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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO "A VEZ DO MESTRE"
“A INTERFERÊNCIA DA AUTO-ESTIMA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM”
MARCIA ROSANE DIAS HENRIQUES
ORIENTADOR : Profª FABIANE MUNIZ
RIO DE JANEIRO
MARÇO / 2003
UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
PRÓ - REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO "A VEZ DO MESTRE"
"A INTERFERÊNCIA DA AUTO-ESTIMA NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM"
MARCIA ROSANE DIAS HENRIQUES
Trabalho monográfico apresentado como
requisito parcial para a obtenção do Grau de Especialista
em Psicopedagogia.
RIO DE JANEIRO MARÇO / 2003
Agradeço a todos que, direta e indiretamente, contribuíram para a
execução desta pesquisa.
1
Dedico este trabalho de pesquisa a todos os educadores, que
na sua luta diária por uma sociedade melhor, vem plantando as
sementes que germinarão nas gerações futuras.
Também não poderia deixar de dedicar este trabalho ao meu
bem maior nesta vida que é minha filha. Para a qual me esforcei em
passar exemplos de amor ao próximo, esperança, de luta pela
liberdade na construção de uma sociedade melhor, que na minha
opinião perpassam pelo respeito, pelo afeto, pela aceitação das
diferenças.
Acreditando que a nossa luta não é solitária continuaremos
caminhando.
2
"Paixão alegre, desejos de vida, dão muito trabalho, porque
gestados no conflito, nas diferenças no heterogêneo, no
desequilíbrio das hipóteses, no choque do velho e do novo, na
mudança, na transformação, no enfrentamento do caos da ação
criadora, na ação do imaginar, sonhar os desejos juntamente com os
outros”.
"Um sonho que se sonha só, é só um sonho; um sonho que se
sonha junto é realidade."
ESTHER
GROSSI
A TERNURA :
"A ternura vital é sinônimo de cuidado essencial. A ternura é o
afeto que devotamos às pessoas e o cuidado que aplicamos às
situações existenciais. É um conhecimento que vai além da razão,
pois mostra-se inteligência que intui , vê fundo e estabelece
comunhão.
É um afeto que, à sua maneira, também conhece. Na verdade
só conhecemos bem quando nutrimos afeto e nos sentimos
envolvidos com aquilo que queremos conhecer."
LEONARDO BOFF
SUMÁRIO
RESUMO------------------------------------------------------------------------- 6
INTRODUÇÃO-------------------------------------------------------------------7
1. COMO SE APRENDE?------------------------------------------------------- 9
2. COMO FORMAMOS A NOSSA AUTO-ESTIMA-----------------------14
2.1. Conceituando e analisando os fatores que levam a formação
da auto-estima-----------------------------------------------------------------------14
2.2. A Influência da Afetividade-----------------------------------------17
3. COMO PODEMOS ESTIMULAR E OFERECER AOS ALUNOS
UMA NOVA PERSPECTIVA----------------------------------------------------21
3.1. A Importância da Motivação no Processo de Aprendizagem e
na contribuição da auto-estima do aprendiz---------------------------------21
3.2. O Lúdico na Aprendizagem-----------------------------------------26
BREVES RELATOS DE EXPERIÊNCIAS-----------------------------------30
CONCLUSÃO----------------------------------------------------------------------32
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS------------------------------------------34
ANEXOS----------------------------------------------------------------------------36
6
RESUMO
Este trabalho tem por objetivo mostrar a importância do afetivo sobre o
cognitivo, sugere como devemos trabalhar a auto-estima dos nossos alunos para que
tenham um bom desempenho na sua aprendizagem. Ele foi baseado principalmente
a partir de pesquisa bibliográfica, de relatos de experiências e atuação em sala de
aula. Para se ser mais objetivo ele levanta a hipótese, que o aspecto afetivo,
principalmente no que tange a formação da auto-estima, interfere no processo
cognitivo da aprendizagem.
No primeiro capítulo foi analisado como se dá o processo de
aprendizagem e daí passou-se para conceituar o que seja auto-estima. Enfatizou-se
a relação com a família, com a escola e com o meio de modo geral e sua
contribuição para a formação da auto-estima do aluno.
Nos capítulos que se seguiram procurou-se abordar a necessidade de
oferecermos alternativas para os nossos alunos poderem ter um conceito positivo de
si próprios. Isso se dando através da motivação gerada por uma boa atuação dos
professores em sala de aula, do interesse demonstrado dos adultos em relação ao
aprendiz, da estimulação através de jogos e brincadeiras que contribuem para que o
aluno supere suas dificuldades de aprendizagem e formem um alto conceito sobre si
mesmos .
A partir de breves relatos de experiências observa-se que a afetividade
desde a mais tenra idade é fundamental para a formação do educando e influencia
no seu processo de construção do conhecimento.
Pode-se ver mais profundamente o trabalho lúdico como instrumento de
construção e de intervenção da aprendizagem. A pretensão deste trabalho foi
propiciar um momento de reflexão sobre a prática psicopedagógica e propor um
aprender mais tranqüilo evitando futuras dificuldades.
7
INTRODUÇÃO
Ao trabalharmos com o tema "A importância da auto-estima no processo
de aprendizagem", pretendemos levantar os seguintes problemas:
- Até que ponto a auto-estima interfere na aprendizagem?
- Percebe-se dificuldades na aprendizagem e desmotivação em alunos
com baixa-estima?
A justificativa que damos ao escolher este tema seria por convivermos
com alunos de periferia e de percebermos que além de dificuldades sociais, os
mesmos possuem relacionamentos pouco afetivos e muitas vezes agressivos, que
não oferecem estímulos, levando-os a uma baixa-estima comprometendo assim , a
construção do seu conhecimento cognitivo .
Devido ao grande número de alunos das classes populares, que não
conseguem alcançar os objetivos propostos dentro das séries iniciais e por
permanecerem até o término do 1º grau portadores de defasagens, que levam ao
comprometimento da sua aprendizagem, consideramos socialmente relevante
analisarmos o aspecto afetivo, ressaltando a valorização de sua auto-estima.
O objetivo geral do trabalho é pesquisar a importância da valorização da
auto-estima na aprendizagem. E os objetivos específicos são:
# Refletir sobre a influência do aspecto afetivo em relação ao cognitivo;
# Investigar se a dificuldade de aprendizagem do aluno refere-se a sua
auto-estima ;
# Analisar as causas encontradas em relação à auto-estima e
correlacioná-las com o processo de aprendizagem do aluno;
# Identificar atividades que sejam relevantes para modificar o
comportamento da criança e despertar seu interesse.
Por acreditarmos que, ao final do trabalho, vamos perceber uma
correlação entre auto-estima e aprendizagem é que nos imbuímos do desejo de
desenvolvê-lo.
O público alvo de nossa pesquisa é crianças e adolescentes da Rede
Pública de Ensino do Município de Niterói, mas especificamente das Comunidades
do Morro do Arroz, da Chácara e do Estado , as quais compõem o alunato da Escola
Municipal Alberto Francisco Torres .
Considerando que a auto-estima também se constrói a partir da motivação
e do desejo, resolvemos enfocar neste trabalho o universo do prazer, através de
8
atividades lúdicas iremos ajudar o aluno a se sentir mais seguro e impulsioná-lo para
a aprendizagem. O prazer é necessário à vida. Buscar coisas que tragam prazer é
algo essencial à vida.Também transformar o nosso viver diário, o modo como
realizamos as coisas é fundamental. O prazer é a expressão máxima do respeito
àquilo que somos, necessitamos. Podemos nos sentir perdedores ou vencedores
dependendo da maneira como conduzimos as nossas vidas. Portanto devemos
induzir nossos alunos para que se tornem livres, audaciosos, felizes e ao mesmo
tempo responsáveis.
