View
216
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia
1/11
P g i n a | 1
Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013
Abordagens protemicas e suas aplicaes no
campo da hematologia
Weber, Simone Schneider
Farmacutica-Bioqumica, Doutora em Medicina Tropical e Sade Pblica e aluna do curso de Ps-graduao em
Hematologia Laboratorial da Academia de Cincia e Tecnologia.
E-mail: swbiotecnologia@yahoo.com.br
INTRODUO
O termo proteoma foi descrito pela primeira
vez por Marc Wilkins em 1994 (WILKINS et al.,
1994) e refere-se ao conjunto de todas as protenas
que intervm nos processos biolgicos, as quais
so produzidas com base no genoma. Enquanto o
genoma essencialmente esttico e no muda de
uma clula para outra de um mesmo organismo, o
proteoma altamente dinmico e dependente do
estado da clula (GODOVAC-ZIMMERMANN;
BROWN, 2001). Entretanto, a complexidade doproteoma no se explica apenas pelo nmero de
protenas, mas tambm, devido s inmeras
possibilidades de interaes protena-protena e
modificaes ps-traducionais (PTMs), as quais
apresentam um papel importante na funo das
protenas (JENSEN et al., 2002). Tal
complexidade, fez necessria a introduo de
outros processos, como sub-fracionamento da
amostra ou imunoprecipitao de protenas, dando
origem ao termo - subproteoma - (SEM, 2007), o
qual descreve um grupo especfico de protenas de
um proteoma total, por exemplo: fosfoproteoma(conjunto de protena fosforiladas); glicoproteoma
ResumoTcnicas protemicas esto cada vez mais sendo empregadas na descoberta de
biomarcadores, para a definio e caracterizao de ambos os processos, normal e o
patolgico. Os recentes progressos das metodologias empregadas nas abordagensprotemicas tm aberto novas oportunidades de aplicao mdica, inclusive no campo das
doenas hematolgicas e medicina transfusional. No presente artigo feita uma reviso das
aplicaes das protemica no campo da hematologia, incluindo os resultados obtidos nasreas da protemica clnica, medicina transfusional e farmacoprotemica.
Palavras-chaves: protemica; hematologia; medicina transfusional e farmacoprotemica
AbstractProteomic techniques are increasingly being employed for biomarker discovery, to the
definition and characterization of both, physiological normal and the pathological processes.
Recent progresses of methodology used in proteomic approaches have been open new
opportunities for medical application, including in the field of hematological diseases andtransfusion medicine. In the current report, the clinical application of proteomics in the field
of hematology is reviewed, including the results obtained in the clinical proteomics,
transfusion medicine andfarmacoproteomic.
Keywords: proteomic; hematology; transfusion medicine and farmacoproteomic
mailto:swbiotecnologia@yahoo.com.brmailto:swbiotecnologia@yahoo.com.br7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia
2/11
P g i n a | 2
Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013
(protenas glicosiladas), ou ainda o proteoma de
organelas celulares de interesse, tais como: ncleo,
membrana, mitocndria e outros.
Atualmente, denominaes com o sufixo -
mica - tm proliferado para designar a descrioem larga escala de um grupo de diferentes
molculas, tais como: metaboloma, usado para
uma coleo de metablitos produzidos em um
determinado momento fisiolgico (PSYCHOGIOS
et al., 2011); interactoma, que descreve as
interaes de uma protena com as demais
(CUSICK et al., 2005)e secretoma, para protenas
secretadas (WEBER et al., 2012).
Muitas tcnicas empregadas em protemica
tm como foco a identificao de biomarcadores,
outras tm potencial para automao e utilizao
na rotina clnica com propsito diagnstico e
permitem a anlise de inmeros tipos de amostras
e de alteraes no perfil de expresso proteica
associada a uma doena. De maneira geral, as
metodologias empregadas em protemica (Figura
1) envolvem a extrao das protenas da amostra,
separao por eletroforese uni (SDS-PAGE) ou
bidimensional (2D-PAGE) e/ou cromatografia
liquida (LC), seguida de anlise por espectrometria
de massas (MS). A MS uma tcnica analtica que
permite separar partculas de diferente relao
massa-carga (m/z) em uma mistura complexa,
muito utilizada em abordagens protemicas,
aplicadas em larga escala, para identificar
protenas expressas por um genoma, clula, tecido
ou organismo (SCHUBERT et al., 2006).
Nos ltimos anos, muitas questes importantes,
referentes aos processos biolgicos e mecanismos
bioqumicos, tm sido respondidas com auxlio da
protemica e centenas de biomarcadores
candidatos j foram descritos (CHEN et al., 2012;
KRUGER et al., 2013; LEE et al., 2012; PENNO;
ERNST; HOFFMANN, 2012; WHEELOCK et
al., 2013; ZHANG et al., 2012; ZHENG et al.,
2012). Assim, a aplicao das tcnicas protemicas
representa uma importante etapa na expanso do
conhecimento sobre a fisiopatologia das alteraes
hematolgicas (LIUMBRUNO et al., 2010), bem
como dos processos e vias metablicas(COLLAND et al., 2004; MAY et al., 2011).
No presente artigo feita uma reviso das
aplicaes da protemica no campo da
hematologia, incluindo os resultados obtidos nas
reas da protemica clnica, medicina transfusional
e farmacoprotemica.
