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7/25/2019 Anais da Associao Brasileira de Estudos Cemiteriais
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CEMITRIOS DE FAZENDACambar do Sul RS
Airton Andr Gandon CardosoDaniela Cristina Martins Muller
Egiselda Brum CharoOrientador: Prof. Mestre Harry. Bellomo
Este tra!alho "ersar# so!re os $emitrios de fa%enda lo$ali%ados fora do
&er'metro ur!ano da Cidade de Cam!ar# do (ul) sero a!ordados os as&e$tos
hist*ri$os) geogr#fi$os) $ulturais) de &reser"a+o da mem*ria e &atrim,nio
hist*ri$o) as $er$as de tai&as -&edras e da religiosidade lo$al.
/em &or o!0eti"o) entender a organi%a+o es&a$ial e so$ial dos$emitrios de fa%enda) estudar as manifesta+1es religiosas e sim!ologias
&resentes em alguns $emitrios e tam!m a aus2n$ia destas manifesta+1es.
Ao mesmo tem&o !us$a refletir so!re a &reser"a+o do &atrim,nio hist*ri$o
lo$al: arte lo$al) origens das fam'lias e tai&as de &edra.
3isando tornar esta in"estiga+o "eross'mel) foi reali%ada uma sa'da de
$am&o) $om in$urso e registro fotogr#fi$os) ela!orou4se !i!liografia $riteriosa
&ertinente ao assunto e !us$ou4se a&oio nos do$umentos do Ar5ui"o Hist*ri$o
do (. A &resente in"estiga+o e as $onsidera+1es sero a&resentados no
e"ento a'%es de Cam!ar# do (ul 6 73888 En$ontro dos Muni$'&ios origin#rios
de (anto Ant,nio da Patrulha 5ue se reali%ar# de 9;
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O $ostume dos antigos era enterrar seus mortos no em $emitrios ou !eirada estrada) mas no $am&o de $ada fam'lia... A se&ultura esta!ele$era um"'n$ulo indissol"el da fam'lia $om a terra) isto ) $om a &ro&riedade.-CO@AGE() 9==) Pg. >=
e tam!m o:
O tmulo tinha grande im&ortFn$ia na religio dos antigos &or5ue) &or um ladode"ia $ultuar4se os ante&assados e) &or outro a &rin$i&al $erim,nia desse$ulto) o !an5uete fne!re) de"ia reali%ar4se no lo$al onde os mortosre&ousa"am .-CO@AGE() 9==) Pg.
/em &or o!0eti"o refletir so!re a &reser"a+o e mem*ria &atrim,nio
analisando a arte) a s fam'lias e estudando as $onstru+1es de $er$as de &edra
nos $am&os santos.
O referido tra!alho tornou4se "i#"el $om a a&oio da &refeitura muni$i&al
da $idade 5ue forne$eu guia e meio de lo$omo+o atra"s da %ona rural) o 5ue
&ossi!ilitou o registro fotogr#fi$o dos lo$ais. Com o material em mos) reali%ou4
se an#lise das imagens em fun+o de !i!liografia &ertinente ao estudo. Antes)
e"identemente tra+amos uma s'ntese geogr#fi$a e hist*ri$a do lo$al $onforme
segue:Cam!ar# do (ul lo$ali%a4se a Im da $a&ital est# limitada Pelos
muni$'&ios de (o Jran$is$o de Paula) Bom Kesus e o estado de (anta
Catarina $onhe$ido &ela !ele%a dos $anyons9 ine?&lorados de Jortale%a e
8taim!%inho -Par5ue a$ional dos A&arados da (erra) o 5ue $ara$teri%a o
muni$'&io dentro do $onte?to na$ional
Jortale%a L 8taim!%inho
O &o"oamento da regio ini$iou4se $om a doa+o de 9= he$tares de
terra igre0a) reali%ada em de a!ril de
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denominado NCam&o Bom e aos &ou$os foram surgindo as &rimeiras $asas
$onstru'das no ini$io de !arro entremeado de "aras) in$lusi"e as di"is*rias.
Alm dos &rimiti"os ha!itantes a $idade de"e ter se ini$iado $om mem!ros da
fam'lia da doadora. Com a $ria+o do muni$'&io de (o Jran$is$o de Paula em
9L de de%em!ro de
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2- CEMITRIO DA FAZENDA TAPERA
Este $am&o4santo no foi en$ontrado) &ro"a"elmente tenha sido engolido &ela &lanta+o de&inos.
3- CEMITRIO DA FAZENDA DO ENSIO
o foi &oss'"el $oletar dados) tendo em "ista 5ue a &orteira da &ro&riedade onde se en$ontrao mesmo esta"a $ha"eada
- CEMITRIO DA FAZENDA !"A#IRO#A $C%l& Z%'a(
)- CEMITRIO DA FAZENDA DA DONA NECI $*o+%l Parador(
8dentifi$ados a&enas a @#&ide da Jam'lia Andr Al"es da (il"a
,- CEMITRIO DE ITAIM#ZIN*O
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o foi &oss'"el identifi$ar nenhum tumulo neste lo$al.
- CEMITRIO DA FAZENDA DO DARIO CARDOSO
8dentifi$ada somente as l#&ides de 8"o de (ou%a e @u$ila de (ou%a) tam!m nota4se amortandade infantil ele"ado em ra%o da e?ist2n$ia dos enterramentos infantis. .
Em uma an#lise geral a segrega+o est# &resente nos $am&os santos
das fa%endas) em alguns de forma "elada) em outros de forma gritante)
$onforme o!ser"a4se nos $emitrios da Ja%enda Gua!iro!a e no $emitrio da
Ja%enda Continental>onde os es&a+os eram !em di"ididos. Para os ri$os) %elo
e ostenta+o. Aos &o!res) deslei?o e des$aso. As imagens salientam uma
realidade muito $omum na so$iedade 6 a segrega+o so$ial $omo um fato 5ue
tam!m se estendia e estende alm da "ida) $om refle?os $laramente
&er$e&t'"eis tam!m no Nmundo dos mortos.
/odos os $emitrios lo$ali%a"am4se no to&o de $olinas de forma a ser
a"istado da $asa grande) fato 5ue &ressu&unha a &resen+a es&iritual do
ausente &rotegendo os familiares "i"entes. Pro&i$ia"am dessa maneira a re4
ela!ora+o mental da &resen+a do ausente atra"s da re$orda+o "isual
$onstante do morto) ad"indo assim desse la+o in"is'"el) a lem!ran+a di#ria do
morto 5ue so!re"i"ia ideali%ada na mem*ria dos "i"entes.
Per$e!e4se 5ue todos os $am&os santos refletem o es5ue$imento de
suas origens) isso tornou4se real nos $emitrios: de 8taim!%inho) da /a&era e
no da Ja%enda do Dario Cardoso tanto &elo a!andono $omo &ela de&reda+o)
os mortos so relegandos ao es5ue$imento em de$orr2n$ia da fragmenta+o
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das &ro&riedades familiares 5ue &resta"am $ulto em mem*ria dos entes
5ueridos.
A limita+o do es&a+o geogr#fi$o tinha o mesmo signifi$ado 5ue a
limita+o entre a "ida e a morte) assim) $onstru'ram $er$as de &edra) isto
mar$os) &ara &rote+o da alma e do $or&o do morto. A$redita4se 5ue o es&a+o
era sagrado e ao ultra&assar o $am&o sagrado "iola"a4se a fam'lia do morto)
&ortanto o estranho 5ue ousasse adentrar ao $am&o santo) estaria su0eito a
&enas terrenas $omo morte dos animais) $olheita e familiares. Essa idia deu
origem a hist*rias fant#sti$as) $rendi$es &o&ulares $omo fantasmas e
assom!ra+1es) e tam!m santos de de"o+o.
Os $on0untos es$ult*ri$os dos $emitrios foram $onfe$$ionadas em
srie) na sua grande maioria) sendo 5ue alguns raros foram es$ul&idos de
forma rudimentar ) isso a!re &ossi!ilidade de &es5uisa rela$ionada $om arte
so!re a origem e data+o das mesmas) !em $omo &ro$ed2n$ia de seus
autores entre outros estudos.
SIM#OLOS.E ALE!ORIAS ENCONTADOS NOS CEMITRIOS
Os s'm!olos $ristos transmitem mensagens $om&le?as e diferen$iadas
e so en$ontrados nos tmulos nas l#&ides) nas es$ulturas. Carregam um
sentido religioso de mlti&los signifi$ados e idias $rists. (egundo defini+o
do Prof. Dr. Moa$yr Jlores:
O s'm!olo re&resenta uma realidade) uma idia) atra"s de um o!0eto) gesto)tra+o) 5uantidade) &ala"ra ou figura. O signifi$ado do s'm!olo religioso esta"aen"ol"ido no mistrio e $ontido num es&a+o m#gi$o -J@OE() 8n:
EBEGE -Org.) 9===)
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en$ontradas "#rios modelos) formas e materiais de $onfe$+o das mesmas
-madeira) $imento) &edra) m#rmore e ferro. o entanto salientaremos a!ai?o o
signifi$ado uni"ersal das $ru%es nos $am&os santos:
o 5ueremos di%er 5ue o $risto) $olo$ando a $ru% em $ima de um tmulo)ti"esse $ons$i2n$ia de toda a ri5ue%a deste sinal. Di%emos a&enas 5ue estesinal $arregou sem&re em si em todas as $i"ili%a+1es antigas) um $ontedosim!*li$o e?traordin#rio) $omo se fosse uma PROFECIA DA REDEN/0O"NIERSAL) &resente em todas as $ulturas. um tmulo raso e sim&les) a$ru% enterrada no $ho a&onta &ara o nada e a&onta &ara o alm.
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do $olega. Ento esse a&erto de mo) nos $emitrios em geral &ode signifi$ar a
re&resenta+o do amor fraternal) isto ) a mo do an0o 5ue $ondu% Deus)
essa idia de"e4se ao fato da e?ist2n$ia de mais de uma re&resenta+o em um
$on0unto &rodu%ido em srie.
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CERCAS DE PEDRAS O" TAIPAS NOS CEMITRIOS
Ao analisar4se $emitrios rurais de Cam!ar#) $onsidera4se 5ue no ini$io
do seu &o"oamento) esta era uma regio in*s&ita) 5ual os &rimeiros
$oloni%adores ti"eram 5ue ade5uar seu modo de "ida aos re$ursos naturais ali
e?istentes e a &edra era o material 5ue aflora"a da terra. Entre os
$oloni%adores) &resume4se um grau de $onhe$imento relati"o em $onstru+1es
de $er$as &ara demar$ar as &ro&riedades) $onhe$imento este originado na
Euro&a e introdu%ido &or &ortugueses e es&anh*is.
8ni$ialmente as tai&as eram utili%adas $omo $er$amento &ara a&risionar
gado al+ado em determinado es&a+o) era ha!itual no s* nessa regio) mas
tam!m em (o Ga!riel) (o Jran$is$o de Paula) Bag entre outras $idades
do estado
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ur!ani%a+o -mudan+a das fam'lias &ara a $idade. Esses fatos o$asionaram
uma es&$ie de &erda $oleti"a da mem*ria 5ue /hiago Ara0o ressalta dando a
seguinte defini+o em sua tese de mestrado:
...&odemos definir 5ue a mem*ria $onstru'da no &resente) a &artir de demandasdadas &or este e no ne$essariamente &elo &assado em si) &ode ser &ensada$omo fator fundamental &ara a $onstru+o de &erten$imentos so$iais) aos maisdi"ersos n'"eis asso$iati"os. De $erta forma) a !us$a do $ontrole so!re amem*ria institui uma identidade &ara o agente so$ial nela en"ol"ido. Assim o$emitrio &assa a ser um agente de manuten+o de mem*rias 5ue $onstroemuma identidade $ultural.-AARKO) 9==) Pg.
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BAO(O) 3era @$ia Ma$iel -Org a'%es de (anto Ant,nio da Patrulha e Cara#.Porto Alegre: Este Edi+1es) 9===.
