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O Jovem, jornal oficial da Juventude Popular da Maia. www.jpmaia.com
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[4] [6] [14]
Um dos mais experientes militantes da Juventude Popular decidiu candidatar-se à
presidência da Distrital do Porto. Sob o lema “Este é o Norte!”, viu as suas propostas serem
aprovadas no último Congresso Distrital, realizado em Gondomar. Agora, conta a’O Jovem
quais as suas expectativas para este mandato e faz o retrato do distrito que agora abraça
como Presidente Distrital. Uma entrevista a não perder.
[8]
No V Congresso Distrital do Porto da Juventude Popular, que elegeu João Ribeirinho Soares como novo Presidente Distrital, a concelhia da Maia viu quatro dos seus militantes entrarem nos novos órgãos.
Como habitualmente, “O Jovem” oferece-te os sempre apetecíveis artigos de opinião de militantes da concelhia maiata. Manuel Oliveira, Carlos Pinto e Luís Miguel Ribeiro, assinam os textos que poderás ler nesta edição.
Manuel Oliveira, Presidente da Juventude Popular da Maia, assina um artigo em que promove uma reflexão acerca dos planos do Governo para proceder à reforma administrativa do território. Um texto para ler e reflectir.
PÁGINAS 3 A 5
PÁGINA 3
PÁGINA 6
PÁGINA 8
PÁGINA 14
Já vimos todos, muitas vezes em
directo, cenas dramáticas à porta de
fábricas que fecham, com um
aglomerado de trabalhadores
visivelmente desesperados. Percebe-
se. Parte de um sistema laboral
(assente numa legislação implacável)
que privilegia a ideia de trabalho
mecânico e para toda a vida, muitos
trabalhadores vêm-se, de repente,
desempregados, demasiado novos
para a reforma e demasiado velhos
para o nosso mercado, e sem saber
fazer na vida nada mais do que
fizeram durante anos a fio,
normalmente funções que o mercado
cada vez menos pede e valoriza.
Esse sistema sustentado por uma
atitude de sindicatos que
berram mais do que pensam
e que acreditam viver nos inícios
do século XX, em nada acrescenta
ao desenvolvimento dos traba-
lhadores e do mercado laboral
português.
Na verdade, a ideia sempre em
voga, e reforçada nestes tempos de
crise, é a de que o posto de trabalho –
o emprego – é pertença do
trabalhador. Um direito inalienável.
Apesar de a rigidez tenaz da legislação
laboral portuguesa querer insinuar
isso mesmo, a verdade é que esse é
um bem que está nas mãos do
empregador, não propriamente
porque a decisão de despedir ou
contratar é dele, mas porque a
viabilidade da existência daquele posto
de trabalho depende da sua própria
viabilidade como patrão.
A palavra certa deverá ser, cada vez
mais, empregabilidade. Essa, boa ou
má, encontra-se sempre na posse de
guesa querer insinuar isso mesmo, a
verdade é que esse é um bem que está
nas mãos do empregador, não
propriamente porque a decisão de
despedir ou contratar é dele, mas
porque a viabilidade da existência
daquele posto de trabalho depende da
sua própria viabilidade como patrão.
A palavra certa deverá ser, cada vez
mais, empregabilidade. Essa, boa ou
má, encontra-se sempre na posse de
cada trabalhador. O seu
desenvolvimento depende das suas
próprias iniciativa e capacidade. É por
aí que o caminho deve ser trilhado.
É por isso que as políticas laborais
preconizadas ao longo dos tempos
por sucessivos responsáveis
governativos se têm mostrado
erradas. São essas mesmas
abordagens que lhes sustentam as
respostas dadas de improviso perante
o impacto da crise no emprego. Um
impacto que teria sido provavelmente
minimizado se acaso se tivesse posto
em prática, algures no passado, uma
política de emprego que se baseasse
num sistema bem mais flexível e em
trabalhadores qualificados e versáteis.
,
crise, é a portuguesa a
de que o posto de
trabalho – o emprego –
é pertença do traba-
lhador. Um direito
inalienável. Apesar de a
rigidez tenaz da
legislação laboral portu-
guesa
“
promover meios específicos além de
que proporciona um contacto mais
directo com todos os militantes.
Da reunião saíram mais objectivos e
metas futuras numa perspectiva
sempre realista e que vá de encontro à
imagem crítica e isenta que a
Juventude Popular sempre nos
habituou. A Comissão Política
Nacional da Juventude Popular
debateu nesta reunião vários pontos
de cariz de organização e crescimento
interno como a inclusão de novos
elementos na equipa nacional e
optimização dos processos de
comunicação e imagem. Os temas de
discussão política mais importantes
passaram pela tomada de posição da
Juventude Popular em relação a temas
como o programa Porta 65 e o
incontornável Orçamento de Estado
para 2012.
De assinalar que nunca antes a
concelhia da Maia tinha recebido um
momento desta importância. A
escolha e presença da Comissão
Política Nacional da JP no nosso
concelho enche a estrutura maiata de
orgulho e reconhecimento.
Se o plano de Miguel Relvas se concretizar,
o concelho da Maia, com pouco mais de
cem mil eleitores, verá o corpo executivo
da sua Câmara Municipal reduzir de dez
para oito elementos. Embora me pareça
que para a realidade do concelho
continuam a ser vereadores a mais, será
uma luta interessante de observar em 2013
tendo em conta o que se passou na última
ronda eleitoral. A disputa interna no PSD
Maia é sempre bastante animada por
muito que não transpareça externamente.
Aliás, essa é a melhor arma do PSD Maia.
Um partido que é tão partido e cheio de
facções internamente como a imagem de
coesão e tranquilidade que passam para os
atentos da pouca vida política do concelho.
A verdade é que o número de lugares será
encurtado e da última vez foi mesmo à
justa. Prevêem-se contas muito
complicadas para 2013 e desfechos,
parece-me, improváveis à partida.
