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Curso Avançado de Direito Administrativo em Exercícios para a ESAF (área fiscal e de gestão)
Profº. Cyonil Borges – aula 00
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AULA 2 – ATOS ADMINISTRATIVOS (PARTE I)
SUMÁRIO PÁGINA
1. Questões em sequência 3 a 15
2. Gabarito organizado 17
3. Tira-teima – Questões comentadas 18 a 76
4. 2º Simulado 76 a 84
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Olá pessoal, tudo bem?
Para que ninguém esqueça: o aprendizado de Direito Administrativo deve ser lento, contudo permanente.
Tenho o costume de dizer: a definição da vaga em concursos públicos normalmente é feita a partir de quem se prepara melhor, adota a melhor e a mais efetiva estratégia.
É verdade, mesmo! Por exemplo: não adianta estudar feito como um louco (varrido) as disciplinas de Direito Tributário ou Constitucional ou
Contabilidade, por exemplo. Assim, se parássemos agora com todas as outras matérias para estudar tais disciplinas, ainda assim não conseguiríamos fechar todo o conteúdo programático com qualidade, com o agravante de
esqueceríamos a disciplina anterior.
E saibam que, nem sempre, nós professores, somos a solução para todos
os seus problemas, e, de fato, não somos, o número de problemas é maior do que a dedicação dos “teachears”. “Pra” que tenham ideia do que afirmo, depois de seis anos em sala de aula, tive meu “first” abaixo-assinado promovido por
seletos alunos de Floripa (rede LFG)! Putz! Abatido? Nem pensar! Não somos professores-estrela, ao contrário disso, erramos, e, por isso, devemos corrigir e
crescer (concursando-professor não desiste nunca!). Isso só fez reacender a necessidade de reavaliar meus conceitos enquanto professor, de tentar melhorar
sempre e sempre.
Espero que, ao longo de nossos encontros, aqui no curso estratégia, sejam sempre sinceros comigo (sempre!), em nome do respeito mútuo,
urbanidade e do mínimo de dignidade à pessoa humana (rsrs. Aqui forçou, hein! Rsrs. Minha queda para o Direito Constitucional, rsrs, rsrs...). Estarei sempre
aberto a críticas (que não sejam lacônicas, abstratas e não pontuais).
Se houver possibilidade de melhoria, avisem primeiro “pra” mim e não mandem para a diretoria do curso eventuais críticas (assim posso conservar o
leite das crianças, rsrs...). Vamos tentar resolver sempre entre nós. Prometo que farei o impossível para atendê-los a contento, sempre! (e-mail para dúvidas
e melhoramentos: cyonil@estrategiaconcursos.com.br)
No presente tópico, seguindo o conteúdo do edital, veremos a parte de atos administrativos, tema essencial para a adequada compreensão de outros
importantes tópicos.
De fato, quando falamos de licitação, de servidores, de serviços públicos,
tangenciamos sempre algumas das espécies de atos, tema bastante conceitual, diga-se de passagem.
Assim, pessoal, deem bastante atenção à matéria, ok?
Ah! Eu e o Sapão pensamos, por bem, dividir a aula em duas partes! A última aula, a de princípios, ficou bem grandinha, e isso pode causar pavor, né?
Logo que o “pavor” seja em doses homeopáticas. A parte II será postada até sábado.
Forte abraço a todos,
Cyonil Borges.
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Questões em Sequencia
1) (2006/Esaf - CGU - AFC Auditoria e Fiscalização) No conceito
de ato administrativo, arrolado pelos juristas pátrios, são assinaladas diversas características. Aponte, no rol abaixo, aquela
que não se enquadra no referido conceito.
a) Provém do Estado ou de quem esteja investido em prerrogativas
estatais.
b) É exercido no uso de prerrogativas públicas, sob regência do Direito
Público.
c) Trata-se de declaração jurídica unilateral, mediante manifestação que
produz efeitos de direito.
d) Consiste em providências jurídicas complementares da lei, em caráter
necessariamente vinculado.
e) Sujeita-se a exame de legitimidade por órgão jurisdicional, por não apresentar caráter de definitividade.
2) (2008/FGV – TCM/PA - Auditor) O silêncio da Administração em atender a requerimento formulado constitui um ato:
a) constitutivo.
b) declaratório.
c) ordinatório.
d) desconstitutivo.
e) enunciativo.
3) (2010/ESAF – CVM – Agente Executivo) Assinale a assertiva
que não pode ser caracterizada como ato administrativo.
a) Semáforo na cor vermelha.
b) Queda de uma ponte.
c) Emissão de Guia de Recolhimento da União eletrônica.
d) Protocolo de documento recebido em órgão público.
e) Instrução Normativa da Secretaria de Patrimônio da União.
4) (2004/MRE - Oficial de Chancelaria) Assinale entre as opções
abaixo aquela que se classifica como um fato administrativo.
a) Edital de licitação.
b) Contrato de concessão de serviço público.
c) Morte de servidor público.
d) Parecer de consultor jurídico de órgão público.
e) Ato de poder de polícia administrativa de interdição de estabelecimento
comercial.
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5) (2003/Esaf - Auditor do Tribunal de Contas do Estado do
Paraná) Assinale no rol abaixo a relação jurídica que não pode ser classificada, em sentido estrito, como ato administrativo.
a) Decreto que declara determinado imóvel de utilidade pública para fins
de desapropriação.
b) Portaria da autoridade municipal que interdita estabelecimento
comercial por motivo de saúde pública.
c) Termo de permissão de serviço público de transporte coletivo urbano,
decorrente de processo licitatório.
d) Ato de investidura de servidor público em cargo público de provimento
em comissão.
e) Alvará de funcionamento de estabelecimento esportivo, exarado por
solicitação do particular, após cumprir as exigências da legislação respectiva.
6) (2004/Esaf – Analista Processual – MPU) O estudo dos atos funcionais do Estado foi desenvolvido, entre nós, por Miguel
Seabra Fagundes. Pela sua doutrina, os atos funcionais podem classificar-se sob o critério formal e material. Assinale, entre os
atos legislativos abaixo, aquele que se classifica, materialmente,
como ato administrativo, decorrente de função administrativa do Estado.
a) Medida provisória sobre política salarial.
b) Código Civil.
c) Lei municipal sobre zoneamento urbano.
d) Lei orçamentária estadual.
e) Emenda à Constituição Federal, alterando a ordem tributária.
ELEMENTOS OU REQUISITOS OU PRESSUPOSTOS
7) (2006/Esaf - IRB Brasil Resseguros – Advogado) Assinale a
opção que veicula, concomitantemente, elementos do ato administrativo e do ato jurídico lato sensu:
a) agente/motivo/objeto
b) motivo/finalidade/forma
c) motivo/objeto/forma
d) finalidade/agente/objeto
e) agente/forma/objeto
8) (2002/Esaf - Oficial de Chancelaria - MRE) Não são elementos
sempre essenciais à validade dos atos administrativos em geral, cuja preterição acarreta sua nulidade, os relativos à
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a) autoridade competente, objeto lícito e forma própria.
b) objeto lícito, forma própria e motivação.
c) forma própria, motivação e finalidade de interesse público.
d) motivação, objeto lícito, condição e termo (inicial e/ou final).
e) condição, termo e modo.
9) (2000/Esaf - Téc. da Rec. Federal) Os atos administrativos têm
como elementos essenciais de sua validade, entre outros,
a) agente capaz, termo e modo
b) motivação e finalidade de interesse público
c) discricionariedade na escolha do objeto e do seu destinatário
d) presunção de legalidade e autoexecutoriedade
e) prática por agente da Administração Pública direta ou indireta em geral
10) (2006/Esaf - ANEEL - Técnico Administrativo) Relativamente à vinculação e discricionariedade dos atos
administrativos, correlacione as colunas apontando como vinculado ou discricionário cada um dos elementos do ato
administrativo e assinale a opção correta.
(1) Vinculado
(2) Discricionário
( ) Competência.
( ) Forma.
( ) Motivo.
( ) Finalidade.
( ) Objeto.
a) 1 / 1 / 2 / 1 / 2
b) 2 / 2 / 1 / 1 / 2
c) 1 / 1 / 1 / 2 / 2
d) 2 / 2 / 2 / 1 / 1
e) 1 / 2 / 2 / 1 / 2
11) (1999/Assistente Jurídico/AGU) Com relação à competência
administrativa, não é correto afirmar:
a) é inderrogável, pela vontade da Administração.
b) pode ser distribuída por critérios territoriais e hierárquicos.
c) decorre necessariamente de lei.
d) pode ser objeto de delegação e/ou avocação, desde que não exclusiva.
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e) pode ser alterada por acordo entre a Administração e os administrados
interessados.
12) (2009/Esaf – AFRFB – Auditor) Quanto à competência para
a prática dos atos administrativos, assinale a assertiva incorreta.
a) Não se presume a competência administrativa para a prática de qualquer ato, necessária previsão normativa expressa.
b) Com o ato de delegação, a competência para a prática do ato administrativo deixa de pertencer à autoridade delegante em favor da
autoridade delegada.
c) A competência é, em regra, inderrogável e improrrogável.
d) Admite-se, excepcionalmente, a avocação e a delegação de competência administrativa pela autoridade superior competente, nos
limites definidos em lei.
e) A definição da competência decorre de critérios em razão da matéria,
da hierarquia e do lugar, entre outros.
13) (2006/Esaf - ENAP – Administrador) Um dos requisitos e/ou
elementos essenciais de validade dos atos administrativos, que constitui o seu necessário direcionamento a um fim de interesse
público, indicado expressa ou implicitamente na norma legal,
embasadora de sua realização, é
a) a competência.
b) a finalidade.
c) a forma.
d) o motivo.
e) o objeto.
14) (2000/Esaf - Técnico de Controle Interno/SFC) O requisito do ato administrativo que se vincula à noção de permanente e
necessária satisfação do interesse público é:
a) objeto
b) finalidade
c) competência
d) motivo
e) forma
15) (2000/Esaf - Esp. em Pol. Públicas e Gestão Governamental
– MPOG) O pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo denomina-se:
a) motivação
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b) objeto
c) finalidade
d) motivo
e) conveniência
16) (1998/Esaf – Téc. do Tesouro Nacional) Assinale o elemento considerado discricionário, no ato administrativo de exoneração
de servidor ocupante de cargo comissionado.
a) forma
b) finalidade
c) legalidade
d) sujeito
e) motivo
17) (2002/Esaf – MPOG) Quando a matéria, de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato administrativo é
materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido, estamos diante de vício quanto ao seguinte
elemento do ato administrativo:
a) forma
b) competência
c) motivo
d) objeto
e) finalidade
18) (2004/Esaf - IRB/Advogado) Quando se verifica que a
matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao
resultado obtido, temos vício do ato administrativo em relação ao seguinte elemento:
a) finalidade
b) objeto
c) forma
d) sujeito
e) motivo
19) (2007/CESPE/TCU/Técnico) A teoria dos motivos
determinantes cria para o administrador a necessária vinculação
entre os motivos invocados para a prática de um ato administrativo e a sua validade jurídica.
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20) (2009/Esaf – MF – ATA) Associe os elementos do ato
administrativo a seus conceitos, em linhas gerais. Ao final, assinale a opção correspondente.
1. Sujeito
2. Objeto ou conteúdo
3. Forma
4. Finalidade
5. Motivo
( ) É o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo.
( ) É o efeito jurídico imediato que o ato produz.
( ) É o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato.
( ) É aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato.