Como lidamos com as nossas dificuldades cotidianas? A idéia de
obstáculo intransponível é algo que gera reações, em nível emocional, de
desestímulo e incapacidade frente à realidade. A acomodação que percebemos em
grande parte das pessoas diante a uma realidade dura tem muito a ver com a falta de
estímulo, de interesse, de prazer que elas possuem.
CAP. I - COMO SE APRENDE ?
A criança aprende o tempo todo, mas não necessariamente aquilo que os
pais e professores tentam ensinar-lhes de forma intencional.
A relação ensino-aprendizagem nem sempre é linear e direta: nem tudo
que se ensina, se aprende e às vezes aprendem-se coisas que não se pretendiam
ensinar.
Além da expressão oral e da ordenação do pensamento infantil há o
desenvolvimento do raciocínio lógico - matemático da psicomotricidade e do aspecto
sócio-emocional contribuindo para que a criança ou o "sujeito”,seja ajudado na sua
totalidade, onde todas as partes do desenvolvimento são atendidas adequadamente .
Acreditando nesta inter-relação, não podemos tratar isoladamente cada
parte deste processo que leva à aprendizagem. Pois o cognitivo depende do afetivo,
que influi no psicológico, que está relacionado ao psicomotor, ao físico, ao emocional.
Portanto é fundamental que se preocupe com todos os aspectos do desenvolvimento
humano. Todos são igualmente importantes.
Segundo, Celso Antunes a idéia de inteligência que é mais difundida e a,
que é , naturalmente utilizada pela escola para medir o progresso de seus alunos tem
sua origem no início do Século XX , em Paris, quando um psicólogo chamado Binet
elaborou um teste que , medindo a inteligência , pudesse predizer quais crianças
iriam ter sucesso . Esse teste, que passou, a ser conhecido como "teste de
inteligência", media o QI (Quociente de Inteligência ) e , de uma certa forma ,
modelava as escolas francesas que procuravam desenvolver o que o teste de Binet
propunha apresentar " .
Por muito tempo pensou-se que um aluno inteligente era aquele que
possuísse uma inteligência verbal ou lingüística desenvolvida associada à
capacidade de desenvolver cálculos a que chamamos de inteligência lógico-
matemática.
Hoje sabemos que além destas inteligências possuímos outras,
totalizando nove, mas nada nos garante que novos estudos e novas pesquisas não
nos revelem ainda outras.
A escola tem que estar aberta a novas informações científicas-culturais e
portanto receptiva ao novo mundo que a cerca, procurando atualizar-se para receber
as crianças e os jovens do século .
10
No mundo de hoje o homem é avaliado por suas múltiplas inteligências e
não apenas por aquelas as quais estávamos acostumados desde o início do século a
valorizar. Urge, portanto, que a Escola que é uma parte desta sociedade emergente,
mostre sua capacidade de adaptação e sua importância como membro responsável
por mudanças e formação destas crianças e jovens que irão construir um novo
tempo.
Não podemos desprezar todo o conhecimento que o alunato traz quando
ele chega à escola. Sabemos que todos os outros saberes adquiridos por ele são
muito importantes devemos portanto respeitar e valorizar as habilidades que este
aluno possui . Cabe a escola não bloqueá-las e muito pelo contrário, ampliar o leque
de oportunidades deste aluno. Desenvolvendo cada vez mais as suas habilidades e
moldando-as a nova realidade científico-cultural que a escola tem para oferecer.
Gostaríamos de dar ênfase aqui aos aspectos que envolvem o processo
ensino-aprendizagem. Os estudiosos no assunto já pesquisaram e chegaram a
conclusão que são vários os fatores que possibilitam a aprendizagem ou são muitas
as causas que dificultam o processo de construção do conhecimento do aluno.
Pretendemos nos deter nos aspectos relacionados a parte afetiva do
aprendiz . Por exemplo: Como podemos estimular o aluno para que ele consiga
trabalhar melhor a construção da sua auto-estima, para que reverta positivamente no
seu processo de aprendizagem?
Habituados que estamos de trabalhar em escolas, cuja clientela é em sua
maioria composta de alunos portadores das mais variadas carências, no que tange
ao aspecto sócio-econômico e afetivo-emocional, interessamo-nos por analisarmos a
interferência que este último aspecto possui em relação à aprendizagem.
Pessoas portadoras de uma auto-estima bem desenvolvida são otimistas,
porque fazem uma imagem de si mesmas bem positiva. Isto levá-as a terem prazer
no que fazem, possuindo um desejo de aprender, de conhecer, de aperfeiçoar-se .
..."ensinar, aprender, estudar são atos sérios mas também provocadores de alegria . Para educadores democrático o ato de ensinar , de aprender , de estudar são quefazeres exigentes , sérios , que não apenas provocam contentamento , mas que em si já são alegres ." ( Freire,Paulo-2001,p.72)
E para que haja alegria em aprender, motivação e interesse em descobrir
o desconhecido é necessário que a auto-estima daquele que aprende seja favorável.
11
Para Lúcia Moysés "o autoconceito é a percepção que a pessoa tem de si
mesma, ao passo que a auto-estima é a percepção que ela tem do seu próprio valor"
.
Baseando-nos em leituras feitas, podemos observar que o cognitivo
recebe influência do afetivo. E que por muitas vezes sentimos dificuldades de
explorarmos a parte intelectual, se não nos preocuparmos em trabalhar o afetivo dos
nossos alunos.
"...é possível perceber , ainda que no modo implícito , sua profunda preocupação em integrar (e analisar de modo dialético) os aspectos cognitivos e afetivos do funcionamento psicológico humano...Vygotsky concebe o homem como ser que pensa , raciocina , deduz e abstraí , mas também como alguém que sente , se emociona ,deseja , imagina e se sensibiliza . "(Rego,Teresa Cristina - 2000,p.120 e121)
Referimo-nos à relação entre intelecto e afeto. A sua separação enquanto
objetos de estudo é uma das principais deficiências da psicologia tradicional, uma
vez que esta apresenta o processo de pensamento como um fluxo autônomo de
pensamentos que pensam a si próprios, dissociado da plenitude da vida, das
necessidades e dos interesses pessoais , das inclinações e dos impulsos daquele
que pensa .
“A análise em unidades indica o caminho para a solução desses
problemas de importância vital. Demonstra a existência de um sistema dinâmico de
significados em que o afetivo e o intelectual se unem."( Vygotsky , 1988,p.6-7 )
Para partirmos em busca de uma análise mais profunda destas questões,
que nos intrigam e nos estimulam em busca de respostas, vamos observar o que diz
Alicia Fernández.
"Para que haja aprendizagem, intervêm o nível cognitivo e o desejante, além do organismo e do corpo. Igualmente, a medida em que se apreende o objeto do conhecimento, aumenta-se o desconhecimento, constata-se assim a busca de novos conhecimentos. Ambos circuitos , o do desejo e o da inteligência , enfrentam-se com a falta , com a carência ." ( 1991,p.74 e 75 )
Cada um de nós possui uma maneira particular de aprender, ou seja, é
pessoal a forma de se aproximar do conhecimento. Desde a mais tenra idade a
criança se depara com a necessidade de aprender.
Para nos aproximarmos do conhecimento vamos deixar transpor
características de nossa personalidade.
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Como analisamos no início deste capítulo são vários os fatores que
interferem no nosso processo de aprendizagem. E podemos observar que, como nós
possuímos uma história que vai sendo construída ao longo da trajetória de nossa
vida, da mesma forma ao aprendermos a nossa experiência familiar e social vai
refletir sobre como aprenderemos, como alcançaremos esta aprendizagem.
A opinião que a criança tem de si mesma está intimamente relacionada
com sua capacidade para a aprendizagem e com seu rendimento. O auto- conceito
se desenvolve muito cedo na relação da criança com os outros .
