risco de responsabilidade criminal, contraordenacional ou disciplinar. Por sua vez, o n.º 2 do artigo 14.º do RJCS determina que a proibição prevista na referida alínea a) do n.º 1 não é extensiva à responsabilidade civil eventualmente associada.
Neste âmbito, coloca-se a questão de saber se é possível um empregador celebrar um seguro contra as perdas originadas pela aplicação de uma sanção acessória a um seu trabalhador, maxime contra as perdas resultantes da aplicação ao trabalhador de uma inibição de condução de veículos.
A resposta a esta questão implica considerar a teleologia tanto do princípio previsto na alínea a) do n.º 1 do artigo 14.º do RJCS, a qual, em resumo, é a garantia do efeito dissuasor da sanção contraordenacional, quanto da exceção prevista no n.º 2 da mesma disposição, isto é, o aumento da proteção cível das vítimas do ato gerador da responsabilidade insegurável nos termos da alínea a) do n.º 1.
Considerando que a exceção não deve prejudicar a eficácia do princípio estabelecido no n.º 1, então o previsto no n.º 2 apenas pode aproveitar aos terceiros vítimas, cuja proteção por seguro seja de molde a não prejudicar o efeito dissuasor da sanção contraordenacional.
Assim, deve entender-se que o empregador da pessoa punida com a inibição de condução não é um terceiro vítima para os efeitos de aplicação de exceção ao princípio fixado na alínea a) do n.º 1 do artigo 14.º do RJCS, pois que a desoneração do empregador, por meio de seguro, das perdas em que este possa incorrer em razão da sanção acessória aplicada a um seu trabalhador é de molde a mitigar o efeito dissuasor dessa sanção.
Em conclusão, o empregador não pode celebrar um seguro contra as perdas originadas pela aplicação de uma sanção acessória a um seu trabalhador.
Âmbito pessoal do seguro de acidentes e ou doença complementar de um seguro de vida Um seguro de acidentes e ou de doença complementar de um seguro de vida não pode ter um âmbito pessoal que vá além do seguro de vida principal (por exemplo, abrangendo familiares da pessoa segura principal coberta apenas pelo seguro de vida).
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O requisito da prestação das garantias dos seguros complementares “em conjunto” com a prestação da garantia principal, previsto no n.º 12 da Norma Regulamentar n.º 16/1995, de 12 de setembro, impõe não apenas a identidade do contrato mas também a identidade do objeto. Uma mesma interpretação é sugerida pela subalínea iii) da alínea a) do artigo 9.º do regime jurídico de acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora (RJASR), aprovado pela Lei n.º 147/2015, de 9 de setembro.
A solução atualmente prevista nesse conjunto regulatório visa o potenciamento da atividade do seguro de vida, e não, diretamente, desaplicar o princípio da especialização por ramos, ou potenciar o exercício da atividade dos seguros de doença e de acidentes pelas empresas de seguros que não tenham autorização para o exercício dos ramos “Acidentes” e “Doença”.
A restrição do exercício da atividade dos seguros de acidentes e doença quando complementares do seguro de vida é uma manifestação do princípio da separação do exercício da atividade seguradora no ramo Vida e nos ramos Não Vida (cf. n.º 2 do artigo 48.º do RJASR).
Âmbito de aplicação do seguro obrigatório de responsabilidade civil dos mediadores de seguros
No âmbito de um seguro de responsabilidade civil obrigatório, dispõe o n.º 1 do artigo 146.º do regime jurídico do contrato de seguro, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 72/2008, de 16 de abril, que “ O lesado tem o direito de exigir o pagamento da indemnização diretamente ao segurador”.
Assim, no caso do seguro obrigatório de responsabilidade civil profissional dos mediadores de seguros (SORCPMS), deverá ser aceite pela empresa de seguros qualquer participação de sinistro, podendo a mesma ser apresentada pelo mediador de seguros, enquanto segurado, ou por qualquer dos clientes do mesmo, enquanto lesados nos termos do contrato de seguro de responsabilidade civil.
Por outro lado, de acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 2.º da Norma Regulamentar n.º 18/2007-R, de 31 de dezembro, aquele contrato de seguro tem por objeto a garantia da responsabilidade civil profissional emergente da atividade do segurado, na sua qualidade de mediador de seguros, nos termos da legislação aplicável.
Nesse sentido, também se aplica ao seguro obrigatório de responsabilidade civil profissional do mediador de seguros o exercício da atividade de mediação no âmbito de fundos de pensões em território português, segundo o disposto no artigo 4.º do regime jurídico da mediação de seguros ou de resseguros (RJMS), constante do Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de julho.
Não obstante o âmbito territorial de cobertura da apólice ser a União Europeia, nos termos do artigo 3.º da Norma Regulamentar n.º 18/2007-R, o passaporte comunitário conferido a um mediador de seguros português, ao abrigo do artigo 24.º e seguintes do RJMS apenas respeita à mediação de seguros, por referência à Diretiva n.º 2002/92/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, de 9 de dezembro de 2002, relativa à mediação de seguros, e não à mediação de fundos de pensões.
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Alteração do risco durante a vigência do contrato de seguro / deveres de informação
De acordo com o disposto no n.º 1 do artigo 91.º do regime jurídico do contrato de seguro (RJCS), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 72/2008, de 16 de abril: “Durante a vigência do contrato, o segurador e o tomador do seguro ou o segurado devem comunicar reciprocamente as alterações do risco respeitantes ao objeto das informações prestadas nos termos dos artigos 18.º a 21.º e 24.º”, sendo que as alíneas b) e c) do referido artigo 18.º dizem respeito ao “âmbito do risco que se propõe cobrir” e às “exclusões e limitações de cobertura”, respetivamente.
Adicionalmente, nos termos do artigo 79.º do RJCS, “O incumprimento do dever de informar faz incorrer aquele sobre quem o dever impende em responsabilidade civil nos termos gerais.”
Por outro lado, determina o artigo 98.º do regime jurídico da mediação de seguros ou de resseguros (RJMS), constante do Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de julho, que “Nas situações em que o tomador do seguro coincide com o mediador do seguro, os direitos do tomador do seguro transferem-se para os segurados.”
Assim, nas referidas situações, o mediador de seguros deve observar as mesmas obrigações para com os segurados daqueles contratos de seguro de grupo, como se de contratos de seguro individuais se tratassem.
Nesses termos, qualquer alteração ao contrato de seguro de grupo deve obter a aceitação dos segurados [cf. alínea c) do artigo 31.º do RJMS], cabendo a estes últimos, nessa sequência, o direito a denunciar a sua adesão ao contrato, nos termos do artigo 82.º do RJCS.
A prática de atos relacionados com um contrato de seguro sem informar previamente o respetivo segurado e obter a sua concordância, poderá constituir contraordenação grave, nos termos da alínea h) do artigo 77.º do RJMS.
Por outro lado, é ainda dever do mediador assistir correta e eficazmente os contratos em que intervenha [cf. alínea d) do artigo 29.º do RJMS], cujo incumprimento poderá constitui contraordenação leve, nos termos da alínea g) do artigo 76.º do mesmo regime.
Conceito de acessoriedade no exercício da atividade do mediador de seguro ligado ‘‘tipo 2’’
Está associado à subcategoria de mediador de seguros ligado “tipo 2” o exercício da atividade de mediação de seguros em complemento da sua atividade profissional principal, quando o seguro em questão é acessório de um outro bem ou serviço fornecido pelo mediador no âmbito da sua atividade principal.
A este respeito, a Circular n.º 4/2008, de 30 de maio, veio esclarecer que: “[…] O conceito de acessoriedade previsto na subalínea ii) da alínea a) do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 144/2006, […] se refere à relação em concreto do seguro face a um produto, bem ou serviço, ao qual está associado […]”, não sendo possível a comercialização de produtos que não tenham em conta este critério / conceito de acessoriedade, sob pena da necessidade de alteração da categoria de mediador no registo da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões.
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O exercício da atividade de mediação de seguros em desrespeito das características da categoria de mediador em que se encontre inscrito poderá constituir contraordenação grave, nos termos da alínea c) do artigo 77.º do regime jurídico da mediação de seguros ou de resseguros, constante do Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de julho.
Comercialização de seguros em exclusividade / (in)cumprimento do dever de imparcialidade do corretor de seguros
De acordo com o disposto na alínea c) do artigo 8.º do regime jurídico da mediação de seguros ou de resseguros (RJMS) constante do Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de julho, o corretor de seguros “[…] exerce a actividade de mediação de seguros de forma independente face às empresas de seguros, baseando a sua actividade numa análise imparcial de um número suficiente de contratos de seguro disponíveis no mercado que lhe permita aconselhar o cliente tendo em conta as suas necessidades específicas”, sendo aquela disposição legal aplicável, com as devidas adaptações, ao exercício da atividade de mediação no âmbito de fundos de pensões, nos termos do disposto no artigo 4.º daquele Decreto-Lei.
A este respeito, reveste particular importância o cumprimento dos deveres de informação pré-contratual e contratual por parte do corretor de seguros, incluindo o estabelecido no n.º 4 do artigo 32.º do RJMS que estipula que “Quando o mediador de seguros informar o cliente que baseia os seus conselhos numa análise imparcial, é obrigado a dar esses conselhos com base na análise de um número suficiente de contratos de seguro disponíveis no mercado que lhe permita fazer uma recomendação, de acordo com critérios profissionais, quanto ao contrato de seguro mais adequado às necessidades do cliente.”
Assim, o exercício da atividade de mediação de seguros na categoria de corretor de seguros não será compatível com a existência de contratos ou protocolos de exclusividade ou preferência na comercialização de produtos de uma empresa de seguros ou de uma sociedade gestora de fundos de pensões, relativamente aos respetivos mercados-alvo.
Por outro lado, mesmo em casos de reduzida complexidade, em que as situações apresentem um certo grau de padronização – e ainda que o corretor de seguros tenha experiência e conhecimento das ofertas de mercado para determinados produtos – deverá ser salvaguardado que seja efetuada regularmente uma avaliação das ofertas de mercado, no sentido de garantir a observância daquele dever de imparcialidade.
Deveres de informação do mediador de seguros
Sem prejuízo de o mediador de seguros poder utilizar formulários e/ou modelos próprios para a apresentação de propostas de seguro aos seus clientes, deverá aquela documentação dar cumprimento aos deveres de informação contratuais previstos no artigo 18.º do regime jurídico do contrato de seguro, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 72/2008, de 16 de abril, nos termos do disposto no artigo 29.º do mesmo diploma.
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A omissão de cumprimento daqueles deveres de informação incumpre também o dever para com os clientes, de “Informar, nos termos fixados por lei e respectiva regulamentação, dos direitos e deveres que decorrem da celebração de contratos de seguro;” estabelecido na alínea a) do artigo 31.º do Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de julho, o que poderá constituir contraordenação grave, nos termos da alínea h) do artigo 77.º daquele decreto-lei.
Meio utilizado para comunicação de transmissão de carteira de seguros
O suporte das comunicações remetidas pelo mediador de seguros aos seus clientes, no âmbito da sua atividade, deve ser apropriado ao contexto da relação existente com cada cliente.
Assim, caso o cliente tenha indicado um endereço de correio eletrónico para efeitos da atividade de mediação de seguros, nada obsta a que as respetivas comunicações a ele dirigidas, nomeadamente as respeitantes à transmissão de carteira de seguros, sejam efetuadas através daquele meio.
Não obstante, deverá ser salvaguardado o arquivo da referida correspondência enviada através de correio eletrónico, de acordo com o previsto nos n.ºs 1 e 2 do artigo 33.º do regime jurídico da mediação de seguros ou de resseguros (RJMS), constante do Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de julho, nomeadamente em papel ou qualquer outro suporte duradouro acessível ao cliente, não se incluindo os sítios na Internet, “[…] excepto se estes permitirem ao cliente armazenar informações que lhe sejam dirigidas pessoalmente, de tal forma que possam ser consultadas posteriormente durante um período adequado aos fins dessas informações e que permita uma reprodução exacta das informações armazenadas.”
Por outro lado, o mediador está também obrigado a conservar durante o período de dez anos a correspondência e os documentos comerciais, de acordo com o previsto no n.º 1 do artigo 40.º do Código Comercial.
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capítuloAtividade de supervisãoda conduta de mercado 3
3 | Atividade de supervisão da conduta de mercado
3.1 Considerações iniciais
Compete à ASF supervisionar a atividade seguradora, resseguradora, de mediação de seguros e de gestão de fundos de pensões, nas vertentes prudencial e comportamental, de harmonia com estabelecido nos diplomas que regulam o acesso e o exercício das atividades supramencionadas bem como com o estabelecido nos seus Estatutos1. Em particular, a supervisão da conduta de mercado tem por finalidade zelar pela aplicação da legislação e regulamentação em vigor neste âmbito e pela adoção de boas práticas por parte dos operadores, bem como avaliar a implementação de recomendações ou orientações e identificar matérias ou situações que justifiquem o planeamento de novas ações de supervisão ou a emissão de novos entendimentos.
A supervisão comportamental atua essencialmente através de ações on e off-site e incide sobre o comportamento das entidades supervisionadas (e seus representantes) no relacionamento com os tomadores de seguros, subscritores, segurados, terceiros lesados, participantes e beneficiários, antes, durante e após a celebração dos contratos. Saliente-se que a ASF monitoriza, de uma forma sistemática, o material publicitário difundido através de diferentes meios, canais e suportes, designadamente a televisão, a rádio, a imprensa e cartazes.
Em resumo, a atividade de supervisão comportamental procura contribuir para minimizar os riscos no setor segurador e de fundos de pensões e intensificar a confiança dos consumidores nas empresas de seguros, nos mediadores de seguros e nas sociedades gestoras de fundos de pensões.
3.2 Atividade de supervisão em 20172
As ações de supervisão on-site são efetuadas por técnicos que se deslocam às instalações dos operadores e podem revestir-se de duas formas diferentes, credenciadas ou “cliente-mistério”, conforme os técnicos envolvidos na ação se identificam ou não como supervisores. Nas ações de supervisão off-site a informação é analisada internamente pela ASF.
Em 2017, as ações de supervisão cresceram 34,9 % face ao ano anterior, como se conclui da leitura do quadro 3.1, decorrente, em grande parte, do incremento de 42,2% das ações off-site.
Quadro 3.1 Número de ações de supervisão
1 Aprovados pelo Decreto-Lei n.º 1/2015, de 6 de janeiro
2 As informações estatísticas referidas neste capítulo correspondem aos casos tratados no âmbito de processos abertos durante o ano de 2017, bem como a situações que constituíram ações de acompanhamento relativamente a processos iniciados em anos anteriores.
Variação
2016/2017
Off‐site 573 1 009 1 435 42,2% On‐site 131 130 102 ‐21,5%
Total 704 1139 1537 34,9%
N.º ações de supervisão 2015 2016 2017
53
Como se detalhará mais adiante, importa sublinhar que, apesar da diminuição registada no número de inspeções on-site, foram reforçadas as ações credenciadas, mais exigentes ao nível dos recursos necessários para a sua análise e tramitação bem como as ações de follow-up, passando a assumir maior relevância relativamente às do tipo “cliente-mistério”, que registaram um decréscimo face ao ano transato.
Refira-se que estas ações credenciadas de supervisão on-site revestem especial importância, uma vez que permitem verificar junto dos operadores a forma como a atividade é desenvolvida, aumentando a proximidade com os mesmos, promovendo uma cultura de supervisão e exercendo, igualmente, um efeito didático. Esta abordagem é particularmente relevante no âmbito da atividade de mediação de seguros, devido ao elevado número e à diferente natureza dos operadores, bem como à evolução do enquadramento jurídico desta atividade.
Saliente-se também que estes dados não incluem as ações de supervisão que tiveram origem em reclamações e denúncias, as quais totalizaram 81 em 2017. Estas diminuíram face a 2016 (100), e centraram-se nos ramos Não Vida, à semelhança do que sucedeu no período homólogo.
Como mencionado em anos anteriores, a apreciação das atividades desenvolvidas pela ASF, em sede de supervisão comportamental, não pode ser efetuada exclusivamente com base nos elementos estatísticos ou quantitativos. Face à diversidade das matérias e práticas analisadas, importa atender principalmente à abordagem qualitativa das matérias que são definidas como prioritárias em cada momento, em função da sua especial complexidade, da perceção das práticas de mercado adotadas pelos operadores, de critérios de risco e das formas de acompanhamento consideradas mais adequadas.
Por se tratar de matéria que exigiu uma atuação transversal, em 2017, com ações on-site e off-site, importa sublinhar a colaboração da área de supervisão comportamental na avaliação efetuada, pelo Grupo de Ação Financeira (GAFI), ao sistema português de prevenção e combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento do terrorismo e que obteve a nota máxima no plenário do Grupo de Ação Financeira realizado em novembro de 2017.
3.2.1 Supervisão off–site
Em 2017, as ações de supervisão off-site incidiram, principalmente, na monitorização das publicações obrigatórias pelos operadores e na análise da informação reportada pelas empresas de seguros no âmbito da prevenção e repressão do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
Assumiram, ainda, especial relevo as ações deste tipo centradas na análise das condições de acesso e de exercício de mediadores de seguros, originadas principalmente por reclamações e denúncias recebidas pela ASF, bem como a monitorização da informação reportada pelas empresas de seguros referente à gestão de reclamações.
Considerando o gráfico 3.1, constata-se que a supervisão dos ramos Não Vida constituiu a principal área das ações off-site, representando 42% do total, seguida pelo acompanhamento das práticas adotadas pelos operadores no âmbito do ramo Vida (22,5% do total) e pela monitorização do exercício da atividade pelos mediadores de seguros (21,1%).
54
Gráfico 3.1
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55
Quadro 3.2 Origem das ações de supervisão off-site por áreas
Das ações off-site, que incidiram sobre o ramo Vida, destacam-se as relativas ao controlo da informação reportada pelas empresas de seguros para efeitos do registo central de contratos de seguro de vida, de acidentes pessoais e de operações de capitalização, à monitorização de divulgações obrigatórias e a informações prestadas no âmbito da gestão das reclamações.
No âmbito dos fundos de pensões, este tipo de ações incidiu, principalmente, sobre o cumprimento dos deveres de divulgação pelas entidades gestoras, nomeadamente no que diz respeito às demonstrações financeiras e carteiras dos fundos, ao exercício dos direitos de voto e às recomendações dos provedores dos participantes e beneficiários dos fundos de pensões abertos de adesão individual.
Supervisão off‐site
Sítios na Internet 9,3%
Fundos de pensões 38 28,6%
Seguros Vida 37 27,8%
Seguros Não Vida 52 39,1%
Mediação de seguros 2 1,5%
Várias atividades 4 3,0%
Subtotal 133
Entendimentos 1,3%
Seguros Não Vida 1 5,6%
Mediação de seguros 17 94,4%
Subtotal 18
Informações reportadas 78,7%
Fundos de pensões 48 4,3%
Seguros Vida 260 23,0%
Seguros Não Vida 467 41,3%
Mediação de seguros 254 22,5%
Várias atividades 101 8,9%
Subtotal 1130
Outras fontes de informação 10,7%
Fundos de pensões 2 1,3%
Seguros Vida 26 16,9%
Seguros Não Vida 83 53,9%
Mediação de seguros 29 18,8%
Várias atividades 14 9,1%
Subtotal 154
Total 1435
2017
56
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Gráfico 3.2
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57
Quadro 3.3 Origem das ações de supervisão off-site por matérias
A monitorização das “Publicações obrigatórias” pelas entidades supervisionadas é efetuada, principalmente, na sequência de informações reportadas pelos operadores, representando, em 2017, 38,9% desse tipo de ações, bem como através do acesso aos respetivos sítios na Internet ou dos por si utilizados, representando 75,2% das ações.
No ano em apreço, o acompanhamento e controlo incidiu, principalmente, sobre as seguintes divulgações:
Condições de pagamento do valor de resgate e do valor de reembolso no vencimento do contrato dos seguros de vida de capitalização e operações de capitalização (Circular n.º 10/2009, de 20 de agosto).
Documentos de prestação de contas das empresas de seguros e das sociedades gestoras de fundos de pensões ou de outras sociedades que as controlem e se
Supervisão off‐site
Sítios na Internet
Publ icidade 2 1,5%
Publ icações obrigatórias 100 75,1%
Informação contratual 3 2,2%
CPRS 1 0,8%
Norma Conduta de Mercado 25 18,8%
Atividade não autorizada 1 0,8%
Outras práticas incorrectas 1 0,8%
Subtotal 133
Entendimentos
Mediação ‐ Condições de acesso e exercício 17 94,4%
Outros 1 5,6%
Subtotal 18
Informações reportadas
Publ icidade 1 0,1%
Publ icações obrigatórias 440 38,9%
Informação contratual 51 4,6%
Informação durante a vigência 15 1,3%
Incumprimento contratual 19 1,7%
Discriminação ‐ deficiência/ri sco agravado 3 0,3%
Branqueamento de capi ta is 244 21,6%
CPRS 25 2,2%
Norma Conduta de Mercado 113 10,0%
Pagamento dos prémios 8 0,7%
Mediação ‐ Condições de acesso e exercício 120 10,6%
Mediação ‐ Má prestação de contas 10 0,9%
Atividade não autorizada 5 0,4%
Outras práticas incorrectas 26 2,3%
Vários 31 2,7%
Outros 19 1,7%
Subtotal 1130
Outras fontes de informação
Publ icidade 22 14,3%
Informação contratual 1 0,6%
Incumprimento contratual 2 1,3%
Discriminação ‐ deficiência/ri sco agravado 3 2,0%
Discriminação ‐ género 1 0,7%
CPRS 30 19,5%
Regularização de s inistros exceto CPRS 67 43,5%
Mediação ‐ Condições de acesso e exercício 19 12,3%
Mediação ‐ Má prestação de contas 4 2,6%
Atividade não autorizada 4 2,6%
Outros 1 0,6%
Subtotal 154
Total 1435
2017
58
encontrem obrigadas a elaborar demonstrações financeiras consolidadas (Norma Regulamentar n.º 4/2005-R, de 28 de fevereiro3 com a redação dada pela Norma Regulamentar n.º 3/2008-R, de 6 de março);
Relato financeiro dos fundos de pensões (Norma Regulamentar n.º 7/2010-R, de 4 de junho4);
Documentos de prestação de contas dos corretores de seguros e dos mediadores de resseguros, bem como de outros mediadores de seguros com remunerações anuais de montante igual ou superior a um milhão de euros (Norma Regulamentar n.º 15/2009-R, de 30 de dezembro5);
Carteiras dos fundos autónomos dos seguros de vida do tipo PPR, PPE e PPR/E (Norma Regulamentar n.º 5/2003-R, de 12 de fevereiro6) e dos fundos de pensões abertos (Decreto-Lei n.º 12/2006, de 20 de janeiro, republicado pela Lei n.º 147/2015, de 9 de setembro, e alterado pelo Decreto-Lei n.º 127/2017, de 9 de outubro);
Forma como foi exercido o direito de voto nas sociedades emitentes dos valores mobiliários que integram o património dos fundos de pensões (Norma Regulamentar n.º 7/2007-R, de 17 de maio7);
Recomendações dos provedores de clientes das empresas de seguros e dos provedores dos participantes e beneficiários das adesões individuais a fundos de pensões abertos (Norma Regulamentar n.º 10/2009-R, de 25 de junho8, alterada e republicada pela Norma Regulamentar n.º 2/2013-R, de 10 de janeiro9, assim como a atual redação do Decreto-Lei n.º 12/2006, de 20 de janeiro).
O recurso às informações reportadas pelos operadores assumiu ainda especial pertinência na monitorização da prevenção e repressão do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, que representou 21,6% deste tipo de ações, bem como no controlo das condições de acesso e exercício da atividade de mediadores de seguros (10,6%) e ainda dos deveres previstos na “Norma Regulamentar da Conduta de Mercado” (Norma Regulamentar n.º 10/2009-R, de 25 de junho, alterada e republicada pela Norma Regulamentar n.º 2/2013-R, de 10 de janeiro) (10%), nomeadamente no que se refere à gestão de reclamações, à política antifraude e ao provedor do cliente.
Merece ainda destaque a análise de outros reportes recebidos pela ASF relativos às seguintes matérias:
Informações contratuais no âmbito do registo central de contratos de seguro de vida, de acidentes pessoais e de operações de capitalização (Decreto-Lei n.º 384/2007, de 19 de novembro, e Norma Regulamentar n.º 14/2010-R, de 14 de outubro, republicada pela Norma Regulamentar n.º 7/2013-R, de 24 de outubro);
3 Publicada como Regulamento n.º 22/2005 no Diário da República n.º 51, 2.ª série, de 14 de março de 2005.
4 Publicada no Diário da República n.º 120, 2.ª série, de 23 de junho de 2010.
5 Publicada no Diário da República n.º 7, 2.ª série, de 12 de janeiro de 2009.
6 Publicada como Regulamento n.º 11/2003 no Diário da República n.º 51, 2.ª série, de 1 de março de 2003.
7 Publicada como Regulamento n.º 123/2007 no Diário da República n.º 117, 2.ª série, de 23 de junho de 2007.
8 Publicada no Diário da República n.º 129, 2.ª série, de 7 de julho de 2009.
9 Publicada no Diário da República n.º 15, 2.ª série, de 22 de janeiro de 2013.
59
Cumprimento dos prazos de regularização de sinistros automóvel (Norma Regulamentar n.º 16/2007-R, de 20 de dezembro10, alterada pela Norma Regulamentar n.º 7/2009-R, de 14 de maio11, e pela Norma Regulamentar n.º 17/2010-R, de 18 de novembro12);
Práticas instituídas pelas empresas de seguros no âmbito das coberturas de estomatologia (ramo Doença), através de uma recolha transversal de informação quanto aos procedimentos implementados, em especial, no pagamento / comparticipação dos tratamentos, dependendo os mesmos do envio de exames raio-x odontológicos (vulgo radiografias), ou de outros elementos complementares de diagnóstico, que comprovem a patologia indicada e o estado de saúde oral do paciente;
Levantamento de procedimentos sobre o reporte das folhas de férias na modalidade Acidentes de Trabalho, cujo envio deverá ser efetuado por meio informático, nos termos do n.º 2 da cláusula 24.ª da parte uniforme das condições gerais da apólice de seguro obrigatório de acidentes de trabalho para trabalhadores por conta de outrem, aprovada pela Portaria n.º 256/2011, de 5 de julho;
Irregularidades na prestação de contas no âmbito da atividade de mediação de seguros.
