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MINISTÉRIO DA CULTURA, GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO,
SECRETARIA DA CULTURA, MUSEU DA IMAGEM E DO SOM
E MOSTRA INTERNACIONAL DE CINEMA EM SÃO PAULO APRESENTAM A EXPOSIÇÃO
3Stanley Kubrick é apresentada pela primeira vez na América Latina no Museu da Imagem e do Som, em parceria com a Mostra Interna-cional de Cinema em São Paulo.Nascido em 1928, em Nova York, Kubrick é autor de grandes clássi-cos do cinema, e reconhecido pelas inovações técnicas, diversidade e riqueza dos temas apresentados ao longo de sua carreira como fotó-grafo, diretor, roteirista e produtor. Mesmo antes de começar a fazer filmes, enquanto trabalhava como fotógrafo para a revista Look na década de 1940, Kubrick demonstrou, em suas composições, virtuo-sismo, que caracterizaria suas realizações como um dos diretores mais inovadores entre as décadas de 1950 e 1990.O que distingue Kubrick de outros cineastas é sua capacidade de construir filmes que nos surpreendem com o inesperado, e que logo é aprofundada por nossa percepção da integridade criativa de seu trabalho. Ele se inspirou em muitos outros artistas e formas de arte e, por sua vez, influenciou uma vasta gama de outros meios, inclu-indo filmes, arte e design. Dividida em dezesseis ambientes, a exposição insere o visitante em uma experiência multissensorial que possibilita um mergulho no rico universo deste cineasta norte-americano, a partir de uma expo-grafia inovadora concebida e adaptada pela direção do MIS. Além de trazer uma cronologia do artista desde o início da sua carreira como fotógrafo nos anos 1940 até os últimos filmes que concebeu, a ex-posição apresenta a singularidade de sua obra e suas influências a partir de mais de quinhentos documentos, materiais em áudio e ví-deo, e diversos objetos e figurinos originais usados em filmes como Lolita (1962), 2001: Uma odisseia no espaço (1968), Laranja mecânica (1971) e O iluminado (1980).Complementam a exposição os lançamentos do livro Stanley Kubrick, de Michel Ciment, coeditado pela Cosac Naify e pelo MIS, e do catálogo da exposição com fotos da montagem original concebida pelo Museu da Imagem e do Som, além da Retrospectiva Kubrick, aperitivo da 37ª Mos-tra Internacional de Cinema, realizada entre os dias 11 e 17 de outubro.
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ESTA EXPERIÊNCIA TEVE UM VALOR INESTIMÁVEL PARA MIM, NÃO SÓ PORQUE APRENDI MUITO SOBRE FOTOGRAFIA, MAS TAMBÉM PORQUE FOI COMO UM CURSO RÁPIDO A RESPEITO DE COMO AS COISAS ACONTECIAM NO MUNDO.
Quando o presidente norte-americano Franklin D. Roosevelt morre
em 12 de abril de 1945, todo o país fica de luto por ele. Na manhã
daquele dia, Stanley Kubrick, com dezesseis anos, fotografa um
vendedor de jornal. Cheio de confiança, Kubrick oferece a foto do
homem arrasado para as revistas Look e Life. A Look lhe oferece
25 dólares —mais que a concorrente. Pouco tempo depois, Kubrick
se torna o repórter fotográfico mais jovem contratado pela revista.
Tirar fotos do ator Montgomery Clift ou do boxeador Walter Cartier
é tão parte de seu trabalho quanto registrar um projeto de pesquisa
de uma universidade. Kubrick é valorizado na revista por seu trabalho
multifacetado. Na edição de 11 de maio de 1948, os colegas elogiam
o garoto de dezenove anos ao chamá-lo de “fotógrafo veterano”.
Entre 1945 e 1951, Stanley Kubrick tira milhares de fotografias, sendo
que novecentas delas acabam sendo publicadas. Muitas de suas ima-
gens só revelam seu conteúdo subliminar depois de um segundo exame.
Por exemplo: levando em conta o papel de cada sexo na época, a
jovem estudante que oferece para acender o cigarro do colega homem
é um gesto subversivo de emancipação; por trás do sorriso melancó-
lico de um soldado que espera em uma oficina por suas próteses de
perna paira a violência da guerra. As imagens de Kubrick são menos
espetaculares que as de seu famoso colega Weegee, por exemplo.
No entanto, sempre revelam a essência da situação que é fotografada.
PRIMEIRAS FOTOGRAFIAS | 1945–1950
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A M E L H O R M A N E I R A D E A P R E N D E R C I N E M A É FA Z E N D O U M F I L M E .
Para seu primeiro documentário, Day of the Fight [Dia da luta]
(16 minutos), de 1951, Kubrick retoma uma série de fotos do cam-
peão de boxe Walter Cartier que ele tinha feito para a revista Look.