Os pais atuam como espelhos, que devolvem determinadas imagens ao
filho. O afeto é muito parecido com o espelho.Quando demonstra afetividade por
alguém, essa pessoa torna-se meu espelho e eu me torno o dela e refletindo um no
sentimento de afeto do outro, desenvolvemos o forte vínculo do amor, essência
humana, em matéria de sentimento.
É nesta interação afetiva que desenvolvemos nossos sentimentos positiva
ou negativamente e construímos a nossa auto-imagem.
Se os pais estão sempre opinando a partir de uma perspectiva negativa
para os filhos e se estão sempre taxando-os de inúteis e incapazes ou usando de
zombarias e ironias , irá se formando neles uma imagem "pequena" de seu valor . E
se com os amigos, na rua e na escola, repetem-se as mesmas relações, teremos
uma pessoa com auto-estima baixa e baixo sentimento de auto-avaliação.
Entre os professores e os seus alunos percebe-se em alguns casos que o
profº coloca-se como aquele que detém o conhecimento, mostram-se frente aos seus
alunos como sendo o Conhecimento e portanto não dão espaço nem permissão para
o desejo de conhecer dos seus alunos .
O aspecto afetivo tem uma profunda influência sobre o desenvolvimento
intelectual. Ele pode acelerar ou diminuir o ritmo de desenvolvimento, pode
determinar sobre que conteúdos a atividade intelectual se concentrará.
Na teoria de Piaget, o desenvolvimento intelectual é considerado como
tendo dois componentes: um cognitivo e outro afetivo. Paralelo ao desenvolvimento
cognitivo está o desenvolvimento afetivo. Afeto inclui sentimentos, interesses,
desejos, tendências, valores e emoções em geral.
Piaget aponta que há aspectos do afeto que se desenvolvem. E o afeto
apresenta várias dimensões, incluindo os sentimentos subjetivos (amor, raiva,
depressão) e aspectos expressivos (sorrisos, gritos , lágrimas ) . Na sua opinião, o
13
afeto se desenvolve no mesmo sentido que a cognição ou inteligência. E é
responsável pela ativação da atividade intelectual.
Em vários livros Piaget descreveu cuidadosamente o desenvolvimento
afetivo e cognitivo do nascimento até a vida adulta, centrando-se na infância. Com
suas capacidades afetivas e cognitivas expandidas através da contínua construção,
as crianças tornam-se capazes de investir afeto e ter sentimentos validados nelas
mesmas.
Nestes aspectos, a auto-estima mantém uma estreita relação com a
motivação ou interesse da criança para aprender.
O afeto é o princípio norteador da auto-estima. Após desenvolvido o
vínculo afetivo, aprendizagem, a motivação e a disciplina com "meio" para conseguir
o auto-controle da criança e seu bem estar são conquistas significativas .
“Foi então que compreendi a importância de trabalhar a auto-estima do
aluno antes que ele se desacredite, antes que ele se cale antes que ele abandone a
escola." (Moysés, Lúcia 2001,p.14)
CAP II - COMO FORMAMOS A NOSSA AUTO-ESTIMA:
2.1 CONCEITUANDO E ANALISANDO OS FATORES QUE LEVAM A
FORMAÇÃO DA AUTO-ESTIMA
No caso da criança pequena, verificou-se que a formação do autoconceito
obedece ao seu desenvolvimento cognitivo.
As relações da criança com as pessoas à sua volta vão sendo
estabelecidas, inicialmente, por meio da linguagem não-verbal e, depois, pela
linguagem propriamente dita . No caso da não verbalização, percebe-se através de
sutilezas as reações de alegria ou de aborrecimento que seus atos provocam nos
outros. A forma como os adultos a tratam, se carinhosamente, demonstrando que ela
é aceita e querida ou rispidamente, vai contribuir para a formação de sua auto-
estima. Os adultos costumam reagir aos comportamentos das crianças pequenas ora
com aplausos e incentivos, ora com zangas e repreensões.Ela vai ouvindo se é
"boazinha e bonitinha" ou "boba e feia". Com o passar do tempo ela vai
internalizando estes conceitos e aquilo que surgiu como um processo interpessoal
começa a ser incorporado à própria estrutura cognitiva da criança, tornando-se
pessoal. Ela própria passa a se conceituar da forma como foi estigmatizada.
Vygotsky nos alerta que a transferência está ligada a mudanças e que
essas "são incorporadas em um novo sistema com suas próprias leis". A passagem
dos conteúdos interpsicológicos não se dá automaticamente. Ao contrário, eles irão
interagir com os conteúdos já existentes na mente da criança, isto é, com o "novo
sistema com suas próprias leis".
Cada criança reagirá frente a esta situação de avaliação por parte dos
adultos de acordo com a sua individualidade. O resultado final será a mescla do
social representado por pessoas e circunstâncias que a cercam.
Bahtkin soube resumir esse processo de forma magistral ao afirmar: "as
palavras dos outros introduzem sua própria expressividade, seu tom valorativo , que
assimilamos , reestruturamos e modificamos ."(1992.p.314)
Há, de fato, "muitas vozes" ao nosso redor, vozes que vão plasmando
nosso conceito sem que o percebamos. Surgem nas mais diferentes situações. Em
meio a uma briga, uma brincadeira ou a um simples comentário, essas vozes dizem
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coisas que nos calam no fundo do coração. Internalizadas, transformam-se, mais
adiante, na nossa própria voz.
Para conceituar o que seria a auto-estima, podería-se dizer que é a
percepção que o indivíduo tem dele próprio. É a avaliação que se tem, a seu próprio
respeito. Quando o indivíduo gosta da avaliação que faz de si próprio, quando ele se
sente merecedor de respeito, quando acredita ser capaz de vencer desafios pode-se
afirmar que este sentimento de valor constituí-se na sua auto-estima.
A criança que percebe que tem êxito no que faz começa a confiar em suas
capacidades. E quanto mais acredita que “Pode Fazer”, mais consegue. Por isso,
poder-se afirmar a importância do autovalor ou auto-estima para o processo de
aprendizagem cognitiva.
É importante ensinar à criança que ela pode fazer algumas coisas bem e
que pode ter problemas com outras coisas. E que esperamos que faça o melhor que
puder.
Para ajudá-la a criar bons sentimentos é importante elogiá-la e incentivá-la
quando procura fazer alguma coisa, fazendo-a perceber que tem direito de sentir que
é "importante", que "pode aprender", que "consegue" e que sua família lhe quer bem
e a respeita. Devemos oportunizar a aprendizagem oferecendo ao educando tarefas
que cabem a sua idade, mas que ao mesmo tempo sejam desafiadoras e possíveis
de serem realizadas.Tanto em sala de aula ou com suas famílias deve-se solicitar a
ajuda da criança, partilhando com ela pequenos afazeres, vale até aplausos às suas
conquistas.
Também é uma boa ajuda admitirmos nossos próprios erros ou fracassos.
Ela precisa saber que também nós não somos perfeitos: "Sinto muito. Não devia ter
gritado. Fiquei o dia todo chateado ".
Portanto, é importante estabelecer metas realistas e adequadas à idade
do aprendiz. Dê-lhe oportunidades de desenvolver-se sem super protegê-lo ou sem
pressioná-lo, nem compará-lo com outras crianças. Assim, ele formará um conceito
positivo de si mesmo. E para desenvolver esse sentimento, estimule-o quando ele
sentir que não tem condições de realizar algo. Talvez tenha de dizer-lhe: "Claro que
você pode. Vamos , vou te ajudar ." Não esquecendo que devemos sempre assumir
relações de respeito mútuo com as crianças e não devemos ter atitudes autoritárias .
