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ARBITRAGEMNOÇÕES GERAIS
Escola Superior de Advocacia – ESAD
Ordem dos Advogados do Brasil – Ba.
Hilda Ledoux Vargas
HOBBES E O PACTO SOCIAL
O pacto social é fonte e origem da Justiça = “Justo, é o cumprimento do pacto. Injusto é seu descumprimento”.
Terceiro (mais forte) impõe a solução ao litígio. Estado dos Juízes = sufoco da vingança Monopólio da violência pelo Estado = monopólio da
violência legítima. Enfraquecimento do Estado = crise de jurisdição. Tempo/ destempo, Direito e Justiça
ARBITRAGEM
Conceito Mediação ≠ Arbitragem
ASPECTOS POLÊMICOS:
1. Renúncia à Jurisdição estatal
2. Irrecorribilidade das decisões arbitrais
3. Aceitação e importância da Arbitragem
ARBITRAGEMCARACTERÍSTICAS
Características:
Ampla liberdade de contratação – autonomia da vontade
Celeridade
Pragmatismo
“Informalidade”
Economia processual
Sigilosidade
Eficácia
HISTÓRICO
Solução de litígios – fases:
Primeira fase = Primeiras sociedades = vingança privada = autotutela
Segunda fase = Autocomposição Terceira fase = Poder central (Estado) = ius
punitionis
SOLUÇÃO DE LITÍGIOS NA ANTIGUIDADE
Litígios resolvidos pela força física Não havia declaração determinando a quem
pertencia o Direito Tratado de Paz entre Esparta e Atenas – 445
a.C. Grécia Antiga = mitologia Cidades – Estados = sim ou não = epieiquia Ordálias
DIREITO ROMANO NAS ÉPOCAS PRÉ-CLÁSSICAS E CLÁSSICA
Ordo iudiciorum privatorum = O Estado
Romano não interferia no tratamento dos
litígios, pelos particulares.
Arbites in causa bonae fidei
Estado = cognitio extra ordinem
HISTÓRICO
Séc. XV e XVI – formação de estados europeus monárquicos
1673 – Ordonnance – litígios entre sócios Leibniz – 1677- proposta de tribunal arbitral
entre os países da Europa Definição das funções estatais = Poder
Judiciário como mecanismo clássico para solução de litígios
BREVE HISTÓRICO
Associações de comerciantes – Guildas – Corporações de Artes e Ofícios.
Revolução Francesa – 1789 – Surgimento do Estado Moderno
Constituição Francesa – arbitragem como forma de contrabalançar os abusos da justiça real
CPC Francês 1806 – aplicação com grandes formalidades
1876 – Bélgica adotou com seus traços característicos – disseminação na Europa e EUA
BREVE HISTÓRICO DA ARBITRAGEM NO BRASIL
PRIMEIRA CF – 1824
“Nas causas cíveis e nas penais civilmente intentadas, poderão as partes nomearem árbitros. Suas sentenças serão executadas sem recurso, se assim convencionarem as mesmas partes.”
(Fonte: CRETELLA NETO, Comentários à Lei de Arbitragem Brasileira, 2ª ed. Rio de Janeiro:Forense, 2007.)
BREVE HISTÓRICO DA ARBITRAGEM NO BRASIL
Arbitragem obrigatória:
1831 – contratos de seguros
1837 – contratos de locação CCom. 1850 – ampliação da obrigatoriedade para as questões
mercantis (entre sócios, locação empresarial, direito marítimo) Regulamento 737/1850 – arbitragem voluntária e necessária. Lei 1.350 de 1866 – revogou a forma obrigatória Decreto n. 3.900 de 1867 – regulamentou a arbitragem
comercial e estipulou que a cláusula arbitral sobre litígios futuros somente tinha valor de promessa
BREVE HISTÓRICO DA ARBITRAGEM NO BRASIL
CC 1916 - Previsão da arbitragem facultativa
Art. 1.037.“As pessoas capazes de contratar poderão, em qualquer tempo, louvar-se mediante compromisso escrito, em árbitros, que lhes resolvam as pendências judiciais e extrajudiciais.”
Art. 1.041.“Os árbitros são juízes de direito e de fato, não sendo sujeito o seu julgamento a alçada de recurso, exceto se o contrário convencionarem as partes.”