Kubrick vende Day of the Fight para a distribuidora RKO. Ele para
de trabalhar para a Look para poder fazer mais filmes. O boxe vai
retornar como tema central em A morte passou perto [Killer’s Kiss].
Para a RKO, Kubrick finaliza em 1951 o documentário Flying Padre
[O padre voador] (9 minutos), que tem como tema dois dias na vida
do padre Fred Stadtmueller. Os close-ups dos enlutados no enterro
transmitem forte intensidade e lembram muito estudos fotográficos.
Aqui, Kubrick usa sua experiência como fotógrafo. Como diretor, ele
faz com que o filme seja dinâmico ao empregar perspectivas que
sempre mudam e um estilo de edição vigoroso.
O último documentário de Kubrick, The Seafarers [Os marinheiros]
(30 minutos), de 1953, é encomendado pelo Seafarers International
Union (Sindicato Internacional dos Marinheiros) e lhe proporciona,
pela primeira vez, a oportunidade de fazer um filme colorido. Apesar
de ser um trabalho encomendado, o filme exibe o estilo caracterís-
tico de Kubrick: sua predileção por arranjos calculados e conscientes
de pessoas no espaço.
PRIMEIROS CURTAS-METRAGENS | 1951–1953
DAY OF THE FIGHT | DIA DA LUTA
FLYING PADRE | O PADRE VOADOR
THE SEAFARERS | OS MARINHEIROS
©RKO Pictures
©RKO Pictures
©Lester Cooper Productions / Pietrzak Filmways / Seafarers International Union / Atlantic & Gulf Coast District / American Federation of Labor
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MEDO E DESEJO | 1953Medo e desejo [Fear and Desire] é o primeiro longa-metragem de
Kubrick e também seu primeiro filme de guerra. Ele gira em torno
da situação sem esperança de uma patrulha aérea militar que cai
atrás de linhas inimigas em uma guerra sem nome. Os quatro sol-
dados matam alguns inimigos e tomam uma moça como prisioneira.
Um dos homens tenta estuprá-la. Como ela resiste, ele a mata.
Os soldados deparam com outros soldados inimigos e reconhecem a
si mesmos neles. Ao se dar conta disso, eles percebem que não têm
mais motivo para lutar. Medo e desejo é uma alegoria lúgubre a res-
peito da insensatez da guerra e da odisseia do homem para o nada.
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Em A morte passou perto [Killer’s Kiss], Stanley Kubrick trabalha como
autor, produtor, diretor e cinegrafista. O filme foi rodado em locação,
nas ruas de Nova York. O próprio Kubrick edita o filme e faz a mixagem
do som. Faz empréstimos com os parentes e no fim consegue vender
o filme para a United Artists. A morte passou perto toma emprestados
elementos formais do gênero de gângsteres e também do film noir.
Através de sua janela, Davy, um boxeador, observa sua vizinha Glo-
ria, que é dançarina. Eles se conhecem e, juntos, tentam escapar da
solidão e da violência de seu entorno. Rapallo, um gângster, fica com
inveja do amor deles e sequestra Gloria. O uso de flashbacks e o jogo
dramático de luz e sombra são típicos desse gênero e revelam caracte-
rísticas distintas do estilo de Kubrick: uso de câmera sem tripé, longas
sequências de acompanhamento, ação planejada meticulosamente e
enorme atenção aos detalhes na direção de arte. Também não é por
acaso que algumas imagens no filme sejam referência direta a fotos
do surrealista Man Ray. O clímax do filme é uma briga entre Davy e
Rapallo por Gloria. Os rivais se encontram em um galpão cheio de ma-
nequins femininas de vitrine de loja. Eles se atacam com machados e
lanças, e, no fim, até com braços e pernas das manequins. A cena é
como se fosse uma versão surreal de um duelo de cavaleiros em um
torneio. No final, o boxeador mata o gângster a punhaladas.
A MORTE PASSOU PERTO | 1955
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Para Stanley Kubrick, na época com 28 anos, O grande golpe [The Killing]
marca muitas estreias. É seu primeiro longa-metragem e também o
início de sua parceria com o produtor James B. Harris. Pela primeira
vez, ele não escreve o roteiro pessoalmente, mas adapta a história do
livro Clean Break, de Lionel White. Além disso, Kubrick pode trabalhar
com um orçamento bem maior que antes e contratar um elenco de
atores profissionais. Para completar, ele também abre mão do tra-
balho com a câmera e coloca Lucien Ballard a cargo de suas imagens.
Assim como no filme A morte passou perto, O grande golpe parte
dos filmes de gângsteres e do film noir: as cenas estão mergulhadas
numa semiescuridão sugestiva, sujeitos suspeitos carregam armas
em caixas de flores—mas a maior ameaça de todas é a femme fatale.
