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Material pedagógico para professor da SEEDUC-RJ.
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1
História
Professor
Caderno de Atividades
Pedagógicas de
Aprendizagem
Autorregulada - 03 6º Série | 3° Bimestre
Disciplina Curso Bimestre Ano
História Ensino Fundamental 3° 6º
Habilidades Associadas
1. Compreender os conceitos e noções de cidade-Estado (polis) e democracia.
2. Perceber as diferenças e semelhanças da democracia e cidadania grega em relação ao mundo contemporâneo.
3. Identificar a influência da cultura grega na formação do Mundo Ocidental.
2
A Secretaria de Estado de Educação elaborou o presente material com o intuito de estimular o
envolvimento do estudante com situações concretas e contextualizadas de pesquisa, aprendizagem
colaborativa e construções coletivas entre os próprios estudantes e respectivos tutores – docentes
preparados para incentivar o desenvolvimento da autonomia do alunado.
A proposta de desenvolver atividades pedagógicas de aprendizagem autorregulada é mais uma
estratégia pedagógica para se contribuir para a formação de cidadãos do século XXI, capazes de explorar
suas competências cognitivas e não cognitivas. Assim, estimula-se a busca do conhecimento de forma
autônoma, por meio dos diversos recursos bibliográficos e tecnológicos, de modo a encontrar soluções
para desafios da contemporaneidade, na vida pessoal e profissional.
Estas atividades pedagógicas autorreguladas propiciam aos alunos o desenvolvimento das
habilidades e competências nucleares previstas no currículo mínimo, por meio de atividades
roteirizadas. Nesse contexto, o tutor será visto enquanto um mediador, um auxiliar. A aprendizagem é
efetivada na medida em que cada aluno autorregula sua aprendizagem.
Destarte, as atividades pedagógicas pautadas no princípio da autorregulação objetivam,
também, equipar os alunos, ajudá-los a desenvolver o seu conjunto de ferramentas mentais, ajudando-o
a tomar consciência dos processos e procedimentos de aprendizagem que ele pode colocar em prática.
Ao desenvolver as suas capacidades de auto-observação e autoanálise, ele passa ater maior
domínio daquilo que faz. Desse modo, partindo do que o aluno já domina, será possível contribuir para
o desenvolvimento de suas potencialidades originais e, assim, dominar plenamente todas as
ferramentas da autorregulação.
Por meio desse processo de aprendizagem pautada no princípio da autorregulação, contribui-se
para o desenvolvimento de habilidades e competências fundamentais para o aprender-a-aprender, o
aprender-a-conhecer, o aprender-a-fazer, o aprender-a-conviver e o aprender-a-ser.
A elaboração destas atividades foi conduzida pela Diretoria de Articulação Curricular, da
Superintendência Pedagógica desta SEEDUC, em conjunto com uma equipe de professores da rede
estadual. Este documento encontra-se disponível em nosso site www.conexaoprofessor.rj.gov.br, a fim
de que os professores de nossa rede também possam utilizá-lo como contribuição e complementação às
suas aulas.
Estamos à disposição através do e-mail curriculominimo@educacao.rj.gov.br para quaisquer
esclarecimentos necessários e críticas construtivas que contribuam com a elaboração deste material.
Secretaria de Estado de Educação
Apresentação
3
Caro Tutor,
Neste caderno, você encontrará atividades diretamente relacionadas a algumas
habilidades e competências do 3° Bimestre do Currículo Mínimo de História da 6º ano
do Ensino Fundamental. Estas atividades correspondem aos estudos durante o período
de um mês.
A nossa proposta é que você atue como tutor na realização destas atividades
com a turma, estimulando a autonomia dos alunos nessa empreitada, mediando as
trocas de conhecimentos, reflexões, dúvidas e questionamentos que venham a surgir no
percurso. Esta é uma ótima oportunidade para você estimular o desenvolvimento da
disciplina e independência indispensáveis ao sucesso na vida pessoal e profissional de
nossos alunos no mundo do conhecimento do século XXI.
