A Arquitetura Brasileira do século XIX · Artes, como pelos seus trabalhos, expostos ou...

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A Arquitetura Brasileira do século XIXA Arquitetura Brasileira do século XIXA implantação da Academia de

Belas Artes, o Neoclassicismo e os desdobramentos da arquitetura

no período.

Prof. Dr. Carlos Augusto Mattei FagginProf. Dr. Carlos Augusto Mattei Faggin

Denis de Souza e Silva Giannelli – NUSP 6817756Diogo Dias Lemos – NUSP 6817231Fabiane Regina Savino – NUSP 6816817Gabriela Giraldez Barros – NUSP 6817777Gabriela Schön Villas Bôas – NUSP 6817440

Abril/2010

O Século XIX

• REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

- Novos Materiais e Matrizes Energéticas

- Inglaterra: País Pioneiro

- Novo quadro social, o confronto do capital e o trabalho:burguesia e o proletariado

- Modificações no Sistema de Vida Coletiva e no Aspecto dasHabitações (A situação da classe trabalhadora na Inglaterra;Friedrich Engels))

Situação Política do Brasil no século XIX

• Período de suma importância. “Status” tranformado, atéentão imobilizado desde os idos de 1500

• Colônia � Reino Unido ao de Portugal e Algarves (1815)• Colônia � Reino Unido ao de Portugal e Algarves (1815)� Império (1822)� República (1889)

Situação Econômica do Brasil no século XIX

• Desenvolvimento muito mais acentuado do que todo operíodo colonial.

• Tutela política e econômica exercida por Portugal durante• Tutela política e econômica exercida por Portugal duranteo Brasil–colônia passou a ser uma dominação econômicapor parte da Ingalterra, depois da independência.

Situação Social do Brasil no século XIX

• Evolução social do Brasil neste período se dá em funçãoda grande mudança política havida nos anos iniciais desteséculo.

A Arquitetura Brasileira no século XIX

• Transformações políticas e o repúdio a arte colonial

• A chegada da família real e as demandas edilícias

• As formas da arquitetura neo-clássica

• “O neo-classicismo atingiu, porém, mais diretamente a arquitetura• “O neo-classicismo atingiu, porém, mais diretamente a arquiteturabrasileira em virtude da contratação, pelo governo do prínciperegente, da chamada Missão Francesa, destinada a dar maior surtoartístico ao Rio de Janeiro, no momento em que a cidade setornava a capital do Reino Unido [de Portugal e Algarve]” (JoãoBoltshauser, 1972, p 3340)

• Paris da ocasião – a arte neoclássica

Organização do Ensino de Artes no Rio de Janeiro:A Missão Artística Francesa

• Origens:

• Conde da Barca, Ministro de D. João

• “Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios” – Idéia de 1815

• Propostas:

• Dar ao Brasil uma escola tão produtiva em questões artísticas como a da que foraimplantada no México (Academia de los Nobles Artes do México), porém commenores custos

• Melhora nos ramos da indústria

• Dupla Escola de Artes no Rio (1816)

• Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro

• Escola Gratuita de Artes e Ofícios

• JOACHIN LEBRETON

• Saint-Méen-le-Grand, França, 1760 – Rio deJaneiro, 1819

• Restauração Francesa e o Exílio no Brasil

• Chegada ao Rio em 1816 para chefiar amissão artística francesa.

• “Indicarei a maneira pela qual creio queposso colocá-los do modo mais útil para oBrasil” (Lebreton)

• Faleceu poucos anos após a sua chegada aoBrasil, sem que os seus projetos deimplementar um ensino artísticosistematizado tivessem sido de todomaterializados.

Escola de Belas Artes

• “A escola de Belas Artes Brasileira dará inicialmentemenos prazer do que o preparará; não brilhará tanto,quanto será útil por sua influência” (Lebreton)

• Exigência do caráter clássico a ser ministrado nainstituiçãoinstituição

• “(...)a possibilidade de intervir ou de enfraquecer aordem do ensino pela invasão de qualquer Professormedíocre ou não clássico, pois a escola teria, desde oinício, germes de fraqueza e de torpor que não tardariama prejudicá-la” (Lebreton)