Ao que tudo indica associado a isto estará a
última corrida de Bragança Fernandes. Não
acontecendo um cataclismo e contando
com a habitual mediocridade do PS Maia, o
actual edil será certamente reconduzido
em mais um mandato. O último por limite
imposto pela Lei. A vereação de 2013 será
por isso fundamental para perceber o jogo
político de futuro. Ou não. Há fortes
rumores de Bragança Fernandes não se
recandidatar em 2013. O que seria mau
para o PSD Maia.
Lidador Por terras de
No passado dia 30 de Outubro,
Domingo, a concelhia da Maia escreveu
mais um episódio de grande
importância para a sua história. Fruto da
política de descentralização que a
recente Comissão Política Nacional
(CPN) da Juventude Popular tem
imposto à estrutura, a concelhia da Maia
foi a escolhida para receber a mais
recente reunião deste órgão executivo
da Juventude Popular. Esta escolha
recaiu pela importância da concelhia da
Maia no universo da JP e também pela
presença neste órgão de dois maiatos:
Manuel Oliveira, Presidente da JP Maia
e Vogal da CPN, e Tiago Loureiro, Vice-
Presidente da JP Maia e Coordenador
Nacional do Gabinete de Estudos
Gonçalo Begonha.
A equipa chefiada pelo minhoto Miguel
Pires da Silva, recém-eleita em Julho no
Congresso Nacional de Lamego,
encontrou na concelhia da Maia o local
ideal para a promoção contínua da
descentralização deste órgão assim
como a consciência deste dos
problemas concretos que as concelhias
vivem no dia-a-dia. Desta forma o órgão
executivo da JP pode conhecer e
promover meios específicos além de
que proporciona um contacto mais
directo com todos os militantes.
Da reunião saíram mais objectivos e
metas futuras numa perspectiva sempre
A Comissão Política Distrital do Porto
da Juventude Popular (JP) tem um
novo presidente. Chama-se João
Ribeirinho Soares e sucede a Vera
Rodrigues, que cumpriu dois
mandatos na liderança da estrutura. A
eleição aconteceu no fim-de-semana,
durante o seu V Congresso Distrital,
que decorreu em Gondomar. A
reunião magna da distrital contou
com a representação de todas as
concelhias da estrutura, contando
com mais de 70 congressistas que
elegeram por unanimidade a moção
de estratégia global “Este é o Norte!”,
cujo primeiro subscritor é o agora
presidente.
De acordo com Manuel Oliveira, foi
um congresso “bastante” participado
a nível de estrutura. Contudo, afirma,
não foi tão participado, “infelizmente”
a nível de debate de ideias, até porque
só foi apresentada uma moção de
estratégia global que foi sufragada
por unanimidade. “E isso deve-se, se
calhar, a um bocadinho de desatenção
da parte da estrutura da JP no distrito.
Por exemplo, no congresso anterior
existiram mais moções, mesmo de
estratégia sectorial e isso realmente
foi pena”, justifica o presidente da
concelhia maiata.
Contudo, a moção de estratégia
global, que foi sufragada, sublinha
Manuel Oliveira
era bastante completa. “Ela vai desde
a gestão autárquica, o
empreendedorismo, passando pela
questão das finanças locais e também
pelo crescimento das concelhias e a
estratégia sectorial e isso realmente
foi pena”, justifica o presidente da
concelhia maiata. Contudo, a moção
de estratégia global, que foi
sufragada, sublinha Manuel Oliveira,
era bastante completa. “Ela vai desde
a gestão autárquica, o empreen-
dedorismo, passando pela questão
das finanças locais e também pelo
crescimento das concelhias e a aposta
na formação”, enumera. Medidas
apresentadas por João Ribeirinho
Soares e que foram “bastante
aplaudidas e discutidas pelos militantes
que estavam no congresso”, diz o líder
da concelhia da Maia.
A concelhia da Maia da Juventude
Popular viu, mais uma vez, vários dos
seus elementos serem chamados para
contribuir para os novos órgãos
distritais. O presidente dos jovens
populares da Maia, Manuel Oliveira,
será vice-presidente de João
Ribeirinho Soares numa equipa que
conta ainda com o maiato Nuno Silva.
Tiago Loureiro assume a presidência
da Mesa do Conselho Distrital
e Vânia Peres a vice-presidência
da mesa do Congresso Distrital.
estrutura maiata conseguiu ainda dois
militantes na quota da JP à
Assembleia Distrital do Porto do CDS,
Tiago Oliveira e Carlos Pinto.
Para Manuel Oliveira estas escolhas
de militantes da Maia para os órgãos
distritais, são o reconhecimento do
trabalho que a estrutura tem vindo a
desenvolver os últimos anos. “A Maia
tem sido reconhecida e bem, até
porque o merece e trabalha para isso,
A estrutura maiata conseguiu ainda
dois militantes na quota da JP à
Assembleia Distrital do Porto do CDS,
Tiago Oliveira e Carlos Pinto.
Para Manuel Oliveira estas escolhas
de militantes da Maia para os órgãos
distritais, são o reconhecimento do
trabalho que a estrutura tem vindo a
desenvolver os últimos anos. “A Maia
tem sido reconhecida e bem, até
porque o merece e trabalha para isso,
trabalha para o crescimento da JP
como um todo”.
O congresso ficou ainda marcado pela
despedida, depois de dois mandatos
consecutivos, de Vera Rodrigues
enquanto presidente da Comissão
Política Distrital. A agora deputada do
CDS pelo círculo do Porto à
Assembleia da República, apresentou
o relatório de actividades aos
congressistas tendo recebido
agradecimentos pelo seu contributo
para o crescimento da JP no distrito.
Vera Rodrigues disse sair com
garantias de um trabalho “bem feito e
que sempre esteve ao serviço dos
militantes das concelhias nos seus
planos de implantação e crescimento.