Na análise dos portais dos operadores, mereceu ainda especial relevância o exame da atualização e da disponibilização dos códigos de conduta, conforme estatuído no artigo 79.º do regime jurídico de acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora, aprovado pela Lei n.º 147/2015, de 9 de setembro.
No que concerne à informação recolhida através de “outras fontes”, merece especial destaque a regularização de sinistros, sendo que 19,5% dos casos estiveram relacionados com o processo de supervisão no âmbito do Controlo de Prazos de Regularização de Sinistros (CPRS), e 43,5% nos sinistros não enquadráveis naquele sistema, com a monitorização da publicidade (14,3%) e com as condições de acesso e exercício à atividade de mediadores de seguros (12,3%).
Por último, realce-se as ações originadas na sequência da divulgação de entendimentos da ASF, que tiveram essencialmente como base a atividade de mediação de seguros, em particular os requisitos e as condições de exercício de tal atividade no que respeita aos contratos de seguro associados a financiamento automóvel e ao consumo, comercializados através de redes de distribuição que utilizem estabelecimentos abertos ao público de entidades terceiras.
3.2.2 Supervisão on–site
Da leitura do gráfico 3.3, conclui-se que, em 2017, a maioria das ações de supervisão on-site incidiram sobre a atividade de mediação de seguros (59,8%), assumindo também alguma relevância as dedicadas aos ramos Não Vida (27,5%). Por seu turno, ao ramo Vida e aos fundos de pensões foram dedicadas 8,8% e 3,9% deste tipo de ações, respetivamente.
Em qualquer dos casos, e como já mencionado anteriormente, não deve ser feita uma leitura destes valores estritamente em função da sua expressão estatística, devido ao caráter transversal da análise à atividade das entidades supervisionadas realizada em algumas ações de supervisão, bem como ao grau de complexidade das mesmas.
10 Publicada no Diário da República n.º 20, 2.ª série, de 19 de janeiro de 2008.
11 Publicada no Diário da República n.º 105, 2.ª série, de 1 de junho de 2009.
12 Publicada no Diário da República n.º 241, 2.ª série, de 15 de dezembro de 2010.
60
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Nas ações credenciadas merecem especial destaque as dedicadas a verificar as condições de acesso e exercício da atividade de mediação de seguros, que representaram 40% do total, bem como a validar indícios de exercício não autorizado dessa atividade, que corresponderam a 20,9%. Refira-se, ainda, as ações relativas à análise dos procedimentos especificamente adotados pelos operadores no âmbito da prevenção e repressão do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo, que significaram 9%, sendo que metade se destinaram a fazer o seguimento de ações anteriormente efetuadas a empresas de seguros que exploram o ramo Vida.
Em termos de matérias exclusivas ao ramo Vida, privilegiou-se ainda o controlo dos prazos de transferência de seguros PPRs não ligados a fundos de investimento, previstos no Decreto-Lei n.º 158/2002, de 2 de julho, e da informação prestada aos tomadores e segurados em propostas de alterações contratuais. Deu-se, também, continuidade à análise dos procedimentos adotados pelos operadores para prevenção de riscos de conduta associados a vendas inadequadas, nomeadamente de produtos de aforro e investimento, na sequência da divulgação13 de um conjunto de medidas de mitigação dos riscos de conduta, que visam prevenir a futura ocorrência de situações que resultem em mis-selling, aprovadas, em 2015, pelo Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF).
Merece também especial referência a cooperação com uma autoridade congénere europeia, na supervisão da sucursal em Portugal de uma empresa de seguros, tendo inclusive uma equipa daquela Autoridade efetuado uma ação de supervisão on-site em conjunto com uma equipa de supervisão comportamental da ASF durante a qual foram analisadas diversas matérias do ramo Vida.
No âmbito dos ramos Não Vida, as ações credenciadas centraram-se nos ramos Doença e Responsabilidade Civil de Veículos Terrestres Motorizados e no seguro Incêndio e Outros Danos, tais como
No ramo Doença, porque cada vez mais se tratam de produtos de massa, com crescimento na produção e com forte influência na atuação das empresas de seguros a nível da sua relação com os segurados, o que assume especial relevância no âmbito da supervisão comportamental. Assim, e em particular, procurou analisar-se os procedimentos instituídos no âmbito dos sinistros associados à cobertura de internamento hospitalar;
No âmbito do CPRS, procurou-se manter o foco na análise do cumprimento dos prazos de regularização de sinistros previstos para o ramo Responsabilidade Civil de Veículos Terrestres Motorizados, mediante a análise de processos de sinistro, e no cruzamento dos elementos deles constantes com os dados reportados anualmente pelas empresas de seguros, paralelamente à verificação de toda a tramitação processual inerente a estes processos;
Finalmente, reforçou-se também o acompanhamento dos procedimentos e práticas instituídas no âmbito do seguro multirriscos habitação, mediante uma análise que abrange a conceção dos produtos, o ciclo de vicissitudes a que o contrato está sujeito, a atuação dos prestadores externos, e eventuais sinistros.
No que concerne à “Norma Regulamentar da Conduta de Mercado” há ainda a relevar o seguimento da análise dimensional de reclamações apresentadas no mercado segurador. Presentemente, estas ações de supervisão on-site têm decorrido em simultâneo com a análise de sinistros nos três segmentos de negócio agora referenciados, uma vez que a análise
13 Documento disponível em http://www.asf.com.pt/NR/rdonlyres/BD196ED2-7E39-4D92-AE09-
9A9C056E2603/0/Notadedivulgação_RelatóriosobreRiscosdeConduta.pdf.
63
conjunta destas duas áreas, de reclamações e de sinistros, tem permitido retirar conclusões importantes sobre as condições de aplicação das cláusulas fixadas nos respetivos contratos.
No que concerne aos fundos de pensões, a ASF prosseguiu a verificação da conformidade da informação prestada aos participantes e beneficiários, bem como às comissões de acompanhamento, nos termos definidos, respetivamente nos artigos 60.º a 62.º e nos n.ºs 10 e 12 do artigo 53.º do Decreto-Lei n.º 12/2006, de 20 de janeiro, com a redação dada pela Lei n.º 147/2015, de 9 de setembro.
3.3 Publicidade e comercialização à distância
A ASF, no exercício das suas competências, desenvolve um acompanhamento sistemático da publicidade com base num modelo de recolha e registo de dados relevantes, mediante a utilização de matrizes de classificação. Este sistema permite a manutenção de um registo detalhado que possibilita, designadamente, a realização de análises estatísticas e de estudos comparativos diversos, bem como a orientação das ações de supervisão em função do nível de risco evidenciado por cada operador.
A aplicação informática que está na base deste sistema permite o tratamento dos dados disponíveis de forma mais célere, abrangente e aperfeiçoada, podendo incluir a verificação de qualquer meio publicitário. Uma vez que estão em causa situações muito tipificadas é possível estruturar a informação disponível de uma forma mais granular do que aquela que consta da sistematização prosseguida relativamente às outras áreas analisadas em sede de supervisão comportamental, dada a sua diversidade.
Para além da monitorização dos meios tradicionais e da análise e supervisão efetuada na sequência de denúncias, reclamações ou pedidos de esclarecimento, encontra-se em desenvolvimento um processo de supervisão sistemática de publicidade digital.
Por outro lado, a supervisão da comercialização à distância de seguros foi prosseguida com base numa metodologia focada no risco.
Em 2017, intensificou-se a tendência de adoção de novas tecnologias digitais e de adesão a modelos de negócio colaborativos. O crescente uso de smartphones, a proliferação de sensores que comunicam e são geridos através de inteligência artificial, o aumento da informação que se produz, regista, armazena, circula e se é capaz de utilizar são manifestações dessa mudança.
Nesta linha, manteve-se a tendência para a criação e disponibilização pelas empresas de seguros de aplicações para dispositivos móveis (apps), propondo aos seus potenciais clientes e aos seus tomadores de seguro vias mais rápidas e eficazes em termos de comunicação, tendo surgido novas modalidades contratuais de seguro, baseados no comportamento.
A InsurTech (novas tecnologias aplicadas ao setor segurador) ganhou, em 2017, uma maior visibilidade, colocando à ASF novos desafios, especialmente na identificação dos riscos que o desenvolvimento de novas, e muitas vezes disruptivas, realidades podem implicar.
64
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65
Com vista a uma análise da publicidade em função do tipo de anúncio e do tipo de seguro / fundo de pensões em causa, importa ter presente as categorias18 utilizadas para o efeito:
“Não Vida”: abrange os seguros dos ramos Não Vida, divididos por subcategorias;
“Vida”: compreende os seguros e/ou as operações do ramo Vida, individualizados em subcategorias, incluindo ainda, apenas para fins estatísticos e analíticos, os anúncios relativos a fundos de pensões e PPR/E;
“Mistos”: quando as ações publicitárias se reportam a mais do que um ramo, tipo ou modalidade de seguro;
“Institucional”: integra a publicidade referente à atividade genericamente desenvolvida pelos operadores supervisionados e que não se relaciona, por isso, com produtos ou serviços determinados;
“Patrocínio”: respeita ao material publicitário dos anúncios em que a entidade supervisionada assume a qualidade de patrocinadora de um programa ou evento.
De acordo com os elementos constantes do quadro 3.6, é possível apurar que se mantém a tendência de distribuição de anúncios em função do tipo de anúncio e do tipo de seguro
Os anúncios relativos aos seguros dos ramos Não Vida correspondem a cerca de 64% dos anúncios analisados. De entre os segmentos mais relevantes regista-se, em 2017, um aumento da publicidade aos seguros automóvel e saúde, verificando-se, também, um acréscimo relevante de anúncios enquadráveis no seguro de perdas pecuniárias, normalmente associado ao crédito. No mesmo período, apura-se ainda um aumento significativo nos anúncios de “Patrocínio” (38 para 86).
Cerca de 23% dos anúncios analisados referem-se à publicidade efetuada sem referência específica a produtos ou serviços, sendo por isso classificados nas categorias “Institucional” (96 anúncios) e “Patrocínio” (86 anúncios, como já mencionado).
Quadro 3.6 Distribuição de anúncios publicitários em função do tipo de anúncio e do tipo de seguro / fundo de pensões
18 Os critérios que se encontram na base da classificação dos elementos estatísticos mantêm as categorias centrais já
anteriormente fixadas, conforme constam do Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado 2010 (cf. capítulo 6 – Monitorização e supervisão da publicidade, pág. 136 e ss.).
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Não vida 467 69,4% 510 63,8%
Seguro automóvel 121 18,0% 159 19,9%
Seguro transportes 129 19,2% 124 15,5%
Seguro de perdas pecuniárias 74 11,0% 94 11,8%
Seguro de acidentes pessoais 78 11,6% 59 7,4%
Seguro de saúde 39 5,8% 52 6,5%
Seguro financeiro (crédito e caução) 7 1,0% 12 1,5%
Seguro de incêndio e outros danos 11 1,6% 6 0,8%
Seguro de responsabilidade civil 3 0,4% 3 0,4%
Seguro de acidentes de trabalho 0 0,0% 1 0,1%
Seguro de assistência 4 0,6% 0 0,0%
Seguro de colheitas e pecuário 1 0,1% 0 0,0%
Vida 18 2,7% 43 5,4%
Seguro de vida 16 2,4% 35 4,4%
Operações de gestão de fundos coletivos de reforma
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Institucional 93 13,8% 96 12,0%
Patrocínio 38 5,6% 86 10,8%
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66
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68
No que concerne à distribuição de situações irregulares por matéria21, importa assinalar que a situação identificada no anúncio da empresa de seguros diz respeito a “Informações obrigatórias”.
Na publicidade realizada por mediadores de seguros predominam as situações irregulares relacionadas com “Identificação” e “Informações obrigatórias”, embora também se registem situações de utilização de expressões de uso restrito. No entanto, nesta análise deve ter-se em consideração que os requisitos formais legalmente exigidos são em maior número para os mediadores do que para as empresas de seguros e para as sociedades gestoras de fundos de pensões, o que poderá contribuir para o peso relativo das situações irregulares identificadas.
Quadro 3.9 Distribuição de situações irregulares por tipo de operador e por matéria
Em síntese, verifica-se que, embora os valores anuais se mantenham estáveis, em 2017, registou-se um aumento do número de anúncios publicitários promovidos pelos operadores supervisionados pela ASF. No que concerne às situações irregulares, estas representam uma quota-parte reduzida do universo de anúncios analisados, tendo diminuído no ano em análise, mantendo-se a predominância das situações relativas à insuficiência de informações obrigatórias e de dados de identificação.
Continua a verificar-se, em regra, uma clara preocupação dos operadores no âmbito do planeamento das campanhas, no sentido de assegurar que as mesmas obedecem às regras aplicáveis, concorrendo a monitorização sistemática e a supervisão da publicidade para a manutenção de adequados padrões de conduta de mercado nesta área.
No que se refere ao processo de supervisão, e tal como tem vindo a suceder neste tipo de matérias, continuou a ser privilegiada a correção atempada das irregularidades identificadas, sobretudo baseada na rápida intervenção relativamente a situações com maior potencial de impacto negativo para o consumidor.
3.3.2 Comercialização à distância
A supervisão da comercialização à distância baseia-se na análise de situações de risco, que surgem geralmente relacionadas com a publicidade ou que chegam, de outro modo, ao conhecimento da ASF.
21 A apresentação dos elementos estatísticos segue os critérios já anteriormente adotados, explicitados no Relatório
de Regulação e de Supervisão da Conduta de Mercado 2010 (cf. capítulo 6 – Monitorização e supervisão da publicidade, pág. 144 e ss.).
Matérias objeto de análise
Mediador de seguros 35 97,2%
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Informações obrigatórias 18 50,0%
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Empresa de seguros 1 2,8%
Informações obrigatórias 1 2,8%
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situações irregulares
69
Em 2017, prosseguiu-se a implementação do sistema de monitorização da contratação online, isto é, do processo de comercialização disponível em alguns sítios na internet em que se concretiza a venda do seguro.
A comercialização à distância manteve, em termos globais, um desenvolvimento assinalável, no ano em apreciação, relacionado essencialmente com a denominada “digitalização” da atividade seguradora, a utilização da telemática em alguns tipos de seguros e a utilização da Big Data (expressão que, em termos muito gerais, é utilizada para referir situações em que grandes volumes de diferente tipo de informação produzidos a grande velocidade por diversos tipos de fontes são processados, muitas vezes em tempo real, por ferramentas informáticas)22.
Em Portugal, este movimento geral denominado InsurTech tem vindo a sentir-se com maior intensidade, originando uma maior atenção do supervisor aos desafios digitais no mercado segurador.
Por outro lado, existe uma estreita colaboração com vários organismos, nacionais e internacionais, que tem vindo a dedicar-se, no sentido de compreender os diversos fenómenos em causa, em como dar suporte ao desenvolvimento da regulação que se venha a julgar necessário e apropriado Também neste contexto de InsurTech são analisadas as novas realidades de que a ASF vai tendo conhecimento e, sempre que se justifica, desencadeiam-se as ações de supervisão adequadas.
3.4 Principais temas objeto da atividade de supervisão em 2017
Em seguida, identificam-se e descrevem-se, de forma sintética, os principais temas objeto de supervisão comportamental no ano de 2017.
3.4.1 Disposições contratuais aplicáveis ao seguro de vida e procedimentos adotados pelos operadores
As ações de supervisão, on-site e off-site, no âmbito do ramo Vida procuraram prosseguir a monitorização do cumprimento da legislação em vigor pelas empresas de seguros bem como da adoção das recomendações efetuadas, na sequência das referidas ações ou ainda através de cartas-circulares anteriores.
Nesse sentido, a ASF dedicou especial atenção à relação contratual entre as empresas de seguros e os tomadores de seguros, subscritores e segurados, procurando verificar, sempre que oportuno, se as condições contratuais e demais informação estavam atualizadas e eram adequadas, e se davam cumprimento ao enquadramento jurídico aplicável, atenta a importância de tais elementos para o conhecimento completo do contrato celebrado.
Mereceu ainda especial cuidado a análise das coberturas complementares comercializadas, atento o âmbito da autorização concedida a cada empresa de seguros, bem como à informação prestada aos tomadores e segurados em propostas de alterações contratuais.
Além disso, a ASF prosseguiu a verificação dos procedimentos adotados pelos operadores relativamente à manutenção do registo central de contratos de seguro de vida, de acidentes pessoais e de operações de capitalização, com vista a melhorar a qualidade da informação prestada.
22 Cf. Joint Committee Discussion Paper on the Use of Big Data by Financial Institutions, disponível em
https://www.esma.europa.eu/sites/default/files/library/jc-2016-86_discussion_paper_big_data.pdf.
70
Estas ações de supervisão deram origem a recomendações e determinações específicas dirigidas a algumas empresas de seguros embora, de um modo geral, se tenha registado que as mesmas dão cumprimento ao exigido na legislação em vigor, sendo, por vezes, necessários ajustamentos pontuais.
3.4.2 Medidas de natureza preventiva e repressiva de combate ao branqueamento de vantagens de proveniência ilícita e ao financiamento do terrorismo
A Lei n.º 83/2017, de 18 de agosto, estabelece um novo regime de natureza preventiva e repressiva de combate ao branqueamento de vantagens de proveniência ilícita e ao financiamento do terrorismo, revogando a Lei n.º 25/2008, de 5 de junho, sobre esta matéria.
A nova Lei estabelece medidas mais exigentes para as entidades abrangidas, alargando o âmbito de aplicação a entidades que operem em Portugal em regime de Livre Prestação de Serviços (LPS) para alguns deveres. Além disso, reforçou competências da ASF relativamente à supervisão destas matérias, obrigando a um maior acompanhamento das entidades supervisionadas.
Nesta senda, e dando continuidade ao trabalho desenvolvido anteriormente, a ASF prosseguiu a análise dos procedimentos adotados pelos operadores na prevenção destes crimes, efetuando, igualmente, ações de seguimento, on e off-site, com o objetivo de acompanhar a introdução das novas medidas por parte das respetivas entidades.
No contexto da mediação de seguros, considerando o elevado número de entidades obrigadas, utilizou-se um modelo de supervisão baseado no risco, sendo identificados os mediadores de seguros mais suscetíveis ao risco de branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo.
Tais operadores foram alvo de uma análise on-site transversal, compreendendo, igualmente, a verificação do cumprimento dos seguintes deveres de prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo:
Políticas, processos e procedimentos;
Investigações internas e comunicações no âmbito de suspeitas;
Identificação, diligência e conservação;
Formação.
3.4.3 Prazos de transferências de seguros de vida do tipo Plano Poupança-Reforma (PPR) entre empresas de seguros
A ASF prosseguiu as ações de supervisão, off-site e on-site, sobre o cumprimento dos prazos de transferências, entre empresas, de seguros de vida PPR, PPE e PPR/E não ligados a fundos de investimento, estabelecidos no n.º 3 do artigo 6.º do Decreto-Lei n.º 158/2002, de 2 de julho.
Esta matéria tem continuado a merecer especial atenção por parte da ASF em virtude das reclamações que tem vindo a receber, embora em menor número que nos anos anteriores, mercê do acompanhamento efetuado por esta autoridade nas situações que se revelaram mais gravosas.
71
3.4.4 Prazos e condições de pagamento do valor de resgate e do valor de reembolso no vencimento do contrato de seguros de capitalização e operações de capitalização
Dada a relevância desta matéria para os tomadores, segurados e beneficiários de seguros de capitalização e de operações de capitalização, a ASF prosseguiu o controlo dos procedimentos adotados pelas empresas de seguros no pagamento do valor de resgate e do valor de reembolso no vencimento dos contratos de seguros de capitalização e operações de capitalização, tomando em conta o previsto contratualmente, bem como as recomendações emitidas pela ASF na Circular n.º 10/2009, de 20 de agosto.
Saliente-se, também, que a ASF tem acompanhado a divulgação nos sítios das empresas de seguros na Internet, ou por estas utilizados, dos documentos exigíveis e dos prazos de pagamento do valor de resgate e de reembolso no vencimento dos contratos, de acordo com o estabelecido na referida Circular.
Genericamente, as empresas de seguros dão cumprimento ao previsto contratualmente bem como às recomendações emitidas pela ASF. No entanto, nas situações em que se revelou necessário a melhoria de procedimentos e/ou divulgação de informação, esta Autoridade emitiu instruções e efetuou a verificação do seu cumprimento.
3.4.5 Relato financeiro dos fundos de pensões
De acordo com o previsto na Norma Regulamentar n.º 7/2010-R, de 4 de junho23, a ASF prosseguiu a monitorização da publicação do relato financeiro dos fundos de pensões nos sítios na Internet utilizados pelas entidades gestoras para o efeito e a publicação das respetivas hiperligações no sítio desta Autoridade na Internet.
A norma regulamentar estabelece que as entidades gestoras devem disponibilizar ao público as demonstrações financeiras dos fundos de pensões por si geridos ou, no caso dos fundos fechados, facultar a informação de acordo com o estipulado no n.º 2 do artigo 13.º, dispondo de um prazo de seis meses após o termo do exercício económico para efetuar esta publicação no sítio da respetiva entidade na Internet ou, se esta não dispuser de sítio autónomo, em área expressamente reservada e devidamente assinalada em sítio institucional do grupo empresarial do qual faça parte (cf. artigo 14.º).
A entidade gestora deve ainda dar conhecimento a esta Autoridade da hiperligação para o sítio na Internet relevante, no prazo máximo de 15 dias após a publicação integral dos elementos em relação a cada fundo de pensões (cf. artigo 17.º), para que a ASF proceda, por conseguinte, à respetiva divulgação no seu sítio na Internet.
Após as diligências pela ASF junto de alguns operadores, foram divulgados os relatos financeiros de todos os fundos de pensões e publicadas, no sítio da ASF na Internet, as respetivas hiperligações.
23 Publicada no Diário da República n.º 120, 2.ª série, de 23 de junho de 2010.
72
3.4.6 Informação prestada aos participantes e beneficiários dos fundos de pensões fechados e das adesões coletivas a fundos de pensões abertos e às respetivas comissões de acompanhamento
A ASF procedeu ao exame da informação que é prestada aos participantes e beneficiários dos fundos de pensões fechados e das adesões coletivas aos fundos de pensões abertos, bem como a informação facultada às comissões de acompanhamento, nomeadamente, nos termos definidos, respetivamente, nos artigos 60.º a 62.º e nos n.ºs 10 e 12 do artigo 53.º do Decreto-Lei n.º 12/2006, de 20 de janeiro, com a redação dada pela Lei n.º 147/2015, de 9 de setembro.
Nestas ações de supervisão, a ASF emitiu instruções sempre que verificou insuficiências na prestação daquela informação.
3.4.7 Divulgações obrigatórias sobre a atividade das empresas de seguros ou de resseguros e das sociedades gestoras de fundos de pensões
A ASF continuou a acompanhar a divulgação da informação pelas empresas de seguros e de resseguros e pelas sociedades gestoras de fundos de pensões sobre a sua atividade, nomeadamente nas seguintes matérias:
Política de remuneração
O n.º 5 do artigo 2.º e o n.º 3 do artigo 3.º da Norma Regulamentar n.º 5/2010-R, de 1 de abril24, estabelecem que os elementos a publicar relativamente à política remuneratória dos membros dos órgãos de administração e de fiscalização e dos colaboradores em “áreas-chave”, a partir dos exercícios iniciados em 02-01-2010, devem ser mantidos acessíveis no sítio na Internet dos operadores ou do grupo a que estes pertençam, por um período mínimo de cinco anos.
Adicionalmente, o n.º 1 do artigo 4.º prevê que essa informação contenha a indicação das recomendações adotadas e não adotadas contidas na Circular n.º 6/2010, de 1 de abril, e o n.º 3 do mesmo artigo determina que os órgãos de administração das instituições devem transmitir, anualmente, à ASF, uma declaração sobre a conformidade da sua política de remuneração com essas recomendações. Esta declaração deve ser remetida nos prazos estipulados pela Norma Regulamentar n.º 14/2005-R, de 29 de novembro25, e pela Norma Regulamentar n.º 8/2009-R, de 4 de junho26, como anexo aos relatórios anuais sobre a estrutura organizacional e os sistemas de gestão de riscos e de controlo interno.
Prestação de contas anuais
A Norma Regulamentar n.º 4/2005-R, de 28 de fevereiro, com a redação dada pela Norma Regulamentar n.º 3/2008-R, de 6 de março, estabelece quais os documentos de prestação de contas anuais das empresas de seguros e quais os documentos de prestação de contas consolidadas das empresas de seguros e de outras sociedades que controlem empresas de seguros que se encontrem obrigadas a elaborar demonstrações financeiras consolidadas que devem ser publicados, e define os meios a utilizar e os termos dessa publicação.