Os pais e professores podem encorajar as crianças a resolverem problemas por
mesmas e a desenvolverem a autonomia. Os professores podem promover a
interação social nas salas de aula estimulando-a ao questionamento e ao exame de
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qualquer problema que pode ser levantado pela criança. Existe valor intelectual em
trabalhar com os interesses morais espontâneos.
É importante para o desenvolvimento mental da criança o conflito de
opiniões, onde ela ouvindo argumentos diferenciados dos seus colegas terá
oportunidade de reorganizar seus próprios conceitos. Cabe ao professor envolver e
proporcionar discussões de problemas morais que possibilitarão aos alunos
experimentar este desequilíbrio cognitivo. Estes conceitos devem ser construídos por
ela a partir de suas próprias experiências. Pais e professor são os, em geral,
organizam o meio social ao qual a criança se adapta e a partir do qual ela aprende.
Muitas vezes dizemos que queremos desenvolver conceitos de justiça, de igualdade
social, de cooperação, que queremos transmitir aos nossos educandos atitudes não
preconceituosas e na verdade estamos oferecendo aos mesmos um ambiente cujo o
sentido de justiça tem por base apenas a autoridade . Sem percebermos tratamos os
nossos alunos em algumas situações, de forma discriminatória e possuímos
comportamentos preconceituosos em relação ao aspecto social, racial e também
quanto ao aspecto do conhecimento.
"A força do educador democrata está na sua coerência exemplar: é ela que sustenta sua autoridade. O educador que diz uma coisa e faz outra, eticamente irresponsável, não é só ineficaz: é prejudicial . Desserve mais do que o autoritário coerente " . "(Freire, 2001-p.73")
O professor tem que ter o cuidado para não se colocar frente aos seus
alunos, como onipotente, sendo ele o próprio conhecimento, evitando assim que seus
alunos se arrisquem e cresçam.
Devemos estar atentos para oferecer aos nossos alunos a oportunidade
de aprender, aceitando que eles possam absorver o conhecimento passado sem nos
idealizar, sem considerar que sabemos tudo.
"O ensinante tem que fazer este interjogo entre mostrar e guardar. Guardar é deixar que o outro pergunte para que encontre suas próprias respostas. O que posso fazer é mostrar como fiz para chegar a esse conhecimento, transmitir algo dessa experiência, desse processo". (Fernandez , Alicia - 1991 ,p.172)]
2.2- A INFLUÊNCIA DA AFETIVIDADE :
17
Ao pesquisarmos sobre afetividade nos deparamos com algumas
perguntas: -Qual a importância da afetividade na relação entre professor e aluno? -
De que forma ela interfere na aprendizagem deste aluno? -A afetividade é importante
na formação da auto -estima?
Ao se falar da inteligência e da aprendizagem precisamos nos referir
também, e sempre, à emoção, às ligações e inter-relações afetivas. Seria impossível
entender o desenvolvimento da inteligência sem um desenvolvimento integrado e
convergente cada vez maior de nossos interesses e amores por aquilo que olhamos,
tocamos e fazemos. Quando fazemos o que gostamos nos sentimos curiosos,
alimentados para novas aprendizagens.
O aspecto afetivo tem uma profunda influência sobre o desenvolvimento
intelectual. Ele pode acelerar ou diminuir o ritmo do desenvolvimento. Na teoria de
Piaget, o desenvolvimento intelectual é considerado como tendo dois componentes:
um cognitivo e outro afetivo. Paralelo ao desenvolvimento cognitivo está o
desenvolvimento afetivo. Afeto inclui sentimentos, interesses, desejos, tendências,
valores e emoções em geral. Piaget aponta que há aspectos do afeto que se
desenvolvem.
O afeto apresenta várias dimensões, incluindo os sentimentos subjetivos
(amor, raiva,depressão) e aspectos expressivos (sorrisos, gritos , lágrimas ) . Na sua
visão, o afeto se desenvolve no mesmo sentido que a cognição ou inteligência. E é
responsável pela ativação da atividade intelectual.
Piaget descreveu cuidadosamente o desenvolvimento afetivo e cognitivo
do nascimento até a vida adulta, centrando-se na infância. Com suas capacidades
afetivas e cognitivas expandidas através da contínua construção, as crianças tornam-
se capazes de investir afeto e ter sentimentos validados nelas mesmas.
Neste aspecto, a auto-estima mantém uma estreita relação com a
motivação ou interesse da criança para aprender. O afeto é o princípio norteador da
auto-estima. Após desenvolvido o vínculo afetivo , a aprendizagem , a motivação e a
disciplina como "meio" para conseguir o auto-controle da criança e seu bem estar são
conquistas significativas .
A criança que se sente amada, aceita, valorizada e respeitada, adquire
autonomia, confiança e aprende a amar desenvolvendo um sentimento de auto-
valorização e importância .A auto-estima é uma coisa que se aprende. Se uma
criança tem uma opinião positiva sobre si mesma e sobre os outros, terá maiores
18
condições de aprender. O sentimento de baixa-estima que a falta de afeto
proporciona levará a criança a não se esforçar muito, a não ter desejo de aprender, a
ficar indiferente diante do êxito ou do fracasso. E esse sentimento pode criar
problemas de aprendizagem e de comportamento. A criança que é tratada
indiferentemente pelos seus pais e professores, que nunca é estimulada para
aprender, que ninguém observa os seus afazeres escolares, que os pais esquecem
de perguntá-la sobre a sua vidinha, sobre o seu dia , se foi bem na avaliação , ela
não tem estímulo para aprender .
Para se sentir amada a criança precisa de um tom de voz que lhe seja
agradável e suave, produzindo um ambiente sereno e sem tensão. Ela precisa ouvir
palavras como: "Gosto de você!" "Amo você!" Ela não pode ser comparada a outra,
mas aceita como é . Quando preciso diga-lhe que não aprova ou não gosta de certas
coisas que ela faz, mas deixe claro que gosta sempre dela.
O modelo da criança é o adulto, por isso ele deve procurar sorrir sempre e
cuidar do seu modo de agir diante dela. Oferecer-lhe segurança e não lhe negar a
mão, para que se sinta amada e possa não ter medo, face as novas experiências que
lhe são propostas. Quanto mais coisas ela realiza, mais segura se sente. Se
necessário não tema incentivá-la a brincar com outras crianças, fazendo com que se
relacione com pessoas diferentes. E a frente destas, que nunca se sinta
envergonhada, nem ridicularizada.
A idade escolar proporciona à criança a possibilidade de estabelecer
relações diversificadas. Saindo da esfera familiar a criança vai penetrar num mundo
novo, onde ela vai poder desabrochar enquanto "indivíduo", ao mesmo tempo em que
ela se integra enquanto "ser social". O que distingue o meio familiar do meio escolar
são a natureza e a diversidade das relações que os constituem.
Essa oportunidade de conviver num ambiente menos estruturado e menos
estável que a família, proporciona a participação em grupos, cuja integração inclui
seguir regras, assumir tarefas e, principalmente , reconhecer suas capacidades e
respeitar a si próprio mediante o outro .
"As normas que sua participação no grupo lhe impõem obrigam a criança a regular a sua ação e controlá-la perante o outro como se estivesse diante de um espelho; obrigam-na, em suma, a fazer uma imagem como que exterior a si própria e de acordo com exigências que lhe reduzem a espontaneidade absoluta e a subjetividade infanti ."(wallon,1986,p.177)
19
A escola torna-se assim um meio para edificação do eu, na medida que
proporciona à criança estabelecer relações com os mais variados grupos. É na
relação com o outro, nas trocas e interações, que delimitamos o nosso próprio "eu".
O meio social é de suma importância para a formação da criança, pois
além de desenvolver sua sociabilidade ele vai propiciar o desenvolvimento da
personalidade. Por isso, a importância de que este meio seja diversificado e acima de
tudo, "sadio".
