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Índice
Sumário executivo
Finanças Públicas
Economia Real
Inflação
Mercado Monetário
Mercado Cambial
Economia Regional
Cobertura de Noticias
Tabela de Indicadores
Outras Publicações
Research
ATLANTICO
01.SumárioExecutivo
• O Governo tornou pública a sua proposta de Orçamento
para 2018. O Governo mantém-se muito conservador
relativamente ao preço do petróleo, sendo que
pressupõe um preço médio de 50 USD/barril.
• Em relação a inflação para 2018, em contraste, a
proposta foi bem mais ambiciosa. O OGE prevê uma
inflação acumulada de 28,7% para o ano de 2018.
• O OGE Perspetiva um crescimento real do PIB de 4,9%,
mas o facto de não se ter superado ainda os
constrangimentos gerados pela crise do mercado
petrolífero poderá condicionar este nível de
crescimento.
• O OGE 2018 não divulga o nível de Reservas
Internacionais líquidas nem o Stock de Dívida previsto
para 2018, o que pode gerar expectativas menos
positivas relativas à evolução dos mesmos.
• Entretanto, em 2017, as RILs situavam-se em 14,48 mil
milhões USD em Novembro de 2017, que garante a
cobertura de apenas 5,49 meses de importação. O stock
de dívida governamental (excluindo empresas públicas)
até Julho de 2017 situou-se em 9.970 mil milhões AOA,
correspondendo a 59,84% do PIB.
• O OGE proposto prevê um aumento de 30,7% da
despesa pública total face ao orçamento anterior,
passando de 7.390 a 9.658,2 mil milhões AOA.
• O mesmo será suportado em 404,3 mil milhões AOA
(45,60%) pelas receitas fiscais, 500 mil milhões AOA
(5,18%) pelos depósitos bancários do Estado, 0,8 mil
milhões AOA (0,01%%) pelas receitas patrimoniais e
4.753,1 mil milhões AOA pelas receitas de endividamento
(49,21%).
• A dívida mantém-se solúvel, mas a concentração
elevada da dívida no curto prazo, obriga a um processo
comprometido de consolidação fiscal, reescalonamento
da dívida para períodos mais longos e adopção de
medidas para a redução do custo de endividamento no
mercado interno e redução da exposição à taxa de
câmbio gerada pelos títulos indexados..
• O Governo deverá preferenciar o endividamento interno
em detrimento do externo.
• As receitas de capital e patrimonial têm registo quase-
nulos em 2018, o que significa que o Governo não prevê
alienar (privatizar) os seus activos em 2018, e que
mantém expectativa moderada em relação aos
resultados líquidos das empresas públicas em 2018.
• Em relação a despesa global de 9.658,2 mil milhões
AOA, deverá ser aplicada em 4.170,3 mil milhões AOA
(43,18%) em despesas correntes, 931,5 mil milhões AOA
(9,64%) em despesas de capital, 403,4 mil milhões AOA
(4,18%) com a aquisição de activos financeiros e 4.153,2
mil milhões AOA (43%) em amortizações de dívida.
• O novo executivo deu início ao processo de
consolidação fiscal, antecipando uma redução do défice
fiscal para 2,9% do PIB e um maior montante
disponibilizado para amortização da dívida, cerca de
52% do total de despesa.
• O sector petrolífero deverá crescer 3,1% em 2018, que
contrasta com a queda de 5% em 2017, que divergem
dos -0,5% divulgados no OGE 2018, uma vez que o
mesmo OGE apura a redução aa produção petrolífera de
1,738 milhões barris/dia em 2016 para 1,647 milhões
barris/dia projectados para o fecho de 2017.
• O PIB não petrolífero poderá aumentar 4,4%, que supera
à expectativa de 1,9% de crescimento em 2017,
suportado pela expansão do sector de energias, que
deverá crescer 60%.
• A taxa de inflação homóloga situou-se em 27,56% em
Novembro, que corresponde a contracção de 1,4 p.p.
face ao mês anterior.
• O compromisso do banco central com cumprimento dos
targets de inflação obrigam a manutenção da política
monetária restritiva. Os agregados M2 e M3 reduziram
1,06% em Novembro comparativamente ao período
homólogo de 2016.
• Apesar da certeza inerente a alteração do regime
cambial de fixo para flutuante com banda, ainda não se
dispõe de informação relativamente a banda de
flutuação, que passará a ser o instrumento de controlo
da taxa de câmbio pelo BNA, desconhece-se qual será o
seu nível.
• As generalidade das economias africanas deram início a
expansão da política monetária, com o intuito de
estimular as economias, caso de Moçambique.
02.Finanças Públicas
• O Governo tornou pública a sua proposta de Orçamento
para 2018.
• O Governo mantém-se muito conservador relativamente
ao preço do petróleo, sendo que pressupõe um preço
médio de 50 USD/barril. Se tivermos em conta que o
preço do Brent encerrou o ano com uma cotação
superior a 65 USD/barril e que agências como a EIA, a
Goldman Sachs e Reuters perspetivam que o preço
médio do barril se situe em 57USD, 62 USD e 58,84
USD, respectivamente, o executivo tinha margem para
utilizar um preço superior ao predefinido.
• Em relação a inflação para 2018, em contraste, a
proposta foi bem mais ambiciosa. O OGE prevê uma
inflação acumulada de 28,7% para o ano de 2018, muito
próximo dos cerca de 24,75% de inflação acumulada
apurada em Novembro do corrente ano. Sendo que o
nível de inflação apurado em 2017 ocorreu em um
período de inalterabilidade da taxa de câmbio,
perspetivando-se depreciação da moeda em 2018 com
o abandono do regime cambial fixo, a expectativa de
impacto maior sobre a inflação não é descartado.
• Para o novo ano, perspetiva-se um crescimento real do
PIB de 4,9%, expectativa considerada optimista por
vários analistas. O crescimento económico deverá ser
suportado pela recuperação do sector petrolífero, que
deverá crescer 3,1%, e expansão do sector não
petrolífero de 4,4%. O facto de não se ter superado
ainda os constrangimentos gerados pela crise do
mercado petrolífero, como a disponibilidade limitada de
divisas ou as altas taxas de juro na economia, poderão
funcionar como condicionantes para que se alcance o
nível de crescimento económico previsto.