( ) É a exteriorização do ato e/ou as formalidades que devem ser
observadas durante o processo de sua formação.
a) 2, 4, 3, 1, 5
b) 2, 5, 1, 3, 4
c) 3, 1, 4, 2, 5
d) 5, 4, 2, 1, 3
e) 5, 2, 4, 1, 3
21) (2005/Esaf – AFRFB) Analise o seguinte ato administrativo:
O Governador do estado Y baixa Decreto declarando um imóvel urbano de utilidade pública, para fins de desapropriação, para a construção de uma
cadeia pública, por necessidade de vagas no sistema prisional.
Identifique os elementos desse ato, correlacionando as duas colunas:
1- Governador do Estado
2- Interesse Público
3- Decreto
4- Necessidade de vagas no sistema prisional
5- Declaração de utilidade pública
( ) finalidade
( ) forma
( ) motivo
( ) objeto
( ) competência
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a) 4/3/5/2/1
b) 4/3/2/5/1
c) 2/3/4/5/1
d) 5/3/2/4/1
e) 2/3/5/4/1
22) (2002/Esaf - Fiscal de Tributos Estaduais – PA) Analise o
seguinte ato administrativo:
O Prefeito Municipal de São Tomé baixa Decreto declarando um imóvel
urbano de utilidade pública, para fins de desapropriação, para a construção de uma escola pública, por necessidade de vagas na rede
municipal de ensino.
Identifique os elementos desse ato, correlacionando as duas colunas e
assinale a opção correspondente.
1 - Prefeito Municipal
2 - Decreto
3 - Interesse Público
4 - Necessidade de vagas na rede
pública
5 - Declaração de utilidade pública
( ) finalidade
( ) objeto
( ) motivo
( ) forma
( )
competência
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a) 3 / 5 / 4 / 2 / 1
b) 4 / 1 / 3 / 2 / 5
c) 4 / 3 / 5 / 1 / 2
d) 5 / 4 / 3 / 2 / 1
e) 3 / 4 / 5 / 2 / 1
23) (2010/ESAF – CVM – Analista – outras áreas) Sobre os
elementos do ato administrativo, assinale a opção correta.
a) O objeto do ato administrativo, além de não poder contrariar a lei,
deve ter com ela (a lei) relação de subsunção.
b) Objeto, forma e motivação são elementos do ato administrativo.
c) A forma do ato administrativo sempre está prescrita em lei.
d) Objeto e conteúdo são dois elementos distintos do ato
administrativo.
e) Não há elementos vinculados no ato administrativo discricionário.
24) (2004/Esaf – CGU – Analista) Entre os elementos sempre essenciais à validade dos atos administrativos em
geral, cuja preterição acarreta a sua nulidade, o caso específico de uma autoridade haver revogado certa
autorização anteriormente dada, sob a alegação, nesse ato
revogatório não declinada, de versar matéria não vedada em lei, mas estar afeta a outro setor da Administração,
caracteriza vício de
a) competência
b) forma
c) finalidade
d) motivo
e) objeto
ATRIBUTOS OU CARACTERÍSTICAS
25) (2005/Esaf – Auditor-Fiscal da Receita Estadual - AFRE - MG) Relativamente aos atributos dos atos administrativos,
assinale a opção correta.
a) Há atos administrativos para os quais a presunção de legitimidade
(ou legalidade) é absoluta, ou seja, por terem sido produzidos na órbita da Administração Pública, não admitem a alegação, por
eventuais interessados, quanto à ilegalidade de tais atos.
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b) A presunção de legitimidade não está presente em todos os atos
administrativos, o que fundamenta a possibilidade de seu desfazimento pelo Poder Judiciário.
c) Não se pode dizer que a imperatividade seja elemento de distinção
entre os atos administrativos e os atos praticados por particulares, eis que estes últimos também podem, em alguns casos, apresentar
tal atributo (por exemplo, quando defendem o direito de propriedade).
d) O ato administrativo nem sempre apresenta o atributo da imperatividade, ainda que o fim visado pela Administração deva ser
sempre o interesse público.
e) O ato administrativo que tenha autoexecutoriedade não pode ser
objeto de exame pelo Poder Judiciário, em momento posterior, pois já
produziu todos os seus efeitos.
26) (2008/ESAF – Processo Simplificado) São características dos atos administrativos, exceto:
a) executoriedade.
b) presunção de legitimidade.
c) discricionariedade.
d) exigibilidade.
e) imperatividade.
27) (2004/Esaf – ANEEL – Técnico Administrativo) Os atos
administrativos não são dotados do atributo de
a) autoexecutoriedade.
b) imperatividade.
c) irrevogabilidade.
d) presunção de legitimidade.
e) presunção de verdade.
28) (1998/Esaf - Adv. Geral da União) O ato administrativo,
a que falte um dos elementos essenciais de validade,
(a) é considerado inexistente, independente de qualquer decisão
administrativa ou judicial
(b) goza da presunção de legalidade, até decisão em contrário
(c) deve por isso ser revogado pela própria Administração
(d) só pode ser anulado por decisão judicial
(e) não pode ser anulado pela própria Administração
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29) (1999/Esaf - Contador de Niterói) A presunção de
veracidade e legitimidade dos atos administrativos acarreta
A. que apenas o Judiciário, após produção de prova em contrário,
poderá decretar a invalidade do ato administrativo
B. a celeridade no cumprimento das leis
C. que, nem com a produção de prova em contrário, poderá ser
decretada a invalidade do ato administrativo
D. que não poderão ser questionados os aspectos legais do ato
administrativo
E. a impessoalidade e a informalidade dos procedimentos
administrativos
30) (2000/Esaf - Esp. em Pol. Públicas e Gestão
Governamental – MPOG) No âmbito do regime jurídico-administrativo, a presunção de legitimidade dos atos da
Administração Pública não se caracteriza por
a) classificar-se como presunção absoluta
b) admitir a execução imediata da decisão administrativa
c) ter o efeito de inverter o ônus da prova
d) criar obrigações para o particular, independentemente de sua
aquiescência
e) admitir prova em contrário
31) (2003/Esaf - Contador Prefeitura do Recife) A inversão do ônus da prova, característica do direito administrativo,
relaciona-se com o seguinte atributo do ato administrativo:
a) imperatividade
b) autoexecutoriedade
c) presunção de legitimidade
d) exigibilidade
e) coercibilidade
32) (2010/Esaf – SEFAZ/RJ – Agente de Trabalhos de Engenharia) Um servidor público edita um ato administrativo,
o qual, não havendo condição suspensiva, opera efeitos desde já. Particular, posteriormente, pode contestar sua validade,
sustentando que o ato padece de vício de legalidade, devendo,
contudo, provar sua alegação. Assinale o item que contém o atributo do ato administrativo que ocasiona a transferência do
ônus da prova da invalidade do referido ato para quem a invoca.
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a) Imperatividade
b) Poder regulamentar
c) Presunção de legitimidade
d) Autoexecutoriedade
e) Exigibilidade
33) (2010/ESAF – CVM – Agente Executivo) O atributo do
ato administrativo que tem por consequência a inversão do ônus da prova, em favor da Administração, no que diz respeito
à existência de vício no ato administrativo, denomina-se:
a) imperatividade.
b) autoexecutoriedade.
c) exequibilidade.
d) tipicidade.
e) presunção de legitimidade.
34) (2002/Esaf - Oficial de Chancelaria - MRE) O atributo do ato administrativo, que impõe a coercitibilidade para o seu
cumprimento ou execução, enquanto não for retirado do mundo jurídico por anulação ou revogação, é o da
a) autoexecutoriedade
b) indisponibilidade
c) imperatividade
d) presunção de legalidade
e) presunção de veracidade
35) (2004/Esaf – MRE – Oficial de Chancelaria) A prerrogativa do poder público em editar atos que vão além da
esfera jurídica do emitente, o denominado poder extroverso, ampara o seguinte atributo do ato administrativo:
a) imperatividade.
b) presunção de legitimidade.
c) autoexecutoriedade.
d) exigibilidade.
e) coercibilidade.
36) (2003/Esaf – AFRF) O denominado poder extroverso do
Estado ampara o seguinte atributo do ato administrativo:
a) imperatividade.
b) presunção de legitimidade.
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c) exigibilidade.
d) tipicidade.
e) executoriedade.
37) (2001/Esaf - SERPRO) Os atos administrativos, regidos
que são pelas normas de direito público, gozam da presunção de legalidade e do atributo de autoexecutoriedade, podendo
ser como tais praticados por autoridade competente de órgão e autarquia.
a) Correta a assertiva.
b) Incorreta a assertiva, porque tais atos só são praticados por
autoridade de órgão e não de autarquia.
c) Incorreta a assertiva, porque podem ser praticados por qualquer
autoridade de órgão ou entidade.
d) Incorreta a assertiva, porque tais atos não gozam da presunção de
legalidade.
e) Incorreta a assertiva, porque tais atos não são dotados do atributo
de autoexecutoriedade.
38) (2006/Esaf - IRB Brasil Resseguros - Analista-Adm.
Financeira) Assinale a opção que contempla exemplo de ato
administrativo desprovido de executoriedade.
a) Apreensão de mercadoria.
b) Interdição de estabelecimento.
c) Cassação de licença para conduzir veículo.
d) Demolição de edifício em situação de risco.
e) Cobrança de multa administrativa.
39) (2000/Esaf - Comissão de Valores Mobiliários) O ato administrativo, em sentido próprio, que goza da presunção de
legalidade e tem o atributo da autoexecutoriedade, é aquele praticado por:
a) autoridade dirigente de órgãos e entidades da Administração Pública.
b) autoridade competente de órgão público.
c) qualquer autoridade da Administração Direta ou Indireta.
d) qualquer agente da Administração Direta ou Indireta.
e) autoridade competente ou dirigente de órgãos e entidades da Administração Pública, de suas subsidiárias, sociedades controladas e
concessionárias de serviços públicos.
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40) (2006/FCC – PMJAB/PROCURADOR) Em relação aos
atributos dos atos administrativos, é correto afirmar:
a) O princípio da presunção de legitimidade resulta na certeza da
adequação do ato administrativo face ao ordenamento jurídico.
b) A execução dos atos administrativos, em regra, depende da prévia autorização do Poder Judiciário.
c) A tipicidade dos atos administrativos é decorrência lógica do princípio da autonomia da vontade.
d) A imperatividade e a autoexecutoriedade são expressões sinônimas de igual significado no atinente aos atributos dos atos
administrativos.
e) Ante o atributo da imperatividade, os atos administrativos
impõem-se sobre terceiros, independentemente da sua concordância.
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MARQUE AS SUAS RESPOSTAS
1 A B C D E 23 A B C D E
2 A B C D E 24 A B C D E
3 A B C D E 25 A B C D E
4 A B C D E 26 A B C D E
5 A B C D E 27 A B C D E
6 A B C D E 28 A B C D E
7 A B C D E 29 A B C D E
8 A B C D E 30 A B C D E
9 A B C D E 31 A B C D E
10 A B C D E 32 A B C D E
11 A B C D E 33 A B C D E
12 A B C D E 34 A B C D E
13 A B C D E 35 A B C D E
14 A B C D E 36 A B C D E
15 A B C D E 37 A B C D E
16 A B C D E 38 A B C D E
17 A B C D E 39 A B C D E
18 A B C D E 40 A B C D E
19 A B C D E
20 A B C D E
21 A B C D E
22 A B C D E
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Gabarito Organizado
1) D.
2) B.
3) B.
4) C.
5) C.
6) D.
7) E.
8) E.
9) E.
10) A.
11) E.
12) B.
13) B.
14) B.
15) D.
16) E.
17) B.
18) E.
19) CERTO
20) E.
21) C.
22) A.
23) A.
24) D.
25) D.
26) C.
27) C.
28) B.
29) B.
30) A.
31) C.
32) C.
33) E.
34) C.
35) A.
36) A.
37) A
38) E.
39) B.
40) E.
