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A CONSTRUÇÃO DO CERMA NA INTEGRAÇÃO REGIONAL DOS
REFUGIADOS, MIGRANTES E APÁTRIDAS
Julia Stefanello Pires1
Albert Vinicius Icasatti2
RESUMO: Em todo o país, de acordo com o relatório do ano de 2016 do Comitê Nacional
para os Refugiados (CONARE), órgão ligado ao Ministério da Justiça, nos últimos cinco
anos, as solicitações de refúgio no Brasil cresceram 2.868%, contudo o que se constata é a
ausência de integração regional para migrantes e refugiados no Estado do Mato Grosso do Sul
(MS) e no Brasil, como um todo. Dentre as 27 unidades da federação, apenas 6 já efetivaram
juridicamente a estrutura de um Comitê específico para os assuntos de refugiados e migrantes
em geral, quais sejam: Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e
Mato Grosso do Sul, sendo o este o mais recente dentre eles. Diante deste quadro, o presente
estudo se propõe a realizar uma análise documental e bibliográfica das estruturas jurídicas e
organizacionais dos Comitês criados, com enfoque na estrutura do CERMA/MS, destacando
os pontos negativos e positivos do referido Comitê e refletindo sobre seu papel na integração
regional dos refugiados e migrantes em geral no Estado do Mato Grosso do Sul.
PALAVRAS CHAVE: MIGRANTES; APÁTRIDAS; REFUGIADOS; INTEGRAÇÃO
REGIONAL; CERMA.
RESUMEN: En todo el país, de acuerdo con el informe del año 2016 hecho por el Comité
Nacional para los Refugiados (CONARE), órgano vinculado al Ministerio de la Justicia, en
los últimos cinco años, las solicitudes de refugio en Brasil crecieron el 2.868%, pero lo que se
constata es la ausencia de integración regional para migrantes y refugiados en el Estado de
Mato Grosso del Sur (MS) y en Brasil, como un todo. Entre las 27 unidades de la federación,
sólo 6 ya han hecho jurídicamente la estructura de un Comité específico para los asuntos de
refugiados e inmigrantes en general, que son: Río Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Río de
Janeiro, Minas Gerais y Mato Grosso Del sur, siendo éste el más reciente entre ellos. Ante
este cuadro, el presente estudio se propone realizar un análisis documental y bibliográfico de
las estructuras jurídicas y organizativas de los Comités creados, con enfoque en la estructura
del CERMA/MS, destacando los puntos negativos y positivos del referido Comité y
reflexionando sobre su papel en la integración regional de los refugiados e inmigrantes en
general en el Estado de Mato Grosso do Sul.
PALABRAS CLAVE: MIGRANTES; APÁTRIDAS; REFUGIADOS; INTEGRACIÓN
REGIONAL; CERMA.
1 Advogada e acadêmica do programa de mestrado em Fronteiras e Direitos Humanos, ofertado pela
Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD, e-mail: juliastefa@gmail.com. 2 Assessor jurídico na Defensoria Pública Estadual do MS e acadêmico do programa de mestrado em Fronteiras e
Direitos Humanos, ofertado pela Universidade Federal da Grande Dourados - UFGD, e-
mail:albert_ksat@hotmail.com
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1. INTRODUÇÃO
A temática dos refugiados ainda é extremamente dependente da vontade política dos
Estados, posto que é neste âmbito que ocorrerá a efetivação da proteção (JUBILUT, 2007,
p.159), nada obstante, em vários Estados do país, neste incluído o Estado do Mato Grosso do
Sul, carecem pesquisas aprofundadas e órgãos especializados no tema, que subsidiem a
criação de políticas públicas personalizadas e demonstrem a realidade enfrentada por estes
estrangeiros (refugiados e migrantes) que se estabelecem nesta região do país.
Os refugiados e migrantes, aqui incluídos os imigrantes e apátridas, apresentam
dificuldades culturais, econômicas e sociais que enfrentam ao deixar seus países de origem,
seja qual for seu país de acolhida, estando ainda mais propensos a terem seus direitos
fundamentais violados.