Figura 1-Vi so geral das metodologias empregadas emprotemica. A separao das protenas de uma amostracomplexa pode ser realizada por diferentes tcnicasacopladas espectrometria de massas (MS). As tcnicas
mais comumente utilizadas envolvem separaoeletrofortica unidimensional (SDS-PAGE) ou
bidimensional (2D-PAGE), bem como a cromatografialquida (LC). A identificao das protenas pode ser
realizada pelo software Mascot, atravs de dois mtodos: oPMF (do ingls: peptide mass fingerprint) ou o MS/MS.No PMF, o Mascot compara o padro de digesto ou PMF
da protena que queremos identificar com os gerados
teoricamente para todas as sequncias de protenasdepositadas nos bancos de dados disponveis on line.Enquanto que, o MS/MS realiza o sequenciamento eidentificao dos aminocidos que compem pequenas
regies dos peptdeos detectados. O conjunto de todas as
protenas identificadas constitui o Proteoma da amostraanalisada.
Protemica Clnica
A busca por marcadores moleculares que
auxiliem no diagnstico e tratamento de doenas
7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia
3/11
P g i n a | 3
Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013
humanas, incluindo as neoplasias hematolgicas,
tem focado na anlise protemica de amostras
biolgicas, objetivando identificar alteraes no
padro proteico associado a uma doena. Esse
novo ramo da medicina foi recentementedenominado de Protemica Clnica (KAMPER et
al., 2011; LION; TISSOT, 2008;
YUDITSKAYA; SUFFREDINI; KATO, 2010).
Biomarcador ou marcador biolgico foi
definido como uma caracterstica que pode ser
medida experimentalmente e indica a ocorrncia
de uma determinada funo normal ou patolgica
de um organismo ou uma resposta a um agente
farmacolgico (FOLLEN; SCHOTTENFELD,
2001). Em suma, existem trs tipos de
biomarcadores: tipo zero, biomarcadores de
doenas, que indicam determinadas patologias;
tipo 1, biomarcadores usados pra detectar o efeito
de uma droga; e o tipo 2, com aplicao em
ensaios clnicos (PACZESNY, 2013). Dentre as
abordagens protemicas utilizadas na busca de
biomarcadores, podemos citar um trabalho
realizado por Bassim et al (BASSIM et al., 2012),
o qual utilizando LC-MS/MS, os autores avaliaram
amostras de saliva de pacientes com Doena do
Enxerto Contra o Hospedeiro, tambm conhecida
como DECH ou GVHD (do ingls: graft-versus-
host disease), uma complicao comum aps o
transplante de medula ssea (TMO) alognico.
Esse estudo permitiu a identificao de um padro
proteico na DECH, caracterizado pela reduo na
expresso de duas protenas, a lactotransferrina e a
lactoperoxidase. Os autores sugerem que essa
metodologia pode ser aplicada como um teste no
invasivo para deteco precoce, rastreamento e
acompanhemento da DEHC, em larga escala, nos
pacientes aps TMO alognico. Uma abordagem
semelhante j havia sido descrita para deteco de
DEHC em amostras de urinas (WEISSINGER et
al., 2005), onde um modelo de painel com
mltiplos marcadores foi sugerido como um
mtodo eficiente e sensvel de aplicao da
protemica clnica para o diagnstico
hematolgico. Recentemente, foi publicada uma
reviso mostrando um grupo de 21 protenascandidatas a biomarcadores da DECH,
identificadas por metodologias protemicas ou
imunooensaios (PACZESNY, 2013), chamando a
ateno para a importncia das pesquisas nessa
rea. Outro exemplo importante, foi a descrio de
um biomarcador para o diagnstico diferencial do
Linfoma de Hodgkin Clssico dos demais
linfomas, a protena ligadora de galactina 1 (Gal-1)
(KAMPER et al., 2011). Os autores descrevem que
a superexpresso da Gal-1 est tambm associada
ao mal prognstico, bem como na refratariedade ao
tratamento, nessa doena.
Os eritrcitos (do ingls: RBC, red blood cells)
circulam no sangue, durante 120 dias, em contato
com uma variedade de outras clulas e substncias.
Portanto, muitas alteraes nos RBCs podem
resultar da interao dos mesmos com protenas
plasmticas, drogas ou substncias secretadas por
clulas ativadas. A membrana eritrocitria contm
protenas do citoesqueleto e protenas integrais,
imersas na bicamada lipdica, todas importantes
para a manuteno da integridade e forma celular.
Defeitos nas protenas do citoesqueleto levam a
alteraes na forma e fragilidade osmtica dos
RBCs (DELAUNAY, 2004;2007; PERRIN et al.,
2006). O primeiro estudo envolvendo proteoma
dos eritrcitos foi realizado por Low et al (LOW;
SEOW; CHUNG, 2002) e descreveram 84
diferentes protenas de membrana dos RBCs por
MALDI TOF MS/MS (do ingls: matrix-assisted
laser desorption/ionization time-of-flight mass
spectrometry). Atualmente, o proteoma das clulas
vermelhas do sangue humano apresenta
aproximadamente 750 protenas descritas
(GOODMAN et al., 2007). A partir da descrio
7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia
4/11
P g i n a | 4
Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013
do proteoma dos eritrcitos normais, possvel
avaliar as alteraes que ocorrem nas protenas de
membrana dos eritrcitos nas doenas
hematolgicas, como por exemplo, na anemia
falciforme (YUDITSKAYA et al., 2010) ou naesferocitose hereditria (POLPRASERT;
CHIANGJONG; THONGBOONKERD, 2012).