BECIE) Dr. Ilaus-Org. En$i$lo&dia io Grandense.A religiosidade catlica nacolnia Italiana.io Grande Antigo 9. Canoas: @a (alle)
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htt&:;;WWW.%oreX.net;sites;lefotogallery;=LSa&arados;a&arados388.htm
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1A &ala"ra Cam!ar# tu&i4guarani e signifi$a ]folha de $as$a rugosa].2Pala"ra inglesa usada nos EA &ara definir um a$idente geogr#fi$o -desfiladeiro. T uma de&resso moldada &or umrio durante milhares de anos medida 5ue suas #guas &er$orriam o leito) a&rofundando4o ao longo de sua tra0et*ria.3 Possui uma e?tenso de L= Im e uma altitude de == m) $onstituindo4se uma forma de fortifi$a+o) ou se0a) &rote+onatural.4Des&enhadeiro ) &re$i&'$io. Barran$o alto e &edregoso a&resentando uma e?tenso de ==m e uma altura "ari#"elde == a 9==m ) $om uma &rofundidade mdia de == Im. Pala"ra de origem tu&i) formada de ita- &edra e aimb!-afiado) #s&ero As ro$has en$ontradas na regio t2m de
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Quando o corpo incomoda: o(dor)es da morte e os novos padres de higiene,uma discusso acerca do nascimento dos cemitrios no Serid, sculo XIX
Alcineia Rodrigues dos SantosMaria Elizia Borges OrientadoraFCHF - UFG
ResumoO objetivo desse artigo analisar como o impacto dos surtos epidmicos que atingiram o Serid apartir de 1850, contribuiu para a ao trans!ormadora sobre os costumes !"nebres e as atitudes dapopulao para com a morte e dos mortos# $s atitudes dos %abitantes da &rov'ncia do (io )rade do*orte com relao + !initude da vida tin%am como eio central, durante toda a etenso do oitocentose primeira metade do sculo -.-, a !amiliaridade entre vivos e mortos, relao esta, de!inida pelasinuma/es no interior das igrejas# sse costume, largamente utiliado pelos cristos catlicos,permitia o contato direto entre vivos e mortos, pois, uma ve que os !is !req2entavam as igrejasestariam sentando, passeando e !aendo suas ora/es sobre as sepulturas# O impacto dasepidemias nas trans!orma/es na cultura !uner3ria !oi !undamental, pois, as doenas provocavamalto 'ndice de mortalidade# 4ogo, tornouse um dos elementos catalisadores para o discurso %igienistaque a tempos lutava, sob in!luncia europia, contra o enterramento ad sanctos, com base napreveno dos males e a !avor da %igieniao p"blica# 6entro dessa conjuntura, o Serid, a eemplode outras regi/es brasileiras como So &aulo e (io de 7aneiro, tambm iniciam o processo delaiciao da morte# esse processo que pretendo analisar, tendo como base, o uso dedocumentao o!icial produida pelos &residentes de &rov'ncia e 9omarca :unicipal, alm dautiliao de registros !otogr3!icos !eitos nos cemitrios da regio#alavras !have; Seculariao# pidemia# 9emitrio# :orte.
Este artigo tem como inalidade discutir o !rocesso de seculariza"#o dos
costumes $ne%res na regi#o do Serid&'. A !artir de '()*+ o nordeste %rasileiro oi
atingido !or ,rias doen"as+ o ue !ro,ocou grande /ndice de mortalidade. 0o
serid&+ as e!idemias de colera morbus, saram!o e %e1iga+ ue assolou grande !arte
seus munic/!ios+ ser,iu de moti,a"#o na tomada de decis2es no sentido de !ensar
os ,el3os costumes morturios como !rticas insalu%res. 0esse sentido+ ueremos
o%ser,ar como esses surtos e!id4micos contri%u/ram !ara a a"#o transormadora
so%re os costumes $ne%res e as atitudes da !o!ula"#o !ara com a morte e dos
mortos.
A!&s dizimar !arte da !o!ula"#o do 0ordeste e Sul do Brasil+ al5m de
aterrorizar outras tantas+ as e!idemias oram utilizadas !elas autoridades m5dicas e
im!eriais como orma de 6ustiicar a im!lementa"#o de medidas !roi%iti,as aos
costumes $ne%res. O discurso m5dico 3igienista+ ue n#o era a,or,el a essa
!rtica+ ,em mostrar ue estar !erto dos mortos se tornara !erigoso+ 6 ue eles
re!resenta,am aus4ncia de salu%ridade. O costume de enterrar os mortos no interiordas igre6as ocasiona,a s5rios !ro%lemas. Em%asados nessa teoria os m5dicos
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alerta,am a !o!ula"#o !ara os !erigos decorrentes do ar !$trido e dos gases e
,a!ores !roduzidos !elos cad,eres em decom!osi"#o - os miasmas+ gases ue
contamina,am o ar+ suscitando o a!arecimento de ,rias doen"as. 7ogo a
sociedade m5dica do s5culo 89::: come"ou a discutir so%re a !ossi%ilidade de
im!lementar medidas !roi%iti,as e sanitrias em rela"#o aos costumes $ne%res+
ue ent#o ,in3a causando um n$mero consider,el de doen"as. A discuss#o em
torno dos !ro%lemas causados !elos surtos e!id4micos e sua rela"#o com a
insalu%ridade ser,iu de moti,a"#o !ara as transorma"2es das atitudes da
!o!ula"#o em rela"#o ; morte e aos mortos. Essas e!idemias teriam re!resentado o
argumento inal de ue os m5dicos necessita,am !ara !ersuadir o go,erno im!erial
e a !o!ula"#o so%re im!ort
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!ro%lema. Ainda em '(*+ as ,acinas c3egaram ;s 9ilas de S#o os5+ Goianin3a+
Flor e >r/nci!e - atual Caic&. =iante da ineici4ncia da medicina !ro,incial+ a
imuniza"#o oi eita !elos curiosos+ Due !ara isto se oereceram gratuitamente .
Al5m dessas e!idemias+ nos anos !osteriores o sert#o continuou sendo al,o de
in$meras doen"as.
Foi+ !or5m+ em '()+ com a !resen"a da colera morbus+ ue a !o!ula"#o
da >ro,/ncia do Rio Grande do 0orte se sentiu !roundamente amea"ada. 0esse
!er/odo+ dentre outras !ro,id4ncias+ tratou-se de construir um 3os!ital com
Ddimens2es tais ue !udessem acomodar * doentes do se1o masculino+ e outros
tantos do eminino+ al5m dos re!artimentos necessrios !ara outros misteres do
ser,i"o a ue eram destinados ).Ademais+ colocou-se em discuss#o a necessidade de constru"#o de um
cam!o-santo+ uma ,ez ue o enterramento nos es!a"os sagrados+ es!ecialmente
!ara os indi,/duos ue 3a,iam alecido de c&lera+ esta,a sendo uestionado+ de,ido
; grande contamina"#o !romo,ida !or tal doen"a. Algumas medidas !re,enti,as
oram tomadas+ entre as uais a lim!eza das ruas tornou-se urgente. Ainda em
'()+ antes ue a e!idemia in,adisse toda a !ro,/ncia+ o !residente Bernardo
>assos iniciou a cria"#o de comiss/es de bene!icncia em todas as reguesias+encarregando-as Dde !romo,er su%scri!"2es+ !re!arar casas+ a ue ossem
recol3idos os !o%res aectados+ distri%uir os socorros ue !ela constitui"#o a na"#o+
de,e !rinci!almente aos !o%res nas calamidades+ tomar as !ro,id4ncias
con,enientes ; salu%ridade+ etc. . A!esar dos esor"os+ os surtos de c&lera
conseguiram dizimar !arte signiicati,a da !o!ula"#o da !ro,/ncia. A incid4ncia
desses surtos e!id4micos !ro!iciou a cria"#o de cemit5rios em toda a !ro,/ncia+ e
na 9ila do >r/nci!e n#o oi dierente. oda,ia os !rimeiros mortos ,itimados !oressas !estes oram se!ultados em cemit5rios im!ro,isados+ 3a6a ,ista as necr&!oles
oiciais s& terem sido eeti,adas a !artir de '(*+ de!ois do segundo surto da c&lera
e uando a !o!ula"#o ainda soria as amea"as causadas !ela ,ar/ola.
O ano de '() a!resenta os !rimeiros ind'cios da e1ist4ncia de
cemit5rios na 9ila do >r/nci!e+ 3o6e Caic&. Atra,5s do 7i,ro dos mortos nI. * da
>ar&uia de SantJAna K'(( -'()L+ !odemos !erce%er reer4ncias aos cemit5rios
da &edra do :oleque+cemitrio do streito+ cemitrio dos
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A documenta"#o oicial !roduzida !ela Comiss#o da Cr/nci!e em @ de outu%ro de '( nos mostra a a!ro,a"#o do cemit5rio
!$%lico+ sendo deinidas ;s condi"2es seguintes? DCA>:U7O : - Art. '. O cemit5rio
undado na cidade do >r/nci!e+ em ,irtude da lei !ro,incial n. de @' de ul3o de
'(. Art. @? 5 determinada a se!ultura de !essoas allecidas dentro+ ou ora da
Freguezia.
O Regulamento do Cemit5rio da cidade do >r/nci!e !rescre,ia algumas
das normas ue ainda s#o o%ser,adas nos tem!os atuais. Al5m de modos como
manter o local %em asseado e decente de modo ue sua lim!eza e conser,a"#o se
manti,essem da mel3or orma !oss/,el+ os artigos @* e @' do ca!/tulo :9+
determina,am ue?
O !o,o ter entrada ranca no cemiterio das 3oras da man3# as da tarde esomente durante este tem!o se !oder rece%er cada,eres+ sal,o em casos e1tra-ordinarios+ a!reciados !elo !residente da camara#As !essoas ue dentro docemiterio n#o !ortarem-se com res!eito de,ido as cinzas dos mortos edeso%edecerem as rele12es eitas !elo administrador ser#o e1!ulsas !elomesmo administrador e co,eiro+ si se mostrarem contumases+ ser#o le,adas autoridade !olicial.(
A !reocu!a"#o com a lim!eza+ inscrita no !argrao '@+ do art. + ca!. ::
do Regulamento antes citado nos indica ue o discurso m5dico em rela"#o ;
salu%ridade esta,a surtindo eeitos. Al5m disso+ a !az e o sossego no interior do
recinto de,eriam ser mantidos+ conorme o%ser,amos nos artigos @* e @' do
ca!/tulo :9 desse documento. 0esse ca!itulo tam%5m ica claro a necessidade de
se!ara"#o entre a ,ida e a morte. A 3ora ue os ,i,os !odem estar no local das
da man3# ;s da tarde e+ auela destinada somente ao morto ; noite + numa
clara distin"#o entre a luz e as tre,as+ ou se6a+ es!a"o da ,ida+ lugar da morte.
=entre as a"2es determinadas !elo discurso de normatiza"#o da morte
ainda esta,am !re,istos os cuidados com os cor!os enterrados+ uma !reocu!a"#o
ue reletia o dese6o em resguardar a ,ida+ a 3igiene e o controle social.
A sa$de !$%lica ,olta sua aten"#o !ara o es!a"o do morto. As
inter,en"2es !ol/tico-sanitrias !ara a 3igieniza"#o e a indi,idualiza"#o da morte
,4m aos !oucos transormar os costumes $ne%res+ em ,irtude das no,as !rticas
morturias im!ostas !elos m5dicos. Os cemit5rios de,eriam ser constru/dos em
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locais cu6o terreno n#o com!rometesse os mantos dos rios+ e,itando amea"as ;
sa$de dos ,i,os.
Aos !oucos o discurso social contri%uiu cada ,ez mais !ara ue as
!osturas !erante o ato de bem morrer ossem sendo esuecidas. #o logo a sa$de
torna-se o%6eto de controle do Estado+ morrer se torna um ato solitrio+ isolado+ ue
ocorre num es!a"o longe do con,/,io social - o 3os!ital - donde o morto sair !ara o
cam!o-santo este $ltimo cercado !or altos muros e resguardado !or um res!ons,el
!ela manuten"#o da ordem. A morte n#o mais est so% dom/nio coleti,o+ como
ocorria nas associa"2es leigas+ !assando ao comando do Estado.