O filme foi rodado em Los Angeles. O enredo é comparativamente
simples, no entanto, a estrutura narrativa é tão estratégica quanto
uma partida de xadrez entre adversários habilidosos. Um grupo de
gângsteres planeja um roubo lucrativo. O plano deles começa bem,
mas traição e pura má sorte acabam causando a maior confusão.
A força do acaso e a fragilidade humana permanecem como temas
centrais nos trabalhos subsequentes de Kubrick.
O GRANDE GOLPE | 1956
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ESTE FILME NÃO É, DE JEITO NENHUM, NEM CONTRA NEM A FAVOR DO EXÉRCITO.
NA MELHOR DAS HIPÓTESES, É UM FILME CONTRA A GUERRA, QUE É CAPAZ DE
ENVOLVER AS PESSOAS EM TAIS CONFLITOS DE CONSCIÊNCIA.
Ao empregar tecnologia militar moderna de modo sistemático pela pri-
meira vez, a Primeira Guerra Mundial traumatizou uma geração inteira.
Glória feita de sangue [Paths of Glory] baseia-se em um romance do
veterano de guerra Humphrey C. Cobb. A United Artists topa finan-
ciar o filme depois que Kirk Douglas aceita fazer o papel principal, do
coronel Dax. Para diminuir os custos, o filme é rodado na Alemanha,
no estúdio Bavaria, em Geiselgasteig, perto de Munique, e no palácio
Schleissheim, nas proximidades. Kubrick corta repetidamente cenas
ambientadas nos aposentos espaçosos do palácio barroco (onde o
general se instala) para mostrar o ambiente estreito e sem esperan-
ça das trincheiras e dos abrigos dos soldados comuns. Entre estes
dois mundos está o coronel Dax. Ele se opõe ao cinismo e aos capri-
chos dos generais, mas, no fim, precisa se render à hierarquia militar.
A câmera retrata essas relações em travellings extensos e fluidos
ao longo das trincheiras. Afasta-se em ângulo baixo do general Mireau
e retrata sua inspeção das tropas como demonstração de poder.
No entanto, quando o coronel Dax inspeciona suas tropas, a câmera
assume a perspectiva dele e, portanto, revela sua aliança com eles.
O espectador quase se torna parte da ação no front, principalmen-
te durante o ataque interminável e ensurdecedor de fogo inimigo.
Kubrick documenta os horrores da guerra de maneira incansável.
GLÓRIA FEITA DE SANGUE | 1957
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Na década de 1960—em plena Guerra Fria—, Kubrick procura uma
história adequada para um filme que exalte a loucura da corrida
armamentista nuclear entre as superpotências EUA e URSS. Descobre
o romance Alerta vermelho (1958), de Peter George, em que um general
norte-americano arrogante manda lançar uma bomba atômica sobre a
União Soviética. No início, Kubrick pretende ser fiel ao estilo do livro e
fazer um thriller com John Wayne. Então Kubrick escala Peter Sellers,
com quem tinha trabalhado antes em Lolita. Este novo ator principal,
que assume três papéis (originalmente eram quatro, até Slim Pickens
se juntar ao elenco), deixa sua marca no tom de Dr. Fantástico
[Dr. Strangelove Or: How I Learned to Stop Worrying and Love the Bomb]:
o próprio Kubrick o classifica como “comédia de pesadelo”. Seu humor
negro se origina do contraste entre as caracterizações grotescas
e absurdas de Sellers, e o contexto histórico seriíssimo: o general
Jack D. Ripper, que acredita que os comunistas estão envenenando
a água do mundo capitalista; Dr. Fantástico, cuja prótese do braço
direito se ergue repetidamente em uma saudação nazista; o major
T.J. “King” Kong, que monta na bomba atômica. Os três personagens
de Sellers representam um mundo à beira da autodestruição.
Dois anos depois da crise dos Mísseis Cubanos—durante a qual
a ameaça de guerra entre as superpotências parecia iminente—,
o filme toca na ferida do público e permanece como sucesso de
bilheteria nos EUA por dezessete semanas.
DR. FANTÁSTICO | 1964
A MAIOR PARTE DO HUMOR DE DR. FANTÁSTICO VEM DA REPRESENTAÇÃO DO
COMPORTAMENTO HUMANO COTIDIANO EM UMA SITUAÇÃO DE PESADELO.
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Este épico histórico se baseia no romance de William Makepeace
Thackeray de 1844. A primeira parte conta a odisseia do soldado
irlandês Redmond Barry pela Europa da Guerra dos Sete Anos, até
que se casa com a rica Lady Lyndon. A segunda parte do filme mostra
a tentativa fútil de Barry de coroar sua ascensão social com um título
aristocrático. Para Barry Lyndon, Stanley Kubrick aproveita o trabalho
de preparação para seu projeto Napoleão. A filmagem é precedida por
pesquisa meticulosa para que se possa retratar o século 18 da manei-
ra mais autêntica possível. A filmagem é feita em locações originais
na Grã-Bretanha e na Alemanha. Muitas imagens se referem a re-
tratos históricos, a representações de paisagens e da vida cotidiana.
