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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA
FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE – FACS
CURSO: ENFERMAGEM
ROSA MARIA SOUZA XIMENES
A PARTICIPAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NA SALA
DE ACOLHIMENTO: uma experiência em campo de estágio de alunos de
graduação do UniCEUB
Brasília, DF
Maio / 2007
ROSA MARIA SOUZA XIMENES
A PARTICIPAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NA SALA
DE ACOLHIMENTO: uma experiência em campo de estágio de alunos de
graduação do UniCEUB
Monografia apresentada ao Centro Universitário de
Brasília – UNICEUB, como requisito parcial à
conclusão do 9º semestre do Curso de Enfermagem.
Sob a orientação da Profª: MsC Nílvia Jaqueline
Reis Linhares
Brasília, DF
Maio / 2007
Dedicatória
Dedico este trabalho a Deus que me
capacitou e encorajou para eu chegasse ao
final dessa caminha e aos meus pais,
marido e filhos que me apoiaram durante
todo trajeto.
Agradecimentos
Meus sinceros agradecimentos aos professores pelo excelente desempenho no
cumprimento de suas missões, principalmente, àquelas de dividir a sabedoria para multiplicar
o conhecimento.
A todos serei eternamente grata.
Agradecimentos especiais ao meu esposo Ximenes, pela compreensão e presença de
espírito e; às professoras Jacqueline Linhares e Adriene Paiva, pelo auxílio nos
conhecimentos construídos; à minha colega Edna Rocha e à minha sobrinha Tatiane Costa,
pelo carinho e atenção.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES - GRÁFICOS
Gráfico 1 - Julgamento do acolhimento por parte dos acadêmicos de saúde 18
Gráfico 2 - A importância de atividades na sala de acolhimento 19
Gráfico 3 - Atitudes de melhoria pra a sala de acolhimento 20
Gráfico 4 - Sugestões de ações e idéias sugeridas por alunos de enfermagem 21
Resumo
O presente estudo tem como objetivo principal conhecer a percepção dos alunos do Curso de
Enfermagem do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), junto aos pacientes e
acompanhantes em relação ao acolhimento mais humanizado na sala de acolhimento,
buscando sugestões de como proporcionar a melhoria e bem-estar dos pacientes. O interesse
por esse trabalho de humanização na sala de acolhimento surgiu durante os estágios
supervisionados na Unidade de Saúde da Secretaria do Distrito Federal. O trabalho foi
desenvolvido por meio da aplicação de questionamentos de perguntas fechadas e abertas aos
alunos do oitavo e nono semestres. Durante esses estágios, que foram realizados na rede
pública e privada de saúde do Distrito Federal, algumas atividades foram levadas, tais como:
palestras, recreação e atividades lúdicas. Foi aí que percebemos a necessidade de um
acolhimento mais humano, buscando otimização dos espaços, organização, educação e
humanização. Para o alcance dos objetivos propostos, utilizou-se a revisão da literatura, para
conhecer a realidade das salas de acolhimento de hospitais e postos de saúde. E, para definir a
metodologia, várias leituras e análises foram feitas para melhor elucidar o problema proposto.
O resultado do trabalho nas salas de acolhimento foi imediato e notamos uma recepção
positiva, pois as crianças ficaram mais estimuladas com as brincadeiras e ocupações, as mães
mais tranqüilas e satisfeitas, despertando seu o interesse em aprender certos assuntos citados
nas palestras, enfatizando, assim, a importância do melhor uso do local como espaço
educativo.
Palavras-chave: Enfermagem – Acolhimento – Sala de acolhimento – Humanização
Abstract
This study aimed to know perceiving of students of Nursery College of UniCEUB, with
patients and familiars in relation to reception more humanized in reception room, searching
suggestions to proportionate a better condition of patients in those places. The interesting to
that work appeared during supervised probation in Healthy Unit of Healthy Secretary of
Distrito Federal-Brazil. The research was developed thought out questioners of close and open
questions to students of eighth and ninth semesters. During those probations, which were
accomplished in the public and private net of Healthy Secretary of Distrito Federal, some
activities were done, such as: lectures, jokes, and funny activities. That event, we perceived
necessity of a reception more humanized, searching better places, organization, education and
humanization. To reach the propose goals, we used literature review, to know reality of room
reception of hospitals and healthy units. And to define methodology, several readings were
made to better elucidate the theme. The results of activities in reception room were immediate
and we observed a positive reception, because children were more stimulated with jokes and
occupations, mothers more tranquil and satisfied, showing their interesting to learning issues
mentioned in some lectures, emphasizing, this way, the importance of better use of place as
educative space.