A inserção no mercado de trabalho, ao lado do estudo da língua local, são os meios
mais importante que o estrangeiro dispõe para se integrar à sociedade do país de acolhida
(MOREIRA, 2007). Ademais, através do trabalho o indivíduo tem a possibilidade de se
realizar como pessoa, havendo um envolvimento integral de sua personalidade no vínculo
empregatício, o que justifica a tutela dos direitos fundamentais no contrato de trabalho
(OLIVEIRA, 2007).
Levando-se em consideração que a categoria dos refugiados surge em consequência
de ações ou omissões do Estado de origem, que se mostra incapaz de proteger o direito de
seus nacionais, é dever do país acolhedor prover a proteção desta população e garantir direitos
ameaçados em seu país de origem (MOREIRA, 2014).
Para que se corrijam, ou amenizem, injustiças e se garanta a integração destes
estrangeiros ao mercado de trabalho e à sociedade, se faz necessária a criação e o
desenvolvimento de políticas públicas de acesso à informação, documentos e suporte aos
trabalhadores estrangeiros. E para o desenvolvimento destas políticas é fundamental que os
órgãos responsáveis tenham disponíveis dados e informações sobre as necessidades desta
população.
Em âmbito nacional, os refugiados contam com o amparo Comitê Nacional para os
Refugiados (CONARE), porém sua atuação não atende às especificidades dos problemas
enfrentados pelos Estados brasileiros.
Devemos ter em mente que o Brasil é um país de vasta extensão territorial, e que
cada Estado, ou região, apresenta dificuldades e particularidades próprias, tornando
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impossível uma solução única aplicável a todos os Estados. Para que se vislumbre uma
integração regional eficaz, é indispensável a criação de Comitês estaduais para abordar a
temática de maneira regional, o que vem ocorrendo em alguns Estados brasileiros desde 2009,
conforme será abordado nos tópicos a seguir.
Apesar de realizar uma comparação com a abordagem do assunto em outros Estados,
o enfoque deste trabalho é realizar uma análise do Comitê para Refugiados, Migrantes e
Apátridas (CERMA), recém-criado no Estado do MS.
Em 2015, na Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), por meio da sua
Faculdade de Direito e Relações Internacionais (FADIR), pela primeira vez no Mato Grosso
do Sul foi palco do VI Seminário Nacional da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (CSVM)3,
encontro cientifico que tem o objetivo de reunir, divulgar e apresentar pesquisas, concluídas
ou em andamento, sobre o tema Refugiados, Direito Internacional e Migrações Internacionais
Forçadas.
Diante de um evento de tamanha importância, ineditamente realizado no Estado, fica
evidente a falta de discussão cientifica envolvendo questões mais específicas sobre o tema no
Estado do Mato Grosso do Sul, uma vez que houve apenas a apresentação de uma palestra
sobre as fronteiras do MS e um artigo, que abordava questões pertinentes à região de
Corumbá4.
Em obra lançada no evento realizado em Dourados/MS, o então professor da
Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), SILVA C. A. (2015) relata sobre as
dificuldades burocráticas do Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) para atender os
refugiados, isso em contexto nacional. A temática é ainda mais complicada, e pouco
abordada, no plano Estadual.
. Visando uma análise da estrutura legislativa Estadual, o presente artigo está
estruturado em três partes, onde se apresenta, inicialmente, a questão dos refugiados,
imigrantes e apátridas em uma breve análise da legislação nacional. Em seguida, se analisará
a estrutura jurídica dos Comitês temáticos criados em São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio
Grande do Sul e Minas Gerais, que precederam a criação do CERMA/MS. Os demais Estados
3 Criada em 2003 pela Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), com o objetivo de promover o
conhecimento e ações em torno da temática do refúgio e dos deslocamentos forçados, buscando estabelecer um
compromisso com práticas que resultem na melhoria na condição da população deslocada vulnerável. Disponível
em <http://www.acnur.org/portugues/informacao-geral/catedra-sergio-vieira-de-mello/>; Acessado em
05/05/2017 4 Podemos observar a pouca abordagem do tema no sumário dos Anais do Encontro Cientifico realizado durante
o Seminário. Disponível em: <https://drive.google.com/file/d/0B4ptOVepBHrmc1VxOERfYk5GQVE/view>;
Acessado em 11/08/2017
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do país ainda não instituíram algum Comitê que envolva o tema. Por fim, analisaremos a
criação e estrutura do Comitê Estadual dos Refugiados, Migrantes e Apátridas no MS,
partindo para considerações finais sobre este Comitê.
