View
145
Download
15
Category
Preview:
Citation preview
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
Ivan Nascimento de Castro
DIREITO PROCESSUAL PENAL I
- Vida em sociedade – formação do Estado (povo, território, governo)
- ESTADO: deve regular a conduta dos cidadãos
- através de normas: DIREITO OBJETIVO – regula relações sociais
- DIREITO SUBJETIVO: direito de punir (abstratamente)
- impõe sanções penais
- limitado – não há crime sem lei anterior
- não há pena sem prévia cominação legal
- DIREITO PENAL OBJETIVO: descreve infrações e impõe sanções
- punição ao infrator: justa reação do Estado
- defesa da ordem e boa convivência entre as pessoas
- direito público (social)
- ILÍCITO PENAL: cria um conflito de interesses – lide
- direito de punir do Estado (concretamente) X direito de liberdade do infrator
- pretensão de um, resistência de outro
- pretensão punitiva
- lide penal: oposição do titular do direito de liberdade à pretensão punitiva
- pretensão punitiva: exercida através do direito de ação (limitação do próprio Estado).
- autodefesa e autocomposição: proibidas
- SOLUÇÃO DO CONFLITO: através do PROCESSO PENAL
- função jurisdicional do Estado
- devido processo legal: CF – art. 5º, LIV
- princípio do juiz natural: punição mediante juízo regular e legal
- atividade estatal – Polícia
- Ministério Público
- Juízes e Tribunais
- PROCESSO: destina-se a solucionar a lide
- noção: conjunto de atos que visam aplicação da lei ao caso concreto
- partes: buscam demonstrar seus interesses
- relação jurídica: estabelece relação não só entre as partes, mas também entre elas e o julgador.
- processo penal X processo civil
- PROCESSO PENAL:
- NOÇÃO: conjunto de princípios e normas que disciplinam a composição das lides penais, por meio da aplicação do direito penal.
- FINALIDADE: aplicação do direito penal objetivo
- abrange o exercício de toda atividade estatal: através de órgãos próprios
- caráter INSTRUMENTAL: meio para fazer atuar o direito material penal
- prevenção e repressão das infrações
- disciplina normativa e de caráter dogmático- direito público – Estado X infrator
- observância das normas
- Relações com outras disciplinas:
- direito constitucional: supremacia da Constituição Federal
- exercício da atividade jurisdicional
- garantias individuais: princípios
- direito penal
- direito processual civil: questões processuais
- direito administrativo: aplicação da lei penal por agentes Adm.
- direito civil: parentesco, questões familiares
- direito comercial: procedimento nos crimes falimentares
- ciências auxiliares – medicina legal
- psiquiatria forense
- criminalística
FONTES DO PROCESSO PENAL
- Fonte: local de onde provém o direito.
- CLASSIFICAÇÃO:
- Fontes materiais ou de produção (criam o direito)
- Estado – CP (art. 22, I): União
- Matéria procedimental e organização judiciária: União, Estados
- Fontes formais: revelam o direito - modos de expressão
- Imediatas ou diretas: a lei – meio para o Estado impor vontade
- CPP: Decreto-lei nº 3.689/1941 (em todo território nacional, com ressalvas).
- Inúmeras outras leis processuais
- CPP Militar
- Código Eleitoral
- Mediatas ou indiretas (secundárias):
- costumes: normas de comportamento a que as pessoas obedecem de maneira uniforme e constante, com a consciência de sua obrigatoriedade. Auxiliam na interpretação e aplicação da norma. É a “praxe forense”;
- princípios gerais do direito: encontram-se na consciência dos povos e são universalmente aceitos, mesmo que não escritos. São extraídos da legislação e do ordenamento em geral. Suprem lacunas e omissões da lei (liberdade, igualdade, direito natural) – premissas éticas da legislação.
- tratados: acordos entre países em assuntos de natureza política (repressão aos crimes);
- convenções: acordos de natureza privada;
- regras de direito internacional: firmados na doutrina e proclamados em congressos;
- analogia: na lacuna da lei, aplica-se ao fato não regulado expressamente um dispositivo que disciplina hipótese semelhante (alguns recursos processuais);
- Doutrina e jurisprudência: não são fontes, mas meras formas de interpretação.
SISTEMAS PROCESSUAIS
- PROCESSO ACUSATÓRIO:
- Características:
- contraditório;
- igualdade entre as partes
- publicidade;
- funções de acusar, defender e julgar são atribuídas a pessoas distintas.
- PROCESSO INQUISITIVO: antítese do acusatório
- concentração de todos os poderes nas mãos do juiz
- PROCESSO MISTO:
- investigação preliminar (como processo), instrução preparatória e fase de julgamento (só na última participa a defesa)
- DIREITO PÁTRIO: sistema acusatório.
PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL
- Finalidade do processo penal:
- imediata: aplicação do direito penal
- mediata: proteção social e paz social;
- defesa da ordem jurídica
- realização da pretensão punitiva do Estado
- Observância de princípios característicos do processo moderno.
- Princípios: asseguram a finalidade do processo penal.