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Questões Comentadas
1. (2006/Esaf - CGU - AFC Auditoria e Fiscalização) No conceito de ato administrativo, arrolado pelos juristas pátrios, são
assinaladas diversas características. Aponte, no rol abaixo, aquela que não se enquadra no referido conceito.
a) Provém do Estado ou de quem esteja investido em prerrogativas estatais.
b) É exercido no uso de prerrogativas públicas, sob regência do Direito Público.
c) Trata-se de declaração jurídica unilateral, mediante manifestação que produz efeitos de direito.
d) Consiste em providências jurídicas complementares da lei, em caráter necessariamente vinculado.
e) Sujeita-se a exame de legitimidade por órgão jurisdicional, por não apresentar caráter de definitividade.
Comentários:
Questão abre-alas, servindo-nos, “de cara”, para registrar a importância do tema atos administrativos.
O Direito é belo, porém, inexato, de tal forma que os conceitos são sempre bem variados e, por vezes, distintos entre si, não sendo diferente
relativamente aos atos administrativos.
O conceito de ato administrativo é dado de diversas maneiras pelos
doutrinadores nacionais. Para esclarecer, vamos nos socorrer aos ensinamentos de Maria Sylvia Di Pietro, para quem ato administrativo é:
A declaração unilateral do Estado ou de quem o represente que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob o regime jurídico de Direito Público e sujeita a controle pelo Poder
Judiciário.
Agora, explorar um pouco mais o conceito, no entanto, uma apresentação “isolada”, por compartimentos, para que o conteúdo seja assimilado com
mais naturalidade.
I) O ATO ADMINISTRATIVO É UMA DECLARAÇÃO: por este trecho, o ato administrativo pode ser visto como uma exteriorização de vontade
advinda de alguém, que será o agente público a quem a ordem jurídica (normas) entrega a competência para a prática.
De fato, per si, o Estado não faz nada, dado que é um ser abstrato. São necessários os agentes para a materialização da atuação estatal. Em
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razão desse trecho, destacamos também que o ato administrativo pode ser visto como uma MANIFESTAÇÃO de vontade. Assim, a ausência
desta (a não exteriorização da vontade), como o silêncio
administrativo, não pode ser considerada como ato administrativo, ainda que, em algumas hipóteses possa produzir
efeitos jurídicos. Em síntese: o silêncio não é ato, é fato, porém, pode produzir efeitos no Direito Administrativo, constituindo-se fato
administrativo.
Como exemplo de efeitos jurídicos decorrentes da omissão podemos
citar a decadência, a prescrição, a preclusão, e outros, que são institutos, que, claro, serão vistos, cada qual, a seu tempo. Mas,
GUARDE AÍ: o silêncio da administração, a despeito de não ser ato, pode gerar consequências jurídicas.
II) O ATO ADMINISTRATIVO PRODUZ EFEITOS IMEDIATOS: a atribuição de efeitos imediatos estabelece uma distinção geral entre o
ato administrativo e a lei, dado que esta, em razão de suas características de generalidade e abstração, não se presta, de regra,
a gerar efeitos imediatos.
Por consequência, pelo conceito da autora (leia-se: conceito restrito de ato administrativo) não se enquadrariam no conceito de ato
administrativo, por exemplo, os atos normativos (como decretos e regulamentos), os quais, em seu conteúdo, assemelham-se à lei.
Contudo, os atos normativos apenas MATERIALMENTE não podem ser considerados atos administrativos, mas, FORMALMENTE, o são,
pelo que, assim como os atos materiais ou enunciativos, devem ser entendidos como atos administrativos FORMAIS.
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III) O ATO ADMINISTRATIVO É GERADO SOB O REGIME JURÍDICO
DE DIREITO PÚBLICO: a submissão do ato administrativo a regime
jurídico administrativo (de direito público) evidencia que a Administração, ao produzir atos administrativos, apresenta-se com as
prerrogativas e as restrições próprias do poder público. Por esse motivo, não se encaixam na definição de ato administrativo os produzidos
sob o direito privado.
IV) O ATO ADMINISTRATIVO NASCE EM OBSERVÂNCIA À LEI: esse
trecho do conceito é uma clara decorrência do Estado de Direito enunciado no art. 1º da CF/1988. É fato, se o Estado é de Direito, como
dito na aula demonstrativa, ele cria a Lei para que todos a cumpram, mas, até para dar o exemplo, é o primeiro a cumpri-la. Assim, TODO ato
administrativo, SEM EXCEÇÃO, contará com uma “presunção de legitimidade”, ou seja, será tido como de acordo com o Direito. Por
razões óbvias, já antecipamos que a presunção de legitimidade nos atos administrativos não é absoluta, ou seja, a despeito de ser tido
como em conformidade com a ordem jurídica, o ato administrativo poderá
(deverá) ser questionado judicialmente, desde que por alguém possuidor de prerrogativa para tanto.
V) O ATO ADMINISTRATIVO PODE SER QUESTIONADO JUDICIALMENTE: este trecho é apenas para reforçar a passagem
anterior: O ato administrativo, embora manifestação da vontade Estatal, não poderia deixar de estar submetido, quando necessário, ao controle
pelo Poder Judiciário, regra consagrada pelo Estado de Direito, aquilo que a doutrina costuma chamar de princípio da inafastabilidade da
tutela jurisdicional (inc. XXXV do art. 5º da CF/1988).
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Por complemento, será exposto, abaixo, o conceito de ato administrativo oferecido pelo (pai) Hely Lopes Meirelles, veja:
É toda manifestação unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha por fim imediato adquirir,
resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar direitos ou impor
obrigações aos administrados ou a si.
Prontos? Agora vamos aos quesitos.
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Alternativa A - CORRETA. Perfeito o quesito. Reforçando que os atos administrativos podem ser prestados por particulares, como
exemplos dos concessionários e dos permissionários de serviços
públicos.
Alternativa B - CORRETA. O item está perfeito. Os atos administrativos
são banhados pelo Direito Público, porém, podem sofrer influência das marés do Direito Privado, mas SEMPRE subsidiariamente,
supletivamente.
Alternativa C - CORRETA. Não há qualquer erro na definição.
Alternativa D - INCORRETA. Os atos administrativos são atos secundários, porque não inovam no ordenamento jurídico (regra
geral), cumprindo o papel, portanto, de simples complementação, detalhamento, das leis. No entanto, os atos administrativos podem ser
vinculados ou discricionários, conforme o caso, daí a incorreção do quesito.
Alternativa E - CORRETA. Dispensa maiores comentários. Vigora, entre nós, o princípio da inafastabilidade da tutela jurisdicional e não o
contencioso administrativo (sistema dual ou francês), de forma que
os atos administrativos podem ser reapreciados pelo Poder Judiciário, de uma forma geral.
Gabarito: alternativa D.
2. (2008/FGV – TCM/PA - Auditor) O silêncio da Administração em atender a requerimento formulado constitui um ato:
a) constitutivo.
b) declaratório.
c) ordinatório.
d) desconstitutivo.
e) enunciativo.
Comentários:
O curso é de ESAF, porém decidi recortar esta questão de banca diversa, afinal não vi, até o momento, posicionamento da ESAF.
Como sobredito, o entendimento de parte da doutrina (Celso Antônio, p.
ex.) é o de que o silêncio é fato e não ato administrativo. Isso aí. Essa questão é evidência de que não existem verdades absolutas.
Alternativa A – INCORRETA. O dono do restaurante “X”, depois de vários roubos ao estabelecimento, decide requerer junto à Polícia Federal
o porte de arma. Depois de ultrapassados cinco meses, sem que a Administração tenha se manifestado sobre o pleito, terá o silêncio criado
(constituído) o direito de porte de arma? Obviamente que não, logo, o
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silêncio não tem, de regra, efeito constitutivo, daí a incorreção do quesito.
Alternativa B – CORRETA. A empresa “Y” solicita junto à Agência
Nacional de Vigilância Sanitária registro de medicamentos, para garantir sua comercialização em território nacional. Depois de um ano, não houve
manifestação expressa da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Nesse caso, o direito foi concedido? Não, ou seja, houve efeito declaratório
negativo.
Alternativa C – INCORRETA. Atos ordinatórios são internos à
Administração, servindo para a emanação de ordens aos servidores em geral (portarias, instruções, por exemplo), daí a incorreção do
item.
Alternativa D – INCORRETA. Idem item “A”.
Alternativa E – INCORRETA. Atos enunciativos são atos em que a Administração emite opiniões, juízos, valores. Ora, no silêncio não há
manifestação de qualquer opinião, logo não são atos enunciativos, daí a incorreção do item.
Gabarito: alternativa B.
3. (2010/ESAF – CVM – Agente Executivo) Assinale a assertiva que não pode ser caracterizada como ato administrativo.
a) Semáforo na cor vermelha.
b) Queda de uma ponte.
c) Emissão de Guia de Recolhimento da União eletrônica.
d) Protocolo de documento recebido em órgão público.
e) Instrução Normativa da Secretaria de Patrimônio da União.
Comentários:
Quem aí gosta de Direito Civil levanta a mão. Amigos concursandos, a
banca, por vezes, prega-nos peças (quase teatrais), exigindo de nós (mortais) conhecimentos mais aprofundados da disciplina de Direito
Administrativo.
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A disciplina de direito civil é muito bacaninha, né? Antes da questão propriamente dita, é interessante um conceito de lá do Direito Civil: os
tais fatos jurídicos.
Em sentido amplo, fatos jurídicos são todos os eventos que sejam relevantes e que produzam uma consequência jurídica, o que,
convenhamos, é um conceito quase do tamanho do mundo.
De fato, tem um monte de eventos naturais que resultam em
consequências jurídicas. Exemplo: cai um meteoro no fusca de Sean O‟Neal, reduzindo-o (o fusca) a cinzas. Consequências? CLARO! Foi muito
custoso a Sean comprar o veículo. O efeito jurídico? REDUÇÃO DE PATRIMÔNIO, e nosso heroico Sean terá que juntar um bom dinheiro para
comprar um novo “Fusquinha” (...). Atenção: o caso é hipotético, tenho um Pálio EDX 1999 (está à venda! Viu!).
Então, lá no Direito Civil é feita uma distinção: fato jurídico em sentido
estrito e atos jurídicos. Todos são espécies do gênero fato jurídico.
Fatos jurídicos ESTRITOS são eventos decorrentes da natureza e que produzem efeitos no mundo jurídico. Exemplo disso:
catástrofes, a morte (natural), entre outros. Todavia, tais eventos, naturais, não são tão relevantes assim, para nossa matéria, a não ser que
o servidor MORRA, nesse caso, temos vacância, e para suprimento da vaga, concurso, logo que MORRA o servidor . Vira essa boca pra lá! Sou
servidor e professor e precisamos terminar bem o curso, não é verdade!
Podemos afirmar que atos jurídicos, sinteticamente, podem ser
definidos como uma manifestação da vontade humana que importam em consequências jurídicas.
Perceba que o ato administrativo também é fruto da manifestação
humana, razão pela qual a doutrina aponta ser o ato administrativo uma das espécies de ato jurídico, ou seja, sempre é praticado por
um agente da Administração.
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Então, prontos para resolver a questão?
Os fatos jurídicos em sentido estrito não se confundem com atos
jurídicos. Aqueles constituem eventos da natureza, não decorrentes
da ação humana, embora, igualmente, resultem (ou possam resultar) em consequências jurídicas. Por exemplo: a passagem do
tempo, levando à morte de determinada pessoa (morte natural), poderá gerar vários resultados, como a abertura de sucessão, heranças etc. e, se
for servidor, vacância, pensão etc.