O uso frequente de zoom deixa as imagens chapadas e com ar de pintura.
Os interiores iluminados a vela—filmados sem o uso de iluminação
adicional—exigem inovações técnicas que causam sensação na época.
O resultado é um paradoxo típico de Kubrick. A autenticidade máxima
transforma-se em distância emocional e temporal. A artificialidade
das imagens faz com que a impossibilidade da visão sem mediação do
século 18 seja palpável. Os personagens permanecem inescrutáveis—
assim como as imagens. O tom moralista do romance é substituído por
ceticismo relativo à possibilidade de se conhecer a história.
BARRY LYNDON | 1975[A HISTÓRIA] TAMBÉM OFERECIA A OPORTUNIDADE DE FAZER UMA DAS COISAS QUE OS FILMES FAZEM MELHOR QUE QUALQUER OUTRA FORMA DE ARTE, QUE É APRESENTAR UM TEMA HISTÓRICO.
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O iluminado [The Shining] baseia-se no livro de terror homônimo do autor de best sellers Stephen King. Depois de rejeitar o roteiro de King, Kubrick escreve o seu próprio, com Diane Johnson. Para os papéis principais, Kubrick escala Shelley Duvall e Jack Nicholson. Para o papel do filho, ele escolhe Danny Lloyd entre mais de 5 mil meninos. O filme foi rodado nos estúdios da EMI-Elstree, perto de Londres, e nas Montanhas Rochosas, nos EUA. Jack Torrance, um escritor que batalha por sua obra, é contratado para cuidar do hotel Overlook. Com a mulher e o filho, ele se muda para a propriedade que fica isolada pela neve e separada do resto do mundo durante os meses de inverno. O hotel toma conta de seus três habitantes. Danny, que possui o dom sobrenatural da “iluminação”, pode ver o passado e o futuro. Ele é o primeiro a se dar conta da “vida secreta” do lugar e descobre que um crime está prestes a ser repetido no hotel. Jack passa a ser atormentado por alucinações e acaba ficando obcecado pelo ímpeto de matar a família. Presente e passado se misturam na luz ferina do filme; portas se abrem como que pela mão de fantasmas, espectros dançam em um baile formal. O clímax do filme é uma perseguição em que Jack tenta matar o filho com um machado. Danny escapa, e Jack morre congelado na frente do hotel, no labirinto de cerca viva, que se transforma em símbolo de seu estado psicótico.
O ILUMINADO | 1980
UMA DAS COISAS QUE AS HISTÓRIAS DE TERROR PODEM FAZER É NOS MOSTRAR OS ARQUÉTIPOS DO INCONSCIENTE; PODEMOS VER O LADO OBSCURO SEM TER DE CONFRONTÁ-LO DIRETAMENTE. ALÉM DO MAIS, HISTÓRIAS DE FANTASMAS ATRAEM NOSSA ÂNSIA POR IMORTALIDADE. SE VOCÊ CONSEGUE TER MEDO DE UM FANTASMA, ENTÃO TEM QUE ACREDITAR QUE ELE EXISTE. E SE UM FANTASMA EXISTE, ENTÃO O ESQUECIMENTO TALVEZ NÃO SEJA O FIM.
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Já durante a produção de Spartacus, Stanley Kubrick e James B. Harris
anunciam que compraram os direitos de filmagem do livro Lolita
(1955), de Vladimir Nabokov. Moralistas norte-americanos sentem-se
ultrajados, ainda mais quando descobrem que o próprio Nabokov iria
escrever o roteiro. O romance sobre o amor escandaloso entre um
professor de literatura e uma menina de doze anos é proibido nos
Estados Unidos na época. Por motivos financeiros, Kubrick roda o
filme na Inglaterra. Apesar de a censura naquele país ser menos rígi-
da que nos EUA, Kubrick ameniza o tom sexual escancarado do livro.
Em vez disso, usa humor negro para aludir à moral da sociedade na
década de 1960. Ao escalar Peter Sellers para o papel cômico de Clare
Quilty, ele cria um contrapeso à figura trágica de Humbert Humbert
(James Mason). As cenas de sensualidade implícita em Lolita não raro
são amenizadas pelo uso irônico de música pop ou pastelão. A direção
de Kubrick dá ênfase à natureza multidimensional dos personagens.
Ele usa tomadas longas, nas quais incentiva os atores a desenvolver
suas caracterizações. Depois da estreia, Kubrick recebe cartas de pro-
testo acusando-o de retratar perversidade sexual. Durante muito tem-
po, os censores classificam o filme como inapropriado para menores.