A Pintura: Gênero Histórico ou Grande Gênero

O rapto das sabinas, 1637-38 – Poussin

A Pintura: Gêneros Menores

Porto de La Rochelle, 1762 - Vernet

PINTURA

- Todos os Gêneros com o mesmo ponto de Partida

-- Figuras acadêmicas, segundo modelagens do antigo ou modelo vivo

Candidatos a docentes

-Sr. João Batista Debret, Sr. Augusto Taunay e Sr. Vanspaendonck

Graus de ensino

1 – Elementos Gerais do Desenho

2 – Desenho segundo o vulto, até a figura da natureza

3 – A figura acadêmica pintada, segundo modelo vivo no atelier do professor de história

ESCULTURA

Graus de Ensino

1 – Elementos Gerais do Desenho

2 – Desenho segundo o vulto, até a figura da natureza

3 – Modelagem no atelier do professor de escultura, com modelo vivo3 – Modelagem no atelier do professor de escultura, com modelo vivo

GRAVURA

-“os alunos [desta arte], sem exceção, seguirão todos os cursos desta escola que tem por finalidade criar bons desenhistas” (Lebreton)

-- Trabalho em atelier do mestre

ARQUITETURA

“O ensino completo desta arte, cuja utilidade se aplica a todos os graus de civilização, seria já por si um benefício para o Brasil” (Lebreton)

- Mestre Grandjean (Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny, Paris, 1776 - Rio de Janeiro, 1850)

ARQUITETURA

Parte teórica: História da Arquitetura, Construção e Estereotomia

“Só colocará diante dêles exemplos escolhidos entre os mais perfeitos modelos da antiguidade e entre os mais belos monumentos da arquitetura moderna”(Lebreton)

Parte prática: “concurso de esboços e de projetos acabados” e as exposições públicas

PROFESSORES E ALUNOS

- Não coerência de professores idosos – “Os sentidos são necessários para inspirar e bem dirigir os alunos das belas artes: a apatia e o gêlo da velhice são incompatíveis com as artes da imaginação”

-- No caso de ausência ou aposentadoria de um docente, os outros o substituiriam, sem a contratação de um profissional menos qualificadosubstituiriam, sem a contratação de um profissional menos qualificado

-- Seleção de alunos já aptos e habilidosos com o desenho para o ingresso na Escola

O CARÁTER ELITISTA E SEGREGADOR

“ a profissão do artista que fique, em geral, numa região média da sociedade: que o pintor e o escultor sintam prazer com a leitura dos poetas e dos historiadores e se inspirem nêles” (Lebreton)

“talvez criando simultaneamente uma Escolas de Belas Artes, los Nobles artes, e uma escola de desenho para as artes e ofícios, se possa preservar a primeira pela uma escola de desenho para as artes e ofícios, se possa preservar a primeira pela segunda, classificando e mantendo nesta, que não poderia chegar a ser demasiado freqüentada, todos que não conviessem à outra.” (Lebreton)

ESCOLA GRATUITA DE DESENHO PARA AS ARTES E OFÍCIOS

-“Ensino dos princípios básicos do desenho até o estudo que se diz baseado no vulto” (Lebreton)

-- Desenho de Figura (professor Debret)-- Desenho de Ornato (professor Grandjean)-- Curso de Geometria Prática

-- O emprego de mestres artesãos parisienses e o salto evolutivo da indústria Nacional

“Haveria um mestre completo para cada ofício. Os alunos da segunda escola de artes entrariam como aprendizes nessas oficinas, e em poucos anos tais alunos se tornariam mestres, fundando e aperfeiçoando a indústria nacional” (Lebreton)

INFLUÊNCIA DA BELAS ARTES NA PRODUÇÃO ARQUITETÔNICA DO BRASIL

“ Apesar de tudo, foi considerável a influência de Grandjean de Montigny na arquitetura brasileira do século passado. Não só pelo seu ensinamento aos jovens estudantes, no curso que se manteve, na Academia de Belas Artes, como pelos seus trabalhos, expostos ou executados, transmitiu ele, Artes, como pelos seus trabalhos, expostos ou executados, transmitiu ele, permanentemente, a pregação néoclássica como base e norma das formas arquitetônicas mais belas e convenientes. Prevaleceu esse estilo, durante meio século, no Brasil, sendo substituído por um ecletismo mais variado, por volta de 1880” (João Boltshauser, 1972, p 3347)

PROJETOS DESENVOLVIDOS POR GRANDJEAN DE MONTIGNY

1 – Ornamentação das imediações do Paço da cidade(Grandjean, Debret e Taunay)

2 – Academia de Belas Artes do Rio de Janeiro

3 – Praça do Comércio

4 – Estudos relativos à construção do Palácio do Senado, Biblioteca Imperial, Paço Imperial e Catedral Panteão (projetos não edificados)

5 – Prédios residenciais

A Arquitetura Civil Brasileira no século XIX

• Prioridade das formas neoclássicas

• Influência de Grandjean de Montigny

• Final do século: tendência ao ecletismo; estilo gótico e estilos• Final do século: tendência ao ecletismo; estilo gótico e estilosrenascentistas oriundos da Itália (Florença) ou da França.

