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IX EPCT – Encontro de Produção Científica e Tecnológica
Campo Mourão, 27 a 31 de Outubro de 2014 ISSN 1981-6480
FORMAÇÃO DO PREÇO DOS SERVIÇOS PRESTADOS: UM ESTUDO APLICADO EM
UM SALÃO DE BELEZA
Andressa Cristina Fernandes Mazatto, (G), Unespar – Câmpus de Campo Mourão, dressah_barbie@hotmail.com
Raethi Zanatta de Mello, (G), Unespar – Câmpus de Campo Mourão, ra_ety@hotmail.com Osvaldo Nakamura (OR), Unespar – Câmpus de Campo Mourão, o.nakamura@uol.com
RESUMO: Os avanços tecnológicos vêm provocando mudanças na gestão de empreendimentos, onde a competitividade entre as empresas é um desafio cada vez maior para se manter no mercado. Desse modo, a contabilidade de custos tem como intuito proporcionar aos seus usuários ferramentas gerenciais que forneçam suporte para avaliar o produto, bem ou serviço e os valores a ele adicionados. O objetivo da presente pesquisa é identificar como deve ser estruturada a formação do preço dos serviços prestados por um salão de beleza de Campo Mourão - PR, tendo em vista a tomada de decisão. Foi utilizado para tal identificação o método de custeio variável, o mark-up, a margem de contribuição e o ponto de equilíbrio. Foi uma pesquisa qualitativa baseada em análise documental, observações e entrevistas com a gestora e funcionários do salão de beleza. A pesquisa se justifica por analisar um salão de beleza onde verificou-se a falta de controle dos custos, do preço dos serviços prestados e a importância de calcular os preços baseados nos custos. Os resultados encontrados mostraram que os preços praticados estão proporcionando uma margem de lucro inferior a esperada pela gestora, sendo necessário um melhor controle dos custos e adequação na formação do preço dos serviços prestados.
Palavras-chave: Preço dos Serviços. Custos. Tomada de Decisão. INTRODUÇÃO
A Contabilidade de Custos é uma das peculiaridades da Contabilidade Gerencial, que a
emprega no ambiente empresarial. De tal modo que Iudícibus (1998, p.22) comenta que:
[...] a contabilidade de custos, por sua vez, e todos os procedimentos contábeis e financeiros ligados a orçamento empresarial, a planejamento empresarial, a fornecimento de informes contábeis e financeiros para decisão entre cursos de ação alternativos recaem, sem sombra de dúvida, no campo da contabilidade gerencial.
Os avanços tecnológicos vêm provocando mudanças na gestão de empreendimentos, onde a
competitividade entre as empresas é um desafio cada vez maior para se manter no mercado. Desse
modo, a contabilidade de custos tem como intuito proporcionar aos seus usuários ferramentas
gerenciais que forneçam suporte para avaliar o produto, bem ou serviço e os valores a ele adicionados,
já que o enfoque dado aos custos influencia diretamente no preço dos produtos ou serviços e, por
consequência, no resultado da empresa, gerando informações necessárias à tomada de decisão.
Embora tenha sua importância, a qualidade, tecnologia, certificações, atendimento superior e
um produto ou serviço diferencial, é primordial controlar e reduzir os custos e formar corretamente os
preços dos produtos ou serviços prestados para a sobrevivência e sucesso da empresa.
Segundo Dubois, Luciana e Souza (2009, p.221):
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[...] em qualquer procedimento de industrialização, os preços são os recursos contábeis que indicam e ajudam a controlar a eficiência dos bens e serviços fabricados. Portanto, os preços irão refletir um determinado resultado da própria eficiência de produção das empresas, de maneira geral.
Temos como tema da nossa pesquisa a Contabilidade Gerencial. Para delimitação do tema
escolhemos a formação do preço de alguns dos serviços prestados por um salão de beleza situado em
Campo Mourão –PR. Especificamente, o estudo foi realizado nos serviços de: manicure, pedicure,
depilação de buço, escova e manutenção de sobrancelha. Tal delimitação dos serviços teve como
critério de seleção os serviços mais prestados pela empresa.
Como resultado das pressões no mercado de beleza, é necessário que as empresas dêem
ênfase ao controle de custos como uma tentativa de manter seus produtos e serviços competitivos, pois
só resistirá à concorrência quem proporcionar um produto ou serviço de qualidade e tiver uma
adequada base de custos para tomar suas decisões como: Quanto custa produzir ou prestar um serviço?
Como aplicar seus recursos, controlar a formação do preço de venda ou serviço e analisar os
resultados obtidos?
Para Wernke (2005, p.147) “na prática é comum companhias não terem noção da
rentabilidade proporcionada por seus produtos e serviços, e das necessidades quanto aos volumes de
venda para atingir os respectivos equilíbrios operacionais”.