Os maiatos Manuel Oliveira e Nuno Silva foram eleitos como membros da nova
Comissão Política Distrital. Tiago Loureiro, na presidência da Mesa do Conselho
Distrital, e Vânia Peres, na vice-presidência da Mesa do Congresso Distrital, são os
outros representantes da Maia nos novos órgãos distritais.
João Ribeirinho Soares é o novo Presidente da Comissão Política Distrital
do Porto da Juventude Popular.
Verdade seja dita, um dos temas que
marcou a agenda de campanha do
PSD para as últimas eleições
Legislativas foi a reforma
administrativa do poder local.
Verdade mais do que dita, tem sido o
CDS, há anos, a promover no terreno
esse debate. Tema que me apraz
particularmente por tudo o que
representa no nosso quotidiano
enquanto cidadãos e por tudo o que
isto pode representar de extinção
para, espero, alguns desses, a reforma
do poder local será um dos
soundbytes mais sérios que a política
portuguesa tem para resolver nos
próximos meses.
Para os mais desatentos, este plano,
diga-se interessante, nada, mas
mesmo nada, tem de aspecto
aproximado de uma proposta de
criação de regiões autónomas política
e economicamente. Mesmo que no
plano de Miguel Relvas se fale em
descentralização – termo que define
mesmo nada, tem de as-
pecto aproximado de uma
proposta de criação de re-
giões autónomas política e
economicamente. Mesmo que no
plano de Miguel Relvas se fale em
descentralização – termo que define
uma Regionalização coerente e séria –
não se enganem. Ali deveria ler-se
deslocalização. São, portanto,
conceitos absolutamente distintos. O
livro verde, que é azul, da reforma do
poder local é um somatório de
algumas extinções, deslocalizações e
cortes de despesa nas Juntas de
Freguesia e Câmara Municipais.
Correcção: era. Com o lobby da Asso-
ciação Municipal de Municípios o
corte/extinção destas ficou em
stand by passando a batata quente
para as indefesas Juntas de Freguesia.
Todavia, por muito pouco que seja, é
alguma coisa.
Se o plano do Ministro dos Assuntos
Parlamentares for cumprido à risca, é
stand by passando a batata quente
para as indefesas Juntas de Freguesia.
Todavia, por muito pouco que seja, é
alguma coisa.
Se o plano do Ministro dos Assuntos
Parlamentares for cumprido à risca, é
muito possível que as eleições
autárquicas de 2013 sejam não só o
marco de um novo mapa e regras
deste jogo mas aquelas em que
teremos a máquina mais afinada e
verdadeiramente de acordo com as
reais necessidades do desen-
volvimento e crescimento do nosso
território. Nos quatro eixos que
compõem o documento – Sector
Empresarial Local; Organização do
Território; Gestão Municipal,
Intermunicipal e Financiamento; Nova
Democracia Local – há aspectos que
antevêem uma mudança e renovação
como outros que nos deixam a duvidar
das verdadeiras intenções desta
iniciativa: assusto-me quando leio que
é necessário “fomentar a
descentralização administrativa” e
depois as probabilidades passarem
pela extinção ou aglomeração de
juntas de freguesia – isto não é
descentralizar, é deslocar - e fico
reticente com o “reforçar a coesão e a
competitividade territorial” como se
uma freguesia valesse mais que outra,
como se uma freguesia do interior
fosse mais necessária, que é, do que
uma do litoral; “regular o
associativismo municipal no pres-
suposto de que não deverá repetir-se
nas suas funções” é matar a galinha,
depois de devidamente alimentada,
que traz todos aqueles preciosos
votos no momento crucial, logo, coisa
que nunca será controlada e
devidamente proibida; já “promover a
redução do sector empresarial local”,
à parte do palavrão feio deveria ler-se,
mais uma vez, extinção ou implosão
em detrimento de redução.
Expressões como “adequar o Sector
Empresarial Local à realidade local” e
redução do sector empresarial local”,
à parte do palavrão feio deveria ler-se,
mais uma vez, extinção ou implosão
em detrimento de redução.
Expressões como “adequar o Sector
Empresarial Local à realidade local” e
saber “quais os sectores onde este
deve actuar em substituição/
complemento dos Municípios” são um
mau prenúncio. Ou melhor, poderão
ser a indicação de que a força do
poder local é demasiada para que a
limpeza seja feita convenientemente,
cortando o mal pela raiz. Pormenores
linguísticos à parte, é evidente que
uma boa parte do cancro vai sair
intocável deste processo.
Mas o que andará a preocupar quase
todos são as perspectivas dos eixos
Nova Democracia Local e
Ordenamento do Território. Parece
realista e irrefutavelmente necessária
uma redução do número de
cargos políticos em todos os
executivos. Há demasiados deputados
municipais e de freguesia. Há
excessivos Presidentes de Câmara e
de Junta. Há Vereadores a mais.
Há recursos limitados para recursos
desnecessários. É expectável que
aqui o plano tenha uma
mão firme e concreta. Reduzir
o número de intervenientes
e organismos é essencial
para a desburocratização e
alívio do peso financeiro não só para o
Estado central mas também para
esses mesmos organismos. Não sendo
a Maia um caso assustador nestes
termos, e tenho sempre Barcelos
como referência, a verdade é que há
arestas a serem limadas e erros do
passado a serem corrigidos. É possível
ter quatro a cinco juntas de freguesia
com a mesma eficiência e grau de
relevância de dezassete. É possível ter
os mesmos resultados com menos
deputados municipais e menos
vereadores. E, mais importante ainda,
é mais do que lógico que o
responsável pela gestão da cidade
para a desburocratização e alívio do
peso financeiro não só para o Estado
central mas também para esses
mesmos organismos. Não sendo a
Maia um caso assustador nestes
termos, e tenho sempre Barcelos
como referência, a verdade é que há
arestas a serem limadas e erros do
passado a serem corrigidos. É
possível ter quatro a cinco juntas de
freguesia com a mesma eficiência e
grau de relevância de dezassete. É
possível ter os mesmos resultados
com menos deputados municipais e
menos vereadores. E, mais
importante ainda, é mais do que
lógico que o responsável pela gestão
da cidade possa escolher, após a
eleição, livremente a sua equipa sem
ficar sujeito a métodos de eleição
ridículos e inconsequentes. O poder
local desmistifica-se e renova-se
desta forma. Mais, aproxima-se e
serve melhor assim, quanto mais não
seja quem dele precisa como de pão
para a boca.