24 Publicada no Diário da República n.º 71, 2.ª série, de 13 de abril de 2010.
25 Publicada como Regulamento n.º 83/2005 no Diário da República n.º 241, 2.ª série, de 19 de dezembro de 2005.
26 Publicada no Diário da República n.º 126, 2.ª série, de 2 de julho de 2009.
73
Adicionalmente, encontra-se previsto que, no prazo máximo de 15 dias após a publicação integral dos documentos de prestação de contas individuais e/ou consolidadas, a entidade deve informar a ASF sobre a hiperligação para o sítio na Internet em que se encontram publicados, para que esta proceda à sua divulgação no respetivo site.
Por outro lado, a Norma Regulamentar n.º 7/2007-R, de 17 de maio, prevê o dever de publicação dos documentos de prestação de contas das sociedades gestoras de fundos de pensões, bem como da informação a prestar à ASF sobre a hiperligação para o sítio na Internet em que os mesmos se encontram publicados.
Direitos de voto
A Norma Regulamentar n.º 7/2007-R, de 17 de maio, estabelece que as entidades gestoras devem elaborar um documento contendo as linhas gerais de orientação em matéria da política de exercício de direitos de voto nas sociedades emitentes dos valores mobiliários que integram o património dos fundos de pensões por si geridos, bem como um relatório anual, por fundo de pensões, sobre a forma como foi exercido em concreto o direito de voto nas sociedades emitentes dos valores mobiliários que integram o património desses fundos, devendo justificar as situações em que se verificou um afastamento da referida política.
Esta norma regulamentar prevê ainda que estes dois documentos devem ser divulgados no sítio da entidade gestora na Internet ou, se esta não dispuser de sítio autónomo, em área expressamente reservada e devidamente assinalada do sítio na Internet do grupo empresarial do qual a mesma faça parte.
Recomendações dos provedores dos clientes e dos provedores dos participantes e beneficiários das adesões individuais a fundos de pensões abertos
A Norma Regulamentar n.º 10/2009-R, de 25 de junho, com a redação dada pela Norma Regulamentar n.º 2/2013-R, de 10 de janeiro, no que diz respeito ao provedor do cliente, e a Norma Regulamentar n.º 7/2007-R, relativamente ao provedor dos participantes e beneficiários das adesões individuais a fundos de pensões abertos, preveem que as recomendações efetuadas pelos provedores sejam divulgadas no sítio do operador na Internet ou em sítio institucional na Internet de grupo empresarial do qual a entidade faça parte ou no sítio da associação do operador, caso o provedor seja nomeado por esta, ou no sítio do provedor do cliente, caso exista.
Acresce que, no sítio da ASF na Internet deve sempre constar, pelo menos, a hiperligação para o sítio em que aquelas recomendações estão divulgadas.
De um modo geral, os operadores deram cumprimento a estas exigências legais de divulgação da informação sobre a sua atividade, apesar de, em alguns casos pontuais, ter sido necessária a intervenção da ASF.
3.4.8 Riscos de conduta associados a mis-selling
Na sequência da divulgação27 de um conjunto de medidas de mitigação dos riscos de conduta, que visam prevenir a futura ocorrência de situações que resultem em mis-selling de produtos de aforro e investimento, aprovadas pelo CNSF, a ASF prosseguiu o acompanhamento da implementação dessas medidas, nomeadamente através ações de supervisão on-site.
27 Documento disponível em http://www.asf.com.pt/NR/rdonlyres/BD196ED2-7E39-4D92-AE09-
9A9C056E2603/0/Notadedivulgação_RelatóriosobreRiscosdeConduta.pdf.
74
No âmbito da mediação de seguros, a monitorização foi realizada no quadro das ações de supervisão transversais a operadores e naquelas relativas à prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo, incidindo sobre os seguintes temas:
Políticas, processos e procedimentos de mitigação de mis-selling;
Funções de auditoria e de compliance;
Formação sobre mis-selling.
3.4.9 Acompanhamento do funcionamento dos centros telefónicos de relacionamento (call centers) das empresas de seguros
Relativamente à atuação dos centros telefónicos de relacionamento (call centers), em 2017, manteve-se, sobretudo, a atenção no cumprimento das obrigações por parte das empresas de seguros cujos canais de distribuição são essencialmente não presenciais, nos ramos Não Vida. Estas ações visaram a observância do cumprimento dos preceitos do Decreto-Lei n.º 134/2009, de 2 de junho, que consagra as obrigações decorrentes do regime jurídico da prestação de serviços de promoção, informação e apoio aos consumidores e utentes através dos referidos call centers.
Tendo este tema vindo a ser objeto de monitorização contínua ao longo dos anos, constata-se uma evolução positiva sustentada, observando-se, uma maior diligencia quanto ao cumprimento rigoroso das disposições aplicáveis, pelos operadores.
3.4.10 Procedimentos no âmbito dos sinistros multirriscos habitação
Dando seguimento ao proposto no ano transato, no âmbito do seguro de incêndio e outros danos, entendeu-se prolongar o ciclo de ações de supervisão on-site particularmente incidente nos produtos multirriscos habitação, na medida em que se trata de um produto de massa, com forte influência na atuação das empresas de seguros ao nível da sua relação com os consumidores, o que assume especial acuidade no domínio da supervisão comportamental.
Com efeito, a produção de seguro direto relativa a esta linha de negócio é a segunda mais expressiva nos ramos Não Vida, depois do seguro automóvel.
Embora este ciclo de ações se centre na regularização de sinistros, é também desenvolvida uma análise a montante, que incide sobre o desenho dos produtos, e outra a jusante, que envolve o exame dos contratos com prestadores de serviços e empresas de peritagem.
Verifica-se que as empresas de seguros, genericamente, dão cumprimento ao exigido na legislação em vigor. Contudo, foi necessário solicitar alguns ajustamentos nos procedimentos adotados por alguns operadores.
3.4.11 Procedimentos no âmbito dos sinistros automóvel
No âmbito do seguro de responsabilidade civil automóvel, entendeu-se prosseguir o ciclo de ações de supervisão on-site, com forte influência no cumprimento de prazos de regularização de sinistros a que as empresas se encontram obrigadas, nos termos do regime do sistema do seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel (SORCA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 291/2007, de 21 de agosto, e respetiva regulamentação, verificando-se a possibilidade de reforço dos padrões de conduta, quer a nível de procedimentos instituídos, como estritamente a nível de relacionamento das empresas de seguros com os lesados.
75
3.4.12 Procedimentos no âmbito dos sinistros no ramo doença
No ramo de doença, examinaram-se os procedimentos instituídos no âmbito dos sinistros, em particular na cobertura de internamento hospitalar, na medida em que se trata de um produto de massa, constatando-se a existência de um acréscimo da produção, com forte influência na atuação das empresas de seguros a nível da sua relação com os segurados, com natural impacto na estratégia desenvolvida no quadro da supervisão comportamental.
Com efeito, a produção de seguro direto relativa a esta linha de negócio é a terceira mais expressiva nos ramos Não Vida, depois dos seguros automóvel e incêndio e outros danos.
Constatou-se a existência de algumas melhorias a efetuar, designadamente, a nível do tratamento processual da informação clínica dos segurados.
3.4.13 Análise dimensional das reclamações
Considerou-se ainda oportuno dar sequência a um estudo relativo à dimensão das reclamações recebidas, não só no âmbito da regularização de sinistros doença e automóvel, mas também em sede do seguro multirriscos habitação, de modo a averiguar, por um lado, se o tipo de reclamações recebidas pela ASF reflete, em termos quantitativos e qualitativos, a maior parte das reclamações recebidas pelas empresas de seguros supervisionadas e, por outro lado, examinar o cumprimento das normas respeitantes ao funcionamento da sua unidade de gestão de reclamações, por força do disposto no artigo 6.º da Norma Regulamentar 10/2009-R, de 25 de junho, alterada e republicada pela Norma Regulamentar n.º 2/2013-R, de 10 de janeiro.
Verifica-se que as empresas de seguros, de modo geral, dão cumprimento ao exigido na legislação aplicável. No entanto, foram emitidas algumas recomendações no sentido de intensificar o cumprimento e o aprimoramento das melhores práticas no relacionamento das empresas de seguros com os tomadores de seguros, segurados, beneficiários e lesados.
3.4.14 Mediação de seguros
Em final de 2017 encontravam-se registados junto da ASF 20 258 mediadores, valor que representa uma redução de 5,5% face ao período homólogo. A evolução do número de mediadores nos últimos anos tem sido marcada por uma tendência decrescente motivada, em grande parte, pela progressiva consolidação que se tem registado no setor da mediação de seguros.
No que diz respeito à sua forma jurídica, este universo de mediadores de seguros repartia-se entre 83% de pessoas singulares e 17% de pessoas coletivas. Quanto à sua distribuição por categorias, os mediadores de seguros encontravam-se concentrados, na sua quase totalidade, nas categorias de agente de seguros (61,5%) e de mediador de seguros ligados “tipo 1” (38%). Estas proporções oscilaram ligeiramente face ao ano transato, tendo-se registado uma redução na ordem de 2% do número de pessoas singulares, acompanhando um aumento do número de agentes de seguros (aumento de 2%) e redução do número de mediadores de seguros ligados “tipo 1” (redução de 2%).
A supervisão comportamental da atividade de mediação de seguros incide sobre o exercício da atividade dos mediadores de seguros registados em Portugal no território da União Europeia, assim como sobre o cumprimento das condições de interesse geral dos cerca de 6 000 mediadores de seguros registados em outro Estado membro e autorizados a exercer atividade em Portugal, através de sucursal ou em LPS.
76
Atendendo ao número significativo de mediadores de seguros, tem sido adotado um modelo supervisão baseada no risco, o qual compreende a alocação dos recursos de supervisão às áreas que revelam falhas sistemáticas / gravosas e que representem potenciais danos para tomadores de seguros, segurados ou beneficiários de seguros. Assim, a atividade on-site e off-site foi planeada em função do risco apurado com base na informação sobre a atuação dos operadores no mercado, no peso dos medidores na distribuição de determinados produtos, nos respetivos modelos de negócio e nas zonas geográficas de atuação.
A tabela seguinte apresenta, em resumo, as principais fontes de informação que deram origem a uma atuação / investigação de supervisão comportamental em 2017.
Quadro 3.10 Origem dos factos que conduziu a processo de supervisão
À semelhança do ocorrido em 2016, a maior parte das situações alvo de análise em 2017 foi identificada através dos reportes obrigatórios, os quais englobam a validação de publicações e a divulgação de informação ao público pelos operadores, tais como documentos de prestação de contas dos corretores de seguros e mediadores de resseguro, bem como de outros mediadores com mais de um milhão de euros de remunerações.
Verificou-se que as ações de supervisão on-site credenciadas tiveram um maior peso na origem de processos de supervisão face a 2016, o que se deve ao maior número de ações de supervisão realizadas, bem como à natureza e complexidade das matérias abordadas.
A evolução do número de processos de supervisão com origem na deteção de irregularidades por outras áreas da ASF manteve em 2017 a tendência crescente que tem registado nos últimos anos, o que veio reforçar a importância da cooperação interdepartamental na ASF.
No que respeita às denúncias recebidas pela ASF provenientes de entidades supervisionadas, registou-se uma redução significativa do número de denúncias de mediadores contra empresas de seguros em 2017.
Tendo por base o risco apurado, cerca de 83% da atividade de supervisão da mediação de seguros foi conduzida através do acompanhamento off-site de situações problemáticas, e 17% através de ações on-site de situações e temáticas que exigiram uma observação direta pelas equipas de técnicos nas instalações de mediadores de seguros.
Da atividade on-site, mais de 70% das ações revestiram a forma credenciada (com ou sem aviso prévio), valor que sobe acima dos 80% em termos de matérias distintas analisadas, o que reflete o caráter de maior transversalidade destas ações, face aos propósitos mais objetivos da forma “cliente-mistério”.
Origem dos factos que conduziram a processos de supervisão %
Ações de supervisão on‐site Credenciadas 14,1
Ações de supervisão on‐site "Cliente‐Mistério" 0,7
Inquéritos ou análises diversas off‐site 4,6
Reportes obrigatórios 45,5
Ações decorrentes de factos apurados por outras áreas da ASF 9,5
Denúncias de empresa de seguros contra mediador 1,9
Denúncias de mediador contra empresa de seguros 5,8
Denúncias de mediador contra mediador 5,1
Outras informações / denúncias sobre mediador de seguros 0,5
Outras informações ou denúncias sobre práticas de mediador 3,9
Esclarecimentos a mediadores 4,9
Esclarecimentos a representantes de mediadores 1,5
Esclarecimentos a empresas de seguros 0,7
Esclarecimentos a outras entidades 1,2
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Detalham-se de seguida as principais matérias analisadas nos dois tipos de ações on-site.
Quadro 3.11 Matérias analisadas nas ações de supervisão on-site credenciadas
Em 2017, os requisitos legais aplicáveis às pessoas diretamente envolvidas na atividade de mediação de seguros (PDEAMS) mantiveram-se como a principal matéria analisada nas ações on-site credenciadas. Neste âmbito foi analisada maioritariamente a qualificação das pessoas que intervêm na comercialização de contratos de seguro, bem como o cumprimento do número de pessoas em permanência nos estabelecimentos abertos ao público.
Dada a natureza dos operadores supervisionados, bem como das temáticas sob investigação, as matérias “sistema de comercialização através de redes de distribuição” e “requisitos legais aplicáveis aos estabelecimentos / livro de reclamações” assumiram particular relevância nas ações on-site credenciadas de 2017. De facto, a evolução dos modelos de negócio e de distribuição dos operadores, motivada pelas exigências do mercado e introdução de novas tecnologias, tem merecido uma crescente atenção das equipas de supervisão.
Quadro 3.12 Matérias analisadas nas ações de supervisão on-site “cliente mistério”
As ações de “cliente-mistério” focaram-se, em grande maioria, na averiguação do cumprimento dos requisitos legais aplicáveis aos estabelecimentos, em particular, na existência de estabelecimento aberto ao público não registados, e/ou de operadores não autorizados.
Considerando a interligação entre as matérias, a análise do exercício não autorizado surgiu, naturalmente, na sequência da análise dos requisitos legais aplicáveis aos estabelecimentos.
Matérias analisadas nas ações credenciadas %
Exercício não autorizado 14,3
Comercialização de contratos de seguro (negociação, proposta, deveres de
informação e colocação de riscos)11,2
Cobrança de prémios, contas “clientes” e prestação de contas 1,0
Requisitos legais aplicáveis às PDEAMS / Membros do órgão de
administração responsáveis pela atividade29,6
Medidas de mitigação de riscos de conduta associados a mis‐selling 3,1
Prevenção do branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo 3,1
Sistema de comercialização através de redes de distribuição 15,3
Requisitos legais aplicáveis aos estabelecimentos / Livro de reclamações 22,4
Matérias analisadas nas ações "cliente‐mistério" %
Exercício não autorizado 17,4
Comercialização de contratos de seguro (negociação, proposta, deveres de
informação e colocação de riscos)8,7
Requisitos legais aplicáveis às PDEAMS / Membros do órgão de
administração responsáveis pela atividade8,7
Requisitos legais aplicáveis aos estabelecimentos / Livro de reclamações 65,2
78
3.4.15 Regularização de sinistros automóvel
Controlo de prazos
O artigo 36.º do regime do sistema do seguro obrigatório de responsabilidade civil automóvel (SORCA)28, estipula, nas situações em que os sinistros automóvel envolvam apenas danos materiais, diversos deveres que impendem sobre as empresas de seguros. Assim, aquelas devem: i) proceder ao primeiro contacto com o tomador do seguro, com o segurado ou com o terceiro lesado no prazo de dois dias úteis, marcando as peritagens necessárias, ii) concluir as peritagens nos oito dias úteis seguintes ao fim do prazo mencionado na alínea anterior ou no máximo de 12 dias úteis em caso de haver necessidade de desmontagem, iii) disponibilizar os relatórios das peritagens nos quatro dias úteis após a sua conclusão, bem como dos relatórios de averiguação indispensáveis à sua compreensão, e iv) comunicar a assunção, ou não, da responsabilidade em 30 dias úteis a contar do termo do prazo fixado para proceder ao primeiro contacto.
Com exceção do primeiro contacto, os prazos são reduzidos para metade quando existe declaração amigável de acidente automóvel. Ao contrário, os prazos são duplicados no caso de se verificarem fatores climatéricos excecionais ou um número de acidentes excecionalmente elevado em simultâneo.
O regime aplicável consagra ainda deveres de diligência que as empresas de seguros devem seguir na regularização de sinistros que envolvam danos corporais, estipulando-se, nesses casos, que as mesmas devem: i) informar o lesado caso seja necessário proceder a exame de avaliação do dano corporal por perito médico, num prazo não superior a 20 dias a contar do pedido de indemnização por ele efetuado, ou de 60 dias a contar da data da comunicação do sinistro, caso o pedido indemnizatório ainda não tenha sido efetuado, ii) disponibilizar ao lesado o exame de avaliação do dano corporal referido no máximo de dez dias a contar da sua receção e iii) comunicar a assunção ou não da responsabilidade até 45 dias a contar da data do pedido de indemnização, se tiver sido entretanto emitido o relatório de alta clínica (caso haja lugar) e o dano seja totalmente quantificável.
É ainda de sublinhar que as empresas de seguros devem constituir um registo relativo aos prazos aplicáveis a cada um dos sinistros por si geridos, nos termos da Norma Regulamentar n.º 16/2007-R, de 20 de dezembro29 (regulamentação do regime de regularização de sinistros em sede de seguro automóvel), posteriormente alterada pelas Normas Regulamentares n.ºs 7/2009-R30 e 17/2010-R31, de 14 de maio e de 18 de novembro, respetivamente.
De facto, de acordo com o artigo 5.º daquele diploma regulamentar, esta informação deve ser reportada anualmente à ASF para efeitos de supervisão32. Na ótica da supervisão comportamental e, em especial, ao nível do acompanhamento das práticas dos diferentes operadores, a análise deste registo assume uma significativa importância.
Salienta-se que que os incumprimentos reportados pelas empresas de seguros podem ser justificados através de informações adicionais previstas nas instruções informáticas anexas à norma regulamentar, o que reduz o número de incumprimentos, sendo, todavia, a
28 Aprovado pelo Decreto-Lei n.º 291/2007, de 21 de agosto.
29 Publicada no Diário da República n.º 20, 2.ª série, de 29 de janeiro de 2008.
30 Publicada no Diário da República n.º 105, 2.ª série, de 01 de julho de 2009.
31 Publicada no Diário da República n.º 241, 2.ª série, de 15 de dezembro de 2010.
32 Cf. alteração ao artigo 5.º da Norma Regulamentar n.º 16/2007-R, de 20 de dezembro, ex vi artigo 1.º da Norma Regulamentar n.º 17/2010-R, de 18 de novembro.
79
adequabilidade das justificações ao caso concreto avaliada em sede de ação de supervisão on-site, através da análise direta dos processos de sinistro. Assim, os valores apresentados suportam um cenário estatístico que pode ou não corresponder à realidade, uma vez que as justificações podem não ser apropriadas ou podem ainda não ter devido fundamento.
A análise dos dados reportados pelos diversos operadores, a que se procede de seguida, deve ter como enquadramento estes pressupostos.
No que concerne aos sinistros dos quais resultaram danos exclusivamente materiais, a evolução verificada nos últimos cinco anos consta do quadro 3.13, sendo de realçar que, em 2017, se mantém um quadro expressivo de cumprimento dos prazos aplicáveis à regularização daquele tipo de sinistros por parte das empresas de seguros.
Com efeito, numa perspetiva agregada, e tendo exclusivamente por base as informações reportadas pelas empresas de seguros, foram observados 99,90% dos prazos aplicáveis àquela tipologia de sinistros, valor inferior ao verificado em 2016 (99,97%), tendo o número de processos reportados aumentado 0,80% entre estes dois períodos.
Sublinhe-se que o número de prazos a observar não é igual em todos os processos. Por exemplo, nos sinistros com danos exclusivamente materiais, em alguns casos, atendendo ao montante envolvido ou pelas caraterísticas do processo, é dispensada a realização de peritagem (13,8% dos casos em 2017). Verifica-se, também, que apenas existe pagamento de indemnização diretamente ao lesado em 9,2% das situações. Nas restantes situações, e caso a empresa de seguros tenha assumido tal responsabilidade, o pagamento é efetuado diretamente a terceiros prestadores de serviços; estes pagamentos não se encontram abrangidos pelas regras do SORCA. Em consequência, o número de prazos efetivos a observar em 2017 foi de 1 931 779, o que origina uma média de apenas 3,8 prazos por processo de sinistro de danos materiais, apesar dos seis prazos legalmente previstos.
Quadro 3.13 Nível de cumprimento de prazos de regularização de sinistros automóvel
Sinistros com danos exclusivamente materiais
Legenda: P1: Primeiro contacto do segurador; P2: Conclusão das peritagens; P3: Disponibilização dos relatórios de peritagem; P4: Comunicação da assunção ou não da responsabilidade; P5: Comunicação da decisão final; P6: Último pagamento da indemnização.
Importa salientar, todavia, que a informação (designadamente, a incluída no quadro acima) relativamente a 2017, tal como nos restantes quadros que dizem respeito aos demais tipos de sinistros abrangidos pelo regime de regularização de sinistros automóvel, não reflete ainda a possível correção que algumas empresas de seguros venham a realizar relativamente ao reporte relativo a esse período, no âmbito do processo de validação dos relatórios de incumprimento que a ASF promove regularmente.
Já no que respeita aos sinistros com danos exclusivamente materiais, e ao contrário do que sucedeu em anos anteriores, verifica-se uma redução na observância, por parte das empresas de seguros, e ainda que de forma pouco significativa, do cumprimento do prazo referente à conclusão das peritagens e à disponibilização dos respetivos relatórios, passando de um
PeríodoTotal de
processosP1 P2 P3 P4 P5 P6 Global
2013 449 134 99,92% 100,00% 100,00% 99,97% 100,00% 99,68% 99,96%
2014 450 813 99,89% 100,00% 100,00% 99,98% 100,00% 99,93% 99,96%
2015 468 766 99,89% 100,00% 100,00% 99,97% 85,42% 99,78% 99,96%
2016 502 201 99,91% 100,00% 100,00% 99,98% 98,51% 99,98% 99,97%
2017 506 217 99,80% 99,93% 99,92% 99,96% 100,00% 99,97% 99,90%
80
cumprimrespetiva
Da mesminferior aperitage
Resulta dresponsasinistro33,verificadrelativo aanterior
Importa SORCA eindemniztaxa lega
Os prazdiscrimincorporai
Gráfico 3.8
Tal comoprocessodanos ediferença
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34 Em 20danos
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a mesma tendrativamente co
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de (99,96%).
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do regime jus materiais, so
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ontrariando a posicional relativamve a empresa de informações (cf.
ente materiais, 1,
2017,
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ção da obre o se ter
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43.º do ção da bro da
urídico, mente
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sição do ente às seguros n.º 5 do
,5% com
81
sinistros depende da existência de um pedido indemnizatório, nas condições previstas no artigo 4.º da Norma Regulamentar n.º 16/2007-R, de 20 de dezembro35.
Resulta da experiência obtida a partir das ações de supervisão on-site, que se não existissem estas limitações, definidas pelos critérios de reporte, o número de processos seria diferente do reportado por cada empresa de seguros. Por outro lado, os processos com danos corporais tendem a perdurar, sendo regularizados num horizonte temporal mais alargado devido à gravidade das situações em causa.
Pelo que importa salientar que os dados analisados podem não espelhar com toda a exatidão a globalidade dos sinistros ocorridos no mercado, situação que tem vindo a ser corrigida junto dos diversos operadores.
Considerando estes aspetos, e com base nos dados reportados pelas empresas de seguros, verifica-se que o nível médio de cumprimento relativamente aos sinistros com danos exclusivamente corporais foi um pouco inferior ao apurado para aqueles que apenas apresentaram danos materiais ou danos materiais com corporais (99,90% e 99,78%, respetivamente).
É também de realçar, no âmbito dos sinistros com danos exclusivamente corporais, que o prazo fixado para a disponibilização do relatório do exame de avaliação corporal não foi integralmente salvaguardado em 2017, como se ilustra no quadro 3.14. Por outro lado, verificou-se uma diminuição do cumprimento do prazo referente à comunicação da assunção ou não da responsabilidade de 0,1 pontos percentuais em relação ao ano transato.
Genericamente, verifica-se um decréscimo do cumprimento destes prazos de regularização de sinistros, diminuindo de 99,91% em 2016, para 99,72% em 2017.
Quadro 3.14 Nível de cumprimento de prazos de regularização de sinistros automóvel
Sinistros com danos exclusivamente corporais
Legenda: P7: Informação sobre a necessidade de proceder a exame de avaliação do dano corporal; P8: Disponibilização do relatório do exame de avaliação corporal; P9: Comunicação da assunção ou não da responsabilidade – danos corporais; P10: Comunicação da assunção da responsabilidade consolidada; P11: Último pagamento da indemnização (corporais).