2. OS REFUGIADOS, MIGRANTES E APÁTRIDAS NA LEGISLAÇÃO
BRASILEIRA
Como refugiados, segundo a denominação dada pela Convenção Relativa ao Estatuto
dos Refugiados, ocorrida em Genebra, no ano de 1951 (ACNUR, 1951), são considerados
aqueles que
temendo ser perseguido por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo
social ou opiniões políticas, se encontra fora do país de sua nacionalidade e
que não pode ou, em virtude desse temor, não quer valer-se da proteção
desse país, ou que, se não tem nacionalidade e se encontra fora do país no
qual tinha sua residência habitual em consequência de tais acontecimentos,
não pode ou, devido ao referido temor, não quer voltar a ele
Segundo a diferenciação proposta por DOS ANJOS FILHO (2010), que distingue
minorias e grupos vulneráveis5, PASCHOAL (2012) descreve que os refugiados se
enquadram na categoria chamada grupos vulneráveis, por questões étnicas, raciais, religiosas
ou culturais.
A Lei 9.474 (BRASIL, 1997) definiu mecanismos para a implementação do Estatuto
dos Refugiados de 1951 no Brasil, criando, ainda, o Comitê Nacional para os Refugiados
(CONARE), órgão de deliberação coletiva, no âmbito do Ministério da Justiça.
Já os migrantes, FARENA (2012, p. 29 à 30) define como aqueles que “se deslocam
desde seu lugar de residência habitual até outro, com o objetivo de ali assentar-se temporária
ou definitivamente. Seu destino é um novo território e uma nova comunidade”, distinguindo
ainda, entre migrantes internos (deslocados internos), que não interessam ao presente
trabalho, e migrantes externos (imigrantes)6.
Quanto aos apátridas, como cabe a cada nação legislar sobre seu conceito de
nacionalidade, podendo outorgar a nacionalidade originária por meio do jus solis7 ou jus
sanguinis8, é suscetível que ocorram aspectos positivos e negativos do tema, como a
5 No que concerne aos elementos numérico, diferenciador e de solidariedade. 6 Também denominados de migrantes internacionais. 7 Que concede ao indivíduo a nacionalidade do Estado em que se deu o seu nascimento. 8 Fundado nos vínculos de sangue, que privilegia a nacionalidade dos pais do indivíduo.
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pluralidade de nacionalidades (positivos) e os apátridas (negativos), ou seja sem
nacionalidade, podendo estes serem enquadrados no grupo de migrantes.
O fenômeno da apatrídia ofende o princípio da dignidade humana, pois o direito a
nacionalidade está elencado entre os direitos fundamentais previstos pela Declaração
Universal dos Direitos do Homem (ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS, 1948).
Em novembro de 1996 entrou em vigor no Brasil a Convenção sobre o Estatuto dos
Apátridas, incorporada ao texto legislativo brasileiro em 2002, com a promulgação do
Decreto n. 4.246, em que o Brasil aceitou regular e melhorar a condição dos apátridas
(BRASIL, 2002). Aduz DE GODOY (2013) que, como signatário dos instrumentos
internacionais de proteção dos direitos dos apátridas, o Brasil se comprometeu a promover a
prevenção e a redução da apatrídia.
Neste artigo, porém, os refugiados, imigrantes e apátridas, como objeto de estudo,
serão considerados não pelo seu local de origem, ou pelos motivos que os enquadram nessa
população, mas sim pelo fato de se estabelecerem Estado do Mato Grosso do Sul, seja de
maneira provisória ou definitiva.