Quanto à pergunta para um milhão
de euros já todos a conhecemos: o
que fazer com os funcionários
excedentários destes organismos
excedentários? Meus caros,
mentalizem-se. Chegou a hora de
apenas ficar quem é realmente
necessário. Mas quem?
João Ribeirinho Soares, 25 anos. Um dos mais experientes militantes da Juventude
Popular decidiu candidatar-se à presidência da Distrital do Porto. Sob o lema “Este é o
Norte!”, viu as suas propostas serem aprovadas no último Congresso Distrital,
realizado em Gondomar. Agora, conta a’O Jovem quais as suas expectativas para este
mandato e faz o retrato do distrito que agora abraça como Presidente Distrital. Uma
entrevista a não perder.
Quais as principais motivações que
conduziram à tua candidatura à
Distrital do Porto da Juventude
Popular?
Num momento tão difícil para o País e
especialmente para a nossa região,
não podia esquecer as minhas
responsabilidades na altura de se
definir o futuro político desta
estrutura. Sendo este um desafio que
eu queria abraçar e lembrando o
slogan de campanha do CDS, este era
o momento.
Foste eleito com a moção “Este é o
Norte!”. Pensas que o distrito tem
perdido o Norte? Quais os principais
problemas que o têm levado a
navegar à deriva?
Completamente. Estamos a falar de
uma região que já foi e estava
habituada a sê-lo até há pouco tempo
o motor de desenvolvimento do país.
Estamos a falar de uma região que foi
economicamente forte,
industrialmente poderosa,
culturalmente influente e
politicamente preponderante. Hoje
habituada a sê-lo até há pouco tempo
o motor de desenvolvimento do país.
Estamos a falar de uma região que foi
economicamente forte, industrial-
mente poderosa, culturalmente
influente e politicamente
preponderante. Hoje falamos de uma
região assolada pelo flagelo do
desemprego, com dificuldades em
fidelizar empresas, em cativar
cérebros e conhecimento.
São várias as razões que nos levaram a
perder o Norte. O poderio económico
e industrial nortenho foi sendo
atacado dia após dia, mês após mês e
ano após ano até aos dias de hoje, por
Governos e Políticas sem critério que
traçaram um País a duas velocidades e
muito nefasto ao empreendedorismo
que está nos genes das pessoas desta
região. Basta olhar para o sector dos
serviços de âmbito privado que nasceu
devido à vontade e ao
empreendedorismo das pessoas do
Norte e que foi sendo “transferido”
para Lisboa. Do BPI restam as áreas
de Research e Investimento, do BCP
as assembleias gerais e dos seguros
devido à vontade e ao empre-
endedorismo das pessoas do Norte e
que foi sendo “transferido” para
Lisboa. Do BPI restam as áreas de
Research e Investimento, do BCP as
assembleias gerais e dos seguros
meras delegações comerciais. O
AICEP fugiu do Porto assim como o
INE. Se nada for feito, a próxima fuga
anunciada será a da gestão do Porto
de Leixões e do Aeroporto Francisco
Sá Carneiro. Vivemos uma década em
que o Poder Central demonstrou fobia
do Porto e temos de nos preparar para
inverter este ciclo.
A derradeira causa que nos levou a
perder o Norte foi a já famosa coesão
nacional que apenas serviu para
concentrar investimento na região de
Lisboa de Vale do Tejo e esqueceu o
resto do País e, principalmente, o
Porto. O país coeso e solidário que a
classe política de Lisboa nos vendeu é
um País assimétrico, pobre,
improdutivo, deficitário e cada vez
mais a caminhar alegremente para a
servidão.
E que Norte é esse que pretendes
pôr em prática nestes dois anos?
Pretendo que a Comissão Política
Distrital do Porto actue
essencialmente em 9 áreas que
considero fulcrais: Estado, Economia e
Finanças Públicas, que apesar de não
serem áreas comuns para uma
Distrital actuar, a actual conjuntura
leva-nos a estar atentos e a ser
diligentes; Educação e Ensino
Superior, um tema sempre actual e
onde a Juventude Popular tem
pautado a sua actuação como uma
organização responsável, séria e
credível; Investigação e
Desenvolvimento, essencial para se
projectar o Porto para o Futuro;
Empreendedorismo, um tema que
não podia faltar principalmente
quando estamos a falar da região mais
empreendedora do País; Infra-
“ O poderio económico e industrial
nortenho foi sendo atacado por
Governos e políticas sem critério
que traçaram um país a duas
velocidades e muito nefasto ao
empreendedorismo que está nos
genes das pessoas desta
região.
Desenvolvimento, essencial para se
projectar o Porto para o Futuro;
Empreendedorismo, um tema que
não podia faltar principalmente
quando estamos a falar da região mais
empreendedora do País; Infra-
Estruturas e Transportes, um tema
sempre da maior importância; mas
também Agricultura; Reforma
Administrativa; Segurança e Gestão
Autárquica.
Em termos de organização interna,
que novidades apresentas para este
dois anos?