- PRINCÍPIOS:
1 – Devido processo legal: CF, art. 5º, LIV
2 – Do estado de inocência (melhor estado do que presunção):
- CF, art. 5º, LVII (não culpabilidade);
- situação de inocente até que seja declarado culpado;
- prisão provisória: cautelar;
- rol dos culpados.
3 – Do contraditório: CF, art. 5º, LV
- ampla defesa – conhecimento da acusação
- igualdade processual das partes
- vigora durante toda a instrução criminal
4 – Da busca da verdade real:
- pretensão punitiva: voltada àquele que cometeu infração;
- busca a verdade dos fatos objetos da ação penal;
- juiz: deve dar seguimento à relação processual.
5 – Da publicidade: CF, art. 5º LX e 93, IX.
- decorre do princípio democrático (freio contra irregularidades);
- publicidade dos atos processuais;
- geral ou ampla;
- especial ou restrita: ressalva (defesa da intimidade, interesse social, segurança da sociedade – art. 792, § 1º, CPP).
6 – Da obrigatoriedade:
- para apurar infrações;
- exercício do “jus puniendi”;
- instauração da investigação e propositura da ação penal;
- contrapõe-se ao princípio da oportunidade.
7 – Da oficialidade:
- pretensão punitiva: cabe aos órgãos oficiais;
- exceção: ação penal privada.
8 – Da indisponibilidade do processo:
- decorre do principio da obrigatoriedade;
- I. P. e ação penal: uma vez instaurados, devem prosseguir.
9 – Do juiz natural (constitucional): CF, art. 5º, LIII
- infrator será processado e julgado por órgão competente para o julgamento;
- Justiça Comum e Especial.
10 – Da iniciativa das partes:
- cabe à parte provocar a prestação jurisdicional;
- ação penal pública e privada
11 – Do impulso oficial:
- impulso processual: continuidade dos atos processuais.
12 – Da vedação do julgamento “extra petita”:
- juiz deve ater-se ao fato descrito na inicial.
13 – Da imparcialidade do juiz:
- garantias constitucionais (vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos);
- impedimentos e suspeição.
14 – Da persuasão racional ou do livre convencimento:
- decisão com base no que está no processo;
- art. 155 do CPP.
15 – Do “favor rei”:
- na dúvida, “in dubio pro reo” (insuficiência de prova).
16 – Do duplo grau de jurisdição:
- reexame da causa: maior certeza na aplicação do direito.
APLICAÇÃO DA LEI PROCESSUAL PENAL
- A LEI PROCESSUAL NO TEMPO
- Art. 2º, CPP
- princípio “tempus regit actum”
- atos já praticados sob a égide da lei anterior são válidos
- normas processuais: aplicação imediata (benéficas ou não)
- normas mistas: caráter penal e processual
- não é retroativa
- A LEI PROCESSUAL NO ESPAÇO:
- CPP: aplicação em todo o território nacional (art. 1º)
- extensão
- aplicação territorial
- leis extravagantes: aplicação própria
- ressalvas: tratados, convenções, regras de direito internacional.
PERSECUÇÃO CRIMINAL
INQUÉRITO POLICIAL
- Estado:
- “jus puniendi” – pretensão punitiva
- elementos probatórios – ocorrência da infração e autoria
- INQUÉRITO POLICIAL: base para futura ação penal
- persecução penal: investigação + ação penal
- polícia: órgão estatal incumbido de zelar pela segurança das pessoas
- funções:
= de segurança ou administrativa: caráter preventivo
- visa manter a ordem pública e jurídica
= judiciária: caráter repressivo e de investigação
- apuração de infrações – polícia civil
- Art. 4º, CPP
- MP: tem também função investigatória
- investigações particulares: sem amparo legal.
- INQUÉRITO POLICIAL
- noção: conjunto de diligências realizadas pela polícia civil ou judiciária, visando elucidar as infrações penais e sua autoria.
- procedimento investigatório prévio
- polícia civil ou judiciária: dirigida por delegados de polícia.
- destinatários: MP, ofendido e Juiz.
- CARACTERÍSTICAS:
- não é indispensável à denúncia ou queixa – art. 27
- procedimento administrativo informativo
- colhe elementos para futura ação penal
- caráter discricionário da polícia – art. 14- procedimento escrito – art. 9º
- sigilo – art. 20
- publicidade: pode prejudicar investigação
- não se aplica ao MP e Judiciário
- advogado: deve demonstrar interesse
- decretação judicial do sigilo
- procedimento inquisitivo: não vigora contraditório
- instauração obrigatória: crimes de ação pública
- indisponível: uma vez instaurado, deve prosseguir – art. 17
- Atribuições:
- autoridades policiais: delegados de polícia
- lugar da infração – art. 22
- distribuição em razão da matéria – homicídio, entorpecentes etc
- polícia federal
- Valor probatório: informativo
- provas periciais – questões técnicas – veracidade
- auxilia na formação da convicção do juiz
- Vícios: não afetam a futura ação penal
- atingem só os próprios atos do inquérito
- Inquéritos extrapoliciais: IPM, inquérito civil, CPI
- “NOTITIA CRIMINIS” – notícia do crime
- com ela, autoridade policial dá início à investigação
- qualquer pessoa (art. 5º, § 3º, CPP) ou ofendido
- notícia anônima: autoridade deve investigar preliminarmente
- juiz e MP: podem requisitar nos casos de ação pública
- INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO:
- pela “notitia criminis”:
- de ofício (autoridade policial)
- por requisição (MP e Juiz)
- por requerimento
- prisão em flagrante
- peças iniciais do inquérito
- instauração nos casos de ação penal pública incondicionada, condicionada e ação penal privada.
