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A IMPORTÂNCIA DO PROFISSIONAL FARMACÊUTICO NA
RACIONALIZAÇÃO DO USO DA AMOXICILINA EM PEDIATRIA REVISÃO
INTEGRATIVA BARROS, Angela Cardoso de Sousa
1
RIBEIRO, Ana Karoline Oliveira1
SALES, Tamires Diogo1
RIBEIRO, Danielle Perdigão2
RESUMO
A amoxicilina é penicilina sintética de uso em ambiente hospitalar, residencial e veterinário.
O uso indiscriminado deste medicamento pode acarretar prejuízos sociais e ambientais. O
presente trabalho determinou à automedicação e à relevância do farmacêutico no atendimento
ao paciente pediátrico com a atenção farmacêutica. Para a eleição dos dados e realização deste
estudo, foi utilizado o método de revisão integrativa da literatura. Assim, ter-se-ão abordagens
como monografias, revistas, artigos de periódicos e livros. Assim, fulgura a relevância de
orientar os pacientes quanto à prescrição médica no uso de antibióticos e à procura de
profissional qualificado para orientação e administração correta do medicamento a fim de
evitar resistência às bactérias.
Palavras-chave: Antibióticos. Amoxicilina. Pediatria. Criança. Atenção farmacêutica.
ABSTRACT Amoxicillin is synthetic penicillin for use in a hospital, residential and veterinary
environment. The indiscriminate use of this medicine can cause social and environmental
damages. The present study determined the self-medication and the relevance of the
pharmacist in pediatric patient care with pharmaceutical care. For the data election and the
accomplishment of this study, the integrative literature review method was used. Thus, there
will be approaches such as monographs, magazines, periodicals and books. Thus, it highlights
the relevance of guiding patients regarding medical prescription in the use of antibiotics and
looking for a qualified professional for orientation and correct administration of the drug in
order to avoid resistance to bacteria.
Keywords: Antibiotics. Amoxicillin. Pediatrics. Child. Pharmaceutical attention.
1 INTRODUÇÃO
Segundo Penildon (2010, p.933) “os antibióticos constituem um grupo fármacos
curativas ‟por conseguirem destruir os agentes causadores de infecções”. O conceito explicado
por Albert afirma que o fármaco, nesse caso, o antibiótico, possui como alvo de destruição,
preferencialmente, o parasita invasor, poupando o hospedeiro. Entretanto, o autor enfatiza que
a toxicidade seletiva depende das diferenças bioquímicas entre os organismos infectantes e o
hospedeiro. Sobre a classe dos antimicrobianos, é relevante apontar que:
[...] descobertas em 1928, por Fleming, permanecem até hoje como uma excelente
classe de antimicrobianos. São divididas em: penicilinas naturais ou
Benzilpenicilina; amino penicilinas; penicilinas de amplo espectro, as quais foram
desenvolvidas na tentativa de evitar a aquisição de resistência das bactérias.
(ALMEIDA et al., 2015, p. 23-29).
Dentre todos os presentes no mercado, podem-se destacaras penicilinas, as quais
pertencem à classe de antibióticos betalactâmicos, derivados de fungos Penicilliumnotatum e
1Acadêmicas de graduação em Farmácia da Faculdade Unida de Campinas-FacUnicamps. E-mail: angelabarrossousa3@gmail.com;
anakarolineoliveiraribeiro@hotmail.com; contatodesign@hotmail.com.br. 2Orientadora, Mestre em Saúde e Meio Ambiente. Faculdade Unida de Campinas-FacUnicamps.
2
P. chrysogenum. Tal fármaco tornou-se um dos precursores nessa categoria a ser aplicado em
clínica desde 1941. Logo, configura-se como relevantes fontes de pesquisas por serem
fabricados em larga escala para uso clínico. (PENILDON, 2010, p.953).
Os antibióticos começaram a ser pesquisados no início do século XIX, devido a uma
grande incidência de microrganismos causadores de processos infecciosos. Assim, surgiram
os antibióticos e podem ser classificados em bactericidas e bacteriostáticos, dependendo se o
fármaco causa diretamente a morte das bactérias ou se apenas inibe sua replicação,
respectivamente. (CRUZ; SANTOS; BRITO, 2016).