Um reviso dos artigos publicados sobre
protemica envolvendo os eritrcitos e plasma de
paciente com doena falciforme, descreve a
ativao de protenas antioxidantes, aumento dos
defeitos nas protenas do citoesqueleto, bem como
aumento das protenas do reparo e desregulao
das apolipoprotenas, como achados importantes e
associados aos portadores de hemoglobina S (HbS)
(YUDITSKAYA et al., 2010). Um estudo
realizado por Yuditskaya et al (YUDITSKAYA et
al., 2009)mostrou evidncias que a deficincia nos
nveis de ApoA-1 predispe o desenvolvimento da
hipertenso pulmonar arterial (HPA) em pacientes
com doena falciforme. Esse achado representa um
possvel alvo teraputico, onde o aumento nos
nveis de ApoA-1 poderiam prevenir complicaes
e aumentar a qualidade de vida desses pacientes.
Os autores sugerem ainda, que os nveis baixos de
ApoA-1 possam predispor outras complicaes
vasculares comuns na doena falciforme, como o
priapismo e a lcera cutnea de perna. Com
relao esferocitose hereditria, o defeito mais
comum observado num grupo de 300 pacientes, foi
a deficincia de uma protena transmembrana,
denominada de protena banda-3 (POLPRASERT
et al., 2012).
Atualmente, j existe descrio de 1.200
protenas plaquetrias (COPPINGER et al., 2004;
GEVAERT et al., 2003; MCREDMOND et al.,
2004; MOEBIUS et al., 2005). Zahedi et al.
(2008) recentemente identificaram um novo stio
de fosforilao na GPI (24), a qual juntamente
com GPI so covalentemente ligadas por pontes
dissulfetos a glicoprotena GPIb, um componente
central do complexo GPIb-IX-V, receptor do Fator
de von Willebrand (FVW) que medeia a ativao e
adeso plaquetria. Embora, sabe-se que GPI
regulada negativamente por quinases A e G (PKA
e PKG), no havia sido descrito que GPIpudesse
ser alvo de fosforilao. O processo de inibio da
GPIno regulado pelas PKA e PKG, assim os
autores supem que outro tipo de quinase possa
desempenhar um papel importante no processo de
regulao da adeso plaquetria. Vrios autores
tm dispensado esforos no sentido de entender
como os mecanismos de modificaes ps-
traducionais (PTMs) tais como fosforilaes
(ZAHEDI et al., 2008) e glicosilaes
(LEWANDROWSKI et al., 2007)podem modular
as funes das protenas eritrocitrias e
plaquetrias (DITTRICH et al., 2005;
GOODMAN et al., 2007).
A prpura trombocitopnica idioptica (PTI)
uma patologia adquirida que leva reduo da
contagem de plaquetas, mediada por mecanismoimunolgico. O tratamento inicial a
corticoterapia e, se caracterizada a falncia ou
dependncia desta, a esplenectomia a segunda
opo. Zheng et al (ZHENG et al., 2012)
analisaram amostras de soro de pacientes com PTI,
os resultados indicaram que o nvel de
haptoglobina srica pode ser utilizado como um
indicador da eficcia da esplenectomia nesses
pacientes.
Medicina Transfusional na era da
Protemica
Esse tpico descreve como as abordagens
protemicas tm contribudo na questo do
controle de qualidade dos processos de obteno e
estocagem de hemocomponentes e hemoderivados.
O concentrado de hemcias (CH) o
hemocomponente mundialmente mais
7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia
5/11
P g i n a | 5
Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013
transfundido, seguido do concentrado de plaquetas
(CP) e plasma fresco congelado (PFC)
(D'ALESSANDRO; ZOLLA, 2010).
Alguns trabalhos aplicando metodologias
protemicas no controle de qualidade dehemocomponentes tm sido publicados, incluindo
plasma (ISSAQ; XIAO; VEENSTRA, 2007),
hemcias (PASINI et al., 2006) e plaquetas
(PERROTTA; BAHOU, 2004; THIELE et al.,
2010). Um estudo coordenado por Springer et al
(2009) mostrou uma diferena marcante no perfil
protemico das plaquetas de pacientes com
Diabetes tipo II em relao s plaquetas de
doadores de sangue saudveis, bem como
diferentes efeitos da estocagem. Foram descritas
122 protenas diferencialmente expressas (do total
de 844 analisadas) no grupo de pacientes
diabticos. Os autores sugerem que os achados
indicam a necessidade de aprofundar as anlises de
adequabilidade da doao de plaquetas pelos
diabticos, uma vez que essas plaquetas
envelhecem e ativam mais rapidamente durante a
estocagem (SPRINGER et al., 2009). A deteco
da ativao plaquetria pode avaliar precocemente
as alteraes que iro influir na viabilidade das
plaquetas durante o perodo de estocagem
(TYNNGARD, 2009). Resultados semelhantes tm
sido descritos para plaquetas doadas por
voluntrios hipertensos tratados com antagonista
do receptor de angiotensina II (SACRISTAN et al.,
2008). Esses achados so de extrema importncia,
uma vez que esses pacientes, diabticos e
hipertensos, quando oportunamente tratados so
aceitos como doadores de plaquetas, embora a
funo hemosttica possa estar comprometida
(D'ALESSANDRO; ZOLLA, 2010).
Comparado com os demais hemocomponentes,
os CPs apresentam um risco maior de
contaminao bacteriana durante a estocagem, uma
vez que so mantidos a temperatura ambiente
(22C). Atualmente, a qualidade dos concentrados
de plaquetas determinada in vitropela anlise da
morfologia plaquetria, pH e pelo teste de
agregao plaquetria ou citometria de fluxo para
avaliar a funo (CARDIGAN; TURNER;
HARRISON, 2005). Embora ainda existam
limitaes com relao s anlises de morfologia e
funo das plaquetas mantidas sob estocagem
(THIELE et al., 2007). Wurtz et al (WURTZ et al.,
2007) e Glenister et al (GLENISTER; PAYNE;
SPARROW, 2008) comparam os efeitos da
estocagem em concentrados de plaquetas
randomizados e obtidos por afrese. O primeiro
grupo descobriu que os nveis de fator plaquetrio
4 (PF4) e -tromboglobulina (-TG) so maiores
nos concentrados de plaquetas obtidos por afrese.