- TERMO CIRCUNSTANCIADO
- PROCEDIMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL
- art. 6º, CPP
- observância das garantias constitucionais
- exame de corpo de delito
- quando infração deixar vestígios
- corpo de delito: conjunto de vestígios materiais deixados pelo crime
- reconstituição dos fatos: indiciado não está obrigado
- reprodução simulada: art. 7º, CPP
- apreensão de objetos e instrumentos do crime – art. 11
- busca e apreensão: v. art. 5º, XI, CF
- indiciamento: imputação a alguém, no IP, da prática do ilícito penal
- identificação: meio usado para estabelecer a identidade
- caracterização do indivíduo
- processo datiloscópico: através das saliências papilares existentes nas pontas dos dedos – comparação de impressões digitais
- Lê 10.054/2000: dispõe sobre a identificação criminal
- qualificação indireta
- Art. 13, CPP
- Curador: indiciado menor – art. 15
- Conclusão do inquérito – art. 10
- dilação de prazo – indiciado solto
- outros prazos: legislação especial
- diligências do MP: art. 16
- Relatório da autoridade policial – art. 10, § 1º
- Arquivamento do IP:
- cabe ao titular da ação penal
- autoridade policial: não deve fazer juízo de valor
- novas provas: art. 18
- despacho do juiz: não faz coisa julgada
- Art. 28, CPP
- crimes de ação penal privada – art. 19
JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL
TERMO CIRCUNSTANCIADO
- CF, art. 98, I.
- Leis 9.099/95 e 10.259/01.
- Finalidade: dotar Justiça Criminal de mecanismos rápidos, simples e econômicos e torná-la mais próxima da sociedade.
- Afastar morosidade no julgamento de infrações de pouca expressão do ponto de vista da reprovabilidade social
- Abrandamento ao princípio da obrigatoriedade (maior discricionariedade do órgão acusatório).
- Propostas do MP: dependem de concordância do autor da infração e passam crivo do órgão jurisdicional.
- Preponderância do consenso: pode afastar ação penal
- Arts. 60/76, da Lei 9.099/95.
- Infrações de menor potencial ofensivo: competência do Juizado.
- Juizado:
- conciliação: civil e criminal;
- julgamento: procedimento sumaríssimo;
- competência recursal;
- Art. 61, da Lei 9.099/95, e art. 2º, da Lei 10.259/01.
- Objetivos principais:
- tutela da vítima mediante a reparação do dano;
- composição civil;
- aplicação de pena não privativa de liberdade.
- Princípios:
- oralidade:
- informalidade dos atos processuais e de investigação;
- economia processual;
- celeridade: lavratura de TC e remessa ao Fórum;
- concentração de atos na audiência.
- outros princípios do processo penal.
- TERMO CIRCUNSTANCIADO:
- art. 69, Lei 9.099/95;
- afasta inquérito policial;
- requisitos;
- remessa imediata ao Juizado;
- instruído com documentos e informes sobre antecedentes criminais;
- requisição de exames periciais necessários;
- autoridade policial: termo abrangente;
- atos de investigação e “atos de polícia”;
- diligências complementares: polícia civil.
- AUDIÊNCIA PRELIMINAR:
- comparecimento imediato das partes
- designação de data
- intimação do autor, vítima e responsável civil
- advogado para autor
- fases:
- composição dos danos civis
- transação penal
- oferecimento oral de denúncia
- composição civil: art. 74
- ofendido incapaz: representante legal
- extensão da reparação dos danos (materiais e morais)
- decisão homologatória: tem eficácia de título executivo
- art. 74, parágrafo único
- representação do ofendido, quando necessária
- TRANSAÇÃO PENAL: art. 76
- oportunidade e discricionariedade do MP
- MP e autor
- pressupostos e impedimentos
- proposta do MP: multa ou pena restritiva de direitos
- aceitação do autor e seu defensor (contraproposta)
- homologação da transação
- cabe apelação
- transação nos casos de iniciativa privada
PERSECUÇÃO CRIMINAL
AÇÃO PENAL
2ª FASE DA PERSECUÇÃO PENAL
- Estado: administra justiça – processo
- deve amparar direito de reclamação
- proibido “fazer justiça com as próprias mãos”
- distribui justiça: através de órgãos
- art. 5º, XXXV, CF: a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito.
- direito de ação: direito de provocar o Estado-juiz, invocando-lhe a garantia ou tutela jurisdicional.
- direito subjetivo: direito da pessoa de invocar o Estado-juiz
- público: para a realização de um direito público
- instrumental: ação é meio (aplicação do direito penal)
- AÇÃO PENAL: Estado aplica pena. Direito de pedir ao Estado a aplicação do direito penal objetivo;
- instituto processual penal;
- CP também se refere à ação penal, mas é processual.