35 “Para o efeito do regime de regularização do dano corporal, o pedido indemnizatório tem de ser escrito, datado,
identificar o sinistro a que se reporta e referir-se a danos corporais, devendo ainda indicar a despesa em cujo pedido de pagamento se consubstancia”. Nestes termos, a empresa de seguros apenas deverá explicitar como pedido indemnizatório, para os efeitos do regime de regularização do dano corporal, o pedido que preencha os requisitos formais elencados naquela disposição, desde que este seja apresentado até ao momento em que é efetuada a primeira, ou a única, comunicação sobre a assunção ou não da responsabilidade. Por conseguinte, considera-se que as solicitações apresentadas pelo lesado em momento posterior àquela comunicação assumem um caráter distinto do pedido indemnizatório, tal como é definido pela Norma Regulamentar n.º 16/2007-R, de 14 de maio, não relevando, por isso, para efeitos de reporte à ASF.
PeríodoTotal de
processosP7 P8 P9 P10 P11 Global
2013 3 786 99,42% 99,94% 99,82% 100,00% 99,97% 99,86%
2014 3 392 99,53% 100,00% 99,76% 100,00% 99,93% 99,86%
2015 3 317 99,45% 99,92% 99,88% 100,00% 99,97% 99,88%
2016 3 072 99,73% 100,00% 99,80% 100,00% 100,00% 99,91%
2017 3 340 99,48% 99,78% 99,70% 99,58% 99,96% 99,72%
82
Foi também possível constatar que os operadores não tiveram também aqui necessidade de recorrer a todas as fases de regularização previstas. Com efeito, das cinco obrigações que implicam cumprimento de prazos para os sinistros com danos corporais, apenas se verificou a aplicação, em média, de 3,35 prazos.
O nível médio de cumprimento dos prazos aplicáveis aos sinistros dos quais resultaram os dois tipos de danos aumentou ligeiramente, apresentando em 2017 um nível médio de cumprimento situado em 99,78% e invertendo a tendência de redução dos anos precedentes, como se pode observar no quadro 3.15.
Sublinha-se o aumento do cumprimento do prazo fixado para o prazo para a comunicação da assunção ou não da responsabilidade (99,64% em 2016 e 99,90% em 2017) e do prazo para a conclusão das peritagens que em 2017 voltou a ser cumprido na íntegra. No que diz respeito aos prazos fixados para o primeiro contacto para obtenção de autorização para regularização dos danos materiais (99,12%) e para o último pagamento da indemnização (99,78%), registou-se um nível de cumprimento inferior ao observado em 2016, ainda que marginalmente.
O prazo relativo ao contacto para a marcação de peritagens apresenta um nível de cumprimento idêntico ao que se verificou no ano transato.
Quadro 3.15 Nível de cumprimento de prazos de regularização de sinistros automóvel
Sinistros com danos materiais e corporais
Legenda: P12: Primeiro contacto para obtenção de autorização para regularização dos danos materiais; P13: Contacto para marcação de peritagens; P14: Conclusão das peritagens; P15: Disponibilização dos relatórios da peritagem; P16: Comunicação da assunção ou não da responsabilidade; P17: Comunicação da decisão final após prestação de informação adicional pelo tomador de seguro ou segurado; P18: Último pagamento da indemnização (materiais).
No que diz respeito ao conjunto dos sinistros com danos corporais e materiais, em 2017, verifica-se que também aqui os operadores não tiveram necessidade de recorrer a todas as fases de regularização previstas, sendo que das sete obrigações que implicam cumprimento de prazos referentes a sinistros com este tipo de danos, verificou-se a aplicação, em média, de 5,03 prazos.
Já no que concerne à evolução do número total de sinistros automóvel reportados e do número total de incumprimentos, verifica-se uma tendência crescente nos dois indicadores, com exceção de 2016 em que os incumprimentos decresceram de forma acentuada. Em 2017, o rácio verificado foi de aproximadamente 990 prazos cumpridos por cada prazo incumprido.
Importa também aqui sublinhar que estes dados têm em consideração somente o universo de sinistros reportados e não a totalidade das ocorrências, não sendo possível verificar o fundamento das justificações introduzidas pelos operadores apenas através do reporte.
PeríodoTotal de
processosP12 P13 P14 P15 P16 P17 P18 Global
2013 5 399 99,50% 100,00% 100,00% 100,00% 99,87% - 99,87% 99,87%
2014 5 008 99,52% 100,00% 100,00% 100,00% 99,94% - 99,86% 99,88%
2015 5 811 99,45% 100,00% 99,98% 100,00% 99,74% 100,00% 99,69% 99,82%
2016 5 557 99,30% 99,96% 99,98% 99,98% 99,64% - 99,85% 99,77%
2017 7 157 99,12% 99,97% 100,00% 99,98% 99,90% 100,00% 99,78% 99,78%
83
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sim, e em
84
linha com anos anteriores, foi efetuada uma análise dos tempos médios de regularização observados, reportando-se, de seguida, a evolução verificada em 2017.
Salienta-se, a este respeito, que os dados de suporte à elaboração dos gráficos apresentados foram obtidos através do recurso à informação divulgada pelas 19 empresas de seguros que comercializam o seguro automóvel, nos respetivos sítios na Internet. É, também, de sublinhar que os tempos médios, por prazo, foram calculados para o mercado tendo em consideração a ponderação em função do número de sinistros reportados por cada operador.
O gráfico 3.9 infra36 permite verificar que os tempos médios de regularização de sinistros envolvendo danos exclusivamente materiais no âmbito das coberturas de danos próprios são, para todas as ações aí indicadas, bastante inferiores aos prazos legais.
Gráfico 3.9 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel na cobertura de danos próprios, por tipo de prazo
Danos materiais – Danos próprios (em dias)
É de salientar, neste particular, que o prazo observado para o “Primeiro contacto da empresa de seguros” registou um aumento do número médio de dias necessários para o seu cumprimento, tendo sido de 0,8 dias em 2016 e de 0,9 dias em 2017, bem como o tempo médio verificado para a “Conclusão das peritagens” (2,6 para 2,8 dias) e para a “Comunicação da assunção ou não da responsabilidade” (7,4 para 8,7 dias), ainda assim muito abaixo dos prazos legalmente previstos.
Neste último caso, importa ainda salientar que o valor médio obtido é fortemente influenciado pelos prazos divulgados por duas das três empresas de seguros com maior quota de mercado naquele segmento de negócio. O prazo médio que resulta da avaliação dos restantes operadores seria de apenas 7,4 dias, ao nível de 2016, portanto.
36 Para efeitos da presente análise, foi efetuada uma média entre os tempos médios com declaração amigável de
acidente automóvel e sem declaração amigável de acidente automóvel, nos casos em que as empresas de seguros divulgaram informação com recurso a esta distinção. No que concerne ao prazo referente à conclusão das peritagens, foi assumida, para efeitos de elaboração do presente gráfico, uma média entre os prazos praticados quanto à conclusão da peritagem com e sem desmontagem. Esta metodologia justifica o facto de alguns dos elementos desagregados apresentados para este efeito poderem não corresponder aos tempos médios divulgados, de forma individualizada, pelas empresas de seguros.
0,9
2,8
0,0
8,7
0,0
2,5
0 2 4 6 8 10
Primeiro contacto da empresa de seguros
Conclusão das peritagens
Disponibilização dos relatórios de peritagem
Comunicação da assunção ou não da responsabilidade
Comunicação da decisão final
Último pagamento da indemnização
85
Ao contrário, o tempo médio para o “Último pagamento da indemnização” diminuiu dos 3,8 dias verificados em 2016 para 2,5 dias em 2017. Por sua vez, os tempos médios relativos à “Disponibilização dos relatórios de peritagem” e à “Comunicação da decisão final” mantêm-se idênticos aos obtidos no ano transato (0 dias).
Passando à análise dos dados desagregados por operador, que constam do gráfico 3.10 e como tem sido habitual, verifica-se que os tempos médios praticados pela generalidade das empresas de seguros são muito inferiores aos prazos legais estabelecidos, verificando-se, ainda assim, alguma heterogeneidade nos valores apresentados individualmente, e isto sem prejuízo de se ter observado uma diminuição do desvio-padrão de 4,8 dias, em 2016, para 4,5 dias, em 2017.
Gráfico 3.10 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel na cobertura de danos próprios, por operador
Danos materiais – Danos próprios (em dias)
No que se refere aos tempos médios de regularização de sinistros automóvel com danos materiais no âmbito da cobertura de responsabilidade civil (gráfico 3.11), verifica-se que os prazos observados para o “Primeiro contacto da empresa de seguros”, para a “Disponibilização dos relatórios de peritagem” e para o “Último pagamento da indemnização “se mantêm idênticos aos verificados em 2016. Contrariamente, constata-se um aumento do número médio de dias em alguns prazos, comparativamente com o ano transato: de 2,7 para 2,8 dias para a “Conclusão das peritagens”, de 9,4 para 9,8 dias no que se refere à “Comunicação da assunção ou não da responsabilidade” e de 0 para 0,3 dias para a “Comunicação da decisão final”.
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1
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0 5 10 15 20 25 30
Ageas
AIG
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CA Seguros
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Generali
GNB Seguros
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Lusitania
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N Seguros
Ocidental Seguros
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Via Directa
Victoria
Zurich
Primeiro contacto da empresa de seguros Conclusão das peritagens
Disponibilização dos relatórios de peritagem Comunicação da assunção ou não da responsabilidade
Comunicação da decisão final Último pagamento da indemnização
86
Estes indicadores, no entanto, ainda se situam a um nível substancialmente inferior ao máximo permitido nos termos do previsto no SORCA.
Gráfico 3.11 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel na cobertura de responsabilidade civil, por tipo de prazo
Danos materiais – Responsabilidade civil (em dias)
Se considerarmos a informação individualmente reportada neste âmbito, ilustrada no gráfico 3.12, verifica-se uma maior heterogeneidade nos dados apresentados, que se ilustra através da verificação, em 2017, de um desvio-padrão de 4,9 dias, superior ao desvio padrão observado no ano transato, e que havia sido de 3,5 dias.
Gráfico 3.12 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel na cobertura de responsabilidade civil, por operador
Danos materiais – Responsabilidade civil (em dias)
0,8
2,8
0,0
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0,3
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0 2 4 6 8 10
Primeiro contacto da empresa de seguros
Conclusão das peritagens
Disponibilização dos relatórios de peritagem
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Seguradoras Unidas
Via Directa
Victoria
Zurich
Primeiro contacto da empresa de seguros Conclusão das peritagens Disponibilização dos relatórios de peritagem Comunicação da assunção ou não da responsabilidadeComunicação da decisão final Último pagamento da indemnização
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Em sede de análise dos tempos relativos à regularização de sinistros com danos corporais, o gráfico 3.13 permite apurar que, também neste caso, os tempos médios observados pelas empresas de seguros ficaram muito aquém dos respetivos prazos máximos legais.
Porém, constata-se que o tempo médio para o cumprimento do prazo relativo à “Informação sobre a necessidade de proceder a exame de avaliação do dano corporal” tem vindo a crescer paulatinamente de 2013 para 2017 (de 6 dias para 16,6 dias, durante quele período), embora pareça estar estabilizado relativamente a 2016 (16,6 dias).
Registou-se, do mesmo modo, um aumento marginal no prazo relativo ao “Último pagamento da indemnização”, de 1,2 dias, em 2016, para 1,3 dias, em 2017.
Inversamente os prazos referentes à “Disponibilização do relatório do exame de avaliação corporal” e à ”Comunicação da assunção ou não da responsabilidade”, em danos corporais registaram uma redução, respetivamente, de 0,1 e 16 dias, em 2016, para 0 e 15,7 dias, em 2017, mantendo-se este último muito distante dos 45 dias previstos como prazo máximo na alínea c) do n.º 1 do artigo 37.º do Decreto-Lei n.º 291/2007, de 21 de agosto.
À semelhança do ocorrido em 2015 e 2016, o número médio de dias para a “Comunicação da assunção da responsabilidade consolidada” manteve-se em apenas 1 dia.
Gráfico 3.13 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel, por tipo de prazo
Danos corporais (em dias)
Considerando os elementos individualmente divulgados por cada operador (cf. gráfico 3.14), constata-se que os tempos médios observados apresentam alguma heterogeneidade, inclusivamente em maior grau ao verificado em 2016, tendo o desvio-padrão passado de 8,3 para 10,1 dias.
16,6
0,0
15,7
1,0
1,3
0 5 10 15 20
Informação sobre a necessidade de proceder aexame de avaliação do dano corporal
Disponibilização do relatório do exame deavaliação corporal
Comunicação da assunção ou não daresponsabilidade - danos corporais
Comunicação da assunção da responsabilidadeconsolidada
Último pagamento da indemnização
88
Gráfico 3.14 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel, por operador Danos corporais (em dias)
Finalmente, no que concerne à regularização de sinistros com danos materiais e corporais, veja-se os dados apresentados no gráfico 3.15, relativamente aos quais importa realçar um aumento face ao ano anterior do tempo médio do prazo disponível para o “Primeiro contacto para obtenção de autorização para regularização dos danos materiais”, 0,9 dias para 1,1 dias. O mesmo se verificou no prazo para a “Conclusão das peritagens” que cresceu de 2,6 dias em 2016 para 3,4 dias em 2017.
Neste último caso, e mais uma vez, o valor médio obtido é fortemente influenciado pelo prazo divulgado por uma das três empresas de seguros com maior quota de mercado. O prazo médio que resulta da avaliação dos restantes operadores seria de apenas 2,5 dias, inferior mesmo ao nível observado em 2016.
Por seu turno, o tempo médio para a “Comunicação da assunção ou não da responsabilidade” diminuiu de 13,8 dias, em 2016, para 13,7 dias em 2017, verificando-se também uma diminuição do tempo médio relativo ao “Último pagamento da indemnização”, que havia sido de 3,3 dias em 2016, reduzindo-se para 2,6 dias em 2017.
Gráfico 3.15 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel, por tipo de prazo
Danos Materiais e Corporais (em dias)
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0
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0 5 10 15 20 25 30 35 40
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Fidelidade
Generali
GNB Seguros
Liberty
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Via Directa
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Informação sobre a necessidade de proceder a exame de avaliação do dano corporal Disponibilização do relatório do exame de avaliação corporal
Comunicação da assunção ou não da responsabilidade - danos corporais Comunicação da assunção da responsabilidade consolidada
Último pagamento da indemnização
1,1
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13,7
2,6
0 5 10 15
Primeiro contacto para obtenção de autorizaçãopara regularização dos danos materiais
Conclusão das peritagens
Comunicação da assunção ou não daresponsabilidade
Último pagamento da indemnização
89
Por último, no gráfico 3.16 podem ser analisados os tempos médios de regularização de sinistros automóvel que envolveram danos materiais e corporais, por cada empresa de seguros. Este indicador é relativamente homogéneo, tendo o desvio-padrão passado de 14,3 dias, em 2016, para 6,4 em 2017.
Gráfico 3.16 Tempos médios de regularização de sinistros automóvel, por operador
Danos materiais e Corporais (em dias)
Em conclusão, e como resultado da monitorização que a ASF tem levado a cabo relativamente a esta temática, através de ações periódicas de supervisão on-site e off-site, foi possível verificar que, em 2017, todas as empresas de seguros tiveram em consideração o entendimento divulgado ao mercado pela ASF no que diz respeito à divulgação dos tempos médios de regularização.
De facto, e para além da obrigatoriedade da informação estar disponível, é importante que a sua atualização seja efetuada até ao final do mês de janeiro do ano seguinte a que diz respeito, sob pena de se perder oportunidade e comparabilidade. É também conveniente que a mesma se mantenha em local visível e facilmente acessível por parte dos consumidores, nos sítios das empresas de seguros na Internet.
Como já tinha vindo a constatar-se em anos anteriores, verificou-se um ligeiro acréscimo do tempo médio de regularização de sinistros automóvel, motivo que levará a ASF a manter o acompanhamento dos procedimentos seguidos pelos diversos operadores no que se refere aos prazos observados, bem como à qualidade e oportunidade da informação que aqueles prestam aos seus clientes e, em geral, aos consumidores, com vista a fomentar uma maior adequação às exigências do quadro legal e regulamentar e, também, o alinhamento com as melhores práticas do setor.
Resulta, finalmente, da análise que a ASF tem levado a cabo, a necessidade de uma maior harmonização na parametrização e no modo de apresentação da informação sobre os tempos médios observados, o que contribuirá para facilitar a sua leitura e compreensão, permitindo a comparabilidade entre operadores, aspetos que se encontram a ser devidamente ponderados por esta Autoridade de Supervisão.
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Primeiro contacto para obtenção de autorização para regularização dos danos materiais Conclusão das peritagens
Comunicação da assunção ou não da responsabilidade Último pagamento da indemnização
90
capítuloEnforcement 4
4 | Enforcement
4.1 Considerações iniciais
Na prossecução das suas funções de supervisão, cumpre à ASF assegurar a observância das disposições legais e regulamentares aplicáveis pelas entidades supervisionadas, atividade genericamente designada como enforcement, por forma a garantir a “manutenção de elevados padrões de conduta por parte das mesmas, com vista ao objetivo principal de proteção dos tomadores de seguros, segurados, subscritores, participantes, beneficiários e lesados” (cf. artigo 6.º dos Estatutos da ASF, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 1/2015, de 6 de janeiro).
As competências referentes ao enforcement encontram-se previstas nos Estatutos da ASF (cf. n.º 4 do artigo 16.º) e incluem, designadamente:
i) Assegurar o cumprimento de deveres legais ou regulamentares ou resultantes de atos de direito da União Europeia a que se encontram sujeitas as entidades sob supervisão, quer a nível prudencial, quer a nível comportamental;
ii) Assegurar o cumprimento de qualquer orientação ou instrução emitida pela ASF ou de qualquer outro dever relacionado com o setor de atividade sob supervisão;
iii) Emitir ordens, proibições ou instruções vinculativas, para que sejam sanadas irregularidades nas entidades sujeitas à supervisão da ASF, sendo nulos os atos praticados em sua violação;
iv) Assegurar que a aplicação das leis e regulamentos, e demais normas aplicáveis ao setor de atividade sob supervisão, é fiscalizada e auditada;
v) Determinar a requisição de informações e documentos e a promoção de averiguações e exames em qualquer entidade ou local, no quadro da prossecução das atribuições da ASF;
vi) Determinar a revogação dos registos ou das autorizações concedidas e determinar a suspensão temporária ou retirada definitiva de clausulados e a comercialização de produtos, quando ocorra violação da lei ou haja risco ilegítimo para os interessados ou para o equilíbrio da exploração da empresa ou do setor.
4.2 Recomendações e determinações específicas
No exercício das suas atribuições no âmbito da supervisão comportamental, a ASF dirige instruções às entidades supervisionadas. Estas instruções, que se consubstanciam em recomendações ou determinações específicas, são emitidas face à deteção de situações irregulares ou práticas que devam ser corrigidas, nomeadamente, na sequência de ações de supervisão, do tratamento de reclamações e denúncias ou do procedimento de monitorização da publicidade.
Com a recomendação, a ASF alerta para a necessidade de corrigir determinado procedimento, num determinado prazo, ficando a forma de operacionalizar a correção ao critério dos operadores.
93
ContuASF eda irreem co
Em 2determinstruao corecomserem
Quadro
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Gráfico
No qsublinparticmediamediados d
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o 4.1 Instruçõe
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mendações, rmendações no
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o 4.1 Recome
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a situação sobnações especdentificada, coar para o efeito
emitiu 345pecíficas. Ten
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istribuição doráfico 4.1, qurepresentandoo âmbito dos rte.
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uros (PDEAMSmbém as recoom os mediad
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elar maior grastrumento de
m os procedimum prazo fixa
repartidas ecado uma diato (377), impo
optou por p, genericamenanterior.
recomendaçção de segurestaca-se tamda e Vida, os q
mitidas no âeres específicpessoas diretas requisitos as empresas d
Total
u de complexsupervisão im
mentos que odo para a regu
entre 210 reminuição rel
orta ainda assprivilegiar o rnte, as irregula
ções por árearos foi a áre
mbém o númquais represen
mbito da mcos do exercamente envolplicáveis aos e seguros em
2016
180
197
377
xidade ou grampõe não só a
s operadores ularização da m
ecomendaçõeativa do núim assinalar qrecurso à emaridades detet
, pode concluea que suscitmero significntam 24,3% e
mediação de ício da atividvidas na ativestabelecime
m situações de
2017
210
135
345
avidade, a a sanação deverão, mesma.
s e 135 mero de
que a ASF, missão de tadas não
uir-se, de tou mais
cativo de 20,5% do
seguros, dade, em vidade de entos do
e violação
94
No âmbDanos edas recoprodutosé individelevado especific
Entre esregularizentendelevadas aAcidente
No âmbifinanceirtransversfinanciamnovemb
No que rforam quincumprinformaçde segur
Gráfico 4.2
1 Cria o de
das opecontrato
ito dos ramos o ramo Resp
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dualizável, umnúmero é t
camente uma
stas instruçõezação de sinistr adequado qa cabo pelo Ges Ferroviários
ito do ramo Vros e a segurosais, nomeadmento do terrro1, e com o fu
respeita às detuase exclusivarimentos de ções à ASF comros em estabe
2 Determinaç
ever de informaç
erações de capitaos de seguro e op
s Não Vida, mponsabilidade tal como sucemo, grupo ou
ma vez que o ransversal à linha de negó
es incluem-setros com aeroque as empreGabinete de P para procede
Vida, salientaraos de risco, apdamente comrorismo, com uncionamento
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ões específicas po
ão do segurador
alização com beerações de capita
ereceram espCivil de Veícu
edeu em 201u modalidades objeto das ratividade glo
ócio em partic
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am-se as recopesar de na sum a prevenç
os deveres pro do Provedo
específicas, coonadas com apublicação d
ulgação dessa e entidades te
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r ao beneficiário dneficiário em caalização.
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nvestigação deregularização.
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mo se pode v mediação de
de elementospublicação, b
erceiras.
dos contratos deso de morte, be
e o seguro des Motorizados
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presas de seg
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mitidas relativtarem relacion
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bem como com
seguros de vida,em como cria um
e Incêndio e s, embora a mm várias áreair que este valribuíram para guros e não
ASF no âmbdamente por es das averigucom Aeronave
vamente a pronadas com mde capitais 384/2007, de
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Outros maioria s e/ou or não o seu visava
ito da não se uações es e de
odutos atérias e do
19 de
ico 4.2, o com vio de lização
essoais e al destes
95
As determinações específicas no âmbito do ramo Vida representaram apenas 2,2%, estando relacionadas com deficiências detetadas na aplicação da Circular n.º 10/2009, de 20 de agosto2, e com incumprimentos dos prazos de transferência de seguros PPR entre operadores.
Por sua vez, o número de determinações específicas relativo aos ramos Não Vida foi igual ao referente a matérias transversais à atividade seguradora, e relacionaram-se com o ramo Doença, no primeiro caso, e com a função autónoma de gestão de reclamações, no segundo.
4.3 Suspensão e cancelamento de registos --- Mediação de seguros
A secção III do capítulo IV do regime jurídico da mediação de seguros (RJMS), constante do Decreto-Lei n.º 144/2006, de 31 de julho3, prevê as situações que podem dar lugar à suspensão ou ao cancelamento do registo dos mediadores de seguros.
Nos termos do artigo 55.º do RJMS, a suspensão do registo do mediador de seguros pode ocorrer: a) a pedido expresso do mediador por período não superior a dois anos; b) quando o mediador passa a exercer funções incompatíveis, nos termos da lei, com o exercício da atividade de mediação ou cargos públicos; c) no caso de cessação de todos os contratos de mediação celebrados pelo mediador de seguros ligado com as empresas de seguros, pelo prazo máximo de um ano, sob pena de cancelamento de registo.
Por outro lado, nos termos do n.º 1 do artigo 56.º do RJMS, o registo do mediador é cancelado quando se verifica algum dos seguintes fundamentos: a) pedido expresso do mediador; b) morte do mediador, liquidação do estabelecimento individual de responsabilidade limitada ou dissolução da sociedade de mediação; c) a inscrição no registo ter sido obtida por meio de declarações falsas ou inexatas; d) falta superveniente de alguma das condições de acesso ou exercício da atividade de mediação; e) impossibilidade, por um período superior a 90 dias, de a ASF contactar o mediador, designadamente, por via postal; f) a título de sanção acessória ou por decisão judicial; e g) no caso de corretor de seguros, por inobservância do dever de dispersão da carteira.
Por sua vez, nos termos do artigo 80.º do RJMS, a suspensão e o cancelamento do registo podem ainda acontecer a título de sanção acessória ou no âmbito de decisão judicial.
Em 2017, foram suspensos 1682 mediadores de seguros (apenas mais 4 suspensões do que no ano anterior), em que 73% das suspensões ocorreram por a ASF ter verificado, pelos registos, a cessação de todos os contratos de mediação celebrados pelo mediador de seguros ligado com empresas de seguros (1224 casos), 12% por o mediador passar a exercer funções incompatíveis com a atividade de mediação de seguros (262 casos) e, finalmente, 12% a pedido dos próprios mediadores (196 casos).
2 Divulga as regras legais e algumas recomendações quanto aos prazos e condições de pagamento do valor de resgate
e do valor de reembolso no vencimento do contrato, relativamente a seguros de capitalização e operações de capitalização.
3 Alterado pelo Decreto-Lei n.º 359/2007, de 2 de novembro, pela Lei n.º 46/2011, de 24 de junho, pelo Decreto-Lei n.º 1/2015, de 6 de janeiro e pela Lei n.º 147/2015, de 9 de setembro.