Essas protenas so encontradas nos -grnulos
secretados aps ativao plaquetria (BLAIR;
FLAUMENHAFT, 2009). Portanto, os autores
sugerem que o mtodo de coleta por afrese, o qual
apresentou maior quantidade das protenas
plasmticas PF4 e -TG, possa produzir umamaior ativao das plaquetas durante a estocagem.
No mesmo trabalho, Wurtz et al (WURTZ et al.,
2007) descrevem a utilizao de um teste que
combina esferas magnticas (ClinProt, Bruker
Daltonik, Germany) e LC-MS/MS Bruker
Daltonik, Germany) para detectar leses
plaquetrias causadas pela estocagem. Os
sobrenadantes de plaquetas estocadas foram
submetidos ao teste, o qual foi capaz de identificar
picos em 7807 e 9347 m/z, correspondentes s
protenas plasmticas PF4 e a -TG,
respectivamente (WURTZ et al., 2007).
Uma vez coletados, os concentrados de
plaquetas podem ser submetidos leucorreduo
com a finalidade de amenizar a ocorrncia de
complicaes transfusionais, tais como: reao
transfusional febril no-hemoltica (RTFNH),
aloimunizao contra antgenos leucocitrios
7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia
6/11
P g i n a | 6
Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013
humanos (HLA), refratariedade plaquetria e
preveno de infeces transmitidas por leuccitos
(CMV, HTLV e Creutzfeldt Jacob) (SHARMA;
MARWAHA, 2010). Nesse sentido, Ryu et al
analisou o filtrado de concentrados de plaquetasaps 24 e 120 horas de estocagem. Os resultados
mostraram que o nmero de spots/protenas, no
sobrenadante, aumentou com a estocagem e
diminuiu com a filtrao. Em particular, a
quimiocina CXCL2 (protena inflamatria de
macrfago), fator estimulador de colnias
megacarioctico (Meg-CSF) e IL-22, foram
protenas que exibiram maiores alteraes,
corroborando com a importncia da utilizao do
procedimento de leucorreduo. A leucorreduo
no um procedimento valioso apenas para
concentrados de plaquetas, mas tambm durante a
preparao de concentrados de hemcias.
Resultados similares foram observados por Annis
et al (ANNISS et al., 2005), onde os autores
demonstraram que o sobrenadante de CH no
leucorreduzido apresentou um acmulo de
protenas com atividade imunognicas e pr-
inflamatrias, entre elas um promotor da adeso de
neutrfilos e uma protena de fase aguda.
As condies de estocagem de CHs, sob
condies de aerobiose e anaerobiose, foram
avaliados por D'Amici et al (D'AMICI;
TIMPERIO; ZOLLA, 2008). O estresse oxidativo
foi a principal causa das alteraes nas protenas
das hemcias estocadas. Os achados sugerem que a
deprivao de oxignio durante a estocagem
protege as protenas eritrocitrias contra a
degradao.
Outra aplicao da protemica no
monitoramento dos efeitos da inativao de
patgenos sobre a integridade das protenas
plasmticas, presentes nos Plasmas Frescos
Congelados (PFCs). Os prons causadores da
variante da Doena de Creutzfeldt-Jakob (vCJD)
so exemplos que ilustram a necessidade de
implantao de medidas de controle que previnam
a transmisso de patgenos via transfuso de
hemocomponentes (KLEIN, 2005). As tcnicas
disponveis para inativao de patgenos so: azulde metileno (SOLHEIM, 2008), solventes
(SOLHEIM, 2008), irradiao (pra preveno de
TRALI) (SELTSAM; MULLER, 2011), incluindo
o Intercept blood system (INFANTI et al., 2011), e
mais recentemente o tratamento com vitamina B12
(riboflavina) (MARSCHNER; GOODRICH,
2011). Porm, esses mtodos alm da reduo de
agentes patognicos podem resultar na reduo de
atividade dos factores da coagulao (SOLHEIM,
2008).
Em Medicina Transfusional,
incompatibilidades entre doadores e receptores,
com relao aos antgenos plaquetrios humanos
(HPAs), podem causar refratariedade plaquetria e
prpura ps-transfuso (ROSENBERG; DARDIK,
2006). Em 2009, Garritsen et al (GARRITSEN et
al., 2009) utilizando metodologia MALDI-TOF-
MS (SAUER et al., 2002; SAUER; GUT, 2002)
validaram uma tcnica de genotipagem de
antgenos plaquetrios humanos (HPAs), a qual se
mostrou vantajosa em comparao com os
mtodos convencionais, tais como rapidez,
acmulo de grande quantidade de dados, anlise
combinada de seis lcus(HPA-1, HPA-2, HPA-3,
HPA-4, HPA-5, e HPA-15) em uma nica reao e
alta preciso, permitindo o uso desta tcnica em
larga escala.
Farmacoprotemica
O termo farmacoprotemica engloba
ferramentas protemicas utilizadas para a
descoberta e o desenvolvimento de novas drogas e
seus mecanismos de ao (HESS, 2013; JAIN,
2004), bem como para avaliar a resposta celular a
7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia
7/11
P g i n a | 7
Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013
uma determinada droga ou frmaco
(SAMINATHAN et al., 2010).
