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Índice
1. Introdução .......................................................................................................................................... 1
2. Descrição sumária das actividades (estágios parcelares) ......................................................... 1
2.1. Saúde Mental ...................................................................................................................... 1
2.2. Medicina Geral e Familiar ................................................................................................. 2
2.3. Pediatria .............................................................................................................................. 3
2.4. Ginecologia e obstetrícia .................................................................................................. 4
2.5. Cirurgia Geral ...................................................................................................................... 4
2.6. Medicina Interna ................................................................................................................. 5
2.7. Outras actividades ............................................................................................................. 6
3. Análise Crítica ......................................................................................................................... 6
4. Anexos ......................................................................................................................................... 9
“What we do during our working hours determines what we have;
what we do in our leisure hours determines what we are.”
George Eastman
“O médico que só sabe Medicina, nem Medicina sabe"
Abel Salazar
Mestrado Integrado em Medicina | Relatório Final
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1. Introdução
O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM), sendo um ano profissionalizante e o último
ano antes de iniciar a vida clínica, tem como principais objectivos adquirir novos conhecimentos,
aprimorar aptidões e consolidar e aperfeiçoar outros previamente adquiridos, estimulando no
futuro médico a criação do raciocínio clínico orientado e estruturado. Perspectiva-se o
estabelecimento de uma “ponte” entre o papel de observador e o papel de executante, no sentido
de aquisição/consolidação das competências pessoais e profissionais que permitem e regem o
exercício da profissão médica. Segundo as orientações fornecidas, o presente relatório resume
parte do trabalho desenvolvido durante o último ano da minha formação na Faculdade de
Ciências Médicas, decorrido entre Setembro de 2013 e Junho de 2014, sendo constituído pela
presente introdução, seguindo-se uma breve descrição das actividades desenvolvidas em cada
um dos estágios parcelares, descritos por ordem cronológica. Termina com uma reflexão crítica
sobre o ano e o curso num contexto geral.
2. Descrição sumária das actividades (estágios parcelares)
2.1. Saúde Mental
Regente: Prof. Dr. Miguel Xavier | Orientador: Dr. Joaquim Gago. Duração e local de estágio:
16/09/2013 – 11/10/2013, CHLO – Equipa Comunitária de Oeiras e HSFX (Serviço de Urgência).
Actividades desenvolvidas: O estágio iniciou-se com sessões teóricas nos dois primeiros dias,
sendo que no restante tempo estive integrada na Equipa Comunitária de Oeiras, tendo contactado
com diferentes valências da Psiquiatria: consultas comunitárias e fórum socio-ocupacional( “Farol
do Bugio”), internamento e reuniões de serviço e de equipa no Hospital Egas Moniz, e serviço de
urgência no HSFX. A par destas, tive ainda a possibilidade de assistir a duas perícias médico-
legais no Tribunal de Cascais e de assistir ao congresso “International Forum on Innovation in
Mental Health“. Trabalhos: história clínica, tradução de capítulos do livro “Psychoeducation
Manual for Bipolar Disorder”, relatório parcelar de estágio.
Objectivos e reflexão: além dos objectivos definidos na Unidade Curricular tracei alguns
objectivos mais particulares tais como aprofundar a abordagem diagnóstica e terapêutica da
Mestrado Integrado em Medicina | Relatório Final
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apresentação aguda de algumas patologias. A frequência das consultas e Farol do Bugio, foi
importante pois mostrou-me as vantagens numa abordagem terapêutica a vários níveis, com uma
equipa plurivalente, relativamente a uma abordagem meramente farmacológica. Contribuiu
francamente para ultrapassar o estigma quanto às doenças mentais graves, sendo que a doença
bipolar e esquizofrenia eram as patologias em que sentia maior insegurança relativamente à
forma como deveria conduzir a entrevista, pelo que aumentei a minha autoconfiança. Gostaria de
ter visto maior variedade de patologias, pois as consultas limitavam-se às que referi
anteriormente. No Serviço de Urgência contactei com uma maior diversidade, e casos em que não
se justifica a ida ao SU, úteis para outras áreas, pelo que gostaria de ter tido uma maior
componente de SU no estágio.