Key-words: Nursery – Reception – Reception Room – Humanity
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9
2 DESENVOLVIMENTO .............................................................................. 11
3 METODOLOGIA ....................................................................................... 13
3.1 MÉTODO DE ABORDAGEM ................................................................ 14
3.2 MÉTODO DE PROCEDIMENTO ......................................................... 14
3.3 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO .......................................................... 16
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS ................................................................ 17
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................... 21
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO ........................................................... 22
ANEXO A ....................................................................................................... 24
ANEXO B - QUESTIONÁRIO SALA DE ACOLHIMENTO .................... 26
9
INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como objetivo principal conhecer a percepção dos alunos do
Curso de Enfermagem do Centro Universitário de Brasília (UniCEUB), junto aos pacientes e
acompanhantes em relação ao acolhimento mais humanizado na sala de acolhimento,
buscando sugestões de como proporcionar a melhoria e bem-estar dos pacientes.
A enfermagem como prática laboral em saúde tem papel preponderante, por ser uma
profissão que pretende promover o bem-estar do ser humano, considerando, de certo modo, a
liberdade, individualidade e dignidade, atuando na promoção da saúde, prevenção de
enfermidades.
O interesse por esse trabalho de humanização na sala de acolhimento surgiu durante os
estágios supervisionados na unidade de Saúde da Secretaria do DF. O trabalho foi
desenvolvido pelos alunos do UniCEUB, junto aos pacientes e acompanhantes, através da
aplicação de questionamentos de perguntas fechadas e abertas aos alunos do oitavo e nono
semestres.s
Durante esses estágios, que foram realizados nas redes: pública e privada de saúde do
Distrito Federal, levamos atividades, tais como: palestras, distribuição de revistas, brinquedos,
folhetos educativos, lápis de cor, cartazes e percebemos a necessidade da intervenção nessas
salas de acolhimento junto aos acompanhantes, intervindo no acolhimento, organização,
educação e humanização.
O resultado foi imediato e notamos uma recepção positiva, as crianças ficaram mais
quietas com as brincadeiras e ocupações, as mães mais tranqüilas e satisfeitas e podemos
notar o seu interesse em aprender certos assuntos citados em palestras, despertando assim, a
importância do uso do local como espaço educativo.
A metodologia utilizada é o estudo de caso, por ser a mais adequada aos objetivos
propostos. Foram aplicados cinqüenta questionários com questões fechadas e abertas sobre
acolhimento e humanização. Destes, trinta cinco foram respondidos como solicitado e são a
base de dados que utilizamos para a nossa análise.
Além das leituras e experiências em sala de aula, partimos para a prática e, um evento
em particular foi o motivador desta pesquisa, a história do pequeno A. P., que apresentava um
quadro de saúde preocupante. Um grupo de acadêmicos fez uma reunião para tentar fazer
algo, visando à melhora desta e de outras crianças, então se decidiu introduzir musicoterapia e
10
outras técnicas. Durante estas intervenções observou-se, a reação positiva de cada criança e o
pequeno A.P. foi quem apresentou se sentiu motivado e com rápida melhora. Depois da alta,
foram feitas visitas à família durante toda a realização deste estudo, observando a convivência
da criança no seio de sua família. Daí, pudemos constatar uns dos motivos que levava a
criança a várias internações era o fato que as crianças dormiam no chão frio em virtude do
baixo pode aquisitivo da família.
Ao mesmo tempo em que nos sentimos chocados, este evento nos deu propulsão para
continuar a realizar nosso trabalho cada vez melhor e proporcionando alento a quem
necessita.
11
2 DESENVOLVIMENTO
De acordo com Wanda Horta, a enfermagem é a ciência e a arte de assistir o ser
humano em suas necessidades básicas e torná-lo independente destas necessidades, quando
for possível através do auto-cuidado. Desse modo, a enfermagem como ciência pode ser
exercida em vários locais tais como: Hospitais, Empresas Particulares (Enfermagem do
Trabalho), Escolas, Centros de Saúde (Enfermagem de Saúde Pública)1.