Neste 3° bimestre do 6º ano, o Currículo Mínimo estabeleceu como proposta a
abordagem de um conteúdo, civilização greco-romana: Grécia, por acreditar que na
Grécia reside a base da Ocidentalidade. Assim, estudá-la nos ajuda no processo de
compreensão da sociedade em que vivemos. A Filosofia e a Ciência são exemplos de
heranças gregas que marcaram a História do Ocidente. A própria ideia de História
aparece com Heródoto na Grécia Antiga, bem como, a democracia. As grandes formas
de divertimento da nossa sociedade (os jogos olímpicos, o teatro, a poesia) foram
moldadas, também, na Grécia.
Para os assuntos abordados em cada bimestre, vamos apresentar algumas
relações diretas com todos os materiais que estão disponibilizados em nosso portal
eletrônico Conexão Professor, fornecendo diversos recursos de apoio pedagógico para o
Professor Tutor. Este documento apresenta 3 (três) aulas. As aulas podem ser
compostas por uma explicação base, para que você seja capaz de compreender as
principais ideias relacionadas às habilidades e competências principais do bimestre em
questão, e atividades respectivas. Estimule os alunos a ler o texto e, em seguida,
resolver as Atividades propostas. As Atividades são referentes a dois tempos de aulas.
Para reforçar a aprendizagem, propõe-se, ainda, uma pesquisa e uma avaliação sobre o
assunto.
Um abraço e bom trabalho!
Equipe de Elaboração
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Introdução ............................................................................................. 03
Objetivos Gerais ....................................................................................
Materiais de Apoio Pedagógico ............................................................
Orientação Didático-Pedagógica ..........................................................
Aula 1: As cidades-Estado (polis) e a democracia ................................
Aula 2: A democracia e a cidadania .......................................................
Aula 3: A cultura grega na formação do Mundo Ocidental ...................
Avaliação ................................................................................................
Pesquisa ...................................................................................................
Referências .............................................................................................
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Sumário
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Nesse caderno de atividades vamos abordar alguns conteúdos do 3º bimestre
do 6º ano do Ensino Fundamental II. Aqui, abordaremos o período da História Geral
conhecido como Antiguidade clássica. Tratamos da construção e uso do conceito de
democracia assim como também o conceito de cidadania, buscando problematizar o
papel do cidadão grego e o cidadão na contemporaneidade. Por fim, relacionaremos a
questão da cidadania e a construção da ocidentalidade. Analisaremos ainda a
contribuição dos gregos para o nosso modelo de civilização.
No portal eletrônico Conexão Professor, é possível encontrar alguns materiais
que podem auxiliá-los. Vamos listar estes materiais a seguir:
Teleaulas Teleaulas n° 47, 54, 55, do
Ensino Médio
Orientações Pedagógicas do CM 3º Bimestre
Materiais de Apoio Pedagógico
Objetivos Gerais
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Para que os alunos realizem as Atividades referentes a cada dia de aula,
sugerimos os seguintes procedimentos para cada uma das atividades propostas no
Caderno do Aluno:
1° - Explique aos alunos que o material foi elaborado que o aluno possa compreendê-lo
sem o auxílio de um professor.
2° - Leia para a turma a Carta aos Alunos, contida na página 3.
3° - Reproduza as atividades para que os alunos possam realizá-las de forma individual
ou em dupla.
4° - Se houver possibilidade de exibir vídeos ou páginas eletrônicas sugeridas na seção
Materiais de Apoio Pedagógico, faça-o.
5° - Peça que os alunos leiam o material e tentem compreender os conceitos
abordados no texto base.
6° - Após a leitura do material, os alunos devem resolver as questões propostas nas
ATIVIDADES.
7° - As respostas apresentadas pelos alunos devem ser comentadas e debatidas com
toda a turma. O gabarito pode ser exposto em algum quadro ou mural da sala para
que os alunos possam verificar se acertaram as questões propostas na Atividade.
Todas as atividades devem seguir esses passos para sua implementação.