2.2. Medicina Geral e Familiar
Regente: Prof. Dra. Isabel Santos | Orientadores: Dr. Carlos Canhota (ARS Lisboa e Vale do
Tejo) e Dr. Licínio Fialho (Estágio Rural). Duração e local de estágio: 14/10/2013 – 08/11/2013,
USF São Julião – Oeiras e USF Global (Nazaré). Actividades desenvolvidas: Efectuei consultas
autonomamente (supervisionadas posteriormente), acompanhei várias outras (consultas de
hipertensão arterial, diabetes, obesidade, saúde infantil e juvenil, planeamento familiar) e
acompanhei e participei ainda nos procedimentos de enfermagem. Trabalhos: diário do exercício
orientado (DEO)
Objectivos e reflexão: alguns dos objectivos foram compreender melhor a dinâmica dos
Cuidados de Saúde Primários e as diferenças na relação médico-doente entre o meio Rural e
Urbano e no papel do médico na adopção de estilos de vida saudáveis; desenvolver aptidões no
sentido do uso racional dos recursos de saúde disponíveis, de intervenção num contexto de
dificuldades socioeconómicas, e adequar as opções terapêuticas às preferências do doente.
Adquirir maior autonomia e autoconfiança quer a nível de diagnóstico, quer no pedido de meios
complementares de diagnóstico, terapêutica e referenciação para outras especialidades.
Considero ter cumprido os objectivos, tendo aperfeiçoado as minhas aptidões na relação médico-
doente, colheita de histórias clínicas, realização do exame objectivo, prescrição terapêutica,
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adaptação do discurso a diferentes contextos e aconselhamento no âmbito da medicina
preventiva. Adquiri bastante autonomia na abordagem de pacientes com as patologias mais
frequentes, dirigindo eu mesma, consultas. Penso que o DEO, pela complexidade que tinha,
acabou por condicionar o estágio, não tendo aproveitado tanto como poderia. Gostaria de ter tido
um maior período de estágio para poder aperfeiçoar áreas que foram menos comuns naquele
período. Refiro o excelente relacionamento interpessoal em ambas as USF, nomeadamente com
a equipa de enfermagem, e os conhecimentos fora da medicina que também me foram
transmitidos, que irei pôr em prática no meu futuro.
2.3. Pediatria
Regente: Prof. Dr. Luís Varandas | Orientador: Dr. Edmundo Santos. Duração e local de
estágio: 11/11/2013 – 6/12/2013, HSFX. Actividades desenvolvidas: Tive oportunidade de
contactar com várias vertentes da pediatria, desde berçário, enfermaria, Serviço de Neonatologia,
onde destaco o contacto com recém-nascidos de muito baixo peso. Serviço de Urgência e
consultas (cirurgia pediátrica, imunoalergologia pediátrica, consulta de baixo peso e neurologia
pediátrica). Assisti ainda a sessões clínicas, quer por parte dos profissionais do serviço de
pediatria, quer pelos meus colegas do 6º ano. Trabalhos: história clínica, seminário sobre
cetoacidose diabética, relatório parcelar de estágio.
Objectivos e Reflexão: Tive como objectivos, aprofundar o meu conhecimento das principais
patologias pediátricas, o seu diagnóstico e terapêutica, assim como a nível de exame físico nas
diferentes faixas etárias. Aumentar o índice de suspeição de doenças através de sintomas
inespecíficos ou atípicos. Aumentar o meu contacto com lactentes e exame objectivo a estes.
Considero ter cumprido os objectivos a que me propus, e ter, na realidade, superado as minhas
expectativas, pela variadíssima gama de situações que pude observar, principalmente no serviço
de urgência. A noção de alcançarmos o que seria inimaginável no passado, foi bem evidente na
consulta de baixo peso e no serviço de Neonatologia. O SU trouxe-me a maior variedade de
situações pelo que foi a componente de que mais gostei. Gostaria de ter tido um período de
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estágio maior e ter ido a mais consultas, pois esta enorme diversidade na pediatria agradou-me
imenso, algo dificultado pelo facto de ter ficado doente durante o estágio.