• O OGE 2018 não divulga o nível de Reservas
Internacionais líquidas nem o Stock de Dívida previsto
para 2018, o que pode gerar expectativas menos
positivas relativas à evolução dos mesmos.
Descrição 2016 OGE 2017Proj. de Fecho
2017OGE 2018
Taxas de crescimento real
PIB pm 0,1 2,1 1,1 4,9
PIB petrolífero -2,3 1,8 -0,5 3,1
PIB petrolífero incluíndo LNG - - -4,6 6,1
PIB não petrolífero 1,2 2,3 1,9 4,4
Agricultura 6,7 7,3 4,4 5,9
Pescas 1,7 2,3 2,2 -
Indústria Transformadora -3,9 4,4 -0,7 1,8
Serviços Mercantis 0 0 1,3 4,3
Construção 3,2 2,3 2,2 3,1
Energia 19,9 40,2 40,2 60,6
Extracção de Diamantes, Minerais Metálicos e de outros Minerais -0,6 0,5 -0,6 4,4
PIB: Mil milhões AOA
PIB 16.662,29 19.746,10 18.350,40 23.871,60
PIB Nominal Petrolífero 3.149,16 3.753,40 3.572,50 5.016,52
PIB Nominal Não Petrolífero 13.513,13 15.992,80 14.777,80 18.855,07
Pressupostos Técnicos de Programação
Taxa de Inflação (%) 42 15,8 22,9 28,7
Défice Fiscal (% do PIB) 3,8 5,8 5,3 2,9
Produção Petrolífera (MBbl) 1.738,00 1821,038 1.647,20 1.698,60
Preço Médio do Petróleo (USD/Bbl) 40,9 46 48,4 50
02.Finanças Públicas
• Segundo o OGE, as RILs situavam-se em 14,48 mil
milhões USD em Novembro de 2017, que garante a
cobertura de apenas 5,49 meses de importação. O
stock de dívida governamental (excluindo empresas
públicas) até Julho de 2017 situou-se em 9.970 mil
milhões AOA, correspondendo a 59,84% do PIB,
triplicando face aos 22,1% do PIB registados em 2013,
antes da actual crise.
• O serviço de dívida atingiu 2.197 mil milhões AOA em
2017, o dobro face ao ano de 2013, período em que
situava-se em 1.396,4 mil milhões AOA.
• A dívida mantém-se solúvel, mas a concentração
elevada da dívida no curto prazo, obriga a um processo
comprometido de consolidação fiscal, reescalonamento
da dívida para períodos mais longos e adopção de
medidas para a redução do custo de endividamento no
mercado interno e redução da exposição à taxa de
câmbio gerada pelos títulos indexados..
• O Governo deverá preferenciar o endividamento interno
em detrimento do externo. O endividamento interno
aumentará 1.133,9 mil milhões AOA (ou 6,84 mil milhões
USD) face ao OGE 2017, em termos brutos. A dívida
externa crescerá 394,6 mil milhões AOA (ou 2,38 mil
milhões USD), ligeiramente acima dos 2 mil milhões USD
previstos para as novas emissões de Eurobonds.
• O financiamento líquido interno se situará em 132,5 mil
milhões AOA e o externo, em 564,9 mil milhões AOA,
reduzindo 11,8% e 42,9%, respectivamente, face ao OGE
anterior. Contudo, as projecções de fecho do ano de
2017 apontam para um financiamento líquido interno em
2017 de 493,6 mil milhões AOA, 229% acima das
previsões para 2017, e externo de 530,2 mil milhões
AOA, uma redução de 46% face ao previsto em 2017 e
menos 43% do que o OGE 2018.
Em mil milhões de Kwanzas Em percentagem do PIB
Descrição OGE 2017Proj. de
Fecho 2017OGE 2018
OGE
2018/2017OGE 2017
Proj. de
Fecho
2017
OGE
2018
1. Receita Fiscal Total 3.667,8 3.253,5 4.404,2 +20,1% 18,6 17,7 18,4
1.1. Impostos 3.404,0 2.946,7 4.139,3 +21,6% 17,2 16,1 17,3
1.1.1. Petrolíferos 1.695,5 1.703,2 2.399,1 +41,5% 8,6 9,3 10,1
1.1.2. Não Petrolíferos 1.708,6 1.243,5 1.538,2 -10,0% 8,7 6,8 7,3
1.2. Outros 263,8 306,7 265,0 +0,5% 1,4 1,6 1,1
2. Despesa Total 4.807,7 4.221,9 5.101,7 +6,1% 24,3 23,0 21,4
2.1. Despesa Corrente 3.812,8 3.373,2 4.170,2 +9,4% 19,3 18,4 17,5
2.1.1. Remuneração dos Empregados 1.613,8 1.492,8 1.646,8 +2,0% 8,2 8,1 6,9
2.1.2. Bens e Serviços 1.034,8 718,4 955,0 -7,7% 5,2 3,9 4,0
2.1.3. Juros 484,2 710,9 968,4 +100,0% 2,5 3,9 4,1
2.1.3.1. Externos 222,3 323,1 517,1 +132,6% 1,1 1,8 2,2
2.1.3.2. Internos 261,9 387,8 451,3 +72,3% 1,3 2,1 1,9
2.1.4. Transferências Correntes 680,0 451,1 600,1 -11,8% 3,4 2,5 2,5
2.1.4.1. Subsídios 291,9 122,3 225,0 -22,9% 1,5 0,6 0,9
2.1.4.2. Outras 388,1 328,8 375,1 -3,3% 1,9 1,9 1,6
2.2. Despesa de Capital 994,9 848,7 931,5 -6,4% 5,0 4,6 3,9
3. Saldo Orçamental -1139,90 -1023,70 -697,40 +38,8% -5,8 -5,6 -2,9
3.1. Financiamento Interno Líquido 150,2 493,6 132,5 -11,8% 0,8 2,7 0,6
3.2. Financiamento Externo Líquido 989,7 530,2 564,9 -42,9% 5,0 2,9 2,4
PIB Nominal 19.746,1 18.350,4 23.871,6 +20,9%
02.Finanças Públicas
• O OGE proposto prevê um aumento de 30,7% da
despesa pública total face ao orçamento anterior,
passando de 7.390 a 9.658,2 mil milhões AOA.