96
Sublinhaprincipalseguinte
Gráfico 4.3
Relativamcancelamincumprmediaçãsendo otempo sfusões/c
Gráfico 4.4
No gráficdo contrempresarepresenverificad
29
a-se, assim, o pl fundamento
e.
3 Fundamento
mente ao anomentos, num rimento supeo de seguross restantes fuuperior a 90 disões (3%).
4 Fundamento
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entos em 2017
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73%
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Exercía ativi144/20
A ped144/20
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mediador (art. 56.º, 1
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iador ou dissoluçãoes/cisões (art. 56.º,
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ício de funções inidade de mediaç
2006)
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nou no gráfico
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mentos
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a), DL 144/2006)
ediador por mais 9tal (art. 56.º, 1e), DL
o da sociedade,1b), DL 144/2006)
contratos (art. 55
ncompatíveis coão (art. 55.º, 1b),
r (art. 55.º, 1a), D
90L
5.º,
mDL
L
97
Gráfico
Constde secontracomuaumemedia
Por omediacivil psegur
Verificcontaposta
Note-não sem qdeixo
Por ooficioscontradetermmedia
Por ffundaparte produ
o 4.5 Suspens
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unicando um ento de mais dadores foram c
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ca-se ainda qcto com os ml.
se que os moão individualiue a ASF veru de ter uma e
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fim, importa amental no âm
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ões e cancelame
que 44% dos s que, estanddos com em
novo contrade 50% de cancancelados po
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que 10% dosmediadores de
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sublinhar qumbito do eficamediação de
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ntos oficiosos
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celamentos oer de manute
primento esteano 2016).
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ntes a 15% dofeitos estatíst
mediador deixganização fina
assinalar que, da verificaçãseguros ligad registo no âm
ue a monitoraz exercício daseguros dese
guradora, razã
os oficiosos rehá mais de u
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oficiosos decoenção de conte apurado atr
ntos oficiosos período super
os cancelameticos, incluindxou de preenanceira adequ
tal como no ão da falta ddo e a emprembito de sanç
rização destaas competênc
empenha um o pela qual c
espeitam a situm ano, por regularizaram
om o ano anvo (em 2016, a
orreram do trato de segurravés do repo
resultaram dior a 90 dias, n
ntos de registo-se, entre escher o requisadas à respeti
ano transatoa celebração esa de seguro
ções contraord
as matérias ccias de superv
papel essencconfigura uma
uações de mecessação de
m o respetivonterior, verificapenas 380 re
incumprimenro de responsorte das emp
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to por iniciativstes motivos, sito de idoneva atividade.
o, todas as sude, pelo me
os, não se vedenacionais ap
constitui um isão e enforcecial na distriba atividade leg
ediadores todos os
o registo, ca-se um egistos de
to, pelos sabilidade presas de
idade de te por via
va da ASF situações
eidade ou
uspensões enos, um erificando plicadas a
domínio ement por buição de galmente
98
reservada, pressupondo o cumprimento de requisitos de estrutura, capacidade, qualificação e idoneidade, que devem ser verificados, numa base contínua.
4.4 Exercício das competências sancionatórias
No domínio contraordenacional, compete à ASF, ao abrigo das alíneas a) e c) do n.º 5 do artigo 16.º dos respetivos Estatutos4 “determinar o desencadeamento dos procedimentos sancionatórios, em caso de infrações a normas legais ou regulamentares” e “aprovar a adoção das medidas cautelares necessárias e das sanções devidas”. Por outro lado, os regimes jurídicos setoriais que regem as atividades sob supervisão da ASF, bem como outros de aplicação transversal, atribuem a esta autoridade competências adicionais em matéria contraordenacional.
Conforme demonstra o quadro 4.2, em 2017 o número de processos com eventual matéria contraordenacional apreciados pela ASF desceu relativamente ao ano anterior.
Quadro 4.2 N.º total de processos de contraordenação
Processos de contraordenação 2014 2015 2016 2017
Livro de reclamações 4 6 10 7
Acesso e exercício da atividade seguradora 0 1 3 0
Mediação de seguros 35 29 23 20
Regularização de sinistros no âmbito do seguro automóvel 0 1 7 0
Acidentes de trabalho 45 49 41 35
Total 84 86 84 62
Em concreto, por comparação com o ano anterior, não se verificou qualquer processo relativo a “Regularização de sinistros no âmbito do seguro automóvel”, sendo, igualmente, de registar uma diminuição do número de processos relativos a “Acidentes de trabalho”. Contudo, no que respeita ao número de processos decorrentes do incumprimento por empresas de seguros de deveres associados a acidentes de trabalho, assinala-se a relevância que os mesmos continuam a assumir no universo em análise, tendo as denúncias dos tribunais sobre esta matéria atingido as 35 em 2017.
De acordo com o gráfico 4.5 abaixo, é possível analisar o número de autos de contraordenação instaurados pela ASF, categorizados por matéria.
Assim, em 2017, a ASF instaurou 27 autos de contraordenação em processo comum, salientando-se, conforme observado no referido gráfico, que continuam a predominar os processos sobre acidentes de trabalho (21 autos de contraordenação instaurados).
4 Aprovados pelo Decreto-Lei n.º 1/2015, de 16 de janeiro.
99
Gráfico
Por suem 20motiv
Gráfico
A títurelativeuros,
o 4.6 Autos co
ua vez, o quad017, de cuja a
vados pelo inc
o 4.7 Sanções
lo complemevamente às sa, o que repres
ontraordenaciona
dro 4.6 abaixoanálise resultaumprimento d
aplicadas por ass
entar, o quadranções aplicaenta cerca do
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6
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ais instaurados po
o ilustra as sana que a maiodos regimes ju
sunto e número
o 4.3 abaixo ddas em 2017 dobro do val
4
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4
22
or matéria
nções aplicadria das sançõurídicos aplicá
discrimina o v7, as quais ascor das coimas
2
das pela ASF, pes aplicadas dáveis a “Aciden
valor das coimcenderam a ps aplicadas no
L
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Rr
Es
por assunto edecorreu de pntes de trabalh
mas aplicadas pouco mais dano anterior.
Livro de
Mediaç
Acident
Livro de reclam
Mediação de s
Acidentes de t
Regularização ramo automóv
Exercício da acseguradora
e número, processos ho”.
pela ASF de 60 mil
e reclamaçõe
ção de seguro
tes de trabalh
mações
seguros
trabalho
de sinistros dvel
ctividade
s
os
ho
do
100
Quadro 4.3 Sanções aplicadas por assunto e valor das coimas aplicadas
Valor (euros)
Livro de reclamações 1 875 Mediadores de seguros 4 600 Acidentes de trabalho 36 108 Regularização de sinistros do ramo automóvel 10 500 Exercício da atividade seguradora 7 500
Total 60 583
Por outro lado, e tal como vem ocorrendo nos anos anteriores, em matéria de mediação de seguros, os autos de contraordenação instaurados em 2017 tiveram como principal fundamento a falta de prestação de contas por parte dos mediadores de seguros, o que originou igualmente a maioria das sanções aplicadas.
No referente aos acidentes de trabalho, a maioria das ocorrências reportam-se ao incumprimento, pelas empresas de seguros, dos prazos legalmente previstos de participação dos acidentes de trabalho aos tribunais.
101
capítuloAnálise da evolução
das reclamações 5
5 | Análise da evolução das reclamações
5.1 Enquadramento
Neste capítulo dá-se nota das principais características do procedimento de gestão e análise de reclamações implementado na ASF, apresentando-se, de seguida, os dados estatísticos relativos às reclamações recebidas e analisadas na ASF, bem como alguns exemplos de reclamações e correspondente apreciação.
É igualmente analisada a atividade dos provedores dos participantes e beneficiários para as adesões individuais aos fundos de pensões abertos e a atividade de gestão de reclamações por parte das empresas de seguros e dos respetivos provedores do cliente.
5.2 Gestão de reclamações pela ASF
5.2.1 Considerações gerais
No desempenho das suas funções de supervisão compete à ASF assegurar a análise e a resposta às reclamações apresentadas pelos tomadores de seguros, segurados, subscritores, participantes, beneficiários e lesados que se refiram a questões que não estejam pendentes em outras instâncias [cf. alínea d) do n.º 7 do artigo 16.º dos Estatutos da ASF, aprovados pelo Decreto-Lei n.º 1/2015, de 6 de janeiro].
No âmbito do procedimento de gestão e análise de reclamações, a atuação da ASF traduz-se em dois planos: por um lado, procura contribuir para a resolução do problema que subjaz à reclamação através de uma tentativa de conciliação dos interesses das partes envolvidas (em regra, reclamante e operador) e por outro, disponibiliza ao reclamante informação sobre o regime legal, regulamentar e contratual aplicável ao caso concreto.
Assim, as comunicações dirigidas pela ASF às partes no quadro da gestão de um processo de reclamação, embora não constituindo decisões vinculativas sobre os casos apreciados, contribuem, certamente, para o esclarecimento de questões suscitadas e do regime aplicável, bem como para a resolução de potenciais conflitos.
Em regra, a receção de uma reclamação pela ASF dá origem à intervenção junto de uma entidade supervisionada, no sentido de obter os esclarecimentos devidos. Contudo, se da análise dos elementos fornecidos pelo reclamante não resultar a necessidade de contacto com o operador, porquanto existem elementos considerados suficientes para enquadrar jurídica e contratualmente o caso em apreço, a ASF esclarece o reclamante acerca do quadro legal e contratual aplicável e das vias de resolução do conflito, sendo o processo tratado, do ponto de vista estatístico, como “pedido de esclarecimento”.
Adicionalmente, no âmbito da análise da reclamação, propõe-se a adoção de medidas, de acordo com as competências de supervisão da ASF, com o intuito de contribuir para o desenvolvimento de padrões de conduta adequados no setor segurador. Refira-se que da apreciação de uma reclamação pode resultar a realização de diligências pela ASF em matéria de supervisão (on-site ou off-site), podendo a mesma contribuir igualmente para a identificação de
105
uma prática proibida e sancionável. A informação recolhida a este nível pode ainda motivar uma reflexão posterior no quadro das iniciativas regulatórias a desenvolver pela ASF.
5.2.2 Principais desenvolvimentos
A ASF tem vindo a atribuir uma prioridade estratégica à matéria das reclamações, o que se justifica pela sua relevância no domínio da conduta de mercado e respetivo impacto em sede de proteção do consumidor.
Seguindo a abordagem dos anos anteriores, em 2017, prosseguiu-se a melhoria do sistema de gestão de reclamações, especialmente no que concerne ao seu tratamento estatístico, bem como no que se refere à qualidade da informação prestada aos reclamantes.
5.3 Reclamações recebidas e analisadas na ASF
Os elementos utilizados para ilustrar graficamente a evolução do número de reclamações, apresentados no ponto seguinte, referem-se, em alguns casos, a processos abertos (i. e., iniciados) e, em outros, a processos encerrados.
5.3.1 Evolução do número de reclamações
Em 2017, a ASF recebeu 6 997 reclamações, o que comparativamente com o ano anterior (7 111) representa uma ligeira diminuição de 1,6% (conforme se pode verificar no gráfico 5.1).
Esta tendência reflete a consolidação das práticas das empresas de seguros na gestão dos processos de reclamação e uma maior consciência dos consumidores quanto aos seus direitos e dos meios de atuação ao seu dispor, para o qual têm contribuído, entre outros, os esclarecimentos prestados em sede de análise e resposta às reclamações, bem como os entendimentos e recomendações emitidos sobre matérias objeto das reclamações.
Refira-se, ainda, o esforço contínuo efetuado pela ASF no sentido de identificar as condutas que devem ser tratadas no âmbito da gestão de um processo de reclamação e aquelas que devem ser antes enquadradas no objeto de um “pedido de esclarecimento”, com reflexo na contabilização do número de reclamações apresentadas diretamente à ASF comparativamente às recebidas por via Livro de reclamações (ver quadro 5.1.)
Com efeito, importa referir o tratamento cada vez mais criterioso da informação estatística recolhida em sede de reclamações, ao qual a ASF continua a atribuir elevada importância, com vista à prestação de informação ao mercado o mais fidedigna possível.
106
Gráfico 5.1
Quanto semelharelativam
Com efediretamereclamaç
No entarecebidaregistada
Quadro 5.
5.3.2
Conformassimetrencerrad
De factoVida (ce“Seguro
1 Evolução da
à forma de nça dos an
mente às aduz
eito, da análisente à ASF (4ções (2 025), te
nto, no ano as por via do as em 2016).
.1 Evolução da
Distribuição
me revelam orias na distribdos (6 492).
o, verifica-se uerca de 89%)
automóvel”
as reclamações ap
apresentaçãonos anterioreidas no Livro d
e ao quadro 4 972) é conendência que
em apreciaçãlivro de Rec
as reclamações ap
Recrece
Lrec
2013
2014
2015
2016
2017
o das reclam
os dados incbuição, por tip
um número sface ao ram(aproximadam
presentadas à AS
o das reclamaes, as reclamde reclamaçõe
5.1 verifica-sesideravelment se mantém in
ão, constatou-clamações (2
presentadas à AS
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2 299
2 156
2 066
1 889
2 025
mações por
cluídos no qpo de seguro
substancialmeo Vida (cercamente de 52
F entre 2013 e 20
ações, continumações aprees.
e que o númete superior ànalterada desd
-se um aume025 em 2017
F no período 201
Reclamações recebidas
diretamente nASF
7 654
7 302
5 548
5 222
4 972
ramos e por
quadro 5.2, mo, dos proces
ente superior a de 11%), co2%) e “Seguro
17 (processos inic
uam a predosentadas dire
ero de reclams efetuadas a
de 2013.
ento do núme7, o que com
3 a 2017 (process
a Total
9 953
9 458
7 614
7 111
6 997
r volume de
mantêm-se, esos de reclam
de reclamaçõom destaqueo de incêndi
ciados)
ominar, em 2retamente na
mações endereatravés do Liv
ero de reclammpara com as
sos iniciados)
e prémios
em 2017, gmação analisa
ões nos ramoe para as tipoio e outros d
2017, à a ASF
eçadas vro de
mações s 1889
randes ados e
os Não ologias danos”,
107
vulgarmente denominado de “Multirriscos” (cerca de 16%), seguido das tipologias “Seguro de acidentes de trabalho” (cerca de 7,5%) e “Seguro de saúde” (4,2%).
Nos ramos Não Vida constata-se ter havido, em relação a 2016, um decréscimo, em cerca de 8%, nas reclamações relativas a seguros “Multirriscos”, 9,16% nos seguros de acidentes de trabalho e 9,93% nos seguros de Saúde, tendo, por outro lado, havido um aumento em cerca de 23% e 10% nas reclamações relativas, respetivamente, a seguros de Perdas Pecuniárias e de Responsabilidade Civil.
Quanto ao ramo Vida, a maioria das reclamações continua a incidir sobre o “Seguro de vida” (cerca de 7% do total das reclamações analisadas na ASF), frequentemente associado ao crédito à habitação, sendo de realçar o aumento significativo do número de reclamações relacionadas com “PPR/E“ (mais de 28% que em 2016) e com “Fundos de Pensões” (mais de 47% face ao ano anterior).
Quadro 5.2 Distribuição das reclamações por ramos, em valores absolutos (processos concluídos)
N.º % Variação anual
(%)
Não Vida 5 783 89,08 2,37
Seguro automóvel 3 362 51,79 7,48
Seguro de incêndio e outros danos 1 033 15,91 ‐8,01
Seguro de acidentes de trabalho 486 7,49 ‐9,16
Seguro de saúde 272 4,19 ‐9,93
Seguro de responsabilidade civil 197 3,03 10,06
Seguro de perdas pecuniárias 197 3,03 23,13
Seguro de acidentes pessoais 158 2,43 6,76
Seguro de assistência 52 0,80 6,12
Seguro marítimo 15 0,23 7,14
Seguro financeiro (crédito e caução) 7 0,11 75,00
Seguro de proteção jurídica 4 0,06 ‐20,00
Vida 686 10,57 2,54
Seguro de vida 468 7,21 ‐4,88
PPR/E 109 1,68 28,24
Operações de gestão de fundos coletivos de reforma (fundos de pensões) 44
0,68 46,67
Operações de capitalização 41 0,63 ‐16,33
Seguros ligados a fundos de investimento 24 0,37 84,62
Não se aplica 23 0,35 ‐25,81
Total geral 6 492 100,00 2,25
108
O gráficoem valosemelha
Gráfico 5.2
Por sua prémios à divisãocritérios ano e vo
Gráfico 5.3
o 5.2 ilustra a dores percentuntes aos do an
2 Distribuição
vez, os gráfic(em milhões
o do número dorientadores
olume de prém
3 Rácio de rec
Ramo VidaVolume de
distribuição duais, permitinno anterior.
das reclamações
cos 5.3 e 5.4de euros) nos
de reclamaçõeda análise de
mios maior ou
clamações por pr
a e prémios superi
Vida10,57
os processos ndo concluir
s por ramos, em v
representam ramos Vida e
es por cada mesta variável o
igual a um m
rémios (em milhõ
ior a um milhão
a 7%
Nãap0,3
de reclamaçãque os val
valores percentua
m a distribuiçã Não Vida. Neilhão de euronúmero maio
ilhão de euros
es de euros)
de euros e núme
Não Vida89,08%
ão se plica35%
o analisados eores se man
is (processos con
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109
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111
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5.3.4
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112
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5.3.5
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Gráfico 5.9
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9 Distribuição
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113
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5.3.6
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114
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Mantém-se inalterada a tendência de recurso preferencial à apresentação de reclamações diretamente à ASF, em detrimento da utilização do Livro de reclamações, cuja justificação estará relacionada com o facto de a ASF disponibilizar mecanismos e vias alternativos e acessíveis para apresentar uma reclamação (designadamente, o serviço de reclamações da ASF e a área dedicada no respetivo sítio na Internet);
De harmonia com os anos anteriores, continua a observar-se um maior número de reclamações nos ramos Não Vida (cerca de 89 %), com destaque para as tipologias “Seguro automóvel” e “Seguro de incêndio e outros danos”;
No que respeita ao ramo Vida, a maioria das reclamações continua a incidir sobre o “Seguro de vida”, frequentemente associado ao crédito à habitação, sendo de realçar o aumento significativo do número de reclamações relacionadas com “PPR/E” e com “Fundos de Pensões” ;
No que concerne à distribuição das reclamações por matéria objeto de reclamações, mantém-se a prevalência da temática “Sinistro” (cerca de 66%), a qual abrange os temas “Indemnização”, “Regularização do sinistro” e “Definição de responsabilidades”, sendo que esta última categoria assumiu, em 2017, e seguindo o verificado em 2016, idêntica expressão face às duas primeiras, em resultado da diminuição significativa das reclamações relacionadas com o tema “Definição de responsabilidades” face ao verificado nos anos anteriores (2 060 em 2015 face a 1 425 em 2016 e 1 473 em 2017). O decréscimo apresentado nos últimos dois anos decorre, sobretudo, do procedimento que tem vindo a ser adotado pela ASF, no sentido de, não se verificando a necessidade de obter esclarecimentos por parte do operador, se optar por esclarecer os reclamantes, sendo o processo tratado estatisticamente como “pedido de esclarecimento”;
Relativamente à distribuição das reclamações por “Tipo / qualidade do reclamante”, constata-se que a maioria é apresentada por clientes (cerca de duas em cada três reclamações) e, de entre estes, por tomadores de seguros. Esta situação reflete a necessidade de as empresas de seguros considerarem devidamente a relevância da gestão de reclamações na sua atividade e, em particular, no seu universo de clientes;
Por último, no que decorre do desfecho dos processos, em 2017, o resultado da distribuição das reclamações com desfecho favorável versus desfavorável foi cerca de 41% e de 59%, respetivamente, mantendo a tendência dos anos anteriores, tendo-se verificado, contudo, um aumento de cerca de 13% de respostas favoráveis face a 2016.
115
5.5 Reclamações apreciadas pelos provedores dos participantes e beneficiários para as adesões individuais dos fundos de pensões abertos e recomendações emitidas
O provedor dos participantes e beneficiários constitui um dos elementos da estrutura de governação dos fundos de pensões e foi introduzida no ordenamento jurídico português com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 12/2006, de 20 de janeiro2 (cf. artigo 54.º, complementado pelas disposições que o concretizam, constantes da Norma Regulamentar n.º 7/2007-R, de 17 de maio3)
Nos termos do n.º 6 do artigo 54.º do Decreto-Lei n.º 12/2006, de 20 de janeiro, e do artigo 38.º da Norma Regulamentar n.º 7/2007-R, de 17 de maio, as recomendações emitidas pelo provedor são objeto de divulgação anual, através de um dos seguintes meios: (i) sítio da ASF na Internet, do qual constará a hiperligação para o sítio onde as recomendações são publicitadas, a comunicar pelas entidades gestoras; (ii) sítio da entidade gestora na Internet ou, se esta não dispuser de sítio autónomo, em área expressamente reservada e devidamente assinalada em sítio institucional de grupo empresarial do qual a entidade faça parte; ou (iii) sítio da associação de entidades gestoras de fundos de pensões na Internet, caso o provedor seja nomeado por esta.
No sítio da ASF na Internet e no Portal do Consumidor de Seguros e Fundos de Pensões, na área dedicada ao provedor dos participantes e beneficiários, encontram-se reunidos os contactos dos mesmos, bem como as recomendações por estas emitidas no ano de 2017 e anteriores.
Relativamente ao ano de 2017, foram reportadas à ASF duas recomendações.
− A primeira recomendação, emitida pelo provedor dos participantes e beneficiários da Futuro – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A., e por esta aceite, fez notar que a entidade gestora deve proceder a revisões internas dos procedimentos relativos aos reembolsos e, se necessário, à sua alteração e melhoria sempre que seja detetada uma situação que possa pôr em causa a qualidade e eficácia do sistema de gestão.
− A segunda recomendação, emitida pelo provedor dos participantes e beneficiários da Ocidental – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, S.A. – que também a aceitou e implementou – sublinhou que a entidade gestora deve implementar procedimentos para assegurar o cumprimento dos deveres de informação a que está adstrita por lei e pelo regulamento de gestão, nomeadamente garantindo que não é desativado o sistema informático que emite de forma automática os extratos de conta dos fundos de pensões a enviar aos participantes sem a garantia de que um novo aplicativo esteja em condições de funcionar em plenitude.
2 Posteriormente alterado e republicado pela Lei n.º 147/2015, de 9 de setembro, que entrou em vigor no dia 1 de janeiro de 2016.
3 Publicada no Diário da República n.º 44, 2.ªSérie, de 3 de março 2008.
116
5.6 Gestão de reclamações por parte das empresas de seguros e dos respetivos provedores dos clientes
5.6.1 Considerações gerais
O regime jurídico de acesso e exercício da atividade seguradora e resseguradora (RJASR) aprovado pela Lei n.º 147/2015, de 9 de setembro, mantendo o regime já anteriormente vigente, estabelece no artigo 157.º que as empresas de seguros devem instituir uma função autónoma, que constitua um ponto centralizado de receção e resposta, responsável pela gestão de reclamações apresentadas pelos tomadores de seguros, segurados, beneficiários ou terceiros lesados, definindo, em simultâneo, os princípios fundamentais para o seu funcionamento.
Para efeitos de supervisão da conduta de mercado, estabelece o artigo 21.º da Norma Regulamentar n.º 10/2009-R, de 25 de junho, alterada e republicada pela Norma Regulamentar n.º 2/2013-R, de 10 de janeiro, que as empresas de seguros devem remeter à ASF, até ao final do mês de fevereiro de cada ano, um relatório relativo à gestão de reclamações com referência ao exercício económico anterior, com elementos de índole estatística e de índole qualitativa, bem como as conclusões extraídas do processo de gestão de reclamações e medidas implementadas ou a implementar.
Adicionalmente, determina o artigo 158.º do RJASR que deve ser designado um provedor do cliente com competências para apreciar as reclamações apresentadas às empresas de seguros pelos tomadores de seguros, segurados, beneficiários ou terceiros lesados, desde que aquelas não tenham sido resolvidas no âmbito da função responsável pela gestão das reclamações.
As recomendações dirigidas às empresas de seguros e a menção da adoção pelas mesmas (cf. n.º 6 do artigo 158.º do RJASR) são divulgadas pelo provedor do cliente, anualmente, através de um dos meios de estabelecidos no artigo 15.º da Norma Regulamentar n.º 10/2009-R, de 25 de junho: (i) sítio do provedor do cliente na Internet, se existente; (ii) sítio da empresa de seguros na Internet ou, se esta não dispuser de sítio autónomo, em área expressamente reservada e devidamente assinalada em sítio institucional de grupo empresarial do qual a empresa faça parte, ou (iii) sítio da ASF na Internet, do qual constará a hiperligação para o sítio onde as recomendações são publicitadas, a comunicar pelas empresas de seguros, sempre que o sejam noutros locais.
Na secção dedicada ao provedor do cliente das empresas de seguros, no Portal do Consumidor de Seguros e Fundos de Pensões, no sítio na internet da ASF, encontram-se divulgados os respetivos contactos, bem como as recomendações reportadas no ano de 2017 e anteriores.
5.6.2 Informação reportada sobre as reclamações apreciadas pelas empresas de seguros
Considerando a informação estatística dos relatórios de índole quantitativa recebidos pela ASF constatou-se que em 2017 foram apreciadas pelas empresas de seguros 27 560 reclamações, cuja apresentação resultou favorável aos reclamantes em 31,7% dos casos.