É indiscutível a relevância da ação da família e da escola no
desenvolvimento da criança.
E a escola deve procurar garantir o seu lugar no desenvolvimento do seu
educando sem seguir nenhum outro modelo.São as diferenças de estabilidade e
estrutura dos meios que proporcionam à criança o crescimento como indivíduo.
Wallon condena a reprodução dos modelos familiares na escola, pois, cada meio,
com suas devidas interações, tem sua parcela de contribuição para o crescimento da
criança .
A relação professor-aluno oferece riquíssimas possibilidades de
crescimento. Os conflitos que podem surgir dessa relação desigual exercem um
importante papel na personalidade da criança.
O professor deve administrar estes conflitos e se assim o fizer revelar-se-á
como alguém potencialmente necessário na trajetória de delimitação do eu.
"As pessoas do meio nada mais são , em suma , do que ocasiões ou
motivos para o sujeito exprimir-se e realizar-se ."( Wallon 1986 , p. 164)
Alícia Fernandez nos fala da importância do outro:
"O outro que está construído por todos os outros, que simbolicamente permitem reconhecer a individualidade construída especularmente.O outro que devolve a própria unidade , a própria integridade . Esse outro devolve especularmente a possibilidade de reconhecer-se como uma unidade , porém só se pode apreciá-lo completo quando o espelho de vidro nos reproduz a imagem corporal , incluindo o rosto. O outro, tal qual o espelho, também devolve a imagem de coisa completa , que alguém só nunca alcança.”( 1991-p.68 e 69 )
Cap. III - COMO PODEMOS ESTIMULAR E OFERECER AOS
ALUNOS UMA NOVA PERSPECTIVA?
3.1 - "A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NO PROCESSO DE
APRENDIZAGEM E NA CONSTRUÇÃO DA AUTO-ESTIMA DO
APRENDIZ".
Todos que estudam a fundo as Teorias da Educação são unânimes em
reconhecer a motivação como fator fundamental para que a aprendizagem ocorra.
Mesmo que, os enfoques variem dependendo da linha psicológica adotada é
reconhecido que a pessoa predisposta a aprender o faz com muito maior facilidade e
significado.
Considerando que a prática diária de nossas escolas nem sempre estão
em acordo com as necessidades dos nossos alunos, vamos discorrer sobre alguns
aspectos para analisarmos a importância da motivação no aprendizado dos mesmos.
A criança oriunda do pré-escolar ou da casa fica super entusiasmada com
a chegada da hora de ir à escola.Ela vê os seus pais e irmãozinhos lendo, tem
acesso à livros infantis e vai se familiarizando com as letras . Ao chegar a idade de ir
para a Escola se alfabetizar, ela está motivada e ansiosa para que isso ocorra. Para
que ela fique mais feliz e estimulada ela ganha lápis, borracha , apontador , lápis de
cor , mochila do desenho preferido e toda uma série de aparatos os quais ela precisa
e que fazer uso na Escola.
Infelizmente ao chegar à Escola ela vai percebendo que aquele mundo
imaginário que ela estabeleceu para ela, não corresponde à realidade e começa a
ver seus sonhos frustrados. São impostas várias regras que não sabia que iria
encontrar.
"O problema de aprendizagem reativo", ao contrário, afeta o aprender do sujeito em suas manifestações, sem chegar a atrapar a inteligência : geralmente surge a partir do choque entre o aprendente e a instituição educativa que funciona expulsivamente . Para entendê-lo e abordá-lo, devemos apelar à situação promotora do bloqueio.” ( Fernández, Alicia 1991-p.82)
Cabe ao professor compensar este distanciamento entre o que foi
imaginado e a realidade.O afeto entre o professor e o aluno contribui muito para a
aprendizagem por isso , a atuação do professor ser fundamental . O aprendiz vive
uma ansiedade, uma angústia anterior a conquista da aprendizagem. Esta
22
aprendizagem depende dele, mas também da sua relação com o ensinante, com o
objeto a ser ensinado e com o mundo que o cerca. Caso ele não encontre este
estímulo, esta busca pelo conhecimento pode lhe proporcionar um desprazer, que
acarretará não só uma experiência negativa em relação ao "conhecimento" a ser
conquistado, como em relação a qualquer tipo de aprendizagem, trazendo à tona
dificuldades reminiscentes, que poderão criar bloqueio a novas conquistas e ainda
deixarão uma sensação de frustração e até incapacidade. Podendo assim trazer-lhe
comprometimentos que dificultarão sua relação ensino-aprendizagem e também em
relação ao mundo em geral.
O professor também tem que estar antenado e ter uma visão crítica da
sociedade. Percebendo o seu papel social ele tem que se dar conta das condições
em que vive seu aluno, nesta sociedade estratificada e com realidades tão perversas.
Ele deve compreender e aceitar esta criança, oferecendo-lhe oportunidades,
tentando por sua vez diminuir esta agressiva disparidade social.
"Jamais aceitei que a prática educativa devesse ater-se apenas à "leitura da palavra" , à "leitura do texto", mas também à "leitura do contexto", à "leitura do mundo" . (Freire , 2001 - p.30)
A Escola é o exemplo marcante da rotina desmotivadora, da falta de
personalização e do cerceamento da liberdade. É nela que os alunos aprendem que
a vida tem de ser rotineira.
Por muito tempo temeu-se a presença do indivíduo motivado, porque era
sinônimo de criatividade, liberdade e senso crítico. Era preferível o aluno temeroso,
obediente que ficasse calado frente aos novos desafios. Significava menos
problemas para a Instituição.
Existem idéias, concepções e teorias que sustentam a prática de qualquer
professor, mesmo quando ele não tem consciência delas. Por exemplo: No modelo
de ensino-aprendizagem empirista o aluno é passivo, é uma aprendizagem fora do
sujeito, o aluno é mero depósito de conhecimento. Já numa prática onde o aluno é
protagonista do seu próprio processo de aprendizagem ele vai se utilizar da
observação , da experimentação que vai oportunizar a aprendizagem para o aluno.
Quando a maneira que o alunato dispõe para atender é a cópia, a
memorização, o ditado, a repetição ele vai se tornar um ser pouco criativo e crítico.E
se sentirá não participante do processo pedagógico.
23
"O autoritarismo do educador não se manifesta apenas no uso repressivo da autoridade, que restringe arbitrariamente os movimentos dos educandos. Manifesta-se igualmente num sem número de oportunidades. Na vigilância doentia sobre os educandos, na falta de respeito à sua criatividade, à sua identidade cultural. Na falta de acatamento à maneira de estar sendo dos alunos das classes populares, na maneira como os adverte ou os censura. Na estreiteza com que compreende o binômio ensinar / aprender no qual o educando é reduzido à memorização mecânica do que o professor deposita nele. Professor bancário. "( Freire,2001-p.73)
Para se alfabetizar é necessário que a criança estabeleça hipóteses,
argumente, faça deduções lógicas e inteligentes. Cada criança quando se alfabetiza
ou em qualquer momento de seu processo ensino-aprendizagem ela depende e
necessita de um sistema de motivação. A sua auto-estima que é um dos elementos
fundamentais que possibilitará a aprendizagem do aluno, também necessita da
motivação.
As atividades propostas em sala de aula têm que ter significado para os
alunos, é preciso encontrar a utilidade da leitura, da escrita ou de qualquer outra
atividade produzida em sala de aula. Por exemplo: Lemos para saber as notícias do
dia, para aprender as regras do jogo, para usar corretamente o medicamento ou
aprender a receita do bolo e etc...