• O mesmo será suportado em 404,3 mil milhões AOA
(45,60%) pelas receitas fiscais, 500 mil milhões AOA
(5,18%) pelos depósitos bancários do Estado, 0,8 mil
milhões AOA (0,01%%) pelas receitas patrimoniais e
4.753,1 mil milhões AOA pelas receitas de
endividamento (49,21%).
• O incremento das receitas fiscais será suportado pelo
aumento de 41,5% das receitas petrolíferas como
resultado da melhoria do preço do petróleo, devendo
atingir 2.399,1 mil milhões AOA (ou 14,46 mil milhões
USD). Portanto, a receita fiscal petrolífera crescerá
41,5%, enquanto a não petrolífera contrairá 10%.
• As receitas fiscais não petrolíferas deverão diminuir de
1708,6 mil milhões AOA em 2017 para 1.538,2 mil
milhões em 2018 como resultado da expectativa de
crescimento mais moderado para os sectores não
energéticos, como consequência das restrições de
disponibilidade de moeda estrangeira.
• As receitas de capital e patrimonial têm registo quase-
nulos em 2018, o que significa que o Governo não prevê
alienar (privatizar) os seus activos em 2018, e que
mantém expectativa moderada em relação aos
resultados líquidos das empresas públicas em 2018.
• Em relação a despesa global de 9.658,2 mil milhões
AOA, deverá ser aplicada em 4.170,3 mil milhões AOA
(43,18%) em despesas correntes, 931,5 mil milhões AOA
(9,64%) em despesas de capital, 403,4 mil milhões AOA
(4,18%) com a aquisição de activos financeiros e 4.153,2
mil milhões AOA (43%) em amortizações de dívida.
• O novo executivo deu início ao processo de
consolidação fiscal, antecipando uma redução do défice
fiscal para 2,9% do PIB e um maior montante
disponibilizado para amortização da dívida, cerca de
52% do total de despesa.
• A redução do défice fiscal de 5,8% do PIB no OGE 2017
para 2,9% do PIB no OGE 2018 resultará do aumento da
receita fiscal prevista em 20,1%, passando de 3.667,8 mil
milhões em 2017 a 4.404,2 mil milhões AOA em 2018, e
o crescimento moderado da despesa total (despesa
corrente+ despesa de capital), cerca de 6,1%, passando
de 4.807,7 mil milhões AOA em 2017 a 5.101,7 mil
milhões AOA.
• Em termos de percentagem do PIB, a receita fiscal total
passou de 18,6% no OGE 2017 a 18,4% no OGE 2018,
suportada pelo incremento da receita fiscal petrolífera
de 8,6% para 10,1% e da contracção receita fiscal não
petrolífera de 8,7% a 7,3%. A despesa pública total no
Balanço Macro-fiscal diminuiu de 24,3% no OGE 2017 do
PIB para 21,4% do PIB no OGE actual, reflexo da
redução da despesa corrente de 19,3% do PIB a 17,5%
do PIB e da despesa de capital de 5% para 3,9% do PIB.
Entre as classes que integram a despesa corrente,
Descrição
Mil Milhões AOA
% do Total % do PIB
Variação
OGE 2017 OGE 2018OGE
2018/2017
1. Receitas Fiscais (+ depósitos bancários) 3.667,8 4.904,3 50,8 20,5 +33,7%
1.1. Impostos 3.404,0 4.139,3 42,9 17,3 +21,6%
1.1.1. Petrolíferos 1.695,5 2.399,1 24,8 10,1 +41,5%
1.1.2. Não Petrolíferos 1.708,6 1.538,2 18,0 7,3 -10,0%
1.2. Contribuições sociais 172,9 172,9 1,8 0,7 +0,0%
1.3. Outras Receitas 90,9 92,1 6,1 2,5 +1,3%
2. Receita Patrimonial 497,6 0,8 0,0 0,0 -99,8%
3. Receita de Endividamento 3.224,6 4.753,1 49,2 19,9 +47,4
3.1. Interno 1.660,2 2.794,1 28,9 11,7 +68,3
3.2. Externo 1.564,4 1.959,0 20,3 8,2 +25,2
Total 7390,0 9.658,2 100,0 40,5 +30,7
02.Finanças Públicas
• As despesas correntes crescerão 9,4% face ao OGE
anterior e 23,6% face as projecções de fecho de 2017,
como resultado do aumento das despesas com juros de
dívida e remuneração dos funcionários públicos.
• As despesas de capital em 2018 apresentarão uma
redução de 6,4% face ao ano anterior, situando-se 931,5
mil milhões AOA (ou 5,61 mil milhões USD), que se
traduz na contracção dos Investimentos Públicos na
economia para o 2018.
• Importa destacar que as despesas correntes e de capital
deverão terminar o ano de 2017 em um nível mais baixo
que previsto. A despesa de capital deverá se situar em
848,7 mil milhões AOA, menos 14,7% do que o previsto
no OGE 2017. A despesa corrente, por sua vez, deverá
apresentar redução de 11,5%, situando-se em 3.373,2 mil
milhões AOA. A generalidade das classes de despesas
que compõem a despesa corrente deverão encerrar o
ano de 2017 com nível inferior ao previsto, a expcepção
das despesas com juros que poderão atingir 710,9 mil
milhões AOA até ao final do ano, quase o dobro face
aos 484,2 mil milhões previstos no OGE 2017.
• As despesas com a remuneração dos empregados
deverão manter tendência ascendente no recente OGE,
atingindo 1.646,8 mil milhões AOA, o equivalente a 6,9%
do PIB, que presenta um aumento de 2% face a 2017.
• As despesas com “bens e serviços” e “transferências
correntes” deverão contrair 7,7% e 11,8%
respectivamente, de 2017 a 2018, em linha com os
esforços de consolidação fiscal. As despesas com
subsídios deverão diminuir de 291,9 mil milhões AOA
em 2017 a 225 mil milhões AOA em 2018, menos 22,9%,
passando a representar apenas 0,9% do PIB, abaixo dos
2,3% apurados em 2015.
• O Governo deverá preferenciar o endividamento interno
em detrimento do externo.