Ao entrar nos cemit5rios seridoenses+ a !rimeira im!ress#o ue temos e a
de ue estamos em um es!a"o com caracter/sticas ur%anas ue n#o !erdeu suasorigens rurais. O Serid& guarda consigo caracter/sticas singulares+ com uma ,ida
diria !ensada nos moldes regionais+ so%retudo+ destacando elementos ue marcam
uma conigura"#o !ensada a !artir da terra+ do 3omem e de sua !rodu"#o. N
es!ecialmente !ensando essas caracter/sticas ue !retendemos analisar as cidades
dos mortos+ dentro de uma ,is#o re!resentati,a de uma sociedade ur%ana+ onde
!odemos !otencialmente com!reender as estruturas sociais+ ainda ue essas se
a!liuem a!enas a uma !arte da !o!ula"#o+ a sa%er+ ue a arte unerria esta!ermeada !or atores sociais e religiosos+ econmicos e culturais. Os cemit5rios
seridoenses n#o ogem a regra es!acial e de esuadrin3amento o%ser,ado na
maioria das cidades %rasileiras+ geralmente constitu/dos !or uma estrutura
semel3ante auela !resente na distri%ui"#o es!acial ur%ana+ com a,enidas+ uadras
e ruas comumente ar%orizadas. Essa cidade em miniatura a!resenta uma
dis!osi"#o de orma a com!or um modulo uadrangular em re!eti"#o. As se!ulturas
s#o organizadas tendo como %ase o passeio ala central do cemit5rio+ uegeralmente da cesso a ca!ela+ ue esta sem!re alin3ada com a !orta de entrada ao
recinto+ e ue direciona as alas em esuerda e direita.
=urante as nossas ,isitas eitas aos cam!os-santo !erce%emos ue
ter/amos ue sair de uma ,is#o !uramente art/stico anal/tico !ara adentrarmos no
uni,erso dos rituais !o!ulares+ es!ecialmente !ela singularidade cultural ue os
mesmos a!resentam. 0esse sentido+ muitas de nossas a!recia"2es est#o sendo
constru/das com %ase na o%ser,a"#o ue !udemos realizar durante a !esuisa de
cam!o. E mesmo ue esta ,is#o !ossa ser !ensada como pouco cienti!ica+ oi
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necessria sua utiliza"#o dado ao ato de ue n#o e1iste na regi#o !rodu"#o
%i%liogrica ue !udesse nos au1iliar no desen,ol,imento da !esuisa.
=e certo modo+ %uscamos o entendimento de como a seculariza"#o dos
costumes $ne%res oi !rocessada e incor!orada na regi#o seridoense+ sem com
isso !retender esgotar a !esuisa+ o ue da a esse ensaio+ um carter de a%ertura
so%re o estudo da arte unerria no Serid&.
As maniesta"2es art/sticas no es!a"o cemiteral acom!an3am
necessariamente os estilos da 5!oca e de cada regi#o em !articular. =esse modo+
tomando a arte morturia como re!resentati,a de uma sociedade !odemos
com!reender suas rela"2es sociais+ econmicas e culturais.
>ara nossa incurs#o no uni,erso signico dos cemit5rios seridoensesutilizamos a metodologia adotada !or
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Ilustra"o $ %rontisp&cio do !emitriosa* Sra* da !oncei"o + cari $ R
N im!ortante n#o !erder de ,ista ue esse ormato se assemel3a
necessariamente as in$meras igre6as cat&licas da regi#o+ o ue nos !ermite
in,estigar acerca da id5ia de ue o seridoense realmente dese6ou continuar sendo
enterrado dentro de um solo sagrado e+ !ara isso re!roduziu dentro dos cemit5rios+
t$mulos miniatura de igre6as+ a come"ar !elo !r&!rio cam!o-santo. >ara alem de sua
orma+ trazem em sua !arte central eQou mais ele,ada+ o mais !o!ular dos s/m%olos
crist#os? a cruz.A aruitetura em orma de tem!lo Kilustra"2es ' e @L dada ao rontis!/cio
do cemit5rio nos mostra o dese6o ue o indi,iduo tin3a de n#o ugir da din
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!elos !ecadores e sal,a"#o da 3umanidade. Elemento constituti,o da reden"#o de
cristo e do cristianismo+ a cruz+ como s/m%olo+ muito antes de ser con3ecida no
ocidente crist#o+ 6 era utilizada !or muitos !o,os na antiguidade. S/m%olo uni,ersal
de media"#o entre 3omem e =eus+ a ela re!resenta+ !or meio de suas liga"2es de
!ontos diametralmente o!ostos+ a !erei"#o.
=esde o inicio da coloniza"#o+ com as miss2es+ a cruz te,e orte
signiicado !ara o Brasil+ es!ecialmente em se tratando da domina"#o !ortuguesa.
0os cemit5rios seridoenses a cruz 5 re!etida de acordo com um !ro6eto est5tico ue
se acumula aos demais s/m%olos da cultura morturia. rata-se de um s/m%olo
deinidor de uma !ratica cultural+ um ritual de !assagem+ ue !or sua e1!ressi,idade
torna-se o /cone de maior !resen"a em seus t$mulos.Como materializa"#o das cren"as e !rticas culturais elas se a!resentam
de ,arias ormas+ a!resentando desde a ,ers#o mais sim!les+ em lin3as retas
cruzadas e sem decora"#o+ eitas de madeira ou metal+ a e1em!lares decorados
com lores e ramal3etes+ sendo escul!idas em mrmore ou granito.
>resente desde a entrada do cemit5rio+ as cruzes se maniestam
ualitati,amente no interior dos mesmos+ estando !resente em !raticamente todos
os t$mulos+ inde!endente da condi"#o social do morto.Os mausol5us com moti,os inaltecedores se mostram como uma das
caracter/sticas !r&!rias dos cemit5rios seridoenses. Comumente esses 6azigos s#o
suntuosos t$mulos com elementos ornamentais !articulares. A!resentam %ases
so%re!ostas+ seguido de uma ele,a"#o em orma !iramidal+ onde se localiza o
%aldau/rio+ es!a"o reser,ado a uma imagem de santo ou an6o. Geralmente s#o
!adronizados e seguem uma estrutura comum. Contudo+ as imagens e os detal3es
ornamentais mostram uma grande ,ariedade em modelos ue ,#o desde o maissim!les ao mais ela%orado dos 6azigos. Suas esculturas registram uma iconograia
ue 5+ ao mesmo tem!o+ olcl&rica e erudita. E+ a!esar de ue nos cemit5rios
%rasileiros !redomina uma orte inlu4ncia euro!5ia+ os materiais regionais n#o
dei1am de ter seu es!a"o+ com o em!rego de ,alores locais+ se6am eles+ religiosos+
!ol/ticos e s&cio culturais. Esses t$mulos t4m grande ,alor e1!ressi,o e+ em geral+
s#o constru/dos logo a!&s a morte !rimeira da !essoa da am/lia+ ue !ode ou n#o
ser o mais ,el3o+ sendo es!ecialmente !ara guardar sua 3onra.
A cultura e o gosto local tenderam a se so%ressair e dierentemente de
outras cidades %rasileiras como Rio de aneiro e S#o >aulo+ onde oi %astante
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diundido o uso de mrmore de Carrara+ os t$mulos seridoenses do in/cio do s5culo
8:8 oram constru/dos seguindo o uso de materiais sim!les+ aueles mesmos
utilizados na ediica"#o de resid4ncias. :sso nos mostra ue os !roissionais da
constru"#o ci,il tam%5m s#o aueles ue se ocu!am da ediica"#o da cidade dos
mortos. =esse modo+ o%ser,amos ue dierentemente do ue oi !erce%ido em
outras cidades %rasileiras+ o uso de material da constru"#o ci,il oi %astante
diundido na aruitetura unerria seridoense. uanto a isso+ !odemos ad,ertir ue
essas am/lias+ no momento da ediica"#o de seus 6azigos+ contaram com a a6uda
dos !roissionais da !edra e cal - os !edreiros e+ certamente utilizaram so%ras de
materiais com!rados !ara constru"#o ou reormas de suas resid4ncias.
0esse sentido+ o uso de adornos na decora"#o tornou-se+ ,ia de regra+ odierencial. Esses detal3es ornamentais carregam consigo com!le1o sim%olismo+
dei1ando trans!arecer uma !olissemia de signiicados. Em sua maioria os s/m%olos
se associam ao gosto religioso+ com !redominara al5m dessas considera"2es+ 5 im!ortante o%ser,ar ue na
constru"#o desses t$mulos o !ro!rietrio te,e a li%erdade de escol3er ue ti!o de
material a utilizar. Essa intimidade ue a am/lia tem em decidir so%re o uso deo%6etos !ara a ediica"#o de suas se!ulturas 5 conerida segundo uma a"#o
!ermissi,a ue o cemit5rio tem e ue se dierencia dauela ,igente na !r&!ria
cidade. Ademais izemos outras constata"2es+ como 5 o caso de t$mulos ue
mostram+ mesmo ue de orma t/mida+ imagens de an6os+ toc3as e s/m%olos
antro!om&ricos. Ainda ,eriicamos a !resen"a de t$mulos gradeados e com um
consider,el !ercentual de linguagens ,er%ais !ostas !or meio das l!ides
unerrias. Esses elementos est#o sendo analisados e+ sem d$,idas com!or#o aa,alia"#o inal de nossa tese.
!onsidera"es %inais
Em ins da !rimeira metade do s5culo 8:8 a >ro,/ncia do Rio Grande do
0orte+ de!arou-se com um ato no,o ue ,iria a !romo,er agita"2es nas atitudes de
sua !o!ula"#o em rela"#o ; ,ida e a morte? a incid4ncia de surtos e!id4micos de
c&lera. Antes de essa terr/,el doen"a assolar !arte do nordeste e sul do Brasil+ os
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mortos com!artil3a,am do mesmo es!a"o dos ,i,os+ !ois eram inumados dentro
dos tem!los crist#os cat&licos+ es!a"o onde 3a,iam ,i,enciado momentos
im!ortantes de suas ,idas.
Contudo+ o ato de enterrar dentro das igre6as come"ou a incomodar as
autoridades+ 6 ue essa !rtica ia de encontro as !ol/ticas de saneamento e 3igiene
!$%lica+ id5ias trazidas !rinci!almente !elos 9ia6antes e >residentes de >ro,/ncia+
ue sendo aceitas !ela sociedade local+ tornaram-se !re6udiciais a sa$de+
!rinci!almente !elas !oss/,eis emana"2es cada,5ricas e seus gases mau-
c3eirosos.
A constru"#o de cemit5rios no Serid& en,ol,e um longo !rocesso e+ de
acordo com os Relat&rios dos >residentes de >ro,/ncia+ arrastou uma longadiscuss#o. Essa documenta"#o nos mostra ind/cios de ue desde '()*+ uando
toda a >ro,/ncia soria com os eeitos dos surtos de ,ar/ola e saram!o+ 3ou,e
determina"#o de ,er%as !ara o%ras em alguns munic/!ios+ o ue nos mostra a
!reocu!a"#o em retirar os mortos do es!a"o dos ,i,os. A!esar de ue essa
moti,a"#o te,e inicio no !er/odo das e!idemias+ o Serid& s& ,eio a ter um cemit5rio
de,idamente regulamentado no ano de '(+ dentro de uma !ro!osta de
reordenamento ur%ano.A retirada dos mortos do es!a"o sagrado !ara os cemit5rios n#o se deu
sem maniesta"2es. Contudo+ ao contrrio do ue ocorreu em Sal,ador+ onde a
!o!ula"#o destruiu o cam!o-santo+ no Serid& elas ocorreram de uma orma menos
materializada+ !or5m+ n#o com menos or"a. Acreditamos ue a ediica"#o de
cemit5rios na regi#o+ deinindo um no,o local !ara os enterramentos+ e mais ainda+
um es!a"o laicizado+ conorme ocorreu em outras regi2es+ n#o resultou em
mudan"as imediatas e+ a!esar de ter !ro,ocado transorma"2es na orma de !ensara morte e !or sua ,ez+ conce%er a ,ida+ n#o causou grandes im!actos+ uma ,ez ue+
os antigos costumes continuaram muitos deles ignorando a e1ist4ncia do Cemit5rio.