Considerando a contextualização evidenciada e a empresa objeto de estudo, apresenta-se o
seguinte problema de pesquisa: Qual a estrutura da formação dos preços dos serviços prestados por um
salão de beleza situado em Campo Mourão – PR?
Nosso objetivo geral foi identificar a estrutura da formação dos preços dos serviços
prestados por um salão de beleza situado em Campo Mourão – PR. Através deste objetivo definimos
quatro objetivos específicos: Identificar as características dos serviços prestados; Identificar os gastos
relacionados aos serviços prestados; Estabelecer a formação do preço dos serviços prestados a partir
do custeio variável e analisar o preço praticado com o preço estabelecido tendo em vista a tomada de
decisão.
A pesquisa tem caráter exploratório, qualitativo e foi realizada por meio de um estudo
aplicado. Os dados foram coletados através de documentos, observações e entrevistas não estruturadas
com a gestora e funcionárias tendo em vista o conhecimento das características dos serviços, dos
custos pertinentes e da formação do preço do serviço. Os dados coletados foram organizados e
estruturados em planilhas do software Excel para posterior análise, considerando a comparação dos
preços dos serviços formados a partir do estudo e os preços praticados atualmente.
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O conhecimento dos custos envolvidos na execução dos serviços prestados é mais uma
ferramenta que o administrador pode ter para auxiliá-lo no processo de gestão, como por exemplo, se
dado preço, produto ou serviço é rentável ou não.
Wernke (2005, p.147) afirma:
[...] no ambiente do mercado atual, caracterizado por concorrência acirrada e queda real nas margens de lucros obtidas, ganha relevância a atenção que deve ser dada a uma das estratégicas mercadológicas mais cruciais: a precificação. A adequada determinação dos preços de venda cada vez mais é questão fundamental para sobrevivência e crescimento das empresas, independentemente do porte ou área de atuação.
Assim, a pesquisa se justifica por analisar um salão de beleza, com o intuito de identificar
como deve ser estruturada a formação do preço dos serviços por ele prestados, tendo em vista a
tomada de decisão, visto que o segmento salão de beleza é carente de informações gerenciais. Desse
modo, contribuirá para os pesquisadores enquanto acadêmicos e para futuras pesquisas relacionadas à
área. A pesquisa também servirá de apoio a gestora do salão de beleza em questão, dado que tal estudo
foi solicitado pela mesma.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Conceito de Custos
Os custos são os gastos necessários para a fabricação dos produtos. De forma geral são os
gastos que estão ligados à área industrial ou de prestação de serviços da empresa. Ao definir custos
Padoveze (2006, p.3) afirma:
[...] podemos definir custos como sendo a mensuração econômica dos recursos (produtos, serviços e direitos) adquiridos para a obtenção e a venda dos produtos e serviços da empresa. Em palavras mais simples, custo é o valor pago por alguma coisa.
Para Iudícibus (1998, p.113): “Na linguagem comercial, custo significa quanto foi gasto para
adquirir certo bem, objeto, propriedade ou serviço. Portanto, está ligada à consideração que se dá em
troca de um bem recebido”.
Os custos entre suas classificações existem os fixos e os custos variáveis. Martins (1996,
p.54) relata: “A classificação entre fixo e variável leva em consideração a unidade de tempo, o valor
total de custos com um item nessa unidade de tempo e o volume de atividade”.
Ao definir custo fixo, Padoveze (2006, p.54) “considera o custo como sendo fixo quando o
seu valor não se altera com as mudanças, para mais ou para menos, do volume produzido ou vendido
dos produtos finais”.
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Desse modo, custo fixo é aquele que se mantêm constantes nas alterações das atividades
operacionais. São custos e despesas indispensáveis para que haja um nível adequado de atividade
operacional, por este motivo, os custos fixos também podem ser chamados de custos de capacidade.
Mesmo estes custos tendo um conceito de fixo, eles podem aumentar ou diminuir devido à
capacidade ou o intervalo de produção.
Segundo Padoveze (2010, p.336): “os custos são fixos dentro de um intervalo relevante de
produção ou venda, e podem variar se os aumentos ou diminuições de volume forem significativos”.
Segundo Padoveze (2006, p.56) “os custos variáveis são aqueles que, em cada alteração da
quantidade produzida ou vendida, terão uma variação direta e proporcional em seu valor”.
Em outras palavras, Padoveze (2010, p.337) afirma, “são assim chamados os custos e
despesas cujo montante em unidades monetárias variam na proporção direta das variações do nível de
atividades”.
Para Martins e Rocha (2010, p.26):
[...] o valor do custo variável unitário não é necessariamente constante, pois a quantidade consumida pode ser afetada por variações na composição dos materiais, por oscilações do nível de eficiência na sua utilização, pela qualidade da manutenção dos equipamentos, etc. Isso demonstra que a informação do custo variável por unidade é aproximada, não exata.