Com os avanços científicos, tecnológicos e a modernização de procedimentos,
vinculados à necessidade de se estabelecer controle, o enfermeiro passou a assumir cada vez
mais encargos administrativos, afastando-se gradualmente do cuidado ao paciente, surgindo
com isso a necessidade de resgatar os valores humanísticos da assistência de enfermagem
(ZEN; BRUTSHER,1986, p.06).
Segundo o Programa Saúde da Família (PSF), atualmente no contexto do Acolhimento
representa um importante instrumento para a humanização da atenção à saúde. Estes
profissionais vivenciam diariamente a prática do acolhimento da forma mais humana de sua
concepção, extrapolando, para isso, até mesmo sua formação profissional, que, geralmente,
habilita-os para ações curativas.
Segundo Franco; Bueno; Merhy (1999), a definição das necessidades da organização
do contexto hospitalar e da área da Saúde tem como uma das atividades básicas a elaboração
de um plano de metas, visando a integração dos sistemas existentes, bem como padronização
das soluções propostas e otimização dos serviços, pressupondo escolhas e direcionamentos,
com vistas à melhoria da qualidade do atendimento em salas de acolhimento por parte dos
profissionais de saúde.
Desse modo, o acolhimento, nos serviços de saúde, tem sido considerado como um
processo, especificamente de relações humanas; um processo que deve ser realizado por todos
os trabalhadores de saúde e em todos os setores do atendimento. Não se limitando, portanto,
ao ato de receber, e sim se constituindo em uma seqüência de atos e modos que compõem o
processo de trabalho em saúde (MATUMOTO, 1998).
1 Disponível em: http://www.marimar.com.br/ tecnicas_basicas_em_enfermagem. Acesso em 8 mai. 2007.
12
Muito antes do encontro profissional de saúde/usuário, a unidade de saúde como um
todo se prepara para esta relação. Esta preparação se dá desde a concepção de sua finalidade,
operacionalizada através da estruturação do trabalho, segundo seu modelo de assistência, da
destinação de um ambiente físico, da definição do quê, de quem e em quais circunstâncias irá
acolher bem como da presença de determinadas condições de trabalho, contexto em que os
trabalhadores de fato concretizarão o atendimento, em nome da unidade de saúde.
O acolhimento na saúde, como produto da relação trabalhadores de saúde e usuários,
vai além da ‘recepção, atenção, consideração, refúgio, abrigo, agasalho”, do
conceito do Aurélio. Passa pela subjetividade, pela escuta das necessidades do sujeito, passa pelo processo de reconhecimento de responsabilização entre serviços e
usuários, e abre o começo da construção do vínculo. Componentes fundamentais
para um reinventar a qualidade da assistência”(FRANCO;BUENO; MERHY, 1997,
p.3)
A preocupação com o outro pode ser observada também pela forma com que se utiliza
a sinalização e se informa a localização das salas e setores de atendimento, isto é, como se
lança mão da tecnologia dura, placas, cartazes, painéis informativos e outros. Desde a entrada
são pouco destacadas, as placas são pouco evidentes e os setores, em muitas situações, ficam
sem ninguém para informar.
13
3 METODOLOGIA
Este estudo foi realizado segundo as categorias assinaladas por Demo (1996), que são
pressupostas a partir de necessidade, bem como da totalidade dialética, condições objetivas e
subjetivas, além de unidades de contrários e teoria e prática.
Para o alcance dos objetivos propostos utilizou-se a revisão da literatura, buscando
conhecer a realidade das salas de acolhimento de hospitais e postos de saúde.
E, para definir a metodologia que conduziu essa pesquisa, várias leituras e análises
foram feitas para escolha da que melhor (ou das melhores) que elucidassem o problema
proposto.
Uma dessas leituras (Demo, 1996), em particular, foi importante para deixar claro o
que é uma pesquisa científica. Desse modo, quebramos paradigmas construídos, quando
tratamos de um assunto distante da realidade, em relação ao cotidiano do profissional de
enfermagem em suas atividades profissionais.