Em todos os cemit5rios !esuisados !erce%emos a !resen"a de
elementos ue mostram a !erman4ncia de rituais ue se mant5m mesmo ue
reconigurados. O cemit5rio+ !or sua ,ez+ a!areceu como um no,o es!a"o+
!ro,ocando mudan"as+ sem+ contudo+ alterar !or com!leto com as antigas atitudes.
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Re-er.ncias /i0liogr1-icas
AR:S+ >3ili!!e. 2istria da morte no 3cidente. radu"#o de >riscila 9iana de Siueira.Rio de aneiro? Ediouro+ @**.
BETERRA+ >aulo. !artas dos sertes do Serid. 0atal. 7idador+ @***.
BORGES+ Maria Elizia. rte %uner1ria no /rasil (#456 + #576). o/cio de marmoristasitalianos em Ri%eir#o >reto FunerarV Art in Brazil K'(P* - 'P*L? italian mar%le car,er cratin Ri%eir#o >reto. Belo Horizonte+ Editora CQ Arte+ @**@.
CASCU=O+ 7u/s da Caulo?Com!an3ia das letras+ 'PP.
=AMAA+ Ro%erto. casa e a rua? es!a"o+ cidadania+ mul3er e morte no Brasil. . ed. Riode aneiro? Rocco+ @***.
FOUCAU7+ Mic3el. 9icro-&sica do poder? Rio de aneiro? Graal+ 'PP'#
MACW=O+ MuiraXVtan YennedV de. pen8ltima verso do Serid; es!a"o e 3ist&ria noregionalismo seridoense+ 0atal? Edi"2es Se%o 9ermel3o+ @**).
RE:S+ o#o os5. morte uma -esta? rituais $ne%res e re,olta !o!ular no Brasil do
s5culo 8:8. S#o >aulo? Com!an3ia das 7etras+ 'PPP.
ZZZZZZ. O cotidiano da morte no aulo+ Com!an3ia das 7etras+ 'PP'. ,. @.
RO=:GUES+ Cludia. ugares dos mortos na cidade dos vivos? transorma"2es doscostumes $ne%res do Rio de aneiro. Rio de aneiro+ Secretaria Munici!al de Cultura+=i,is#o de Editora"#o+ 'PPP.
9O9E77E+ Mic3el. $ %istria do %omem no espel%o da morte. :n? BREA+ Herman9ERBEYE+ [erner. morte na Idade 9dia. Ensaios da cultura (+ Edus!+ 'PP.
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1O Serid&+ de acordo com a classiica"#o do :nstituto Brasileiro de Geograia e Estat/stica :BGE est localizado na
Messoregi#o Central do Rio Grande do 0orte+ di,idido em duas Microrregi2es? Serid& Ocidental e Serid& Oriental.
2Relat&rio de >residente da >ro,/ncia+ '( Kgrios acrescidosL.
3residente da >ro,/ncia+ '().
6:dem.
7Regulamento do Cemit5rio da Cidade do >r/nci!e. Cole"#o !articular do !esuisador oauim Martiniano 0eto -
Madureira -. Acer,o do 7a%orat&rio de =ocumenta"#o Hist&rica+ do Centro de Ensino Su!erior do Serid&.
8:dem.
97:MA+
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GTICOS E CEMITRIOS, CULTURA DOMINANTE VS SUBCULTURA
Bruno Leonardo CardosoUniversidade Federal de Gois
seth_blc@hotmail.com
ResumoComo forma de manifestao do espao e construo da realidade, a cultura apresenta grandeimportncia na organizao da sociedade contempornea, de modo que seu estudo se fazimprescindvel a compreenso das relaes entre os homens e com o meio. Os cemitrios sodesta maneira um om e!emplo da organizao espacial da cultura, de sua importncia e dosparado!os produzidos no decorrer da hist"ria, pois representam um importante registro dopassado e que permitem a compreenso dos g#neros de vida, traduzidos em nossa relaocom a espiritualidade. $ssim, o presente te!to avalia os aspectos da formao cultural dos%"ticos em relao aos cemitrios comparada cultura dominante que a ela se opem.Coe!istem na mesma sociedade ainda que em oposio.Palavras-chave:%"ticos, cemitrios, cultura
INTR!U"#
$ituada no universo dos sentidos e dos valores sociais% a cultura &ode ser
de'inida como con(unto de &rticas% habilidades% id)ias% lin*ua*ens% rela+,es e
simbolismos comuns a uma sociedade -ue se constroem constantemente% &or
meio de e&eri/ncias vividas no cotidiano% &resente nas rela+,es humanas.
$endo assim% a cultura ) &arte do es&a+o social% &ois ) inerente ao homem
social e% conse-0entemente% 1s 'ormas de domina+2o do meio.
!entro deste es&a+o social% sur*e um *ru&o de &essoas com caracter3sticas
distintas de com&ortamentos e credos -ue os di'erenciam de uma cultura mais
am&la da -ual elas 'a4em &arte o -ue &odemos chamar de uma sub5cultura. 6
sub5cultura &ode se destacar devido 1 idade de seus inte*rantes% ou &or sua
etnia% classe e7ou */nero% e as -ualidades -ue determinam uma sub5cultura
como distinta &odem ser de ordem est)tica% reli*iosa% ocu&acional% &ol3tica%seual% ou &or uma combina+2o desses 'atores.
Neste sentido% buscando com&reender a in'lu/ncia dos cemit)rios% suas
mani'esta+,es7re&resenta+,es na sub5cultura *8tica. !e maneira *eral% os
cemit)rios a&resentam um *rande valor art3stico e cultural% no sentido de -ue
s2o um im&ortante re*istro do &atrim9nio cultural% material e imaterial% de uma
sociedade. !esta 'orma% os cemit)rios a&resentam al*umas caracter3sticas -ue
nos &ermitem com&reender a in'lu/ncia da cultura no desenvolvimento hist8ricode uma cidade.
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6ssim% ao &ensar o cemit)rio% &or meio de uma sub5cultura% estamos tentando%
de certa 'orma% analisa5lo n2o a&enas no sentido do &atrim9nio cultural%
material e imaterial de uma sociedade. :rocuramos analisar a dimens2o -ue o
mesmo atin*e dentro de uma sub5cultura% &rinci&almente com re'er/ncia aos
&ertencimentos e identidades humanas a&reendidas no cotidiano.
!esta 'orma% o &resente trabalho tem como ob(etivo observar a dimens2o
cultural dos cemit)rios &resente dentro da sub5cultura *8tica% visto -ue eles
eercem sobre esta sub5cultura se tornando um 3cone muito a&reciado &elos
G8ticos% tanto &or conterem um *rande n;mero de mani'esta+,es culturais
distintas% inseridas em um mesmo es&a+o% bem como &or ser a (un+2o de um
lu*ar -ue normalmente re&resenta a &a4 ou descanso eterno.
6 &artir da3% 'omos analisando as contradi+,es decorrentes do cho-ue entre a
cultura dominante e esta sub5cultura% eistente no mesmo ambiente. 6l)m
disso% &rocuramos com&reender o simbolismo -ue o cemit)rio eerce dentro da
sub5cultura *8tica.
CRI$% ?I$TRI6% CULTUR6 < $I=BLI$=
!evido a uma s)rie de circunstAncias -ue &ermearam o 'inal do s)culo II%
tais como o crescimento urbano acelerado% a introdu+2o de novos conceitos de
hi*ieni4a+2o dos es&a+os% al)m do rom&imento% dos
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&ensamento de uma sociedade. 6 valori4a+2o desses re*istros )% &ortanto% um
im&ortante &asso &ara a com&reens2o dos &rocessos -ue &ermitiram a
trans'orma+2o cultural de uma sociedade e do es&a+o em -ue ela se
desenvolveu.
CULTUR6% U=6 =6NIF
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cotidianas% ou se(a% &odemos entender -ue cada um constr8i seu &ensamento
baseado em sua car*a cultural% de modo -ue a constru+2o do es&a+o% 'eita
&osteriormente% vai retratar as &rticas sociais e &articularidades culturais
en*endradas nesse &rocesso.
3.3 Os Gticos Como Gruo I!"orm#$ % Su&'cu$tur#
Na sociedade moderna% a &uls2o a*re*ativa% encarnada em a*ru&amentos
humanos es&ec3'icos% o'erece uma com&ensa+2o a uma car/ncia humana
'undamental% ne*li*enciada &ela sociedade modernaD a rela+2o a'etiva. :ara
=a''esoli% a &uls2o a*re*at8ria do homem 'a4 da identidade uma -uest2o n2o
a&enas individual% mas tamb)m coletiva.
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di'erentes *ru&os (uvenisP e mesmo no interior de cada *ru&o &articular.
Todos os membros de uma comunidade obedecem a um &adr2o cultural%
veiculado aos costumes caracter3sticos dessa mesma comunidade. Contudo%
estes costumes endo*ru&ais &odem n2o coincidir com as leis 'ormais% ou nem
mesmo com as leis in'ormais dominantes% levando ao de'asamento cultural &or
&arte dos indiv3duos de di'erentes setores ou *ru&os da sociedade. s
indiv3duos &ertencentes aos *ru&os in'ormais% &odem estar deste modo%
su(eitos a r8tulosQ.
6s institui+,es tradicionais de sociali4a+2o% como a 'am3lia% e at) a &r8&ria
escola% tem &erdido o seu &oder de in'lu/ncia em 'avor de contetos mais
in'ormais ou subterrAneos de sociali4a+2o como a-ueles -ue envolvem os
*ru&os de ami*os.
eri'ica5se um mani'esto desinteresse dos (ovens envolvidos com o G8tico
&elos or*anismos institucionais 'ormais% e subse-0ente &artici&a+2o social
E&elos moldes e ve3culos institucionais &r)5estabelecidos 'orte absten+2o no
eerc3cio do direito de voto% &or eem&loJ em detrimento da valori4a+2o do
*ru&o de ami*os. 6 im&ortAncia dada aos *ru&os in'ormais% remete &ara
se*undo &lano% ou mesmo at) &ara a indi'eren+a% as institui+,es 'ormais Ede
carter &ol3tico% reli*ioso% etc.J.
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conhecimento Eou re(eitar o seu uso como ) o casoJ deve em &rinc3&io%
&rocurar controlar a in'orma+2o o melhor &oss3vel% de modo a evitar o r8tulo% o
subse-0ente esti*maS% e as suas conse-0/ncias. esti*ma nasce deste
modo% de uma *rande se&ara+2o entre identidade virtual e real. 6 -uest2o -ue
se coloca ent2o ) a da mani&ula+2o de in'orma+2o sobre o seu de'eito.
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/...3 permitimos que certos smolos de condio
social impliquem o direito do ator a certo tratamento
/43, continuamos apesar disso, sempre dispostos a
apontar rechas da sua armadura sim"lica a fim
de desacreditarmos as suas pretenses. /&...3 o ator
estar( ou no autorizado a e!iir o comportamento
em questo* /idem, p563.
Neste caso em concreto% os indiv3duos s2o 're-0entemente desacreditados%
&ois h um esti*ma e&osto Ea&ar/nciaJ% um esti*ma -ue ) vis3vel &elo -ual
estes s2o identi'icados% &elo -ue ter2o -ue *erir a tens2o assim criada com os
normais Eos -ue n2o diver*em das e&ectativas normativas da sociedadeJ.
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outras 'ormas de &ensar% -ue v2o levando a humanidade a desenvolver outras
id)ias% &ro&iciando su&era+,es.
6ssim% o nosso estudo a res&eito da sub5cultura *8tica% e sua rela+2o com os
cemit)rios e teve como ob(etivo demonstrar% &or meio das mani'esta+,es
est)ticas e de &ensamento% as re&resenta+,es sociais% se di'erem da cultura
dominante. 6ssim% com a identidade% deteriorada &elos &rocessos de rotula*em
e esti*mati4a+2o% o (ovem% v/5se numa situa+2o de Kmar*inalidade normativaM%
-ue o torna mais &ro&enso 1 'ia+2o de 'orma duradoura nesta sub5cultura.