Para que um custo variável exista é necessário um denominador específico. Portanto, é
interessante destacar a diferença entre custo variável e custo direto. Um custo é denominado variável
apenas se ele seguir a proporção da atividade a qual é relacionado. O custo direto pode-se medir em
relação a essa atividade ou ao produto.
Assim, quando a mão de obra direta é contratada para um volume específico de produção, é
fixa em relação àquele volume, portanto é direta quando relacionada ao produto, se podemos medir o
esforço utilizado para cada unidade de produto.
Método do Custeio Variável
O custeio variável surgiu como uma forma alternada para apurar o custo devido ao fato de no
Custeio por Absorção, ser impossível apurar o custo de um produto sem que se proceda ao rateio dos
custos indiretos, causando assim dúvidas quando da utilização deste sistema como instrumento
gerencial para fins de análise.
Para Padoveze (2006, p.78):
[...] o custeio variável busca um custo unitário do produto ou serviço sem nenhuma dúvida em termos de mensuração monetária, já que, ao utilizar apenas elementos variáveis e, portanto, com valor unitário para cada unidade de produto perfeitamente
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definido, não usa nenhum conceito de cálculo médio. Essa característica torna esse método o cientificamente recomendável para todos os propósitos de previsões e tomada de decisão.
O custeio variável é um método que utiliza apenas custos e despesas a qual tem relação
direta e proporcional com a quantidade de produtos ou serviços. Desse modo, não é inserido os custos
fixos indiretos aos produtos, estes custos são denominados como despesa do período.
Sistema de Acumulação de Custos por Ordem
O sistema de acumulação de custos tem por objetivo a identificação, a coleta, o
processamento, o armazenamento e a produção das informações para a gestão de custos. Segundo
Leone (2013, p.255):
a ordem de serviço acumula os custos incorridos para a realização de um serviço. Muitas vezes, a Produção cede recursos (material, pessoal e organização) para fazer um pequeno serviço numa das dependências da empresa, até mesmo em componentes administrativos. Os valores monetários dos recursos consumidos nesses serviços serão acumulados nas Ordens de Serviço.
Ainda segundo Leone (2013, p. 240) “num sistema de custos por ordem, os custos reais são
determinados por tipo de produto. Nesse caso, muitas informações específicas são facilmente
estabelecidas”.
O tipo de sistema de acumulação de custos a ser adotado pela empresa é totalmente
dependente do produto ou do serviço produzido, bem como do processo de produção empregado.
Portanto, o sistema a ser adotado é o de acumulação de custo por ordem de serviço.
Forma de Custeio Real
Padoveze (2006, p.80) afirma que “no custo real tomam-se os gastos reais para apurar o
custo unitário dos produtos e serviços. Podemos identificar três grandes variantes de custo real: custo
histórico, histórico corrigido e de reposição”
Ainda de acordo com Padoveze (2006, p.80) “o custo de reposição é um método muito
importante, principalmente para fins gerenciais de formação de preços de venda”. Desse modo, o custo
de reposição é uma forma de custeio real, pelo motivo de ser um dado que irá acontecer, ou seja, que
será realizado. Assim sendo, cabe utilizar o custo de reposição formação do preço dos serviços com
intuito de analisar se os serviços prestados são suficientes para cobrir os custos dos produtos.
Formação do Preço dos Serviços
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De acordo com Santos (2011, p.143) “a preocupação em formar preços está ligada às
condições de mercado, às características da concorrência, aos custos, ao nível de atividade e à
remuneração do capital investida (lucro)”.
Ainda de acordo com Santos (2011, p.146) devem ser observadas na formação do preço as
seguintes condições:
• Forma-se um preço-base; • Critica-se o preço-base à luz das características existentes do mercado, como preço
dos concorrentes, volume de vendas, prazo, condições de entrega, qualidade, logística, assistência técnica;
• Testa-se o preço às condições do mercado e demais aspectos econômicos e financeiros da empresa;
• Fixa-se o preço mais apropriado com condições diferenciadas para atender: volumes diferentes, prazos diferentes de financiamento de vendas, descontos para prazos mais curtos, comissões sobre vendas para cada condição.
Portanto, na formação do preço dos serviços é relevante levar em consideração o mercado, o
custo do produto e o lucro desejado, possibilitando que seja o preço certo, e que satisfaça o mercado
consumidor, bem como, o dono do negócio.
Dessa forma, cabe aos gestores observar e analisar toda situação que envolve seu produto e
serviço, além de custos, a concorrência passa a ser fator decisivo na conquista de espaços e as
estratégias devem levar em conta todo e qualquer fator que possa influenciar na demanda de seus
produtos ou serviços.
Formação do Preço dos Serviços pelo Custeio Variável
Para Padoveze (2006, p. 312):
[...] formar o preço de venda pelo custeio variável tem como base os custos diretos ou variáveis, mais as despesas variáveis do produto que possam ser identificadas. Logo após isso, deverá ser aplicada uma margem para cobrir a rentabilidade mínima desejada, os custos e as despesas fixas, que não estão incluídos nos produtos.