Orientação Didático-Pedagógica
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http://www.klepsidra.net/klepsidra26/maquete.jpg
Moçada ligada na história, a imagem ao
lado representa um dos mais
importantes símbolos da cultura grega
e de certa forma também da nossa
cultura, se levarmos em consideração
que o Brasil faz parte do mundo
ocidental (parte oeste do mundo).
Ágora era um lugar de encontros,
debates, um lugar de convívio entre os
cidadãos gregos. A cultura grega é
muito rica e vale muito você conhecer
mais com o seu professor de História.
No ano de 2013, fomos testemunhas de diversas manifestações no Brasil que
exigiam melhorias nas condições de transporte, educação e saúde por exemplo. O
povo brasileiro levantou-se do “berço esplêndido” e passou a ser mais atuante na sua
democracia? Mas o que isso significa, afinal? Quais foram as mudanças trazidas por
esse novo modelo político criado na Grécia antiga?
http://www.culturamix.com/wp-content/gallery/esparta-e-atenas-classica-2/esparta-e-atenas-classica-9.jpg
Aula 1: As cidades-Estado (polis) e a democracia
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Precisamos, entretanto, recuperar um pouco do que certamente você já ouviu
falar, mas talvez não compreenda os conceitos para dar a devida importância. Sabe
quando alguém manda em você e não permite que a sua voz, sua opinião, seus
pensamentos sejam respeitados? Quando alguém está agindo assim não está sendo
DEMOCRÁTICO (“demo”: povo / “cracia”: poder). Ao contrário está sendo DITADOR,
AUTORITÁRIO. A democracia criada pelos gregos foi uma maneira muito inteligente de
melhor conviver em sociedade, no coletivo e impedir o autoritarismo assim como
ditadores, especialmente porque sabemos que as escolhas e gostos, da mesma forma
que as maneiras de pensar e agir não são iguais. De maneira que, ser democrático
significa respeitar a vontade da maioria que vai, após debates e exposições de
argumentos, submeter as ideias aos votos . A partir da votação, o seu ponto de vista
poderá ser aceito ou não. Ser democrático também é aceitar o que a maioria decidir.
http://tecciencia.ufba.br/articles/0001/6691/censura-na-
ditadura_1_.jpg
http://opinionsur.ufmg.ar/IMG/jpg/asamblea.jpg
Na Grécia antiga a organização política dos lugares onde viviam as pessoas era
a “pólis”, lugar do coletivo, de muitos e depois também entendida como cidade. Só
que as cidades gregas tinham tamanha liberdade ou autonomia, diferenças entre elas
que os historiadores chamaram de Cidades-estados. Ou seja, cidades que eram quase
países independentes no local onde hoje chamamos Grécia. Atenas e Esparta eram
exemplos de cidades-estados.
A organização de um espaço coletivo ou espaço público, mesmo uma sala de
aula, necessita de que os que convivem no mesmo ambiente criem regras, direitos e
deveres, estabeleçam o que pode e o que não é permitido para o bem comum. Todo
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indivíduo, consciente ou não, é por essa razão um indivíduo político, na medida em
que o que faz ou deixa de fazer tem consequências para os demais, para sua
sociedade. Das situações mais simples como respeitar os espaços públicos não
escrevendo nas carteiras por parte dos usuários das escolas, até as mais complexas
como administrá-los sem sucatear, não fazendo reformas, reparos ou manutenções
por parte dos administradores públicos. O modo de vida urbano foi ganhando essas
características e até hoje somos herdeiros, de certa forma, dessa maneira de nos
organizarmos. Por isso, para muitos historiadores e cientistas sociais, a Grécia é o
berço da civilização ocidental. Porém, precisamos usar nossa capacidade crítica para
ponderar, questionar que na Grécia nem todos eram considerados cidadãos, como as
mulheres, os escravos e os estrangeiros. O que torna a participação ou a democracia
grega à época muito limitada, porém, foi essa magnífica civilização que criou esses
entre outros importantes conceitos que fazem parte da nossa cultura ocidental.