LOLITA | 1962
SE EU PUDESSE FAZER O FILME DE NOVO, TERIA DADO ÊNFASE AO COMPONENTE
ERÓTICO DO RELACIONAMENTO DELES NA MESMA MEDIDA EM QUE NABOKOV DEU.
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Stanley Kubrick há muito se preocupa com a questão da probabilidade
da vida extraterrestre. Em 1964, ele convenceu o autor e estudioso
Arthur C. Clarke a escrever o roteiro de 2001: Uma odisseia no espaço
[2001: A Space Odyssey]. Depois que o roteiro é concluído, a produção
do filme começa no dia 29 de dezembro de 1965, nos estúdios da
MGM Shepperton, em Londres. 2001: Uma odisseia no espaço é o
filme mais famoso e mais exigente, do ponto de vista técnico, de
Kubrick. Foi rodado no formato 70 mm widescreen, e estabeleceu
novos padrões para o gênero de ficção científica. No entanto, além
de expandir as tradições do gênero, Kubrick também ampliou
as convenções da narrativa cinematográfica. Há pouco diálogo;
as imagens são, ao mesmo tempo, claras e misteriosas. O filme
resiste a padrões convencionais de interpretação. Até hoje, críticos
continuam discutindo o possível conteúdo metafísico ou religioso de
2001, que acaba com a criança estrela olhando para a câmera. Kubrick
concebeu o clímax do filme —a sequência do Portão Estelar—como
delírio psicodélico que nega ainda mais ao espectador a orientação
temporal e espacial. Depois da estreia, em 1968, o público rejeitou
o filme, reclamando que é incompreensível, e que muitas de suas
sequências são longas e lentas demais. Hoje, 2001: Uma odisseia no
espaço é considerado um clássico na história do cinema.
NÃO SE TRATA DE UMA MENSAGEM QUE EU, EM ALGUM MOMENTO, TIVE
A INTENÇÃO DE TRANSMITIR EM PALAVRAS; 2001 É UMA EXPERIÊNCIA
NÃO VERBAL. TENTEI CRIAR UMA EXPERIÊNCIA VISUAL QUE SUPERASSE A
ROTULAÇÃO VERBALIZADA E PENETRASSE DIRETAMENTE NO SUBCONSCIENTE
COM CONTEÚDO EMOCIONAL E FILOSÓFICO.
2001: UMA ODISSEIA NO ESPAÇO | 1968
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O filme relata o destino do gladiador Spartacus, que fugiu do cativeiro
romano no ano 73 a.C. e se tornou o líder de um exército de escravos
rebeldes. O filme é inicialmente dirigido por Anthony Mann, mas,
depois de alguns dias de filmagem, o produtor e ator principal Kirk
Douglas briga com Mann e contrata Stanley Kubrick em seu lugar.
Douglas tinha conhecido Kubrick e se dado bem com ele no set de
Glória feita de sangue. O roteiro é escrito por Dalton Trumbo, que—
como membro do partido comunista—foi chamado a depor, durante
o macarthismo, perante o Comitê de Atividades Antiamericanas.
Durante muito tempo depois de sua prisão, ele permaneceu na famosa
“lista negra”. O filme é rodado em 70 mm Super Technirama e inclui
em seu elenco astros como Laurence Olivier, Charles Laughton e Jean
Simmons. Spartacus—com sua multidão e cenas de batalhas cheias
de opulência e movimentos de câmera ousados —tem como objetivo
impressionar emocionalmente os espectadores. O filme é sucesso
de público e recebe quatro prêmios Oscars por direção de fotografia,
direção de arte, figurino e pela atuação de Peter Ustinov. Kubrick, no
entanto, passou a vida toda insatisfeito com o resultado. Ele vê sua
contribuição para Spartacus apenas como uma encomenda. Antes de
o filme ser lançado, os censores cortam várias cenas (como as que
aludem a relações homossexuais entre Antoninus e Crassus). O filme
é completamente restaurado em 1991.
SPARTACUS | 1960
FOI O ÚNICO DOS MEUS FILMES SOBRE O QUAL NÃO TIVE CONTROLE TOTAL…
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O filme mais polêmico de Stanley Kubrick baseia-se no livro
homônimo de Anthony Burgess (1962). O próprio Kubrick escreveu
o roteiro. Malcolm McDowell, então com 27 anos, interpreta Alex
(narrador em primeira pessoa do filme e do livro). Laranja mecânica
[A Clockwork Orange], ambientado em um futuro muito próximo,
retrata uma sociedade burocrática antiutópica que tira das pessoas
sua liberdade e dignidade. Sexo e violência são constantes na vida de
Alex e de seus drugues. Quando Alex é preso, ele se sujeita à terapia
“Ludovico”, um procedimento rigoroso de reeducação que leva
embora sua agressividade. Quando é solto, ele vivencia o paradoxo
de seu “aprimoramento”: indefeso, tem que se submeter a atos de
vingança de suas antigas vítimas. A ação acontece em aposentos
futuristas inspirados na arte pop da época, como o mobiliário no
leite-bar Korova, adaptado de esculturas de Allen Jones, ou os objetos
de arte fálicos, ao estilo de Mel Ramos. O uso de música clássica
para acompanhar o comportamento violento sugere que a tradição
não serve como escudo contra atitudes desumanas. Nenhum outro
filme de Kubrick causa tanta polêmica quanto Laranja mecânica.