O art. 5º, caput e XIII da Constituição Federal (BRASIL, 1988), garante aos
estrangeiros inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança, à
propriedade e o livre exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as
qualificações profissionais que a lei estabelecer, ainda, o art. 7º da Carta Magna, prevê
também os direitos dos trabalhadores, dando à eles uma proteção constitucional.
Englobando, de uma maneira geral, as três situações migratórias acima delimitadas,
em 24 de maio de 2017 foi promulgada a Lei 13.445 (BRASIL). Nomeada de Lei da
Migração, dispõe sobre os direitos e os deveres do migrante9 e do visitante, regulando sua
entrada e estada no Brasil e revogando o Estatuto do Estrangeiro (BRASIL, 1980).
A Lei de Migração claramente estabelece novas diretrizes à política migratória do
país (BRASIL, 2017, art. 3º), pautando-se pela integração e inclusão dos estrangeiros, o que
teoricamente fortalece a atuação dos Comitês Estaduais, porém, a análise de seus aspectos não
é o objetivo do presente trabalho.
Em todo o país, de acordo com o relatório do ano de 2016 do Comitê Nacional para
os Refugiados (CONARE), órgão ligado ao Ministério da Justiça, nos últimos cinco anos, as
solicitações de refúgio no Brasil cresceram 2.868%. Passaram de 966, em 2010, para 28.670,
em 2015 (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2016).
9 Imigrante, emigrante ou apátrida.
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Até 2010, haviam sido reconhecidos 3.904 refugiados. Em abril deste ano, o total
chegou 8.863, o que representa aumento de 127% no acumulado de refugiados reconhecidos –
incluindo reassentados. Em 2016 houve aumento de 12% no número total de refugiados
reconhecidos no país (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2017).
Segundo pesquisa realizada pelo IPEA, sobre “Migrantes, apátridas e refugiados:
subsídios para o aperfeiçoamento de acesso a serviços, direitos e políticas públicas no Brasil”
(MINISTÉRIO DA JUSTIÇA), publicada em 2015, foi constatado que 18% dos imigrantes
entrevistados sofreram alguma violação de direitos humanos.
Contudo o que se constata é a ausência de integração regional para migrantes e
refugiados no Estado do Mato Grosso do Sul (MS) e no Brasil, como um todo, havendo um
grande vácuo governamental tanto em relação ao acesso à informações, quanto ao
desenvolvimento de políticas públicas voltadas para esta parcela populacional.
Dentre as 27 unidades da federação, apenas 6 já efetivaram juridicamente a estrutura
de um Comitê específico para os assuntos de refugiados e imigrantes em geral, quais sejam:
Rio Grande do Sul (RS), Paraná (PR), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Minas Gerais
(MG) e Mato Grosso do Sul (MS), sendo o este o mais recente dentre eles. Sobre a criação e
desenvolvimento destes Comitês, ou Comissões, passamos a discorrer no próximo capítulo.
3. BREVE ANÁLISE DOS COMITÊS ESTADUAIS PARA REFUGIADOS,
MIGRANTES E APÁTRIDAS NO BRASIL
São Paulo foi o primeiro Estado brasileiro a se atentar às questões peculiares dos
refugiados e imigrantes, criando em 2007, por meio do Decreto n. 52.349 (SÃO PAULO), e
inaugurado em 1º de abril de 2008, o Comitê Estadual para os Refugiados no Estado de São
Paulo (CER/SP), que faz parte da estrutura da Secretaria da Justiça e da Defesa da Cidadania
do Estado (SÃO PAULO, 2013).
Tal Decreto apenas regulamentou a estrutura física do CER/SP, deixando a desejar
na apresentação dos objetivos e planos do Comitê que instituía.
O Comitê Estadual Intersetorial de Políticas de Atenção aos Refugiados, coordenado
pela Secretaria de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, foi instituído no Rio de
Janeiro em dezembro de 2009 (RIO DE JANEIRO), e instalado em 22 de março de 2010.