Um estudo combinando tcnicas genmicas e
protemicas avaliou alteraes no perfil de
protenas plasmticas em pacientes tratados comanticoagulante oral (SAMINATHAN et al., 2010).
Os autores identificaram altos nveis de
transtirretina (TTR) no soro dos pacientes que
receberam dosagens baixas de warfarina, mas no
aqueles tratados com doses elevadas do
anticoagulante.
Na anemia falciforme (AF), as hemcias
falciformes, ou drepancitos, aderem ao endotlio
via fosfatidil-serina (PS), aspecto clinicamente
relevante, o qual est associado s crises de vaso-
oclusivas. Sabemos que os nveis de PS na
superfcie celular dos drepancitos so cerca de
cinco vezes maior que nos eritrcitos normais,
efeito induzido pela liberao de leucotrienos
seguido pela ativao da 5-lipoxigenase
(HAYNES et al., 2006). A hidroxiuria, um
medicamento utilizado na preveno das crises
vaso-oclusivas da AF, e que induz um aumento
nos nveis de Hemoglobina F (HbF), parece
atenuar a expresso de PS na superfcie das
hemcias falcizadas e diminui a adeso ao
endotlio vascular (HAYNES et al., 2008).
Hidroxiuria, evidentemente induz outros efeitos,
independente do aumento da HbF, tais como
aumento da expresso de protenas envolvidas na
proteo contra estresse oxidativo (GHATPANDE
et al., 2008;2010) e protenas da via glicoltica,
como GAPDH e aldolase (HRYNIEWICZ-
JANKOWSKA et al., 2009). Enzimas da via
glicoltica so conhecidas por serem reguladas pelo
fator 1 induzvel por hipxia (HIF-1)(KALUZ;
KALUZOVA; STANBRIDGE, 2008), o qual um
regulador central da resposta mudanas na
concentrao de oxignio.
A protemica tem sido usada para estudar os
mecanismos de resistncia em pacientes
intolerantes aos inibidores da tirosino-quinase
(imatinibe) (PIZZATTI et al., 2012). A
identificao de protenas expressas no plasmaobtido da medula ssea de pacientes no
responsivos ao imatinibe, revelou a existncia de
regulao da via de sinalizao WNT, com
ativao de Wnt1 e Wnt5a. A ativao constitutiva
da sinalizao WNT considerada um evento
inicial necessrio na gnese da maioria das
neoplasias (KATOH, 2005). Portanto, os autores
sugerem que esses achados possam estar
contribuindo para a resistncia ao tratamento com
os inibidores da tirosina-quinase no grupo de
pacientes avaliados (PIZZATTI et al., 2012).
Recentemente, a protemica foi tambm
descrita como uma metodologia eficiente para a
caracterizao do mecanismo de ao dos
inibidores da tirosina-quinase, os quais se
mostraram capazes de induzir a apoptose das
clulas BCR-ABL positivas (BALABANOV et al.,
2013).
CONSIDERAES FINAIS
A protemica tem provado ser uma ferramenta
poderosa para anlise de hemocomponentes e
derivados do sangue. Portanto, abordagens
protemicas esto cada vez mais sendo aplicadas
na medicina transfusional. Os resultados podem
fornecer dados clnicos relevantes para o aumento
da segurana e eficcia transfusional, bem como,
para aprimorar os mtodos de estocagem desses
produtos. A rea da medicina transfusional
descata-se como uma das reas mais promissoras
para aplicao da protemica. Nesse sentido, a
protemica e medicina transfusional aparecem
como disciplinas complementares, e uma aliana
entre os pesquisadores de ambas as reas se faz
7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia
8/11
P g i n a | 8
Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013
necessrio, objetivando aprimorar os mtodos de
obteno e manuteno dos hemocomponentes.
Ao passo que, a protemica clnica introduz
uma nova perspectiva na gerao de
biomarcadores com aplicao diagnstica outeraputica. Embora, a descrio de protenas
diferencialmente expressas nos tecidos doentes
possa representar importantes indicadores
moleculares, existem vrios desafios tcnicos para
o desenvolvimento de testes clnicos. Portanto,
dificilmente um marcador isolado ter
sensibilidade e especificidade suficientes para a
predio ou diagnstico, e provavelmente, sero
necessrios painis de protenas associadas a
condies especficas. Sendo assim, as pesquisas
com objetivo de buscar biomarcadores, ainda
precisam percorrer um longo caminho at que
possam efetivamente apresentar aplicaes
clnicas. Entretanto, estudos tm dispensado
esforos nesse sentido, e esperamos que no futuro
breve, a protemica possa contribuir para a
melhoria do diagnstico e tratamento dos pacientes
hematolgicos.
AGRADECIMENTOS
A autora agradece aos colegas farmacuticos
bioqumicos, Cludio Brando e Janaina Lauxen
Negripelas valiosas sugestes na leitura da verso
final do artigo.
BIBLIOGRAFIA
ANNISS, A. M. et al. Proteomic analysis ofsupernatants of stored red blood cell products.Transfusion, v. 45, n. 9, p. 1426-33, Sep 2005.
BALABANOV, S. et al. Combination of a Proteomics
Approach and Reengineering of Meso Scale NetworkModels for Prediction of Mode-of-Action for TyrosineKinase Inhibitors. PloS one, v. 8, n. 1, p. e53668, 2013.