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01 – Atenas foi uma importante cidade-estado grega na antiguidade. Qual das
alternativas abaixo aponta características importantes da sociedade ateniense.
a) Atenas foi uma cidade exclusivamente voltada para a guerra.
b) Em Atenas todas as pessoas podiam participar da democracia, inclusive
escravos, mulheres e crianças.
c) Os atenienses valorizavam muito a democracia, as manifestações artísticas e a
Filosofia.
d) Atenas possuía uma sociedade igualitária, ou seja, não havia classes sociais e
todos viviam com o mesmo padrão de renda.
Gabarito: C – Os atenienses estimulavam os estudos e o conhecimento filosófico,
assim como as demais expressões artísticas da sua visão de mundo como o teatro.
2 – Como podemos definir o processo democrático.
O processo democrático se define como o respeito a vontade da maioria que,
após debates e exposições de argumentos, submete as ideias aos votos dos
participantes.
Atividades Comentadas 1
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Moçada animada em conhecer a história, acabamos de conhecer o conceito de
democracia na aula anterior, lembra? Faça um esforço e tente responder
mentalmente o que é democracia, caso não consiga volte e leia novamente esse
importante conceito que está descrito e explicado na primeira aula desse caderno.
Certamente onde mora, no seu bairro ou comunidade há coisas boas e também o que
precisa melhorar, não? É exatamente sobre essa participação nos rumos da vida
coletiva que a cidadania ganha maior relevância. Muito se fala sobre direitos do
cidadão, mas precisamos também lembrar e exercer os deveres do cidadão. E o que
seriam esses direitos e deveres do cidadão? São os procedimentos básicos para a vida
na cidade (ou campo), pois cidadania (do latim, civitas, "cidade") é uma palavra que
deriva de cidade, lugar de muitos ou a “pólis” grega.
Só há democracia quando há participação coletiva
http://www.newsrondonia.com.br/imagensNoticias/image/129_135-alt-Marcha%20Corrup%C3%A7%C3%A3o(1).jpg
E quando vivemos no coletivo não podemos fazer o que achamos que devemos
ou podemos, há regras que evidentemente podem ser modificadas, mas enquanto elas
existem precisam ser respeitadas mesmo quando são alvo de importantes
questionamentos. O indivíduo ou o cidadão também pode simplesmente não se
importar com a vida coletiva, com as condições do que é público (transporte, ruas,
iluminação...) entretanto, os gregos inventaram um nome para quem assim procedia:
Aula 2: A democracia e a cidadania
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IDIOTA. O idiota para os gregos era exatamente aquele que não participava da vida
pública, quem não exercia sua cidadania, não se envolvia nos debates na “Ágora”
grega e rejeitava a “pólis” + tica (política). Quantos idiotas existem onde moramos que
não se importam com a vida pública, só querem saber do que é privado, ou seja, do
que pertence ao indivíduo? Lamentável constatar que há mais idiotas do que cidadãos
na nossa sociedade, não? E, no entanto, quando temos a situação contrária, quando
todos ou pelo menos uma grande maioria deseja participar da vida pública? Imagine a
confusão quando todos querem participar e cada um ou cada grupo quer decidir de
uma maneira... Pronto! Para essas situações não tem jeito o melhor é a ditadura,
alguém que mande e o resto obedecendo se tiver juízo, como aprendemos no ditado
popular, não é mesmo?
Não mesmo! Como estudamos no primeiro tema, os gregos inventaram a
“Democracia” e como cidadãos podemos e devemos exercê-la.
Há limites para a democracia?
http://anonymouslegiao.files.wordpress.com/2012/03/democracia-e-pensamento-dominante.jpg
A capacidade de convencer alguém sobre alguma coisa faz parte do processo
de exercício de cidadania, assim como organizar o coletivo de maneira que possa
ampliar a força de uma ideia ou de um posicionamento político (luta para deliberar,
decidir os rumos de uma questão coletiva). Quando você amiga(o) estudante vai lutar
na sua escola para que tenha espelho nos banheiros ou um bebedouro no andar da
sua sala para que não precisem descer toda vez que forem beber água, por exemplo,
só a sua voz não tem tanta força, mas se você representar a sua turma não será
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somente a sua voz, imagine a força quando forem todos os estudantes da escola. A
direção precisará, no mínimo, ouvir. Não acha?