Tendo presente o quadro 5.3, verifica-se que o número de reclamações apreciadas em 2017 aumentou ligeiramente face ao ano anterior. Por outro lado, e ainda comparativamente com 2016, conclui-se que o número de reclamações apreciadas com resultado favorável ao reclamante decresceu 7,2%, o que se traduz num nível de respostas favoráveis inferior ao observado em 2016 em 2,7 pontos percentuais.
117
Quadro 5.3 Evolução do total de respostas favoráveis vs. total das reclamações apreciadas
Salienta-se que a informação referente a 2016 (designadamente, a incluída no quadro supra tal como nos demais quadros / gráficos), reflete a atualização que algumas empresas de seguros efetuaram após a elaboração do Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado respeitante a esse ano.
Da apreciação do gráfico 5.12 verifica-se que as reclamações incidiram principalmente sobre os seguros dos ramos Não Vida, responsáveis por aproximadamente 89% do total das reclamações. O número de reclamações nos seguros relativos àquele segmento de negócio aumentou ligeiramente face ao ano anterior, em cerca de 1%, enquanto no ramo Vida cresceu aproximadamente 5%.
Gráfico 5.12 Evolução do total de reclamações apreciadas por ramos
5.6.2.1 Ramos Não Vida
Da leitura do quadro 5.4 conclui-se que, tal como em 2016, o ramo Veículos Terrestres foi aquele que registou o maior número de reclamações em 2017, seguido pelo seguro de Incêndio e Outros Danos. O conjunto destes dois segmentos representou 44,3% do total das reclamações (47,9% em 2016), sendo que a análise de 32,1% dessas situações resultou em resposta favorável aos reclamantes, valor que compara com os 38,3% observados no ano transato.
Respostas favoráveis vs. Reclamações apreciadas 2016 2017 2016 / 2017
Reclamações apreciadas 27 339 27 560 0,8%
Respostas favoráveis 9 413 8 737 -7,2%
Resp. fav. / Recl. aprec. 34,4% 31,7% -2,7 p.p.
0
5 000
10 000
15 000
20 000
25 000
Não Vida Vida Várias atividades
2016 2017
118
Quadro 5.4 Número de respostas favoráveis vs. total das reclamações apreciadas – ramos Não Vida
Destacam-se ainda as reclamações correspondentes aos ramos Doença, Assistência e Responsabilidade Civil de Veículos Terrestres Motorizados, que representaram respetivamente 15,6%, 14,5% e 12,2% das reclamações apresentadas.
Conclui-se que as reclamações referentes aos cinco segmentos acima mencionados representaram, no seu todo, mais de 86% das reclamações relativas aos ramos Não Vida, valor idêntico ao verificado em 2016.
Por comparação com o valor registado a nível global (cerca de 32,3%) saliente-se, ainda, a proporção das respostas que foram favoráveis aos reclamantes em relação aos seguros de Acidentes de Trabalho (44,8%), Doença (35,7%), Incêndio e Outros Danos (34,6%) e Acidentes Pessoais (33,7%).
Do quadro 5.5, em que estão identificados os motivos subjacentes às reclamações apresentadas, resulta que uma parte significativa das reclamações nos ramos Não Vida deveu-se ao facto de os reclamantes discordarem da definição de responsabilidades (22,1%) ou do valor das indemnizações por sinistros ocorridos (15,9%), sendo que a análise de 27,5% dessas situações resultou em resposta favorável aos reclamantes.
Quadro 5.5 Número de reclamações apreciadas por motivo – ramos Não Vida
Respostas favoráveis vs. Reclamações apreciadas Resp. fav. /
Recl. aprec.
Veículos terrestres 6 927 28,3% 2 127 26,9% 30,7%
Incêndio e outros danos 3 923 16,0% 1 358 17,1% 34,6%
Doença 3 810 15,6% 1 359 17,2% 35,7%
Assistência 3 546 14,5% 1 080 13,6% 30,5%
R.C. veículos terrestres motorizados 2 983 12,2% 862 10,9% 28,9%
Acidentes de trabalho 1 368 5,6% 613 7,7% 44,8%
Acidentes pessoais 935 3,8% 315 4,0% 33,7%
Responsabilidade civil geral 549 2,2% 139 1,8% 25,3%
Seguros diversos 213 0,9% 38 0,5% 17,8%
Perdas pecuniárias diversas 175 0,7% 20 0,3% 11,4%
Marítimo, aéreo e transportes 31 0,1% 9 0,1% 29,0%
Protecção jurídica 25 0,1% 0 0,0% 0,0%
Crédito / Caução 5 0,0% 1 0,0% 20,0%
Total 24 490 7 921 32,3%
Reclamações apreciadas
2017
Respostas favoráveis
Respostas favoráveis vs. Reclamações apreciadas - por motivo Resp. fav. /
Recl. aprec.
Sinistros - definição de responsabilidades 5 409 22,1% 1 457 18,4% 26,9%
Sinistros - indemnização 3 902 15,9% 1 103 13,9% 28,3%
Atendimento 3 589 14,7% 1 379 17,4% 38,4%
Sinistros - prazos 3 008 12,3% 954 12,0% 31,7%
Deveres inerentes à apólice (entrega/conteúdo) 1 838 7,5% 858 10,8% 46,7%
Incumprimento contratual 1 606 6,6% 313 4,0% 19,5%
Cessação do contrato 1 395 5,7% 529 6,7% 37,9%
Deveres de informação contratual 1 371 5,6% 459 5,8% 33,5%
Prémio 1 167 4,8% 395 5,0% 33,8%
Deveres de informação pré-contratual e de esclarecimento 1 002 4,1% 384 4,8% 38,3%
Incumprimento de deveres específicos do mediador de seguros 178 0,7% 79 1,0% 44,4%
Práticas discriminatórias - Deficiência ou risco agravado de saúde 25 0,1% 11 0,1% 44,0%
Total 24 490 7 921 32,3%
Reclamações apreciadas Respostas favoráveis
2017
119
De uma forma global, e à semelhança do ano anterior, os três motivos associados à regularização de sinistros, ou seja, a definição de responsabilidades, a indemnização e os prazos observados na respetiva gestão, representaram em conjunto mais de metade do total das reclamações nos ramos Não Vida, sendo que a apreciação das situações correspondentes a este conjunto resultou em 28,5% dos casos em respostas favoráveis, menos 5,9 pontos percentuais do que o verificado em 2016.
Em termos relativos destaque-se, ainda, a elevada proporção de respostas favoráveis às pretensões dos reclamantes, relacionada com as reclamações por incumprimento dos deveres inerentes à apólice (46,7%) que, em comparação com o valor registado a nível global representou uma diferença de mais 14,3 pontos percentuais.
5.6.2.2 Ramo Vida
Tendo presente a informação constante do quadro 5.6 conclui-se que, relativamente ao ramo Vida, os seguros de vida não ligados a fundos de investimento, com exceção de PPR, PPE e PPR/E, representaram cerca de 74% do total de reclamações apreciadas, mais 3 pontos percentuais do que o observado em 2016, tendo 24,4% dos casos resultado em resposta favorável aos reclamantes.
Tal como no ano anterior, realça-se ainda a proporção de respostas favoráveis aos reclamantes em operações de capitalização em cerca de 37% das situações, representando um aumento de 2 pontos percentuais comparativamente com 2016.
Quadro 5.6 Número de respostas favoráveis vs. total das reclamações apreciadas – ramo Vida
Da análise ao quadro 5.7, onde são identificados os motivos que estiveram na origem das reclamações apresentadas em 2017, conclui-se que uma parte significativa das reclamações no ramo Vida submetidas às empresas de seguros esteve relacionada com o pagamento de prémio ou com a sua fixação (18,5%), com a definição de responsabilidades em caso de sinistro (14,2%) e por incumprimento dos deveres inerentes à apólice (13%). Das reclamações apreciadas por esses motivos resultaram em respostas favoráveis aos reclamantes cerca de 29,1%, 10,6% e 35,1% dos casos, respetivamente.
Destaca-se ainda a proporção de respostas favoráveis obtidas no tratamento das reclamações apresentadas na sequência de falhas no atendimento (42,1%), correspondentes a 4,4% do total de 720 casos de respostas favoráveis.
Respostas favoráveis vs. Reclamações apreciadas Resp. fav. /
Recl. aprec.
Seguros de vida não ligados excluíndo PPR, PPE, PPR/E 2 091 73,7% 510 70,8% 24,4%
Seguros de vida ligados excluíndo PPR, PPE, PPR/E 268 9,4% 47 6,5% 17,5%
Seguros de vida não ligados PPR, PPE, PPR/E 232 8,2% 77 10,7% 33,2%
Operações de capitalização 135 4,8% 50 6,9% 37,0%
Seguros de vida ligados PPR, PPE, PPR/E 108 3,8% 33 4,6% 30,6%
Operações de capitalização ligadas 5 0,2% 3 0,4% 60,0%
Total 2 839 720 25,4%
Reclamações apreciadas
2017
Respostas favoráveis
120
Quadro 5.7 Número de reclamações apreciadas por motivo – ramo Vida
Apesar de o número de reclamações relacionadas com a gestão de sinistros não assumir a mesma preponderância do que nos ramos Não Vida, verifica-se que, nos seguros do ramo Vida, o conjunto das matérias relacionadas com aquela vertente deu origem a mais de 34,7% dos casos, correspondendo a um aumento de 6,7 pontos percentuais face ao ano anterior. Importa referir que da apreciação desses casos reclamados apenas 17,3% resultou em respostas favoráveis às pretensões do reclamante, ainda assim mais 0,9 p.p. do que em 2016.
5.6.3 Informação reportada sobre as reclamações apreciadas pelos provedores do cliente
Tendo presente a informação estatística constante dos relatórios de índole quantitativa recebidos pela ASF, verificou-se que durante o ano de 2017 foram apreciadas pelos provedores do cliente das empresas de seguros 1 588 reclamações, das quais a apreciação resultou favorável aos reclamantes em 323 casos, ou seja, em 20% das reclamações.
Da leitura do quadro 5.8 conclui-se que, em 2017, o número de reclamações apreciadas aumentou 28,5% face ao ano anterior. Por sua vez, verifica-se que o número de reclamações apreciadas com resultado favorável ao reclamante aumentou cerca de 59,9%, o que levou a um nível de respostas favoráveis superior ao observado em 2016 em 4,0 pontos percentuais.
Quadro 5.8 Evolução do total de respostas favoráveis vs. total das reclamações apreciadas pelo provedor do cliente
Importa salientar, tal como sublinhado anteriormente, que a informação (designadamente, a incluída no quadro supra) relativamente a 2016 reflete a atualização que algumas empresas de seguros efetuaram após a elaboração do Relatório de Regulação e Supervisão da Conduta de Mercado relativo a esse ano.
No quadro 5.9 são identificados os diferentes motivos pelos quais as reclamações foram submetidas à apreciação dos provedores do cliente em 2017. Da sua análise verifica-se que o
Respostas favoráveis vs. Reclamações apreciadas - por motivo Resp. fav. /
Recl. aprec.
Prémio 526 18,5% 153 21,3% 29,1%
Sinistros - definição de responsabilidades 404 14,2% 43 6,0% 10,6%
Deveres inerentes à apólice (entrega/conteúdo) 370 13,0% 130 18,1% 35,1%
Sinistros - prazos 298 10,5% 78 10,8% 26,2%
Sinistros - indemnização 282 9,9% 49 6,8% 17,4%
Cessação do contrato 280 9,9% 64 8,9% 22,9%
Deveres de informação contratual 263 9,3% 56 7,8% 21,3%
Incumprimento contratual 170 6,0% 60 8,3% 35,3%
Deveres de informação pré-contratual e de esclarecimento 142 5,0% 47 6,5% 33,1%
Atendimento 76 2,7% 32 4,4% 42,1%
Incumprimento de deveres específicos do mediador de seguros 22 0,8% 8 1,1% 36,4%
Práticas discriminatórias - Deficiência ou risco agravado de saúde 6 0,2% 0 0,0% 0,0%
Total 2 839 720 25,4%
Reclamações apreciadas Respostas favoráveis
2017
Respostas favoráveis vs. Reclamações apreciadas 2016 2017 2016 / 2017
Reclamações apreciadas 1 236 1 588 28,5%
Respostas favoráveis 202 323 59,9%
Resp. fav. / Recl. aprec. 16,3% 20,3% 4,0 p.p.
121
principal motivo esteve relacionado com a regularização de sinistros (definição de responsabilidades, indemnização e prazos) que, em conjunto, representou 74,4% das situações (mais 8,8 p.p. que no ano transato), tendo 18,9% dessas reclamações resultado em favoráveis aos reclamantes (mais 7,1 pontos percentuais que em 2016).
Quadro 5.9 Número de respostas favoráveis vs. total das reclamações apreciadas pelos provedores do cliente - por motivo
Considerando o gráfico 5.13, constata-se que as reclamações apreciadas pelos provedores do cliente incidiram principalmente sobre os seguros dos ramos Não Vida, responsáveis por aproximadamente 90,6% dos casos. Esta proporção, naquele segmento de negócio, foi superior em aproximadamente 1,8 pontos percentuais ao número de reclamações apreciadas pelas empresas de seguros.
Quanto aos produtos do ramo Vida verificou-se uma diminuição, relativamente ao ano transato, em cerca de 2 p.p., no número de reclamações apreciadas em 2017.
Gráfico 5.13 Total de reclamações apreciadas pelos provedores do cliente em 2017 por ramos
Do quadro 5.10 resulta que o seguro de Incêndio e Outros Danos foi aquele que registou o maior número de reclamações em 2017, seguido pelo ramo Veículos Terrestres. O conjunto destes dois segmentos representou 51,1% do total das reclamações, valor que compara com 61,6% observado no ano transato.
Cerca de 17,7% dessas situações resultaram em resposta favorável aos reclamantes, mais 2,5 pontos percentuais do que em 2016.
postas favoráveis vs. Reclamações apreciadas - por motivo Resp. fav. /
Recl. aprec.
Sinistros - definição de responsabilidades 577 36,3% 68 21,1% 11,8%
Sinistros - indemnização 334 21,0% 95 29,4% 28,4%
Sinistros - prazos 271 17,1% 60 18,6% 22,1%
Atendimento 96 6,0% 22 6,8% 22,9%
Prémio 77 4,8% 23 7,1% 29,9%
Cessação do contrato 74 4,7% 13 4,0% 17,6%
Deveres inerentes à apólice (entrega/conteúdo) 51 3,2% 19 5,9% 37,3%
Deveres de informação contratual 46 2,9% 8 2,5% 17,4%
Deveres de informação pré-contratual e de esclarecimento 31 2,0% 3 0,9% 9,7%
Incumprimento contratual 25 1,6% 8 2,5% 32,0%
Incumprimento de deveres específicos do mediador de seguros 6 0,4% 4 1,2% 66,7%
Total 1 588 323 20,3%
Respostas favoráveisReclamações apreciadas
2017
Não Vida90,6%
Vida 9,1%
Várias atividades
0,3%
122
Quadro 5.10 Número de respostas favoráveis vs. total das reclamações apreciadas pelos provedores do cliente – ramos Não Vida
Destacam-se ainda os ramos Responsabilidade Civil Veículos Terrestres Motorizados e Doença que, no seu conjunto, representaram 30,4% das reclamações apreciadas pelos provedores do cliente, tendo resultado dessa análise 26,5% das situações em resposta favorável aos reclamantes.
À semelhança do ano anterior releva-se a importância dos quatro segmentos de negócio acima indicados que representaram, em conjunto, 81,5% das reclamações apreciadas pelos provedores do cliente, sendo que cerca de 21% dessas situações resultaram em resposta favorável aos reclamantes.
Por fim, conforme se pode observar da análise do quadro 5.11, conclui-se, à semelhança do ano anterior, que no âmbito do ramo Vida predominaram as reclamações apreciadas pelos provedores dos clientes relacionadas com seguros de vida não ligados a fundos de investimento, excluindo PPR, PPE, PPR/E, cerca de 81,3% dos casos (82,9% em 2016), tendo a análise de 16,2% dessas situações resultado em resposta favorável aos reclamantes (12,1% no ano transato).
Quadro 5.11 Número de respostas favoráveis vs. total das reclamações apreciadas pelos provedores do cliente – ramo Vida
Respostas favoráveis vs. Reclamações apreciada Resp. fav. /
Recl. aprec.
Incêndio e outros danos 375 26,1% 63 21,4% 16,8%
Veículos terrestres 360 25,0% 67 22,7% 18,6%
R.C. veículos terrestres motorizados 286 19,9% 70 23,7% 24,5%
Doença 152 10,6% 46 15,6% 30,3%
Acidentes de trabalho 67 4,7% 15 5,1% 22,4%
Acidentes pessoais 61 4,2% 7 2,4% 11,5%
Responsabilidade civil geral 53 3,7% 8 2,7% 15,1%
Assistência 49 3,4% 12 4,1% 24,5%
Seguros diversos 26 1,8% 5 1,7% 19,2%
Marítimo, aéreo e transportes 5 0,3% 1 0,3% 20,0%
Perdas pecuniárias diversas 4 0,3% 1 0,3% 25,0%
Protecção jurídica 1 0,1% 0 0,0% 0,0%
Total 1 439 295 20,5%
Reclamações apreciadas
2017
Respostas favoráveis
Respostas favoráveis vs. Reclamações apreciadas Resp. fav. /Recl. aprec.
Seguros de vida não ligados excluíndo PPR, PPE, PPR 117 81,3% 19 76,0% 16,2%
Seguros de vida ligados excluíndo PPR, PPE, PPR/E 11 7,6% 2 8,0% 18,2%
Seguros de vida não ligados PPR, PPE, PPR/E 10 6,9% 4 16,0% 40,0%
Operações de capitalização 4 2,8% 0 0,0% 0,0%
Seguros de vida ligados PPR, PPE, PPR/E 2 1,4% 0 0,0% 0,0%
Total 144 25 17,4%
Reclamações apreciadas
2017
Respostas favoráveis
123
5.7 Reclamações apreciadas pelos provedores do cliente das empresas de seguros e recomendações emitidas
Nos termos do n.º 4 do artigo 158.º do RJASR, aprovado pela Lei n.º 147/2015, de 9 de setembro, o provedor do cliente pode apresentar recomendações às empresas de seguros em resultado da apreciação das reclamações que lhe são dirigidas, as quais devem ser divulgadas anualmente, conjuntamente com a menção da sua adoção pelos destinatários (cf. n.º 6 do artigo 158.º do RJASR e artigo n.º 15.º da Norma Regulamentar n.º 10/2009-R, de 25 de junho, alterada e republicada pela Norma Regulamentar n.º 2/2013-R, de 10 de janeiro).
No sítio da ASF na Internet e no Portal do Consumidor de Seguros e Fundos de Pensões, em secção dedicada ao provedor do cliente, encontram-se reunidos os respetivos contactos, bem como as recomendações que os provedores emitiram no ano 2017 e anteriores.
Em 2017, a ASF tomou conhecimento da existência de recomendações emitidas pelo provedor do cliente relativamente a onze empresas de seguros do ramo não vida, três empresas do ramo vida e cinco empresas mistas.
Antes de mais, cumpre realçar que vários provedores do cliente referiram receber diversas reclamações que ainda não tinham sido previamente apreciadas e/ou resolvidas no âmbito da gestão de reclamações das empresas de seguros, sendo recorrente os reclamantes dirigirem incorretamente em primeira instância as suas reclamações ao provedor do cliente.
Podemos afirmar que as recomendações emitidas pelos provedores dos clientes se dividem entre recomendações que dizem respeito a uma reclamação específica3 e, como tal, não são passíveis de generalização e, por outro lado, recomendações aplicáveis de forma generalizada, ou seja, recomendações que devem ser adotadas não só em relação a um caso concreto mas em relação a todos os casos similares. Relativamente às últimas importa sintetizar alguns pontos relevantes:
− Quando a empresa de seguros recebe pedidos de esclarecimento através da rede de distribuição e se apercebe que os mesmos são rececionados com atrasos substanciais relativamente à data da sua emissão, deve a mesma procurar esclarecer os motivos subjacentes a esses atrasos, evitando assim reclamações e aumentando a qualidade do serviço prestado;
− Tendo em conta a obrigatoriedade do cumprimento dos deveres de informação e esclarecimento a prestar a tomadores de seguro, segurados, beneficiários ou terceiros lesados, deve ser garantida a adequada formação dos funcionários dos serviços de atendimento ao cliente de modo a que os mesmos possam estar aptos a prestar as informações necessárias à correta compreensão das características dos produtos de seguro comercializados.
− Deve ser garantido que a alteração de dados pessoais do cliente só pode ser efetuada por escrito a pedido do cliente ou dos seus representantes legais formalmente habilitados para tal.
− Foi apontada a necessidade de revisão das cláusulas contratuais dos produtos comercializados por uma empresa de seguros, de modo a prevenir equívocos de interpretação, sobretudo no que se refere às exclusões aplicáveis.
3 Houve um caso em que o provedor do cliente renovou expressamente a recomendação dirigida em 2016 à empresa de seguros.
124
− Deve ser adotada maior clareza e precisão do conteúdo das comunicações enviadas aos tomadores de seguros, segurados, beneficiários ou terceiros lesados, em particular quanto à assunção ou não da responsabilidade pela empresa de seguros.
− É recomendável uma maior celeridade na regularização dos sinistros e consequente diminuição do tempo médio de respostas.
− Devem ser melhorados os serviços de call centers, designadamente ao nível da sua eficiência e qualidade.
− Torna-se necessário assegurar a resposta, sem exceção, a todas as comunicações e garantir prova de entrega da informação e/ou da documentação prestada, por exemplo quando estão em causa contratos de seguro de grupo, garantindo que a informação é também recebida pelos segurados.
− Deve ser privilegiada a revisão de procedimentos e circuitos de informação entre a empresa de seguros e a empresa contratada para a prestação de determinados serviços (ex.: de assistência, reboque e transporte), de modo a garantir que a qualidade do serviço que é prestado ao cliente seja a mais adequada e eficaz.
Por último, detetaram-se algumas situações em que o provedor do cliente não salvaguardou na íntegra o disposto no n.º 1 do artigo 22.º da Norma Regulamentar n.º 10/2009-R, de 25 de junho, alterada e republicada pela Norma Regulamentar n.º 2/2013-R, de 10 de janeiro, uma vez que deve ser o provedor do cliente, e não a empresa de seguros, a remeter as recomendações à ASF.
Verifica-se ainda que nem todos os provedores do cliente estão a observar o estabelecido na alínea d) do n.º 1 daquela disposição, dado que existem relatórios das recomendações em que os provedores do cliente não fazem menção adequada ao acolhimento ou não da recomendação pelos respetivos destinatários, tal como aí é determinado.
125
capítuloRelacionamento com
o consumidor de segurose fundos de pensões
6
6 | Relacionamento com o consumidor de seguros e fundos de
pensões
6.1 Considerações gerais
Em 2017, a ASF continuou a assumir, como prioridade, disponibilizar ao consumidor de seguros e fundos de pensões o acesso rápido e simples a informação relevante.
Assim, o sítio na Internet da ASF disponibiliza um conjunto de informação referente ao trabalho desenvolvido por esta Autoridade, bem como aos produtos e às entidades sob a sua supervisão.
Em complemento ao sítio institucional na Internet, a ASF dispõe de um Portal do Consumidor de Seguros e Fundos de Pensões, ferramenta de disponibilização de serviços e divulgação de conteúdos especialmente direcionada para os consumidores e de utilidade para todos aqueles que, nas diversas áreas, se relacionam profissionalmente com estas matérias.
Este Portal constitui um importante instrumento de promoção de informação e formação financeira, organizado em conteúdos redigidos numa linguagem simples e clara, visando o esclarecimento do consumidor sobre diversos produtos do setor segurador e dos fundos de pensões.
A ASF lançou também uma aplicação gratuita para smartphone e tablet, através da qual se disponibiliza informação e serviços úteis no contexto da atividade seguradora, resseguradora, de fundos de pensões e da mediação de seguros em Portugal.
6.2 Acessos e consultas ao sítio da ASF
6.2.1 Dados gerais
Em 2017, o sítio da ASF na Internet totalizou 807 009 visitas, o que representa um aumento de visitas de cerca de 2% face a 2016. À semelhança do que se vem observando nos últimos anos, a página principal é a que contabiliza o maior número de visualizações (763 484), seguida da página da pesquisa de entidades autorizadas para o exercício da atividade de mediação de seguros (380 083 visualizações).
A pesquisa de informação referente às entidades autorizadas para o exercício da atividade seguradora regista igualmente uma procura significativa, sendo a terceira página mais visualizada, com um total de 155 878 visualizações.
A consulta de “Legislação / Regulamentação” sobre Seguros gerou 86 062 visualizações e a página que incorpora as "Novidades" na área de Seguros recebeu 73 842 visitas, o que representa, respetivamente, 3,26% e 3% do total de visualizações do sítio da ASF.
De referir, também, que a área de “Participação de Sinistro”, acessível na área dedicada ao
129
Fundo de Garantia Automóvel no sítio da ASF, se encontra entre as dez páginas mais visualizadas do website institucional em 2017, com 40 263 visualizações.
Quadro 6.1 Sítio da ASF na Internet – páginas visualizadas
6.3 Acessos e consultas ao Portal do Consumidor
6.3.1 Dados gerais
Em 2017, o Portal do Consumidor recebeu 1 038 981 visitas, o que se traduz num acréscimo de cerca de 2% em relação ao ano anterior, no qual se registaram 1 019 786 visitas.
Os dados recolhidos permitem, ainda, verificar que o mês de outubro registou o maior número de visitas (99 314 visitas), seguido do mês de março (95 989).