A pesquisa, na maioria das vezes, é vista e ensinada como a transcrição de umas
poucas informações coletadas em meia dúzia de enciclopédias e livros que fazem referências
superficiais aos assuntos, ou ainda como algo que pessoas de extrema preparação acadêmica,
lacrados em laboratórios longínquos fazem pelo bem da humanidade.
Esta reflexão traz a necessidade de desmistificar o processo de pesquisa e torná-lo algo
mais próximo do dia-a-dia, para que o conhecimento possa ter maior contexto e significado
com a realidade.
A partir dessa leitura e da reflexão que ela propiciou, foi abandonada a postura de
pseudo-especialista que havia sido imbuída, num primeiro momento para imprimir uma
postura de investigação, observação e análise do ambiente natural do objeto de pesquisa.
Dessa maneira, a metodologia, antes parto laborioso, definiu-se de maneira fácil e de
forma contextualizada ao assunto, e não de maneira asséptica como outrora havia sido escrito
apenas para cumprir com a obrigação de copiar um método científico.
Definida a área de estudo, partiu-se para identificação da metodologia a ser utilizada
na qual seja, após rigoroso estudo definiu-se pelo estudo de caso, e por ser a mais adequada
para o trabalho em alusão, em seguida defini-se método de abordagem, método de
procedimento, e delimitação do universo de estudo para ao final concluir que a sala de
14
acolhimento é um local propício para desenvolver atividades educativas, onde o enfermeiro
pode utilizar métodos citados na pesquisa para o melhor acolhimento e humanização.
A partir da definição do estudo de caso como método de pesquisa, partimos para
elaboração do instrumento de pesquisa. Então, optou-se por um questionário com perguntas
abertas de fechadas, aplicado aos estudantes de enfermagem do oitavo e nono semestres, para
atingir os objetivos propostos e servirem de base de dados para a nossa análise.
3.1 MÉTODO DE ABORDAGEM
Por ser esta pesquisa cientifica desenvolvida na área da saúde, e seu material de
estudo, um grupo específico de alunos da graduação de enfermagem nos quais diversos
aspectos subjetivos e únicos foram estudados, a escolha privilegiou aspectos que possibilitem
um maior aproveitamento das observações, vivencias e coleta de dados, numa perspectiva
qualitativa.
[...] Esses problemas, pela sua natureza específica, requerem técnicas de estudo
também especialmente adequadas. Em lugar dos questionários aplicados a grandes
amostras, ou dos coeficientes de correlação, típicos das análises experimentais, são
utilizadas mais freqüentemente neste novo tipo de estudo a observação participante
que cola o pesquisador a realidade estudada; a entrevista, que permite um maior
aprofundamento das informações obtidas; e a análise documental que complementa
os dados obtidos através da observação e da entrevista e que aponta novos aspectos
da realidade pesquisada (MENGA; MARLI, 1986, p.8).
A abordagem utilizada na pesquisa foi baseada na convivência e troca de experiências
com os alunos do sétimo e oitavos semestres do curso de Enfermagem do Uniceub a no
ambiente natural onde desenvolvem seus estudos, portanto podemos caracterizá-la como
sendo um método dialético, que “penetra o mundo dos fenômenos através de sua ação
recíproca, da contradição inerente ao fenômeno e da mudança dialética que ocorre na natureza
da sociedade” (LAKATOS, 1992, p. 106).
3.2 MÉTODO DE PROCEDIMENTO
Pela exigüidade de tempo e quantidade de informações disponíveis, foram escolhidas
características de várias metodologias de procedimentos para que propiciassem maiores
15
possibilidades de acerto ao estudo, fazendo com que a pesquisa pudesse atingir os objetivos
propostos. Algumas características do estudo de caso são:
[...] uma caracterização abrangente para designar uma diversidade de pesquisas que coletam e registram dados de um caso particular ou de vários
casos a fim de organizar um relatório ordenado ou crítico de uma
experiência, ou avaliá-las analiticamente, objetivando tomar decisões a seu respeito ou propor ação transformadora (CHIZZOTI, 1995, p. 102).