Alguns críticos o repudiam por estetizar a violência ao mesmo
tempo em que outros acreditam que o filme mereça o status de
cult que conquistou. No entanto, quando a família de Kubrick recebe
ameaças pelo correio, o diretor manda tirar o filme de exibição na
Grã-Bretanha.
LARANJA MECÂNICA | 1971A QUESTÃO MORAL ESSENCIAL É SE UM HOMEM PODE OU NÃO SER BOM SEM
TER A OPÇÃO DE SER MAU, E SE TAL CRIATURA CONTINUA SENDO HUMANA.
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Em 1980, Stanley Kubrick adquire os direitos para o conto Superbrin-
quedos duram o verão todo (1969), de Brian W. Aldiss. Ele adia a produ-
ção porque deseja esperar até que os efeitos especiais projetados se
tornem viáveis do ponto de vista técnico. Até 1995, diversos roteiros
são escritos, e centenas de esboços e storyboards são desenhados.
Em 1999, durante as filmagens de De olhos bem fechados, Kubrick
oferece a Steven Spielberg o trabalho de diretor no projeto A.I. O pró-
prio Kubrick quer ser o produtor. Depois da morte repentina de Kubrick,
Spielberg finaliza o roteiro e faz o filme com base no extenso trabalho
de preparação. Inteligência artificial [A.I. Artificial Intelligence] trata da
odisseia do pequeno David, um androide que pensa e tem sentimentos.
Assim como Pinóquio, ele sai em busca da fada azul, na esperança de
que ela possa transformá-lo em menino de carne e osso. Só assim, ele
imagina, sua mãe adotiva vai retribuir seu amor. Spielberg apresenta
A.I. como um conto de fadas, usando imagens fantasiosas. O filme
projeta uma sociedade futura na qual robôs podem simular emoções
tão bem que já não é possível distinguir as máquinas dos seres hu-
manos de verdade. A opinião dos críticos se divide: enquanto alguns
advertem Spielberg por ter emprestado ao filme tom sentimental,
outros o aplaudem por ter dotado A.I. da marca de seu estilo próprio.
A.I. INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL | 2001
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Muitos dos filmes de Kubrick têm a ver com a guerra. Medo e desejo
[Fear and Desire] ambienta-se em uma guerra fictícia, Glória feita de
sangue, na Primeira Guerra Mundial; Dr. Fantástico é uma sátira à
Guerra Fria entre as superpotências; Aryan Papers tinha a intenção de
se concentrar no terror nazista; Nascido para matar [Full Metal Jacket]
trata da Guerra do Vietnã. A preparação demorou cinco anos. O filme se
baseia no livro The Short-Timers (1979), escrito pelo ex-soldado de elite
e repórter de guerra Gustav Hasford. Kubrick e o escritor Michael Herr
concebem o roteiro. O filme sobre o Vietnã foi todo rodado na Inglaterra:
uma antiga usina de gás na região leste de Londres foi transformada
(por meio de demolições, explosões deliberadas e reformas) em Hué,
uma cidade em ruínas. Kubrick manda trazer as palmeiras da Espanha.
O filme se estrutura por meio de suas duas ambientações isoladas: a
primeira se dá no acampamento de treinamento de soldados de elite,
onde jovens recrutas são submetidos a exercícios brutais; a segunda
parte se passa nas zonas de guerra do Vietnã. Nascido para matar é
o filme de guerra mais implacável de Kubrick. Ele retrata os soldados
como vítimas—assim como em Glória feita de sangue—, mas também
como aqueles que vitimizam. “Born to kill” [Nascido para matar] está
escrito no capacete do soldado raso “Joker”, ao mesmo tempo em que
um broche com o símbolo da paz está preso a sua lapela. O paradoxo da
guerra nunca foi representado de modo mais marcante.
NASCIDO PARA MATAR | 1987
NÃO VEJO OS PERSONAGENS DA HISTÓRIA EM TERMOS DE BONS OU MAUS, MAS EM TERMOS DE BEM E DE MAL.