A experiência diária é propulsora de novos conhecimentos. O professor
deve apresentar situações significativas para os seus alunos, que tenham a ver com
sua realidade. Deve procurar fornecer informações que favoreçam a reelaboração do
conhecimento, e não resumir sua proposta a uma simples apresentação de
definições científicas.
O aprendiz tem que ser incentivado a expor as suas idéias e ser levado a
perceber que, no decorrer da história, outras pessoas tiveram a mesma coragem de
defender seus pontos de vista, mesmo que eles pudessem depois ser derrubados.
Só desta forma ele poderá adquirir confiança e poder ao longo de sua vida enfrentar
os desafios que lhe são propostos.
Lidar com temas que estão muito distante da realidade dos alunos ou frear
a curiosidade da criança dizendo-lhe que não é hora de aprender isto ou aquilo, torna
os alunos desmotivados levando-os ao desinteresse e a resultados baixos na
aprendizagem.
Deixar que os alunos tragam a sua vivência para que se sintam
valorizados em sua auto-estima vai integrar este aprendiz à escola. Devemos
24
estimulá-las a escrever e falar sobre o que gostam, como vivem, o que pensam.
Sentindo-se aceita, percebendo que a imagem que os outros tem dela é positiva,
influirá na formação da sua própria imagem e assim a criança ficará motivada para
aprender aquilo que a Escola tem a lhe dizer.
A partir do conhecimento que o aluno já possui e ao adquirir os
conhecimentos científicos que a escola proporciona, que ele poderá fazer
correlações que levarão a novas aprendizagens.
A Escola é o exemplo marcante da rotina desmotivadora, da falta de
personalização e do cerceamento da liberdade. É nela que os alunos aprendem que
a vida tem de ser rotineira.
Por muito tempo temeu-se a presença do indivíduo motivado, porque era
sinônimo de criatividade, liberdade, senso crítico. Era preferível o aluno temeroso,
obediente que ficasse calado frente aos novos desafios. Significava menos
problemas para a Instituição.
Existem idéias, concepções e teorias que sustentam a prática de qualquer
professor, mesmo quando ele não tem consciência delas. Por exemplo: No modelo
de ensino-aprendizagem empirista o aluno é passivo, é uma aprendizagem fora do
sujeito, o aluno é mero depósito de conhecimento. Já numa prática onde o aluno é
protagonista do seu próprio processo de aprendizagem ele vai se utilizar da
observação , da experimentação que vai oportunizar a aprendizagem para o aluno.
Quando a maneira que o alunato dispõe para atender é a cópia, a
memorização, o ditado, a repetição ele vai se tornar um ser pouco criativo e crítico.E
se sentirá não participante do processo pedagógico.
"O autoritarismo do educador não se manifesta apenas no uso repressivo da autoridade, que restringe arbitrariamente os movimentos dos educandos. Manifesta-se igualmente num sem número de oportunidades. Na vigilância doentia sobre os educandos, na falta de respeito à sua criatividade, à sua identidade cultural. Na falta de acatamento à maneira de estar sendo dos alunos das classes populares, na maneira como os adverte ou os censura. Na estreiteza com que compreende o binômio ensinar / aprender no qual o educando é reduzido à memorização mecânica do que o professor deposita nele . Professor bancário. "( Freire,2001-p.73)
Para se alfabetizar é necessário que a criança estabeleça hipóteses,
argumente, faça deduções lógicas e inteligentes. Cada criança quando se alfabetiza
ou em qualquer momento de seu processo ensino-aprendizagem ela depende e
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necessita de um sistema de motivação. A sua auto-estima que é um dos elementos
fundamentais que possibilitará a aprendizagem do aluno, também necessita da
motivação.
As atividades propostas em sala de aula têm que ter significado para os
alunos, é preciso encontrar a utilidade da leitura, da escrita ou de qualquer outra
atividade produzida em sala de aula. Por exemplo: Lemos para saber as notícias do
dia, para aprender as regras do jogo, para usar corretamente o medicamento ou
aprender a receita do bolo e etc...
A experiência diária é propulsora de novos conhecimentos. O professor
deve apresentar situações significativas para os seus alunos, que tenham a ver com
sua realidade. Deve procurar fornecer informações que favoreçam a reelaboração do
conhecimento, e não resumir sua proposta a uma simples apresentação de
definições científicas.
O aprendiz tem que ser incentivado a expor as suas idéias e ser levado a
perceber que, no decorrer da história, outras pessoas tiveram a mesma coragem de
defender seus pontos de vista, mesmo que eles pudessem depois ser derrubados.
Só desta forma ele poderá adquirir confiança e poder ao longo de sua vida enfrentar
os desafios que lhe são propostos.
Lidar com temas que estão muito distante da realidade dos alunos ou frear
a curiosidade da criança dizendo-lhe que não é hora de aprender isto ou aquilo, torna
os alunos desmotivados levando-os ao desinteresse e a resultados baixos na
aprendizagem.
Deixar que os alunos tragam a sua vivência para que se sintam
valorizados em sua auto-estima vai integrar este aprendiz à escola. Devemos
estimulá-las a escrever e falar sobre o que gostam, como vivem, o que pensam.
Sentindo-se aceita, percebendo que a imagem que os outros tem dela é positiva,
influirá na formação da sua própria imagem e assim a criança ficará motivada para
aprender aquilo que a Escola tem a lhe dizer.
A partir do conhecimento que o aluno já possui e ao adquirir os
conhecimentos científicos que a escola proporciona, que ele poderá fazer
correlações que levarão a novas aprendizagens.
3.2- A FUNÇÃO DO LÚDICO NO DESENVOLVIMENTO INFANTIL:
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A teoria de Piaget nos permite enxergar o conhecimento e o pensamento
dentro de uma ótica dinâmica e construtivista. Piaget desenvolveu todo seu estudo
sobre as estruturas da inteligência partindo do pressuposto que herdamos um
organismo, ou seja, um modo de funcionamento intelectual. Ao longo do tempo, as
estruturas biológicas e neurológicas entram num processo de maturação e com a
interação do meio ambiente, elas vão sendo construídas e diferenciadas , tornando-
se estruturas mentais . Desta forma, podemos concluir que Piaget deseja destacar a
importância que o mundo dos objetos e o ambiente social possuem para o
desenvolvimento cognitivo.
Outro aspecto do sistema Piagetiano que deve ser salientado são os
estágios de desenvolvimento. Uma vez admitido que uma seqüência de
desenvolvimento é passível de descrição em estágios, estes possuem certas
propriedades . Em primeiro é necessário que os estágios surjam numa ordem ou
seqüência invariável e constante. Em segundo é essencial que as estruturas que
definem os estágios anteriores integrem-se ou incorporem-se às estruturas dos
estágios seguintes . Terceiro critério fundamental é aquele segundo o qual as
propriedades estruturais que definem um certo estágio devem formar um todo
integrado .
Podemos resumir em linhas gerais o pensamento Piagetiano através de
uma pequena análise. A inteligência é uma adaptação e é organizada em estruturas
mentais. Por meio destas o sujeito assimila o meio. As estruturas mentais não são
pré - formadas, no sentido de programadas nos genes. Elas são construídas pelo
sujeito e daí a expressão "construtivismo" estar associada à teoria Piagetiana.
A teoria de Piaget é interacionista, ou seja , por meio da interação com o
meio que o sujeito constrói suas estruturas mentais e seu conhecimento .
Os comportamentos ditos inteligentes envolvem dois processos:
assimilação e acomodação. Para entendermos como funcionam estes processos,
vamos tentar explicar começando pela assimilação. A assimilação seria a
incorporação de algo novo ao conjunto de esquemas já existentes. Quando um bebê
consegue usar o bico da mamadeira, podemos dizer que assimilou o bico ao seu
esquema de sucção.
Já o processo de acomodação, envolve modificação de esquemas para
que o "novo"possa ser incorporado . Por isto, que os processos de assimilação e
acomodação são complementares.