Síntese:
- Atos administrativos - espécies do gênero atos jurídicos, em sentido estrito, pois decorrentes da manifestação humana. Os atos jurídicos,
em sentido estrito, por sua vez, são espécies de atos jurídicos em sentido amplo (por incluir os negócios jurídicos). E, por fim, todos são espécies de
um gênero maior fatos jurídicos em sentido amplo. Confuso não? Veja o desenho abaixo;
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- Fatos jurídicos, em sentido estrito - eventos da natureza, que podem ou não ter repercussão no mundo administrativo. Exemplo:
morte do servidor tem repercussão jurídica (gera pensão e vacância) -
FATO ADMINISTRATIVO; servidor cai da escada no Ministério da Fazenda e rapidamente se levanta, sendo uma ocorrência dentro da
Administração, mas sem repercussões jurídicas - FATO DA ADMINISTRAÇÃO.
Assim, na questão ora analisada, a queda da ponte é evento da natureza. E se cair na cabeça de algum servidor, um segundo fato será produzido, e
gerador, diga-se de passagem, de vacância.
Esqueminha básico, então:
Gabarito: alternativa B.
4. (2004/MRE - Oficial de Chancelaria) Assinale entre as opções
abaixo aquela que se classifica como um fato administrativo.
a) Edital de licitação.
b) Contrato de concessão de serviço público.
c) Morte de servidor público.
d) Parecer de consultor jurídico de órgão público.
e) Ato de poder de polícia administrativa de interdição de estabelecimento
comercial.
Comentários:
Choveu! A depender da cidade, o resultado será inundação. Caiu uma ponte! Tem de reconstruir. É claro que tais fatos jurídicos, que
independem da vontade humana, produzirão efeitos jurídicos para
o direito administrativo, e, bem por isso, para a Administração Pública. Isso mesmo. Tem de licitar para reconstruir a ponte; tem que
dar abrigo, eventualmente, para desabrigados; talvez uma contratação direta, para atender a situação, com a aquisição, p. ex., de provimentos,
de medicamentos.
Enfim, fatos jurídicos podem ser relevantes para o direito
administrativo.
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Entre as alternativas, apenas a morte do servidor se encaixa neste contexto, daí a correção da alternativa C.
Gabarito: alternativa C.
5. (2003/Esaf - Auditor do Tribunal de Contas do Estado do
Paraná) Assinale no rol abaixo a relação jurídica que não pode ser classificada, em sentido estrito, como ato administrativo.
a) Decreto que declara determinado imóvel de utilidade pública para fins de desapropriação.
b) Portaria da autoridade municipal que interdita estabelecimento comercial por motivo de saúde pública.
c) Termo de permissão de serviço público de transporte coletivo urbano, decorrente de processo licitatório.
d) Ato de investidura de servidor público em cargo público de provimento em comissão.
e) Alvará de funcionamento de estabelecimento esportivo, exarado por solicitação do particular, após cumprir as exigências da legislação
respectiva.
Comentários:
Questão bem “complidadinha”! Vamos por partes.
Será que todos os atos produzidos pela Administração Pública são atos administrativos? Primeiro, vejamos, novamente, o conceito de ato
administrativo:
A declaração unilateral do Estado ou de quem o represente que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob o regime jurídico
de Direito Público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário.
Com base no conceito, respondam:
- Contratos administrativos são atos administrativos típicos? Não, porque
contratos são bilaterais e atos são unilaterais;
- Atos privados são atos administrativos típicos? Não, porque os atos
administrativos são de direito público;
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- Atos políticos ou de governo são típicos atos administrativos? Não, porque atos administrativos estão sob o regime de Direito
Administrativo, enquanto os políticos submetidos ao regramento
superior (Direito Constitucional);
- Atestados, pareceres, certidões, vistos são típicos atos
administrativos? Não, são meros atos administrativos, porque os efeitos de tais atos não são imediatos, como dos atos administrativos
típicos. Por exemplo: o servidor “X” solicita certidão por tempo de serviço junto ao INSS. A certidão é expedida, mas, no lugar de protocolar junto
ao setor de pessoal para efeito de cômputo, deixa a certidão na gaveta, logo, enquanto não chancelada por quem de direito, não gera efeito
jurídico imediato.
- Atos materiais são típicos atos administrativos? Não, os atos materiais
são atos de execução provenientes de determinação contida em atos administrativos. Por exemplo: a aula promovida por um Professor
do Estado não é ato administrativo típico, mas sim ato material. Outros exemplos: varrer ruas, realização de cirurgias, demolições etc.
Conclusão: NEM TODOS os atos produzidos pela Administração
são atos administrativos, há contratos, atos privados, atos materiais e outros. Logo, atos administrativos são, ao lado do rol já citado de
atos, atos da Administração.
Nem todo ato praticado no exercício da função administrativa é
ato administrativo. Exemplo disso são os cheques emitidos pela Administração Pública para pagar despesas. São atos da
Administração, e, claro, praticados no desempenho da atividade
administrativa, mas não são atos administrativos. Então, guardem
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nem todo ato praticado no exercício de função administrativa é considerado ato administrativo.
Legal, mas qual é a resposta? Vejamos.
Na alternativa A, citou-se o Decreto. Assim, um bom candidato, amparado pelos ensinamentos da doutrina, poderia ser levado a marcar
tal quesito. No entanto, perceba que o referido Decreto não é ato normativo! Isso mesmo. Não é dotado de generalidade e abstração.
O ato é individual, contando com destinatário(s) certo(s). São, igualmente, concretos os atos listados nas alternativas “B”, “C” e “E”.
A resposta é letra C. Sabe por quê? É que a permissão de serviço
público, nos termos da Lei 8.987, de 1995, é formalizada por meio de contratos, e estes são bilaterais, e, portanto, enquadrados como atos
da Administração e não atos administrativos em sentido estrito.
6. (2004/Esaf – Analista Processual – MPU) O estudo dos atos
funcionais do Estado foi desenvolvido, entre nós, por Miguel Seabra Fagundes. Pela sua doutrina, os atos funcionais podem
classificar-se sob o critério formal e material. Assinale, entre os atos legislativos abaixo, aquele que se classifica, materialmente,
como ato administrativo, decorrente de função administrativa do Estado.
a) Medida provisória sobre política salarial.
b) Código Civil.
c) Lei municipal sobre zoneamento urbano.
d) Lei orçamentária estadual.
e) Emenda à Constituição Federal, alterando a ordem tributária.
Comentários:
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Questão de reforço. Vimos que atos legislativos formais são os provenientes do Legislativo, os atos administrativos formais advêm do
Poder Executivo, enquanto as sentenças formais nascem do Judiciário.
Enfim, atos formais são os editados de acordo com a competência típica dos poderes.
A Lei Orçamentária, por ser editada pelo Legislativo, é, sem dúvida, ato legislativo formal, todavia, como tem destinações específicas, é lei
de efeitos concretos. Então, qual é o Poder que, materialmente, produz atos concretos? É o Executivo, certo? Então, exatamente por isso, as leis
de efeitos concretos mais parecem atos administrativos, por se destinarem a casos específicos, daí a correção da alternativa “D”.
Gabarito: alternativa D.
ELEMENTOS OU REQUISITOS OU PRESSUPOSTOS
7. (2006/Esaf - IRB Brasil Resseguros – Advogado) Assinale a
opção que veicula, concomitantemente, elementos do ato administrativo e do ato jurídico lato sensu:
a) agente/motivo/objeto
b) motivo/finalidade/forma
c) motivo/objeto/forma
d) finalidade/agente/objeto
e) agente/forma/objeto
Comentários:
Vamos ingressar na definição do que sejam os elementos essenciais de formação de um ato administrativo. De início, registro que a
nomenclatura varia de autor para autor: alguns preferem a utilização da
nomenclatura elementos, outros requisitos e mesmo pressupostos.
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Daqui “pra” frente, vamos preferir elementos, em razão de Lei que especificamente trata das “partes” do ato administrativo, a Lei
4.715/1965 (Lei da Ação Popular).
Sendo o ato administrativo uma espécie de ato jurídico (manifestação de vontade humana que produz consequências
jurídicas), forma-se a partir de elementos, dentre esses, o agente, o objeto, e a forma, presentes nos atos jurídicos em geral.
A Lei 4.717/65, que trata da ação popular, em seu art. 2º, ao indicar os
atos nulos, menciona os cinco elementos dos atos administrativos: COMpetência; FInalidade; FORma; Motivo e OBjeto. Aos elementos
típicos dos atos jurídicos (em geral) foram acrescidos outros dois: motivo e finalidade, que seriam os “diferenciais” dos atos
administrativos.
Questão, no mínimo, maldosa. Vimos que os atos administrativos são
espécies de atos jurídicos. Esses contam com os seguintes elementos
de formação (art. 104 do CC/2002): Agente, Forma e Objeto. Assim,
ao compararmos com o rol de elementos dos atos administrativos,
chegamos à identidade da alternativa “E”.
Gabarito: alternativa E.
8. (2002/Esaf - Oficial de Chancelaria - MRE) Não são elementos sempre essenciais à validade dos atos administrativos em geral,
cuja preterição acarreta sua nulidade, os relativos à
a) autoridade competente, objeto lícito e forma própria.
b) objeto lícito, forma própria e motivação.
c) forma própria, motivação e finalidade de interesse público.
d) motivação, objeto lícito, condição e termo (inicial e/ou final).
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e) condição, termo e modo.
Comentários:
Ao lado dos chamados elementos essenciais (COM, FI, FOR, M, Ob),
há também elementos acidentais, enfim, são aqueles que podem ou não estar presentes nos atos administrativos (é um acidente!), são
eles: termo, condição, e encargo ou modo.
O termo é fato futuro e certo, podendo ser inicial (por exemplo: este
Decreto entra em vigor daqui a 60 dias, ou seja, só começa produzir efeitos depois de decorrido tal prazo) e final (por exemplo: a Prefeitura
autorizou a realização de Show na praça “X” para o próximo domingo. Depois do domingo, o ato perde seus efeitos).
Já a condição é fato futuro e incerto. Por exemplo: há decretos
municipais que só operam efeitos quando da ocorrência de calamidades públicas.
Por fim, o encargo ou o modo, o qual tem estreita ligação com tarefas
a serem realizadas. Por exemplo: a União doa terreno de sua propriedade ao município “Y”, para que este construa uma escola
municipal, é o que a doutrina chama de doação com encargo (contraponto
da doação simples). Assim, se o município der outra destinação ao bem, a União poderá cancelar o ato de doação, enfim, pode perder seus efeitos.
Daí a correção da alternativa E.
Gabarito: alternativa E.
9. (2000/Esaf - Téc. da Rec. Federal) Os atos administrativos têm
como elementos essenciais de sua validade, entre outros,
a) agente capaz, termo e modo
b) motivação e finalidade de interesse público
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c) discricionariedade na escolha do objeto e do seu destinatário
d) presunção de legalidade e autoexecutoriedade
e) prática por agente da Administração Pública direta ou indireta
em geral
Comentários:
Elementos Essenciais (COM FI FOR M Ob)
DEVEM existir
Elementos Acidentais (ECT)
Podem ou não existir
(Acidente!)
COM petência Encargo ou Modo
FI nalidade
Condição
FOR ma
M otivo
Termo
Ob jeto
Com o quadro-resumo acima, chegamos, facilmente, à alternativa E. A
seguir, um rápido apontamento dos erros nos quesitos.
O erro da letra “A” é que termo e modo são elementos acidentais. O
erro da letra “B” é que motivação é a exteriorização dos motivos, estes sim elementos de formação. Na letra “C”, perceba que o elemento é
o objeto, a discricionariedade na escolha do objeto não é elemento de formação. Na letra “D”, a ilustre banca aponta as notas peculiares, os
atributos dos atos administrativos.