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RE(ER)NCIAS BIBLIOGR*(ICAS
BUR!I
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Cemitrio do Campo Santo: Histria e Memria perpetuadas no mrmoreSculo XIX Salvador Bahia
Cibele de Mattos Mendes
MuselogaProf. Substituta Escola de Belas Artes/UFBA
Dinorah Aro!a"ueline Ferreira dos Santos
Mona #ibeiro dos Santos#afaela Caroline $oronha Al%eida
Estudantes de Museologia FFC&/ UFBA
'ualberto Concei(oEstudante de &istria e Patri%)nio *FC&/ UCSA+
+arissa Magalhes FagundesAline Cardoso dos Santos&a%ona ,li-eira
'lardston Bonfi% dos Santos !niorEstudantes de Artes Plsticas EBA/ UFBA
Resumo:Constitui objeto desta investigao os monumentos funerrios referentes ao sc. XIX localizados noCemitrio do Campo Santo, em Salvador !a" confeccionados pela #am$lia Salles de %ortugal, &uesimbolizam e mantm a recordao dos mortos, bem como as atitudes e representa'es s(cio)culturais referentes *s interpreta'es da morte, &ue contribu$ram para a formao de um imaginrio
coletivo perpetuado no mrmore, atravs de s$mbolos, formas, dimens'es e temas.Palavras Chave:Cemitrio. +ausolus. Identidade.
$o Ce%it0rio do Ca%1o Santo esto contidas as re1resenta()es da
&istria e 1reser-a(o da Me%ria -isual fnebre da Cidade do Sal-ador2 assi%
co%o o 1rocesso de luto -i-ido at0 o s0culo 3*32 e41ressos nos t%ulos e
%ausol0us de %r%ore2 i%1ortados de +isboa e *tlia. Pertencente 5 Santa Casa de
Misericrdia2 esta necr1ole surgiu e% %eio 5s discuss)es das autoridades co% a
a%ea(a dos %ortos 5 sade dos -i-os2 cu6a reco%enda(o era de "ue se 1arasse%
os enterros nas igre6as2 1ois era% considerados insalubres.
Muitas leis regula%entara% essas 1rticas2 %as a 1ri%eira lei
colonial "ue co%batia todo ti1o de enterra%ento dentro dos li%ites urbanos foi a
Carta #0gia n7. 892 de 8: de 6aneiro de 89;82 no entanto no foi 1osta e% 1rtica.
E% no-e%bro de 89
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enterro co%o anti>higi?nicas e su1ersticiosas2 e2 o i%1erador ordena-a "ue os
se1ulta%entos fosse% transferidos 1ara fora da cidade.
E% outubro de 89
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, Ce%it0rio do Ca%1o Santo2 u% dos %ais belos e antigos do 1aGs2
no g?nero Ca%1o Santo2 a1resenta a ti1ologia de u% ce%it0rio deno%inado de
con-encional2 1or organiar>se de %aneira co%u%2 seguindo o 1adro euro1eu2 co%
ala%edas internas2 direcionadas 1ara a igre6a e/ ou crueiro :.Est localiado entre
os bairros da Federa(o2 'ra(a e Barra2 reunindo t%ulos e %ausol0us 1o%1osos2
ca1elas e obeliscos e% %r%ore2 talhados e escul1idos2 i%1ortados de +isboa Ku%
dos %aiores acer-os conser-ados no Brasil e% arteL.
A 1artir de 89= escasseia% os t%ulos %andados faer e% +isboa2
cessando os refle4os do $eoclassicis%o na estaturia e canteiros2 surgindo e% seu
lugar i%1orta()es de t%ulos da *tlia e Fran(a2 be% co%o a"ueles t%ulos
1roduidos 1or artesos #io de !aneiro e So Paulo =.
$este Ce%it0rio encontra%>se se1ultados desde escra-os2 ricos
co%erciantes2 traficantes2 %agistrados2 freiras2 bar)es e 1ersonalidades das artes e
ci?ncias2 destacando>seI
Antnio de Castro Al-esN !oa"ui% Pereira Marinho2 Francisco !os0 'odinhoe Antnio Pedroso de Albu"uer"ueN !os0 Al-es da Cru #iosN AlfredoJho%0 BrittoN AloOsio de Car-alho FilhoN AnfrGsia Santiago Antnio de+acerdaN Aristides MalteN Baro de Ca6aObaN Bernardo Martins CatharinoN
Ci1riano Barbosa Bet@%ioN Edgar SantosN !. !. SeabraN #ai%undo $ina#odrigues2 Francisco Mar"ues de 'es Cal%on2 +uis Jar"uGnio .
$os anos de 89= e 89=92 foi incenti-ada a co%1ra de ca%1as e
lotes de 6aigos2 %oti-o 1elo "ual so identificados nesta data u% ele-ado n%ero de
t%ulos i%1ortados2 na %aioria dos %ar%oristas #rancisco, ermano e Cesario
Salles2 de +isboa. Dos nu%erosos t%ulos %onu%entais 1rocedentes dos
%ar%oristas lisboetas2 h u%a "uantidade %aior entre os anos de 89== e 89;.
Para a confec(o desses t%ulos fora% gastas enor%es fortunas2
co% ri"uea de %ateriais e% %r%ore2 co% ornatos e% folhas de acanto e de liN
retratos de 1orcelanaN alegorias e e1Ggrafes sob a for%a de acrsticoN urnas
funerrias co% garra e bolaN ca-eiras co% tGbiasN figuras de an6os orantes e mos
postasN an6os se4uadosN urnas funerriasN @nforasN ca-eiras co% tGbias e% santorN
crues gticasN colunas 1artidasN globosN coru6asN guirlandasN fest)es2 etc. & t%ulos
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e ca1elas neo>gticas 1ertencentes a fa%Glias "ue dei4ara% de e4istir ou as
abandonara%2 cabendo a sua %anuten(o 5 ad%inistra(o da Santa Casa de
Misericrdia2 "ue2 na atualidade2 inseriu a necr1ole co%o 1arte do circuito turGstico
de Sal-ador.
Particular%ente neste ce%it0rio no foi realiado u% estudo sobre a
&istria e Me%ria 1reser-adas no %r%ore dos t%ulos i%1ortados de +isboaN fato
este re-elado 1elo 1es"uisador Francisco Queiro2 afir%ando no 1ossuir ainda
infor%a()es dos ar"ui-os da Alf@ndega brasileira2 acerca desses %onu%entos
funerrios.
As 1es"uisas realiadas no Ce%it0rio do Ca%1o Santo a1rofunda%
as "uest)es lan(adas na disserta(o de Mestrado de Cibele Mendes Kse necessria u%a %aior refle4o da
&istria e Me%ria 1er1etuadas no %r%ore2 be% co%o a anlise iconogrfica e
iconolgica desses %onu%entos.
As constru()es de rara belea e4istentes neste Ce%it0rio 1artira% de
u%a no-a di%enso social2 surgida no @%ago da sociedade baiana e catlica do
s0culo 3*32 "ue con-encida a %udar suas tradi()es2 e% detri%ento das teorias de
higienia(o e urbania(o2 transferira% das igre6as 1ara os t%ulos do ce%it0rio
e4tra>%uros2 os seus anseios de reconheci%ento e ostenta(o.
, cerne desta Pes"uisa est situado nos t%ulos e %ausol0us
i%1ortados de +isboa2 nu% 1erGodo e% "ue a %udan(a dos enterra%entos das
igre6as 1ara fora dos %uros da cidade i%1licou nu%a %udan(a de atitudes2 1rticas e
re1resenta()es2 e41ressos atra-0s da o1ul?ncia dos %onu%entos funerrios2
eterniando u% %o%ento2 u% dese6o2 u% 1edido2 estilo e /ou 1adro.
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Esta 1es"uisa ob6eti-a identificar os t%ulos i%1ortados de Portugal
e confeccionados 1ela #am$lia Salles2 analisando as influ?ncias histricas "ue
i%1ulsionara% a constru(o de deter%inados estilos de t%ulos2 be% co%o a
distin(o das atitudes e 1rticas co%o re1resenta()es ad-indas da %udan(a de
%entalidade da Euro1a.
Dessa for%a2 acredita>se 1ossG-el alcan(ar u%a -iso %ais a%1la e
a1rofundada dos as1ectos histricos2 econ%icos2 1olGticos2 sociais e culturais
i%1licados nesse ti1o de 1rocedi%ento artGstico2 buscando contribuir 1ara 1reencher
algu%as lacunas na historiografia da arte fnebre baiana2e%basada nos 1ostulados
da &istria das Mentalidades e das Artes.
Pela sua ri"uea iconogrfica 0 1ossG-el identificar con-en()es
criadas2 senti%entos e %oti-os de u%a 01oca2 ele%entos co%1onentes de u%a
ideologiaN %itos e id0ias ca1aes de esti%ulare% u%a ati-idade social2 as1ectos
%entais re1resentati-os do cotidiano2 "uest)es de sade2 enfer%idade e %orte.
E% ter%os gerais2 esta 1es"uisa 1ro1)e decifrar a realidade do
1assado baiano2 1or %eio das re1resenta()es fnebres2 identificando atitudes e
inten()es dos ho%ens "ue as construGra%2 i%1ri%indo diferentes entendi%entos.
,s cuidados no trabalho co% este ti1o de fonte so %uitos2 1ois as
i%agens so fontes "ue se do aos %ais di-ersos ti1os de leitura e inter1reta(o2
assi%2 u%a %es%a i%age% 1ode ter seu significado %udado de acordo co% o ti1o
de olhar "ue 0 lan(ado sobre ela. De-e>se se%1re ter e% %ente ta%b0% "ue a
i%age% no se esgota e% si %es%a. , historiador "ue utilia a i%age% co%o fonte
histrica 1recisa en4ergar al0% da i%age%2 ler suas lacunas2 sil?ncios2 decifrar seus
cdigos. As i%agens so re1resenta()es do %undo elaboradas 1ara sere% -istas.
Co%o afir%a Pesa-ento I
As i%agens estabelece% u%a %edia(o entre o %undo do es1ectador e do1rodutor2 tendo co%o referente a realidade2 tal co%o2 no caso do discurso2 ote4to 0 %ediador entre o %undo da leitura e o da escrita. Afinal2 1ala-ras ei%agens so for%as de re1resenta(o do %undo "ue constitue% oAsi%agens estabelece% u%a %edia(o entre o %undo do es1ectador e do1rodutor2 tendo co%o referente a realidade2 tal co%o2 no caso do discurso2 ote4to 0 %ediador entre o %undo da leitura e o da escrita. Afinal2 1ala-ras e
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i%agens so for%as de re1resenta(o do %undo "ue constitue% oi%aginrio.
Dessa for%a 1ode>se 1erceber "ue a i%age% ser-e co%o elo entre o
te%1o de seu 1rodutor e o te%1o de seu obser-ador2 trans%itindo conceitos e %odos
de -er e entender a -ida2 1er%itindo conhecer co%o o %undo seria -isto 1or outras
culturas de outras te%1oralidades. Co%o -isto2 a abordage% culturalista entende a
cultura co%o sendo social%ente construGda atra-0s da escolha de deter%inados
sG%bolos e re1resenta()es 1ara e41licar a -iso de %undo2 os -alores2 enfi%2 a
realidade de u% deter%inado 1o-o situado no es1a(o e no te%1o. Assi% Chartier 92
na introdu(o de seu li-ro A &istria Cultural2 a1resenta u%a e4celente defini(o1ara esta histriaI
A histria cultural2 tal co%o a entende%os2 te% 1or 1rinci1al ob6ectoidentificar o %odo co%o e% diferentes lugares e %o%entos u%adeter%inada realidade social 0 construGda2 1ensada2 dada a ler. U%a tarefadesse ti1o su1)e -rios ca%inhos. , 1ri%eiro di res1eito 5s classifica()es2di-is)es e deli%ita()es "ue organia% a a1reenso do %undo social co%ocategorias funda%entais de 1erce1(o e de a1recia(o do real. Hari-eis
consoante as classes sociais ou os %eios intelectuais2 so 1roduidas 1elasdis1osi()es est-eis e 1artilhadas2 1r1rias do gru1o. So estes es"ue%asintelectuais incor1orados "ue cria% as figuras gra(as 5s "uais o 1resente1ode ad"uirir sentido2 o outro tornar>se inteligG-el e o es1a(o ser decifrado.