Deste ponto de vista, a escolha do estudo de caso o fato de várias fontes de informação
serem utilizadas para que se tenha um desenho fidedigno do processo, pois “Ao desenvolver o
estudo de caso, o pesquisador recorre a uma variedade de dados, coletados em diferentes
momentos, em situações variadas e com uma variedade de tipos de informantes” (MENGA;
MARLI, 1986, p. 19).
Além de características do estudo de caso também será utilizado o procedimento de
pesquisa de fonte primária ou documental:
Os documentos de fontes primárias são aqueles de primeira mão,
provenientes dos próprios órgãos que realizaram as observações. Englobam
todos os materiais, ainda não elaborados, escritos ou não, que podem servir como fonte de informação para a pesquisa científica. Podem ser encontrados
em arquivos públicos ou particulares, assim como em fontes estatísticas
compiladas por órgãos oficiais e particulares. Incluem-se aqui como fontes não escritas: fotografias, gravações, imprensa falada (televisão e rádio),
desenhos, pinturas, canções, indumentárias, objetos de arte, folclore etc.
(LAKATOS, 1992, p. 43).
A partir da aplicação da metodologia, os dados e generalizações conseguidos
possibilitaram indicações de possíveis ações corretivas nas salas de espera.
A coleta de dados, a fim de abranger o maior número de aspectos do objeto de estudo,
utilizará a documentação indireta abrangendo a pesquisa documental dos estágios realizados
(premissas, objetivos, orientações) e a documentação direta que será feita através dos
instrumentos:
Observação – Utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade,
Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se
deseja estudar (LAKATOS, 1992, p. 107).
Questionário – constituído por uma série de perguntas que devem ser respondidas por
escrito e sem a presença do pesquisador (LAKATOS, 1992, p. 107). Ver modelo no apêndice.
16
Para este estudo, foram aplicados cinqüenta questionários com questões fechadas e
abertas sobre acolhimento e humanização. Destes, trinta cinco foram respondidos como
solicitado e são a base de dados que utilizamos para a nossa análise.
3.3 DELIMITAÇÃO DO UNIVERSO
O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Uniceub sob o
número CAAE 0004/06 e foi realizado entre fevereiro e março do corrente ano, com um
grupo de 37 acadêmicos do Curso de Enfermagem do Uniceub. (Os alunos pertencem aos
sétimo e oitavo semestres, sendo que sete destes já atuam na área de saúde como auxiliares ou
técnicos de enfermagem, a faixa etáriamédia de idade é de 28 anos, variando de 24 – 56 anos
de idade) sendo que o mais novo do grupo tem 24 anos e a mais velha 56 anos.
O ambiente da pesquisa foi o Bloco IX, onde funciona a Faculdade de Saúde do
Uniceub, localizado no seu Campus, na Asa Norte, em Brasília-DF.
Desse modo, temos a consciência de preocupação do processo e não somente o
produto tem relevância nessa dinâmica, pois o objetivo prioritário não é a análise da qualidade
dos serviços, e sim os caminhos que podem proporcionar uma melhoria qualitativa no serviço
humanizado de atendimento em salas de acolhimento.
17
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
A seguir, apresentamos os dados da pesquisa, referentes aos questionários, analisando
os principais itens pesquisados.
Gráfico 1 Julgamento do acolhimento por parte dos acadêmicos de saúde
Fonte: Questionário aplicado aos alunos do Curso de Enfermagem da Faculdade de Saúde do UniCEUB,
Brasília, 2007.
Este primeiro gráfico representa a avaliação do acolhimento nas unidades de saúde
pública e privada do DF, aos olhos dos alunos entrevistados. Do total de pesquisados, 23 (%)
responderam que o acolhimento é regular, oito por cento consideram ruim e cinco por cento
consideram esse acolhimento bom, com esse resultado é cabal que a grande maioria não
aprova a forma como a população e recebida nas unidades de saúde estudadas.
Para Eiglier; Langeard (1988, apud Serapioni), entretanto, a qualidade é constituída de
dois elementos: um objetivo, relacionado a componentes físicos de um determinado item, e
outro subjetivo, relacionado à satisfação do usuário, do ponto de vista da sua percepção e das
suas expectativas. Como no caso dos serviços não há separação entre produção e distribuição,
a qualidade se resumiria à satisfação do cliente em determinada situação.