Este critério utilizado tem lógica com a análise custo/volume/lucro, no momento que é
determinada a margem de contribuição de cada produto, na formação de preço dos serviços.
Formação do Mark-Up Santos (2011, p.144) define que “mark-up é um índice aplicado sobre o custo de um bem ou
serviço para a formação do preço de venda [...]”. “Sendo considerado multiplicador sobre os custos”.
De acordo com Padoveze (2006) a construção do mark-up está relacionada a determinados
percentuais sobre o preço de venda ou serviços. Portanto, todos os seus componentes são adquiridos a
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partir de relações percentuais médias sobre preços de vendas e serviços, e logo após, colocados sobre
o custo dos produtos.
Ainda de acordo com Padoveze (2010, p.431) os elementos constantes do mark-up são os
seguintes:
Despesas e margem de lucro: a) despesas administrativas; b) despesas comerciais; c) outras despesas operacionais (assistência técnica, engenharia); d) custo financeiro de produção e vendas; e) Margem de lucro desejada. Impostos sobre venda: a) ICMS;
b) PIS; c) COFINS.
Wernke ,(2005) ressalta que existem duas formas de calcular o mark-up, sendo elas, mark-up
divisor e mark-up multiplicador. Independentemente de qual tipo seja utilizado, o valor do preço dos
serviços a ser praticado será igual nas duas modalidades.
Dessa forma, o mark-up é um índice aplicado sobre o custo, para obtenção do preço do
serviço, e sua finalidade é cobrir despesas variáveis com vendas não inclusas no custo, vale ressaltar
que a aplicação do índice de mark-up sobre os custos, as despesas geradas com vendas e o lucro
desejado estarão embutidos no preço do serviço.
Preço dos Serviços e Tomada de Decisão
Segundo Padoveze (2006, p.307) várias situações conduzem à tomada de decisão sobre
preços. Podemos listar as principais:
a) lançamento de um novo produto; b) introdução de produtos regulares em novos canais de distribuição ou em novos segmentos de mercado; c) conhecimento de alteração dos preços dos concorrentes; d) variações significativas da demanda dos produtos, para mais ou para menos; e) alterações significativas na estrutura de custo da empresa e dos produtos, bem como dos investimentos; f) mudança de objetivos de rentabilidade da empresa; g) adaptação às novas estratégias de atuação no mercado; h) alterações na legislação vigente; i) adaptação a novas tecnologias existentes ou empregas, etc.
Margem de Contribuição
Padoveze (2006, p. 279) afirma que “a margem de contribuição é a margem bruta, obtida pela
venda de um produto ou serviço, que excede seus custos variáveis unitários”. Para Wernke (2005, p.
99):
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[...] margem de contribuição designa o valor da venda de uma unidade após serem deduzidos, do preço de venda respectivo, os custos e despesas variáveis (como matérias-primas, tributos incidentes sobre a venda e comissão dos vendedores) associados ao produto comercializado.
Assim sendo, a margem de contribuição representa o lucro variável, que é o preço unitário
do produto subtraindo os custos e despesas variáveis.
Através da margem de contribuição, podem-se tomar decisões mais consistentes. Se em
algum momento a empresa estiver com capacidade produtiva ociosa, esta pode oferecer seus produtos
e/ou serviços a um preço inferior ao praticado, reduzindo sua margem de contribuição. Qualquer valor
cobrado acima do custo e despesa variáveis vai gerar uma margem de contribuição a ser acrescentada
ao resultado final da empresa.
Ponto de Equilíbrio
O Ponto de Equilíbrio proporciona o conhecimento do volume que precisa ser vendido para
não ter prejuízo e a partir de quando começa a ter lucro.
Santos (2011, p.37) afirma que:
[...] a análise do equilíbrio entre receitas de vendas e custos é muito importante como instrumento de decisão gerencial. O sucesso financeiro de qualquer empreendimento empresarial está condicionado à existência da melhor informação gerencial. No rol das informações mínimas e indispensáveis para a decisão, está a análise do ponto de equilíbrio.
Assim sendo, a empresa necessita produzir ou vender uma quantidade significativa para
conseguir pagar os custos, despesas fixas, custos e despesas variáveis que são utilizados
necessariamente para a fabricação e venda de um produto.
Pode se dizer que, o ponto de equilíbrio é livre de lucro ou prejuízo. A empresa começa a ter
lucros a partir de um volume adicional de produção ou venda. Por isso, existe uma grande importância
no ponto de equilíbrio, tanto por produto individual como global, pois mostra qual a quantidade
mínima de atividade que cada divisão ou a empresa deve executar.