- classificação subjetiva da ação penal: leva em conta o sujeito que a promove:
- pública: incondicionada
condicionada: representação ou requisição do Ministro da Justiça
- privada: considera conveniência da propositura da ação. Leva em conta a preservação da intimidade, a tenuidade da lesão.
- condições da ação: possibilidade jurídica do pedido, interesse de agir e legitimação.
- AÇÃO PENAL PÚBLCA INCONDICIONADA:
- promovida pelo MP (princípio da oficialidade)
- indisponível: art. 42, CPP – ação pertence ao Estado (exceção: Lei 9.099/95).
- obrigatoriedade (não critério de conveniência)
- proposta contra quem se imputa a prática da infração (princípio da intranscendência).
- AÇÃO PENAL PÚBLICA CONDICIONADA:
- subordinada a uma condição: vontade de proceder.
- promovida pelo MP: mediante representação ou requisição
- REPRESENTAÇÃO: crimes afetam imediatamente o ofendido e só mediatamente o interesse geral;
- natureza: condição de procedibilidade
- ofendido ou seu representante legal
- destinatários
- ofendido: 18 anos (v. art. 34, CPP)
- art. 33: curador especial (conveniência da representação)
- morte do ofendido: art. 24, § 1º
- retratação: antes da denúncia (art. 25)
- retratação da retratação
- representação: aproveita a todos os autores (indivisibilidade)
- prazo: 6 meses (art. 38, CPP) – de acordo com o art. 10, CP.
- REQUISIÇÃO DO MINISTRO DA JUSTIÇA:
- ato político: conveniência política
- prazo: a qualquer tempo
- INÍCIO DA AÇÃO PENAL PÚBLICA:
- DENÚNCIA: comunica infração
aponta autor
pede o processo
- conteúdo: art. 41, CPP
- prazo: art. 46 (existem prazos especiais)
- crimes de ação penal privada: guarda em cartório
- litispendência: impossibilita nova denúncia.
- AÇÃO PENAL PRIVADA:
- legitimidade: ofendido ou seu representante
- Estado: detém direito de punir.
- crimes de iniciativa privada: lei penal diz quais são
- PRINCÍPIOS:
- da oportunidade ou conveniência
- da disponibilidade: a todo momento, pode se dispor do processo
- da indivisibilidade: art. 48, CPP.
- Propositura: pelo ofendido ou seu representante
- arts. 30 e 34 do CPP
- curador especial: art. 33
- art. 31: morte do ofendido
- pessoas jurídicas: art. 37, CPP (vítimas)
- PRAZO: em regra, 6 meses (art. 38)
- para oferecimento em juízo
- queixa: ato processual
- contagem
- TIPOS DE AÇÃO PENAL PRIVADA:
- ação penal privada propriamente dita
- ação penal privada personalíssima: exercício compete única e exclusivamente ao ofendido (ex.: art. 236, CP) e a mais ninguém
- ação penal privada subsidiária da pública
- art. 29, CPP
- prazo: a partir da data em que se esgotar o prazo para denúncia
- CF: art. 5º, LIX
- Início da ação: através da queixa, independente do tipo
- QUEIXA: não se confunde com mera notícia do crime
- peça inaugural da ação penal privada
- mesmos requisitos da denúncia: art. 41, CPP
- querelante e querelado
- intervenção do MP (art. 45)
- possibilidade jurídica do pedido
- art. 44: poderes especiais para procurador
- REJEIÇÃO DA DENÚNCIA OU QUEIXA:
- é o não recebimento
- art. 395, CPP (antigo art. 43)
- faltando requisitos do art. 41, errada classificação, faltando condições da ação
- fundamentação do despacho
- não se admite recebimento parcial da denúncia ou queixa
- cabe recurso em sentido estrito
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
- Causas extintivas em geral: antes ou depois do trânsito em julgado.
- Art. 107, CP.
- Interesse processual: causas referentes ao direito de ação e ao procedimento criminal.
- Ocorrem antes do trânsito em julgado.
- RENÚNCIA: do direito de queixa
- ato unilateral: desistência do direito de ação
- antecede à propositura da ação penal privada
- expressa: art. 50, CPP
- tácita: atos incompatíveis com o direito de queixa
- ex.: laços de amizade – fazer prova
- aproveita todos os autores
- DECADÊNCIA:
- perda do direito de ação privada ou de representação
- prazo: em regra, 6 meses
- PEREMPÇÃO:
- perda do direito de prosseguir na ação privada
- art. 60, CPP
- sanção jurídica cominada ao querelante (inércia, negligência)
- não se aplica na ação penal privada subsidiária da pública
- não se confunde com preclusão: esta apenas impede a prática de um ato processual.
- PERDÃO DO OFENDIDO:
- crimes de ação privada
- querelante desiste do prosseguimento da ação
- após a queixa
- ato bilateral: depende de aceitação do querelado
- aproveita todos os querelados: art. 51, CPP
- arts. 105 e 106, CP.
AÇÃO CIVIL “EX DELICTO”
- Noção de reparação: aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito, ou causar dano a outrem, fica brigado a repará-lo.