A finalidade do referido foi Comitê foi delimitada no Decreto como
I- elaborar, implementar e monitorar o Plano Estadual de Políticas de Aten-
ção aos Refugiados; II- articular convênios com entidades governamentais e
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não governamentais, buscando assistir aos refugiados; III- acompanhar os
processos de encaminhamentos e acolhimento dos casos que se apresentarem
para o Estado do Rio de Janeiro.
No ano de 2014, o Comitê Estadual do RJ obteve sucesso na aprovação do Plano
Estadual de Políticas de Atenção aos Refugiados do Estado (RIO DE JANEIRO, 2014), que
se orienta por seis diretrizes: documentação, educação, emprego e renda, moradia, saúde e
ambiente sociocultural/conscientização da temática.
O terceiro Comitê constituído em nível estadual para lidar especificamente com
questões de migração e refúgio surgiu no Paraná, nomeado de Comitê Estadual de Refugiados
e Migrantes (CERM/PR), integrado por representantes do governo e instituições da sociedade
civil, coordenado pela Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJU)
e instituído por Decreto Governamental n. 4289 (PARANÁ, 2012), sendo instalado em julho
de 2012.
O CERM/PR tem por objetivo
Art. 2º. (...) orientar os agentes públicos sobre os direitos e deveres dos
solicitantes de refúgio e refugiados, bem como promover ações e coordenar
iniciativas de atenção, promoção e defesa dos refugiados no Paraná, junto
aos demais órgãos do Estado que possam provê-los e assisti-los através de
políticas públicas.
Em 2014, o Paraná também estabeleceu um Plano Estadual de Políticas Públicas para
Promoção e Defesa dos Direitos dos Migrantes, divido em seis eixos estratégicos: educação,
família e desenvolvimento social, saúde, justiça/cidadania e direitos humanos, segurança
pública e trabalho (PARANÁ).
Já em 2015, com a promulgação da Lei Estadual n. 18.465 (PARANÁ), o Paraná
passou a constar também com um Conselho Estadual para Refugiados Migrantes e Apátridas
(CERMA/PR), órgão colegiado de caráter consultivo e deliberativo, instituído na estrutura
organizacional da Secretaria de Estado da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (SEJU), no
nível de direção superior.
O Rio Grande do Sul foi o quarto Estado a criar um Comitê para lidar
especificamente com questões de migração e refúgio, por meio do Decreto n. 49.729 (RIO
GRANDE DO SUL, 2012), nomeado de Comitê de Atenção a Migrantes, Refugiados,
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Apátridas e Vítimas do Tráfico de Pessoas (COMIRAT/RS), sendo o primeiro a incluir
pessoas apátridas10.
O COMIRAT/RS faz parte de uma rede de apoio aos migrantes e refugiados no RS,
que consta, ainda, com a participação do GAIRE (Grupo de Assistência aos Refugiados)11,
cuja função é prestar assessoria jurídica, atuando com os refugiados desde sua chegada ao
Estado.
A criação do Comitê no Rio Grande do Sul, além das normativas e tratados
internacionais e nacionais, levou em consideração os princípios e diretrizes do documento
sobre políticas migratórias da Proposta de Política de Migração e de Proteção ao Trabalhador
Migrante12 do Conselho Nacional de Imigração, e Recomendações Gerais expressas no
documento final do Diálogo Tripartite do Conselho Nacional de Imigração13 sobre políticas
públicas de migração para o trabalho.
A estrutura jurídica do COMIRAT/RS se mostra melhor construída, em comparação
aos Comitês criados anteriormente. Há, em seu Decreto de criação, a especificação, ponto a
ponto, das competências do Comitê, prevendo, inclusive, a possibilidade de criação de Grupos
de Trabalho para atuar perante as eventuais problemáticas específicas da mobilidade humana
(RIO GRANDE DO SUL, 2012, art. 4, §5).
Minas Gerais, no ano de 2015, tornou-se o quinto Estado nacional a instituir um
Comitê destinado à discussão de assuntos migratórios, nomeado de Comitê Estadual de
Atenção ao Migrante, Refugiado e Apátrida, ao Enfrentamento do Tráfico de Pessoas e à
Erradicação do Trabalho Escravo (COMITRATE-MG), por meio do Decreto n. 46849
(MINAS GERAIS).