Ademais, poderão ser observados que com um índice de 12% em todas as prescrições de
medicamentos, os antimicrobianos possuem inegáveis benefícios e também inúmeros riscos
relacionados ao seu uso indiscriminado tais quais resistência bacteriana e também reações
adversas. (CASTILHO; OLIVEIRA, 2015).
Penildon (2010, p. 933), “umas das drogas mais utilizadas de forma irracional e abusiva
são os antibióticos, tornando, por conseguinte, „o maior problema da antibioticoterapia‟, pois
seu uso excessivo causa resistência microbiana”.
Assim, ver-se-á que devido à resistência desenvolvida pelo o uso inadequado de
antibióticos, decorrente da escolha incorreta ou de automedicação, a classe farmacológica de
antibióticos deve possuir um uso justificado na pediatria. (FURINI; LIMA; ATIQUE, 2009,
p.179). Sobre isso:
Meiners e Bergsten-Mendes se referem frequentemente em seu texto a população
pediátrica como sendo “órfãos terapêuticos”, uma vez que os estudos
farmacológicos para esta população são extremamente limitados. Os medicamentos
são utilizados de forma “empírica” e questionável (MEINERS;
BERGSTENMENDES, 2001 apud CASTILHO; OLIVEIRA, p.18, 2015).
Além disso, no desenvolver desta pesquisa, observar-se-ão que estudos realizados pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a automedicação ainda é uma prática real
e frequente, realizada sem informação ou por indicações de terceiros, sem o consenso de um
profissional qualificado. (CHAVES; LAMOUNIER, 2009 apud VIERA; PERASSOLO,
2011).
Nesse contexto, a Organização Mundial de Saúde - OMS (2007) destaca a grande
relevância do monitoramento da administração de medicamentos em crianças, por não ter, em
geral, pesquisas do uso clínico na classe pediátrica, seguindo questões éticas. Um dos principais
quesitos para aceitação e cumprimento do tratamento é a comunicação entre os responsáveis da
criança e o prescritor, pois é de suma importância que os pais entendam o que está sendo
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prescrito, bem como sua finalidade e duração de tratamento. Da mesma forma, o profissional
médico deve levar em consideração as condições financeiras da família. (CASTILHO;
OLIVEIRA, 2015; MENEZES; DOMINGUES; BAISCH, 2007).
De acordo com Miranda et al (2012) intervenções farmacêuticas são realizadas para obter
o uso correto e seguro dos medicamentos, em especial dos antibióticos, pois a intervenção
farmacêutica pode contribuir positivamente para redução dos problemas relacionados a
medicamentos (PRMs), além de intervenções relacionadas à dose, que pode representar, até
35% do total das inconsistências nas prescrições, medicamento prescrito sem dose, dose
acima ou abaixo do usual, apresentação de dose errada ou indisponível no mercado,
demonstrando grande impacto na prevenção de erros de medicação.
Sendo assim, a atuação do farmacêutico vem como benefício em todas as unidades de
saúde de caráter geral ou específico, e principalmente para a população, tendo em vista aspectos
e informações que auxiliem na redução do consumo de medicamentos, educação sanitária,
redução da reintegração por conta de tratamentos paralisados ou mal executados, cujo uso
inadequado pode resultar em uma série de consequências, reações adversas a medicamentos,
além do auxílio ao paciente ao tratamento. (ALMEID et al., 2015).
Diante do exposto surge o questionamento: Quais os critérios existentes para prescrição
de antibióticos à população pediátrica? Os riscos x benefícios, são levados em consideração
pelo prescritor, no ato da prescrição? Ainda, qual o papel do profissional farmacêutico no ato
da dispensação e à família em relação à orientação e adesão (até término do tratamento)?
O estudo em questão apresenta relevância, uma vez que, buscará compreender os critérios
utilizados nas prescrições de antibioticoterapia à pacientes pediátricos, apontando os riscos do
uso irracional/abusivo da amoxicilina em pacientes pediátricos.
Dentro do contexto explicitado, o objetivo geral do presente estudo é apontar os
problemas causados pelo uso irracional/abusivo da amoxicilina em pacientes pediátricos. E os
objetivos específicos são: identificar os principais motivos que levam ao uso indiscriminado da
amoxicilina em pacientes pediátricos e descrever o papel do profissional farmacêutico, no uso
racional da amoxicilina em pacientes pediátricos.
