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Lucas Carboni VieiraAcadêmico de Pedagogia
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Faculdade de EducaçãoCurso de Pedagogia- Licenciatura
Disciplina EDU3055 - Ação Pedagógica com crianças de 0 à 10 anos
Professor Gabriel Junqueira Filho
Situações-Problema no Ensino Fundamental
“O que os professores
entendem como situações-problema em sala de aula e como lidam com
elas?”
Pergunta Norteadora
“Conotados em geral como “alunos-problema” (um predicado do qual
deveríamos nos afastar mais e mais), aqueles acometidos por alguma espécie de
transtorno emocional, muitas vezes advindos de relações familiares
conturbadas ou de situações trágicas, nem sempre conseguem garantir para si
espaços de pertencimento no cenário das trocas escolares. Além disso, a
estigmatização velada passa a ser um fardo a mais, um dilema adicional a ser
equacionado.” (AQUINO, 1999, p. 16)
Autores
Para Karen Miller as crises que causam estresse e trauma extremo geram “[...] um
risco elevado de desenvolver dificuldades de aprendizagem emocionais e evolutivas.” E
acrescenta: “Sempre soubemos que devíamos lidar com a criança completa –
com suas partes intelectual e emocional. O desafio é agora”.
(MILLER, 2008, p.13)
Autores
Confirmo, através de Fortuna, a ideia geral dos professores com relação à indisciplina.
Segundo a autora, os professores consideram indisciplinado “[...] o aluno que não se comporta como o professor quer”
(p. 89). Acrescenta que é necessário refletir sobre o significado dessa
indisciplina, perscrutando assim suas origens.
(FORTUNA, 2002)
Autores
SITUAÇÃO- PROBLEMAConstruindo um
conceito baseado nos
autores
Situação-problema
É a situação escolar em que o aluno apresenta transtornos disciplinares e/ou de
aprendizagem. Estas atitudes e funcionamentos são uma resposta do aluno
por estar vivendo situações emocionalmente desgastantes, seja em casa
ou mesmo na escola. Entendemos, então, que o aluno vive o problema; não é o
problema.Estas vivências, portanto, não estão
desconexas do ser emocional e intelectual do aluno, seja sua origem externa ou interna
ao ambiente escolar. No primeiro caso, encontramos sua gênese em problemas
junto a seus familiares (agressão, drogadição dos pais, suicídio de algum
familiar, separação dos pais, por um lado e; por outro, em forças externas, como
adoecimento, acidentes, seguidos ou não de morte etc). No segundo, em relações
conflituosas com colegas/professores/funcionários.
Professores e escola não estão preparados para lidar com as
situações-problema Desenvolvimento de um ser emocional
(o aluno) saudável na Escola, na Família, na Sociedade
Capacitação/sensibilização do professor para atender/entender as
subjetividades dos alunosA capacitação do professor é
preventiva ao burnout (ao esgotamento, ao desgaste emocional
do professor)
Justificativa
Metodologia
Entrevistas com 8 professoras de uma escola da rede pública estadual
Entrevista com 6 perguntasFaixa etária: de 28 a 59 anos
Tempo de Magistério: de 5 a 27 anos
Perguntas da pesquisa1. Na sua experiência de sala de aula, que
situações-problema te desafiaram na sua relação com os alunos?
2. Assinale abaixo, caso identifique, situações problema que você vivenciou durante a sua
trajetória profissional na escola:Agressividade, desinteresse na aula/nas
atividadesDificuldade: de aprendizagem, de
sociabilização, de aparência, de classe social, de gênero, por orientação sexual,
por problemas familiaresDiscriminação racial, doença crônica, porte de armas/drogas, sexualização excessiva,
situação de furto/morte, transtornos alimentares/emocionais/mentais.
Perguntas da pesquisa
3. Como você lidou com essas situações? Como você chegou, na época, à conclusão de que estes eram os melhores encaminhamentos?
4. A que você atribui a origem dessas situações- problema vivenciadas por você? Que relações você faz entre os contextos de origem e o acontecimento destas situações vividas por
você e pelos seus alunos?5. Como você definiria “situação problema”? Em
outras palavras, o que precisa acontecer para você identificar que está diante de uma situação
problema?6. O que você achou da nossa conversa e do
tema do projeto?
Afinal... O que os professores entendem por SITUAÇÃO- PROBLEMA?