2.4. Ginecologia e obstetrícia
Regente: Prof. Dr.ª Fátima Serrano | Orientadores: Dr. Jorge Costa. Duração e local de
estágio: 09/12/2013 – 17/01/2014, Serviço de Ginecologia e Obstetrícia do HVFX. Actividades
desenvolvidas: Assisti a consultas com o meu tutor onde tive contacto com patologia
ginecológica geral e oncológica, mama, infertilidade e seguimento pós-operatório. No SU tive
ainda contacto com a patologia obstétrica e vigilância obstétrica, realização de ecografia vaginal e
obstétrica e de participar e assistir a cesarianas e partos no bloco de partos. No internamento,
acompanhei o pós-operatório de mulheres na unidade de ginecologia e o puerpério de mulheres
na unidade de obstetrícia. Tive ainda oportunidade de participar e assistir a cirurgias no bloco
operatório. Pude ainda assistir à apresentação oral dos meus colegas do 6º ano. Trabalhos:
Apresentação oral sobre Placenta Prévia e relatório parcelar de estágio.
Objectivos e reflexão: tive como principais objectivos, rever os conhecimentos teóricos já
abordados anteriormente, de modo a reconhecer os riscos e situações anormais, quando procurar
ajuda especializada. Desenvolver alguns gestos técnicos, assim como recolha de história
obstétrica e ginecológica e aprender mais sobre a ecografia nesta área. Em termos de parto,
gostaria de assistir a partos e ajudar em alguns. Acabei por não ajudar nenhum parto eutócico,
mas pude ajudar em cesarianas. Saliento ainda a promoção de autonomia na realização do
exame ginecológico e de ecografia pélvica e a possibilidade de ajudar em cirurgias, sendo que o
meu tutor me deu alguma flexibilidade de escolha quanto ao que queria observar e fazer mais,
algo que tornou o meu estágio bastante positivo.
2.5. Cirurgia Geral
Regente: Prof. Dr. Rui Maio | Orientador: Dr. Gonçalo Luz. Duração e local de estágio:
27/01/2014 – 21/03/2014, Departamento de Cirurgia Geral do HBA. Actividades desenvolvidas:
Acompanhei as actividades do meu tutor nas consultas de Cirurgia Geral, enfermaria e bloco
operatório (incluindo cirurgia de ambulatório). No SU acompanhei outros médicos, na pequena
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cirurgia. Trabalhos: apresentei no Mini-Congresso um caso clínico subordinado ao tema
“Síndrome de Mirizzi”, história clínica e relatório parcelar de estágio.
Objectivos e reflexão: iniciei este estágio com o objectivo de reconhecer as principais patologias
cirúrgicas e consolidar conhecimentos sobre o seu diagnóstico, terapêutica e necessidade de
referenciação; observar e realizar diversos procedimentos técnicos, nomeadamente ao nível da
pequena cirurgia e de cirurgia no bloco operatório. Considero ter cumprido os objectivos a que me
propus, tendo tido oportunidade de conhecer e ter contacto com várias patologias. A nível prático,
apesar de a rotina da enfermaria e o bloco operatório não permitirem uma grande intervenção no
que diz respeito às técnicas cirúrgicas, acabei por colmatar esse facto com o Serviço de urgência.
Foi também aí que tive maior contacto com novos diagnósticos, dado que a consulta tinha maior
componente de seguimento e optamos por nos dividirmos, já que havia um rácio de 3:1 alunos –
tutor. Estive ainda no estágio de Anestesiologia, onde cumpri também os objectivos, tendo
intubado, administrado fármacos, entre outros e tendo adquirido vários novos conhecimentos.
Aponto como problemas, o rácio de 3:1 e a menor possibilidade de ajudarmos na parte cirúrgica.
2.6. Medicina Interna
Regente: Prof. Dr. Fernando Nolasco | Orientadores: Dra. Filipa Marques e Dra. Inês Araújo.
Duração e local de estágio: 24/03/2014 – 23/05/2014, Unidade de Insuficiência Cardíaca e
Medicina III do HSFX. Actividades desenvolvidas: Participei nas actividades da enfermaria, do
serviço de urgência e da consulta externa. Assisti ainda a sessões formativas semanais, que
decorriam no edifício da faculdade e ainda seminários dados por colegas do 6º e 4º anos.
Trabalhos: Apresentação oral sobre Insuficiência Cardíaca e relatório parcelar de estágio.