Gabarito: alternativa E.
10. (2006/Esaf - ANEEL - Técnico Administrativo) Relativamente
à vinculação e discricionariedade dos atos administrativos, correlacione as colunas apontando como vinculado ou
discricionário cada um dos elementos do ato administrativo e assinale a opção correta.
(1) Vinculado
(2) Discricionário
( ) Competência.
( ) Forma.
( ) Motivo.
( ) Finalidade.
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( ) Objeto.
a) 1 / 1 / 2 / 1 / 2
b) 2 / 2 / 1 / 1 / 2
c) 1 / 1 / 1 / 2 / 2
d) 2 / 2 / 2 / 1 / 1
e) 1 / 2 / 2 / 1 / 2
Comentários:
Na tabela abaixo, serão apresentados os elementos essenciais, com a indicação sobre a eventual vinculação ou discricionariedade, caso a caso.
Vejamos:
ELEMENTO VINCULADO
Competência SIM
Finalidade SIM
Forma SIM
Motivo Em regra, discricionário
Objeto Em regra, discricionário
Perceba que Motivo e Objeto são, de regra, elementos
discricionários. Tais elementos, veremos, a seguir, favorecem o mérito
administrativo (a margem de conveniência e de oportunidade garantida pelo legislador ao administrador).
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Gabarito: alternativa A.
11. (1999/Assistente Jurídico/AGU) Com relação à competência administrativa, não é correto afirmar:
a) é inderrogável, pela vontade da Administração.
b) pode ser distribuída por critérios territoriais e hierárquicos.
c) decorre necessariamente de lei.
d) pode ser objeto de delegação e/ou avocação, desde que não exclusiva.
e) pode ser alterada por acordo entre a Administração e os administrados
interessados.
Comentários:
Pode contar comigo! Se o problema é escrever, saiba que temos a solução. Que tal esmiuçarmos as particularidades do elemento
competência? Go ahead!
A competência é o poder atribuído pela norma ao agente da
Administração para o exercício legítimo de suas atribuições. Resulta daí que o ato emanado de agente incompetente ou realizado além dos
limites de sua competência é inválido, por faltar-lhe legitimidade.
Registro, desde logo, que o vício (problema) de competência poderá, em
algumas hipóteses, ser corrigido por intermédio do instituto da convalidação (sanatória – parece nome de hospício, rsrs..., ou
saneamento, para outros), como veremos mais abaixo.
No exercício da atividade administrativa, o desempenho da competência
atribuída por lei não é algo passível de ser colocado de lado pelo
administrador público, haja vista ter dever de zelar não (nunca!) por interesses próprios, mas sim (sempre!) pela coisa pública, patrimônio
alheio, de terceiros, enfim, da coletividade, do que decorre, inclusive, o
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denominado princípio da indisponibilidade do interesse público (o interesse público não está sujeito à barganha), de tal sorte que não pode
o Administrador Público simplesmente renunciar a competência atribuída
pela norma.
Em síntese: missão dada, é missão cumprida, ops. Competência
atribuída, é competência a ser exercida, em razão, sobretudo, do interesse público a ser atendido.
O exercício da competência, embora seja elemento administrativo de ordem pública, pode ser delegado (atribuído a outrem, como, por
exemplo, determinadas matérias previstas no parágrafo único do art. 84 da CF/1988) e avocado (ato de trazer para si competência de quem lhe é
subordinado).
Nesse particular, vejamos o que estabelece a Lei 9.784/1999 (Lei de
Processo Administrativo no âmbito federal):
A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como própria, salvo os casos de
delegação e avocação legalmente admitidos.
Além destas características (irrenunciabilidade, poder ser delegada, e
avocada), outras se destacam. Vejamos:
I) intransferível (pode chamar também de inderrogável): a
competência não se transmite por mero acordo entre as partes. Mesmo quando se permite a delegação, é preciso um ato formal que registre a
prática (ver caput do art. 14 da Lei 9.784/1999);
II) improrrogável: no processo civil, é comum ouvirmos falar que se
um determinado vício de incompetência relativa não for alegado no momento oportuno, o juiz de incompetente passa a competente, enfim,
prorroga-se sua competência.
No Direito Administrativo, não é isso que acontece. Os interesses em jogo
não são particulares como no Direito Civil. Assim, o mero decurso do tempo não transmuda a incompetência para competência. Assim,
para a alteração da competência é necessária a edição de norma que especifique quem agora passa a dispor da competência; e,
III) imprescritível: o seu não uso não torna o agente
incompetente. Não se pode falar, portanto, em “usucapião” de competência.
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Basicamente, pode-se afirmar, com base na doutrina, que a competência
dos agentes públicos é distribuída a partir de três pontos, a saber:
a) em razão da matéria – leva-se em conta o grau hierárquico e a possível delegação, como é exemplo da competência entre os Ministérios,
segundo o assunto que é pertinente: saúde, educação, transportes etc. Percebeu? Estamos diante de uma forma de desconcentração por
matéria (na aula de organização administrativa, volto a falar sobre esta tal desconcentração);
b) em relação ao âmbito territorial – por exemplo, a competência das delegacias policiais que adstringem o âmbito de sua atuação a
determinada circunscrição (localidade). Agora estamos diante também de uma forma de desconcentração territorial; e
c) em relação ao limite de tempo – a competência tem início a partir da investidura legal e término com o fim do exercício da função pública.
Então, prontos? A seguir, façamos, juntos, a análise, pari passu, dos quesitos propostos por nossa ilustre organizadora.
Alternativa A – CORRETA. A competência é intransferível por mero
acordo de vontades entre as partes. Ou seja, é inderrogável pela vontade da Administração. Para e respira. Perceba que, em provas de
múltipla escolha, apenas uma alternativa, nas CNTP, deve estar correta, perfeito? Então, veja que a alternativa “E” é antagônica ao item ora
examinado, o que nos faz concluir pela incorreção da alternativa E. Fiquem atentos a isso!
Alternativa B – CORRETA. A competência pode ser distribuída por critérios territoriais ou geográficos (a desconcentração territorial ou
geográfica) e hierárquicos (Ministérios são desconcentrações e subordinados à Presidência da República).
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Alternativa C – CORRETA. Só posso fazer ou deixar de fazer o que a lei permitir ou autorizar. Isso mesmo. O círculo de atribuições
entregue aos agentes públicos decorre, necessariamente, de lei.
Acrescento que, em prova de FCC, no ano de 2006, a ilustre banca afirmou, categoricamente, que a competência, na esfera federal, pode
decorrer de Decreto! Eita, tá louca? Na-na-ni-na-Não! Veremos, na parte de poderes administrativos, que, com a EC 32/2001 (Emenda Bin Laden),
houve a reinserção dos decretos autônomos ou independentes, que, entre suas possibilidades, permite ao Chefe do Executivo organizar o
funcionamento da Administração Federal, ou seja, permite-lhe escalonar e distribuir competências, e, quiçá, criá-las.
Alternativa D – CORRETA. A Lei do PAF (Lei 9.784, de 1999) veda a delegação e a avocação de matéria de competência exclusiva.
Gabarito: alternativa E.
12. (2009/Esaf – AFRFB – Auditor) Quanto à competência para a prática dos atos administrativos, assinale a assertiva incorreta.
a) Não se presume a competência administrativa para a prática de qualquer ato, necessária previsão normativa expressa.
b) Com o ato de delegação, a competência para a prática do ato administrativo deixa de pertencer à autoridade delegante em favor da
autoridade delegada.
c) A competência é, em regra, inderrogável e improrrogável.
d) Admite-se, excepcionalmente, a avocação e a delegação de competência administrativa pela autoridade superior competente, nos
limites definidos em lei.
e) A definição da competência decorre de critérios em razão da matéria, da hierarquia e do lugar, entre outros.
Comentários:
Estilo de questão que o concursando, profissional, só “mata” por
eliminação. Isso mesmo. Escolhendo a mais incorreta! Vejamos.
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Alternativa A – CORRETA. Apesar de assinalado pela banca como correta, a alternativa padece de impropriedade. De acordo com os
ensinamentos da Profª e autora Maria Sylvia Zanella Di Pietro, há que se
lembrar da possibilidade de omissão do legislador quanto à fixação da competência para a prática de determinados atos. A rigor, não
havendo lei, entende-se que competente é o Chefe do Poder Executivo, conclui a ilustre autora. Portanto, à vista da inexistência de
indicação bibliográfica e que os candidatos apoiam-se na doutrina majoritária e mais moderna, parece-me mais plausível que a alternativa
fosse considerada correta.
Alternativa B – INCORRETA. O presente quesito foi apresentado como
resposta, no entanto, a redação é, no mínimo, ambígua. A banca quis se referir à perda da competência ou à outorga do exercício da
competência? Por exemplo: quando o Presidente da República delega ao Ministro da Fazenda o provimento para cargos de Auditor da Receita
Federal, o Presidente da República perde a competência? Obviamente que não. No entanto, perde a competência para praticar? Sim, a não
ser que delegue com reserva de poderes (que não é a regra) ou que
revogue a delegação ou, ainda, que avoque a competência delegada.
Enfim, a redação oferece-nos dois caminhos de interpretação, portanto,
incompatível com provas de natureza objetiva, decorrendo daí a necessidade de anulação da questão, especialmente ao lermos o §3º do
art. 14 da Lei 9.784/1999 (“As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão
editadas pelo delegado”), inequívoca prova de que, ao delegar, a autoridade não é perdida, mas a prática do ato fica
temporariamente afastada.
Alternativa C – CORRETA. Indiscutivelmente correta. Segundo os
dizeres a competência, além de irrenunciável, é improrrogável.
Alternativa D – CORRETA. Minha missão é ensinar coisas corretas. Não
posso compactuar com erros, sobretudo gritantes. Discordo do gabarito da ilustre banca. De acordo com a Lei de Processo Administrativo Federal
(Lei nº 9.784/1999), a avocação – como ato de trazer para si a
competência do subordinado – é excepcional, como dispõe o art. 15 da Lei, vejamos:
“Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justificados, a avocação temporária de
competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior”.
Já, ao se referir à delegação, o legislador enfaticamente destaca que “um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares (...)”, transmitindo a ideia de que a delegação é
regra e não precisa encontrar-se estabelecida (delimitada) em lei.
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Inclusive, ao lermos os comentários da autora e Profª Maria Sylvia Zanella Di Pietro, a autora registra que o poder de delegar é inerente à
organização hierárquica, para concluir que a regra é a possibilidade de
delegação, a exceção é a impossibilidade.
Avocação Delegação
Regra Impossibilidade Possibilidade
Exceção Permitida Impossibilidade
Portanto, caberia a anulação da questão, pela existência de, no mínimo,
duas alternativas incorretas.
Alternativa E – CORRETA. Conforme ensinamentos da autora Maria
Sylvia Zanella Di Pietro, além da matéria, território, a competência pode levar em conta critérios hierárquico, de tempo e de fracionamento,
logo, correto o quesito.
Gabarito: alternativa B.
13. (2006/Esaf - ENAP – Administrador) Um dos requisitos e/ou
elementos essenciais de validade dos atos administrativos, que constitui o seu necessário direcionamento a um fim de interesse
público, indicado expressa ou implicitamente na norma legal, embasadora de sua realização, é
a) a competência.
b) a finalidade.
c) a forma.
d) o motivo.
e) o objeto.
Comentários:
Vamos conversar um pouco sobre o elemento finalidade. Vejamos.
Finalidade é o fim pretendido pela Administração, é aquilo que deseja alcançar (é o efeito mediato, no futuro). Conforme a doutrina
majoritária, a finalidade é elemento sempre vinculado e, de forma ampla, deve ser idêntica para todo e qualquer ato administrativo: a
satisfação do interesse público.