5 – Prédios residenciais

Santa Casa de Misericórdia, Rio de Janeiro (1840-52)Arquiteto José Domingos Monteiro

Casa da Moeda, Rio de Janeiro (1866)Arquiteto Teodoro de Oliveira

Real Academia Militar – posterior Escola Politécnica (1862), Rio de JaneiroArquiteto Pèzerat

Teatro Real de São João, Rio de JaneiroArquiteto Manuel da Costa

Quinta da Boa Vista (Palácio de São Cristóvão), Rio de JaneiroArquiteto Manuel da Costa – Paisagista Augusto Francisco Maria Glaziou

Viaduto do Chá, São PauloArquiteto Jules Martin

Museu Paulista (Museu do Ipiranga), São PauloArquiteto Tomás Gaudêncio Bezzi

A Arquitetura Religiosa Brasileira no século XIXA Arquitetura Religiosa Brasileira no século XIX

A arquitetura religiosa no Brasil durante o século XIX

Igreja de São Fidélis, Vale do Rio Paraíba – RJ. Projetada por Vittorio de Cambiasca e Ângelo Maria de Luca. Concluída em 1809.

Igreja da Santa Cruz dos Militares.Iniciada nos últimos anos do século XVIII e consagrada em 1811.O projeto é de autoria do brigadeiro JoséCustódio de Sá e Faria.Rua Direita ( atual 1° de Março) - RJ.

• Igreja de Gesú – Roma. • Fachada Giacomo della Porta• 1568.• Influência para muitas obras brasileiras.

Antiga Capela de Nossa Senhora do Ó, RJ.

Igreja da Candelária – RJ.Iniciada em 1775, com inauguração solene da nave principal em 1811, com acabamentos em fases sucessivas.

Igreja do Santíssimo Sacramento. 1816 – 59.Rua do Real Erário – RJ.Projetada por João da Silva Moniz.

NÃO TENHO CTZ

Igreja Matriz da Glória. Situada no Largo do Machado –

RJ.Projetada pelo engenheiro militar

Júlio Koeller.Iniciada em 1842 e levou vinte

anos para serconstruída.

Igreja de Nossa Senhora da Boa Morte – SP.

Igreja de Nossa Senhora da Penha – SP.

Igreja São Francisco de Paula. Ouro Preto – MG.Iniciada nos primeiros anos do séc. XIX. Projeto delineado pelo sargento-morFrancisco Machado da Cruz.Parte externa concluída em 1878 e parte interna em 1904.

A Arquitetura Residencial Brasileira no século XIX

• Surgimento do termo “favelas”

• Êxodo Rural

• Aversão ao Barroco• Aversão ao Barroco

5 – Prédios residenciais

Arquitetura Residencial no Brasil durante o século XIX

Sede da Inspetoria de Trânsito, RJ

Faculdade Nacional de Direito, RJ

Casa Rui Barbosa, RJ

Ministério das Relações Exteriores, RJ

Palácio das Águias. RJ

Sobrado do Centro do Rio de Janeiro

Solar do Conde dos Arcos, Salvador

Rua do Crespo, Recife

Palácio de Cristal, Petrópolis

Palácio do Paraíso, Rio das Flores

Bibliografia

BARATA, Mário. Manuscrito inédito de Lebreton – sobre oestabelecimento de dupla Escola de Artes no Rio de Janeiro em1816. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional,Rio de Janeiro, n.14, p. 283-307, 1959.Rio de Janeiro, n.14, p. 283-307, 1959.

BOLTSHAUSER, João. História da Arquitetura. Vol. VI – Parte I.Belo Horizonte: Escola de Arquitetura da UFMG, 1972.

Pergunta

• Em que contexto político brasileiro se deu a vinda da MissãoArtística Francesa para o Brasil e qual sua influência na produçãoarquitetônica do país no século XIX?