18
Gráfico 2 A importância de atividades na sala de acolhimento
Fonte: Questionário aplicado aos alunos Curso de Enfermagem da Faculdade de Saúde do UniCEUB,
Brasília, 2007.
Fica evidente neste gráfico, a importância de atividades, tais quais: educação
continuada, palestras e atividades afins, nas salas de acolhimento, um total de 100% dos
pesquisados, enfatizando a necessidade de estabelecer uma relação satisfatória entre o
profissional e o usuário.
O presente resultado vai ao encontro das idéias defendidas por Giovanella et al (2000)
que alerta sobre os sistemas integrais de saúde. Nesta perspectiva, estes deveriam atender a
algumas premissas básicas, quais sejam: a primazia das ações de promoção e prevenção; a
garantia de atenção nos três níveis de complexidade da assistência médica; a articulação das
ações de promoção, prevenção, cura e recuperação; a abordagem integral do indivíduo e
famílias.
19
Gráfico 3 Atitudes de melhoria pra a sala de acolhimento.
Fonte: Questionário aplicado aos alunos Curso de Enfermagem da Faculdade de Saúde do UniCEUB,
Brasília, 2007.
O gráfico três, aborda as sugestões de atividades para serem desenvolvidas nas salas
de acolhimento Neste item, todos referiram que é importante o desenvolvimento de atividades
educativas; fato que reforça nossa hipótese de que atividades diversificadas neste período
oportunizam resultados mais imediatos, além de proporcionar um ambiente mais saudável e
propício a recuperação mais rápida.
Motta; Enumo (2004, p.20) observam que “revendo a bibliografia nacional e
internacional sobre a introdução do brincar no hospital, verifica-se que esta temática vem
ocupando um espaço significante no estudo da hospitalização infantil, trazendo questões
relacionadas à sua importância no processo de humanização hospitalar”.
Observamos, entretanto, que poucos estudos analisam, sistematicamente, os efeitos de
programas específicos de recreação sobre o repertório de comportamentos de crianças e
adolescentes em tratamento médico e suas implicações para o enfrentamento da doença e da
adesão à terapêutica.
Durante nosso estágio na pediatria do Hospital Regional de Planaltina-DF, tivemos a
oportunidade de realizar algumas atividades lúdicas e ao final do estágio constatou-se sensível
melhora naquela unidade pediatra.
20
Gráfico 4 – Sugestões de ações e idéias sugeridas por alunos de enfermagem
Fonte: Questionário aplicado aos alunos do Curso de Enfermagem da Faculdade de Saúde do UniCEUB,
Brasília, 2007.
Nesta abordagem, destacam-se as ações ideais para que toda dinâmica do acolhimento
saia a contento e que deverão ser realizadas nas salas de espera das Unidades de Saúde
Pública e Privadas do Distrito Federal.
Enfatiza-se, pois, que a educação continuada ainda é um forte item sugerido pela
maioria dos profissionais de saúde.
Para McGrath; Huff (2001), as crianças em idade pré-escolar constituem o grupo de
maior vulnerabilidade a sofrer efeitos adversos, quando expostas às experiências de
internação hospitalar. Entre os adolescentes, podemos levantar a hipótese de que uma unidade
pediátrica, com ambientes físicos decorados e voltados às necessidades prioritárias da
infância, pode ter inibido a participação mais efetiva dos mesmos.
Sem dúvida, a educação, bem como a implantação de políticas adequadas são métodos
eficazes para que tudo ocorra de modo satisfatório e, todos os profissionais envolvidos
destaquem-se em suas funções e sirvam de alento, com suas potencialidades para conduzir a
missão conferida pela ética do trabalho, além de delinear suas ações cotidianas e experiências
de mundo.
21
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A disposição para o desenvolvimento do presente trabalho teve fulcro na consciência
acadêmica construída nos quatro primeiro anos de estudos na faculdade de enfermagem do
UniCEUB
Nesse período de intensos trabalhos sobre as diversas áreas de estudos da enfermagem,
aquele que mais despertou a necessidade de maior aprofundamento ao estudo foi justamente,
o da sala de acolhimento, pois ali é a porta de entrada, onde portanto, a forma do acolhimento
poderia definir o sucesso ou insucesso da cura do paciente.