Gráfico 6.1 Visitas ao Portal do Consumidor em 2017 --- distribuição mensal
O gráfico 2 representa o número de visitas ao Portal do Consumidor e ao sítio institucional da
N %
Homepage - Página Principal 763.484 31,06
Mediação / Entidades Autorizadas 380.083 15,46
Seguros / Entidades Autorizadas 155.878 6,34
Seguros / Legislação / Regulamentação 80.062 3,26
Seguros / Novidades 73.842 3,00
Mediação / Formação Mediadores 48.211 1,96
Mediação / Divulgações Obrigatórias 44.522 1,81
Seguros / Seguros Obrigatórios 42.455 1,73
FGA / Participação de Sinistro 40.263 1,64
Seguros / Entendimentos 38.385 1,56
2017
72.989
124.261
83.62391.752
76.346 73.109 76.397 79.016 85.037 90.597 88.86877.791
92.32682.427
95.989
75.53586.618
80.961 84.589 83.854 86.94499.314 93.798
76.626
0
20.000
40.000
60.000
80.000
100.000
120.000
140.000
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Visitas 2016 Visitas 2017
130
ASF na Internet, nos anos de 2016 e 2017. À semelhança do já verificado no ano transato, o Portal do Consumidor obteve um número de acessos superior ao do sítio institucional, ultrapassando o website da ASF em mais de 231 000 visitas.
Gráfico 6.2 Visitas ao Portal do Consumidor e ao sítio institucional da ASF na Internet
6.3.2 Conteúdos e serviços específicos
As funcionalidades disponíveis no Portal do Consumidor incluem serviços de consulta on-line, bem como um conjunto de canais temáticos1, com um amplo conjunto de informação estruturada que procura responder às questões mais frequentemente colocadas relativamente ao contrato de seguro, mas também sobre aspetos específicos de determinados tipos de seguro.
A informação disponibilizada neste Portal tem por objetivo dotar o público em geral de conhecimentos e conceitos básicos sobre os produtos comercializados pelo setor, fomentando a aquisição de competências fundamentais nestas matérias.
Das ferramentas disponibilizadas, destaca-se o serviço de consulta de matrícula, que permite a verificação da existência e validade do seguro automóvel de determinada viatura.
O Portal possibilita a consulta das comissões e rendibilidades dos Planos Poupança-Reforma, de representantes de sinistros, de centros de informação automóvel e de beneficiários de seguro de vida, acidentes pessoais e operações de capitalização.
É igualmente possível, através deste meio, aceder a uma área de apresentação de reclamações e de pedidos de esclarecimento, através da qual o consumidor pode acompanhar a evolução dos processos de reclamação e obter informação acerca da função, identificação e contactos dos gestores de reclamações e provedores do cliente das empresas de seguros.
No período em análise, o número de páginas visualizadas do Portal do Consumidor totalizou
1 Na área de canais temáticos é disponibilizada informação acerca dos seguintes temas: contrato de seguro, seguro de grupo, seguro por telefone/internet, seguro automóvel, seguro de habitação, seguro de saúde, seguro de acidentes de trabalho, seguro de responsabilidade civil, seguro de vida, fundos de pensões e planos de poupança. Existe ainda uma área com um glossário, com uma lista alfabética de termos técnicos, comummente utilizados no setor dos seguros e fundos de pensões.
1.019.786
791.105
1.038.981
807.009
0
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
Portal do Consumidor Sítio ASF
Visitas 2016 Visitas 2017
131
3 501 652, o que representa uma redução homóloga de 1,46%.
À semelhança do ocorrido em 2016, os conteúdos mais acedidos em 2017 dizem respeito a ‘‘Serviços de consulta’’ (on-line) com 3 167 156 visualizações, cerca de 91% do total de páginas visualizadas, o que representa um aumento de aproximadamente 1% face ao ano anterior. O grupo ‘‘Conteúdos diversos’’, onde se inclui a Homepage do Portal, legislação relevante nas áreas tratadas e informação estatística, entre outros, registou uma diminuição de cerca de 46%, tendo as páginas visualizadas nos canais temáticos decrescido cerca de 14%, comparativamente aos valores registados em 2016.
A consulta aos formulários para reclamações e pedidos de esclarecimento, de preenchimento on-line ou para download cresceu 3,32%, representando cerca de 1,4% do total de páginas visualizadas,
Gráfico 6.3 Conteúdos e serviços do Portal do Consumidor - páginas visualizadas
6.3.3 Serviços de consulta
O serviço de ‘‘Consulta de matrícula’’ continua a originar o maior número de acessos no conjunto de serviços de pesquisa disponíveis no Portal, com cerca de 97% (3 072 333 visualizações) do total de visualizações de páginas (Gráfico 4.).
Gráfico 6.4 Serviços de consulta de matrículas --- páginas visualizadas
3.142.520
280.05148.394 82.689
3.167.156
239.72150.001 44.774
0
500.000
1.000.000
1.500.000
2.000.000
2.500.000
3.000.000
3.500.000
Serviços de Consulta Canais Temáticos Formulários, consultas einformações
Conteúdos Diversos
2016 2017
3.072.333
3.040.000
3.050.000
3.060.000
3.070.000
3.080.000
Consulta de matrícula
2016 2017
132
O serviço de ‘‘Consulta de gestores de reclamações das empresas de seguros’’ mantém-se o segundo serviço mais usado, registando 29 088 visualizações (0,92%), seguindo-se o serviço de ‘‘Provedores de Clientes’’, com 20 419 visitas (0,64%).
Gráfico 6.5 Outros serviços de consulta --- páginas visualizadas
6.3.4 Canais temáticos
O Portal do Consumidor disponibiliza um conjunto de canais temáticos, que sintetiza informação útil e estruturada sobre as questões que mais frequentemente são apresentadas aos serviços de apoio ao consumidor da ASF, e cuja consulta permite ao utilizador encontrar resposta a perguntas frequentes, enquadradas em função da natureza mais genérica ou específica das matérias que tratam.
São disso exemplo a informação prestada sobre o contrato de seguro em geral e sobre vários tipos de seguro, nomeadamente, o seguro automóvel, o seguro de habitação, o seguro de saúde e diversos seguros do ramo Vida.
No Portal, pode ainda encontrar-se um conjunto de perguntas e respostas consagradas aos Planos de Poupança e aos Fundos de Pensões.
A análise dos dados recolhidos no período a que o presente relatório reporta, demonstra que se registou um total de 239 721 visualizações nas páginas pertencentes a canais específicos, o que reflete um decréscimo de cerca de 14% em comparação com o período homólogo (280 051).
O canal referente ao ‘‘Seguro automóvel’’ mantém-se o mais visitado, representando cerca de 33% do total de visualizações (78 327). Seguem-se os canais ‘‘Seguro de responsabilidade civil’’ (35 080) e ‘‘Seguro de Habitação’’ (31 489), com cerca de 15% e 13% do total, respetivamente.
O número de visualizações do canal ‘‘Planos de Poupança’’ registou uma descida de aproximadamente 23% representando agora cerca de 2,9% do total de acessos no conjunto de canais temáticos.
12.256
6.564
12.667
18.719
27.542
12.15512.262 12.24611.289
9.519
29.088
20.419
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
Representantes desinistros
Centros deinformaçãoautomóvel
Comissões erendibilidades dos
PPR
Beneficiários deseguro de vida,
acidentes pessoais eoperações decapitalização
Gestores dereclamações das
empresas de seguros
Provedores declientes
2016 2017
133
Gráfico 6.6 Canais temáticos --- páginas visualizadas
6.3.5 Formulários, consultas e informações
O Portal do Consumidor inclui igualmente uma área para receção de reclamações e pedidos de esclarecimento por parte dos consumidores de seguros e fundos de pensões.
Esta área facilita o contacto com a autoridade de supervisão, permitindo ao utilizador acompanhar a evolução do processo de gestão da reclamação apresentada através da utilização de um código que lhe é facultado aquando da formalização da mesma.
Em 2017, o número de visualizações desta área manteve a tendência crescente verificada no ano anterior, aumentando cerca de 3%.
Gráfico 6.7 Formulários, consultas e informações - páginas visualizadas
92.124
10.432
38.23933.758 32.906
26.217 25.680
2.6329.006 4.841 4.216
78.327
6.850
31.48935.080
28.16517.929
23.906
4.255 6.9243.124 3.672
0
10.000
20.000
30.000
40.000
50.000
60.000
70.000
80.000
90.000
100.000
2016 2017
36.390
12.004
40.195
9.806
0
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
30.000
35.000
40.000
45.000
Reclamações Pedidos de Esclarecimento
2016 2017
134
6.4 A
O ano dtablet, atsegurado
A aplicaçfundos dseguros, divulgaç
Este apliusa a câidentificaseguro a
Aliando cidadãoscompetê
6.5 S
A ASF dobtençãoacessível
O serviçosimultansupervisi
Em 2017uma dimprocesso
que condiminuiç
APP ASF
e 2017 marcatravés da quaora, ressegura
ção ASF mande pensões, d
nomeadameções obrigatór
cativo dispõeâmara do disar a matrícula
automóvel, nú
inovação e ses e instituiçõências regulam
Serviço de a
ispõe de um o de esclarecl por via telefó
o de atendimeneamente, a ionados pela A
7, o serviço de minuição em os.
cerne à “Medição na ordem
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total de 46 26no qual hav
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8 contactos, oviam sido con
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a para smartphntexto da atis em Portugal
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uro automóvepoucos seg
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quais
om a arantia ligeiro
relação os). No ra uma ctos ao
135
nível das matérias do Fundo de Acidentes de Trabalho registaram um decréscimo de 24% em relação ao ano de 2016.
Gráfico 6.8 Serviço de atendimento ao público – distribuição por assunto
Os utilizadores dos serviços de atendimento são na sua maioria consumidores de seguros, pessoas singulares (cerca de 71%), imediatamente seguidos pelos mediadores de seguros (cerca de 26%).
Contrariando a tendência do último ano, em que se havia registado uma diminuição nos contactos provenientes de “Autoridades policiais”, em 2017, observou-se um aumento significativo deste tipo de contacto, (cerca de 50%). Também os contactos por empresas de seguros registaram um aumento na ordem dos 3%. Tendência inversa observou-se nos contactos provenientes de outras entidades públicas, que assinalaram uma descida de aproximadamente 4%.
Gráfico 6.9 Serviço de atendimento ao público – distribuição por tipo e natureza do utilizador
0,
2.000,
4.000,
6.000,
8.000,
10.000,
12.000,
14.000,
16.000,
18.000,
2017
2016
Consumidor de seguros (pessoasingular)
Mediador
Consumidor de seguros (pessoacoletiva)
Empresa de seguros
Outras entidade públicas
Autoridades policiais
Soc. Gest. De Fundos de Pensões
136
No que diz respeito ao meio de contacto escolhido, verifica-se que a generalidade dos utilizadores continua a preferir o contacto telefónico. Efetivamente, da totalidade de contactos (46 268), 38 896 efetuaram-se por esta via. Não obstante, os contactos por via telefónica registaram uma diminuição em de aproximadamente 4% em relação ao ano de 2016.
Da mesma forma, os pedidos remetidos via correio eletrónico registaram, em 2017, uma diminuição de aproximadamente 3%. Igual decréscimo foi observado nos atendimentos presenciais, em relação ao ano transato.
Gráfico 6.10 Serviço de atendimento ao público – distribuição por tipo de contacto
6.6 Comunicações e resposta a pedidos de informação / esclarecimento escritos
No âmbito das suas competências e adicionalmente à atividade de análise e gestão de reclamações, a ASF responde a pedidos de informação e a pedidos de esclarecimento de natureza técnico-jurídica que lhe sejam apresentados.
Em relação às comunicações e pedidos de informação e de esclarecimento escritos dirigidos à ASF, verifica-se que, em 2017, foram recebidos 5 196 comunicações / pedidos, o que representa, conforme decorre do gráfico 6.11, um número substancialmente menor que o verificado nos anos anteriores.
Como melhor se demonstrará no gráfico 6.15, a diminuição verificada apresenta uma correlação com a diminuição dos pedidos de informação relacionados com seguros do ramo Vida solicitados no âmbito de pedidos de “Informação sobre a existência de seguro” (712 pedidos, em 2017, que compara com os 1 484 recebidos em 2016) e de acesso às “Bases de dados ASF” (1 030, em 2017, que compara com os 1445 recebidos em 2016), bem como com a redução constatada no âmbito de pedidos de “Informação sobre notificação ou penhora de créditos indevida” (193 pedidos, em 2017, que compara com os 566 efetuados em 2016).
Telefone
Presencial
Correio eletrónico
137
Gráfico
O gráreceb
Gráfico
De acinformacent
Com do qu50% cde inf
o 6.11 Processo
áfico 6.12 refleidos em 2016
o 6.12 Processo
cordo com a amação mais uuando a tend
efeito, o númue triplica o recomparativamformação / esc
6 8
50
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3050
4050
5050
6050
7050
8050
20
os abertos relativo
ete a distribuie em 2017.
os abertos relativo
análise do gráftilizada, em 2ência de recu
mero de comuecebido por c
mente com 20clarecimento r
8237
013 2
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os a comunicaçõe
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nicações / pecorreio postal 16, acompanhrecebidos.
7 314 7
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014 2
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dos processos
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hando a dimi
7 124
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2015
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s abertos em
esclarecimento (m
das comunicaco (3 452 come a este canal
os à ASF por co este últimonuição do nú
7 422
4%
2016
Variação
013 - 2017)
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5 196
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‐4
‐3
‐2
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0
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2
3
4
5
6
7
8
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1
2017
s pedidos
edidos de pedidos), ção.
nico mais m mais de e pedidos
40%
30%
20%
10%
0%
10%
20%
0%
40%
0%
60%
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80%
90%
100%
138
Gráfico 6.1
ConformverificadesclareciNão Vidapedidos)
Neste âmde informano ante
Como resobre acdiminuiçde 52% indevida
As comuquestõesgenérico
Gráfico 6.1
13 Processos abcontacto
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14 Processos en
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e destaca o se
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os a comunicaçõe
Presencial0,31%
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quadro 6.2, cocessos relativ
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m relação a 20mo Vida, contr
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Co
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139
Quadro 6.2 Processos encerrados relativos a comunicações / pedidos de esclarecimento – por tipos de seguro
N.º %
Variação (%)
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Seguro automóvel 2.199 42,58 ‐11,69
Seguro de incêndio e outros danos 310 6,00 ‐12,43
Seguro de acidentes de trabalho 172 3,33 ‐8,99
Seguro de responsabilidade civil 101 1,96 ‐26,81
Seguro de saúde 67 1,30 ‐19,28
Seguro de assistência 54 1,05 42,11
Seguro de acidentes pessoais 36 0,70 2,86
Outros Seguros dos ramos Não Vida 20 0,39 ‐13,04
Vida 1.035 20,04 ‐54,68
Não se aplica 1.171 22,67 ‐32,93
Por último, o gráfico 6.15 contempla a análise dos pedidos de informação escritos dirigidos à ASF, por assunto, sendo que as matérias que em 2017 originaram o maior número de pedidos de informação e de esclarecimento dizem respeito a “Esclarecimento/legislação/regulamentação” aplicável à atividade seguradora e de fundos de pensões (1 085 pedidos) e ao acesso às “Base de dados ASF” (1 030 pedidos), seguidas de “Informação sobre a existência de seguro” (712 pedidos) e questões relacionadas com a temática “Sinistro” (710 pedidos), nas quais se incluem matérias relativas à definição de responsabilidades e regularização dos processos de sinistro.
Ao contrário do sucedido no ano de 2016, no qual se verificou um acréscimo de pedidos relacionados com acesso às “Bases de dados ASF”, em particular os relacionados com a existência de seguros de vida (mais cerca de 37% que no ano anterior), em 2017 tais pedidos diminuíram em cerca de 29% face ao ano de 2016 (1 030 em 2017, que compara com os 1 445 recebidos em 2016), sendo de salientar ainda a redução muito relevante, em cerca de 52%, dos pedidos de “Informação sobre a existência de seguro” (712 pedidos em 2017, que compara com os 1 484 recebidos em 2016).
Do mesmo modo, cumpre salientar a diminuição ocorrida em 2017 dos pedidos de “Informação sobre notificação ou penhora de créditos indevida” em cerca de 66% face ao ano de 2016 (193 pedidos em 2017, que compara com os 566 efetuados em 2016).
Verifica-se, assim, uma alteração substancial face ao sucedido em 2016, em que as matérias que originaram o maior número de pedidos de informação e de esclarecimento diziam respeito a pedidos de “Informação sobre a existência de seguro”, seguido de acesso às “Base de dados ASF” e só depois de “Esclarecimento/legislação/regulamentação” aplicável à atividade seguradora e de fundos de pensões
No que concerne a pedidos informação e de esclarecimento sobre temas específicos, salientam-se os relacionados com a matéria “Sinistro”, na qual se incluem questões relativas à definição de responsabilidades e regularização dos processos de sinistro, à semelhança do que acontece com a maioria das temáticas analisadas em sede de processos de reclamação.
140
Em rigorrespeito optandosupervisio assunto procesreclamaç
Gráfico 6.1
6.7 Inp
A ASF diacidentepelos inbeneficiá
Por outrocontrato
Conformâmbito dconsider2013, 65
r, grande partea reclamaçõ
o a ASF, noionadas (nomo), por esclare
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15 Processos en
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spõe de um ses pessoais e nteressados, ários em caso
o lado, tambéos e operações
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e dos pedidoses contra emo sentido deadamente q
ecer o reclamao ponto de vis
ncerrados relativo
s sobre boperações d
serviço, denomde operaçõesinformação sde morte do s
ém o respetivos registados em
a análise do gde acesso ao o de pedidos 605 em 2015).
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ante quanto aosta estatístico
os a comunicaçõe
beneficiáriode capitaliz
minado “regiss de capitalizasobre a exissegurado ou d
o titular do com seu nome.
gráfico 6.16, eregisto centracomparando .
mentos enquaeguros sobre
ontactos desná tenham tomo enquadramecomo “pedido
es / pedidos de es
os de segzação
sto central de ação”, no âmstência destedo subscritor.
ontrato poder
em 2017, o núal foi igual ao com o verific
adráveis na tedefinição de
necessários cmado uma pos
ento do seu cao de esclarecim
sclarecimento – p
uros de v
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rá solicitar info
mero de certiregistado emado nos anos
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por assunto
vida, acide
seguros de vpode ser solie operações
ormação acer
ificados emitidm 2016 (980), as anteriores (5
tro” diz idades, tidades a sobre
sendo o como
entes
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s com
ca dos
dos no após o
518 em
141
Gráfico
Por sedesfeccasos de eqque pexistê
Gráfico
o 6.16 Pedidos operaçõ
eu turno, a leicho dos proce negativo em
quiparação enpermite inferirência de segur
o 6.17 Resultadacidente
de informação soes de capitalizaçã
itura dos gráfessos analisad
m relação a 40tre respostas
r que os requro.
dos dos pedidos des pessoais e oper
obre acesso a dadão (2013 – 2017)
ficos 6.17 e 6.dos em 2017,0,3%, à semelhpositivas e n
erentes têm j
de informação sobrações de capitali
dos de contratos d
18 permite co, que o encerhança do ano egativas verifá fundadas co
bre acesso a dadozação – 2017
de seguro de vida
oncluir, relativrramento foi p
de 2016 e coficada nos anoonvicções sob
os de contratos de
a, de acidentes pe
vamente ao sepositivo em 5ntrariando a t
os anteriores abre a probabi
e seguro de vida,
essoais e
entido do 59,7% dos tendência a 2015, o lidade de
de
142
Gráfico 6.1
6.8 C
O Decreaceitaçãomenos, psejam de
Em concRegulamde cont«Respon
De acorcolocaçãeste númâmbito d
Contudobastante(27 em 2
Acresce seguro aa ser con
Gráfico 6.1
18 Resultados dacidentes pe
Colocação d
eto-Lei n.º 291o de um segpor três emprefinidas as con
cretização domentar, que a c
ratos para rissabilidade civ
rdo com o gão de 70 veícumero aumentada gestão de 4
o, como se poe com o núme2015, 10 em 20
que tal contrapresentados nncluídos por d
19 Evolução do
dos pedidos de inessoais e operaçõ
do Seguro A
1/2007, de 21uro obrigatórresas de segurndições espec
o previsto nocada empresa scos recusadoil de veículos t
gráfico abaixoulos, no âmbitado ligeiramen44 processos d
ode igualmenero de process014, e 11 em 2
aste seria aindna ASF em 20esistência do
os processos de co
nformação sobre ões de capitalizaç
Automóve
1 de agosto, rio de responros, o proponiais de aceitaç
o mencionado de seguros é
os, que tem terrestres a m
o, podemos cto da gestão dnte face ao vede colocação d
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ículo) do seguro a
e contratos de see 2017)
u artigo 18.º vil automóvel
ro possa recoto.
a ASF estabualmente a geua quota de
no penúltimo
e a ASF procos de colocaçãnte o ano de 2
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ente os pedidntos de coloc
automóvel – 2013
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que, sempre seja recusada
orrer à ASF pa
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mercado noano anterior.
cedeu, em 20ão de seguro,
2016 (67 veícu
números conts anos anteced
dos de colocaçcação não che
3 a 2017
que a a, pelo ra que
Norma úmero
o ramo
017, à tendo los, no
rastam dentes
ção de egaram
143
capítuloFormação financeira 7
147
7 | Formação financeira
7.1 Considerações iniciais
A ASF tem vindo a apostar na implementação de iniciativas estruturadas e permanentes no domínio da literacia financeira com o objetivo de fomentar os conhecimentos em matéria de seguros e fundos de pensões. Nesta senda, em 2017 procurou-se sedimentar as parcerias já estabelecidas, delineando, simultaneamente, novas formas de ação e novas parcerias estratégicas.
Assim, a ASF manteve a sua participação bastante ativa nos trabalhos do Plano Nacional de Formação Financeira (doravante, “Plano” ou “PNFF”), um projeto desenvolvido sob a égide do Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF), com o objetivo de promover a literacia financeira da população portuguesa.
Para promover iniciativas de formação financeira com elevada abrangência regional e proximidade aos públicos-alvo, o CNSF estabeleceu, em junho de 2017, no âmbito do PNFF, um protoloco de colaboração plurianual com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, tendo em vista a promoção da formação financeira das populações desta região.
No âmbito do CNSF, o ano fica também marcado pelo estabelecimento de uma parceria com o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol, num projeto com a duração prevista de dois anos e que tem como objetivo desenvolver ações de sensibilização e formação financeira tanto junto de jovens jogadores de futebol como de atletas no ativo e ex-jogadores.
A implementação do Referencial de Educação Financeira tem motivado também o desenvolvimento de materiais pedagógicos que permitam auxiliar os professores e educadores na introdução desta temática no contexto escolar. Por essa razão, em 2017, o CNSF avançou com a preparação do Caderno de Educação Financeira dirigido ao 3.º ciclo do ensino básico. Complementarmente, iniciou-se um projeto-piloto de avaliação de impacto dos cadernos de educação financeira dirigidos ao 1.º e 2.º ciclos do ensino básico. A metodologia adotada consiste na utilização de questionários junto de 800 alunos, do Agrupamento de Escolas Fernando Pessoa, em Lisboa, cujos conhecimentos e comportamentos serão testados antes e depois da utilização dos cadernos.
O Concurso Todos Contam, que assinalou a sua 6.ª edição, voltou a premiar os melhores projetos de educação financeira a implementar nas escolas. Esta edição contou com um total de 55 candidaturas, que envolveram mais de 14 000 alunos de 92 escolas.
A promoção da formação financeira de gestores de micro, pequenas e médias empresas, que tem vindo a ser desenvolvida no âmbito da parceria estabelecida entre os supervisores financeiros e o Ministério da Economia, foi outra prioridade em 2017. Nesta matéria cumpre ressalvar os trabalhos tendentes à criação de uma bolsa de formadores com o objetivo de
148
implementar o Referencial de Formação Financeira junto do meio empresarial. A este nível, a ASF, juntamente com as restantes autoridades de supervisão do sistema financeiro (Banco de Portugal e Comissão do Mercado de Valores Mobiliários), bem como o IAPMEI e o Turismo de Portugal, participou em dois cursos de formação de formadores, que decorreram entre dezembro de 2016 e fevereiro de 2017.
A ASF continuou a desenvolver ações de formação e sensibilização da população e dos jovens, alertando para a importância das questões financeiras. Algumas destas atividades foram realizadas no âmbito da Global Money Week, uma iniciativa coordenada a nível mundial pela Child and Youth Finance International.
Pela primeira vez, as comemorações do Dia Mundial da Poupança decorreram ao longo de uma semana, entre 30 de outubro e 3 de novembro, sob o lema “Na Formação Financeira Todos Contam!”. As atividades da Semana da Formação Financeira 2017 realizaram-se em vários locais do país, tendo diferentes públicos como destinatários: jovens, gestores de micro e pequenas empresas, jogadores de futebol, idosos, serviços sociais autárquicos e população em geral.
A ASF continua também empenhada em promover a formação financeira através de canais digitais como o Portal do Consumidor de Seguros e Fundos de Pensões, bem como o Portal Todos Contam e a plataforma de e-learning a ele associada.
As páginas que se seguem visam detalhar estas iniciativas que representaram não só o núcleo central da formação financeira no âmbito das atribuições da ASF, mas, também, da formação financeira a nível nacional.