• O endividamento interno aumentará 1.133,9 mil milhões
AOA (ou 6,84 mil milhões USD) face ao OGE 2017, em
termos brutos. A dívida externa crescerá 394,6 mil
milhões AOA (ou 2,38 mil milhões USD), ligeiramente
acima dos 2 mil milhões USD do valor previsto para as
novas emissões de Eurobonds. O financiamento líquido
interno se situará em 132,5 mil milhões AOA e o externo,
em 564,9 mil milhões AOA, reduzindo 11,8% e 42,9%,
respectivamente, face ao OGE anterior. Contudo, as
projecções de fecho do ano de 2017 apontam para um
financiamento líquido interno em 2017 de 493,6 mil
milhões AOA, 229% acima das previsões para 2017, e
externo de 530,2 mil milhões AOA, uma redução de
46% face ao previsto em 2017 e menos 43% do que o
OGE 2018.
DescriçãoMil Milhões AOA Peso Variação
2017 2018 % do Total % do PIB OGE 2018/2017
1. Pessoal 1.613,8 1.646,8 17,1 6,9 2,0%
1.1. Vencimentos 1.513,4 1.544,2 16 6,5 2,0%
2. Bens e Serviços 1.034,8 955,0 9,9 4 -7,7%
3. Juros 484,2 968,4 10 4,1 100,0%
3.1. Externo 261,9 517,1 5,4 2,2 97,4%
3.2. Interno 222,3 451,3 4,7 1,9 103,0%
4. Transferências 680,0 600,1 6,2 2,5 -11,8%
4.1. Subsídios 291,9 225,0 2,3 0,9 -22,9%
5. Aquisição de Activos Não-Financeiros 994,9 931,5 9,6 3,9 -6,4%
6. Amortização de Dívida 2.197,1 4.153,2 43 17,4 89,0%
6.1. Interna 1.622,4 2.759,0 28,6 11,6 70,1%
6.2. Externa 574,7 1.394,2 14,4 5,8 142,6%
7. Aquisição de Activos Financeiros 385,2 403,4 4,2 1,7 4,7%
Total 7.390,0 9.658,2 100 40,5 30,7%
02.Finanças Públicas
•
• As despesas com a amortização de dívida deverão
crescer 89% em 2018, atingindo 4.153,2 mil milhões
AOA.
• A dívida interna líquida de amortizações deverá se
situar em 35,1 mil milhões AOA, o que significa que
98,7% das receitas de endividamento interno se
destinarão ao rollover da dívida.
• A amortização da dívida externa se situará em 1.394,2
mil milhões AOA (ou 8,40 mil milhões USD) em 2018, e
um incremento de 142,6% face a 2017.
• As despesas com pagamento de juros duplicarão de
2017 a 2018, atingindo 968,4 mil milhões AOA Do
montante, 451,3 mil milhões AOA (cerca de 2,72 mil
milhões USD) correspondem a juros internos e 517,1 mil
milhões AOA (cerca de 3,12 mil milhões USD) a juros
externos.
• Para o ano de 2018 as despesas por função centraram-
se, em grande parte, no processo de cumprimento dos
serviços de dívida. As despesas por função deverão
estar segmentadas em sector social com 20,2%, sector
económico com 7,9%, Defesa, Segurança e Ordem
Pública com 10,1%, Serviços Publico Gerais com 9,5% e
as Operações de Dívida Pública com 52,4%. Em 2017, o
sector social representava 26% da despesa pública, o
sector económico fixava-se em 12,2%, a Defesa,
Segurança e Ordem Pública representava 13,4% e os
Serviços Públicos Gerais, cerca de 16,8%.
• Portanto, entre os segmentos antecipados, apenas as
despesas com Operações de Dívida Pública se
beneficiarão de uma maior proporção da despesa
pública.
Descrição
Valores em mil milhões
AOAEstrutura
2017
Estrutura
2018
Estrutura (excl. Dívida
Pública)
2017 2018 2017 2018
Sector Social 1.922,72 1.955,81 26,0% 20,2% 32,3% 42,1%
Protecção Social 727,08 681,19 9,8% 7,0% 15,9% 14,8%
Educação 499,85 524,01 6,8% 5,4% 1,1% 11,3%
Habitação e Serviços Comunitários 335,41 357,68 4,5% 3,7% 7,4% 7,7%
Saúde 317,62 351,84 4,3% 3,6% 7,0% 7,4%
Recreação, Cultura e Religião 30,06 32,96 0,4% 0,3% 0,7% 0,7%
Protecção Ambiental 12,71 8,12 0,2% 0,1% 0,3% 0,2%
Sector Económico 901,53 764,12 12,2% 7,9% 19,7% 16,6%
Assuntos Económicos Gerais, Comerciais e Laborais 264,78 279,63 3,6% 2,9% 5,8% 6,1%
Combustíveis e Energia 167,13 225,41 2,3% 2,3% 3,7% 4,9%
Transportes 382,31 175,58 5,2% 1,8% 8,4% 3,8%
Agricultura, Silvicultura, Pesca e Caça 37,01 39,08 0,5% 0,4% 0,8% 0,8%
Indústria Extractiva, Transformadora e Construção 28,27 27,06 0,4% 0,3% 0,6% 0,6%
Comunicações e Tecnologias da Informação 19,93 13,18 0,3% 0,1% 0,4% 0,3%
Investigação e Desenvolvimento (I&D) em Assuntos
Económicos 2,10 4,19 0,0% 0,0% 0,0% 0,1%
Defesa, Segurança e Ordem Pública 989,30 975,29 13,4% 10,1% 21,7% 21,3%
Serviços Público Gerais 1.238,52 917,29 16,8% 9,5% 26,3% 20,0%
Operações de Dívida Pública 2.337,98 5.073,04 31,6% 52,4%
Total 7.390,05 9.685,55 100,0% 100,0% 100,0% 100,0%
03.EconomiaReal
• A proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) para
2018 perspectiva que a economia cresça 4,9% em 2018,
que supera em 3,8 p.p. a projecção de 1,1% de fecho no
ano 2017 e em 2,8 p.p., à previsão de 2,1% de
crescimento apresentada no OGE 2017.
• Os registos positivos referentes ao crescimento
económico mantêm a forte correlação com o
desempenho do sector petrolífero, em recuperação
desde a obtenção e subsequente extensão do acordo
de corte da produção de crude da OPEP para finais de
2018, que reforça o optimismo dos investidores.
• O sector petrolífero deverá crescer 3,1% em 2018, que
contrasta com a queda de 5% em 2017, que divergem
dos -0,5% divulgados no OGE 2018, uma vez que o
mesmo OGE apura a redução aa produção petrolífera
de 1,738 milhões barris/dia em 2016 para 1,647 milhões
barris/dia projectados para o fecho de 2017.