2 AMOXICILINA
2.1 Uso da Amoxicilina
Estudos realizados frequentemente sobre amoxicilina apresentam-na como o antibiótico
mais solicitado entre os usuários, isso se devido ao seu amplo espectro de ação bactericida,
muito utilizado em infecções de meio respiratório. (CRUZ; SANTOS; BRITO, 2016).
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Como derivado da penicilina, a amoxicilina é utilizada no ambiente hospitalar/ doméstico
e também veterinário. Trata-se de um medicamento listado na Relação Nacional dos
Medicamentos Essenciais (RENAME). Um fármaco classificado enquadrado no segundo
subgrupo de antibióticos, que além de sua ocorrência usual é citado em diretrizes internacionais
como principal escolha no tratamento em infecções respiratórias em crianças. (FURINI;
LIMA; ATIQUE, 2009; CRUZ; SANTOS; BRITO SANTOS, 2016).
2.2 A importância das orientações de utilização de antibioticoterapia na consulta médica
Sobre a relevância da consulta médica nas aplicações de antibioticoterapia, nota-se que:
[...] atualmente as doses estabelecidas para os pacientes pediátricos baseiam-se em
quatro principais métodos: (1) identificação de categorias com base na idade, pelas
quais podem ser feitos os ajustes de dosagem; (2) normalização de uma dose por peso
corporal; (3) uso diário de superfície corporal (BSA) como uma guia para a dose do
medicamento; e (4) utilização de um método alométrico (método matemático entre
corpos de massas diferentes que resulta em um fator comum de comparação). Todas
essas abordagens possuem representatividade e desvantagem quando aplicadas, frente
às diferenças fisiológicas da população pediátrica. (CASTILHO; OLIVEIRA, 2015,
p.24).
Tabela 1. Distribuição dos diagnósticos tratados com um único antibiótico, em UBS – Unidade
básica de saúde de Santa Bárbara d‟Oeste–SP, no período de julho e agosto de 2008.
Diante do exposto (Tabela 1), observa-se que a amoxicilina é um fármaco recorrente
para o tratamento de diversas infecções. Dentre vários medicamos ofertados, tal antibiótico é
o que atende a diversas enfermidades. Logo, ressalta-se também a importância de uma
orientação adequada, realizada por profissional competente na área médica, para a prescrição
de tal medicamento.
Fonte: Paganotti et al., 2013.
5
Para um trabalho efetivo e de qualidade, uma consulta médica deve ter, no mínimo, a
duração de 15 minutos; e na dispensação, o ideal é que sejam 3 minutos. Esse é o tempo
considerável para que sejam passadas as devidas orientações impreteríveis aos pacientes, pais
ou responsáveis, em caso de crianças, e para que não haja duvida do dispensador em relação à
prescrição (SCARCELA; MUNIZ; CIRQUEIRA, 2011).
No entanto, conforme averiguado por Oliveira e Destefani (2011) 95% das prescrições
foram encontradas de forma ilegível, o que compromete o entendimento do usuário quanto ao
dispensador, podendo ocasionar erros como troca de dosagem e forma de apresentação do
próprio produto.
2.3 A importância do profissional farmacêutico na atenção e assistência farmacêutica
Sem a devida orientação de um farmacêutico e de uma excelente interpretação dos dados
da prescrição, muitos problemas podem ser acumulados tais como intoxicação medicamentosa,
desconforto para o paciente ou até mesmo a não obtenção dos efeitos terapêuticos desejados.
Além disso, uma interpretação incorreta da escrita do prescritor também pode gerar gastos
relevantes. (VIEIRA; PERASSOLO, 2011).
Nesse sentido, é de suma importância o ofício do farmacêutico para a dispensação do
medicamento, que durante aproveita esse momento para repassar orientações corretas e devidas
ao usuário, minimizando os riscos associados à terapêutica medicamentosa, com informações
corretas e necessárias a cada paciente, ponderando sempre nas condições em que se
encontram cada uma das medicações durante o transcurso de dispensação. Um atendimento
eficaz do farmacêutico é de muita valia para eliminar o uso indevido de antibióticos, além de
sanar dúvidas de pacientes, assegurando que cada paciente obtenha conhecimentos
necessários para o uso correto e assim termos uma propícia junção ao tratamento.
(OLIVEIRA; DESTEFANI, 2011).
A atenção farmacêutica é de grande importância, pois os profissionais podem banir a
possibilidade de dispensação inadequada ou até mesmo a falta de informação em relação ao uso
de antibióticos, extinguindo assim o uso irracional de antibióticos. Tal uso indiscriminado
fulgura como um fator que aumenta a multirresistência de bactérias; ademais, a ingestão
descontrolada de antibióticos e a prática da automedicação pode acarretar resistência bacteriana.
