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Aspectos do
Novo ICMS
Fernando C. MaiaDIRETOR TÉCNICO E REGULATÓRIO DA
ABRADEE
NOVO ICMS
Proposta de Reforma Tributária – PEC 233
Objetivos Principais da Proposta, segundo a Exposição de Motivos no 16/MF:
• simplificar o sistema tributário nacional,
• avançar no processo de desoneração tributária e
• eliminar distorções que prejudicam o crescimento da economia
brasileira e a competitividade de nossas empresas, principalmente
no que diz respeito à chamada “guerra fiscal” entre os Estados.
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NOVO ICMS
Exposição de Motivos 16/MF
Problemas com o ICMS atual, de acordo com a EM 16/MF:
• Grande complexidade da legislação: cada um dos Estados mantém a sua própria regulamentação, formando um complexo de 27 (vinte e sete) diferentes legislações a serem observadas pelos contribuintes.
• Agrava esse cenário a grande diversidade de alíquotas e de benefícios fiscais, o que caracteriza o quadro denominado de “guerra fiscal”.
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NOVO ICMS
27 legislações estaduais
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Consumo Industrial > 1.000 kWh/mês
25%
17%
25%
17%
13%
27%
21%
25%
29%
17%18%
17%
30%
25% 25% 25% 25%
27%
30%
17% 17% 17% 17%
25%
17%18%
25%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
AC AL AM AP BA CE DF ES GO MA MG MS MT PA PB PE PI PR RJ RN RO RR RS SC SE SP TO
Alíq
uota
s N
omin
ais
(%)
NOVO ICMS
Alíquota ICMS – Baixa Renda – 80 kWh/mês
ALÍQUOTAS
30 %
25 %
20 %
19 %
17 %
12 %
isento
NOVO ICMS
Efeitos sobre o Setor Elétrico
Além dos problemas com o ICMS atual, enumerados pela E.M. 16/MF, destacamos:
• Base de cálculo: • Contratos de disponibilidade
• falta de transparência: “cálculo por dentro”.• incidência de impostos sobre impostos;
• Seletividade
• Quebra do princípio da NÃO-CUMULATIVIDADE para a energia elétrica.
• Não incidência nas operações interestaduais.
• Não aproveitamento de crédito sobre bens de uso e consumo.
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NOVO ICMS 7
Base de cálculo do ICMS
NOVO ICMS
Base de cálculo do novo ICMS
A PEC 233 prevê que o novo ICMS incidirá sobre todos os serviços não incluídos na base do ISS:
“III - incidirá também sobre:
.....b) o valor total da operação ou prestação, quando as mercadorias forem fornecidas ou os serviços forem prestados de forma conexa, adicionada ou conjunta, com serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios;”
Esta medida tende a clarificar a incidência do ICMS sobre:- Demanda Contratada, - conexão e uso das redes de transmissão e de distribuição, - Parcela Fixa dos CCEAR por disponibilidade.
Resta saber se esses contratos podem ser classificados como serviços, uma vez que não há circulação de mercadoria.
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NOVO ICMS
Falta de Transparência: “Cálculo por dentro”
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R$ 1.000,00
Fatura de Energia Elétrica
Alíquota Nominal ICMS: 30%
Alíquota Nominal PIS/COFINS: 9,25%
Energia Elétrica
Alíquota Real ICMS: 49,38%
Alíquota Real PIS/COFINS: 15,22%
R$ 607,50
R$ 300,00
R$ 92,50 PIS/COFINS
ICMS
64,60%
NOVO ICMS
Falta de Isonomia do PIS/COFINS
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R$ 1.000,00
Fatura de Energia Elétrica
Alíquota Nominal ICMS: 20%
Alíquota Nominal PIS/COFINS: 9,25%
Energia Elétrica
Alíquota Real ICMS: 28,27%
Alíquota Real PIS/COFINS: 13,07%
R$ 707,50
R$ 200,00
R$ 92,50 PIS/COFINS
ICMS
41,34%
A depender da alíquota nominal do ICMS, a tributação real do PIS/COFINS varia de um Estado
para Outro.