Ainda na introdu(o de seu li-ro 2 salienta a i%1ort@ncia de se
1erceber "ue as re1resenta()es do %undo social assi% construGdas2 e%bora
as1ire% 5 uni-ersalidade de u% diagnstico fundado na rao2 so se%1re
deter%inadas 1elos interesses de gru1o "ue as for6a%.
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$esta 1es"uisa so utiliados co%o fontes os %onu%entos
funerrios2 sob a %etodologia 1ro1osta 1or ErTin PanofsO2 no seu li-ro Significado
nas Artes Hisuais2 e% "ue 1ro1)e "ue a anlise de u% ob6eto -isual se6a feita
seguindo alguns 1assos2 "uais se6a%I a descri(o 1r0>iconogrfica Ke anlise
1seudofor%alLN a anlise iconogrfica2 no sentido %ais estrito da 1ala-raN e a
inter1reta(o iconolgica2 e% sentido %ais 1rofundo.
, 1ri%eiro 1asso na a1reenso do significado dos ob6etos -isuais 0
dado a 1artir de sua 1recisa descri(o e distin(o dos ob6etos e ele%entos "ue
constitue% a obra a ser analisada. ,bedecendo a esses 1assos o 1es"uisador
reconhecer o "ue 0 deno%inado 1or PanofsO 8;co%o o %o%ento da identifica(o
do te%a natural ou 1ri%rio2 a1reendido2
K...L 1ela identifica(o das for%as 1uras2 ou se6a2 certas configura()es delinha e cor2 ou deter%inados 1eda(os de brone ou 1edra de for%a 1eculiar2co%o re1resentati-os de ob6etos naturais tais "ue seres hu%anos2 ani%ais21lantas2 casas2 ferra%entas e assi% 1or dianteN 1ela identifica(o de suasrela()es %tuas co%o aconteci%entos2 e 1ela 1erce1(o de algu%as"ualidades e41ressionais2 co%o o carter 1esaroso de u%a 1ose ou gesto2ou a at%osfera do%0stica e 1acGfica de u% interior. , %undo das for%as1uras assi% reconhecidas co%o 1ortadoras de significados 1ri%rios ounaturais 1ode ser cha%ado de %undo dos %oti-os artGsticos. U%aenu%era(o desses %oti-os constituiria u%a descri(o 1r0>iconogrfica deu%a obra de arte.
Feita essa 1ri%eira eta1a2 onde se identifica a e41resso contida no
ob6eto a ser analisado2 busca>se o contedo secundrio ou con-encional2 "ue
consiste na rela(o e4istente entre o ob6eto 6 identificado e o te%a ou conceito
es1ecGfico "ue ele re1resenta. Para tal 0 necessrio o conheci%ento de fontes
literrias "ue 1ossibilite% a co%1reenso do 1rocesso ci-iliatrio e% "ue o ob6eto
-isual foi 1roduido. $essa eta1a a utilia(o de grandes dicionrios e enciclo10dias
torna>se indis1ens-el 1ara a identifica(o e fa%iliaria(o co% os te%as e
conceitos retratados no ob6eto -isual.
#ealiada essa segunda eta1a2 resta a inter1reta(o iconolgica2 "ue consiste na
1rocura do "ue PanofsO cha%a de significado intrGnseco ou contedo 1ro1ria%ente
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dito do ob6eto -isual "ue consiste na descoberta dos -alores si%blicos deste ob6eto.
Para ele2 u%a2
K...L inter1reta(o real%ente e4austi-a do significado intrGnseco ou contedo1oderia at0 nos %ostrar t0cnicas caracterGsticas de u% certo 1aGs2 1erGodoou artista K...L so sinto%ticos de u%a %es%a atitude bsica2 "ue 0discernG-el e% todas as outras "ualidades es1ecGficas de seu estilo. Aoconceber%os assi% as for%as 1uras2 os %oti-os2 i%agens2 estrias ealegorias2 co%o %anifesta()es de 1rincG1ios bsicos e gerais2 inter1reta%ostodos estes ele%entos co%o sendo o "ue Ernest Cassirrer cha%ou de-alores Vsi%blicosW.
Para PanofsO 882 a anlise de u% ob6eto -isual de-e 1artir da sua
descri(o e correla(o co% o significado intrGnseco e sua fun(o na"uela sociedade2
transfor%ando>o e% registro de u%a 01oca. A realia(o destas eta1as chega>se ao
1onto e% "ue o ob6eto -isual2 descrito2 identificado e decodificado2 1assa a e41licar2
e% con6unto co% outros docu%entos ou solitaria%ente Kno caso de ser ele o nico
registro restanteL2 o %o%ento histrico2 a con6untura e% "ue foi concebido2
finalidades e ob6eti-os.
otas:8 #E*S2 !.!. 0 morte uma festa2 892 1.
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Re!er"ncias #i#lio$r!icas:
B,#'ES2 Maria Eliia. 0rte %unerria no Brasil &'()*')+*,: o!icio de marmoristasitalianos em Ri#eir-o Preto. %unerar/ 0rt in Bra1il &'()*2')+*,I *talian Marble Car-erCraft. *nI #ibeiro Preto. Belo &orionteI Editora C/ Arte2
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Cemitrio de Mucug: em busca de uma identidade
Cibele de Mattos MendesMuseloga.
Mestre em Artes Visuais EBA/ UFBAProf. Substituta Escola de Belas Artes/UFBA
afaela Caroline !oron"a Almeida#raduanda em Museologia FFC$/ UFBA
Mar%lia &ourado#raduanda de $istria e Patrim'nio (FC$/ UCSA)
Resumo
Este Projeto parte da observao de que o Cemitrio de Santa Isabel, situado a noroeste daCidade de Mucug, no sop de uma das elevaes da Serra do Sincor!, tombado pelo IP"#$ em%&'(, possui um conjunto de mausolus em alvenarias de pedra e )ou tijolos, revestidos de rebocoe caiados, ornamentados com arcos e pin!culos, semel*antes a miniaturas de igrejas e capelas,sendo denominado pela populao de +i-antino./ constituindo0se num rico acervo art1sticorepresentativo de pr!ticas religiosas e s2cio0culturais re3erentes 4s interpretaes da morte, nosu3icientemente estudado nos meios acadmicos, do que representa de preservao da mem2riavisual da cidade de Mucug, no quesito arte 3uner!ria5Palavras Chave:Cemitrio5 Identidade5 "ist2ria
Esta *es+uisa *arte da obser,a-o de +ue o Cemitrio de Santa
(sabel0 tombado *elo (P$A! em 12340 situado a noroeste da Cidade de Mucug50
no so* de uma das ele,a-6es da Serra do Sincor7.
A cidade de Mucug5 locali8a9se numa latitude 1:;441;??2103? m. Seu nome origin7rio de uma fruta comum na regio0 ser,indo
de alimento *ara os %ndios0 o c"amado mucuge8eiro0 +ue se encontra em
eDtin-o Couma rigida.
Situada nos ,ales dos rios Paragua-u e de Contas0 e com
territrio inteiramente inclu%do no G*ol%gono das secasH0 limita9se com os
http://pt.wikipedia.org/wiki/Longitudehttp://pt.wikipedia.org/wiki/Longitude7/25/2019 Anais da Associao Brasileira de Estudos Cemiteriais
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munic%*ios de Andara%0 Barra da Esti,a0 Palmeiras0 Piat e io de Contas. Sua
to*ografia acidentada0 atra,essando a Cordil"eira da C"a*ada &iamantina na
*arte da Serra de Sincor7.
A cidade de Mucug5 est7 numa baiDada entre serras da C"a*ada
&iamantina0 tendo em cada eDtremidade da rua *rinci*al uma igreIa. J munic%*io
*ossui duas igreIas e on8e ca*elas. Mucug5 *assou a ser Comarca atra,s do
&ecreto )ei nK @1?0 de 12 de Iun"o de 12>:.
&estaca9se *or ter sido *ro,a,elmente o ber-o do ciclo do
diamante na regio0 onde foram identificadas as *rimeiras *edras de diamante no
rio Cumbuca0 tornando a cidade um im*ortante centro urbano com contato com a
cultura euro*ia. !esta *oca0 o munic%*io c"egou a abrigar mais de ?@ mil*essoas0 cuIos ocu*antes eram se*ultados no interior da (greIa de So Loo
Batista.
Por ,7rias ,e8es0 a cidade mudou de nome Foi con"ecida como
Santa (sabel do Paragua-u0 de*ois como So Loo do Paragua-u0 mas *reser,ou
o nome de Mucug50 uma cidade *e+uena0 com*reendendo seis ruas *rinci*ais0
t%*icas de um local sem *laneIamento *ara o uso de ,e%culos com rodas FU!C$0
122N0 *.11>.
Jficialmente fundada em 13>> *ouco tem*o de*ois0 *assou a
abrigar uma *o*ula-o flutuante de 1?.444 *essoas0 lideradas *or sen"ores de
grandes *osses ,indos de Minas e Euro*a com suas fam%lias e ri+ue8as. Pessoas
de ,7rios locais do *a%s e estrangeiros 7rabes0 Iudeus0 franceses mistura,am9se
com centenas de escra,os ,indos da Ofrica. &esmembrada da cidade de !ossa
Sen"ora do )i,ramento do io de Contas0 muda seu nome *ara Freguesia de
So Loo do Paragua-u0 ,oltando se c"amar Mucug5 em 121N.
!a tentati,a de controlar o caos da concentra-o urbana0 os
="omens im*ortantes= da regio sem*re os mais ricos reuniam9se *ara discutir
regras de crescimento e con,%,io social. Foram tentati,as +uase sem*re
frustradas de regular o taman"o das constru-6es0 as medidas usadas no
comrcio e at a lim*e8a das ruas. uem atirasse liDo no c"o0 seria multado e
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*oderoso sen"or de terras e escra,os dos tem*os *ro,inciais0 +ue estabeleceu a%
fa8endas de gado.
!a atualidade0 con"ecida *or *ossuir uma necr*ole com
caracter%sticas de cemitrios do Mar MediterrTneo0 e +ue a *o*ula-o acredita
tratar9se do estilo GBi8antinoH.
Este Cemitrio foi tombado *elo (P$A! em 1234 e *ossui um
conIunto de mausolus em al,enarias de *edra e /ou tiIolos0 re,estidos de reboco
e caiados0 ornamentados com arcos e *in7culos0 semel"antes a miniaturas de
igreIas e ca*elas0 sendo denominado *ela *o*ula-o de GBi8antinoH constituindo9
se num rico acer,o art%stico re*resentati,o de *r7ticas religiosas e scio9culturais
referentes s inter*reta-6es da morte.Cemitrio de rele,ante interesse ar+uitet'nico0 di,idido em duas
*artes uma *lana0 murada situada sobre os terrenos de alu,io do ,ale0 onde
esto locali8adas co,as rasas e outra0 constitu%da *or um conIunto de mausolus0
im*lantados sobre a encosta roc"osa da serra.
Js se*ultamentos reali8ados em Mucug5 at o ano de 13@@
foram reali8ados nas igreIas de So Loo Batista e de Santa (sabel0 ou em suas
*roDimidades0 constituindo9se uma *r7tica arraigada s tradi-6es baianas. Porm0
desde as determina-6es da Carta gia de 13410 *romulgada *elo (m*erador &.
Pedro (0 em 13?30 *roibia9se os se*ultamentos no solo dos tem*los catlicos0
recomendando9se a constru-o de cemitrios eDtra9muros. Mas0 somente a *artir
de 13@@0 influenciados *elas teorias "igienistas dos miasmas e a ocorr5ncia da
E*idemia do Clera em Sal,ador0 atingindo tambm a *o*ula-o mucugeense0 os
se*ultamentos *assam a ser reali8ados fora dos muros da cidade.
A amea-a da E*idemia do Clera es*al"ou9se *elo Brasil e0
*rocurando9se seguir as instru-6es mdicas0 o lugar escol"ido *ara a constru-o
do cemitrio seria Gfora da cidade0 longe de fontes dW7gua0 em terrenos altos e
areIados0 onde os ,entos no so*rassem sobre a cidade e murados *ara e,itar a
entrada de animais E(S012210 *. ::3.