• O PIB não petrolífero poderá aumentar 4,4%, que
supera à expectativa de 1,9% de crescimento em 2017.
• O sector de energias deverá crescer 60% e impulsionar
os demais sectores. A indústria transformadora e a
mineira deverão recuperar face a contracção projectada
para o fecho de 2017. A primeira deverá crescer 1,8% e a
segunda, 4,4%, em 2018. A Agricultura, Serviços
mercantis e Construção, por sua vez, deverão registar
expansão 5,9%, 4,3% e 3,1%, respectivamente,
melhorando face às projecções de fecho no ano de
2017.
• A expectativa dos empresários em relação ao
desempenho da economia no curto prazo apresentou
melhoria ao fixar-se em -17 pontos no terceiro trimestre
de 2017, após situar-se em -21 pontos no trimestre
anterior.
• O Indicador de Clima Económico (ICE) apurado no
terceiro trimestre mantém o sector de Comunicação
com o melhor desempenho, fixando-se em 23 pontos e
o sector da Construção com o pior nível de confiança
situando-se em -55 pontos.
• O lançamento do primeiro satélite angolano, Angosat-1,
no dia 26 de Dezembro, avaliado em 320 milhões USD
contribui para o reforço do optimismo dos empresários
do sector de Comunicação, e a perspectiva de redução
das restrições na concessão de crédito influencia
positivamente a confiança do sector da Construção.
FONTE: FONTE: MPDT
Crescimento Económico (%) Indicador de Clima Económico
1,9
1,1
2,72,7
4,9
2,4
ONU OGE 2018 p EIU
2017 2018 -34
-32
-33
-24
-21
-17
2008-3 2010-1 2011-3 2013-1 2014-3 2016-1 2017-3
04.Inflação
• O nível geral dos preços ao consumidor, tendo como
referência a cidade capital, Luanda, em Novembro
inverteu tendência ascendente apurada durante os dois
meses anteriores.
• A taxa de inflação em Novembro atingiu 1,02% que
corresponde a redução de 1,96 p.p. face ao mês de
Outubro e 1,11 p.p. em comparação ao mesmo período
de 2016, tal como, o menor nível desde Maio de 2015.
• A variação homóloga apurada no décimo primeiro mês
de 2017 situou-se em 27,56% correspondente a
contracção de 1,4 p.p. quando comparado com o mês
anterior e 13,59 p.p. em relação ao mês de Novembro de
2016. A inflação acumulada atingiu 24,85%.
• Os maiores aumentos no nível de preços verificou-se na
classe Vestuário e Calçado, com 1,98%, seguida da
classe Lazer, Recreação e Cultura, cerca de 1,91%. Por
outro lado, as classes que maior contribuição
apresentaram para o valor total foram Alimentação e
Bebidas não Alcoólicas, Vestuário e Calçado e
Mobiliário, Equipamento Doméstico e Manutenção com
32,18%, 15,47% e 12,84%, respectivamente.
• A taxa de inflação nacional fixou-se em 24,70% na
variação homóloga e 1,04% na comparação mensal. As
províncias que apresentaram maior nível de variação
foram: Lunda-Sul com 1,82%, Lunda-Norte com 1,7%,
Huambo com 1,59%, Moxico com 1,54% e Kwanza-Sul
com 1,52%.
• A proposta do Orçamento Geral de Estado para 2018
prevê que a taxa de inflação se situe em 22,9% no final
do corrente ano, que não deverá ser alcançado.
Relativamente ao ano de 2018, a meta de inflação foi
fixada em 28,7%, que representa um aumento de 11,3
p.p. face as previsões do Plano Intercalar.
• O Índice de Preços Grossista (IPG) registou variação de
1,12% entre os meses de Outubro e Novembro, sendo
que os produtos nacionais contribuíram com 78% e os
produtos importados 22%. A variação homóloga do IPG
atingiu 15,53% que corresponde a uma redução de 13,58
p.p. em comparação ao mesmo período de 2016.
FONTE: INE e BNA FONTE: INE
Taxa de Inflação Homóloga (%)Taxa de Inflação e Massa Monetária (%)
28,96
27,56
Jan. Fev. Mar. Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
2015 2016 2017
0,0
1,5
3,0
4,5
-15
0
15
30
45
nov/15 fev/16 mai/16 ago/16 nov/16 fev/17 mai/17 ago/17 nov/17
Inflação Homóloga M2 Inflação Mensal (dir.)
05.Mercado Monetário
• A quantidade de liquidez disponível na economia
mantém a tendência negativa, mais evidente desde
Março de 2017, altura em que os agregados monetários
M2 e M3 passaram a apresentar variações negativas.
Assim sendo, os agregados M2 e M3 reduziram 1,06%
em Novembro comparativamente ao período homólogo
de 2016.
• O agregado M1, composto pela moeda em poder do
público e depósitos à ordem, reduziu 7% em Novembro
face ao período homólogo, influenciado pela diminuição
generalizada dos depósitos à ordem na economia,
tendo apresentado contracção acumulada de 4,7%
desde o início do ano.
• O compromisso do banco central com cumprimento
dos targets de inflação obrigam a manutenção da
política monetária restritiva, reforçada com o último
aumento da Taxa Básica BNA, de 18% a 20%, e do
incremento dos depósitos obrigatórios efectivos dos
bancos comerciais junto do BNA, de 10% a 21% - sendo
que a anterior taxa de 30% do coeficiente de reservas
obrigatórias, 2/3 poderiam ser constituídos com
obrigações do Tesouro.
• Por outro, o banco central decidiu deixar de renumerar
as operações de Facilidade de Absorção de Liquidez.
• A recente dinâmica dos mercados e das decisões de
política monetária ditaram a reanimação do mercado
interbancário em Novembro, que registou um aumento
de 278% face ao mês de Outubro e atingiu 472,58 mil
milhões AOA, o montante mais elevado desde
Setembro de 2015. Por outro lado, assistiu-se uma
redução significativa das Operações de Mercado Aberto
que apresentaram variações mensais de 73,2% em
Outubro e 97,7% em Novembro, tendo atingido apenas
2,4 mil milhões AOA em Novembro, o nível mais baixo
desde Outubro de 2015.