NOVO ICMS 11
Seletividade
NOVO ICMS
Seletividade
A PEC 233 prevê a possibilidade de diferenciação por tipo e quantidade de consumo:
“IV - as alíquotas das mercadorias e serviços poderão ser diferenciadas em função de quantidade e de tipo de consumo;” (art. 155-A, §2o)(Estas alíquotas serão definidas pelo Senado ou pelo Confaz)
Esta seletividade é positiva pois:• permite que seja dada a isenção completa para os consumidores de baixa renda, independentemente da quantidade consumida, e• possibilita a fixação de uma alíquota mínima para uma quantidade básica de energia elétrica para cada unidade residencial ou rural (p.ex. os primeiros 100 kWh/mês)
O problema dessas propostas é que em alguns Estados haveria uma significativa redução da arrecadação uma vez que a imensa maioria dos consumidores residenciais ou são baixa renda ou apresentam baixo consumo.
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NOVO ICMS
ICMS sobre a subvenção de Baixa Renda
Para uma alíquota nominal de 15,5% o consumidor termina sendo onerado por uma alíquota equivalente a 27,5 % da sua conta líquida.
Em alguns Estados, o consumidor de baixa renda é obrigado a pagar o ICMS sobre o montante de subvenção recebida, resultando numa alíquota efetiva superior à dos demais consumidores:
R$ 22,69
Consumidor Residencial
65 kWh/mês
R$ 3,52
R$ 12,81
Consumidor Baixa Renda
65 kWh/mês
R$ 9,88
R$ 3,52
ICMS 15,5%
ICMS 27,5%
SUBVENÇÃO CDE
NOVO ICMS
Seletividade
No entanto, prevê também que lei estadual poderáaumentar alíquotas de determinadas mercadorias:
“V - a lei complementar definirá as mercadorias e serviços que poderão ter sua alíquota aumentada ou reduzida por lei estadual, bem como os limites e condições para essas alterações, não se aplicando nesse caso o disposto nos incisos I a III.” (art. 155-A, §2o)
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NOVO ICMS
Seletividade
Esta possibilidade se configura uma ameaça à tributação de energia elétrica, dado à existência de alíquotas máximas em alguns Estados.
A E.M. confirma que essa abertura visa a manutenção da arrecadação:
“Essa previsão resguarda um espaço de autonomia para os Estados terem gerência sobre o tamanho de suas receitas, preservando um poder de recomposição de arrecadação que será importante na transição do modelo, evitando a necessidade de se estabelecer as alíquotas pelo topo.”
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NOVO ICMS
Exclusividade
Outra ameaça reside na omissão do §3o do art. 155, que garante que além do ICMS, do II e do IR, nenhum outro imposto pode incidir sobre energia elétrica.
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso II do caput deste artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro imposto poderá incidir sobre operações relativas a energia elétrica, serviços de telecomunicações, derivados de petróleo, combustíveis e minerais do País.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
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NOVO ICMS 17
Não Cumulatividade
NOVO ICMS
Não cumulatividade – sem quebra da cadeia
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Preço: 100 $
ICMS: 25 $
ConsumidorDistribuidor
Gerador
Fornecedor
Preço: 80 $
ICMS: 20 $
Preço: 20 $
ICMS: 5 $
Recolhe 5 $
Rec.Liq. 15$
Recolhe 15 $
Rec.Liq. 45$
Recolhe 5 $
Rec.Liq. 15$
NOVO ICMS
A CF excepciona a energia elétrica no que tange à não-cumulatividade, fazendo com que a cadeia seja quebrada:
Art. 155 .....§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa àcirculação de mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal;
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes;
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
......
X - não incidirá:a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços
prestados a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica ;
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Não cumulatividade – quebra da cadeia
NOVO ICMS
Não cumulatividade – quebra da cadeia
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Preço: 106,67 $
ICMS: 26,67 $
ConsumidorDistribuidor
Gerador
Fornecedor
Preço: 65 $
ICMS: não incide
Preço: 20 $
ICMS: 5 $
Recolhe 5 $
Rec.Liq. 15 $
Recolhe 0 $
Crédito anulado: 5 $
Rec.Liq. 45 $
Recolhe 26,67 $
Rec.Liq. 15 $
A não incidência levou a uma elevação do preço final, neste exemplo, de 6,67%
NOVO ICMS
A PEC 233, no que diz respeito ao IVA-F, também quebra a cadeia, tornando o imposto cumulativo, mas pelo menos não excepcionaliza a energia elétrica:
§ 6o O imposto previsto no inciso VIII:I - será não-cumulativo, nos termos da lei;
II - relativamente a operações e prestações sujeitas a alíquota zero, isenção, não-incidência e imunidade, não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes, salvo determinação em contrário na lei;
III - incidirá nas importações, a qualquer título;
IV - não incidirá nas exportações, garantida a manutenção e o aproveitamento do impostocobrado nas operações e prestações anteriores;
V - integrará sua própria base de cálculo.