A organização do coletivo, das decisões em grupo garante maior legitimidade
(maior validade, dá mais “moral”) para o que está sendo decidido. Não podemos ser
ingênuos e acreditar em tudo que nos dizem sem nenhuma reflexão. Muito menos não
levar em consideração que em todos os lugares e situações há interesses e estes nem
sempre são conciliáveis. Por isso, a necessidade de debates democráticos para que o
que a maioria decidir seja cumprido, fazendo valer a DEMOCRACIA.
http://1.bp.pibufespWMGPCJhxxgo/UTn0hlBaqBI/AAAAAAAAAA4/SR1LUPaU9BU/s320/pensador.jpg
Os gregos conheciam bem essa importante forma de participar da vida coletiva
e, não por acaso, também foram eles que passaram da explicação mitológica (mitos
como a explicação para a paixão, explicado pelo “cupido”) para a filosófica, de filosofia
(“filo”: amor + “sofia”: sabedoria). Era importante o saber no momento de dizer algo
no espaço coletivo. E quanto mais sabemos, criamos argumentos (ideias bem
construídas), maiores chances temos de convencer os cidadãos que estão nos ouvindo.
E qual a importância disso?
Vamos retomar o que explicamos sobre democracia e maioria. Se
estabelecemos como regra de escolha o que a maioria decidir (democracia), faz ou não
diferença saber falar bem e convencer os demais sobre o seu ponto de vista? Por isso,
os gregos gostavam tanto de conhecer, aprender, conhecer novas informações e criar
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novas maneiras de viver. Afinal, quem não quer ser feliz? E essa é uma das questões
para a filosofia, para a vida coletiva. Muito se engana quem acha que os filósofos eram
aqueles que ficavam o dia inteiro sem “fazer nada”, ao contrário, muitos filósofos eram
também comerciantes, excelentes matemáticos... precisavam ser práticos para a
necessária objetividade das exigências do cotidiano (dia a dia).
Assim como a democracia e a cidadania, os gregos criaram novas formas e
procedimentos para a melhor maneira possível de vivermos no coletivo, em sociedade.
As olimpíadas, o teatro entre outras maneiras que temos ainda hoje de entreter e
compreender melhor a nossa própria sociedade foram criações gregas. Porém, esses
são assuntos da nossa próxima aula.
01 – Qual era a definição de idiota na sociedade grega?
O idiota para os gregos era exatamente aquele que não participava da vida pública,
quem não exercia sua cidadania, não se envolvia nos debates na “Ágora” grega e
rejeitava a “pólis” + tica (política).
02 – De acordo com o conhecimento adquirido na última aula, responda qual a
importância dos debates democráticos?
O aluno deve compreender que em todos os lugares e situações há interesses e estes
nem sempre são conciliáveis. Por isso, a necessidade de debates democráticos para
que o que a maioria decidir, baseado em argumentos, seja cumprido, fazendo valer a
DEMOCRACIA.
Atividades Comentadas 2
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Moçada ligada na história, sabemos que não somos apenas produto da cultura
que nos cerca e na qual estamos ligados pela origem e/ou convivência, somos também
criadores, produtores de cultura. A criação de cultura, de um determinado modo de
viver não é algo simples e a complexidade não está apenas no processo que se constitui,
de um modo geral, em médio e longo prazo, mas nas condições criadas por um povo
para transmitir essa cultura às futuras gerações. Nesse aspecto, os gregos também nos
ensinaram muito, pois à rigor foram os povos gregos que iniciaram a preocupação em
sistematizar (organizar) a sua cultura e a sua história. Para muitos estudiosos foi
Herótodo “pai da história”, um dos primeiros historiadores e criador do estudo da
história como a conhecemos. Ele não foi o primeiro a narrar a história das guerras, dos
conflitos para as gerações seguintes, mas foi um dos primeiros a se preocupar com a
pesquisa, a fazer “historie” (investigação). Quando você, caro estudante, tá interessado
em saber algo sobre alguém, algum lugar ou alguma coisa, passa a pesquisar, a
investigar, não é mesmo? Quando assim procedemos estamos fazendo história tal como
o historiador ou historiadora faz. Evidente que há outros importantes ingredientes para
o ofício do historiador, porém, o mais importante é a sua compreensão de que o que
está escrito nos livros resulta de um grande trabalho de pesquisa de um historiador e tal
como Herótodo fez, nós brasileiros fazemos como também fazem os demais povos que
se preocupam em garantir para gerações que estão por vir o que a humanidade criou,
inventou e realizou no seu tempo.