- Art. 186, CC (descreve ato ilícito) e 927, CC (obrigação de indenizar)
- Decorre de um ilícito penal:
- razão do pedido: fato criminoso
- quase sempre constitui ilícito civil
- Ação penal X ação civil “ex delicto” (satisfação do dano)
- Sistema da separação ou independência das ações:
- ação penal: juízo penal
- ação civil: juízo civil
- ação penal condenatória definitiva: execução no cível
- ação civil proposta antes da decisão penal: suspensão
- mitigação da independência:
- Lei 9.099/95
- restituição à vítima de coisas apreendidas
- Ação civil:
- proposta contra infrator, representante ou herdeiros
- objeto: restituição, ressarcimento ou reparação
- quantificação: valor – segundo Código Civil (arts. 944/954)
- danos: materiais e morais
- execução: contra o infrator
- ação civil: contra infrator ou responsáveis civis
- suspensão da ação civil: para evitar decisões conflitantes
- sentença penal absolutória: arts. 65 e 66, PP
- art. 67, CPP
- MP: atuação – art. 68, CPP
JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA
- Jurisdição: poder de julgar, de dizer o direito.
- existe para evitar descontrole social e jurídico – impede autodefesa
- inerente a todos os juízes
- delimitação da jurisdição: competência
- jurisdição penal: aplicação do direito objetivo, através do processo
- desde o momento da propositura da ação; não só a sentença
- necessária à própria sobrevivência do Estado
- princípios:
- do juiz natural: juiz competente
- da investidura
- da indeclinabilidade: não se pode afastar do Judiciário a apreciação de lesão ou ameaça a direito
- da indelegabilidade: jurisdição é indelegável
- da improrrogabilidade: não se pode invadir área de outro juiz
- da inevitabilidade (suspeição, impedimento ou incompetência)
- da inércia: iniciativa das partes
- Jurisdição inferior/superior – comum/especial – estadual/federal
- COMPETÊNCIA:
- delimitação do poder jurisdicional
- regras fixadas pela CF e leis
- CPP: art. 69
- estabelece:
- comarca
- natureza da infração (matéria)
- qual juiz
1. Competência pelo lugar da infração (“ratione loci”)
- art. 70: consumado ou tentado
- dúvida quanto ao limite territorial: prevenção
- consumação em outro país: art. 70, §§ 1º e 2º
2. Competência pelo domicílio ou residência do réu (“ratione loci”)
- quando desconhecido o lugar da infração
- ação penal privada exclusiva: art. 73
3. Competência pela natureza da infração (“ratione materiae”)
- depende da espécie da infração
- varas especializadas
- Justiça Militar: julga crimes militares praticados por militares em serviço
- abuso de autoridade
- Justiça Eleitoral (Juízes – TRE – TSE)
- Justiça Federal (art. 109, CF) – Juízes – TRF
- Justiça Estadual
- Tribunal do Júri: art. 74, § 3º
4. Competência por distribuição
- ocorre numa mesma comarca
- distribuição entre os vários juízes
5. Competência por prevenção (prevenir, antecipar, chegar antes) – conhecimento anterior
- art. 83
6. Competência por conexão ou continência
- não fixam competência, apenas a prorrogam
- conexão:
- um só processo
- hipóteses de conexão: art. 76
- vínculo, nexo ou ligação entre duas ou mais infrações
- continência: art. 77 (uma coisa está contida em outra)
- duas ou mais pessoas por uma só infração
- arts. 70, 73 e 74, CP
- haverá um só processo: competências distintas – prorrogação
- critérios de prorrogação: art. 78
- ritos diversos: observa-se o mais amplo
- conexão entre jurisdição comum e dos juizados especiais criminais
- avocação: art. 82
- separação de processos:
- exceção: art. 79 – separação obrigatória
art. 80 – separação facultativa
- desclassificação: arts. 74, §§ 2º e 3º, e 81
7. Foro por prerrogativa de função (“ratione personae”)
- relevância do cargo ou função de determinadas pessoas
- julgamento: órgãos superiores da jurisdição
- não se aplica em benefício à pessoa, mas ao cargo ou função
- CF: estabelece hipóteses (ilícitos penais)
- atuação do MP: órgão que oficiar nos Tribunais
- prevalece mesmo nos casos de crimes dolosos contra a vida
- crimes após aposentadoria ou término do mandato: não prevalece o foro por prerrogativa
- crimes antes de assumir função: inquérito ou ação penal devem ser encaminhados ao Tribunal competente.
CONFLITO DE JURISDIÇÃO (COMPETÊNCIA E ATRIBUIÇÕES)
- Noção: quando dois ou mais juízes consideram-se competentes ou incompetentes para apreciar determinado fato, ou, ainda, quando existir controvérsia sobre unidade de juízo, junção ou separação de processos.
- espécies: conflito positivo de jurisdição
conflito negativo de jurisdição
- conflito de atribuições:
- estabelecido entre órgão do Poder Judiciário e órgão de outro Poder ou entre órgãos de Poderes que não o Judiciário
- conflito entre Promotores de Justiça
- processamento:
- pode ser suscitado pela parte interessada ou MP: requerimento
- juízes e tribunais: representação
- por escrito, com exposição de fundamentos e juntada de documentos comprobatórios
- conflito negativo: suscitado nos próprios autos (suspende o processo)
- conflito positivo: autos próprios (pode suspender o curso do processo)
- competência para julgamento:
- regras: Constituição Federal, Constituições dos Estados, leis processuais e de organização judiciária e regimentos internos dos Tribunais.
QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES
- Noção: são controvérsias que sobrevém no curso de um procedimento e que devem ser solucionadas pelo juiz antes da decisão da causa principal.
- Processo separado – apartado – apensamento
- Não apreciam mérito da causa principal
- CPP: arts. 92/154.
- QUESTÕES PREJUDICIAIS
- noção: questão de valoração jurídica (penal ou extrapenal), que deve ser decidida antes da questão principal.
- bigamia: validade do casamento
- exceção de verdade na calúnia
- a decisão da causa principal (ação penal) está subordinada à solução da questão prejudicial
- influi sobre a existência ou não do crime objeto do processo principal
- controvérsia: deve ser fundamental para a solução da lide
- podem suspender a questão principal
- total: interfere na existência do crime
- parcial: interfere na existência ou não de uma circunstância (atenuante, agravante, causa de aumento ou diminuição de pena)
- podem ser solucionadas também na jurisdição extrapenal
- não se confundem com questões preliminares
- divisão:
- homogêneas: questões pertencem ao mesmo ramo (penal)
- heterogêneas: questão prejudicial: extrapenal
- casamento válido: bigamia
- competência: juízo penal ou extrapenal
- questões heterogêneas:
- obrigatórias: acarreta suspensão do processo
- devolutivas absolutas: cível
- art. 92, CPP (estado civil das pessoas)
- facultativas: suspensão do processo não é obrigatória
- devolutivas relativas
- processo em curso no cível
- discussão sobre propriedade (furto)
- provas do processo penal podem ser produzidas durante a suspensão, se urgentes
- prazo prescricional: suspensão (não corre)
- prejudicial: suscitada no processo-crime e resolvida em apartado
- EXCEÇÕES
- noção: procedimento incidental pelo qual o acusado defende-se de modo indireto, visando a extinção da ação ou o retardamento do seu exercício.
- dilatórias: retardam ou transferem exercício (suspeição, incompetência e ilegitimidade de parte)
- peremptórias: determinam extinção do processo (coisa julgada e litispendência)
- geralmente proposta pelo acusado
- autor (MP ou querelante) pode utilizar
- juiz: pode reconhecer de ofício
- EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO:
- caráter dilatório
- destina-se a afastar juiz a quem se reputa parcial, não isento
- visa afastar a pessoa física do juiz
- motivos: art. 254, CPP (interesses ou sentimentos pessoais do juiz ou parente)
- para alguns, motivos são taxativos; para outros, admite-se interpretação extensiva e analogia
- suspeição: prioritária em relação às demais
- processamento:
- de ofício pelo juiz: declara motivo
- remessa dos autos ao substituto
- decisão irrecorrível
- pode ser argüida pela parte (sozinha ou procurador)
- petição: menciona juiz, indica testemunhas e documentos
- MP: oferece suspeição na denúncia (salvo se a causa for superveniente)
- ofendido: tem interesse na imparcialidade do juiz (assistente: doutrina diverge)
- proposta pelas partes:
- juiz pode aceitar (remessa ao substituto)
- juiz rejeita: responde em 3 dias
- remessa ao TJ
- parte deve requerer suspensão do feito
- TJ: pode produzir provas
- suspeição do membro do MP:
- perante juiz do processo
- oitiva do promotor
- decisão: irrecorrível
- procedente: substituto legal
- suspeição de peritos, intérpretes e funcionários da Justiça: no próprio juízo
- suspeição de jurado: oralmente, no plenário do Júri
- delegados: não se declara suspeição
- EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA DE JUÍZO:
- “declinatória fori”
- arts. 108 e 109, CPP
- visa corrigir inadequação do juízo
- critérios de competência: art. 69
- juiz: deve declarar-se incompetente de ofício
- parte: pode opor exceção, oral ou escrita
- incompetência relativa
- prazo: defesa prévia
- inobservância: preclusão
- incompetência absoluta: a qualquer tempo
- argüição: acusado ou MP
- processa-se em apartado
- não suspende o curso do processo
- procedente a exceção: remessa ao juízo competente
- atos instrutórios: serão aproveitados, se ratificados
- atos decisórios: são nulos (do juízo incompetente)
- decisão que reconhece incompetência:
- recurso em sentido estrito
- decisão que rejeita a exceção: irrecorrível
- discussão em sede de eventual apelação futura ou HC
- EXCEÇÃO DE ILEGITIMIDADE DE PARTE
- hipóteses:
- ilegitimidade “ad causam” (titularidade do direito de ação)
- ilegitimidade “ad processum” (capacidade para prática dos atos processuais)
- juiz deve reconhecer de ofício
- processamento: semelhante ao da incompetência de juízo
- não há prazo fatal ara argüição
- reconhecida a ilegitimidade: anulação do processo desde o início (“ad causam”)
- reconhecida a ilegitimidade “ad processum”: invalidade pode ser sanada (ratificação dos atos processuais)
- decisão que reconhece a exceção: recurso em sentido estrito
- decisão improcedente: irrecorrível (argüição em apelação futura ou HC)
- EXCEÇÃO DE LITISPENDÊNCIA
- noção de litispendência: existência simultânea de duas ou mais ações idênticas (pedido, partes e fato criminoso)
- evitar processamento paralelo de ações idênticas
- não se confunde com prevenção
- existência de dois processos iguais em curso
- litispendência caracteriza-se com a citação do réu no segundo processo
- processamento: semelhante ao da incompetência do juízo
- pode o juiz reconhecer de ofício
- parte: pode argüir (oral ou escrito)
- prazo: a qualquer tempo