Objectivos e reflexão: tinha como objectivos desenvolver conhecimentos a nível da patologia
cardíaca em situações graves e aprender a manusear situações agudas. O estágio não
correspondeu às minhas expectativas pois não me foi dada a hipótese de escolher as áreas que
queria aperfeiçoar. Integrei a equipa e por esse motivo desenvolvi algumas capacidades, quer
sejam de colheita de anamnese, exame objectivo, relevância de pedidos de ECD e respectiva
interpretação, prescrição e ajustes terapêuticos, trabalho de equipa, e principalmente a realização
Mestrado Integrado em Medicina | Relatório Final
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de histórias clínicas e diários clínicos e ainda notas de óbito. Não me foi possível assistir ao nível
de consulta de IC, que queria, uma vez que havia menos gente na enfermaria e era necessário
estar lá. Acabei por também não desenvolver tanto os meus conhecimentos de IC aguda, como
gostaria, já que me eram atribuídos doentes fora da UIC. Foi em última análise, importante, pois
adquiri novas capacidades em procedimentos em que não estava tão à vontade e que fazem
parte do internato do ano comum e das rotinas de uma enfermaria.
2.7. Outras actividades
Ao longo do ano lectivo, participei por iniciativa própria em actividades extra-hospitalares:
“Robotics, the new frontier to treat arrythmia” no dia 17 de Fevereiro de 2014, e “Robotic Cardiac
Surgery”, no dia 18 de Fevereiro de 2014, ambos no Hospital da Luz, a propósito do congresso
“Leaping Forward” e ainda o congresso “Hipertensão Arterial e Insuficiência Cardíaca” no dia 11
de Abril de 2014, que decorreu na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. Realizei
ainda um estágio em Medicina Interna na Indonésia, durante o período que se antecedeu ao 6º
ano (Julho- Setembro), tendo tido equivalência à cadeira Opcional. Refiro em última análise a
área não médica, tendo frequentado ao longo de todo o ano, cursos intensivos de Alemão em
horário pós-laboral, realizando os níveis A1.1,A1.2, A2.1 e A2.2 e ainda cursos segundo o sistema
MOOC, subordinados ao tema das Relações Internacionais. Em anexo junto os certificados de
participação dos congressos a que assisti e do estágio na Indonésia.
3. Análise Crítica
Considero que este ano foi de enorme importância para a minha formação, ouso dizer o mais
importante. Ao longo de vários anos a questionar-me se este seria o lugar certo, neste ano
percebi que sim. Os anos anteriores serviram para formar uma base de conhecimentos que só
neste ano se tornaram visíveis. Percebi os conhecimentos que tinha adquirido e pude começar a
utilizá-los no dia-a-dia das práticas médicas que fui experienciando, integrando as equipas. Foi
então feita uma ponte entre os anos de cariz mais observatorial e os próximos, de executante. Foi
um ano difícil, por ter de conciliar várias actividades, quer os estágios e estudo teórico para estes,
trabalhos e relatórios, quer as 9 horas de alemão semanais e preparação, com trabalhos e
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exames, o estudo do Harrison e ainda um especial gosto pela área de Relações Internacionais
relativamente aos conflitos entre países e a tentativa de estudar de forma autodidata. A frequência
de congressos ajudou-me a perceber melhor o que quero seguir como especialidade e a ter
contacto com a componente internacional da medicina e de partilha de experiência entre países,
que sempre me fascinou. Ainda a respeito da internacionalização na medicina, foi particularmente
importante o meu estágio de MGF, um congresso acerca da mobilidade na medicina e o internato
médico no estrangeiro, e ainda a avaliação final de Saúde Mental, os quais desmistificaram e me
fizeram acreditar numa carreira internacional. Não tenciono terminar aqui a minha formação
académica, pensando numa licenciatura em relações internacionais a nível da gestão de conflitos
entre nações, e alem do alemão, uma outra língua, antes de avançar para uma carreira no
estrangeiro e, já durante ou após a especialização, eventualmente tentar conciliar o trabalho
hospitalar, com investigação e uma componente académica, um desejo provavelmente
despoletado por ter sido monitora de bioquímica em anos anteriores, tendo o desejo de contribuir
para a formação teórica de outras pessoas. Este curso deu-me conhecimentos teóricos e práticos
dentro da medicina, mas acima de tudo treinou a minha capacidade de pesquisar informação,
seleccionar fontes e informação relevante e isso penso ser o mais importante. Todos os anos, os
avanços na medicina trazem novas terapêuticas e novos mecanismos fisiopatológicos. A medicina
não é estanque e por esse motivo, mais importante do que saber as matérias que aprendi durante
o curso, penso ser a capacidade de pesquisar e manter-me actualizada ao longo do tempo, algo
que obviamente não seria possível se não tivesse tido uma base de conhecimentos de vários
anos, sólida, que permita acrescentar e subtrair pequenas partes de informação que se alterem.