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!a Ata da CTmara Munici*al de Santa (sabel do Paragua-u0 a 1;
de outubro de 13@@0 est7 registrada G*ara e,itar a terr%,el e*idemia de C2lera
Morbus0 +ue nos *arece amea-arH0 a contrata-o de um mdico *ara o munic%*io
Francisco de Paula Soares. Coube a ele em assist5ncia ao delegado e ao
re,erendo ,ig7rio0 uma ,istoria *ara definir o local do cemitrio *Xblico0 +ue seria
feito s custas da munici*alidade. !o dia seguinte0 taman"a era a urg5ncia e o
*a,or da e*idemia0 +ue o registro do local I7 consta na Ata a comisso comunica
mesa +ue "a,ia encontrado um local ideal0 *erto da GBi+uin"aH C677EI6 8#
#"I#0 4: de set. de ?44.
A constru-o do Cemitrio se *rolongou *or mais de trinta anos0
reunindo constru-6es de rara bele8a0 cuIa conce*-o *artiu de uma no,adimenso social surgida no Tmago da sociedade mucugeense e catlica do
sculo R(R0 +ue *rocurou mudar o foco do ritual fXnebre0 transferindo *ara os
tXmulos os seus anseios de recon"ecimento.
J seu car7ter coleti,ista0 o +ue resulta numa certa uniformidade
dos conIuntos art%sticos desde os tXmulos com data-o mais antiga at os
constru%dos na atualidade. $7 uma "armonia singela na ar+uitetura modular e0
originalmente nas solu-6es decorati,as0 o +ue *ode tambm ser obser,ado em
cemitrios das cidades ,i8in"as0 como o cemitrio de (gatu0 no distrito de Andara%0
+ue est7 *assando *or um *rocesso de inter,en-o. Ao redor da Ca*ela de So
Sebastio0 eDiste um cemitrio semel"ante ao Cemitrio de Santa (sabel0 no +ue
se refere im*lanta-o e tratamento dado aos mausolus.
Para esta *es+uisa foram secionados :>? mausolus0 em
detrimento das co,as rasas0 *osto +ue os mausolus0 a*resentam formas0
re*resenta-6es e com*osi-6es com caracter%sticas *rDimas s das Ca*elas
eDistentes na regio e0 *ossi,elmente0 corres*ondem a um *adro esttico e
estil%stico a ser identificado.
Js mausolus foram selecionados0 *or serem categorias de
constru-6es de grande *orte0 +ue com*ortam se*ultamentos *rim7rios0
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secund7rios0 *odendo ser efetuados em caiD6es ou urnas. Podem0 tambm
*ertencer a ,7rios indi,%duos0 de uma mesma fam%lia0 gru*o0 organi8a-o0
entidade ci,il ou religiosa.
Js mausolus do Cemitrio de Santa (sabel de Mucug5
corres*ondem0 tanto0 uma ca*ela0 *or a*resentarem uma ar+uitetura
eminentemente religiosa e crist0 como tambm0 um monumento0 *or+ue
corres*ondem a uma "omenagem ao falecido.
A estatu7ria fXnebre +uase ineDistente neste cemitrio0 e
+uando *resente de*endente do mausolu. $7 ornatos0 arcos e ogi,as0 bem
como formas *iramidais !o entanto0 os dados obtidos0 no *ermitem estabelecer
com*ara-6es com a ar+uitetura bi8antina0 sendo necess7rio0 *ortanto0 a*rofundaras *es+uisas atra,s de documenta-o secund7ria e entre,istas a *rofissionais0
+ue0 na atualidade0 mantm o mesmo ti*o de constru-o funer7ria.
Referncias Bibliogrficas
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SAPUCA(A0 oberto5 &rilhas e Caminhos5 9uia :ur1stico e do Meio #mbiente. Sal,adorSecretaria d Cultura e urismo do Estado da Ba"ia0 122N.
SA)ES0 Fernando. Mem(ria de Mucug. Sal,ador E#BA0 122>.SAMPA(J0 "eodoro. Jio So Francisco e a C"a*ada &iamantina. Ba"ia Ed. Cru8eiro0 12:3.
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E(RE(A0 Cid. Minera)*o na Bahia5 Ciclos *ist2ricos e panorama atual Sal,adorSecretaria da (ndXstria e Comrcio e Minera-o0 1223.
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Construindo um conceito e um inventrio: Espaos Cemiteriais
Claudia Helena Campos Nascimento.Arquiteta e Urbanista, especialista em
Semitica e Artes Visuais.
Tcnica em Gesto Cultural doDepartamento de Patrimnio Histrico,Artstico e Cultural da Secretaria de Estado
de Cultura do Par
Resumo! te"to se prop#e a discutir o cemitrio como conceito su$icientemente amplo, a%ran&ente epreciso, de $orma a suprir as demandas da di'ersidade cultural do estado do ParPalavras-chave:Patrimnio cultural paraense, Cemitrios, (etodolo&ia de in'entrio
Um dos principais desafios ao se construir um instrumento de inventrio
tornlo suficientemente espec!fico para n"o suprimir informa#$es essenciais,
porm abran%ente de forma a atender &s demandas que se associam &
temtica. ' Pro)eto *n'entrio do Patrimnio Cultural do Estado do Par,
desenvolvido pelo (epartamento de )atrim*nio Histrico, Art!stico e Cultural,
atravs da (iretoria de )atrim*nio da Secretaria de +stado de Cultura
()HAC-()A-S+CU/0, visa constituir um corpo de informa#$es sobre a
diversidade cultural do estado em seus m1ltiplos aspectos, com o ob2etivo de
identificar, re%istrar e divul%ar o patrim*nio cultural paraense em sua
diversidade.
Uma das quest$es a se considerar na constru#"o destes instrumentos,
para todas as temticas propostas 3 arquivos, documenta#"o e bibliotecas4
artes c5nicas4 artesanato4 artil6aria4 a7ule2os4 bens imveis e patrim*nio
industrial4 bens mveis4 cemitrios4 comunidades tradicionais4 espa#os
culturais4 literatura4 manifesta#$es culturais8 celebra#$es, formas de e9press"oe saberes4 monumentos4 m1sica4 patrim*nio natural4 s!tios arqueol%icos4
tesouros 6umanos 3 era abarcar a diversidade cultural das manifesta#$es, de
um territrio como o +stado do )ar, de m1ltiplas influ5ncias, fu%indo da vis"o
centrali7ada, a partir da realidade da capital e sua identidade, promovendo a
preserva#"o do patrim*nio cultural paraense, compreendido em sua amplitude
de atua#"o atravs de a#$es para a salva%uarda, conserva#"o, valori7a#"o,
recon6ecimento e apropria#"o da memria, identidades, diversidade tnica,
1
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social, cultural e ambiental do 6omem ama7*nico, permitindo a amplia#"o da
compreens"o dos seus m1ltiplos aspectos formadores.:
No que tan%e ao tema cemiterial, a tend5ncia a se considerar a tipolo%ia
colonial e posterior, especialmente a dos cemitrios constru!dos entre os
sculos ;Velm. )or sua locali7a#"o, na rea
central da atual >elm, foco e v!tima de a#$es depredatrias e, por isto,
fra%ili7ado em sua condi#"o de %uardi"o da memria pretrita.
'utro aspecto cultural relevante na Ama7*nia a for#a mitol%ica e
folclrica das constru#$es do ima%inrio popular. N"o esque#amos que a
prpria denomina#"o do territrio ama7*nico se deve a uma dessas lendas,
quando frei ?aspar de Carva2al, escriv"o da frota espan6ola de @rancisco
'rellana, em sua via%em de desbravamento dos sert$es da Amrica, re%istrou
a presen#a das c6amadas elm. uitos
destes temas foram e vem
sendo trabal6ados por artistas
locais de vrias lin%ua%ensB.
@ora o comple9o de
manifesta#$es de culto popular,inerentes a estes espa#os, que
d"o ao espa#o cemiterial
dimens$es alm de sua
materialidade e 6istoricidade.
Como foi dito anteriormente, contudo, embora a rique7a simblica destes
espa#os se2a %rande, tratar um inventrio partindo da tipolo%ia do Soledade e
do Santa
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seria necessria para atin%ir de forma satisfatria a comple9idade que o tema
requer.
' U+ G U C+
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como Jcemitrio ind!%enaK ou Jcemitrio quilombolaK n"o seriam contraditrias,
mas interfaces culturais. Nestes s!tios ter!amos si%nos de vrios n!veis para
interpreta#"o e entendimento. Nesta lin6a de racioc!nio, o conceito de
Cemitrio )atrimonial foi ampliado como a rea ou con2unto de enterramentos-
sepultamentos que confi%uram uma unidade simblica que revela a partir de
seus !ndices formas de deposi#"o, de distribui#"o, de tratamento dos mortos
3 informa#$es sobre o conte9to 6istrico e cultural, sendo assim testemun6o,
re%istro e memria.
N"o importa, a princ!pio, o tratamento simblico e plstico de suas
tumbas, mas o prprio procedimento de sepultamento, tra7endo em si con2unto
de informa#$es que se constituem em bem patrimonial. ' documento f!sico de
um s!tio cemiterial potencialmente fonte de informa#"o e refer5ncia para
pesquisa, mesmo que ele n"o se confi%ure como um cemitrio,
etimolo%icamente falando.
C'N@
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que foram mantidas no interior dessas urnas cerLmicas, o que permitem novas
leituras do processo de coloni7a#"o do continente americano.
Com a coloni7a#"o europia, especialmente a lusitana no estado do
)ar, o processo de sepultamento se%uiu os mesmos padr$es das demais
col*nias. ' sepultamento associado a templos, especialmente i%re2as e
conventos, sendo feitos no seu interior ou em seus arredores. uitos desses
sepultamentos careceram de re%istros, ou o perderam. +ntre estes casos
destacase o do arquiteto italiano Ant*nio /andi, que fe7 de sua obra e
devo#"o o seu mausolu. endo pro2etado, constru!do e custeado parcialmente
a
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)esquisas recentes do 6istoriador Xo"o /1cio a77ini da Costa d"o
conta que estes corpos foram enterrados em cova rasa nos arrabaldes de
>elm & poca, na rea con6ecida atualmente como iramar:B. Vrios relatos
indicam o aparecimento de ossadas em constru#$es nesta e em outras reas.
)or se tratar de movimento antile%alista, os revolucionrios, se n"o
combatidos e sepultados nos prprios campos de batal6a ou em situa#$es
como o )enacova:M, o eram em seu e9!lio em postos de resist5ncia no interior
do estado. )ara refor#ar a se%uran#a desses focos de resist5ncia, muitos
sepultamentos, neste caso, eram feitos de forma sin%ela. )or conta da
fra%ilidade da pesquisa 6istrica, cu2a biblio%rafia de refer5ncia foi produ7ida
pelo se%mento que combateu os Cabanos, al%umas situa#$es t5m sido ob2eto
de questionamento do res%ate dos marcos cemiteriais da Cabana%em. Um
deles por conseqY5ncia da falta de referenciais8 lu%arcomum atribuir &
Cabana%em qualquer ac6ado de ossada, &s ve7es com descon6ecimento do
espa#o %eo%rfico onde ela se desenvolveu, isto , no nordeste do estado do
)ar. 'utro motivo s"o os v!nculos 6istricospol!ticos que fa7em do tema uma
va%a que vem & tona, ou obscurecida, dependendo do perfil pol!tico vi%ente.
Culturalmente ainda francamente observvel esta dicotomia social 3 que no
passado constituiuse em territrios e oposi#$es que culminaram na evolu#"o
Cabana.
)aralelamente a este conte9to pol!tico local somase a como#"o
provocada pelo aumento de falecimentos provocados pelos surtos que
assolaram a capital, >elm, no final do ;elm.
'utros %rupos se instalavam no )ar e constru!ram suas necrpoles. A
sina%o%a S6aar Has6amaim A )orta do Cu0, em >elm do )ar, lo%o depoisde proclamada a
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brasileiro. ambm foi em terras paraenses que come#ou no >rasil a
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tambm possuir acervo escultrico relevante, este cemitrio ainda em
funcionamento, tem persona%ens de culto popular como o mdico Camilo
Sal%ado :TFB:WT0, cu2o t1mulo tornouse uma espcie de santurio:e da
c6amada Jo#a do 9iK =E, que di7 passear pelas ruas de >elm & noite, de
t9i.