27
Ao estudar a importância que o lúdico tem para o desenvolvimento
cognitivo , Piaget deu uma definição para jogo dizendo que é uma atividade em que a
assimilação predomina sobre a acomodação . Para Piaget: "É o jogo que transforma
o real por assimilação mais ou menos pura às necessidades do eu , ao passo que a
imitação é a acomodação mais ou menos pura aos modelos exteriores e a
inteligência é equilíbrio entre a assimilação e a acomodação ".(Piaget,1994,p.52)
O jogo propicia a construção do conhecimento principalmente durante os
períodos sensório - motor e pré- operatório. Ele descreve a evolução dos jogos
infantis classificando-os de acordo com sua estrutura . Seriam jogos de exercícios ,
jogos simbólicos e jogos de regras , correspondendo aos estágios da inteligência
sensório-motora , pré-operatória e operatória .
O faz-de-conta, a imitação e a dramatização ajudam a recriar experiências
que foram vividas e de difícil assimilação. O jogo pode servir para compensar ou
liquidar conflitos vividos, necessidades não satisfeitas ou até inversão de papéis.
Sintetizando a importância do jogo para a vida da criança, devemos
indicar que o papel do brincar seria o de desenvolver capacidades como percepções,
criatividade, inteligência , socialização , além do próprio componente físico. A
brincadeira, ou seja, o aspecto lúdico faz parte da estrutura do pensamento da
criança e o jogo constitui uma das fases da evolução do pensamento. Portanto,
incluir atividades lúdicas no processo de aprendizagem infantil torna-se indispensável
como bastante oportuno. O jogo não é apenas um divertimento ou brincadeira, ele
favorece o desenvolvimento cognitivo, afetivo, social e moral. As crianças ficam mais
motivadas a utilizar sua inteligência, fazem esforço para superarem os obstáculos
tanto de ordem cognitiva quanto emocional. Através da brincadeira, a criança cria
uma ponte do imaginário para o real e manipula a realidade. É brincando de casinha
que ela consegue entender as emoções que vivencia na realidade. Ao brincar, ela
explora suas emoções, cria as hipóteses necessárias para o entendimento. O
brinquedo é oportunidade de desenvolvimento, pois através dele ela experimenta,
descobre, inventa, aprende e confere habilidades. Além de estimular a curiosidade, a
autoconfiança e a autonomia, proporciona o desenvolvimento da linguagem, do
pensamento e da concentração e atenção.
Brincar é indispensável à saúde física, emocional e intelectual da criança.
Irá contribuir, no futuro, para a eficiência e o equilíbrio do adulto.
Brincar é um momento de auto-expressão e auto-realização. As atividades
livres com blocos e peças de encaixe, as dramatizações, a música e as construções
28
desenvolvem a criatividade, pois exige que a fantasia entre em jogo. Já o brinquedo
organizado, que tem uma proposta e requer desempenho, como os jogos (quebra-
cabeça, dominó e outros), constitui um desafio que promove a motivação e facilita
escolhas e decisões à criança .
O brinquedo suaviza o impacto provocado pelo tamanho e pela força dos
adultos, diminuindo o sentimento de impotência da criança. Brincando, sua
inteligência e sua sensibilidade estão sendo desenvolvidas. A qualidade de
oportunidades que estão sendo oferecidas à criança através de brincadeiras e
brinquedos ou jogos garantem que suas potencialidades e sua afetividade se
harmonizem . A ludicidade, tão importante para a saúde mental do ser humano é um
espaço que merece atenção dos pais e educadores, pois é o espaço para a
expressão mais genuína do ser, é o espaço e o direito de toda a criança para o
exercício da relação afetiva com o mundo, com as pessoas e com os objetos .
Um bichinho de pelúcia pode ser um bom companheiro. Uma bola é um
convite ao exercício motor, um quebra-cabeça desafia a inteligência e um colar faz a
menina sentir-se bonita e importante como a mamãe. Enfim, todos são amigos,
servindo de intermediários para que a criança consiga integrar-se melhor. As
situações problemas contidas na manipulação dos jogos e brincadeiras fazem a
criança crescer através da procura de soluções e de alternativas.O desempenho
psicomotor da criança enquanto brinca alcança níveis que só mesmo a motivação
intrínseca consegue. Como conseqüência à criança fica mais calma, relaxada e
aprende a pensar , estimulando sua inteligência . No lúdico, manifestam-se suas
potencialidades e ao observá-las poderemos enriquecer sua aprendizagem,
fornecendo através dos brinquedos os nutrientes ao seu desenvolvimento.
Brincando, a criança desenvolve seu senso de companheirismo. Jogando
com amigos, aprende a conviver, ganhando ou perdendo, procurando aprender
regras e conseguir uma participação satisfatória. No jogo, ela aprende a aceitar
regras, esperar sua vez, aceitar o resultado, lidar com frustrações e elevar o nível de
motivação. Nas dramatizações, a criança vive personagens diferentes, ampliando
sua compreensão sobre os diferentes papéis e relacionamentos humanos.
As relações cognitivas e afetivas da interação lúdica propiciam
amadurecimento emocional e vão pouco a pouco construindo a sociabilidade infantil.
O momento em que a criança está absorvida pelo brinquedo é um momento mágico
e precioso, em que está sendo exercitada a capacidade de observar e manter a
atenção concentrada e que irá inferir na sua eficiência e produtividade quando adulto.
29
"Descobrimos que os indivíduos vivem criativamente e sentem que a vida merece ser vivida ou, então, que não podem viver criativamente e têm dúvidas sobre o valor do viver. Essa variável nos seres humanos está diretamente relacionada à qualidade e à quantidade das provisões ambientais no começo ou nas fases primitivas da experiência de vida de cada bebê."(Winnicott,1975,p.102)
30
BREVES RELATOS DE EXPERIÊNCIAS :
O aluno C. chegou à Escola aos 7 anos de idade e ao chegar à Escola ele
teve que se defrontar com uma situação particular que lhe trouxe muita insegurança
e ocasionou vários problemas na área cognitiva .
Família oriunda do Nordeste veio para o Sudeste em busca de novas
oportunidades, se estabeleceram na comunidade onde está inserida a escol, área
com muitas dificuldades sócio-econômicas e problemas de violência.
O pai veio com a família, mas depois retornou à sua terra e lá arranjou
outra mulher. A mãe de C. inconformada partiu e deixou-o aqui só, com uma tia. A
situação do menino foi de abandono, já que foi assim que a mãe conduziu, na
medida que deu a entender que o marido era prioridade e aquele filho era um
incômodo naquele momento.
A partir daí esta criança se fechou no seu mundo, se isolava, o que
aprendia, logo em seguida regredia. Mas tarde, percebendo que não acompanhava a
turma passou a ser falante, perturbava os colegas enquanto eles faziam suas tarefas.
Os professores se sentiam incomodados com aquela criança que "não aprendia" e ao
mesmo tempo atrapalhava a aula. Até que ele chegou a ponto de bater em sua
cabeça com as duas mãos e dizer: -Eu sou Burro! ! !
Ele negava-se a uma convivência, pois estava sempre no final da sala, às
vezes até armava uma barraca para isolar-se. Percebeu-se que ele era altamente
criativo e passando a trabalhar a criatividade de C. ele demonstrou ser uma pessoa
afetuosa e se sentiu valorizado em sua auto-estima. A princípio C. não conseguia
gravar o nome do professor, a relação entre ele e o professor era difícil. Quando a
sua criatividade foi estimulada ele descontraíu-se, pois todos elogiavam e se
surpreendiam com os desenhos, as esculturas, as maquetes que realizava.
Presenteava aos professores com guarda-roupas, prédios de escolas, bonecos feitos
com materiais diversos e sucatas.