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Não cumulatividade – PEC 233
NOVO ICMS
Já no que tange ao novo ICMS, a proposta suprime a anulação do crédito das operações anteriores ...
§ 1o O imposto previsto neste artigo:
I - será não-cumulativo, nos termos da lei complementar;
II - relativamente a operações e prestações sujeitas a alíquota zero, isenção, não-incidência e imunidade, não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações seguintes, salvo determinação em contrário na lei complementar;
E não lista a energia elétrica nas não-incidências:IV - não incidirá sobre:
a) as exportações de mercadorias ou serviços, garantida a manutenção e o aproveitamento do imposto cobrado nas operações e prestações anteriores;
b) o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5o;
c) as prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e de sons e imagens de recepção livre e gratuita.
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Não cumulatividade – PEC 233
NOVO ICMS
Mas a excepcionaliza na questão da alíquota interestadual de 2%:§ 3o Relativamente a operações e prestações interestaduais, nos termos de leicomplementar:
I - o imposto pertencerá ao Estado de destino da mercadoria ou serviço, salvo em relação àparcela de que trata o inciso II;
II - a parcela do imposto equivalente à incidência de dois por cento sobre o valor da base de cálculo do imposto pertencerá ao Estado de origem da mercadoria ou serviço, salvo nos casos de:
a) .......;b) operações com petróleo, inclusive lubrificantes, combustíveis líquidos e gasosos dele
derivados, e energia elétrica , hipótese na qual o imposto pertencerá integralmente ao estado de destino;
Como não se trata mais de uma não-incidência, mas sim de destinação da parcela de 2%, talvez seja possível recuperar os créditos das operações anteriores e reduzir o custo da cadeia.
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Não cumulatividade – PEC 233
NOVO ICMS
Não cumulatividade – bens de uso e consumo
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No IVA-F são propostos avanços na direção da não-cumulatividade“Vale destacar que, na regulamentação do IVA-F, será possível desonerar
completamente os investimentos, através da concessão de crédito integral e imediato para a aquisição de bens destinados ao ativo permanente. Também serápossível assegurar a apropriação de créditos fiscais, atualmente obstados, relativo a bens e serviços que não são diretamente incorporados ao produto final –usualmente chamados de “bens de uso e consumo” –, eliminando assim mais uma importante fonte de cumulatividade remanescente nos tributos indiretos federais.
No entanto o mesmo não é observado na proposta do novo ICMS.
NOVO ICMS 25
CNI - Pontos estratégicos
NOVO ICMS
CNI - Pontos estratégicos
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Aperfeiçoar os critérios de apropriação de créditos tributários no IVA-F e no ICMS:
- aproximação da forma de apuração dos créditos tributários no IVA-F e no ICMS;
- utilização do conceito de crédito financeiro (imposto contra imposto);
- explicitação da utilização dos créditos sobre bens de uso e consumo;
- permissão para transferência de créditos para terceiros e garantia de utilização de créditos provenientes de operações sujeitas a alíquota zero, isenção, não-incidência e imunidade;
- definir a não-cumulatividade do IVA-F e do ICMS na Constituição Federal e não em lei ordinária e lei complementar, respectivamente.
NOVO ICMS
CNI - Pontos estratégicos
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Rejeitar a constitucionalização da cobrança do ICMS e do IVA-F “por dentro” (imposto integrando a sua própria base de cálculo)
Rejeitar a não-aplicação da noventena e do princípio da anterioridade ao ICMS, até dois anos após a entrada em vigor das suas novas regras.
Extinguir o ISS, que seria incorporado na base de incidência do ICMS, garantindo a sua não-cumulatividade.
Reduzir o prazo para implementação das novas regras para o ICMS e para a entrada em vigor do IVA-F.
Acelerar o cronograma de redução do prazo para utilização de créditos tributários provenientes da compra de bens de capital.
NOVO ICMS 28
Fernando MaiaDiretor Técnico e Regulatório da Abradee
Rio de Janeiro (Sede)Rua da Assembléia Nº 10Grupo 3201 - Ed. Cândido Mendes CEP 20011-901 Rio de Janeiro RJ BrasilTel 55 21 2531 2053 Fax 55 21 2531 2595abradee@abradee.org.brwww.abradee.org.br
BrasíliaSCN - Quadra 02 - Bloco D - Torre ASala 1101 - Edifício Liberty MallCEP 70712-903 Brasilia DF BrasilTel 55 61 326 1312Fax 55 61 315-9327abradee-df@abradee.org.br
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