Além disso, as competências a nível humanístico, com os doentes e a relação entre profissionais,
que nos mostra as vantagens de uma boa cooperação entre profissionais médicos e ainda entre
médicos e não médicos, salientando o estágio de Saúde Mental e de MGF. Como críticas ao
curso aponto o excesso de aulas teóricas de um método expositivo, acreditando que aulas mais
interactivas entre alunos e professores, assim como a realização de trabalhos, promovendo maior
tempo de aquisição de conhecimentos por pesquisa e estudo do próprio e cooperação entre
colegas, e menor tempo em exposição de matéria, trariam benefícios. Uma maior utilização de
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recursos informáticos em casa poderia trazer vantagens, permitindo uma maior proximidade entre
aluno e professor e poupando tempo de aulas no campus da faculdade, já que os horários
constituem também eles mesmos um problema. Um contacto com doentes mais precoce, desde o
primeiro ano, traria uma maior motivação por parte dos alunos. A atribuição de um tutor por aluno,
que o “apadrinhasse” e acompanhasse ao longo dos 6 anos, a quem o estudante pudesse
recorrer e o que o incentivasse a um trabalho mais clínico e científico, poderia promover um CV
mais forte e uma motivação maior, com treino de mais competências. A existência de mais
cadeiras não típicas: medicina em contextos de confronto, catástrofe e em países
subdesenvolvidos, geriatria, saúde global,… e mesmo não médicas, nomeadamente gestão,
política, inglês e outras línguas, dispositivos biomédicos, filosofia, entre outras, poderiam também
acrescentar valor e permitir uma formação superior num maior leque de áreas que acredito
constituírem vantagens num futuro profissional. Penso que deveriam também ser mais
incentivados os estágios clínicos e científicos no exterior e voluntariado, quer em países
desenvolvidos como em países subdesenvolvidos, com atribuição de créditos extra, pois até este
ano, não nos trazia vantagens académicas. Em última análise, o rácio de alunos por assistente de
1:1 traria claras vantagens, já que no 4º e 5º anos, o rácio foi altamente limitativo e 1:1 permite
uma maior proximidade entre tutor e aluno e por isso, maior intervenção deste nas actividades
médicas e desenvolvimento do raciocínio clínico. Agradeço a esta casa por me ter preparado para
o mercado de trabalho e me ter permitido exceder as minhas capacidades, fortalecendo aspectos
em que era mais fraca, nomeadamente no que diz respeito ao acompanhamento contínuo do
estudo, a capacidade de abdicar de fins-de-semana, tempo livre e dos dias de sol, pelo trabalho.
Ainda, a visão de que o tempo é a componente mais importante da vida e a mais escassa, pelo
que devemos aproveitá-lo para nos cultivarmos com outras áreas; Por me mostrar exemplos de
conduta que quero seguir na minha profissão, por me permitir pensar sobre a morte e a justiça e
me mostrar um pouco do que é o fracasso e impotência do médico perante certos
acontecimentos, embora reconheça que ainda tenho um longo caminho a percorrer nessa parte. E
em última instância, por me ensinar a dar de mim, tempo e dedicação, para ajudar os outros, e me
mostrar a felicidade em, muitas vezes, poder fazer a diferença na vida de alguém.
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4. Anexos
“Robotics, the new frontier to treat arrythmia” no dia 17 de Fevereiro, no Hospital da Luz, a
propósito do congresso Leaping Forward
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Robotic Cardiac Surgery, no dia 18 de Fevereiro
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Congresso de Hipertensão Arterial e Insuficiência Cardíaca no dia 11 de Abril de 2014
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