O COMITRATE/MG deu início aos seus trabalhos em janeiro de 2016, dividindo as
questões em três câmaras técnicas: Câmara Técnica de Enfrentamento do Tráfico de Pessoas;
Câmara Técnica de Trabalho Escravo e Trabalho Infantil; e a Câmara Técnica de Migração,
Refugiados e Apátridas (MINAS GERAIS, 2015, art. 6º).
Ressalta-se que o Comitê em desenvolvimento no Estado de Minas Geras trouxe um
relativo avanço, em relação aos demais Estados, no que tange à abrangência dos amparados
10 Conforme se demonstra acima, o CERMA/PR, que incluía a tutela dos apátridas, somente foi criado em 2015. 11 Surgiu em 2007, a partir de um grupo de estudantes da UFRGS, segundo informações do site
<http://www.ufrgs.br/saju/grupos/gaire>; Acessado em 11/08/2017 12 Documento disponível em <http://www.corteidh.or.cr/sitios/Observaciones/1/anexoII.pdf>; Acessado em
11/08/2017 13 Documento disponível em:
<http://www.oitbrasil.org.br/sites/default/files/topic/tip/pub/contribuicao_para_construcao_374.pdf >; Acessado
em 11/08/2017
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pelo Comitê, posto que aborda também o enfrentamento do tráfico de pessoas e à erradicação
do trabalho escravo, questões constantemente associadas aos movimentos migratórios.
É impossível apresentar em poucas páginas as ações efetivadas por todos os Comitês,
mas a verdade é que tais organizações estaduais vêm apresentando diferentes resultados e
colaborando bastante para a integração regional destes estrangeiros, a depender do Estado em
que se desenvolve.
São Paulo, por exemplo, apesar de uma legislação simples na criação do CER/SP,
tem em sua capital a primeira cidade à instituir uma Política Municipal para a População
Imigrante, através da promulgação da Lei Municipal n. 16.478 (SÃO PAULO, 2016),
entretanto tal lei não será pormenorizada no presente trabalho.
Podemos citar o Rio Grande do Sul como outro exemplo, onde o CEMIRAT/RS vem
se engajando no atendimento aos colombianos que foram vítimas de conflitos armados
naquele país14, dentre outros projetos desenvolvidos através dos anos.
Da lista de Estados que vem elaborando estruturas de Comitês específicos para lidar
com o assunto, é fácil constatar que apenas 3 Estados estão em região de fronteira (MS, PR e
RS), havendo um claro silêncio de outros Estados brasileiros ante à temática dos refugiados e
imigrantes.
O mais recente Estado a criar um Comitê voltado para a discussão da temática é o
Mato Grosso do Sul, que através do Decreto n. 14.558 (MATO GROSSO DO SUL, 2016),
instituiu o Comitê Estadual para Refugiados, Migrantes e Apátridas no Estado do MS
(CERMA/MS), sobre o qual se passa a discorrer no tópico seguinte.
4. A CONSTRUÇÃO DO COMITÊ ESTADUAL PARA REFUGIAOS, MIGRANTES
E APÁTRIDAS NO MATO GROSSO DO SUL
Recentemente, em pesquisa realizada pelo IPEA (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA,
2015), foi constatado que o Mato Grosso do Sul é um importante ponto de chegada e
passagem do movimento migratório internacional em direção aos grandes centros do Brasil,
com um recente movimento de chegada de haitianos e de africanos, atraídos para trabalhar em
carvoarias, usinas de cana e de álcool e subempregos de forma geral, o que vem exigindo
maior atuação e fiscalização para combater eventuais práticas de trabalho escravo, dentre
outras privações aos direitos humanos básicos.
14 Tal notícia foi noticiada nas mídias locais. Disponível em: <http://www.sdstjdh.rs.gov.br/representacao-do-
governo-colombiano-vem-ao-estado-para-atendimento-as-vitimas-de-conflitos-armados>; Acessado em
11/08/2017
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O MS, apesar de estar em uma zona fronteiriça, apresenta uma reação tardia ao
fenômeno, sendo que somente em setembro de 2016 foi promulgado o Decreto n. 14.558
(MATO GROSSO DO SUL), instituindo o Comitê Estadual para Refugiados, Migrantes e
Apátridas (CERMA/MS).