Tal objetivo deve ser atingido de maneira mediata (no futuro). Difere,
desse modo, do efeito jurídico imediato do ato administrativo, a ser buscado por intermédio do objeto (conteúdo) do ato, traduzido este na
aquisição, na transformação ou na extinção de direitos.
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De modo restrito, a lei pode estabelecer objetivo específico para o ato administrativo a ser praticado. Por exemplo: a remoção de ofício de
servidor público tem a finalidade específica de atender a necessidade de
serviço público. Assim, o ato de remoção não pode ser utilizado para punir quem cometera infrações funcionais, sob pena de ser invalidado
por desvio de finalidade (espécie de abuso de poder).
Gabarito: alternativa B.
14. (2000/Esaf - Técnico de Controle Interno/SFC) O requisito
do ato administrativo que se vincula à noção de permanente e necessária satisfação do interesse público é:
a) objeto
b) finalidade
c) competência
d) motivo
e) forma
Comentários:
Como sobredito, a finalidade é elemento vinculado em que se visa o
interesse público de maneira mediata, daí a correção da alternativa
B.
Acrescento que a finalidade difere-se do efeito jurídico imediato do
ato administrativo, a ser buscado por intermédio do objeto do ato, traduzido este na aquisição, na transformação ou na extinção de direitos.
Um exemplo deixa mais claro.
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A licença-gestante é direito da servidora pública a partir do nono mês de gravidez, certo? Então, qual seria o interesse público a ser atingido? Isso
mesmo. O interesse público começa com: éééé...Sabe quando a gente diz
para si mesmo peraí. Deixe-me pensar...éééé... provavelmente, essa será a finalidade do ato, que é MEDIATA. No caso da licença-gestante,
alguns exemplos: proteção da infância, da lactância, preservação da espécie humana e outros. Notem que é “coisa grande”.
No caso do Objeto, o resultado é IMEDIATO. No caso da licença-gestante: é retirar a servidora do contato com o trabalho por 120 dias
consecutivos, a partir da concessão da licença.
Epa! A licença-gestante agora não é de 180 dias? Alguém já me disse
isso...Pois é, isso é para as cenas dos próximos capítulos. Mas esses 60 dias a mais vêm da Lei 11.770, de 2008.
Por enquanto, o que importa para guardarmos é: ENQUANTO A FINALIDADE É O RESULTADO MEDIATO, O OBJETO DO ATO É SEU
RESULTADO IMEDIATO!
Elemento Resultado
FINALIDADE MEDIATO
OBJETO IMEDIATO
Gabarito: alternativa B.
15. (2000/Esaf - Esp. em Pol. Públicas e Gestão Governamental – MPOG) O pressuposto de fato e de direito que serve de
fundamento ao ato administrativo denomina-se:
a) motivação
b) objeto
c) finalidade
d) motivo
e) conveniência
Comentários:
Costumo brincar que o elemento motivo é a “cereja” do bolo. É um dos
mais “queridinhos” das organizadoras, por exigir conhecimentos de
assuntos como: motivação, móvel, teoria dos motivos determinantes.
De cara, vamos fazer um pacto (e nada de sangue, sou sensível a sangue): no Direito Administrativo, quase sempre, se as coisas têm
nomes diferentes, é porque há distinções. Se as coisas têm sentidos
iguais, devem (ou deveriam) ter o mesmo nome...
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Assim, de acordo com nosso “pacto”, tem de ter diferenças entre motivo (ELEMENTO do ato administrativo) e a motivação (EXPOSIÇÃO DE
MOTIVOS). Vejamos.
Motivo é o que leva alguém a fazer alguma coisa. Exemplo: por que os amigos estão fazendo este curso? Pelo prazer da minha companhia? Por
que não tem muito que fazer? Ou para, finalmente, resolver essa “parada” de Direito Administrativo em concursos públicos?
Provavelmente, deve ser por causa da última situação, né! Rsrs. Mas atenção: motivo é o que leva à prática do ato, ou, como prefere o
examinador, pressupostos de fato e de direito que levam a Administração Pública a agir.
Por outro lado, motivar é, em síntese, explicar, reduzir a termo,
enunciar, por no papel, enfim, expor os motivos que determinaram a prática do ato. É a exteriorização, a formalização, do que levou à
Administração produzir determinado ato administrativo. Um exemplo prático: na punição de um servidor, praticante de infração funcional, o
motivo (um dos elementos dos atos administrativos) é a própria infração, enquanto a motivação seria a capa, a formalização dos
motivos, contida em ato (ou atos) que indiquem as razões, a gradação da pena, o resgate a atos precedentes e outros que permitam verificar a
existência do motivo indicado.
Gabarito: alternativa D.
16. (1998/Esaf – Téc. do Tesouro Nacional) Assinale o elemento
considerado discricionário, no ato administrativo de exoneração de servidor ocupante de cargo comissionado.
a) forma
b) finalidade
c) legalidade
d) sujeito
e) motivo
Comentários:
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Como já sabemos, os elementos são cinco: competência/sujeito, finalidade, forma, motivo e objeto.
Com essa informação, já cabe a eliminação da alternativa “c”.
Vamos lembrar as seguintes informações: competência/sujeito e finalidade são elementos SEMPRE vinculados, a forma, em regra,
também é elemento vinculado. Assim nos sobra aqui apenas a alternativa “E” (motivo).
“Pra” entender: a exoneração de servidor ocupante de cargo
comissionado pode ter como motivação qualquer coisa que passe na cabeça do detentor do poder para exonerar o servidor, ele pode achar que
não precisa mais do cargo, pode perder a confiança na pessoa ou, seja lá o que for. Entenda ainda que, nesse caso, para a exoneração de
servidor em cargo comissionado, não há necessidade de motivação, mas caso a autoridade motive o ato, estará presa aos
motivos expostos (teoria dos motivos determinantes).
Gabarito: alternativa E.
17. (2002/Esaf – MPOG) Quando a matéria, de fato ou de direito,
em que se fundamenta o ato administrativo é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao resultado obtido,
estamos diante de vício quanto ao seguinte elemento do ato
administrativo:
a) forma
b) competência
c) motivo
d) objeto
e) finalidade
Comentários:
Pressuposto de fato ou de direito? Opa. Marca aí motivo e corre para o
abraço (alternativa C).
Reforço que motivo não se confunde com motivação. E, ainda, que
nem todos os atos precisam ser motivados, justificados. Mais uma vez, vamos recorrer à interpretação da Lei 9.784/1999.
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Na citada norma (art. 50), expõe-se determinada lista (exemplificativa) de atos administrativos que, obrigatoriamente, deverão ser
motivados, entre outros:
III - decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV - dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo
licitatório;
V - decidam recursos administrativos;
VIII - importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação
de ato administrativo.
Ora, se a lei determina que, nessas hipóteses, os atos administrativos deverão ser motivados, conclui-se que em outras,
evidentemente, poderão deixar de ser. Assim, nem sempre a motivação dos atos é obrigatória. Embora desejável e quase sempre
necessária (pois é um princípio da Administração), a motivação poderá não ser expressamente exigida.
Com efeito, cite-se a possibilidade de exoneração “ad nutum” de um servidor ocupante de cargo em comissão, para a qual a Administração é
dispensada de apresentar motivação expressa de tal decisão. Em outros termos, embora existente sempre o motivo, a motivação nem
sempre se faz necessária.
Interessante ressaltar que, ainda que não obrigatória em todas as
circunstâncias, a regra é que haja motivação dos atos
administrativos praticados pelo Poder Público, já que a motivação é um princípio LEGAL contido no caput do art. 2º da Lei nº 9.784/1999
(mas não é um princípio constitucional expresso para a Administração Pública, reforço).
Todavia, quando os motivos que levaram à prática de um ato forem expostos, deverão ser reais, existentes, amparando-se em razões de
interesse, sob pena de invalidação (anulação) do ato amparado em motivo falso ou inexistente, dentro do que a doutrina conhece como
“Teoria dos Motivos Determinantes”. Um caso pitoresco explica melhor o que se afirma.
A dispensa do servidor ocupante de cargo em comissão é uma das, hoje, raras exceções em que se dispensa a motivação expressa do ato
praticado pela Administração. Suponha, então, que um ocupante de cargo em comissão tem sua exoneração ocorrida, conforme apontado pela
Administração em despacho fundamentado, pela sua inassiduidade
habitual. O servidor exonerado comprova, então, que jamais faltou um dia de trabalho. Sua dispensa poderá (e mesmo DEVERÁ), em
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consequência, ser invalidada com fundamento na “teoria dos motivos determinantes”.
Tal teoria preceitua que a validade do ato está adstrita aos motivos
indicados como seu fundamento e sua prática, de maneira que se inexistentes ou falsos os motivos, o ato será nulo. Assim, mesmo se
a lei não exigir a motivação, caso a Administração a faça, estará vinculada aos motivos expostos.
Gabarito: alternativa B.
18. (2004/Esaf - IRB/Advogado) Quando se verifica que a
matéria de fato ou de direito, em que se fundamenta o ato, é materialmente inexistente ou juridicamente inadequada ao
resultado obtido, temos vício do ato administrativo em relação ao seguinte elemento:
a) finalidade
b) objeto
c) forma
d) sujeito
e) motivo
Comentários:
A resposta é letra E. Questão de reforço. Não fica com raiva, a repetição é
um mal necessário.
Só um acréscimo, na verdade, um cuidado.
Ao motivar o ato, não significa sobremaneira que a Administração esteja “transformando” um ato de discricionário em vinculado. De
modo algum. O ato continua com sua mesma natureza, desde a origem: o discricionário mantém-se assim. Acontece, tão-somente, que ficará a
Administração, quando da motivação, vinculada aos motivos declarados.
Por fim, registro, por reforço, que a Constituição não exige, direta e expressamente, dos administradores, a motivação de seus atos
administrativos. Quem o faz, expressamente, indicando a motivação como princípio é a Lei 9.784/1999, no art. 2º já citado, como
decorrência, por exemplo, de princípios constitucionais como o da
publicidade. Mas é bom lembrar que hoje, para as decisões administrativas levadas a efeito no âmbito do Poder Judiciário, a
necessidade de motivação é expressa na CF/1988 (inc. X do art.93):
As decisões administrativas dos tribunais serão motivadas e em sessão pública, sendo as disciplinares tomadas pelo voto da maioria
absoluta de seus membros.
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Gabarito: alternativa E.
19. (2007/CESPE/TCU/Técnico) A teoria dos motivos
determinantes cria para o administrador a necessária vinculação
entre os motivos invocados para a prática de um ato administrativo e a sua validade jurídica.
Comentários:
O curso não é de questões estilo “Cespeano”, no entanto, pela
profundidade do quesito, penso por bem alocá-lo em nosso curso de ESAF.
Tem razão o examinador quando afirma que os motivos expostos para a prática de um ato estão ligados ao plano da VALIDADE deste. Tais
motivos não se ligam à EXISTÊNCIA do ato.
Nesse momento, provavelmente o amigo deve se questionar: o que vem
a ser campo da validade e da existência? De forma sintética, até para não fugirmos do pragmatismo do curso, registro a existência de três
campos nos quais você pode analisar o ato administrativo: da existência, da validade, da eficácia.
O campo da existência pode ser representado, simbolizado, como
sendo o substantivo do ato, enfim, os elementos de constituição dos atos administrativos: sujeito, finalidade, forma, motivo e objeto. Na
falta de qualquer dos substantivos, o ato será considerado inexistente. Por exemplo: o particular, ao desempenhar função pública,
sem que tenha ingressado de qualquer maneira nos quadros da Administração, pratica o crime de usurpação da função pública.