Aula 3: A cultura grega na formação do Mundo Ocidental
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http://1.bp.histdept.com/-yA5AAKmK2yo/TkWuMs3Pr8I/AAAAAAAABWc/0XftaQ96doY/s320/Herodoto.jpg
A cultura brasileira é muito influenciada por outras culturas que fazem parte do
mundo ocidental (lado oeste) do globo terrestre. E estas tem uma origem, uma fonte de
criação e formação. Grande parte dos historiadores entende que a cultura ocidental
teve como berço principal a Grécia antiga e por isso torna-se fundamental conhecer os
elementos que compõem a sua história e características da sua cultura que se tornaram
importantes referências para a história da humanidade.
Os gregos tinham muita curiosidade e interesse em compreender o mundo. E a
primeira maneira de interpretar e tentar explicar o mundo e os seus fenômenos foram a
mitologia. Os mitos ajudavam os gregos a fundamentar as suas crenças, história e
também a sua religião. Eles eram politeístas, acreditavam em vários deuses. Cada deus
tinha características específicas e bastante humanizadas, os deuses tinham
características físicas e emocionais humanas como a raiva, se vingavam, tinham filhos
com mortais criando os semideuses na mitologia como “Hércules”. Há diversas histórias
ou mitos que explicam a relação dos deuses com os mortais. Podemos entender que a
mitologia grega ajudava na própria identidade social grega, no conhecimento que eles
tinham sobre a humanidade à época e sobre as suas criações e distinções culturais entre
as cidades-estados.
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Teatro grego
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/aul
as/3850/imagens/teatrogrego.jpg
Coro Grego
http://www.turismogrecia.info/images/guides/guias/grecia-
antiga/teatro-na-grecia-antiga/teatro-grecia-antiga-01.jpg
Outro importante elemento da cultura grega que constitui a cultura ocidental foi
o teatro. O teatro era uma forma diferente, divertida de contar as suas histórias, fazer
crítica de sua política, de seus governantes. Muito da nossa humanidade: nossas
memórias, comédias e dramas nasceram no teatro grego. As artes cênicas atuais são
herdeiras dessa variante cultural grega. Uma característica interessante e específica do
teatro grego era o coro que funcionava com diversas funções nas peças como uma
espécie de consciência coletiva dando conselhos ou expressando opiniões, um
personagem da peça, apontando questões políticas ou ainda promovendo críticas de
ordem social e moral. Na tragédia clássica, existe uma de ligação importante entre o
drama e o coro. De fato, crê-se que a tragédia tenha surgido em virtude das atuações
ora líricas ora religiosas de um coro composto por dançarinos mascarados que
cantavam. O coro no teatro trágico grego era formado por um grupo de atores que se
mantinham afastados da ação principal da peça, dispondo-se em retângulo, tendo por
função exclusiva comentar os acontecimentos dramáticos, como atestam as peças de
Sófocles e Ésquilo.
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http://forumsocialurbano.files.wordpress.com/2010/03/logo_rio_20161.jpg
A cidade do Rio de Janeiro vai sediar a primeira olimpíada no continente Sul
Americano em 2016. As “Olimpíadas” e a ideia de usar o esporte para promover
convivência pacífica (paz olímpica) entre os povos foi também uma invenção grega.
Como as olimpíadas eram de caráter político, religioso (homenagem aos deuses) e
esportivo, durante os jogos eram proibidas as guerras e conflitos. A trégua era para
garantir a segurança dos atletas que transitavam nas cidades-estados. A realização
também era de quatro em quatro anos e os jogos, os esportes e as modalidades não
eram como as de hoje, porém, o ritual da tocha olímpica é até hoje em dia uma prova
clara de que nossa humanidade atual tem grande relação com os povos gregos.