(CRUZ; SANTOS; BRITO, 2016; BRASIL; FERREIRA; LONG, 2016).
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2.4 Resistência microbiana e legislações vigentes
Esse problema de resistência bacteriana, a qual configura um grande desafio para a
população, tem alertado a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) quanto ao uso
aleatório de antibióticos. Por conseguinte, tal instituição sancionou a Resolução da Diretoria
Colegiada (RDC) de nº 44/2010, decretando a prescrição e o controle da dispensação. Essa
resolução foi posteriormente modificada pela RDC nº20/2011que estabeleceu a exigência da
escritura no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). Além
disso, a ANVISA fez uma atualização da lista de antibióticos realizada pela RDC nº 68/2014,
sancionada no dia 16 de dezembro de 2014, contabilizando um total de 128 substâncias que
deverão ser prescritas unicamente por medicos. (CRUZ; SANTOS-GONTIJO; BRITO, 2016
apud BRASIL, 2010; 2011; 2014).
Tal preocupação é coerente devido à amoxicilina ser capaz ocasionar reações adversas
também resistência bacteriana. No entanto, estas não surgem frequentemente com todos que a
ingere. Em estudos, verifica-se que são raros e isolados os casos que mostram efeitos colaterais
graves que podem prejudicar veemente a saúde de um paciente. Assim, os efeitos adversos da
amoxicilina normalmente são leves e caso alguém não se sinta bem ao fazer o uso desse
medicamento, deve-se comunicar imediatamente seu médico. De acordo com o fabricante
(MEDLEY FARMACÊUTICA, S/D) as reações mais comuns que ocorrem entre 1% e 10% dos
pacientes que utilizam a amoxicilina são: erupções da pele, e enjoo; diarreia (várias evacuações
amolecidas por dia). Quando isso acontece, os sintomas normalmente são leves e com frequência
podem ser evitados tomando-se o medicamento no início das refeições. (MEDLEY
FARMACÊUTICA, S/D).
Ainda sobre os perigos de se ingerir medicamentos sem orientação adequada, o que pode
provocar intoxicações, é válido ressaltar que uma criança tem por hábito colocar “tudo na boca”
o que faz parte da “curiosidade da vida de todas as crianças”. Logo, na infância encontram-se
vários casos significantes de intoxicação. Além de, fatores sociais que incidem em
intoxicação. Estes tratam de automedicação, descuido e falta de informação de pais e
responsáveis sobre itens tóxicos.
3 METODOLOGIA
O presente estudo foi construído por meio da revisão integrativa da Literatura (RIL) que
segundo Mendes, Silveira e Galvão (2008), englobam a análise de pesquisas fundamentais, que
ofertam alicerce para qualquer deliberação, visando assim um melhor conhecimento de
delimitado argumento, assim expondo as falhas do conhecimento que existe necessidade de
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realização de estudos. Este método Revisão da Integrativa da Literatura (RIL) de pesquisa
proporciona a fusão de inúmeros estudos publicados e concede a implicações dos gerais a
cumprimento de uma privada área de estudo.
Para a elaboração utilizou-se critérios para obtenção dos dados: tempo de publicação
(retrospective de 10 anos), com publicação aé 2007, com idioma em português, seguindo os
parâmetros do tema escolhido para haver um produtivo aproveitamento das informações.
A pesquisa foi realizada nos meses de setembro-outubro de 2017, foram acessados sites
de bibliotecas digitais como a Scientific Electronic Library Online (SCIELO), e Literatura
Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Utilizou-se as palavras-
chave: antibióticos, amoxicilina, pediatria, criança, atenção farmacêutica. Diante disso,
seguem dados sobre a literatura consultada (Quadro 1):
Quadro 1. Literatura consultada para a produção da pesquisa Ano Título Tipo de publicação Área de
concentração
2008 Revisão integrativa: Método de pesquisa para a incorporação de evidências na
saúde e na enfermagem.
Artigo Científico Revisão integrativa
da literatura
2009 Análise de indicadores de prescrições em crianças de 0-12anos em São José do
Rio Preto.