- decisão que reconhece litispendência: recurso em sentido estrito
- decisão desfavorável: irrecorrível (HC)
- EXCEÇÃO DE COISA JULGADA
- justifica-se na proibição de imputar a alguém por mais de uma vez o mesmo fato
- diverge da litispendência: nesta, o processo anterior está em curso
- coisa julgada: processo anterior já apreciado e decidido
- identidade dos elementos identificadores (pedido, partes e causa de pedir)
- pode ser reconhecida de ofício
- partes: poderão argüir exceção, desde que recebida a denúncia ou queixa
- processamento: igual incompetência de juízo
- não há prazo fatal
- decisão procedente: recurso em sentido estrito
- decisão desfavorável: irrecorrível (HC)
- INCOMPATIBILIDADES E IMPEDIMENTOS:
- noção: dever de o juiz, do órgão do MP, peritos, intérpretes e serventuários da Justiça absterem-se de servir no processo
- devem ser declinados nos autos
- relações com as partes, ou com outros juízes, ou prejuízo
- hipóteses: arts. 252 e 253, CPP
- afastamento pode ser espontâneo
- parte: pode argüir
- procedimento: exceção de suspeição
- RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS
- coisas que interessam ao processo penal (podem ser apreendidas)
- instrumentos utilizados no crime
- objetos relacionados com o fato
- bens materiais de valor probatório
- Art. 118, CPP: momento para restituição
- restituição: após o trânsito em julgado da sentença
- quando não tiverem mais interesse para o processo
- Bens que não podem ser restituídos:
- confiscáveis: perda em favor da União
- ressalva: direito do lesado e do terceiro de boa-fé
- art. 91, II, CP: bens confiscáveis
- confisco: efeito automático da condenação
- Restituição: pela autoridade policial (IP) ou pelo juiz
- desde que não haja dúvida quanto ao direito do reclamante
- Processo incidente:
- requerente: em 5 dias, deve produzir prova
- oitiva do MP
- direito evidente: restituição
- dúvida: indeferimento do pedido
- discussão no cível
- recurso: apelação (esgota possibilidade de discussão)
- Destino dos bens:
- leilão, ressalvado o direito do lesado ou do terceiro de boa-fé
- bens confiscáveis: leilão, após 90 dias do trânsito em julgado da sentença condenatória
- poderá haver inutilização ou recolhimento a museu criminal
- coisas não confiscáveis: devem ser reclamadas em 90 dias, após trânsito. Não havendo reclamação, serão leiloados, depositando-se o valor correspondente à disposição do juízo de ausentes.
MEDIDAS ASSECURATÓRIAS
- Infração penal: causa dano à vítima
- visam assegurar a efetiva reparação do prejuízo causado ao ofendido
- processo pode demorar: necessidade de medidas urgentes
- são medidas cautelares (no âmbito criminal)
- independem de prévio ajuizamento de ação civil
- processadas em apartado (evitar tumulto processual)
- ESPÉCIES:
- SEQUESTRO:- de bens imóveis: art. 125, CPP (adquiridos pelo agente com os
proventos da infração, ainda que transferidos a terceiros)
- oportunidade: inquérito ou ação penal
- competência: juízo penal
- pressuposto: bens adquiridos com proventos do crime
- iniciativa: de ofício pelo juiz
requerimento do MP ou ofendido
representação da autoridade policial
- requisito: existência de indícios veementes da proveniência ilícita dos bens
- inscrição: Registro de Imóveis
- decisão que decreta: apelável
- oposição ao pedido- embargos (contestação)
- legitimidade: indiciado ou réu
terceiro senhor e possuidor
terceiro de boa-fé que adquiriu o imóvel a título oneroso
- julgados pelo juiz penal
- levantamento do seqüestro: perda da eficácia da medida
- art. 131
- SEQUESTRO DE BENS MÓVEIS:
- bens adquiridos com produtos ou proventos do crime
- só será possível se incabível a busca e apreensão
- aplicam-se as disposições relativas ao seqüestro de imóveis
- HIPOTECA LEGAL:
- Noção: direito real de garantia
- bens imóveis pertencentes ao infrator (não aqueles adquiridos com os proventos do crime)
- asseguram a reparação do dano
- oportunidade: inquérito ou ação penal
- requisitos: prova cabal da existência material do crime
indícios suficientes de autoria
- competência: juízo penal
- legitimidade: ofendido (representante ou herdeiros)
- procedimento: art. 135, CPP:
- apartado
- inscrição: Registro de Imóveis
- condenação do réu: autos da hipoteca serão remetidos ao cível para execução
- absolvição ou extinção da punibilidade: cancelamento da hipoteca
- SEQÜESTRO (ARRESTO) DE MÓVEIS:
- ART. 137, CPP
- bens suscetíveis de penhora
- nos termos da hipoteca legal
INCIDENTE DE FALSIDADE DOCUMENTAL
- suspeita da falsidade de um documento
- prova deve ser séria
- documento: art. 232
- legitimidade: qualquer pessoa, inclusive a vítima e também pelo juiz, de ofício
- incidente em apartado
- argüição: por escrito
- decisão (procedente ou improcedente): recurso em sentido estrito
- comprovada a falsidade: documento será remetido ao MP
crime de falsificação em separado
INCIDENTE DE INSANIDADE MENTAL DO ACUSADO
- dúvida quanto à imputabilidade do acusado
- processo incidental: em apartado
- aferição da saúde mental do réu
- oportunidade: inquérito, ação penal ou até na execução da pena
- será sempre determinada pelo juiz, a pedido de qualquer parte, curador, parente ou autoridade policial (representação)
- culpabilidade: juízo de reprovabilidade
- imputabilidade: conjunto de condições pessoais que dão ao agente capacidade para lhe ser atribuída a prática de fato punível.