No ponto de equilíbrio contábil, Martins (1996, p.232) afirma:
[...] o Ponto de equilíbrio é obtido quando a soma das Margens de Contribuições totalizar o montante suficiente para cobrir todos os Custos e Despesas Fixas; esse é o ponto em que contabilmente não haveria nem lucro nem prejuízo (supondo produção igual à venda). Logo, esse é o Ponto de Equilíbrio Contábil (PEC).
Do mesmo modo Wernke (2005, p.120) acrescenta:
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[...] o ponto de equilíbrio contábil em unidades informa a quantidade de produtos que deve ser vendida para que o resultado do período seja nulo. Para determinar essa quantidade, divide-se o valor total dos custos fixo pelo valor da margem de contribuição unitária do produto.
Portanto, um resultado contábil nulo significa que a empresa está perdendo no mínimo o juro
do capital próprio investido.
O Ponto de Equilíbrio Financeiro conforme Padoveze (2010, p.393): [...] é uma variante do ponto de equilíbrio econômico, excluindo apenas a depreciação, pois momentaneamente, ela é uma despesa não desembolsável. É importante em situações de eventuais reduções da capacidade de pagamento da empresa.
METODOLOGIA
Na primeira etapa do projeto foi utilizada a pesquisa bibliográfica baseada em livros e sites
como referencial informativo. Conforme Marconi e Lakatos (2001), a finalidade foi colocar o
pesquisador em contato direto com tudo que foi escrito sobre determinado assunto, com o objetivo de
permitir ao cientista o reforço paralelo na análise de suas pesquisas ou manipulação de suas
informações.
Desse modo, a fundamentação teórica permitiu, o esclarecimento do conceito de custos,
custo fixo e variável, método do custeio variável, formação preço dos serviços, tomada de decisão,
mark-up, margem de contribuição e ponto de equilibrio.
Foi realizado uma pesquisa diagnóstico de caráter exploratório. Para Thiollent (2008, p.52)
“a fase exploratória consiste em descobrir o campo de pesquisa, os interessados e suas expectativas e
estabelecer um primeiro levantamento da situação, dos problemas prioritários e de eventuais ações”.
Segundo Martins e Theóphilo (2009, p.81) “pesquisa diagnóstico é uma estratégia de
investigação aplicada que se propõe explorar o ambiente, levantando e definindo problemas”.
O enquadramento metodológico da presente pesquisa configurou-se como uma pesquisa
qualitativa baseada em análise documental, observações e entrevistas com a gestora e funcionários de
um salão de beleza.
A pesquisa é considerada qualitativa, pois segundo Richardson (1999, p.90):
[...] a pesquisa qualitativa pode ser caracterizada como a tentativa de uma compreensão detalhada dos significados e características situacionais apresentadas pelos entrevistados, em lugar da produção de medidas quantitativas de características ou comportamentos.
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Ainda segundo Richardson (1999, p.82):
[...] no que diz respeito a procedimentos metodológicos, as pesquisas qualitativas de campo exploram particularmente as técnicas de observação e entrevistas devido à propriedade com que esses instrumentos penetram na complexidade de um problema. As pesquisas documentárias exploram a análise de conteúdo.
Portanto, foi realizado coleta e análise dos dados nos documentos no que diz respeito ao
custo do material aplicado.
Para Martins e Theóphilo (2009):
[...] a pesquisa documental poderá ser fonte de dados e informações auxiliar, subsidiando melhor entendimento de achados e também corroborando evidências coletadas por outros instrumentos, possibilitando a confiabilidade de achados.
Foi realizado também observações da rotina de trabalho da empresa e entrevistas não
estruturadas com a gestora e funcionários através de visitas realizadas no salão de beleza com o intuito
de obter informações sobre os custos dos produtos aplicados e formação de preços.
Para Richardson (1999, p.208):
[...] a entrevista não estruturada, em vez de responder à pergunta por meio de diversas alternativas pré-formuladas, visa obter do entrevistado o que ele considera os aspectos mais relevantes de determinado problema (...) por meio de uma conversação guiada.
Ainda segundo Richardson (1999, p. 210), “a entrevista guiada permite, ao entrevistador,
utilizar uma “guia” de temas a ser explorado durante o transcurso da entrevista”.
Os dados coletados foram tabulados em planilhas do software Excel. A partir da tabulação
dos dados foram elaboradas planilhas de formação de preço dos serviços delimitados para o estudo em
questão e considerando a realidade da empresa. Posteriormente, confrontados com o preço praticado
dos serviços e apresentados a gestora.
RESULTADO DA PESQUISA
Através de entrevista com a gestora do salão de beleza, foram delimitados para a pesquisa os
serviços mais prestados, tais como: manicure, pedicure, depilação de buço e manutenção de
sobrancelha. De modo, que foi realizado primeiramente, coleta de dados em relação à descrição das
características dos serviços, que para sua realização é necessário que seja feito agendamento de
horário.