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01 - Qual das alternativas abaixo aponta uma importante característica da cultura na
Grécia Antiga?
a) As artes plásticas na Grécia Antiga não apresentou grande valor artístico, pois
as esculturas e pinturas não eram realistas.
b) A arquitetura grega foi a principal manifestação cultural da Grécia Antiga, pois
recebeu muita influência dos egípcios e mesopotâmicos.
c) O teatro foi uma importante manifestação cultural na Grécia Antiga. Nos
anfiteatros, os atores gregos representavam comédias e dramas.
d) No campo cultural, os gregos se dedicaram quase que exclusivamente às
danças e festas musicais.
Gabarito: C – o teatro representava grande autenticidade e crítica aos costumes e
valores morais da Grécia antiga.
02 - Sobre a religião grega é falso afirmar que:
a) Os gregos antigos eram monoteístas, ou seja, acreditavam na existência de
apenas um deus.
b) Os gregos antigos eram politeístas, ou seja, acreditavam na existência de vários
deuses.
c) Os gregos antigos faziam consultas aos deuses no oráculo de Delfos.
d) Em homenagem aos deuses, principalmente a Zeus (deus dos deuses), os
gregos criaram os Jogos Olímpicos.
Gabarito: A – Os gregos eram politeístas (crença em vários deuses) e estes tinham
características humanizadas.
Atividades Comentadas 3
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1- Leia o trecho a seguir.
"Os deuses, quaisquer que tenham sido as suas origens longínquas, nada mais são do que seres humanos, maiores, mais fortes, mais belos, eternamente jovens; adquiriram não só a forma humana, mas também os sentimentos, as paixões, os defeitos e até os vícios dos homens; o mundo divino apresenta, portanto, uma imagem engrandecida, mas não depurada, da humanidade."
Fonte: A. Jardé, A GRÉCIA ANTIGA E A VIDA GREGA, 1977.
De acordo com o texto,
A) os gregos adoravam mais os seres humanos que os seus próprios deuses.
B) os deuses gregos eram espécies de seres humanos divinizados e engrandecidos.
C) a diferença entre os humanos e os deuses gregos é que estes não possuíam defeitos.
D) os deuses gregos assemelhavam-se aos deuses egípcios, exceto pelas qualidades.
Gabarito: B – como está no nosso caderno, os deuses assumiam na mitologia características humanas, um espelho da sociedade grega à época.
2- Nossa constituição política não segue as leis de outras cidades, antes lhes serve de exemplo. Nosso governo se chama _____________________, porque a administração serve aos interesses da maioria e não de uma minoria. De acordo com nossas leis somos todos iguais no que se refere aos negócios privados. Quanto à participação na vida pública, porém, cada qual obtém a consideração de acordo com seus méritos e mais importante é o valor pessoal que a classe a que se pertence; isto quer dizer que ninguém sente o obstáculo de sua pobreza ou da condição social inferior quando seu valor o capacite a prestar serviços à cidade."
(Trechos de um discurso de Péricles. In: Rubim Santos Leão de Aquino e outros. História das sociedades: das comunidades primitivas às sociedades medievais. Rio de
Janeiro: Ao Livro Técnico. p. 201.)
A forma de governo que se expressa pelo que diz o texto anterior é:
A) Democracia.
B) Tirania.
Avaliação
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C) Oligarquia.
D) Ditadura.
Gabarito: A – Embora os gregos não tenham vivido plenamente (mulheres,
estrangeiros e escravos não eram considerados cidadãos) a democracia, foi uma
criação cultural. Até hoje tentamos praticá-la para melhor convivência na vida
coletiva ou em sociedade.
3- ”Governo de poucos, geralmente dos que eram donos das terras”.
a) IDENTIFIQUE qual o tipo de governo que existiu na Grécia Antiga caracterizado na
afirmativa.