N"o esque#amos ainda os s!tios recentes, de enterramento de militantes
pol!ticos, como por e9emplo da ?uerril6a do Ara%uaia=:dcada de :FE0, no
sul do estado do )ar, que tambm se confi%urariam como espa#os
cemiteriais, portadores de informa#$es valiosas para a compreens"o de nossa
6istria.
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Memria crist riscada na pedra: anlise de tmulos do CemitrioMunicipal de Bela Vista GO
Dborah Rodrigues Borges
Mestre em Cultura Visual FAV/UFG
ResumoO Cemitrio Municipal de Bela Vista de Gois, fundado em 1893, apesar da simplicidade damaior parte de suas construes, uarda importantes reistros da tradi!o reliiosa e culturalda cidade" #m$ora n!o %a&a construes tumulares muito suntuosas no local, perce$e'se (uea popula!o $ela)istense, desde o sculo *+*, fa uso de determinado con&unto sim$-lico parae.pressar suas crenas e sua mentalidade so$re a morte" #m Bela Vista, nota'se o (uanto fcrist! / cat-lica / orienta a constru!o coleti)a de um imainrio so$re a morte, e.presso noselementos escol%idos para adornar os t0mulos"Palavrasc!ave:cemitrio, sim$oloia crist!, Bela Vista de Gois
Este trabalho tem por objetio ide!ti"i#ar e a!alisar algu!s dos eleme!tos
pi#t$ri#os mais re#orre!tes de!tro da i#o!ogra"ia #rist% utili&ada pelos
ris#adores de pedra !a #o!"e#'%o de pe'as para ador!ar os t(mulos do
Cemitrio Mu!i#ipal de Bela Vista de Goi)s* +rata,se de uma !e#r$pole
pe-ue!a. se#ulari&ada desde o seu surgime!to. posto -ue. se!do o (!i#o
#emitrio da #idade. todos os mortos eram l) e!terrados. i!depe!de!te de
ee!tuais op'es religiosas di"ere!tes do Catoli#ismo. predomi!a!te !a regi%o*Co!"orme e0pe Maria Eli&ia Borges 12334. p* 5326.
o #emitrio #o!e!#io!al se#ulari&ado tor!ou,se 7uma i!stitui'%o #ultural8. almde religiosa* Fa& parte da i!e!'%o moder!a. #ompartilha da reestrutura'%o daso#iedade -ue. desde o tempo em -ue ele surgiu 1s#ulo 9V:::6. trabalha #om o#o!"ro!to dialti#o de duas realidades #o!#eituais de ida; a #idade dos mortose a #idade dos ios*
Embora. #omo eremos posteriorme!te. !%o se #o!state !a #idade deBela Vista. em "i!s do s#ulo 9:9. a e0ist
moldes europeus ou das gra!des #idades brasileiras. per#eberemos -ue os
belaiste!ses do per=odo #omu!gaam do mesmo imagi!)rio #oletio burgu
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"iguras -ue i!tegram a ritual=sti#a #at$li#a e -ue. uma e& tra!spostos para o
#emitrio. s%o a#res#idos de outros alores e sig!i"i#ados*
E!treta!to. para #ompree!der a import!#ia destes eleme!tos de!tro do
imagi!)rio belaiste!se sobre a morte. e0presso !o #emitrio. importa!te
#o!he#er um pou#o da hist$ria do mu!i#=pio. a "im de per#ebermos #omo se
deu a i!ser'%o da " #at$li#a !a #o!stru'%o da tradi'%o #ultural da #idade*
?egu!do Ales e @esus 12336. o lo#al o!de hoje se lo#ali&a o mu!i#=pio
de Bela Vista de Goi)s #ome'ou a ser habitado ai!da !o s#ulo 9V:::* este
per=odo. )rias e0pedi'es ba!deira!tes #ome'am a e0plorar o territ$rio goia!o
pro#ura de mi!erais pre#iosos* este #o!te0to. surge a "igura dos tropeiros.
-ue iajaam pelas trilhas abertas pelos ba!deira!tes. tra!sporta!do e
#omer#iali&a!do uma srie de produtos* Eles "or!e#iam um apoio "u!dame!tal
para os e0ploradores. -ue se embre!haam #ada e& mais pelo i!terior de
Goi)s* Ao lo!go dos #ami!hos per#orridos pelos ba!deira!tes e tropeiros.
surgem )rios po!tos de pouso. #omo o -ue deu i!=#io pooa'%o -ue mais
tarde "ormaria a #idade de Bela Vista de Goi)s*
%o poss=el delimitar uma data e0ata para o surgime!to das primeiras
#o!stru'es !o lo#al. pois os do#ume!tos o"i#iais e mesmo a hist$ria repetida
pelos moradores do mu!i#=pio registram ape!as a data de doa'%o de terras
para #o!stru'%o da Capela em home!agem a ossa ?e!hora da iedade* +al
"ato o#orreu em de ju!ho de 5H2* >s doadores eram membros de uma
mesma "am=lia; @os Ber!ardo ereira. sua esposa. :!o#
e o irm%o desta. @os :!o#
partir de relatos orais de a!tigos moradores da #idade. "oi poss=el apurar a
e0ist
!esta sa!ta* Uma delas di& -ue @os Ko!or)rio +eles. reside!te !a "a&e!da
?%o Be!to. "oi pi#ado por uma #obra !uma pla!ta'%o de "umo5do ?r* ?ilrio
Lemos. !a primeira metade do s#ulo 9:9* ?ua re#upera'%o "oi atribu=da sora'es de um #erto +om)s. be!&edor !atural de Bo!"im 1atual ?il!ia6.
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dirigidas a ossa ?e!hora da iedade* Di& esta ers%o -ue a primeira estampa
da sa!ta eio de ouso Alto 1atual ira#a!juba6. tra&ida por Do!a Vergi!a. e a
primeira imagem. es#ulpida em madeira. teria sido "eita por um artista
des#o!he#ido. de ire!$polis*
K). ai!da outra e0pli#a'%o para o surgime!to da " em ossa ?e!hora
da iedade !a regi%o* ?egu!do Ales e @esus 1233. p* 56 des#reem. esta
ers%o di& -ue a deo'%o sa!ta
#ome'ou #om uma imagem de tri!ta #e!t=metros -ue @a#i!ta e Maria da Gl$riatrou0eram para o lo#al* Estas eram pessoas das "am=lias de i!#o!"ide!tes. -ue"ugiram de Vila Ri#a. Mi!as Gerais. para se lirarem das persegui'es so"ridasap$s a pris%o dos e!olidos* A-ui #hega!do. todos mudaram seus !omes
para !%o serem des#obertos*
?egu!do #o!ta a tradi'%o popular. um dia. @a#i!ta e Maria da Gl$ria
#olo#aram a imagem ao p de uma gra!de )rore. o!de hoje est) lo#ali&ado o
obelis#o de ?%o ?ebasti%o ra'a Get(lio Vargas para a re&a do ter'o 1-ue
#umpriam diariame!te6* Deste dia em dia!te. a imagem desapare#ia de seu
orat$rio e reapare#ia ao p dessa )rore. repeti!do,se o "ato por #i!#o e&es*
Foi "eito. e!t%o. um orat$rio de pedra para a ?a!ta e um ra!#ho de "olhas de
buriti sobre o re"erido orat$rio !o lo#al em -ue a imagem reapare#ia*A ter#eira ers%o do i!=#io da " !a ?a!ta e!ole os doadores das
terras o!de "oi #o!stru=da a Capela em home!agem a ossa ?e!hora da
iedade* Co!sta -ue todos eram muito deotos da sa!ta. por motio !%o
es#lare#ido. o -ue os leou a desti!arem parte de seus terre!os para erguerem
um templo para ossa ?e!hora*
ota,se. por estes relatos. a e0ist
-ue !%o dei0a de #o!ter. tambm. aspe#tos de um misti#ismo m)gi#o. uma e&-ue se ap$ia sobre hist$rias de milagres. apari'es e outros "e!Nme!os
sobre!aturais* E isto tambm se reela !a pr$pria hist$ria da surgime!to do
Cemitrio Mu!i#ipal de Bela Vista de Goi)s* > primeiro #emitrio do lugarejo
"i#aa o!de. atualme!te. se lo#ali&a a :greja Matri& de ossa ?e!hora da
iedade. !a ra'a @os Lobo* %o h) maiores i!"orma'es sobre esta
!e#r$pole* E!treta!to. sobre o Cemitrio Mu!i#ipal de Bela Vista. #uja
i!augura'%o o#orreu em 5. Ge!ialdo A!tN!io ereira 15H6 relata um
a#o!te#ime!to i!teressa!te;
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estee i!serida em !e!hum dos gra!des #i#los e#o!Nmi#os e0iste!tes !a
hist$ria do Brasil* Logo. #o!stituiu,se !o lo#al uma so#iedade de #ara#ter=sti#as
predomi!a!teme!te rurais. #om algumas pou#as "am=lias mais abastadas* :sto
se re"lete !o #emitrio. !as #o!stru'es -uase sempre simples. destitu=das de
gra!des re"i!ame!tos !os mo!ume!tos e ador!os tumulares. #omo se < pelo
pr$prio t(mulo de A!!a C!dida. o -ual ador!ado ape!as por uma #ru&
es#ulpida !a pedra e um gradil -ue #ir#u!da a #o!stru'%o. #omo "orma de
proteg Cemitrio Mu!i#ipal o (!i#o e0iste!te !a #idade desde 5*
or isso. h) !o lo#al #e!te!as de t(mulos. se!do -ue -uase todos se
e!#o!tram oltados para o leste* K) a!os a )rea do #emitrio "oi ampliada
para suprir dema!da do mu!i#=pio*
Deido. em gra!de parte. s #o!di'es s$#io,e#o!Nmi#as. e mesmo
geogr)"i#as. do mu!i#=pio de Bela Vista. !%o se e!#o!tram muitas #o!stru'es
tumulares gra!diosas !o #emitrio. a e0emplo do -ue o#orre em outros
lugares* +ra&er es#ulturas de m)rmore de outros estados era #ompli#ado !uma
po#a de estradas sem paime!ta'%o. !a -ual o tra!sporte de mer#adorias se
"a&ia. -uase sempre. em #arros de bois* Assim. e!#o!tram,se a-ui outras
solu'es estti#as. #omo o uso de pedras me!os !obres do -ue o m)rmore
#arrara. largame!te utili&ado !o ?udeste. por e0emplo* Assim. os t(mulos
a#abaram ga!ha!do ador!os mais si!gelos. por meio de dese!hos ris#ados
!estas pedras. as -uais posteriorme!te #ompu!ham a #o!stru'%o tumular*
E!treta!to. apesar da simpli#idade. a a!)lise de algu!s eleme!tos #o!sta!tes
!estes dese!hos ris#ados aprese!ta uma ri-ue&a muito gra!de sobre #omo se
"a&ia a represe!ta'%o das rela'es e!tre morte. eter!idade e religiosidade !a
regi%o. #o!"orme eremos pelos e0emplos segui!tes*
a "igura 32 temos um t(mulo em #ujas pedras ris#adas ide!ti"i#amos ossegui!tes eleme!tos;
"lores; !a por'%o superior do t(mulo. emos o dese!ho de um ramo
as#e!de!te de "lores* Embora haja sig!i"i#ados espe#="i#os para #ertas "lores.
!este #aso pare#e -ue o artista !%o se preo#upou em registrar "ielme!te um
determi!ado tipo de "lor; !%o #o!seguimos ide!ti"i#ar a esp#ie* E!treta!to. as
"lores. de modo geral. possuem gra!de import!#ia !os ritos "(!ebres. e suas
simbologia i!tegra #o!sta!teme!te as #o!stru'es tumulares* De a#ordo #omOeister 12334. p* 456. Pas pla!tas. espe#ialme!te as "lores. lembram,!os da
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bele&a e da breidade da ida* Elas t
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%a&rado Cora'o d
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