Até o presente momento, que se constata é que esta estrutura existe juridicamente,
mas o funcionamento ainda está em construção, dependendo, principalmente, da manifestação
da vontade política de entidades componentes.
Como componentes a legislação prevê a participação de 12 (doze) representantes
governamentais, entre Ministério Público, Secretarias e Universidades, e 5 (cinco)
representantes de organizações não governamentais, voltadas às atividades de assistência e ou
de proteção a refugiados, migrantes e apátridas no Estado, que representarão a sociedade civil.
O art. 4º do referido Decreto (MATRO GROSSO DO SUL, 2016), prevê também
que, observada a temática da pauta de reunião, a conveniência e a oportunidade, poderão ser
convidados representantes de órgãos governamentais, entidades não governamentais e
integrantes da sociedade em geral, o que poderá complementar a dinâmica das atividades do
Comitê.
Como principais objetivos (art. 2º), restaram definidos que o CERMA/MS irá
I - oferecer orientação e capacitação aos agentes públicos sobre os direitos e
os deveres dos solicitantes de refúgio, dos refugiados, migrantes e dos
apátridas; II - promover ações e coordenar iniciativas de atenção e de defesa,
com objetivo de garantir a inserção de refugiados, migrantes e de apátridas
nas políticas públicas, a fim de assisti-los.
Ainda, segundo o disposto do Decreto de criação, o CERMA/MS ficara responsável
pela elaboração e pelo monitoramento do Plano Estadual de Políticas de Atenção a
Refugiados, Migrantes e Apátridas, com o objetivo de facilitar o acesso de estrangeiros às
políticas públicas no Estado.
Na mesma data pelo Decreto nº 14.559 (MATO GROSSO DO SUL, 2016), foi
instituído o Centro de Atendimento em Direitos Humanos, vinculado à Secretaria de Estado
de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho (SEDHAST) com a finalidade de
elaboração e a disseminação de estudos e de pesquisas que visem à humanização, à
emancipação do ser humano e à transformação social, por meio de dados estáticos que
subsidiam os enfrentamentos contra qualquer tipo de violação de direitos (art. 1º, p. único).
Os 17 membros, que compõem a primeira formação do CERMA/MS, tomaram posse
no dia 11 de agosto de 2017, durante o 1º Colóquio “Desafios e Perspectivas das Migrações
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Hoje”, que contou com a participação de representante do Alto Comissariado das Nações
Unidas para Refugiados15.
O que se diagnostica, porém, é que apesar de existirem cinco Comitês que o
precedem, o Decreto que institui o CERMA/MS não apresenta inovação em relação aos seus
antecessores, sendo, inclusive, menos abrangente em sua área de trabalho do que o
COMITRATE/MG ou o COMIRAT/RS.
O COMITRATE/MG aborda também o enfrentamento do tráfico de pessoas e à
erradicação do trabalho escravo, assim como o COMIRAT/RS abrange atendimento às
vítimas de tráfico de pessoas, questões constantemente associadas aos movimentos
migratórios.
Devemos enfatizar que a pesquisa realizada pelo IPEA (MINISTÉRIO DA
JUSTIÇA, 2015), constatou que 16,56% das violações à direitos humanos relatas por
refugiados e migrantes estavam relacionadas ao trabalho, estando também ligadas (em menor
proporção) ao trabalho escravo, à exploração do trabalho e à violação de direitos trabalhistas.
Segundo resultados da fiscalização para erradicação do trabalho escravo de 2016,
realizada pelo Ministério Público do Trabalho e Emprego (MTE), o Mato Grosso do Sul
permaneceu em quarto lugar do ranking que aponta trabalhadores que atuam em situação
análoga à escravidão (MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO, 2017), de maneira que
se faz pertinente esta abordagem junto as questões migratórias.