• Com o novo target de inflação fixado em 28,7% para o
ano de 2018, muito próximo do nível de inflação de
27,76% apurado em Novembro de 2017, não deve ser
descartada a possibilidade de contracção adicional da
política monetária com o intuito de estabilizar o nível
geral dos preços após flexibilização cambial.
FONTE: BNA FONTE: BNA
Indicadores Monetários Taxas de Juro do BNA
0
4
8
12
16
20
24
nov/15 mai/16 nov/16 mai/17 nov/17
Taxa BNA Cedência O/N Absorção 7 dias Redesconto
%
-1,06
-6,1
-16
-6
4
14
24
34
mai/15 nov/15 mai/16 nov/16 mai/17 nov/17
M1 M2
%
06.Mercado Cambial
• As vendas de moeda estrangeira durante o mês de
Novembro situaram-se 702,44 milhões EUR,
aumentando pelo terceiro mês consecutivo, sendo que
situou-se em 384,14 milhões EUR em Setembro e 544,72
milhões EUR em Outubro. Entretanto, as vendas
mantêm-se abaixo 1.003,21 milhões apurados em
Agosto e significativamente abaixo dos 1.962,61 milhões
EUR de Março, que representa o máximo do ano.
• As vendas têm sido condicionadas pelo nível das
Reservas Internacionais Líquidas (RILs) que têm-se
mantido em tendência descrescente e já atingiu
mínimos desde o início da série histórica, 2011. Em
Novembro, as RILs situaram-se em 14,48 mil milhões
USD, correspondente a 5,49 meses de importação.
• A taxa de câmbio tem seguido tendência divergentes
no mercado formal e informal. Enquanto no primeiro, o
câmbio não tem apresentado alterações, no mercado
informal a pressão depreciativa persiste. O euro chegou
a cotar a 510 AOA, sendo que durante o mês de Março
cada nota chegou a ser comercializada por 410 AOA.
• Apesar da certeza inerente a alteração do regime
cambial de fixo para flutuante com banda, ainda não se
dispõe de informação relativamente a banda de
flutuação, que passará a ser o instrumento de controlo
da taxa de câmbio pelo BNA, desconhece-se qual será o
seu nível.
• Paralelamente, o recente relatório da Economist
Intelligence Unit (EIU) demonstra que a moeda nacional
poderá continuar a depreciar-se nos próximos anos,
fazendo com que a taxa de câmbio do Kwanza face ao
dólar no mercado formal passe de 165,9 AOA para 211,5
AOA até final de 2022.
• Destaca-se que, contrariamente aos orçamentos
anteriores, o Governo não apresentou as projecções
para o nível de RILs para 2018.
• Por outro lado, devemos aguardar até ao mês de
Fevereiro para aferir sobre o possível impacto do
repatriamento de capitais, voluntário ou não, sobre a
disponibilidade nacional de divisas, em linha com o
discurso do executivo.
FONTE: BNA FONTE: BNA
Volume de Divisas Vendidas pelo BNA
(milhões USD)
RIL e Taxa de Câmbio
640,37
825,09
0
400
800
1.200
1.600
2.000
2.400
nov/15 mar/16 jul/16 nov/16 mar/17 jul/17 nov/17
100
120
140
160
180
13.800
16.000
18.200
20.400
22.600
24.800
nov/15 fev/16 mai/16 ago/16 nov/16 fev/17 mai/17 ago/17 nov/17
RIL (em milhões USD) Taxa de Câmbio AOA/USD (dir.)
07.Economia Regional
• Moçambique: O banco central decidiu reduzir a taxa de
juro de referência em 1,5 p.p., para 19,5%, a taxa de juro
da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em
1,5 p.p., para 20,5% e a taxa de juro da Facilidade
Permanente de Absorção em 1,5 p.p., para 14%. A
decisão é suportada pela redução da taxa de inflação
de 8,35% em Outubro para 7,15% em Novembro.
• Uganda: A taxa de juro foi mantida em 9,5% na reunião
de 18 de Setembro pelo banco central, como
consequência do desempenho da inflação que recuou
para 4% em Novembro, após fixar-se em 4,8% no mês
anterior.
• Sudão: O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima
que o PIB cresça 3,2% em 2017 e 4% em 2018, no Artigo
IV sobre o país divulgado no dia 11 de Novembro. A
expectativa reflecte a adaptação da economia ao
cenário de restrições na exportação de crude, com
medidas como a desvalorização do câmbio de 6,7 libras
sudanesas(SDG)/USD para 18 SDG/USD, a implementar
em Janeiro de 2018 com a entrada em vigor do
Orçamento estimado em 24,7 mil milhões USD.
• Guiné-Bissau: A Facilidade Alargada de Crédito de 24
milhões USD aprovada pela administração do FMI,
atingiu o montante de 19,8 milhões USD
desembolsados, para promover a eficiência dos
serviços públicos e estimular o crescimento económico.
• África do Sul: A expectativa dos empresários em
relação ao ambiente de negócios divulgado no dia 19 de
Dezembro registou aumento de 0,7% ao variar de 104,7
pontos em Setembro para 105,4 pontos em Outubro do
ano corrente.
• CEMAC: O Banco dos Estados da África Central
perspectiva que a Comunidade Económica e Monetária
da África Central (CEMAC) cresça 3% em 2018, 0% em
2017, após registar contracção de 0,2% em 2016. A
Comunidade constituída pelo Congo, Camarões, Gabão,
Guiné-Equatorial, Chade e a República Centro Africana,
apresenta melhores perspectivas em consequência da
adopção dos programas do FMI, por quatro dos países.
FONTE: BLOOMBERG, TRADING ECONOMICS FONTE: BLOOMBERG, TRADING ECONOMICS
Taxas de juro de Referência (%)Taxa de Inflação (%)
21
3,87
18
19,5
9,5
11,85
4,5
6,75
Angola Moçambique Uganda Sudão Guiné-Bissau África do Sul
Novembro Dezembro
28,96
8,35
4,8
33,1
0,6
4,8
27,56
7,15
4 4,6
Angola Moçambique Uganda Sudão Guiné-Bissau África do Sul
Outubro Novembro
08.Cobertura de Notícias
• O Comité de Política Monetária do Banco Central
decidiu aumentar em 2 p.p. a Taxa Básica do BNA,
situando-se em 18% e reduzir para 0% a taxa de
facilidade de absorção de liquidez. A reunião do Comité
de Política Monetária realizada no dia 30 de Novembro
culminou com a decisão de aumentar a taxa de juro de
referência de 16%, taxa que tem sido mantida desde
Junho de 2016, para 18%, manter a Taxa da Facilidade
Permanente de Cedência de Liquidez Overnight em 20%
e reduzir a Taxa da Facilidade Permanente de Absorção
de Liquidez a 7 dias de 2,75% para 0%. O registo da
inflação mensal que aumentou 0,4 p.p. para 2,98%, em
Outubro e homóloga que incrementou 1,5 p.p. para
28,96%, contribuiu para a decisão do Comité.