BREVE HISTÓRICO DA ARBITRAGEM NO BRASIL
CF 1934 – arbitragem comercial
CF 1946
CF 1967 menção apenas à via judicial
CF 1969
CF 1988
BREVE HISTÓRICO DA ARBITRAGEM NO BRASIL
STF – decisões de 13.06.1969 e de 14.11.1973 – admitiu que o próprio Estado poderia submeter-se à decisão de um tribunal arbitral
CPC 1973 – dedicou Capítulo ao Juízo Arbitral
1981 – primeiro anteprojeto de lei sobre Arbitragem – Ministério da Desburocratização
1988 – segundo anteprojeto – Ministério da Justiça
1991 – Operação Arbiter
Lei 9.037/96
ARBITRAGEM
Tipos:
Ad hoc X institucionalizada
Voluntária X obrigatória
Equitativa X de Direito
Nacional X internacional
ARBITRAGEM Órgãos Arbitrais Institucionais e entidades
especializadas
1. Entidades com atuação internacional:
CCI – Corte Internacional de Arbitragem da Câmara de Comércio Internacional (1919 - Paris) Comitê Brasileiro no R.J.
American Arbitration Association – AAA
London Court Internacional Arbitration
Internacional Commercial Arbitration Court (Rússia)
Consejo de Cámaras de Comercio del Mercosur
ARBITRAGEM
2. Entidades com atuação no Brasil:
CONIMA (1997)
INAMA
IMAB
3. Entidades com atuação na Bahia:
Câmara de Conciliação e Arbitragem da Associação Comercial da Bahia;
Conselho Arbitral da Bahia (CAB)
ARBITRAGEM
4. Órgãos Arbitrais Institucionais:
1ª Corte de Conciliação e Arbitragem Comercial, Industrial, Agropecuária, Cooperativista e Serviços (Protocolo entre TJ/GO, Associação Comercial e Industrial do Estado de Goiás (ACIEG) e a OAB/GO)
Mais 8 Cortes de Arbitragem em Goiás, segmentadas por áreas: Caldas Novas, Anápolis, Catalão, Porangatu, Rio Verde, Niquelândia, Itumbiara e Jataí.
ARBITRAGEM
Natureza Jurídica e Constitucionalidade da Lei
Tese Contratualista X tese jurisdicional (publicista)
Árbitros exercem jurisdição ?
Os tribunais arbitrais são órgãos jurisdicionais ?
A Lei da Arbitragem é constitucional ?
O instituto da arbitragem pertence ao campo do Direito Processual ou Material ?
INDICAÇÃO DE LEITURA
BULOS, Uadi Lamego. Lei da Arbitragem Comentada, São Paulo, 1997.
CACHAPUZ, Rozane da Rosa. Arbitragem. São Paulo. LED – Editora de Direito
Ltda., 2000
CAETANO, Luiz Antunes. Arbitragem e Mediação – editora Atlas.
CARMONA, Carlos Alberto. Arbitragem e Processo: um comentário à Lei nº
9.307/96. 2ª ed. Rev., atual., ampl. São Paulo: Atlas, 2004.
CRETELLA NETO, José. Curso de Arbitragem. São Paulo: Forense, 2004.
CRETELLA NETO, José. Comentários à lei de Arbitragem Brasileira, 2ª ed. São
Paulo: Forense, 2007.
GRACIE, Ellen. A importância da Arbitragem. In: Revista de Arbitragem e
Mediação, ano 4, v. 12 : RT, jan-mar 2007.
INDICAÇÃO DE LEITURA
IRINEU, Strenger. Comentários à Lei Brasileira de Arbitragem.São Paulo, LTR,
1998.
KROENTZ, Tarcísio Araújo. Arbitragem, Conceito e Pressupostos de validade de
acordo com a Lei 9.307/96
MARTINS, Pedro Batista. Aspectos Fundamentais da Lei de Arbitragem, São
Paulo, Forense, 1999.
MEDINA, Eduardo Borges de Mattos. Meios alternativos de solução de conflitos:
o cidadão na administração da Justiça. Porto Alegre: Sérgio Antonio Fabris
Editor, 2004.
PUCCI, Adriana Noemi. Aspectos Atuais da Arbitragem, São Paulo, Forense, 2001
SANTOS, Paulo de Tarso. Arbitragem e Poder Judiciário, São Paulo, LTR, 1999
VALE, Luiz Fernando do. Arbitragem, São Paulo, Editora Quântica Latim, 2003
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