Nos lembra SBALQUEIRO (2016, p. 134) que é necessário acompanhar o
desenvolvimento das ações governamentais, atuando ainda na prevenção e no enfrentamento
das situações de discriminação, marginalização, tráfico de pessoas, trabalho escravo ou
degradante envolvendo trabalhadores migrantes.
Neste sentido, devemos ter em mente que é no âmbito das relações de trabalho que a
imigração adquire sentido de utilidade, sendo também a principal fonte de violações de
direitos humanos, como trabalho indocumental/informal, tráfico de pessoas e redução à
condição análoga de escravo (SBALQUEIRO, 2016, p. 134), conforme demonstra a pesquisa
supramencionada.
É evidente que a criação do CERMA/MS significa um grande passo para a efetivação
da integração regional aos refugiados e migrantes, porém, há de se apontar para as questões
sociais, principalmente no âmbito laboral, que a criação legislativa do Comitê deixa de
15 Tal evento foi amplamente divulgado pela mídia local, conforme se constata em
<https://www.campograndenews.com.br/cidades/comite-estadual-de-defesa-a-refugiados-e-migrantes-toma-
posse-amanha>; Acessado em 11/08/2017
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abordar. Porém, nada impede que os projetos a serem desenvolvidos, supram essa limitação
da legislação, como se passa a analisar.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento de um Comitê com este enfoque no Estado do Mato Grosso do
Sul, ainda que pouco desenvolvido organizacionalmente, já demonstra um relativo avanço do
assunto na região, no entanto, é preciso que se analise sua capacidade de atuar na integração
regional desta parcela da população.
As atividades do CERMA/MS se iniciaram há pouco tempo, sendo impossível
mensurar qual o impacto que seus projetos irão causar na população refugiada, imigrante e
apátrida no Estado. Em realidade, antes mesmo de se estabelecerem estruturas de
atendimento, se faz necessário seja traçado qual o perfil dos estrangeiros em situação da
migração que se estabelecem no MS, a fim de personalizar o atendimento aos mesmos.
Uma questão que faz falta na abordagem legislativa do Comitê, é a atenção às
condições de trabalho destes refugiados, imigrantes e apátridas, não havendo qualquer
previsão explicita quanto à grupos de trabalho para a repressão e eliminação de trabalhos em
condições análogas a escravo, ou vítimas de tráfico de pessoas.
O que decepciona é o fato de, apesar de ser apenas o sexto Comitê temático no país,
existiam cinco estruturas legislativas criadas previamente que poderiam ter corroborado para a
construção do mesmo, esperando que se trouxesse alguma novidade ou complementação no
assunto.
Ante ao pouco tempo de efetiva atuação do CERMA no Estado, há de se considerar a
possibilidade da elaboração de projetos que abranjam estas questões e supram a deficiência
legislativa, porém, não podemos deixar de apontar à esta falha estrutural na criação do
Comitê.
Outro ponto que devemos destacar, é que, apesar da presença de um representante de
uma Universidade do interior do Estado (UFGD), tal Universidade se restringe à região da
Grande Dourados, no sul do Estado. Interessante seria uma efetiva representação da
Universidade Estadual do Mato Grosso do Sul (UEMS), esta sim uma Universidade criada
para o se instalar no interior do MS, e que poderia fornecer dados e informações mais
abrangentes.
O que se espera, afinal, é que a atuação do CERMA/MS não se restrinja à capital do
Estado, levando em consideração a extensa área fronteiriça que apresentam problemas
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inerentes à sua própria região, como Corumbá e Ponta Porã, com fronteiras internacionais, ou
Três Lagoas, faixa de fronteira interestadual, dentre outras cidades.
Uma análise completa sobre as atividades do Comitê somente será possível após um
certo tempo de efetiva atividade, realizando, aqui, apenas ponderações sobre a estrutura
legislativa e as expectativas sobre o CERMA/MS.
É necessário, por fim, reconhecer o trabalho dos membros, principalmente daqueles
que lutaram por sua efetivação e chamaram atenção ao tema no Estado, esperando que suas
atividades atuem na integração e garantia de direitos humanos aos refugiados, imigrantes e
apátridas.
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