Espero que não passemos os próximos
dois anos a trabalhar para dentro de
portas. Devido à conjuntura nacional e
distrital é tempo de agir para fora de
modo a mostrarmos ao eleitorado e
aos jovens qual é o Norte. No entanto,
e por forma a adaptar a organização
distrital à realidade dos dias de hoje é
óbvio que vamos apresentar algumas
mudanças a nível interno sempre com
o objectivo máximo de conseguirmos
optimizar a nossa forma de trabalhar.
O Conselho de Presidentes irá ser
reactivado de modo a termos um
fórum onde se possam partilhar as
diversas experiências locais. Só com
partilha de conhecimento e
experiências conseguiremos ser
melhores. Depois, e estando cientes
do desafio que vamos enfrentar em
2013 iremos nomear um coordenador
autárquico que terá como objectivo
organizar as próximas eleições em
conjunto com o CDS. Ainda a nível
organizacional apresentamos como
novidade a constituição de um
Gabinete de Estudos que, à imagem
do Gabinete de Estudos Gonçalo
Begonha, irá ter como prioridade o
combate cultural que está enraizado
na sociedade portuguesa como
propriedade da esquerda intelectual.
Ainda a nível de actividade política,
estão constituídos grupos de trabalho
no intuito de conseguirmos dar uma
combate cultural que está enraizado
na sociedade portuguesa como
propriedade da esquerda intelectual.
Ainda a nível de actividade política,
estão constituídos grupos de trabalho
no intuito de conseguirmos dar uma
resposta rápida à actualidade política.
Também a comunicação será alvo de
atenção com mudanças ao nível do
site institucional, presença nas redes
sociais e processos internos.
Alguns dos melhores quadros da
história da Juventude Popular são
do distrito do Porto. Mesmo quando
a representatividade da Juventude
Popular não era a melhor, o Porto
nunca perdeu a sua influência. Gerir
um distrito onde a qualidade e a
competência têm imperado torna-te
a tarefa mais facilitada? De que
forma isso pode ser aproveitado?
A fasquia está alta e nós queremos
elevá-la ainda mais. Comigo não há
lugar para pessoas conformadas e
sem ambição. O Porto tem uma
História impar na nossa organização e
é nosso objectivo que o Futuro seja
ainda melhor do que foi o Passado que
muito nos honra. É fulcral conseguir
aproveitar as diferentes valências dos
nossos militantes e dirigentes para
que o trabalho político produzido seja
de excelência. Para isto estão criados
diferentes grupos de trabalho sobre as
mais diferentes áreas com o objectivo
que se possa dar uma resposta célere
aos temas que marcam a actualidade
política. Os militantes do Distrito do
Porto tem por hábito não ler os jornais
de manhã para saber o que vão dizer
de tarde e como tal iremos continuar a
marcar a agenda política da JP, do
CDS, do Porto e de Portugal.
Dois desses quadros são,
actualmente, os dois deputados que
a Juventude Popular tem
Assembleia da República, ambos
eleitos pelo distrito do Porto. De que
forma pensas aproveitar essa mais-
a representatividade da Juventude
Popular não era a melhor, o Porto
nunca perdeu a sua influência. Gerir
um distrito onde a qualidade e a
competência têm imperado torna-te
a tarefa mais facilitada? De que
forma isso pode ser aproveitado?
A fasquia está alta e nós queremos
elevá-la ainda mais. Comigo não há
lugar para pessoas conformadas e
sem ambição. O Porto tem uma
História impar na nossa organização e
é nosso objectivo que o Futuro seja
ainda melhor do que foi o Passado que
muito nos honra. É fulcral conseguir
aproveitar as diferentes valências dos
nossos militantes e dirigentes para
que o trabalho político produzido seja
de excelência. Para isto estão criados
diferentes grupos de trabalho sobre as
mais diferentes áreas com o objectivo
que se possa dar uma resposta célere
aos temas que marcam a actualidade
política. Os militantes do Distrito do
Porto tem por hábito não ler os jornais
de manhã para saber o que vão dizer
de tarde e como tal iremos continuar a
marcar a agenda política da JP, do
CDS, do Porto e de Portugal.
Dois desses quadros são,
actualmente, os dois deputados que
a Juventude Popular tem
Assembleia da República, ambos
eleitos pelo distrito do Porto. De que
forma pensas aproveitar essa mais-
valia? Como tens visto o seu
trabalho?
Antes de mais queria começar por
referir que a presença do Michael
Seufert e da Vera Rodrigues na
Assembleia da República ambos como
Deputados da Juventude Popular
eleitos pelo círculo do Porto é algo
que nos orgulha muito. É fantástico
que, em quatro deputados eleitos no
distrito do Porto, dois sejam
militantes e dirigentes da Juventude
Popular, um seja Presidente
Honorário e o outro seja Fundador da
JC. (confere por favor este ponto do
“ Vivemos uma década em que o
Poder Central demonstrou fobia
do Porto e temos de nos
preparar para inverter este ciclo.
aproveitar as diferentes valências dos
nossos militantes e dirigentes para
que o trabalho político produzido seja
de excelência. Para isto estão criados
diferentes grupos de trabalho sobre as
mais diferentes áreas com o objectivo
que se possa dar uma resposta célere
aos temas que marcam a actualidade
política. Os militantes do Distrito do
Porto tem por hábito não ler os jornais
de manhã para saber o que vão dizer
de tarde e como tal iremos continuar a
marcar a agenda política da JP, do
CDS, do Porto e de Portugal.
Dois desses quadros são,
actualmente, os dois deputados que
a Juventude Popular tem
Assembleia da República, ambos
CDS, do Porto e de Portugal.
Dois desses quadros são,
actualmente, os dois deputados que
a Juventude Popular tem
Assembleia da República, ambos
eleitos pelo distrito do Porto. De que
forma pensas aproveitar essa mais-
valia? Como tens visto o seu
trabalho?