BASSIM, C. W. et al. Quantitative salivary proteomicdifferences in oral chronic graft-versus-host disease.Journal of clinical immunology, v. 32, n. 6, p. 1390-9,Dec 2012.
BLAIR, P.; FLAUMENHAFT, R. Platelet alpha-
granules: basic biology and clinical correlates. Bloodreviews, v. 23, n. 4, p. 177-89, Jul 2009.
CARDIGAN, R.; TURNER, C.; HARRISON, P.
Current methods of assessing platelet function:relevance to transfusion medicine. Vox sanguinis, v. 88,
n. 3, p. 153-63, Apr 2005.
CHEN, C. P. et al. Placenta proteome analysis fromDown syndrome pregnancies for biomarker discovery.Molecular bioSystems, v. 8, n. 9, p. 2360-72, Sep 2012.
COLLAND, F. et al. Functional proteomics mapping of
a human signaling pathway. Genome research, v. 14, n.7, p. 1324-32, Jul 2004.
COPPINGER, J. A. et al. Characterization of the
proteins released from activated platelets leads tolocalization of novel platelet proteins in humanatherosclerotic lesions. Blood, v. 103, n. 6, p. 2096-104,
Mar 15 2004.
CUSICK, M. E. et al. Interactome: gateway into
systems biology. Human molecular genetics, v. 14Spec No. 2, p. R171-81, Oct 15 2005.
D'ALESSANDRO, A.; ZOLLA, L. Proteomics forquality-control processes in transfusion medicine.Analytical and bioanalytical chemistry, v. 398, n. 1, p.111-24, Sep 2010.
D'AMICI, G. M.; TIMPERIO, A. M.; ZOLLA, L.Coupling of native liquid phase isoelectrofocusing and
blue native polyacrylamide gel electrophoresis: a potenttool for native membrane multiprotein complex
separation. Journal of proteome research, v. 7, n. 3, p.1326-40, Mar 2008.
DELAUNAY, J. The hereditary stomatocytoses: geneticdisorders of the red cell membrane permeability tomonovalent cations. Seminars in hematology, v. 41, n.2, p. 165-72, Apr 2004.
DELAUNAY, J. The molecular basis of hereditary redcell membrane disorders. Blood reviews, v. 21, n. 1, p.1-20, Jan 2007.
DITTRICH, M. et al. Understanding platelets. Lessons
from proteomics, genomics and promises from network
analysis. Thrombosis and haemostasis, v. 94, n. 5, p.916-25, Nov 2005.
FOLLEN, M.; SCHOTTENFELD, D. Surrogate
endpoint biomarkers and their modulation in cervicalchemoprevention trials. Cancer, v. 91, n. 9, p. 1758-76,May 1 2001.
GARRITSEN, H. S. et al. Matrix-assisted laser
desorption/ionization time-of-flight mass spectrometry
for genotyping of human platelet-specific antigens.Transfusion, v. 49, n. 2, p. 252-8, Feb 2009.
GEVAERT, K. et al. Exploring proteomes and
analyzing protein processing by mass spectrometricidentification of sorted N-terminal peptides. Naturebiotechnology, v. 21, n. 5, p. 566-9, May 2003.
7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia
9/11
P g i n a | 9
Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013
GHATPANDE, S. S. et al. Pharmaco-proteomic studyof hydroxyurea-induced modifications in the sickle redblood cell membrane proteome. Experimental biologyand medicine, v. 233, n. 12, p. 1510-7, Dec 2008.
In vivo pharmaco-proteomic analysis of hydroxyurea
induced changes in the sickle red blood cell membraneproteome. Journal of proteomics, v. 73, n. 3, p. 619-26,Jan 3 2010.
GLENISTER, K. M.; PAYNE, K. A.; SPARROW, R. L.Proteomic analysis of supernatant from pooled buffy-
coat platelet concentrates throughout 7-day storage.
Transfusion, v. 48, n. 1, p. 99-107, Jan 2008.
GODOVAC-ZIMMERMANN, J.; BROWN, L. R.
Perspectives for mass spectrometry and functional
proteomics. Mass spectrometry reviews, v. 20, n. 1, p.1-57, Jan-Feb 2001.
GOODMAN, S. R. et al. The human red blood cellproteome and interactome. Experimental biology andmedicine, v. 232, n. 11, p. 1391-408, Dec 2007.
HAYNES, J., JR. et al. Hydroxyurea attenuates
activated neutrophil-mediated sickle erythrocytemembrane phosphatidylserine exposure and adhesion topulmonary vascular endothelium. American journal ofphysiology. Heart and circulatory physiology, v. 294,n. 1, p. H379-85, Jan 2008.
HAYNES, J., JR. et al. Activated neutrophil-mediatedsickle red blood cell adhesion to lung vascular
endothelium: role of phosphatidylserine-exposed sicklered blood cells. American journal of physiology.
Heart and circulatory physiology, v. 291, n. 4, p.H1679-85, Oct 2006.
HESS, S. The emerging field of chemo- andpharmacoproteomics. Proteomics. Clinicalapplications, v. 7, n. 1-2, p. 171-80, Jan 2013.
HRYNIEWICZ-JANKOWSKA, A. et al. Monocyteprotein signatures of disease severity in sickle cellanemia. Experimental biology and medicine, v. 234, n.2, p. 210-21, Feb 2009.
INFANTI, L. et al. Pathogen-inactivation of platelet
components with the INTERCEPT Blood System : a
cohort study. Transfusion and apheresis science :official journal of the World Apheresis Association :official journal of the European Society forHaemapheresis, v. 45, n. 2, p. 175-81, Oct 2011.