Tornou-se uma criança expansiva, adquiriu amigos e mudou sua relação
com os adultos. Quanto a aprendizagem cognitiva ele hoje está no Centro de
Otimização da Aprendizagem tem conseguido avanços, mas principalmente houve
uma mudança considerável no que se refere ao aspecto comportamental .
A sua auto-estima foi trabalhada, foram ditas palavras de aceitação, de
elogios. O senso crítico do aluno se desenvolveu, hoje ele gosta de freqüentar a
Escola é bem humorado e até divertido em suas considerações.
31
- Outro caso que podemos destacar o reflexo da auto-estima na
aprendizagem é da aluna C.S. Os professores ao se relacionarem com a criança
percebiam que ela ora era dengosa e dependente, ora agressiva, se colocando como
não aceita por colegas e professores. Quanto ao aspecto cognitivo a aluna a princípio
era muito desorganizada com seus afazeres e na hora de ler não identificava
nenhuma letra.
Ela foi acompanhada pelo SOE e foi feito um trabalho de reorientação da
aprendizagem onde se realizaram algumas entrevistas com os pais em que havia a
participação dos professores. Observamos na relação da aluna com a família, de
acordo com o discurso emitido pela sua mãe e padrasto, que eles achavam que a
filha tinha dificuldades de relacionamento e na aprendizagem porque ela era parecida
com o pai , pois ela era grande e desajeitada como ele .Seu irmão por parte de mãe
era fisicamente igual ao pai, seu padrasto e possuía um bom desenvolvimento
cognitivo.
Decidirmos por realizar um trabalho com a aluna onde valorizássemos
suas potencialidades e ela pudesse emitir opiniões, formar conceitos e etc... Foram
realizadas atividades diversificadas através de jogos, dramatizações, criações de
histórias, fantoches. A Escola estava organizando um grupo de teatro, uma bandinha
e um coral e por várias vezes ela foi estimulada a participar destas atividades. Ela
passou a fazer parte da bandinha e de algumas peças encenadas pelo grupo teatral
A aluna tornou-se mais independente, menos chorosa, menos insegura e
agressiva. Está mais confiante quanto a construção do seu conhecimento. Alegre e
estimulada ela mantém os seus cadernos bonitos e caprichados e já progrediu na
superação das dificuldades da leitura e escrita.
CONCLUSÃO:
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Chegando ao final deste estudo, seria pertinente analisarmos o propósito
que motivou nossa pesquisa.
No mundo de hoje onde a preocupação com a tecnologia, com o
conhecimento científico, com a sociedade globalizada impera, resolvemos enfocar
nosso estudo para a questão das emoções, da afetividade, do prazer para a
formação do homem como um ser completo, capaz sim, de trabalhando bem com
suas emoções chegar ao conhecimento científico, ao conhecimento sobre si e o
mundo que o cerca .
"No raciocínio de Paulo Freire, a racionalidade reclama racionalmente o
direito as suas raízes emocionais. É a volta à sombra da mangueira, ao ser humano
completo." ( Freire, Paulo - 2001 p.14 )
Pudemos observar que, uma criança que tem o seu valor reconhecido,
que se sente apoiada, estimulada, valorizada terá mais facilidade de enfrentar
qualquer situação perante a vida e será mais independente, mais segura para
superar as dificuldades e aproveitar as oportunidades que se lhe apresenta , inclusive
no que tange ao aspecto cognitivo .
Sem sombras de dúvidas, o lúdico é um aspecto que faz parte
naturalmente da vida do ser humano e que, portanto, influencia na aprendizagem.
Qualquer atividade que esteja relacionada com esse aspecto percebe-se uma dose
extraordinária de satisfação e prazer por aquele que irá executá-la. Dentro do
trabalho psicopedagógico, o lúdico contribui para desmistificar o tão complexo
problema da aprendizagem.
Tudo se torna mais leve e gostoso, se pudermos trabalhar com jogos,
brincadeiras, dramatizações, pinturas , desenhos e etc... Na verdade, o ser humano
recorre ao lúdico como meio de expressão do eu. Além disso, o lúdico ajuda o
homem a entender como é este mundo, ou melhor, a realidade na qual está inserido
e que muitas vezes lhe parece incompreensível.
O jogo aparece como interesse geral de todos, mas principalmente das
crianças. Esse desejo freqüente que as crianças possuem por brincar é de
importância relevante ao desenvolvimento integral. Além disso, realizam-se tarefas
diversas, muitas vezes, a respeito dos conteúdos escolares que são negados por
crianças com problemas de aprendizagem.
É fundamental para o desenvolvimento da criança o brincar, o inventar
coisas, a curiosidade.
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Concluindo a nossa análise obtivemos em nossa pesquisa a certeza de
que a aprendizagem requer prazer, e que só aprende quem se interessa pelo objeto
de estudo. Demonstramos neste trabalho a importância da relação do professor-
aluno, o cuidado que devemos sempre ter de propiciar aos nossos alunos aulas
motivadas, onde a alegria seja uma constante, utilizando atividades lúdicas e
prazerosas para que possamos levá-los ao conhecimento e, portanto, a bons
resultados em sua aprendizagem .
Foi muito bom estudar e formar opinião a respeito deste tema e finalmente
concluir este trabalho com a certeza que a tarefa do educador além de fundamental é
uma conquista que nos torna a cada dia mais completo enquanto ser humano, pois
estamos a serviço do crescimento e engrandecimento de outros seres em formação
sejam eles crianças, adolescentes ou adultos.
34
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
- ANTUNES, Celso - A Inteligência Emocional na Construção do Novo Eu
- Ed. Vozes, Petrópolis - 2000.
- MOYSÉS, Lúcia M . M . - A Auto-Estima se Constrói Passo a Passo - Ed .
Papirus , Campinas - 2001
- FREIRE, Paulo - À Sombra desta Mangueira - Ed. Olho d' água , São
Paulo - 2001
- REGO , Teresa Cristina - Vygotsky uma Perspectiva Histórico - Cultural
da Educação - Ed. Vozes , Petrópolis - 2001
- Fernández , Alícia - A Inteligência Aprisionada - Ed. Artes Médicas ,
Porto Alegre - 1991
- Vygotsky , Lev S. - A Formação Social da Mente - Martins Fontes , São
Paulo - 1988
- BAKHTIN , M . -Estética da Criação Verbal - Martins Fontes, São Paulo -
1992
- PIAGET, J . - A Tomada de Consciência - Melhoramentos - USP - São
Paulo - 1977
-WALLON, Henri - A Evolução Psicológica da Criança - Edições 70 -
Persona - 1968
-WINNICOTT, D.W. - O Brincar e a Realidade - Editora Imago - Rio de
Janeiro - 1975
- PAÍN, S . - Diagnóstico e Tratamento dos Problemas de Aprendizagem -
Artes Médicas - Porto Alegre - 1985
35
- WALLON, Henri -" Os Meios , os Grupos e a Psicogênese da Criança" -
In : Werebe , M . J. G. e Nadel Brulfert , J.- Ática - São Paulo - 1986
36
ANEXOS
37
FOLHA DE AVALIAÇÃO :
NOME DA INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
TÍTULO DA MONOGRAFIA: " A INTERFERÊNCIA DA AUTO-ESTIMA NO
PROCESSO DE APRENDIZAGEM "
AUTOR: MARCIA ROSANE DIAS HENRIQUES
DATA DA ENTREGA: 15 DE MARÇO DE 2003
AVALIADO POR:----------------------------------------- CONCEITO : ------------------------
AVALIADO POR: ----------------------------------------CONCEITO:---------------------------
AVALIADO POR:-----------------------------------------CONCEITO:---------------------------
CONCEITO FINAL :---------------------------------------
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