Artigo Científico Atenção e
Assistência Farmacêutica (AAF)
2009 Compreensão das prescrições pediátricas de antimicrobianos em Unidades de
Saúde em um município do sul do Brasil. Revista Brasileira de Epidemiologia.
Artigo Científico Epidemiologia
2010 Farmacologia. Livro Farmacologia
2011 Avaliação do conhecimento sobre uso correto e cuidados com medicamentos em
cuidadores de pacientes na unidade pediátrica de um hospital.
Artigo Científico AAF
2011 Investigação do uso indiscriminado de amoxicilina em crianças na faixa etária de 2 a 10 anos.
Artigo AAF
2011 Perfil da prescrição e dispensação de antibióticos para crianças em uma Unidade
Básica de Saúde (UBS) no município de Ijuí-RS.
Artigo Científico Farmacologia
2012 Intervenções realizadas pelo farmacêutico clínico na unidade de primeiro
atendimento.
Artigo Científico AAF
2013 Prescrição de antibióticos a crianças atendidas no inverno em Unidade de Saúde de município paulista
Artigo Científico AAF
2015 Atenção farmacêutica em análise da dispensação de antimicrobiano em farmácia Artigo Científico AAF
2015 Análise de prescrição de amoxicilina, azitromicina e cefalexina em pediatria nos munícipios de Guaratinguetá-SP e Taubaté-SP.
Monografia AAF
2016 Perfil da dispensação de antibióticos em drogarias na cidade de Uruana-Go Artigo Científico Farmacologia
2016 Avaliação da variação do pH em suspensões de amoxicilina 250mg/mL, de uso pediátrico, por sete dias
Artigo Científico Odontologia
S/D Amoxicilina Bula AAF
Fonte: Autoras, 2017.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Perfil dos estudos
Dos artigos utilizados para a construção do estudo, todos foram coletados em fontes
diferentes, composto por monografias, artigos de revisão e revista eletrônica, textos publicados
em diferentes períodos, sobre o tema. Dentro desse contexto, emergiram três categorias:
8
Critérios médicos utilizados para escolha dos antibióticos; Riscos x benefícios de utilização da
amoxicilina e a importância do profissional farmacêutico na atenção e assistência farmacêutica,
que juntas, buscaram responder a pergunta problema. (Quadro 1).
Quadro 2. Categoria 1: critérios médicos utilizados na escolha dos antimicrobianos. Autores Título Objetivo Considerações finais
Bruna Nascimento de
Castilho e Jessica de
Oliveira, 2015.
Análises de prescrições de
amoxicilina,
azitromicina e cefalexina em
pediatria no município
de Guaratinguetá- SP e Taubaté- SP.
Verificar o predomínio de prescrição de antibióticos citados,
analisar o grau de entendimento de
pessoas sem experiências no balcão da drogaria,
ocorrências de erro na prescrição,
legibilidade das prescrições e ausência de dados
fundamentais.
O uso racional de antimicrobianos é
uma necessidade que deve ser
levada em consideração,
principalmentena pediatria, pois as
irregularidades dos receituários
antimicrobianos para crianças
podem estar diretamente
direcionado utilização inadequada
desse medicamento. Os
profissionais farmacêuticos devem
ser mais críticos em relação à
prescrição e assim contribuir para a
promoção do uso adequado e seguro
de medicamentos.
Marcela Xavier da Cruz,
Nayara Gontijo dos
Santos e Adriane
Ferreira de Brito.
Perfil da dispensação
de antibióticos em
drogarias na cidade de Uruana-GO
Avaliar a dispensação das classes de
antibióticos em drogarias da cidade de
Uruana-Go, verificando as principais patologias que acometem os usuários
de antibióticos.
Verificou que o presente estudo que
o medicamento mais utilizado foi a
amoxicilina, a classe mais prescrita
foram os betalactâmicos, e
quinolonas. Ressaltou-se a
importância do farmacêutico
minimizando o uso indiscriminado
de antibióticos.
Adriana Antonia da
Cruz Furini, Ana Lúcia
Zocal de Lima e Tábata
Salum Calile Atique
Análise de indicadores
de prescrições em crianças de 0-12 anos
em São José do Rio
Preto.
Analisar receitas de medicamentos
para crianças de 0-12 anos, e avaliar os indicadores de prescrição propostos
pela OMS, dados coletados em uma
drogaria da cidade de São Jose do Rio Preto.