Desse modo, identificamos e analisamos aspectos relacionados ao preparo para relação
estabelecida entre trabalhador e o usuário em unidade de saúde, tendo por perspectiva o
acolhimento. Este é, pois, entendido enquanto processo, constituindo-se em um conjunto de
atos executados de modos distintos no momento do atendimento.
Nesta abordagem, identificou-se que para o acolhimento se processar há um
“momento” de preparo do profissional, do seu espaço físico e das relações presentes no
trabalho para que se dê o atendimento ao usuário, no qual nem sempre são consideradas suas
necessidades.
Embora haja dificuldades quanto à disponibilidade de recursos, especialmente do setor
público, é preciso atentar para a preparação da relação serviço/usuário e profissional/usuário,
buscando na estruturação do serviço.
Desse modo, podemos considerar que a disponibilidade do trabalhador para o preparo
do ambiente, de si próprio e da relação de atendimento propriamente dita, passa por dentro do
próprio trabalhador (seus afetos, desejos, projetos) e pelo contexto no qual está inserido.
Em seu quotidiano, o profissional de saúde, de um modo geral, não se percebe e vive
atribulado, correndo o tempo todo, com grande dispêndio de energia, sem parar para refletir
sobre o que faz.
Portanto, o acolhimento tem a potencialidade de inverter a lógica de organização e
funcionamento do serviço de saúde, partindo do princípio atender a todas as pessoas que
procuram os serviços de saúde, garantindo a acessibilidade universal, assumindo sua função
primordial de acolher, escutar e dar uma resposta positiva, capaz de resolver os problemas de
saúde da população.
22
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO
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23
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24
ANEXO A
RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA EM SALA DE ACOLHIMENTO
O papel do enfermeiro na sala de acolhimento é de grande relevância devido à
natureza da própria profissão, visando o cuidar que já vem desde a época de Florence
Nightingale. Cuidado este que pode ser prestado desde a sala de acolhimento até em uma
enfermaria, que foi o local usado para este estudo. É, sem dúvida, referência e uma
experiência de grande valor que serviu de crescimento profissional e pessoal.
Das leituras e experiências em sala de aula, pudemos partir para a prática e, um evento
em particular foi o motivador desta pesquisa, fato ímpar que nos fez repensar todo um
histórico de vida e perspectivas, não do só do paciente em questão como da pesquisadora. É
esta experiência que relataremos a seguir.
A.P. nasceu no dia 08 de junho de 2000. Filho de André Pereira, 39 anos, 2º grau
completo funcionário do Colégio Agrícola na área de sérvios gerais, e Rosa Pereira Martins,
34 anos, 1º grau incompleto, freqüentadora da Assembléia de Deus, do lar; procedentes da
Bahia, o casal possui mais dois filhos (7 anos e 3 anos), renda familiar de R$ 1.000,00, casa
de alvenaria, alugada tendo água encanada e esgoto tratado, possuem cão.
A.P. não foi planejado, nasceu de parto normal com o auxílio de fórceps, pesando
2,700 kg, teve amamentação materna normal até os 12 meses. Nasceu com pneumonia intra-
uterina; IRA; ficando internado por 13 dias. Esta é a sua 57ª internação. Tem AVC,
Pneumonia, Bronquite e Anemia Falciforme (descoberta entre 7/8 meses de idade), apresenta
edemas e cianose nos dedos e articulações. Chora muito.
Fazia acompanhamento no Posto 03 de Planaltina, antes de ser descoberta a Anemia
Falciforme. Com um ano de idade, foi internado com crise de “seqüestro”, no Hospital de
Base, inclusive na UTI, ficando lá vários dias, seus pais não souberam precisar o tempo.
Nessa internação foi introduzida a papinha em sua dieta. Transferido para o HUB, não
aceitou mais o alimento, retornando ao peito materno, desmamado após oito meses. Nunca
tomou outro leite. Só alimentava de papinha e sucos.
Faz três anos que ele faz transfusão de sangue de 21/21 dias, usa também de 21/21
dias Benzetacil. Aos quatro anos retirou o baço no HUB, após esse processo cirúrgico houve
um aumento de dores nas articulações.