• As Reservas Internacionais Líquidas atingiram 15.358
milhões USD em Outubro, um incremento de 0,4% face
ao mês anterior. As Reservas Internacionais Líquidas
(RILs) referentes ao mês de Outubro situaram-se em
15.358 milhões USD, que corresponde ao incremento de
0,4% face ao mês anterior, tal como o segundo nível
mais reduzido desde 2011. Em relação ao período
homólogo, a tendência inverteu, tendo reduzido 27%,
destacando que em Outubro de 2016 fixou-se em
20.970 milhões USD. Os níveis moderados das RILs
podem ser justificados pelo preço internacional do
crude, que actualmente situa-se abaixo dos 65
USD/barril.
• O montante negociado no mercado secundário de
Dívida Pública ao longo do mês de Novembro atingiu
86,252 mil milhões AOA, que corresponde a um
incremento de 91,98% face ao mês anterior. A
quantidade de divisas vendidas pelo Banco Nacional de
Angola ao longo do mês de Novembro situou-se em
702,443 milhões EUR, que corresponde a incremento de
29%, mas uma redução na mesma proporção quando
comparado ao período homólogo. O aumento do preço
internacional de crude durante o período em análise, que
atingiu 63,57 USD/barril, poderá justificar a expansão do
montante de moeda estrangeiras disponibilizadas.
• O volume de crédito à economia registou incremento de
0,14% ao longo do mês de Outubro do corrente ano. O
montante total de crédito à economia ao longo do mês
de Outubro do ano corrente registou um incremento de
0,14% face ao mês anterior, tendo atingido 3.348,354 mil
milhões AOA, dos quais 97% representaram o crédito
concedido ao sector privado. No entanto, em relação ao
período homólogo a tendência foi contrária, apurando-
se uma redução de 15,24%. Destaca-se que de Janeiro a
Outubro de 2017 o volume de crédito registou aumento
de 1%.
• O montante de notas e moedas em poder do público
registou redução de 3,48%, de Janeiro a Outubro do
corrente ano, situando-se em 343,592 mil milhões AOA.
A quantidade de notas e moedas em poder do público
de Janeiro a Outubro do corrente ano registou redução
de 3,48%, situando- se em 343,592 mil milhões AOA.
Paralelamente, destaca-se que os depósitos a ordem
seguiram a mesma tendência ao longo do período em
análise, tendo reduzido 3,78%, atingindo 3.230,045 mil
milhões AOA. A contracção da moeda em circulação
poderá ter sido influenciada pela adopção da política
monetária contraccionista com o intuito de reduzir o
nível geral de preços durante o mesmo período.
• O crescimento económico deverá recuperar-se da
recessão de 0,7% apurada em 2016 e atingir 1,9% ao
longo do corrente ano, segundo o recente relatório da
Organização das Nações Unidas. A Organização das
Nações Unidas estima que a economia angolana deverá
recuperar-se da recessão de 0,7% apurada em 2016 e
atingir 1,9% ao longo do ano corrente. Destaca-se que a
perspectiva da ONU para 2018 é menos optimista
quando comparada com a taxa de crescimento
económico prevista no Orçamento Geral de Estado para
2018 de 4,9%, sendo que a organização antecipa um
crescimento de 2,7%. Relativamente, a taxa de inflação o
mesmo relatório demonstra que deverá atingir 28% no
final de 2017 e 19,4% no ano seguinte.
• O Orçamento Geral do Estado para 2018 prevê receitas
e despesas avaliadas em 9.658,2 mil milhões AOA e
encontra-se na Assembleia Nacional para apreciação,
discussão e aprovação até 15 de Fevereiro. As receitas e
despesas previstas no Orçamento Geral do Estado
(OGE) para 2018 representam um aumento de 31%, na
comparação com o montante de 7.390,05 mil milhões
AOA referente ao OGE para 2017. A receita total de
9.685,6 mil milhões AOA é constituída principlamente
pela contribuição de 49% proveniente das receitas de
endividamento e 43% a representar as receitas fiscais.
Destaca-se que as receitas fiscais provenientes do
sector petrolífero representam 25% e o não-petrolífero
18% do montante total a arrecadar em 2018.
