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A Ética e o Processo

de Avaliação

Psicológica

Otília Loth

Daniela Campos

PUC-GO

O que é Avaliação Psicológica?

De forma geral, a avaliação psicológica pode

ser entendida como um processo técnico e

científico de coleta de dados, estudo e

interpretação das informações a respeito dos

fenômenos psicológicos, que são resultantes da

relação do indivíduo com a sociedade,

utilizando-se, para tanto, de estratégias

psicológicas − métodos, técnicas e

instrumentos.

Avaliação Psicológica

O uso de testes é muito comum na prática da

avaliação psicológica. Embora os testes sejam

os instrumentos mais científicos, testes e

avaliações não são sinônimos. Os testes são

uma das ferramentas mais usadas no processo

de avaliação. Mas, avaliar é muito mais do que

aplicar testes.

O que é Avaliação Psicológica?

Avaliação Psicológica é... Avaliação Psicológica não é...

um processo dinâmico; um trabalho mecânico;

um processo de

conhecimento do outro;

somente avaliar determinadas

características;

um processo científico; sinônimo de aplicação de

testes;

um trabalho especializado; um processo simples, rápido e

fácil;

a obtenção de amostras do

comportamento.

um conhecimento definitivo

sobre o comportamento

observado.

Princípios fundamentais I – “O Psicólogo deve basear seu trabalho no

respeito à promoção à liberdade, à dignidade, á

igualdade, à integridade ao ser humano apoiado

nos valores que embasam a Declaração dos

Direitos Humanos.”

A avaliação deve trazer mais benefícios

que prejuízos, o sujeito deve ser

informado sobre os procedimentos aos

quais ele será submetido e os

instrumentos utilizados devem ser

apropriados.

Princípios fundamentais II - “Os Psicólogos trabalharão visando à

promoção da saúde e a qualidade de vida das

pessoas e das coletividades e contribuirá para

eliminação de qualquer forma de negligência,

discriminação, exploração, violência e crueldade,

bem como opressão”.

Por meio de avaliações adequadas,

indivíduos sejam encaminhados a

tratamentos condizentes com seus

quadros e contextos

Princípios fundamentais III- “psicólogo deverá atuar com responsabilidade

social, analisando de forma crítica e histórica a

realidade política e econômica, social e cultural”

A Avaliação Psicológica dá-se a partir de

um tripé, que contempla possibilidades

de observações e dinâmicas, entrevistas,

e testes diversos(projetivos, gráficos e

psicométricos), e que necessariamente

considera a questão do contexto no qual

o sujeito está inserido.

Princípios fundamentais IV- “psicólogo atuará com responsabilidade, por meio

do contínuo aprimoramento profissional, contribuindo

para o desenvolvimento da Psicologia como um

campo científico de conhecimento e de prática”

V. O psicólogo contribuirá para promover a

universalização do acesso da população às

informações, ao conhecimento da ciência psicológica,

aos serviços e aos padrões éticos da profissão.

VI. O psicólogo zelará para que o exercício profissional

seja efetuado com dignidade, rejeitando situações em

que a Psicologia esteja sendo aviltada.

É importante que o ensino da Avaliação

Psicológica seja de qualidade para evitar

condutas inadequadas por parte dos

profissionais.

Na graduação é importante que o

estudante vivencie a prática da

avaliação psicológica, considerando as

consequências sociais provenientes da

avaliação.

Princípios fundamentais

A Ética e a Avaliação

Psicológica

A fim de garantir a qualidade e a ética no uso

de testes, o Comitê Internacional de Testes (ITC,

2001) publicou as diretrizes gerais para o uso e

para a revisão dos testes.

O CFP traduz e adapta essas normas para o

nosso país.

A criação de laboratórios de testes, de

instituições como o IBAP, ANPEPP, ASBRO

contribuem para o desenvolvimento e

fortalecimento da área.

O Processo de Avaliação

Psicológica

Solicitação da Avaliação/Objetivos e Demanda

Seleção das técnicas e instrumentos mais adequados para a avaliação

Coleta de informações pelos dos meios escolhidos/Administração de testes

Correção e interpretação dos testes/ Integração dos dados

Devolutiva oral e/ou escrita

A Ética no Processo de

Avaliação Psicológica Seleção dos testes

1 - Selecionar os melhores instrumentos disponíveis, de acordo com os objetivos da avaliação;

2 - Avaliar as características psicométricas dos testes:

- Fidedignidade (o teste é estável no tempo ou se todos os itens

de fato avaliam a mesma coisa?);

- Validade (o teste mede o que se propõe a medir?);

- Padronização (Há uniformidade dos procedimentos tanto de

aplicação quanto de pontuação do teste?);

- Normatização (O teste corresponde à realidade em que é

utilizado?);

3 - Considerar as características específicas do sujeito

4 - Verificar se os manuais possuem todas as informações;

5 -Solicitar ajuda de outro psicólogo, caso necessário.