ISSAQ, H. J.; XIAO, Z.; VEENSTRA, T. D. Serum andplasma proteomics. Chemical reviews, v. 107, n. 8, p.3601-20, Aug 2007.
JAIN, K. K. Role of pharmacoproteomics in the
development of personalized medicine.Pharmacogenomics, v. 5, n. 3, p. 331-6, Apr 2004.
JENSEN, L. J. et al. Prediction of human protein
function from post-translational modifications andlocalization features. Journal of molecular biology, v.319, n. 5, p. 1257-65, Jun 21 2002.
KALUZ, S.; KALUZOVA, M.; STANBRIDGE, E. J.Regulation of gene expression by hypoxia: integration ofthe HIF-transduced hypoxic signal at the hypoxia-responsive element. Clinica chimica acta;international journal of clinical chemistry, v. 395, n.1-2, p. 6-13, Sep 2008.
KAMPER, P. et al. Proteomic analysis identifies
galectin-1 as a predictive biomarker forrelapsed/refractory disease in classical Hodgkinlymphoma. Blood, v. 117, n. 24, p. 6638-49, Jun 162011.
KATOH, M. WNT/PCP signaling pathway and humancancer (review). Oncology reports, v. 14, n. 6, p. 1583-8, Dec 2005.
KLEIN, H. G. Pathogen inactivation technology:cleansing the blood supply. Journal of internalmedicine, v. 257, n. 3, p. 224-37, Mar 2005.
KRUGER, T. et al. Proteome analysis of body fluids foramyotrophic lateral sclerosis biomarker discovery.Proteomics. Clinical applications, v. 7, n. 1-2, p. 123-35, Jan 2013.
LEE, Y. J. et al. Identification of EBP50 as a specificbiomarker for carcinogens via the analysis of mouselymphoma cellular proteome. Molecules and cells, v.33, n. 3, p. 309-16, Mar 2012.
LEWANDROWSKI, U. et al. Enhanced N-glycosylation site analysis of sialoglycopeptides by
strong cation exchange prefractionation applied toplatelet plasma membranes. Molecular & cellular
proteomics : MCP, v. 6, n. 11, p. 1933-41, Nov 2007.
LION, N.; TISSOT, J. D. Application of proteomics tohematology: the revolution is starting. Expert review ofproteomics, v. 5, n. 3, p. 375-9, Jun 2008.
LIUMBRUNO, G. et al. Blood-related proteomics.
Journal of proteomics, v. 73, n. 3, p. 483-507, Jan 32010.
LOW, T. Y.; SEOW, T. K.; CHUNG, M. C. Separationof human erythrocyte membrane associated proteinswith one-dimensional and two-dimensional gel
electrophoresis followed by identification with matrix-
assisted laser desorption/ionization-time of flight massspectrometry. Proteomics, v. 2, n. 9, p. 1229-39, Sep2002.
MARSCHNER, S.; GOODRICH, R. PathogenReduction Technology Treatment of Platelets, Plasmaand Whole Blood Using Riboflavin and UV Light.
Transfusion medicine and hemotherapy : offiziellesOrgan der Deutschen Gesellschaft furTransfusionsmedizin und Immunhamatologie, v. 38,n. 1, p. 8-18, 2011.
MAY, P. et al. Integration of proteomic and
metabolomic profiling as well as metabolic modeling for
the functional analysis of metabolic networks. Methodsin molecular biology, v. 694, p. 341-63, 2011.
7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia
10/11
P g i n a | 10
Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013
MCREDMOND, J. P. et al. Integration of proteomics
and genomics in platelets: a profile of platelet proteinsand platelet-specific genes. Molecular & cellularproteomics : MCP, v. 3, n. 2, p. 133-44, Feb 2004.
MOEBIUS, J. et al. The human platelet membraneproteome reveals several new potential membrane
proteins. Molecular & cellular proteomics : MCP, v.4, n. 11, p. 1754-61, Nov 2005.
PACZESNY, S. Discovery and validation of graft-versus-host disease biomarkers. Blood, v. 121, n. 4, p.585-94, Jan 24 2013.
PASINI, E. M. et al. In-depth analysis of the membraneand cytosolic proteome of red blood cells. Blood, v. 108,n. 3, p. 791-801, Aug 1 2006.
PENNO, M.; ERNST, M.; HOFFMANN, P.Comparative 2D DIGE analysis of the depleted serumproteome for biomarker discovery. Methods in
molecular biology, v. 854, p. 207-20, 2012.
PERRIN, J. et al. [Incubated osmotic fragility test does
not exclude red blood cell membrane disorders! About acase of hereditary elliptocytosis]. Annales de biologieclinique, v. 64, n. 5, p. 491-5, Sep-Oct 2006.
PERROTTA, P. L.; BAHOU, W. F. Proteomics inplatelet science. Current hematology reports, v. 3, n.6, p. 462-9, Nov 2004.
PIZZATTI, L. et al. Label-free MSE proteomic analysisof chronic myeloid leukemia bone marrow plasma:
disclosing new insights from therapy resistance.Proteomics, v. 12, n. 17, p. 2618-31, Aug 2012.
POLPRASERT, C.; CHIANGJONG, W.;
THONGBOONKERD, V. Marked changes in red cellmembrane proteins in hereditary spherocytosis: aproteomics approach. Molecular bioSystems, v. 8, n. 9,p. 2312-22, Sep 2012.
PSYCHOGIOS, N. et al. The human serummetabolome. PloS one, v. 6, n. 2, p. e16957, 2011.