Verificou-se que o farmacêutico é o
último profissional da área da saúde
em contato direto com o paciente,
cabe a esse profissional avaliar a
prescrição, esclarecer possíveis
dúvidas do paciente ou responsável
pela administração dos
medicamentos, assim como, avaliar
possíveis interações
medicamentosas e, se necessário
contatar o prescritor para possíveis
mudanças.
Medley Farmacêutico
Ltda. Medley
Farmacêutica Ltda.
Bula amoxicilina Informar, ao
paciente, elementos sobre o
medicamento, como funciona, para
que é indicado; quais possíveis
interações com outros
medicamentos; validade do
produto; e efeitos adversos.
Não se aplica.
Fonte: Autoras, 2017.
Os autores elencados confirmam a relevância e a incidência da prescrição de
antibióticos, com destaque à amoxicilina.
Diante disso, uma das questões destacadas no presente estudo foi à ingestão de
antibióticos como algo relevante, principalmente quando aplicado a crianças; que pode ser
agravado com irregularidades nos receituários tais como erros de prescrição relacionados à dose
e a posologia, acarretando em problemas futuros. Além disso, os trabalhos apontaram que o
antibiótico mais indicado é, de fato, a amoxicilina, destacando alguns motivos para essa escolha,
9
como economicidade, maior praticidade no que tange a administração, e consequentemente,
maior aceitação pelos pais.
Com os dados apontados acima, observa-se que os autores apresentaram uma
preocupação em comum, relacionada à dispensação da amoxicilina aos usuários, principalmente
às crianças. Vale ressaltar, que em um dos artigos foi constatado que o antibiótico em questão
foi o mais prescrito dentre os demais, juntamente com a classe dos betalactâmico e quinolonas.
(Quadro 2).
Quadro 3. Categoria 3: A importância do profissional farmacêutico na atenção e assistência
farmacêutica.
Autores Título Objetivo Considerações finais
Josa Kieling Vieira
e Magda Susana
Perassolo.
Avaliação do conhecimento
sobre o uso correto e cuidados
com medicamentos em
cuidadores de pacientes na
unidade pediátrica de um
hospital.
Objetivo desse estudo foi
avaliar o conhecimento
de cuidadores de crianças
internadas na unidade
pediátrica de um hospital.
O presente trabalho observou
que os cuidadores de crianças
não possuem informações sobre
o uso adequado de
medicamentos, compreensão
das prescrições, e eles devem
buscar orientação do
farmacêutico a fim de obter
melhores resultados.
Karla Renata de
Oliveira e
Destefani, S. R. A.
Perfil da prescrição e da
dispensação de antibióticos
para crianças em uma
unidade básica de saúde
(UBS) no município de Ijuí
– RS.
O objetivo é descrever o
perfil de prescrições de
antibióticos usados por
crianças.
Conforme o trabalho há falta
de informação ao paciente,
exige-se mais tempo de esforço
do dispensador para garantir a
compreensão do paciente sobre
o uso da amoxicilina. O
acompanhamento
farmacoterapêutico pode ser
uma estratégia para prevenir
resistência microbiana e
reações adversas a antibióticos.
Marcela Xavier da
silva Cruz, Nayara
Gontijo dos Santos
Adriane Ferreira
de Brito.
Perfil da dispensação de
antibióticos em drogarias na
cidade de Uruana - GO
Avaliar a
dispensação das
classes de
antibióticos da
cidade de
UruanaGO,
verificando as
principais
patologias que
acometem os
usuários de
antibióticos.
No presente contexto, é
importante ressaltar que o
farmacêutico tem importante
papel no uso indiscriminado de
antibiótico, podendo minimizar
o seu uso indiscriminado e
reduzir a prática da
automedicação.
Fonte: Autoras, 2017.
A partir dos dados acima, é possível notar que os cuidadores de crianças, muitas vezes,
não possuem conhecimento sobre a administração de antibióticos. Assim, para que se tenham
melhores resultados, o que destaca a importância de informações com profissionais capacitados
no assunto, como o farmacêutico. Além da falta de entendimento por parte dos cuidadores, foi
constatada essa falta também por parte dos pacientes no que se refere ao uso da amoxicilina.
10
Nesse sentido, corrobora-se a relevância do profissional da farmacêutico ao esclarecer quanto
às orientações corretas para evitar uso indiscriminado deste medicamento.