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O salão é constituído por 3 (três) designers de sobrancelha, sendo que utilizaremos para base
de cálculo de sobrancelha e depilação de buço apenas dados de 1 (uma) funcionária. Os serviços de
manicure e pedicure possuem apenas 1 (uma) funcionária.
O serviço de sobrancelha no salão em pesquisa é o mais requisitado, devido ao fato, de ter
mão de obra especializada, isso é primordial, pois uma sobrancelha bem modelada determina a
harmonia dos traços da face e o grau de satisfação do cliente.
O buço é considerado a parte do corpo que mais dói durante a depilação, por ser muito
sensível, desse modo, deve ser realizado sempre com cera quente totalmente descartável. Este método
além de ser menos doloroso é o que dura mais tempo. Sua procura deve-se ao fato, que a presença de
pelos no buço tira a auto-estima de qualquer mulher.
Os serviços de manicure e pedicure são tratamentos e cuidados específicos realizado nas
mãos e pés, e estão intimamente relacionados com a beleza e saúde. Em relação à beleza, atrai as
mulheres, pois nos dias atuais temos diversas cores de esmaltes, adesivos, dentre outros acessórios que
torna o serviço requisitado.
Foi realizado também, a coleta de dados referente ao mês de julho em relação ao material
aplicado nos serviços selecionados, quantidade de atendimentos realizados por serviço, despesas
administrativas ocorridas, do qual obtemos informações para o preenchimento de planilhas
apresentadas a seguir.
Os quadros 1, 2, 3 e 4 apresentam os custos variáveis referentes aos materiais diretos
relacionados ao serviço, o objetivo é encontrar o custo unitário, portanto, dividiu-se através do valor
total gasto no mês de cada item de material agregado ao serviço, pela quantidade de clientes atendidas
no mês, obteve-se então o custo de cada material por serviço. Em seguida, soma-se o custo do material
direto com mão de obra direta e obtém o custo unitário.
Quadro 1
Item Quant. Valor Quant Cliente Custo
Algodão 1 Kg 6,50 209 0,03 Cera 2 tabletes 70,06 209 0,51 Óleo Removedor Hidratante 75 ml 3,00 209 0,01 Lápis Branco 1 und 6,00 209 0,02 Lápis Sobrancelha Grafite 1 und 10,99 209 0,05
SERVIÇO DE MANUTENÇÃO DE SOBRANCELHACusto Por ServiçoMateriais Diretos (custos variáveis)
Item Horas Preço do Serviço Comissão Valor
Mão de Obra 00:30 Min 22,00 75% 16,50
MOD (custos variáveis)
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MD 0,62 MOD 16,50 Custo Unitário 17,12
Resumo do Custo
Fonte: Elaborado pelas Autoras
Quadro 2
Item Quant Valor Quant Cliente Custo
Cera 2 tabletes 70,06 69 1,01 Algodão 1 kg 6,50 69 0,09 Óleo Removedor hidratante 75 ml 3,00 69 0,04
Item Horas Preço do Serviço Comissão Valor
Mão de Obra 00:20 Min 6,00 75% 4,50
SERVIÇO DE DEPILAÇÃO DE BUÇOMateriais Diretos (custos variáveis) Custo por Serviço
MOD (custos variáveis)
MD 1,14 MOD 4,50 Custo Unitário 5,64
Resumo do Custo
Fonte: Elaborado pelas Autoras
Quadro 3
Item Quant Valor Quant Cliente Custo
Esmalte 6 und 16,20 36 0,45 Palito 36 und 3,60 36 0,10 Algodão 1 Kg 10,80 36 0,30 Lixa 36 und 1,80 36 0,05 Óleo Secante 400 ml 27,60 36 0,76 Acetona 500 ml 7,00 36 0,50 Estufa esterelizador 1 und 7,50 36 0,21 alicate (depreciação) 5 und 2,34 36 0,07 alicate (fiação) 5 und 11,25 36 0,31 espatula 1 und 8,00 36 0,22 base 1 und 9,10 36 0,25
SERVIÇO DE MANICUREMateriais Diretos (custos variáveis) Custo por Serviço
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Item Horas Preço do Serviço Comissão Valormão de Obra 00:30 Min 15,00 75% 11,25
MOD (custos variáveis)
Depreciação Valor % Anual Depr Anual Depr MensalEstufa 1800 10 180,00 15,00 10 Alicates 280 5 56,00 4,67
CALCULO DA DEPRECIAÇÃO
Fonte: Elaborado pelas Autoras
Quadro 4
Item Quant Valor Quant Cliente Custo
Esmalte 6 und 16,20 9 0,45 Palito 9 und 3,60 9 0,10 Algodão 1 Kg 10,80 9 0,30 Lixa 9 und 1,80 9 0,05 Óleo Secante 400 ml 27,60 9 0,76 Acetona 500 ml 7,00 9 0,50 Estufa esterelizador 1 und 7,50 9 0,21 alicate (depreciação) 5 und 2,34 9 0,07 alicate (fiação) 5 und 11,25 9 0,31 espatula 1 und 8,00 9 0,22 base 1 und 9,10 9 0,25
Materiais Diretos (custos variáveis) Custo por Serviço
SERVIÇO DE PEDICURE
Item Horas Preço do Serviço Comissão Valormão de Obra 01:00 Min 17,00 75% 12,75
MOD (custos variáveis)
MD 3,22 MOD 12,75 Custo Unitário 15,97
Resumo do Custo
Convém ressaltar que nos serviços de manicure e pedicure foi considerado nos custos
variáveis a depreciação da estufa e dos alicates, dessa maneira, o total da depreciação mensal e a
fiação de alicate foi dividida igualmente para os dois serviços, pois os mesmos utilizam o mesmo
material.