ROSENBERG, N.; DARDIK, R. Post-transfusionpurpura when and why? The Israel MedicalAssociation journal : IMAJ, v. 8, n. 10, p. 709-10, Oct2006.
SACRISTAN, D. et al. Modifications by Olmesartanmedoxomil treatment of the platelet protein profile of
moderate hypertensive patients. Proteomics. Clinicalapplications, v. 2, n. 9, p. 1300-12, Sep 2008.
SAMINATHAN, R. et al. VKORC1 pharmacogeneticsand pharmacoproteomics in patients on warfarinanticoagulant therapy: transthyretin precursor as a
potential biomarker. PloS one, v. 5, n. 12, p. e15064,2010.
SAUER, S. et al. Facile method for automated
genotyping of single nucleotide polymorphisms by mass
spectrometry. Nucleic acids research, v. 30, n. 5, p.e22, Mar 1 2002.
SAUER, S.; GUT, I. G. Genotyping single-nucleotide
polymorphisms by matrix-assisted laser-desorption/ionization time-of-flight mass spectrometry.
Journal of chromatography. B, Analyticaltechnologies in the biomedical and life sciences, v.782, n. 1-2, p. 73-87, Dec 25 2002.
SCHUBERT, P. et al. Advances in the analysis ofdynamic protein complexes by proteomics and data
processing. Analytical and bioanalytical chemistry, v.386, n. 3, p. 482-93, Oct 2006.
SELTSAM, A.; MULLER, T. H. UVC Irradiation for
Pathogen Reduction of Platelet Concentrates and
Plasma. Transfusion medicine and hemotherapy :offizielles Organ der Deutschen Gesellschaft furTransfusionsmedizin und Immunhamatologie, v. 38,n. 1, p. 43-54, 2011.
SEM, D. S. Spectral techniques in proteomics. BocaRaton: CRC Press, 2007. xxii, 442 p., 8 p. of plates
ISBN 9781574445800 (alk. paper)1574445804 (alk. paper).
SHARMA, R. R.; MARWAHA, N. Leukoreduced bloodcomponents: Advantages and strategies for its
implementation in developing countries. Asian journalof transfusion science, v. 4, n. 1, p. 3-8, Jan 2010.
SOLHEIM, B. G. Pathogen reduction of blood
components. Transfusion and apheresis science :official journal of the World Apheresis Association :official journal of the European Society forHaemapheresis, v. 39, n. 1, p. 75-82, Aug 2008.
SPRINGER, D. L. et al. Platelet proteome changes
associated with diabetes and during platelet storage fortransfusion. Journal of proteome research, v. 8, n. 5, p.2261-72, May 2009.
THIELE, T. et al. Profiling of alterations in plateletproteins during storage of platelet concentrates.
Transfusion, v. 47, n. 7, p. 1221-33, Jul 2007.
THIELE, T. et al. Transfusion medicine andproteomics. Alliance or coexistence? Blood transfusion= Trasfusione del sangue, v. 8 Suppl 3, p. s16-25, Jun2010.
TYNNGARD, N. Preparation, storage and quality
control of platelet concentrates. Transfusion andapheresis science : official journal of the WorldApheresis Association : official journal of theEuropean Society for Haemapheresis, v. 41, n. 2, p.97-104, Oct 2009.
WEBER, S. S. et al. Analysis of the secretomes ofParacoccidioides mycelia and yeast cells. PloS one, v.7, n. 12, p. e52470, 2012.
WEISSINGER, E. M. et al. Online coupling of capillaryelectrophoresis with mass spectrometry for theidentification of biomarkers for clinical diagnosis.
Expert review of proteomics, v. 2, n. 5, p. 639-47, Oct
2005.
7/22/2019 Abordagens protemicas e suas aplicaes no campo da hematologia
11/11
P g i n a | 11
Artigo de concluso do curso de ps-graduao em Hematologia Laboratorial, AC&T, So Jos do Rio Preto - 2013
WHEELOCK, C. E. et al. Application of 'omics
technologies to biomarker discovery in inflammatorylung diseases. The European respiratory journal :official journal of the European Society for ClinicalRespiratory Physiology, Feb 8 2013.
WURTZ, V. et al. Identification of platelet factor 4 and
beta-thromboglobulin by profiling and liquidchromatography tandem mass spectrometry of
supernatant peptides in stored apheresis and buffy-coatplatelet concentrates. Transfusion, v. 47, n. 6, p. 1099-101, Jun 2007.
YUDITSKAYA, S.; SUFFREDINI, A. F.; KATO, G. J.
The proteome of sickle cell disease: insights fromexploratory proteomic profiling. Expert review ofproteomics, v. 7, n. 6, p. 833-48, Dec 2010.
YUDITSKAYA, S. et al. Proteomic identification ofaltered apolipoprotein patterns in pulmonaryhypertension and vasculopathy of sickle cell disease.
Blood, v. 113, n. 5, p. 1122-8, Jan 29 2009.
ZAHEDI, R. P. et al. Phosphoproteome of resting
human platelets. Journal of proteome research, v. 7, n.2, p. 526-34, Feb 2008.
ZHANG, P. F. et al. Identification of flotillin-1 as anovel biomarker for lymph node metastasis andprognosis of lung adenocarcinoma by quantitative
plasma membrane proteome analysis. Journal ofproteomics, v. 77, p. 202-14, Dec 21 2012.
ZHENG, C. X. et al. Proteomics-based identification of
haptoglobin as a favourable serum biomarker forpredicting long-term response to splenectomy in patients
with primary immune thrombocytopenia. Journal oftranslational medicine, v. 10, p. 208, 2012.
Recommended