09.Tabela de Indicadores
Mercado Monetário e Mercado Cambial
FONTE: FMI
Indicadores Económicos de Países da África Subsariana
FONTE: BNA, INE e OPEP
2016 2017 2016 2017 2016 2017 2016 2017 2016 2017 2016 2017 2016 2017 2016 2017
ANGOLA 27,4 0,0 1,3 96,2 121,0 3.514,0 4.294,0 19,5 18,9 23,6 25,6 71,6 62,8 -4,3 -6,1 45,00 20,00
ÁFRICA DO SUL 55,9 0,1 0,8 280,4 288,2 5.018,2 5.074,1 29,9 30,0 33,7 33,8 51,7 53,3 -3,3 -3,2 6,70 5,50
BOTSWANA 2,2 3,1 4,0 10,9 11,0 5.082,5 5.068,9 34,9 32,5 38,3 36,4 16,9 15,3 4,1 3,7 3,30 3,60
CAMARÕES 23,7 4,8 4,2 30,9 33,1 1.303,4 1.364,1 16,2 16,1 22,4 21,0 31,6 33,8 4,2 -4,0 2,20 2,20
CONGO 4,5 1,7 5,0 8,8 10,3 1.980,7 2.255,3 31,3 32,6 38,9 34,2 69,3 61,2 -8,2 -2,1 4,57 3,50
REP. DEM. CONGO 84,1 3,9 4,2 39,8 41,9 473,3 483,4 13,5 17,8 15,4 15,1 20,0 22,6 -0,8 5,2 2,45 3,00
GANA 27,6 3,3 7,4 42,8 46,6 1.550,8 1.648,3 19,4 19,2 23,2 21,2 66,0 62,2 -6,3 -6,0 13,50 8,00
MAURÍCIA 1,3 3,5 3,9 11,7 12,5 9.321,6 9.904,6 22,9 22,9 25,7 25,8 58,9 58,3 -4,3 -4,5 2,00 2,20
MOÇAMBIQUE 28,8 4,5 5,5 12,0 11,4 418,9 387,5 25,9 27,7 31,7 31,7 112,6 103,2 -33,5 -28,3 20,00 12,20
NAMÍBIA 2,3 4,2 5,3 10,2 10,9 4.427,9 4.702,9 30,6 30,4 39,8 38,7 42,0 46,9 -12,5 -6,9 7,30 6,00
NIGÉRIA 183,6 -1,7 0,6 415,1 413,7 2.260,3 2.192,5 5,7 7,1 10,3 11,1 14,6 15,5 -0,7 -0,4 18,50 17,00
TANZÂNIA 48,6 7,2 7,2 46,7 50,5 960,2 1.017,5 16,4 16,9 20,4 21,5 38,3 39,7 -8,8 -8,8 4,99 5,00
QUÉNIA 45,5 6,0 6,1 69,2 74,7 1.521,9 1.599,4 19,6 19,8 27,0 26,2 52,7 53,0 -6,4 -6,1 5,63 5,51
ZÂMBIA 16,7 3,0 4,0 20,6 20,9 1.230,7 1.213,4 18,1 17,9 27,1 26,1 56,1 58,8 -4,5 -2,2 9,50 8,70
ZIMBABWE 14,5 -0,3 -2,5 14,2 14,6 978,7 978,4 25,1 23,4 30,0 26,4 58,9 57,6 -7,5 -6,1 -1,20 6,00
DÍVIDA PÚBLICA
(%PIB)
BALANÇA
CORRENTE
(%PIB)
INFLAÇÃO
(%)PIB ( %) PIB NOMINAL
(USD )
PIB PER CAPITA
(USD)
RECEITA PÚBLICA
(%PIB)
DESPESA PÚBLICA
(%PIB)POPULAÇÃO
2015
dez/15 Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
TAXA DE CÂMBIO (MÉDIA)
AOA/USD 135,3 165,9 165,9 165,9 165,9 165,9 165,9 165,9 165,9 165,9 165,9 165,9 165,9 165,9
AOA/EUR 147,1 185,4185,4 185,4 185,4 185,4 185,4 185,4 185,4 185,4 185,4 185,4 185,4 185,4
TAXA DE JURO CRÉDITO (181 D A 1 ANO, %)
EMPRESAS
MOEDA NACIONAL 15,11 15,32 15,26 16,85 15,33 15,41 15,41 15,64 15,58 15,39 15,51 15,41 15,43 15,44
MOEDA ESTRANGEIRA 12,97 9,80 8,50 8,20 8,29 6,68 6,68 6,68 9,59 8,40 8,45 8,45 8,45 8,45
PARTICULARES
MOEDA NACIONAL 10,14 14,46 15,25 15,99 16,04 20,39 15,5 15,66 17,11 16,57 17,82 17,38 17,52 18,34
MOEDA ESTRANGEIRA 2,65 8,98 9 8,5 5,55 7,07 7,36 7,36 7,36 9,67 8,15 10,24 10,76 5,96
TAXA DE DEPÓSITOS (181 D A 1 ANO, %)
MOEDA NACIONAL 4,21 3,90 3,90 4,07 3,86 3,90 3,95 4,03 4,13 3,96 4,02 4,01 4,09 4,11
MOEDA ESTRANGEIRA 2,62 3,02 3,10 3,02 3,18 2,90 2,86 2,77 2,83 3,02 3,12 2,88 2,82 2,83
AGREGADOS MONETÁRIOS (USD )
M1 3.412,4 3.862,8 3.807,8 3.760,4 3.660,7 3.617,6 3.667,6 3.607,0 3.663,0 3.650,0 3.743,0 3.755,0 3.577,0 3.624,0
M2 5.703,7 6.457,3 6.446,7 6.408,7 6.290,9 6.264,3 6.300,3 6.295,0 6.357,0 6.312,0 6.421,0 6.391,0 6.314,0 6.387,0
M3 5.711,8 6.461,1 6.450,5 6.412,5 6.294,8 6.267,6 6.303,5 6.299,0 6.360,0 6.315,0 6.425,0 6.396,0 6.318,0 6.391,0
TAXA LUIBOR (FIM DE PERIODO, %)
O/N 11,31 22,65 23,35 23,66 23,67 23,67 22,4 22,4 22,4 22,35 22 19,7 17,36 16,14
30 DIAS 11,44 15,19 17,41 19,06 19,27 19,28 18,68 18,63 18,57 18,63 18,19 18,01 18,14 17,5
90 DIAS 11,88 16,04 18,23 20,02 20,935263 21,05 20,57 20,32 20,15 19,99 18,94 18,81 19,1 18,58
180 DIAS 12,21 16,36 18,30 20,26 21,32 23,08 22,51 22,15 21,65 21,36 20,42 19,45 20,03 19,59
270 DIAS 12,56 17,71 19,65 21,3 22,403684 24,65 24,17 23,74 22,89 22,43 21,43 20,9 21,95 21,73
360 DIAS 12,84 18,15 20,17 21,87 22,897895 25,75 25,37 25,33 24,44 23,9 22,54 21,97 23,05 22,7
TAXA BÁSICA (FIM-DE-PERIODO, %) 11 16 16 16 1616 16 16 16 16 16 16 16 18
TAXA INFLAÇÃO (FIM-DE-PERIODO, Y/Y, %) 14,27 41,15 41,95 40,39 39,45 37,86 36,33 34,08 31,89 29,01 26,95 27,46 28,96 27,56
RESERVAS INTERNACIONAIS (USD ) 24.266 20.298 21.399 19.606 20.894,79 19.281,06 18.646,89 18.043,29 16.782,15 17.541,56 15.639,10 15.294,42 15.358,22 14.246,00
PRODUÇÃO DE PETRÓLEO (MB/D) 1,85 1,69 1,72 1,65 1,64 1,60 1,67 1,61 1,67 1,06 1,64 1,64 1,71 1,58
INDICADORES2016 2017
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