- inimputabilidade: incapacidade para apreciar o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com essa apreciação
- ato típico e antijurídico – praticado por doente mental – inimputável – isenção de pena
- exame médico-legal
- processamento: portaria do juízo
nomeação de curador
nomeação de dois peritos
quesitos: juiz e partes
- suspensão do processo
- prazo para realização do exame: 45 dias
- análise da imputabilidade: por ocasião da sentença
- intervenção do curador nos atos do processo
- doença mental após infração: art. 152
- suspensão do processo
- restabelecimento: volta o curso do processo
- juiz não está vinculado à perícia
SUJEITOS DA RELAÇÃO PROCESSUAL
- Noção: pessoas envolvidas na relação jurídico-processual
- Sujeitos principais:
- juiz
- partes: autor e réu – têm interesse na lide (“legitimatio ad causam”)
- Sujeitos acessórios: não são indispensáveis para a constituição da relação processual:
- auxiliares da justiça, assistente de acusação
- JUIZ:
- detentor do poder jurisdicional (provocado, deve decidir)
- presidente do processo
- capacidade subjetiva: funcional
- capacidade objetiva: competência para o processo
- imparcialidade:
- não podem existir: impedimentos, incompatibilidades e hipóteses de suspeição
- impedimentos: art. 252
- incompatibilidade: art. 253
- suspeição: art. 254
- funções e poderes: art. 251
- principal: decisão da causa penal
- prerrogativas: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos
- MINISTÉRIO PÚBLICO
- instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado
- art. 127, CF
- órgão constitucional
- funções exercidas por integrantes da carreira
- impedimentos e suspeição: art. 258
- princípios:
- unidade: um órgão só
- indivisibilidade: atuação como instituição
- independência funcional
- garantias: vitaliciedade, inamovibilidade e irredutibilidade de vencimentos
- parte do processo: “imparcialidade” = ?
- funções
- titular da ação penal pública
- defesa dos valores básicos da sociedade
- ação penal privada: intervém como fiscal da aplicação da lei
- ACUSADO E DEFENSOR
- ACUSADO:
- pessoa contra quem se propõe a ação penal
- sujeito passivo da pretensão punitiva: maiores de 18 anos
- garantias constitucionais
- identificação do acusado: individualização
- identidade física certa: art. 259
- condução coercitiva: art. 260
- DEFENSOR: advogado
- defesa técnica
- autodefesa: atos do próprio acusado (pedido de HC)
- não comparecimento: art. 265, parágrafo único
- constituído: outorga de procuração
- sem procuração: art. 266
- defensor dativo: nomeado pelo juiz (art. 263)
- dever do advogado nomeado, salvo motivo justo
- se desistir, não pode substabelecer o encargo
- réu pode constituir novo defensor a qualquer tempo
- na prática: constituído = dativo
- curador: art. 262
- defesa:
- direta: ataca o mérito
- indireta: ataca vícios do processo
- deficiência: pode causar nulidade
- ASSISTENTE DE ACUSAÇÃO:
- ofendido: assistente
- art. 268 (referência ao art. 31: rol taxativo)
- representação: advogado constituído – poderes expressos
- art. 270: impedimento de co-réu
- auxílio ao MP, mas com interesse na reparação civil
- casos de ação pública
- art. 269: admissão do assistente
- oitiva do MP (art. 272)
- assistente: deve ser intimado para os atos do processo
- poderes: art. 271
- FUNCIONÁRIOS DA JUSTIÇA
- serventuários ou servidores
- funcionários públicos
- fé pública
- PERITOS E INTÉRPRETES
- peritos: possuem conhecimentos técnicos especializados
- tradutor e intérprete
- auxiliares eventuais da justiça
- oficiais ou particulares
- dever de veracidade: na falta, falsa perícia
- impedimentos: art. 279
Recommended