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Kubrick não se apressa para fazer seu último filme, De olhos bem fechados [Eyes Wide Shut]. Apesar de ter adquirido os direitos de filmagem de Breve romance de sonho, de Arthur Schnitzler, ainda em 1971, o filme é concluído em 1999—doze anos depois de Nascido para matar. Boatos e especulações a respeito de cenas pornográficas acompanham as filmagens, que demoram vários anos. Kubrick, junto com os atores principais, o casal na vida real, à época, Nicole Kidman e Tom Cruise, recusam-se a dar entrevistas. Isto serve como boa divulgação para o título e também aguça a curiosidade na mente do público e eleva a expectativa para a adaptação de Kubrick para o texto. Assim como Schnitzler, Kubrick conhecia bem a teoria da psicanálise. Kubrick transfere a ação da Viena da década de 1920 para a Nova York dos anos 1990. Os protagonistas, Bill e Alice Harford, são apresentados em um conflito de fidelidade e desejo, que agita seus impulsos e medos inconscientes. O filme joga com o prazer de observar e de ser observado. Gira em torno da realidade e do sonho, da vida cotidiana de casados e das fantasias sexuais. Com seu uso simbólico de cor e sua iluminação teatral, as próprias imagens parecem ser visões oníricas. Durante a sequência da orgia, voyeurs mascarados acompanham os espectadores por uma mansão misteriosa, assim permitindo ao público que compartilhe o prazer de observar cenas eróticas. Ele morre no dia 7 de março daquele ano, pouco depois de os produtores aprovarem o filme, e não assiste à estreia no dia 13 de julho.
DE OLHOS BEM FECHADOS | 1999
SE VOCÊ ACEITA A IDEIA DE QUE SE ASSISTE A UM FILME EM ESTADO DE
“DEVANEIO”, ENTÃO ESTE CONTEÚDO SIMBOLICAMENTE ONÍRICO SE TORNA
UM FATOR PODEROSO NA INFLUÊNCIA DOS SEUS SENTIMENTOS EM RELAÇÃO
AO FILME.
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Napoleão Bonaparte (1769-1821) exercia enorme fascínio sobre Stanley
Kubrick, que estudou a vida e a época desta figura histórica durante
décadas. Em 1969, depois de longa preparação, Kubrick termina
um roteiro sobre o imperador francês. Os acontecimentos mais
importantes da vida de Napoleão são retratados cronologicamente,
com comentários eventuais de um narrador. Vários mapas são incluídos
para deixar as mudanças de tempo e lugar claras para o público.
Os esforços de pesquisa de Kubrick para este projeto ultrapassam
em muito os de qualquer outro de seus filmes. Entre 1968 e 1969,
na fase preparatória do projeto, ele conta com mais de duas dezenas
de assistentes e historiadores trabalhando para ele. Eles investigam
em detalhes minuciosos a vida e a época de Napoleão. Ele abordou
o mito de maneira estratégica. Seu fascínio e sua simpatia pela
figura histórica até fizeram com que perguntasse a Felix Markham,
especialista em Napoleão, se o general não jogava xadrez para relaxar
entre as batalhas, da mesma maneira que Kubrick faz nos intervalos
entre as filmagens. O projeto monumental fracassou em 1969 em
função de problemas técnicos, financeiros e organizacionais. Nenhum
estúdio se dispôs a assumir os altos custos de produção. O plano de
Kubrick de filmar as cenas internas apenas à luz de velas também não
pode ser executado. A tecnologia para tanto só se torna disponível na
época de Barry Lyndon (1975).
NAPOLEÃOÉ IMPOSSÍVEL DIZER O QUE VOU FAZER, A NÃO SER QUE ESPERO FAZER O MELHOR FILME JAMAIS FEITO.
Depois de longa busca por um roteiro a respeito da perseguição
e do extermínio industrial dos judeus pelos nazistas, em 1991
Stanley Kubrick descobre o livro Infância de mentira, de Louis Begley.
Begley (naquilo que é, na maior parte, uma narrativa autobiográfica)
conta a história dramática da sobrevivência do menino Maciek ao
lado de sua tia Tania, durante o Holocausto. Eles sobrevivem porque
compartilham o talento para se disfarçar. A produção é precedida
por extensa pesquisa de imagens. Kubrick examina inúmeras
fotografias—feitas por assistentes na República Checa, na Eslováquia
e na Polônia—para escolher possíveis locações. Depois de negociações
a respeito de autorizações para filmagem, as cidades de Brno,
Bratislava e Praga passam a ser consideradas mais profundamente.
Outras fotos mostram prisioneiros judeus em guetos e campos
de concentração, a vida cotidiana fora dos guetos e descrições de
prédios, mobília e roupas. Escolhem-se o elenco e a equipe técnica
de Aryan Papers, o cronograma de filmagem é estabelecido.
A figurinista Barbara Baum começa a pesquisar em Londres, Viena,
Munique e Berlim. Fotos da atriz Johanna ter Steege são tiradas
durante provas de figurino. No entanto, quando fica claro que A lista
de Schindler [Schindler’s List], de Steven Spielberg, vai chegar aos
cinemas antes que Aryan Papers possa ser concluído, Kubrick faz
uma consulta junto à Warner Bros. e cancela os preparativos.