Antes de mais queria começar por
referir que a presença do Michael
Seufert e da Vera Rodrigues na
Assembleia da República ambos como
Deputados da Juventude Popular
eleitos pelo círculo do Porto é algo
que nos orgulha muito. É fantástico
que, em quatro deputados eleitos no
distrito do Porto, dois sejam
Assembleia da República ambos como
Deputados da Juventude Popular
eleitos pelo círculo do Porto é algo
que nos orgulha muito. É fantástico
que, em quatro deputados eleitos no
distrito do Porto, dois sejam
militantes e dirigentes da Juventude
Popular, um seja Presidente
Honorário e o outro seja Fundador da
JC.
É obviamente uma mais-valia que
deve ser aproveitada ao máximo e
eu próprio já tive oportunidade de
lhes dizer que espero recebê-los em
diversas iniciativas da Distrital bem
como aproveitar a sua presença na
Assembleia da República para ajudar
os nossos autarcas, dirigentes
associativos, etc. Apresento até aos
leitores d’O Jovem, em primeira
mão, a notícia de que no dia 10 de
Dezembro iremos ter uma audiência
com o deputado Michael Seufert no
sentido de percebermos a situação
do mercado de arrendamento e da
lei das rendas, lei esta que
consideramos estar a destruir os
centros urbanos do distrito do
Porto.
Foste eleito num dos momentos
mais difíceis da história
contemporânea do país. Como é que
avalias esta situação de crise?
A situação é de emergência absoluta.
Sofremos neste momento uma
intervenção externa consequente de
anos e anos a fio de políticas
gastadoras, sem critério e
“ É fantástico que, em quatro deputados eleitos no
distrito do Porto, dois sejam militantes e dirigentes
da Juventude Popular, um seja Presidente
Honorário e o outro seja Fundador da JC.
avalias esta situação de crise?
A situação é de emergência absoluta.
Sofremos neste momento uma
intervenção externa consequente de
anos e anos a fio de políticas
gastadoras, sem critério e
principalmente sem respeito nenhum
pelas gerações futuras. Os Centros
Culturais de Belém, as Expos 98, as
várias auto-estradas para Lisboa, as
Pontes Vasco da Gama, os BPNs, os
BPPs, os potenciais novos aeroportos
e TGVs pagam-se e são muito caros,
algo que a classe política que esteve
no poder nas últimas décadas não
percebeu ou não quis perceber.
Vivemos durante anos habituados a
ter tudo e a não pagar por nada pelo
que se não mudarmos o mindset não
iremos sair desta situação.
Mercado livre, regulação, controlo na
despesa e mobilidade social são
conceitos que devem passar a fazer
parte do léxico português.
Passados seis anos, o CDS voltou ao
Governo. Que análise fazes do
mesmo e que avaliação te merece
aquilo que, para já, tem feito? Que
expectativas tens em relação a esta
Legislatura?
O CDS demonstrou ao eleitorado que
estava apto para fazer parte da
solução. O CDS demonstrou que
aprendeu com os erros do passado e
que podia ser Governo. É Este é o
Momento. Do sucesso desta
legislatura depende o futuro de
Portugal pelo que é fulcral não
falharmos. Estão a ser adoptadas
reformas estruturais e fundamentais
no que toca à administração pública,
ao estatuto de impunidade das
empresas públicas, ao mercado
laboral, à saúde e à educação. O
Estado precisava de ser reformado e é
o que está a acontecer agora. Quanto
aos Ministros e aos Secretários de
Estado indicados pelo CDS, o seu
trabalho fala por si. Nos Negócios
empresas públicas, ao mercado
laboral, à saúde e à educação. O
Estado precisava de ser reformado e
é o que está a acontecer agora.
Quanto aos Ministros e aos
Secretários de Estado indicados pelo
CDS, o seu trabalho fala por si. Nos
Negócios Estrangeiros há muito que
ambicionávamos por uma diplomacia
económica activa, na Agricultura e
Ambiente foram dados passos muito
importantes relativamente ao
Proder, à eficiência energética e ao
controlo da despesa pública em
institutos e empresas não
necessárias, na Segurança Social
idem. A equipa de Secretários de
Estado também não está a desiludir o
eleitorado desmatelando Governos
Civis, reorganizando a Protecção Civil
e apostando fortemente na
altamente exportadora indústria do
turismo. Espero que o trabalho
continue com muita serenidade, sem
dar espectáculo mediático, ao
contrário dos últimos Governos e
principalmente com muita mas
mesmo muita qualidade.
Que mensagens deixas aos leitores
d’O Jovem e aos militantes da
Juventude Popular?
Que lutem pelos seus objectivos, que
não se conformem e que não
percorram o caminho para a
servidão.
está a desiludir o eleitorado
desmatelando Governos Civis,
reorganizando a Protecção Civil e
apostando fortemente na altamente
exportadora indústria do turismo.
Espero que o trabalho continue com
muita serenidade, sem dar
espectáculo mediático, ao contrário
dos últimos Governos e
principalmente com muita mas
mesmo muita qualidade.
Que mensagens deixas aos leitores
d’O Jovem e aos militantes da
Juventude Popular?
Que lutem pelos seus objectivos, que
não se conformem e que não percor-
ram o caminho para a servidão.
“ Mercado livre, regulação, controlo
na despesa e mobilidade social
são conceitos que devem passar
a fazer parte do léxico português.
Não tem sido fácil. O ano que está prestes a terminar
colocou Portugal no roteiro dos países impróprios para
cardíacos. Ninguém está a salvo: dos profissionais
liberais aos profissionais dos subsídios, dos
trabalhadores dependentes aos trabalhadores do
cansaço, dos recém-licenciados aos quase reformados,
pré-reformados ou… reformados. A complexidade do
nosso presente é tal que até os comentadores do
regime, ou da sarjeta, mudam de opinião tão depressa
como o último primeiro-ministro de país. Por um lado,
e mesmo não tendo o mesmo espalhado por offshores,
não o censuro.