Diante disso, esse e outros estudos destacaram o profissional farmacêutico como
personagem indispensável, pois o mesmo verifica a prescrição em receita, sanando dúvidas dos
pacientes ajudando a reduzir o uso indiscriminado de medicamentos como a amoxicilina. Além
de apontar as possibilidades de haver ou não alterações ao usar o medicamento em questão,
quando este for administrado concomitantemente com outros, sugerindo, se necessário, ao
cliente, que ele procure o médico.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o surgimento e prescrição de antibióticos como amoxicilina, foi possível controlar
doenças bacterianas. No entanto, ao longo da história da sociedade, foi observado também que
além desse controle, houve a aparição de problemas relacionados à ingestão, em especial
indiscriminada, do medicamento em questão.
É fato que a prevalência das infecções e o consequente aumento do consumo dos
medicamentos para tratá-las resultam em muitos erros de prescrição, relacionados a incerteza
diagnóstica e desconhecimento farmacológico. Acarretando em problemas de indicação,
seleção e prescrição de antimicrobiano.
Diante disso trabalhos e estudos na esfera farmacêutica apontam que o uso de
antimicrobianos sem orientação médica é um desafio de longa data. Com a Resolução da
Diretoria Colegiada (RDC) de nº 44/2010, o problema foi amenizado, pois redecretou prescrição
e o controle na dispensação medicamentosa. Tal resolução foi modificada pela RDC
nº20/2011que passou a exigir a escritura no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos
Controlados (SNGPC). No entanto, mesmo com tais resoluções, ainda existem pessoas que
praticam a automedicação, podendo promover a resistência às bactérias, que deveriam ser
combatidas.
Alguns fatores como baixo custo, amplo espectro, comodidade terapêutica (decorrente
de baixo índice de efeitos adversos) entre outros aqui destacados, são alguns dos motivos que
levam ao prescritor a optar pela amoxicilina como primeira escolha no tratamento de
infecções em pediatria.
Entretanto, para o sucesso da terapia, destaca-se a importância das orientações acerca da
posologia, interações medicamentosas, ações adversas etc., realizada por profissional
capacitado, que aqui destacamos, o profissional farmacêutico, prestando esclarecimentos
11
sobre a importância, não só, da correta administração da amoxicilina, mas também do uso
racional da mesma, principalmente em crianças.
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA – ANVISA. Resolução – RDC 20,
de 5 de maio de 2011. Dispõe sobre o controle de medicamentos à base de substâncias
classificadas como antimicrobianos, de uso sob prescrição, isoladas ou em associação. D.O.U
n. 87. Brasília-DF, 2011.
ALMEIDA, F.B; CABRAL, S.A.A.O; ALENCAR, M.C.B; FIGUEIREDO, C.H;
SILVEIRA, D.C; FARIAS, W.K. A. Atenção farmacêutica em análise da dispensação de
antimicrobiano em farmácia. Revista Brasileira de Educação e Saúde, Pombal – PB, v. 5, n.
4, p. 23-29, out-dez, 2015.
BRAZIL, M.P.L; FERREIRA, M.C.D; LONG, S.M. Avaliação da variação do pH em
suspensões de amoxicilina 250mg/mL, de uso pediátrico, por sete dias. Portal Metodista de
Periódicos Científicos e Acadêmicos, Escola de Ciências Médicas. São Paulo - SP, v. 24, n.
47, 2016.
CASTILHO, B. N; OLIVEIRA, J. Análise de prescrição de amoxicilina, azitromicina e
cefalexina em pedriatria nos munícipios de Guaratinguetá-SP e Taubaté-SP. Biblioteca
digital da Faculdade de Pindamonhangaba, Pindamonhangaba-SP, n. 11, p. 10-37,.dez.
2015.
CRUZ, M.X.S; SANTOS, N.G; BRITO, A.F. Perfil da dispensação de antibióticos em
drogarias na cidade de Uruana-Go. Revista Eletrônica da Faculdade de Ceres - REFACER
v. 5, n. 2, 2016.
FURINI, A.A.C; LIMA, A.L.Z; ATIQUE, T.S.C. Análise de indicadores de prescrições em
crianças de 0-12 anos em São José do Rio Preto. Rev. Bras. Farm., v.90, n.3, p.175-179,
2009.
MEDLEY FARMACÊUTICA LTDA. Amoxicilina. Disponível em: <
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MENDES, K.D.S; SILVEIRA, R.C.C.P; GALVÃO, C.M. Revisão integrativa: Método de
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