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Campo Mourão, 27 a 31 de Outubro de 2014 ISSN 1981-6480
O quadro abaixo evidencia as despesas administrativas do salão. Dentre elas, temos como
caso diferenciado a água e a luz que foi agregado 40% para área administrativa evidenciado na coluna
de subtotal, e o restante é agregado aos outros serviços.
Quadro 5
Despesas Total Geral Subtotal
Aluguel 1.000,00 1.000,00 Alarme (inviolável) 150,00 150,00 Água 150,00 60,00 Luz 372,00 148,80 Recepcionista 1.200,00 1.200,00 Estagiária (recepção) 389,90 389,90 Despesas gerais 200,00 200,00 Material de escritório 50,00 50,00 Telefone e internet 400,00 400,00
Sistema computadorizado para salão 90,00 90,00 Propaganda e publicidade 450,00 450,00 Acicam e CNPJ 70,00 70,00 Alvará e corpo de bombeiro 23,40 23,40 TOTAL 4.545,30 4.232,10
DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Fonte: Elaborado pelas Autoras
Para a elaboração da DRE, foi necessário utilizar no item despesas administrativas um
critério de rateio para distribuir o valor das despesas proporcionalmente para cada serviço. Para isso,
através do sistema que o salão possui, verificou-se o valor total das receitas de todos os serviços
oferecidos para encontrar a porcentagem que representa os serviços delimitados e encontrou-se o valor
de despesas que eles representam. Em seguida, para saber a porcentagem referente a cada serviço
dividiu-se a receita de cada um pelo total e multiplicou-se pelo valor encontrado no rateio para
descobrir o valor de despesa para cada serviço.
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Quadro 6
Serviços Receita % Valor Rateio TotalSobrancelha 4.598,00 80% 1328,88 1.071,07Depilação Buço 414,00 8% 1328,88 96,48Manicure 540,00 9% 1328,88 125,71Pedicure 153,00 3% 1328,88 35,62Total 5.705,00 100% 1328,88 1328,88Outros Serviços 12.461,00 Total Geral 18.166,00
CRITERIO RATEIO DESPESAS ADMINISTRATIVAS
Rateio5.705,00 * 100 /18.166,00 = 31,40%Desp Adm4.232,10 * 31,40% = 1.328,88
Fonte: Elaborado pelas Autoras
O quadro a seguir, apresenta a Demonstração do Resultado do Exercício (DRE). A receita de
cada serviço e os custos variáveis evidenciados foram encontrados através das informações dos
quadros 1, 2, 3, 4, que apresenta o valor dos serviços praticados, a quantidade de atendimentos e o
custo unitário.
Vale ressaltar, que os custos variáveis foram considerados apenas o de MOD, devido ao fato,
que no salão cada funcionária é responsável pela compra do seu material. Portanto, para fins de
análise, considerou-se apenas a comissão que a gestora paga.
Quadro 7
Sobrancelha Depil Buço Manicure PedicureReceita Serviço 4.598,00 414,00 540,00 153,00 (-) Custos Variáveis 3.448,50 310,50 405,00 114,75 (=) Margem de Contribuição 1.149,50 103,50 135,00 38,25 (-) Despesas Fixas 1.071,07 96,48 125,71 35,62 (=) Lucro Operacional Líquido 78,43 7,02 9,29 2,63
DEMONSTRAÇÃO RESULTADO DO EXERCICIO
Fonte: Elaborado pelas Autoras
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Tendo como base, as informações obtidas nos quadros apresentados, a seguir foi elaborado
os cálculos em relação ao Mark Up e ponto de equilíbrio.