Gabarito: Oligarquia. (“oligo”:pouco/ “arquia”: poder). Regime político onde poucos,
privilegiados participam das decisões políticas.
b) EXPLIQUE por que esse tipo de governo era privilégio dos que possuíam terras.
Gabarito: Porque a terra era um símbolo de muito poder e status. Quem tinha terra,
tinha poder, ou seja, a minoria.
4 – Da coesão temporária entre aristocratas e populares, provocada pela luta contra
um inimigo em comum, aproveitou-se o governante Clístenes para fazer a reforma
que implantou a Democracia em Atenas. A democracia surgiu:
a) Com o fim das disputas entre as facções políticas, formalizadas pela aliança entre a
elite e o povo.
b) A partir da ascensão de Clístenes ao poder, do partido popular, que aliado a ex-
escravos derrotou os aristocratas.
c) Para atender aos interesses políticos da nova elite, os mercadores, e preservar
certos privilégios da antiga aristocracia, como o latifúndio e a escravidão.
d) Como forma de promover maior desenvolvimento da cidade, equiparando-se
agricultura e comércio, baseados nos trabalhos dos thetas.
Gabarito: C – A democracia grega foi muito limitada, era praticada por uma minoria
privilegiada da sociedade grega.
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5) Qual o objetivo das alianças militares no contexto da chamada “Paz Olímpica”?
a) Exercitar o poder político e econômico entre as cidades-estados.
b) A abertura oficial para os combates entre Atenas e Esparta.
c) Garantir trégua e segurança entre os atletas nas olimpíadas.
d) Serviu como estopim para o início da Guerra do Peloponeso.
Resposta: C – importante cultura de paz temporária entre as cidades-estados
durante os jogos olímpicos para a mobilidade dos atletas entre as cidades.
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Moçada ligada na história, um dos assuntos tratados nesse caderno foi a
questão das olimpíadas e a cidadania gregas. Será que as olimpíadas na cidade do Rio
de Janeiro vão promover melhorias para os cidadãos cariocas? Ou apenas poucos
privilegiados ficarão com os legados (herança) do que se pretende mudar para a
realização dos jogos olímpicos no Rio? Nos grandes centros urbanos, as pessoas não
estão tão satisfeitas com a mobilidade urbana (transporte) como ficou evidente nas
passeatas contra o aumento de R$0,20 centavos na passagem dos ônibus em junho de
2013. Ajude-nos a completar esse caderno fazendo uma pesquisa sobre a questão da
cidadania no meio urbano nos dias de hoje e as melhorias prometidas pelos nossos
governantes em função dos jogos olímpicos. Procure saber sobre outras cidades que já
sediaram olimpíadas como Barcelona na Espanha ou Atenas na própria Grécia. Essas
cidades, por exemplo, ganharam ou perderam com os jogos olímpicos? Foi um bom
investimento? Uma dica: Você pode pesquisar pela internet, conversar com seus
familiares e professores sobre a questão da mobilidade urbana e as olimpíadas. Faça
sua escolha e mãos à obra!
Pessoal
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Pesquisa
24
[1] FINLEY, Moses. Democracia Antiga e Moderna. Rio de Janeiro: Graal, 1988.
[2] FLORENZANO, Maria Beatriz. Nascer, viver e morrer na Grécia antiga. São Paulo:
Atual, 2000.
[3] FILHO, Daniel Aarão Reis (Org). O Século XX: o tempo das crises. Rio de janeiro:
Civilização Brasileira, 2008.
[4] HOBSBAWM, Eric. A Era dos Extremos: o breve século XX. São Paulo: Companhia
das Letras, 1995.
Referências
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COORDENADORES DO PROJETO
Diretoria de Articulação Curricular
Adriana Tavares Maurício Lessa
Coordenação de Áreas do Conhecimento
Bianca Neuberger Leda Raquel Costa da Silva Nascimento
Fabiano Farias de Souza Peterson Soares da Silva
Marília Silva
PROFESSORES ELABORADORES
Daniel de Oliveira Gomes Danielle Cristina Barreto
Erica Patricia Di Carlantonio Teixeira Renata Figueiredo Moraes
Sabrina Machado Campos
Equipe de Elaboração
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