Embora não seja um gajo propriamente dado a
fatalismos nem a pensamentos saudosistas, tenho
dedicado as minhas horas livres de introspecção a
pensar no que raio aconteceu para chegarmos a esta
situação miserável. É verdade que sobre isto a Dra.
Campos Ferreira já fez uns mil “Prós e Contras”, é
verdade que depois das coisas acontecerem há sempre
aqueles que dizem que tinham avisado e que é
inquestionável que neste momento todos parecem ter
uma dose de razão proporcional à da culpa. A bem da
lucidez, mesmo que mínima, façamos então uma
simples equação: se a culpa é de um tal de capitalismo
selvagem, será também em iguais proporções de um, e
assumo orgulhosamente o conceito, socialismo
selvagem. Mais: se juntarmos habilidosos de fato,
diplomas ao domingo e anos de vassalagem em cima,
temos umas largas centenas de tontos que têm
tentado encontrar um equilíbrio entre estas
duas formas de selvajaria. E não, não falo do centrão,
da direita ou da esquerda. O resultado da
equação é um mal transversal que vem
desde o indivíduo mais inútil, passando pelo instituto
mais irrelevante ou empresa pública mais corrupta, à
quase inexistência do sistema judicial e a uma
democracia que, dizem, ser representativa.
Assumamos sem medo: o grande mal deste canteiro à
beira mar plantado é exactamente o seu dono. Nós.
À medida que escrevo este complexo exercício de
atribuição de culpas marcham aqueles que se intitulam
de “Indignados”. À primeira vista, parece-me bem.
Acredito que neste momento não haja um português
que não esteja minimamente indignado. E aqui
também convém explicar-me porque podemos ir do
indignado por ter perdido poder de compra, ao
indignado por ter perdido oportunidade de negócio; do
indignado que acha que devia ter roubado toda a vida
em vez de ter sido honesto, ao indignado que tem cada
vez menos para roubar; do indignado que trabalha
doze horas por dia e recebe uma miséria, ao indignado
que é gestor público e lhe cortaram dois subsídios de
mais de dez mil euros; do indignado que vai ter de
trabalhar mais meia hora por dia, ao indignado que já
não foi a tempo dos portáteis que o Estado oferecia
por cem euros; do indignado com mais de quarenta
anos de trabalho e lhe aumentam consecutivamente a
idade da reforma, ao indignado que foi para um curso
que sabia não ter saída profissional mas agora reclama
que não consegue arranjar emprego; do indignado que
contribui para um Serviço Nacional de Saúde ao qual
nunca precisou de recorrer, ao indignado pelas taxas
moderadoras que agora limitam a sua ida às urgências
por causa de uma unha encravada; do indignado que
tem um sistema fiscal que lhe sufoca o carácter
empreendedor e gerador de riqueza, ao indignado que
reclama quando o patrão o manda produzir mais e
falar menos; do indignado que é bom aluno e lhe
cortam uma bolsa de mérito, ao indignado
com o aumento de impostos mas tem um filho
constantemente a repetir de ano na escola pública; do
indignado que vê políticos a roubar escandalosamente
o erário público, ao indignado que também vê mas
vota neles; do indignado que já não consegue sentir
mais nada que não seja a justa indignação, ao
indignado que só o é porque alguém o manda ser.
Estes são os indignados dos nossos dias. Somos todos
indignados. Principalmente quando nos toca
pessoalmente e temos de arranjar algum bode
expiatório. De preferência um que devia ter estado lá
para nos aparar as quedas só porque sim. É isto o
Estado em Portugal, um misto de segurança falsa e
viciante. Um Estado que é gerido por quem dele mais
precisa para muitos que acham que precisam. É então
este o estado das coisas. Ou melhor, é o Estado que
quiseram e têm. Portanto, seus indignadíssimos,
paguem a conta e não se queixem.
“
Está na génese do ser humano ofuscar rapidamente (e
assim não questionar) as suas origens, os princípios
que o regeram em circunstâncias passadas não
continuadas no presente, ou ainda, entre outros, o
esforço e motivo de conquistas passadas, individuais
ou colectivas. É ainda inato não se questionar sobre o
conteúdo da sua interacção com a sociedade, estando
mais preocupado em desfrutar do que esta lhe
concede ou impõe. E é precisamente no plano dos
direitos consagrados hoje no mercado de trabalho que
vale a pena reflectir. Mais especificamente nos ditos
subsídios de Férias e de Natal. Não sem antes,
evidenciar a delicadeza na natureza do tema num
contexto de uma sociedade outrora empurrada para a
subsidio-dependência, e hoje voluntariamente
acostumada a esses princípios.
Estamos no pós-revolução de 1974. Vasco Gonçalves,
com ligações estreitas a elementos do PCP, decide
criar estes dois subsídios. Na sua origem, estes
subsídios foram introduzidos na legislação por diversas
razões e pressões, na sua globalidade benéficas para as
diversas partes, no contexto temporal em que foram
implementadas. De facto, o Estado arrecadaria um
acréscimo de receitas provenientes de impostos, ainda
que tivesse que despender verbas para o sector público
do Estado. A mão-de-obra teria naturalmente um
acréscimo de rendimentos. A indústria e turismo
veriam o seu volume de negócios aumentar, além do
óbvio benefício do sector bancário, já na época, roda
motriz da economia. Tudo isto embrulhado num
simbolismo compensatório para a mão-de-obra em
que à partida todos pareciam ganhar e que na prática
potenciaria um ‘boost’ na economia. Traduzia-se numa
verdadeira injecção de capital, particularmente o
correspondente ao 14º vencimento, pelo calendário
em que seria pago.
Ora, volvidos quase quarenta anos nenhum dirigente
político soube adaptar estes benefícios à realidade dos
tempos. Melhor dizendo, ninguém teve coragem para
o fazer… À luz do actual ‘modus operandi’ da
economia e da sociedade de consumo (com uma
estrutura vestigial há quarenta anos), estas constituem
remunerações totalmente artificiais, desvirtuadas do
propósito de criação de riqueza que supostamente lhes
deu origem.