No Mark-Up foi usado as seguintes fórmulas:
Multipicador: Mark-Up = Preço de Venda Custo Variável Divisor: Mark-Up = Custo Variável Preço de Venda
Quadro 8
Serviços Preço do Custo Mark Up Mark Up PreçoServiço Variável Multiplicador Divisor Encontrado
Sobrancelha 22,00 16,50 1,33 0,75 22,00 Dep Buço 6,00 4,50 1,33 0,75 6,00 Manicure 15,00 11,25 1,33 0,75 15,00 Pedicure 17,00 12,75 1,33 0,75 17,00
CALCULO DO MARK UP
Fonte: Elaborado pelas Autoras
Na realização do ponto de equilíbrio, no momento foi calculado apenas o ponto de equilíbrio
contábil e financeiro e averiguou-se que os mesmos obtiveram os mesmos resultados, pelo fato de não
haver depreciação. Foi utilizado as seguintes fórmulas:
Ponto de Equilíbrio Contábil: custo fixo/margem de contribuição
Ponto de Equilíbrio Financeiro: custo fixo total (-) depreciação/margem de contribuição.
Quadro 9
Serviços Unitário Total Unitário TotalSobrancelha 194 4.268,00 209 4.598,00 Dep Buço 64 384,00 69 414,00 Manicure 33 495,00 36 540,00
Pedicure 7 119,00 9 153,00
ENCONTRADO REALIZADOPONTO DE EQUILIBRIO CONTABIL E FINANCEIRO
Fonte: Elaborado pelas Autoras
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da realização deste estudo, pode-se concluir que a Contabilidade de Custos
proporciona aos seus usuários informações indispensáveis à tomada de decisão, auxiliando assim na
formação do preço dos serviços.
Desse modo, essa pesquisa teve como principal objetivo analisar a estrutura da formação do
preço dos serviços prestados por um salão de beleza, e para isso foi empregado o custeio variável
visando identificar como os recursos são consumidos do qual obteve-se o custo unitário de cada
serviço.
O método do custeio variável é recomendável para todos os propósitos de tomada de decisão
gerencial, contribui no entendimento dos custos de forma estrutural, facilitando o seu monitoramento,
pois evidencia o potencial de cada produto, a capacidade mínima na qual a empresa pode atuar sem
prejuízo.
A margem de contribuição cooperou na obtenção do valor do serviço, após serem deduzidos,
os custos e despesas variáveis, contribuindo na análise se a empresa utiliza o preço adequado.
Portanto, o valor encontrado, é o suficiente para cobrir os gastos de cada serviço.
A utilização do Mark-up, contribuiu devido ao fato, de ser um índice quando aplicado sobre
os gastos de um determinado serviço permite a obtenção do preço do serviço. Nota-se, que ao aplicar o
índice verifica-se que o preço praticado é o mesmo do encontrado.
O Ponto de Equilíbrio proporcionou o conhecimento do volume de serviços que precisa ser
prestados para não ter prejuízo e a partir de quando começa a ter lucro. Desse modo, observou-se que
a empresa se encontra na margem de lucro, porém está muito próximo do ponto de equilíbrio.
Portanto, se a empresa deseja ter lucro, será necessário estratégias para aumentar a clientela, reduzir as
despesas ou aumentar o preço dos serviços. Outra alternativa, é concentrar o atendimento do salão
apenas no serviço de sobrancelha, pelo fato, de possuir receita maior que os outros serviços e um custo
de material direto menor.
Como a empresa em estudo não possui sistema de custos recomenda-se a sua utilização, pois
conhecer os custos ajudará a empresa a dispor melhor o seu leque de serviços, buscar tendências,
novos produtos e tecnologia, sem perder de vista quanto precisa faturar para se manter no mercado.
REFERÊNCIAS
DUBOIS, Alexy; KULPA, Luciana; SOUZA, Luiz Eurico de. Gestão de Custos e Formação de Preços. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2009. IUCÍDIBUS, Sergio. Contabilidade Gerencial. 6. ed. São Paulo: Atlas,1998.
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LEONE, George Sebastião Guerra. Custos: Planejamento, Implantação e Controle. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2013. MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Metodologia do Trabalho Científico. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2011. MARTINS, Eliseu. Contabilidade de Custos. 5. ed. São Paulo: Atlas, 1996. MARTINS, Eliseu; ROCHA, Welington. Métodos de Custeio Comparados: Custos e Margens Analisados sob Diferentes Perspectivas. 1. ed. São Paulo: Atlas, 2010. MARTINS, Gilberto de Andrade; THEÓPHILO, Carlos Renato. Metodologia da Investigação Científica para Ciências Sociais Aplicadas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MICHEL, Thiollent. Metodologia da Pesquisa-Ação. 16 ed. São Paulo: Cortez, 2008. PADOVEZE, Clóvis Luís. Gerencial de Custos. 2. ed. São Paulo: Thomson, 2006. PADOVEZE, Clóvis Luís. Contabilidade Gerencial: Um Enfoque em Sistema de Informação Contábil. 2. ed. São Paulo: Thomson, 2010. RICHARDSON, Roberto Jarry. Pesquisa Social: Métodos e Técnicas. 3 ed. São Paulo:Atlas,1999. SANTOS, Joel José. Contabilidade e Análise de Custos. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 2011. WERNKE, Rodney. Análise de Custos e Preços de Venda. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
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