Percebam: não há o elemento „sujeito‟, logo, o ato é inexistente. Outro exemplo citado é o da demissão de servidor já falecido,
procurem...O elemento „objeto‟? Não há, logo, o ato é inexistente.
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Já o campo da validade refere-se ao campo da adjetivação. Por exemplo: auditor da Receita, do TCU ou CGU, em compra no Carrefour,
ao detectar determinado prazo de validade vencido, determina a
apreensão do produto e a aplicação de multa. Pergunta-se: existe o agente (sujeito)? Sim, logo, não é um caso de falta de substantivo (o
ato existe). Agora, o sujeito é competente? Não, incompetente (adjetivo), portanto, adentramos no degrau do campo da validade
enfim, da LEGALIDADE do ato.
Por fim, o campo da eficácia. Diz respeito à produção dos efeitos
jurídicos do ato administrativo. Surge a necessidade de serem conhecidos, ainda que brevemente, os chamados elementos acidentais:
termo, encargo (modo), e condição. São acidentais pelo fato de não estarem presentes em todos os atos administrativos. Por exemplo:
Decreto Presidencial com a seguinte redação – „esse decreto entra em vigor daqui a 60 dias‟. Estamos diante de evento futuro e certo, o que
a doutrina denomina termo, suspende a eficácia do ato, no sentido de que só produzirá efeitos após o „vacatio legis’.
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Quando se fala de motivos determinantes, então, está-se referindo ao campo da VALIDADE, ou seja, da legalidade do ato. Não é
existência, pois para analisarmos a validade é necessário que o ato
exista; não é eficácia, pois os efeitos já são verificados, então, só pode ser VALIDADE, isto é, LEGALIDADE do ato.
Gabarito: CERTO
20. (2009/Esaf – MF – ATA) Associe os elementos do ato
administrativo a seus conceitos, em linhas gerais. Ao final, assinale a opção correspondente.
1. Sujeito
2. Objeto ou conteúdo
3. Forma
4. Finalidade
5. Motivo
( ) É o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato
administrativo.
( ) É o efeito jurídico imediato que o ato produz.
( ) É o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato.
( ) É aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato.
( ) É a exteriorização do ato e/ou as formalidades que devem ser
observadas durante o processo de sua formação.
a) 2, 4, 3, 1, 5
b) 2, 5, 1, 3, 4
c) 3, 1, 4, 2, 5
d) 5, 4, 2, 1, 3
e) 5, 2, 4, 1, 3
Comentários:
Até agora já conversamos sobre a competência (agente ou sujeito do
ato), finalidade e motivo. Resta-nos debruçarmos sobre os elementos forma e objeto. Assim, antes de avançarmos na correção da questão,
algumas dicas teóricas sobre os elementos faltantes, ok? Let’s go!
Tradicionalmente, a forma é indicada como sendo elemento vinculado e
indispensável à validade do ato administrativo. Registre-se: não
basta que o ato tenha forma, mas que esta seja válida, ou seja, em consonância com que preceitua a norma. Por regra, os atos
administrativos devem ter a forma escrita. Porém, em concursos, a composição é também por exceções! Aliás, o direito, sobretudo o
Administrativo, é a “ciência das exceções”. Portanto, não se excluem os
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atos administrativos praticados de forma não escrita, consubstanciados em ordens verbais, por meio de sinais. São
exemplos: ordens verbais de um superior ao subordinado; sinais e placas
de trânsito (as tais formas pictóricas).
No direito público, do qual o Direito Administrativo é um dos ramos, impera o princípio da solenidade das formas, ao contrário do
princípio da liberdade (instrumentalidade) das formas, inerente, de regra, ao direito privado.
Em realidade, por se tratar de interesse público, o Direito Administrativo deve preservar formas e ritos. Pode-se dizer que a
observância da forma prescrita em lei constitui verdadeira garantia jurídica para a Administração e para o administrado: pelo revestimento
(forma) do ato administrativo é que se perceberá a obtenção do resultado pretendido, servindo de meio de controle, quer pela Administração,
quer pelos destinatários, quanto ao que se realizará.
Claro que o “império da formalidade” vem sendo amenizado,
moderado. Recentemente, a Lei 9.784/1999, em seu art. 22, estatuiu
expressamente:
Os atos do processo administrativo não dependem de forma
determinada, a não ser quando a lei expressamente a exigir.
A doutrina tem evoluído exatamente para a moderação quanto às
formalidades. Aponta que para a prática de qualquer ato administrativo
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devem ser exigidas tão só as estritamente essenciais, desprezando-se procedimentos meramente protelatórios, procrastinatórios. Percebemos,
assim, o surgimento de um novo princípio: o do formalismo moderado.
Por fim, o objeto do ato administrativo. Também denominado de conteúdo por alguns autores, o objeto diz respeito à essência do ato
administrativo, constituindo o efeito jurídico imediato que tal ato produz. O objeto do ato deve reproduzir aquilo que desejava o legislador.
Noutras palavras: permite-se, em lei, ao agente ponderar quanto àquilo que pretende atingir com sua manifestação volitiva (de vontade). No 1º
caso, tem-se ato vinculado; no segundo, ato discricionário. É preciso ter em conta que o objeto guarda íntima relação com o motivo do ato
administrativo, constituindo, estes dois elementos, o núcleo do que a doutrina comumente denomina de mérito do ato administrativo. São
exemplos: na licença para construção, o objeto é permitir que o interessado edifique; no ato de posse, é a investidura do servidor em
cargo público; na aplicação de uma multa, o objeto é punir o transgressor. Vê-se que o objeto é, repisando, aquilo que se pretende de
forma imediata, enquanto que, de forma mediata, a pretensão tem a ver
com o elemento finalidade: a satisfação do interesse público.
Agora a questão ficou simples, não?
Item I – MOTIVO é o pressuposto de fato e de direito que serve de fundamento ao ato administrativo.
Item II – OBJETO ou conteúdo é o efeito jurídico imediato que o ato produz.
Item III – FINALIDADE é o resultado que a Administração quer alcançar (objetivo mediato) com a prática do ato.
Item IV – SUJEITO é aquele a quem a lei atribui competência para a prática do ato.
Item V – FORMA é a exteriorização do ato e/ou as formalidades que devem ser observadas durante o processo de sua formação.
Gabarito: alternativa E.
21. (2005/Esaf – AFRFB) Analise o seguinte ato administrativo:
O Governador do estado Y baixa Decreto declarando um imóvel urbano de
utilidade pública, para fins de desapropriação, para a construção de uma cadeia pública, por necessidade de vagas no sistema prisional.
Identifique os elementos desse ato, correlacionando as duas colunas:
1- Governador do Estado
2- Interesse Público
3- Decreto
4- Necessidade de vagas no sistema prisional
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5- Declaração de utilidade pública
( ) finalidade
( ) forma
( ) motivo
( ) objeto
( ) competência
a) 4/3/5/2/1
b) 4/3/2/5/1
c) 2/3/4/5/1
d) 5/3/2/4/1
e) 2/3/5/4/1
Comentários:
Como reiteradamente revisto, os atos administrativos são espécies do
gênero atos jurídicos, em sentido estrito, exteriorizados a partir de declarações humanas, com a finalidade pública predeterminada pelo
ordenamento jurídico. Há aqueles que os definam como sendo a declaração unilateral do Estado ou de quem o represente, que
produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob o
regime jurídico de Direito Público e sujeita a controle pelo Poder Judiciário.
Tomando-se por base esse conceito estrito de ato administrativo, parte da doutrina autorizada nos ensina que nem todos os atos praticados pela
Administração Pública enquadram-se como atos administrativos. Por exemplo: sendo manifestação unilateral, os contratos
administrativos não seriam típicos atos, pois são bilaterais; visando à produção de efeitos imediatos, os atos enunciativos seriam meros atos
administrativos, porque de efeitos mediatos; sendo regidos pelo direito público, ficam excluídos os atos de direito privado.
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De uma forma ou de outra, TODO ato da Administração é composto de elementos, de determinados requisitos que lhe dão existência. Os
pressupostos de existência dos atos administrativos são, a saber:
competência, finalidade, forma, motivo e objeto. Para ilustrar, vejamos a situação proposta pela ilustre organizadora, e, a partir dela,
identifiquemos os respectivos elementos:
O Governador do estado Y baixa Decreto declarando um imóvel urbano
de utilidade pública, para fins de desapropriação, objetivando a construção de cadeia pública, devido à necessidade de vagas no
sistema prisional.
A competência pode ser entendida como o poder atribuído pela norma
ao agente da Administração para o exercício legítimo de suas atribuições. No presente caso, o Governador é o agente competente (Governador
– competência).
Já a forma é a exteriorização do ato administrativo, é como o ato é
enxergado, percebido, por terceiros. De regra, a forma é escrita, como o Decreto expropriatório expedido pelo Governador. No entanto, não há
impedimento de outros formatos, por exemplo: verbal, sonoro,
luminoso, gestual e placas de sinalização (Decreto – forma).
Na situação apresentada, a finalidade pode ser facilmente extraída,
afinal é o objetivo mediato ou futuro que se visa atingir. No caso hipotético, a finalidade corresponde à realização de um resultado de
interesse público (Interesse público – finalidade).
Por sua vez, o motivo é entendido como sendo o pressuposto de fato,
acontecimento no mundo real, nascimento de filho, por exemplo, e de direito. Na situação hipotética, o motivo da construção de nova cadeia é
a necessidade de vagas (Necessidade de vagas – motivo).
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Por fim, o objeto ou conteúdo é o efeito jurídico imediato que o ato administrativo produz. É aquilo que o ato prescreve, enuncia ou dispõe.
Na questão, ora analisada, temos a declaração de utilidade pública
(Declaração de utilidade pública – objeto).
Chegamos, assim, à alternativa C.
Gabarito: alternativa C.
22. (2002/Esaf - Fiscal de Tributos Estaduais – PA) Analise o
seguinte ato administrativo:
O Prefeito Municipal de São Tomé baixa Decreto declarando um imóvel
urbano de utilidade pública, para fins de desapropriação, para a construção de uma escola pública, por necessidade de vagas na rede
municipal de ensino.
Identifique os elementos desse ato, correlacionando as duas colunas e
assinale a opção correspondente.
1 - Prefeito Municipal
2 - Decreto
3 - Interesse Público
4 - Necessidade de vagas na rede pública
5 - Declaração de utilidade pública
( ) finalidade
( ) objeto
( ) motivo
( ) forma
( ) competência
a) 3 / 5 / 4 / 2 / 1
b) 4 / 1 / 3 / 2 / 5
c) 4 / 3 / 5 / 1 / 2
d) 5 / 4 / 3 / 2 / 1
e) 3 / 4 / 5 / 2 / 1
Comentários:
Vejamos se o amigo concursando consegue, a partir dos ensinamentos
acima, identificar os elementos essenciais do ato administrativo.
- Sujeito – quem praticou o ato? Prefeito.
- Finalidade – qual o fim desejado? Interesse público.
- Forma – qual o revestimento do ato? Decreto.
- Motivo – por que o ato foi praticado? Necessidade de vagas na rede pública.
- Objeto ou conteúdo – qual o conteúdo do ato? Sobre o que dispõe o ato? Desapropriação por utilidade pública.
Gabarito: alternativa A.
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23. (2010/ESAF – CVM – Analista – outras áreas) Sobre os elementos do ato administrativo, assinale a opção correta.
a) O objeto do ato administrativo, além de não poder contrariar a lei,
deve ter com ela (a lei) relação de subsunção.
b) Objeto, forma e motivação são elementos do ato administrativo.
c) A forma do ato administrativo sempre está prescrita em lei.
d) Objeto e conteúdo são dois elementos distintos do ato administrativo.
e) Não há elementos vinculados no ato administrativo discricionário.