ARYAN PAPERS
39 40
A última sala da exposição apresenta os filmes de Stanley Kubrick a
partir de uma perspectiva musical. Em seus filmes, Kubrick costumava
usar vários temas ou estilos musicais recorrentes para apresentar
camadas de significados complexos ou para acentuar o impacto
emocional ou psicológico de uma cena ou sequência narrativa.
MAS NÃO PARECE FAZER MUITO SENTIDO CONTRATAR UM COMPOSITOR QUE,
POR MELHOR QUE SEJA, NÃO É UM MOZART OU UM BEETHOVEN, SE VOCÊ TEM
UMA ESCOLHA TÃO AMPLA DE MÚSICA ORQUESTRAL EXISTENTE QUE INCLUI
OBRAS CONTEMPORÂNEAS E DE VANGUARDA.
A MÚSICA NOS FILMES DE KUBRICK
GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO
Governador do Estado de São Paulo Geraldo Alckmin
Secretário de Estado da Cultura Marcelo Mattos Araujo
Coordenadora da Unidade de Preservação do Patrimônio Museológico Renata Vieira da Motta
PAÇO DAS ARTES ORGANIZAÇÃO SOCIAL DE CULTURA
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO
Presidente Cosette Alves
Vice-Presidente Antônio Hermann
Conselheiros Cecília Ribeiro James Sinclair Marcello HallakeMax Perlingeiro Nilton Guedes Olívio GuedesSimone Gil Braz
MUSEU DA IMAGEM E DO SOM
Diretor Executivo e Curador Geral André Sturm
Diretor Administrativo-Financeiro Jacques Kann
NÚCLEO DE COMUNICAÇÃO Clarissa Janini, Cristiane B. Futagawa [Sushi], Marina de Castro Alves, Natália de Morais Ravagnani, Natália Martins, Pedro Sampaio, Renata Forato
NÚCLEO EDUCATIVO Coordenador: Aidê ResendeEquipe: Aline Stivaletti, Cristiane de Almeida, Guilherme Pacheco, Leandro Ferreira, Letícia Barreira, Rodrigo Oliveira,Yule Barbosa
NÚCLEO DE MANUTENÇÃO Coordenador: Antonio Carlos Rodrigues CordeiroEquipe: Alan Lima Rodrigues, Stephany Santana da Silva
NÚCLEO DE MONTAGEM Coordenadora: Maria GonçalvesEquipe: Aldo Pinto Rosado Filho, Alexandre Oliveira Rodrigues, André Rodrigues, Lúcio Souza Lopes, Moisés dos Santos Silva, Pascoal Aquino dos Santos, Ubiratan Lourenço dos Santos
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NÚCLEO DE PROGRAMAÇÃO Bárbara Uetanabara Piai, Gabrielle Araújo, Larissa Peron, Maira Oliveira, Marcelo Ramalho, Nathalie Schreckenberg, Renan Pessanha Daniel
STANLEY KUBRICKA EXPOSIÇÃO FOI ORGANIZADA PELO DEUTSCHES
FILMMUSEUM, EM FRANKFURT, CHRISTIANE KUBRICK
E THE STANLEY KUBRICK ARCHIVE DA UNIVERSITY OF
THE ARTS LONDON, COM O APOIO DA WARNER BROS,
PICTURES, SONY-COLUMBIA PICTURES INDUSTRIES
INC., METRO-GOLDWYN-MAYER STUDIOS INC.,
UNIVERSAL STUDIOS INC. E SK FILM ARCHIVES LLC.
Curador Sênior Hans-Peter Reichmann
Curador e Tour Manager Tim Heptner
Concepção e Adaptação André Sturm
Adaptação e Produção Gabrielle Araújo, Nathalie Schreckenberg
Acompanhamento Museológico Ana Paula Ferreira, Christina Ravanelli,Sheila Gomes de Oliveira Macedo
Projeto de Cenografia Atelier Marko BrajovicArquitetos: Carmela Rocha, Marko Brajovic, Fernanda ZanettiAssistente: Rebecca GrinspumTécnico de Áudio: Rodrigo Berg
Montagem de CenografiaLiz Eventos e Cenografia
Montagem das ObrasManuseio Montagem e Produção Cultural
AderecistaNina Mancin
Projeto Gráfico Vicente Gil Design
Tradução Ana Ban
Preparação e Revisão de Textos Regina Stocklen
Tradução e Legendagem dos Vídeos Letícia Godoy
AgradecimentosETEC Guaracy Silveira, Isabelle Siegrist, Philips
VISITAÇÃO
11 | 10 | 2013 A 12 | 01 | 2014
TERÇAS A SEXTAS, DAS 12h ÀS 21h
SÁBADOS, DOMINGOS E FERIADOS, DAS 11h ÀS 20h
CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA
12 ANOS
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