Seria útil rever estes conceitos obsoletos que
alimentam o conformismo e a estagnação individual
no plano profissional. Não podem ser dados
gratuitamente nem sequer traduzem uma
compensação do que quer que seja como alguns
anciães defendem. Apenas representam hoje mais
uma forma de cultivar a subsidio-dependência, a
remuneração gratuita em que a sociedade portuguesa
está mergulhada.
Um regime compensatório com teto máximo idêntico
poderia se impor e substituir gradualmente
estes dois subsídios, transformando-os em prémios de
produtividade. Quem produz mais é premiado na
devida proporção. Princípio básico que atende aos
anseios dos geradores de emprego… as empresas.
Princípio básico que atende ao fomento da
competitividade, da meritocracia. Princípio básico que
contrai o consumo desenfreado porque mais do que
crescimento económico exige-se hoje controlo de
défices (e o primeiro não tende directamente ao
segundo).
Perceber-se-á, assim em tempos de crise, a
necessidade de regulação e até de contenção nestas
remunerações. Porque afinal de contas, representam
meramente subsídios…
“
Actualmente quando questionados, todos os
indivíduos têm a noção que no panorama do comércio
internacional, a China tem sido o poder económico
vigente e que em nada tem ajudado as empresas, e
sobretudo à manutenção dos postos de trabalho que
têm sido deslocalizados para aquela parte da Ásia. A
acrescer para este sentimento negativo, temos ainda
de juntar as associações dos direitos humanos que
constantemente fazem apelos para as alterações das
condições sub-humanas que os trabalhadores da China
que enfrentam todos os dias.
Mas se recuarmos para uma perspectiva histórica, mais
concretamente para o início do século XVIII, quando a
Inglaterra era o poder económico central a indústria de
manufactura era responsável por um grande número
de postos de trabalho na região que abasteciam o
mercado interno, tendo como efeito imediato
melhorias no nível de vida da população que assim
tinha acesso a produtos que nunca nas suas vidas
tinham tido possibilidades de adquirir.
No entanto nos EUA se a mesma tecnologia existente
na Inglaterra fosse lá aplicada provocaria uma
deslocalização da indústria para a América arrastando
consigo postos de trabalho que seriam extintos na
Inglaterra e criados nos EUA. Mas o efeito no global a
população dos dois países em geral beneficiariam com
o acesso aos produtos industriais a um custo mais
baixo, aumentando assim o poder de compra de todos
os indivíduos. Como durante o século XVIII os estudos
sobre o comércio internacional eram praticamente
inexistentes surgiu com naturalidade a necessidade de
protecção da indústria de manufactura tentando-se
evitar a todo o custo que a tecnologia de então fosse
enviada para a América para não prejudicar os postos
de trabalho existentes na Inglaterra.
Actualmente a história pouco difere do século XVIII,
pois um pouco por todo o globo sentimos a
necessidade de protecção de postos de trabalho
nacionais e para isso apelamos à criação de quotas à
evitar a todo o custo que a tecnologia de então fosse
enviada para a América para não prejudicar os postos
de trabalho existentes na Inglaterra.
Actualmente a história pouco difere do século XVIII,
pois um pouco por todo o globo sentimos a
necessidade de protecção de postos de trabalho
nacionais e para isso apelamos à criação de quotas à
importação, tarifas alfandegárias, artimanhas e
esquemas para impedir e afastar do mercado produtos
externos que inundam o mercado e que
consequentemente afundam o seu preço para
desespero de produtores. Mas analisando a questão
pelos olhos de um observador imparcial, a redução dos
preços dos produtos apenas beneficia os consumidores
que com o mesmo rendimento obtêm um aumento do
poder de compra, isto é, com o mesmo montante
monetário consegue adquirir mais bens e
consequentemente melhora o seu nível de vida. Por
outro lado, quando as empresas se deslocalizam
aumentam o rendimento dos assalariados do país que
as acolhem pelo que consequentemente os indivíduos
desses países de acolhimento vão ter necessidade de
mais bens de consumo. Um exemplo concreto da
aplicabilidade deste benefício mútuo é que embora
nos EUA esteja a ser criado desemprego na área da
manufactura, na área da aeronáutica a Boeing está a
aumentar as vendas de aviões para a China o que se
traduz na criação de emprego mais qualificado nos
Estados Unidos.
Um outro ponto que se têm que ter em conta, são aos
apelos dos grupos dos direitos humanos, que se
impõem contra sistemas de trabalho de várias horas
entre outras questões relacionadas. Mais uma vez
analisando a situação sobre um ponto de vista
imparcial, podemos contratar que os indivíduos
perante a escolha de trabalho no campo ou a indústria,
escolhe com frequência a segunda opção uma vez que
as condições de trabalho são menos penosas embora
com jornadas de trabalho de 12 ou mais horas. Facto
entre outras questões relacionadas. Mais uma vez
analisando a situação sobre um ponto de vista
imparcial, podemos contratar que os indivíduos
perante a escolha de trabalho no campo ou a indústria,
escolhe com frequência a segunda opção uma vez que
as condições de trabalho são menos penosas embora
com jornadas de trabalho de 12 ou mais horas. Facto
que já originou medidas governamentais na China para
impedir o êxodo rural, impedindo a deslocação de
indivíduos para as cidades, o que condena milhares de
seres humanos à pobreza e sendo este acto
governamental um atentado às liberdades individuais
humanas, mas que constantemente passa
despercebido na agenda destas associações.
Assim, ignorar os benefícios do comércio internacional
é condenar toda a população do planeta a um
retrocesso tal como foi comprovado nas políticas de
autarcia adoptadas na China e Índia (antes de 1990),
Coreia do Norte, Cuba e Argentina.
“
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