A Ética no Processo de

Avaliação Psicológica Administração dos testes

1 - Esclarecer ao examinando os objetivos da avaliação;

2 – Termo de consentimento do examinando ou responsáveis;

3 – Verificar se o ambiente físico possui as condições necessárias;

4- Preparar o material com antecedência;

5 - Desenvolver um relacionamento de confiança com o examinando;

6 – Atentar-se ao comportamento do examinando durante a avaliação, não se ausentar e nem desviar a atenção;

7 - Seguir rigorosamente as orientações do manual;

8 – Responsabilizar-se pela aplicação correta dos testes.

A Ética no Processo de

Avaliação Psicológica

É vetado ao Psicólogo:

- Xerocar ou reproduzir material

- Avaliar a distância (exceto para

pesquisas)

- Gravar sessões sem o consentimento

prévio do examinando

- Substituir o psicólogo por material

informatizado

- Utilizar testes sem parecer favorável do

SATEPSI

A Ética no Processo de

Avaliação Psicológica Correção e interpretação dos resultados dos testes

1 - Seguir os critérios e as tabelas apropriadas para cada finalidade;

2 – Avaliar quantitativamente e qualitativamente, considerando as observações feitas durante o processo de avaliação;

3- Considerar os resultados de forma dinâmica, considerando o ambiente do sujeito;

4 – Verificar dados da normatização do testes;

5 – Não substituir o psicólogo pelo computador;

6 – Arquivar o material de forma confidencial por, no mínimo, cinco anos.

A Ética no Processo de

Avaliação Psicológica Devolutiva

1 - Evitar ser influenciado por valores pessoais;

2 - Elaborar o relatório de maneira clara, abrangendo o indivíduo em todos os seus aspectos, enfatizando a natureza dinâmica e circunstancial dos dados apresentados;

3 - Utilizar-se de linguagem adequada aos destinatários, devendo sempre incluir recomendações específicas para os solicitantes;

4- Evitar fornecer resultados em forma de respostas certas e

esperadas aos instrumentos psicológicos utilizados;

5 – Respeitar o direito de cada indivíduo conhecer os resultados da

avaliação psicológica;

6 – Guardar sigilo das informações obtidas e das conclusões

elaboradas, disponibilizando-as apenas a quem é de direito e

preservar a identidade do examinando;

7 – Sempre fazer relatório para arquivar junto ao material.

A Ética no Processo de

Avaliação Psicológica

A Avaliação Psicológica é, em sua

complexidade, algo que exige a especialização

do psicólogo. Não basta somente a formação

acadêmica, mas sim a constante procura por

estudos relacionados e que possam contribuir

positivamente para o processo, é necessário a

constante atualização sobre os avanços na

área.

É também importante conhecer a amplitude do

processo de Avaliação, sem reduzi-lo apenas a

aplicação de testes.

A Ética no Processo de

Avaliação Psicológica

A Avaliação Psicológica está em constante

crescimento, estimulada pela necessidade do

mercado. Dessa forma, produzir trabalhos nessa

área e devolver o conhecimento à classe é de

grande importância para o desenvolvimento

constante da avaliação.

A ética no uso de testes Os 12 pecados mortais no uso de testes psicológicos

1. Utilizar testes não aprovados pelo CFP.

2. Usar cópias de testes.

3. Não encarar a Avaliação Psicológica como um processo.

4. Dispensar a entrevista.

5. Adaptar os testes de acordo com a sua vontade: alterar

tempos,instrumentos, não observando a padronização.

6. Não pedir ao candidato para assinar o teste.

7. Não registrar todas as informações pertinentes ao caso.

8. Aceitar remuneração incompatível com a sua prática.

9. Não esclarecer a respeito da Avaliação Psicológica ao cliente e ao

usuário do serviço.

10. Não fazer entrevistas de devolução.

11. Não se aperfeiçoar em reciclagens, cursos, supervisões e

congressos.

12. Não guardar os materiais por cinco anos.

“Pelos atos que praticamos em

nossas relações com os

homens nos tornamos justos ou

injustos.” Aristóteles

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