Hoje em dia toma leite bovino com achocolatado no copo, come sozinho, muitas
vezes, acorda a noite para com fome e toma o leite, que a mãe já deixa preparado. Utiliza vaso
sanitário, mas, às vezes, evacua nas roupas. Não tem alergia alimentar. É alérgico a
esparadrapo. Possui uma prima paterna com Anemia Falciforme.
Vomitava muito e não alimentava direito. Sua urina estava muito amarelada,
(hemólise: quebra das hemácias), própria da doença, faz uso de Diclofenaco. Não tinha
previsão de alta no momento.
Quando iniciei o estágio na pediatria do Hospital Regional de Planaltina, deparei com
A.P., menino inquieto e que chorava bastante, impedindo até os procedimentos e
apresentando uma resistência ao corpo de enfermagem, ninguém queria cuidar dele, pois era
realmente estressante. Lembrei de uma reportagem apresentada em um telejornal enfocando
um grupo de médicos e enfermeiros em São Paulo chamado “Doutores da Alegria”, que
voluntariamente percorriam as enfermarias levando apresentações de palhaços, mágicas e
brinquedos para os internos da pediatria.
Fui para casa pensando naquela criança e no outro dia ao voltar para o estágio levei
alguns brinquedos e balas para tentar me tornar amiga de A.P., para minha alegria recebeu os
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brinquedos de bom grado e naquele dia permitiu que fosse feito todo o procedimento sem
nenhuma reação contrária por parte do paciente.
O grupo de acadêmicos fez uma reunião para tentar fazer algo, visando à melhora
dessas crianças, então foi decidimos levar um rádio para utilização da musicoterapia, e foi
adquirido brinquedos, revistas, livros infantis, massinhas coloridas, balões, e pinturas.
Durante estas intervenções foi observada, a reação de cada criança. Foi surpreendente,
algumas crianças que eram mais arredias, apresentaram mais interesse por tudo, inclusive a
alimentação e banho, o pequeno A.P. foi quem apresentou uma maior reação.
Para minha satisfação pude assistir a alta do pequeno A.P. ainda no decorrer do meu
estágio naquela unidade de pediatria, pois com os brinquedos e uma maior atenção por nossa
parte A.P, se recuperou não mais necessitando de ficar internado.
Depois da alta, foram feitas várias visitas a família durante toda a realização deste
estudo, observando a convivência da criança no seio de sua família, concluindo que uns dos
motivos que levava a criança a várias internações era o fato que as crianças dormiam no chão
frio, pois a baixa renda da família não permitiu a compra de camas para os filhos. Durante
esse acompanhamento A.P. esteve internado mais duas vezes na mesma unidade, com quadro
de pneumonia e crise dolorosas devido a Anemia Falciforme.
Este evento nos fez refletir sobre os diversos aspectos, não somente sobre acolhimento
propriamente dito como também sobre as condições socioeconômicas dos pacientes e que
vários fatores entram em cena, quando se trata da humanização em salas de acolhimento.
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ANEXO B - QUESTIONÁRIO SALA DE ACOLHIMENTO2
(Questionário Aplicado aos alunos do 7º e 8ª semestres do Curso de Enfermagem) (“A
PARTICIPAÇÃO DO PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM NA SALA DE
ACOLHIMENTO: uma experiência em campo de estágio de alunos de graduação da
UniCEUB”).
1. Qual a sua atuação na Área de Saúde:
( ) Auxiliar de Enfermagem
( ) Técnico de Enfermagem
( ) Outra ( ) Nenhuma
2. Que nota daria as salas de acolhimento das unidades de saúde pública?
( ) 01 ( ) 02 ( ) 03 ( ) 04 ( ) 05 ( ) mais de 05
3. Que nota daria ao atendimento das salas de acolhimento das unidades de saúde pública?
( ) 01 ( )02 ( ) 03 ( ) 04 ( ) 05 ( ) mais de 05
4. Você acha que desenvolver atividades sócio-educativas em salas acolhimento de unidades
de saúde pública seria?
( ) Não faria diferença.
( ).Ruim
( ).Bom
( ) Muito Bom
5. Qual seria a ação ideal da enfermagem na sala de acolhimento?
6. Como você considera a atuação do enfermeiro na sala de acolhimento?
7. O que você faria na sala de acolhimento visando a população alvo?
2 2 Sala de Acolhimento, nomenclatura usada atualmente para “Sala de Espera”.
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