7.2 Principais desenvolvimentos em 2017
7.2.1 Novas parcerias estratégicas
7.2.1.1 Protocolo com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte
As Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional e as autarquias locais constituem, dada a sua proximidade para com as populações das respetivas áreas geográficas, parceiros estratégicos na promoção de iniciativas de formação financeira a nível regional.
Por essa razão, em junho de 2017, o CNSF estabeleceu um protoloco de colaboração com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte.
O projeto teve início na Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa e será implementado de forma gradual às restantes Comunidades Intermunicipais.
As principais linhas de ação assentam no estabelecimento de um programa de formação de formadores, na condução de ações de informação financeira, na realização de campanhas de sensibilização e na criação de materiais para apoiar as iniciativas a desenvolver no âmbito do projeto.
149
O programa de formação de formadores dirige-se a técnicos das autarquias locais, em especial aos que prestam informação e apoio aos cidadãos em organismos associados aos municípios.
No âmbito desta cooperação, em junho de 2017, iniciaram-se os trabalhos com a Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, através da realização de uma ação de formação financeira dirigida a técnicos das autarquias locais daquela região.
7.2.1.2 Protocolo com o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol
O ano de 2017, como referido, marca também a celebração de um protocolo entre o CNSF e o Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol.
A parceria estabelecida visa melhorar as competências de gestão financeira dos jogadores, que enfrentam importantes desafios associados a uma profissão de curta duração e desgaste rápido, com uma elevada concentração de rendimentos num curto espaço de tempo.
As linhas de ação do projeto de formação financeira do jogador de futebol foram apresentadas no dia 19 de julho, no Museu Nacional do Desporto, em Lisboa, sob o mote “Todos Contam. E no futebol também”.
De entre as diversas atividades previstas destaca-se a preparação de um programa de formação de formadores, bem como a elaboração de um estudo de diagnóstico aos conhecimentos financeiros dos jogadores de futebol.
A implementação do projeto arrancou em julho de 2017 com a dinamização de uma ação de sensibilização por ocasião do 15.º Estágio do Jogador, no complexo desportivo do Jamor.
7.2.2 Educação f inanceira nas escolas
De entre as iniciativas tendentes à implementação do Referencial de Educação Financeira, destaca-se o programa de formação de professores, bem como o desenvolvimento de materiais pedagógicos e a promoção de iniciativas de sensibilização, tais como o Concurso Todos Contam e a Semana da Formação Financeira.
7.2.2.1 Formação de professores
Desde 2014, foram já realizadas ações de formação de professores em cinco regiões do território continental - Norte (Porto), Centro (Coimbra), Lisboa e Vale do Tejo (Lisboa), Alentejo (Évora) e Algarve (Faro) -, que envolveram um total de 200 educadores e professores. Em parceria com a Secretaria Regional da Educação dos Açores, as autoridades de supervisão do sistema financeiro realizaram, em 2016, duas ações de formação dirigidas a um total de 48 professores da Região Autónoma dos Açores.
Em 2017, as ações de formação de professores realizaram-se na Região Autónoma da Madeira, com o apoio da Secretaria Regional da Educação.
150
Assim, entre 10 e 12 de julho decorreram no Funchal dois cursos de formação sobre o Referencial de Educação Financeira, dirigidos a um total de 48 educadores e professores da Região Autónoma da Madeira. Estas ações tiveram a modalidade de curso de formação com 15 horas, acreditado pela Direção Regional de Educação da Madeira.
Quadro 7.1 Programa do curso de formação de professores na Região Autónoma da Madeira
SESSÕES CONTEÚDOS
1.ª sessão Planeamento e gestão do orçamento familiar Sistema financeiro Contas e serviços de pagamento Poupança - Depósitos a prazo
2.ª sessão Poupança - Ações, obrigações e fundos de investimento Poupança - Produtos do setor segurador e dos fundos de pensões Seguros
3.ª sessão Crédito e prevenção e gestão do incumprimento Seguros associados ao crédito
30 de outubro de 2017 iniciou-se também uma oficina de formação dirigida a 42 professores do ensino básico da Escola EB 2,3 de Fernando Pessoa, em Lisboa, que integra 25 horas de formação em sala de aula e 25 horas de trabalho autónomo, com vista à aplicação em contexto escolar do Referencial de Educação Financeira.
Esta oficina, que se prolongou até meados de maio de 2018, visou apoiar um projeto-piloto de avaliação da utilização dos cadernos de educação financeira nesta Escola, no ano letivo 2017/2018.
7.2.2.2 Materiais pedagógicos
Dando continuidade ao desenvolvimento de materiais didático-pedagógicos sobre temas financeiros, em 2017 foi preparado o terceiro caderno de educação financeira, agora dirigido ao 3.º ciclo do ensino básico. A divulgação pública do Caderno de Educação Financeira 3 irá concretizar-se no início de 2018.
Os cadernos de educação financeira resultam da parceria estabelecida entre as autoridades de supervisão do sistema financeiro, o Mistério da Educação (através da Direção-Geral da Educação) e quatro associações do setor financeiro (APB-Associação Portuguesa de Bancos, ASFAC-Associação de Instituições de Crédito Especializado, APFIPP-Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios e APS-Associação Portuguesa de Seguradores) e são uma ferramenta de apoio pedagógico às ações de formação e à divulgação da educação financeira.
Como forma de densificar a implementação dos cadernos de educação financeira, nomeadamente os dirigidos ao 1º e 2º ciclos, entre outubro de 2016 e novembro de 2017, procedeu-se à sua divulgação junto da Rede de Bibliotecas Escolares em articulação com a Direção Geral da Educação.
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O Agrupamento de Escolas Fernando Pessoa, de Lisboa, tem sido alvo de um acompanhamento mais sistemático, com vista à realização de um projeto-piloto, que envolve cerca 22 turmas do 1.º e 2.º ciclos do ensino básico, como objetivo de avaliar o impacto dos Cadernos de Educação Financeira.
7.2.2.3 Concurso Todos Contam
O Concurso Todos Contam, organizado pelo CNSF e pelo Ministério da Educação, através da Direção-Geral da Educação e da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, distingue, anualmente, os melhores projetos de educação financeira a implementar nas escolas.
Utilizando como base os conteúdos definidos no Referencial de Educação Financeira, os projetos candidatos devem contribuir para a aquisição de conhecimentos em matérias financeiras, promovendo igualmente comportamentos financeiros adequados.
Em 2017 este Concurso assinalou a sua 6.ª edição, tendo totalizado 55 candidaturas, que envolveram mais de 14 000 alunos de 92 escolas1.
O Júri 2 atribuiu prémios aos projetos apresentados pelas escolas indicadas no quadro abaixo.
Quadro 7.2 Prémios da 6.ª edição do Concurso Todos Contam
CICLO/NÍVEL DE ENSINO ESCOLA DISTRITO
Educação pré-escolar Centro de Bem Estar Social de Foros de Salvaterra Santarém 1.º ciclo do ensino básico Agrupamento de Escolas de Pombal - Escola Básica de
Pombal Leiria
2.º ciclo do ensino básico Agrupamento de Escolas de Marco de Canaveses Porto 3.º ciclo do ensino básico Agrupamento de Escolas n.º 1 de Gondomar Porto Ensino secundário INETE - Instituto de Educação Técnica Lisboa Prémio de continuidade Agrupamento de Escolas General Serpa Pinto Viseu Prémio especial do júri Centro Educativo dos Olivais Coimbra
Foram ainda atribuídas menções honrosas aos seguintes estabelecimentos de ensino: Colégio Heliântia (Porto), Colégio São Teotónio (Coimbra), Agrupamento de Escolas de Real - Escola Básica 2.º e 3.º ciclos de Real (Braga) e Escola Profissional Vértice (Porto).
Os projetos vencedores e as menções honrosas da 6.ª edição do Concurso Todos Contam foram anunciados no dia 30 de outubro, por ocasião das comemorações da Semana da Formação Financeira 2017, no Agrupamento de Escolas Fernando Pessoa, em Lisboa.
1 Dos 55 projetos submetido a concurso, 5 candidataram-se à educação pré-escolar, 14 ao 1.º ciclo do ensino básico, 8 ao 2.º ciclo do ensino básico, 14 ao 3.º ciclo do ensino básico e 14 ao ensino secundário. 2 O Júri do Concurso Todos Contam é constituído por Isabel Alçada (que preside), Maria Emília Brederode Santos, Maria 2 O Júri do Concurso Todos Contam é constituído por Isabel Alçada (que preside), Maria Emília Brederode Santos, Maria Amélia Cupertino de Miranda, o Diretor-Geral da Educação, José Vítor Pedroso e a vogal do conselho diretivo da Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, Ana Cláudia Valente.
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7.2.2.4 Entrega de prémios da 5.ª edição do Concurso “Todos Contam”
No início de 2017, as autoridades de supervisão do sistema financeiro, representantes do Ministério da Educação e membros do Júri do Concurso Todos Contam visitaram as escolas vencedoras da 5.ª edição do Concurso Todos Contam, para entregar a primeira parcela dos prémios atribuídos neste concurso. Foram visitadas escolas de Foros de Salvaterra, Marco de Canaveses, Coimbra, Amadora e Cinfães.
O Presidente da ASF, José Figueiredo Almaça, entregou, em representação do CNSF, os prémios de melhor projeto para a educação pré-escolar emelhor projeto para o ensino secundário, respetivamente, ao Centro de Bem-Estar Social Foros de Salvaterra e ao Agrupamento de Escolas Pioneiros da Aviação Portuguesa.
As cerimónias de entrega dos prémios realizaram-se em Salvaterra de Magos, no dia 7 de março de 2017 e na Amadora, no dia 26 de abril de 2017.
Ambas as sessões contaram com a presença de representantes dos três membros do CNSF e do Ministério da Educação.
7.2.2.5 Avaliação de impacto dos Cadernos de Educação Financeira
Em 2017 iniciou-se o projeto-piloto de avaliação de impacto à utilização dos Cadernos de Educação Financeira dirigidos ao 1.º e 2º ciclos do ensino básico.
O projeto pretende avaliar o acréscimo de conhecimentos e a mudança de atitudes dos alunos sobre os conteúdos financeiros explorados em ambos os Cadernos e envolve 22 turmas do Agrupamento de Escolas Fernando Pessoa, em Lisboa.
A metodologia adotada consiste na utilização de questionários junto dos alunos, cujos conhecimentos e comportamentos serão testados antes e depois da utilização daqueles materiais. No âmbito desta avaliação, foram também distribuídos questionários aos professores participantes com o objetivo de recolher dados de natureza qualitativa sobre as diferentes abordagens.
Os resultados desta avaliação de impacto serão publicados no decorrer de 2018.
7.2.3 Formação f inanceira para empreendedores e gestores
A importância atribuída pelas autoridades de supervisão do sistema financeiro à formação nesta área para gestores de micro, pequenas e médias empresas esteve na base da celebração, em 2015, de um protocolo de colaboração com o Ministério da Economia, através do IAPMEI – Agência para a Competitividade e Inovação, I.P. e do Turismo de Portugal, I.P.
A primeira etapa de implementação desta colaboração foi concluída com a publicação do “Referencial de Formação Financeira para micro, pequenas e médias empresas”.
O protocolo de colaboração envolve também a formação de formadores e a promoção de ações de formação financeira e outras iniciativas de sensibilização junto de micro, pequenas e médias empresas.
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7.2.3.1 Formação de formadores
Com o objetivo de criar uma bolsa de formadores que permita a implementação do Referencial de Formação Financeira junto do meio empresarial, as autoridades de supervisão do sistema financeiro, o IAPMEI e o Turismo de Portugal realizaram dois cursos de formação de formadores.
O primeiro curso de formação de formadores realizou-se em Lisboa entre 6 de dezembro de 2016 e 17 de janeiro de 2017; o segundo curso decorreu no Porto entre 31 de janeiro e 23 de fevereiro.
Participaram nestes cursos 34 formandos, com formação relevante nas áreas do Referencial de Formação Financeira, experiência de formação reconhecida pelo Certificado de Competências Pedagógicas e, na sua maioria, provenientes de associações empresariais, de universidades e de institutos politécnicos.
Os cursos tiveram uma componente de formação geral e outra de formação técnica. A formação geral, de cariz obrigatório, foi constituída por módulos sobre comunicação pedagógica, sistema económico e financeiro, constituição e desenvolvimento da empresa, contabilidade e planeamento financeiro. Na componente de formação técnica, os formandos puderam optar por frequentar diferentes módulos sobre seguros e fundos de pensões, produtos e serviços bancários para empresas, financiamento no mercado de capitais e gestão de riscos.
Quadro 7.3 Programa do curso de formação de formadores do Referencial de Formação Financeira
COMPONENTE MÓDULOS
Formação geral Módulo 1 - Comunicação pedagógica Módulo 2 - A empresa no sistema económico e financeiro
2.1 Sistema económico e financeiro 2.2 A empresa: constituição e desenvolvimento
Módulo 3 - Instrumentos de gestão 3.1 Contabilidade e análise económica e financeira 3.2 Plano de negócios e planeamento financeiro
Formação técnica Módulo 4 - Produtos e serviços bancários 4.1 Contas e serviços de pagamento 4.2 Financiamento bancário, caraterísticas e principais produtos
Módulo 5 - Financiamento de mercado, aplicações financeiras e riscos de mercado Módulo 6 – Seguros e fundos de pensões
6.1 Seguros, funções e principais caraterísticas 6.2 Fundos de pensões, funções e principais caraterísticas
7.2.4 Formação f inanceira no apoio à economia social
Reconhecendo os benefícios de melhores níveis de literacia financeira dos empreendedores da economia social, foi celebrado, em 2015, um protocolo de colaboração com a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES).
No âmbito do protocolo celebrado, em 2017 o CNSF associou-se, no âmbito do Plano Nacional de Formação Financeira, ao Prémio Cooperação e Solidariedade António Sérgio.
O Prémio Cooperação e Solidariedade António Sérgio distingue as pessoas singulares e coletivas que, em cada ano, se tenham distinguido na implementação e difusão de projetos inovadores e sustentáveis, na produção de estudos e trabalhos de investigação, na oferta
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formativa de nível pós-graduado e na realização de trabalhos de âmbito escolar em domínios relevantes para a economia social.
O PNFF premeia com um curso de formação financeira os vencedores do Prémio Cooperação e Solidariedade António Sérgio nas categorias “Inovação e Sustentabilidade” e “Trabalhos Escolares”.
No início de 2017 foram anunciados os projetos vencedores do Prémio Cooperação e Solidariedade António Sérgio de 2016 nestas duas categorias: “Inovação e Sustentabilidade: LEQUE - Associação de Pais e Amigos de Pessoas com Necessidades Especiais; “Trabalhos Escolares”: Agrupamento de Escolas de Argoncilhe.
7.2.5 Semana da Formação Financeira 2017
O CNSF assinala anualmente o Dia Mundial da Poupança, com um conjunto de iniciativas que visam sensibilizar a população para a importância da formação financeira.
Em 2017 as iniciativas da Semana da Formação Financeira 2017 decorreram em vários locais do país, entre 30 de outubro e 3 de novembro, sob o lema “Na Formação Financeira Todos Contam!”, e dirigiram-se a diferentes públicos, incluindo jovens, gestores de micro e pequenas empresas, jogadores de futebol, seniores, técnicos de ação social e população em geral.
Esta nova abordagem visou potenciar o envolvimento dos parceiros estratégicos do Plano, com os quais se celebraram protocolos de colaboração, garantindo uma cobertura mais ampla dos diferentes públicos-alvo.
A Semana da Formação Financeira foi amplamente divulgada no portal Todos Contam e na página de Facebook criada para o efeito.
7.2.5.1 Iniciativas em ambiente escolar
No dia 30 de outubro, as iniciativas foram dirigidas ao público escolar e tiveram como centro a Escola EB 2,3 de Fernando Pessoa, em Lisboa.
Cerca de 1300 alunos do Agrupamento de Escolas de Fernando Pessoa, do pré-escolar ao 3.º ciclo do ensino básico, participaram nas diversas atividades promovidas elas autoridades de supervisão do sistema financeiro e pelos parceiros do Plano.
Os pavilhões desta escola transformaram-se em espaços temáticos de formação financeira com atividades dirigidas aos diversos ciclos de ensino, com oficinas de formação financeira, jogos, ateliers e outras atividades lúdicas.
Neste dia realizou-se ainda cerimónia de anúncio e entrega dos prémios aos projetos vencedores da 6.ª edição do Concurso Todos Contam.
A ASF dinamizou, em particular, as atividades do espaço Risco, concebido para sensibilizar os alunos para esta temática. Neste espaço, a ASF foi responsável pelo workshop “Repórteres de finanças – Falando de Seguros” – uma atividade que permitiu que os alunos refletissem sobre a importância dos seguros enquanto instrumento de transferência de risco, através da análise de notícias e da criação de um jornal intitulado “Diário de Seguros”. Previamente à criação do jornal, os alunos realizaram um workshop sobre a função que os seguros desempenham na proteção das famílias e no desenvolvimento económico.
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Foi também desenvolvido o jogo “Segura-te Bem!”, que permitiu testar os conhecimentos dos alunos sobre diversos conceitos relacionados com a atividade seguradora. Nesta iniciativa foi ainda apresentado um vídeo alusivo à história do seguro, ao qual se seguiu um pequeno debate sobre o seu conteúdo.
7.2.5.2 Iniciativas para gestores de micro, pequenas e médias empresas
No dia 31 de outubro, o IAPMEI, o Turismo de Portugal e as autoridades de supervisão do sistema financeiro dinamizaram a iniciativa “Formação financeira para gestores de PME | Conferência & Workshops temáticos” na Associação Empresarial da Região de Viseu, em que participaram cerca de 40 gestores daquela região.
No evento, que contou com a participação de representantes do IAPMEI, do Turismo de Portugal e da Comissão de Coordenação do PNFF, foram abordados diversos temas relevantes para este público-alvo, nomeadamente a importância dos seguros na mitigação dos riscos empresarias.
Os representantes dos supervisores apresentaram os conteúdos do Referencial de Formação Financeira, frisando a sua relevância para os empreendedores, empresários e gestores de micro, pequenas e médias empresas, no que concerne não só ao acesso e utilização de produtos e serviços financeiros, mas também ao desenvolvimento da capacidade de tomar decisões adequadas na gestão financeira dos negócios.
Ao longo da tarde, decorreram workshops temáticos sobre “Soluções de crédito – opções de financiamento”, “Soluções de financiamento no mercado de capitais”, “Construção de um plano de negócios” e “Os fundos de pensões na GRH”, ministrados por formadores da Bolsa de Formadores do Referencial de Formação Financeira.
7.2.5.3 Iniciativas para autarquias locais da Região do Norte
No âmbito da colaboração com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, dez autarquias locais da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa realizaram, nos dias 2 e 3 de novembro, iniciativas e campanhas de sensibilização da população, com o objetivo de alertar para a importância da formação financeira. As atividades incluíram conferências e workshops e a divulgação de conteúdos na imprensa e rádios locais.
Participaram nestas iniciativas cerca de 700 pessoas, nas quais se incluem crianças, jovens, seniores, técnicos de ação social, grupos vulneráveis e população em geral.
As iniciativas contaram com a presença de representantes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, da Comunidade Intermunicipal do Tâmega e Sousa, dos membros da Comissão de Coordenação do PNFF e dos presidentes e vereadores das várias autarquias locais.
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Durante a Semana da Formação Financeira, as rádios Felgueiras e Montemuro divulgaram um conjunto de spots de rádio da iniciativa do Plano, sob o lema “Formação financeira ao minuto!”, sobre diversos temas de formação financeira.
Participaram nestas atividades as seguintes autarquias: Amarante, Baião, Castelo de Paiva, Celorico de Basto, Cinfães,Felgueiras, Lousada, Marco de Canaveses, Paços de Ferreira, Penafiel.
7.2.5.4 Iniciativas para jogadores de futebol
No âmbito do protocolo assinado entre o CNSF e o Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol, decorreu, no dia 31 de outubro, no Porto, uma ação de sensibilização sobre a gestão das finanças pessoais dirigida a jogadores de futebol em que participaram mais de 100 jovens atletas de alto rendimento e ex-jogadores profissionais de Futebol.
A ação, organizada pelo Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol e pelas autoridades de supervisão do sistema financeiro, em colaboração com o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas Fontes Pereira de Melo, no Porto, contou com a participação do Presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol, dos membros da Comissão de Coordenação do PNFF e do responsável nacional do Projeto de Unidade de Apoio ao Alto Rendimento na Escola (UAARE). Participaram também nesta ação quatro ex-jogadores profissionais de futebol, que prestaram o seu testemunho relativamente à forma como efetuaram a gestão financeira das suas carreiras.
7.2.6 Outras ações de formação
No quadro da parceria estabelecida com o Pavilhão do Conhecimento – Centro Ciência Viva, a ASF lecionou duas ações de formação de curta duraçãopara cerca de 40 professores, ambas enquadradas na promoção da exposição Risco. O curso abordou os temas do planeamento e gestão do orçamento familiar, do risco e incerteza e o papel dos seguros enquanto instrumento de mitigação de risco.
A ASF dinamizou também, em conjunto com as restantes autoridades de supervisão do sistema financeiro, três sessões de formação financeira, em fevereiro e março de 2017, dirigidas a técnicos dos Serviços Sociais da Polícia de Segurança Pública (PSP), que prestam apoio e aconselhamento financeiro aos seus colaboradores por todo o país. As sessões abordaram um conjunto de temas constantes do Catálogo de Módulos de Formação do PNFF, nomeadamente o planeamento e gestão do orçamento familiar, aplicações e poupança e seguros.
Em fevereiro de 2017, a ASF participou ainda em duas sessões de sensibilização sobre educação financeira dirigida a 300 alunos do na Escola Salesiana de Manique. Eas duas ações tiveram como objetivo sensibilizar os alunos para a importância de gerir adequadamente o dinheiro, planeando antecipadamente as despesas e evitando as compras por impulso.
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7.2.7 Iniciativas internacionais
7.2.7.1 In t e r n a t io n a l N e t w o r k o n F in a n c ia l E d u c a t io n
Em 2017 a ASF continuou a cooperar com organismos internacionais dedicados à promoção da literacia financeira.
No âmbito dos trabalhos da International Network on Financial Education (INFE), da qual é membro efetivo, a ASF participou no “4th OECD-GFLEC global policy research symposium to advance financial literacy: Addressing the needs of youth” e no simpósio “Implementing effective financial education policies in a changing financial landscape”, em maio e outubro de 2017.
Ambas as reuniões tiveram enfoque em matérias com significativa relevância para a estratégia de educação financeira nacional, nomeadamente os tópicos Digitalização e Literacia Financeira e Formação Financeira de Micro, Pequenas e Médias Empresas.
7.2.7.2 G lo b a l M o n e y W e e k
A ASF participou também nas atividades da Global Money Week, que decorreu entre os dias 27 de março e 2 de abril em mais de 130 países, sob o lema “Learn. Save. Earn.”.
A ASF recebeu cerca de 200 alunos da Escola Profissional Vértice, de Paços de Ferreira, que visitaram a exposição “Risco - Uma exposição para audazes”. Esta exposição interativa, patente no Pavilhão do Conhecimento Ciência Viva, em Lisboa, permitiu aos alunos conhecerem os diferentes tipos de risco e abordar o conceito de risco e a função do seguro enquanto instrumento de mitigação e transferência de risco.
A ASF, em conjunto com as restantes autoridades de supervisão do sistema financeiro organizou, também, um conjunto de sessões de formação financeira para cinco turmas do ensino secundário do Colégio Sagrado Coração de Maria em Lisboa, que envolveu um total de 104 alunos. Estas sessões incidiram sobre temas do Referencial de Educação Financeira, incluindo a gestão do orçamento, a importância da poupança e os seguros.
7.2.7.3 Associação de Supervisores de Seguros Lusófonos
No quadro da XXI Conferência da Associação de Supervisores de Seguros Lusófonos (ASEL), que decorreu em julho, em Lisboa, foi promovido um painel sobre Literacia Financeira no Setor Segurador e de Fundos de Pensões, que proporcionou o intercâmbio de informações e experiências sobre importantes desafios para a atividade seguradora e de fundos de pensões nesta matéria.
Em foco estiveram ainda os resultados do 2.º Inquérito à Literacia Financeira dos portugueses, com especial enfoque no tema poupança e suas aplicações.
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Por ocasião da XXI Conferência da ASEL foram ainda inauguradas duas exposições da ASF. A primeira dedicada aos 110 anos da supervisão de seguros em Portugal, e a segunda destinada a assinalar as etapas mais relevantes do projeto de formação financeira da ASF. Ambas as exposições ficaram patentes nas instalações da ASF, permitindo a sua exploração em contexto formativo.
7.3 Conclusões
O ano de 2017 foi marcado pelo estabelecimento de novas parcerias estratégicas que vieram reforçar a capilaridade das iniciativas de formação financeira, proporcionado a sua abrangência e diversificação de públicos-alvo.
A ASF manter-se-á empenhada em ampliar o âmbito da sua intervenção nesta matéria, promovendo iniciativas, quer setoriais, quer no âmbito do Plano Nacional de Formação Financeira, que potenciem a aquisição de conhecimentos acerca do setor segurador e dos fundos de pensões.
Em 2018 a ASF prossegue o objetivo de desenvolver atividades que contribuam para o desenvolvimento de uma cultura de perceção e mitigação dos riscos, promovendo a divulgação de informação relevante sobre o setor.
Av. da República, n.º 76, 1600-205 LisboaTel.: (+351) 21 790 31 00asf@asf.com.ptwww.asf.com.pt
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