Situação-
Problema
Aquilo que
desacomoda
O que destoa
da maioria
Atrapalha o
planejamento
Todas as professoras acharam a pesquisa atual e imprescindível.
Fatos curiosos...
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Consideram o conhecimento acerca das situações-problema parte essencial da formação. É o que auxilia a
saber lidar com crianças.
Professores sensíveis versus
Professores desastre
Professores sensíveis:• Veem como desafio• Desafio é força motriz• Preocupam-se com o que
fazem em sala de aula• Movimentam seus recursos
íntimos
Professores desastre:• “São cegos”...• Só veem indisciplina• Reclamam da estrutura
escolar• Passam os casos para
terceiros
Posturas essenciais em qualquer situação-
problema:
Ser paciente/atencioso Não julgar Saber ouvir
Tratar a situação com respeito Discrição
Respeitar a dimensão emocional da situação
Mostrar-se disponível Saber esperar/gerar o momento de
intervirBuscar informaçãoSaber o que dizer
(ALSOP e MCCAFFREY, 1999)
Atitudes mais recorrentes nos
alunos que vivem situações-problema:Posturas
discente e classificações
docentes
AgressividadeAgitação excessivaBusca por atenção Introspecção excessiva
Não lida bem ao toqueApatia Dificuldade de
aprendizagem
Indisciplina
PersonalidadeProblem
a
físico
pesadelos infantisSituações cotidianas
narradas pelas professoras entrevistas...
Aluno do 3º ano AgressivoDificuldade de aprendizagem
Situações
Aluno do 2º ano
Mãe doente
Torna-se agressivo
Aluna do 2º anoDificuldade de aprendizagemGritava e chorava em aula
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Tem solução?... O que podemos
fazer?!Intervenções em 3 passos
(ALSOP e MCCAFFREY, 1999)
Intervir não é difícil...
1º - ConversarPermitir o assunto Repreender a postura, não o alunoSaber ouvir e saber o que falar!
2º - Permitir os Sentimentos
Permitir o choro, a raiva, o sofrimento
Possibilitar veículos de expressão
3º - Trabalhar a Autoestima Auxiliar o aluno a superar-se Cuidado para não gerar mais frustração!Sugerir ou mesmo auxiliar na busca de interesses (projetos da escola, SASE, grupos escolares...)
Intervir não é difícil...
É mesmo? Verdade? Bom
saber!Refletindo sobre nossas posturas
(ALSOP e MCCAFFREY, 1999)
Bom saber!
“O que existe insiste” – Peirce
Prepare-se!!
Estímulos iguais, respostas... Inesperadas
1
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Assuma quando errar! Conheça os seus limites!
Bom saber!
Para ajudar, você tem de
estar bem.
3
4
Referências BibliográficasALSOP, Pippa e MCCAFFREY, Trisha (orgs.). Transtornos Emocionais na Escola: alternativas teóricas e práticas. Tradução por Denise Maria Bolanho. São Paulo: Summus, 1999.
AQUINO, Júlio Gropa. Transtornos Emocionais na Escola: da consternação à inclusão. In: ALSOP, Pippa e MCCAFFREY, Trisha (orgs.). Transtornos Emocionais na Escola: alternativas teóricas e práticas. Tradução por Denise Maria Bolanho. São Paulo: Summus, 1999. P.11-17
JUNQUEIRA FILHO, Gabriel de Andrade. Linguagens geradoras: seleção e articulação de conteúdos em educação infantil. 2ª. ed. Porto Alegre: Mediação, 2006.
MILLER, Karen. Educação Infantil: como lidar com situações difíceis. Tradução de Roberto Cataldo Costa. Porto Alegre: Artmed, 2008.
OUTEIRAL, José. Família e Contemporaneidade: um olhar psicanalítico. In: Cerezer, Cleon e OUTEIRAL, José. Autoridade e Mal-estar do Educador. São Paulo: Zagodoni, 2011
SUKIENNIK, Paulo Berél (Org.). O aluno problema: transtornos emocionais de crianças e adolescentes. 2ª. ed. Porto Alegre: Mercado Aberto, 2000.
FORTUNA, T. R. Indisciplina escolar: da compreensão à intervenção. In: XAVIER, M. L. M. F. (org.) Disciplina escolar: enfrentamentos e reflexões. 4. Ed. Porto Alegre: Mediação, 2011. p. 87-108.
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