Comentários:
Vamos direto às análises.
A letra “A” é a resposta. O objeto é o efeito jurídico imediato. São
características indispensáveis do objeto: lícito, moral, possível e determinado/determinável. Enfim, não pode o objeto, e qualquer outro
elemento de formação do ato administrativo, contrariar a lei. Os administradores públicos ficam presos aos comandos legais. Eventuais
flexibilidades deverão ser garantidas por lei e não atuação à margem da lei, porque, neste caso, está-se diante de arbitrariedade.
O termo “subsunção” é menos usual em provas de Direito Administrativo,
costumo percebê-lo, mais das vezes, em provas de Direito Civil e Direito Penal. Porém, como a ciência jurídica é monolítica, una, pode nosso
examinador utilizar, a seu alvedrio, indistintamente, termos que sejam comuns aos ramos do Direito. A subsunção quer significar que o caso
concreto se amolda à norma legal, enfim, o objeto do ato administrativo (os casos concretos) deve se encaixar às determinações legais.
A seguir, vejamos os erros nos demais quesitos.
O erro da letra B é que motivação não é elemento do ato
administrativo.
O erro da letra C é que, nos termos do art. 22 da Lei 9.784, de 1999, os
atos administrativos não dependem de forma determinada, a não ser que a lei expressamente exija.
O erro é que, para a ESAF, objeto é sinônimo para conteúdo do ato administrativo.
O erro é que não há atos puramente discricionários, afinal, mesmo
nestes, os elementos competência, finalidade e forma são requisitos SEMPRE vinculados.
Gabarito: alternativa A.
24. (2004/Esaf – CGU – Analista) Entre os elementos sempre
essenciais à validade dos atos administrativos em geral, cuja preterição acarreta a sua nulidade, o caso específico de uma
autoridade haver revogado certa autorização anteriormente dada,
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sob a alegação, nesse ato revogatório não declinada, de versar matéria não vedada em lei, mas estar afeta a outro setor da
Administração, caracteriza vício de
a) competência
b) forma
c) finalidade
d) motivo
e) objeto
Comentários:
Questão gato do Gargamel!
Uma das piores questões já aplicadas pela Esaf, digna de aplausos pelo
nível de complexidade. A questão é tão difícil e “fácil ao mesmo tempo”, que mesmo concursandos profissionais escorregaram. Vamos lá, tentar
desmoronar essa pedreira.
Aposto como a maior parte dos concursandos assinalou o item “A”! Para
tanto, tomaram como base a última passagem do quesito: a autorização foi concedida por setor não competente, não é isso? Mais ou menos, a
questão é interpretativa.
Primeiro passo: identificar os vícios presentes no comando da questão:
1º - Competência – presença de vício, afinal a autorização foi
outorgada por setor sem competência;
2º - Motivo – presença de vício, isso porque a revogação incidiu sobre
ato com vício de competência (de legalidade). Ora, a conveniência e a oportunidade são os pressupostos da revogação, logo, ao revogar
ato ilegal, o administrador incorreu em motivo inadequado;
3º - Forma – presença de vício, haja vista a autoridade competente
não ter formalizado (exteriorizado) os motivos, como dito pela
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banca, os motivos não foram declinados, logo, incorreu em inexistência de motivação (vício de forma);
4º - Objeto – o conteúdo do ato não está viciado, isso porque a
autorização versa sobre matéria não vedada em lei, portanto, objeto lícito;
5º - Finalidade – com os dados apresentados não podemos afirmar, categoricamente, se a finalidade pública foi ou não transgredida, enfim,
se a autorização atendia ou não ao interesse público. A única informação é ter sido cancelada, em razão de concedida por setor incompetente.
Assim, o concursando poderia ser inclinado a marcar quaisquer dos três vícios (competência, motivo e forma), sendo que a maior parte dos
concursandos parece mesmo ter escorregado no item “A”.
Segundo passo: devemos identificar o vício solicitado pela banca.
Será que a banca solicita o vício de competência (autorização concedida por setor incompetente)?
Será que a banca requer do candidato o vício no elemento forma (alegação não declinada, não formalizada)?
Ou será que a banca nos pede o vício no motivo (revogação de ato
ilegal)?
A resposta está no comando da questão, vejamos: “o CASO
ESPECÍFICO de uma autoridade haver revogado certa autorização anteriormente dada (...) por estar afeta a outro setor da
Administração”.
Isso mesmo, o caso específico mencionado pela banca diz respeito à
revogação de ato com vício no elemento competência, logo, trata-se de vício no elemento motivo, afinal o motivo da revogação é a
conveniência e a oportunidade e não a ilegalidade.
Portanto, resposta alternativa “D”, por motivo inadequado.
Gabarito: alternativa D.
ATRIBUTOS OU CARACTERÍSTICAS
25. (2005/Esaf – Auditor-Fiscal da Receita Estadual - AFRE - MG)
Relativamente aos atributos dos atos administrativos, assinale a opção correta.
a) Há atos administrativos para os quais a presunção de legitimidade (ou legalidade) é absoluta, ou seja, por terem sido produzidos na órbita da
Administração Pública, não admitem a alegação, por eventuais interessados, quanto à ilegalidade de tais atos.
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b) A presunção de legitimidade não está presente em todos os atos administrativos, o que fundamenta a possibilidade de seu desfazimento
pelo Poder Judiciário.
c) Não se pode dizer que a imperatividade seja elemento de distinção entre os atos administrativos e os atos praticados por particulares, eis
que estes últimos também podem, em alguns casos, apresentar tal atributo (por exemplo, quando defendem o direito de propriedade).
d) O ato administrativo nem sempre apresenta o atributo da imperatividade, ainda que o fim visado pela Administração deva
ser sempre o interesse público.
e) O ato administrativo que tenha autoexecutoriedade não pode ser
objeto de exame pelo Poder Judiciário, em momento posterior, pois já
produziu todos os seus efeitos.
Comentários:
Com esta questão, iniciamos o estudo dos atributos dos atos
administrativos, os quais não podem (melhor: não devem) ser confundidos com os elementos.
De fato, os elementos dos atos administrativos são cinco: competência, finalidade, forma, motivo e objeto, e estão
encontrados na Lei 4.717/1965.
Já atributos são as características, as notas peculiares, dos atos
administrativos que permitem diferençá-los dos atos de direito privado, de uma forma geral.
Apesar das divergências encontradas, a doutrina aponta como principais atributos dos atos administrativos:
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I) Presunção de Legitimidade e de Veracidade;
II) Autoexecutoriedade;
III) Imperatividade;
IV) Exigibilidade; e
V) Tipicidade;
Vamos à análise dos quesitos.
Item A – INCORRETO. A presunção de legitimidade é encontrada em todos os atos praticados pela Administração Pública,
independente de sua natureza (administrativos ou não).
Os atos da Administração Pública presumem-se legítimos desde sua
origem, isto é, desde seu nascimento, sendo tidos por em conformidade com as normas legais, obrigando os administrados por
ele atingidos desde a edição.
Obviamente, tal presunção é relativa. Assim, o ato poderá ser
impugnado, cabendo ao impugnante provar que vício impede que o ato deva permanecer vivo, daí a incorreção do item.
A doutrina afirma que em razão da presunção de legitimidade dos atos administrativos, ocorre a inversão do ônus da prova. Isso quer dizer
que o particular prejudicado é quem deve provar a nulidade do ato questionado, que, por ser tido legítimo, continuará produzindo efeitos até
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a sua anulação, se for o caso. Vejamos um exemplo prático para esclarecer melhor a afirmativa.
SEAN, em alta velocidade, ao ultrapassar sinal vermelho, é multado por
SAPÃO (agente de fiscalização do Estado da Bahia). Após determinado prazo, chega à casa de SEAN multa pela transgressão, ou seja, a
Administração ALEGA que SEAN ultrapassou o sinal vermelho.
Será verdadeira a alegação da Administração? Quem alega (que, no caso,
é Administração) tem o dever de provar?
A resposta é que, embora o alegante é que deva provar, inverte-se
o ônus da prova, logo, SEAN é que deve provar que a Administração se equivocou ao multá-lo.
Há autores que abordam a presunção aqui tratada sob dois aspectos: quanto à legitimidade estrita e quanto à veracidade. Vejamos.
O ato presume-se legítimo com o mesmo sentido que aqui se falou: desde a origem estaria em conformidade com as devidas normas
legais.
Já pela presunção de veracidade, os fatos alegados pela Administração
para a prática do ato são tidos por verdadeiros até que se prove o
contrário. Em decorrência desse atributo, as certidões, declarações e informações fornecidas pela Administração são dotadas de fé pública; ou
seja, não podem ser recusados sob o argumento que os fatos ali contidos seriam falsos ou inexistentes.
Por fim, registro que a presunção de legitimidade decorre do princípio da legalidade e do próprio estado de Direito, não sendo
necessária autorização expressa de norma infraconstitucional que repita tal presunção. De fato, a legitimidade dos atos da Administração
Pública é algo inerente à própria função do Estado-administrador,
garantindo-lhe, neste sentido, que seus atos entrem em imediata operação (execução).
Item B – INCORRETO. A autoexecutoriedade e a imperatividade são notas peculiares nem sempre existentes nos atos
administrativos. Já a presunção de legitimidade é característica presente em todos os atos, daí a incorreção do item.
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E o amigo questiona: isso significa que não posso me opor à execução do ato? Não é isso. Obviamente, o particular, ao se sentir
atingido pelo ato do Estado, tem todo o direito de socorrer-se ao Poder
Judiciário, utilizando, para tanto, dos remédios jurídicos postos à sua disposição, afinal, como já se disse, vigora entre nós o princípio da
Jurisdição UNA (sistema inglês), encontrado no inc. XXXV do art. 5º da CF/1988.
Logo, pelo fato de nós particulares podermos nos opor, é possível dizer que a presunção que estamos tratando NÃO É ABSOLUTA (JURE ET
JURIS), mas sim RELATIVA (“juris tantum”).
Item C – INCORRETO. A imperatividade pode ser entendida como a
qualidade mediante a qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância. É decorrência
do Poder Extroverso do Estado, que permite a este editar normas que obrigarão outras pessoas.
Assim, a imperatividade é um dos principais traços distintivos dos atos administrativos e dos atos praticados por particulares, sob a tutela do
direito privado, daí a incorreção do item.
Todavia, a imperatividade não existe em todo e qualquer ato administrativo, mas só naqueles que impõem obrigações, sanções
ou deveres. Assim, tratando-se de atos que confiram direitos aos administrados (licença, autorização, e outros), ou meramente
enunciativos (pareceres, certidões, atestados, vistos, apostilas), esse atributo inexiste.
Item D – CORRETO. Se o Estado atua com prerrogativas é porque há restrições para os particulares, nesse caso, temos a imperatividade.
Agora, se para o Estado há restrições, é porque os particulares contam com prerrogativas, não havendo, portanto, imperatividade, daí a
correção do item.
Por exemplo: o vestibulando “X” acaba de galgar resultado positivo no
vestibular da UNB, no curso de direito. Nesse caso, o Estado tem a prerrogativa ou o dever de matriculá-lo, em havendo vagas? Dever é
claro, logo, a admissão nos estabelecimentos de ensino não conta com
imperatividade, assim como todos os demais atos negociais (autorização, permissão, protocolo de intenções, concessão).
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Item E – INCORRETO. O segundo atributo é a Autoexecutoriedade. Tal característica possibilita a execução do ato administrativo pela própria
Administração, independentemente de ordem ou autorização
judicial.
A autoexecutoriedade é resguardada pela necessidade de a
Administração atuar com presteza em situações que, pela sua peculiaridade, não poderiam aguardar o pronunciamento prévio de outro
Poder, como o Judiciário, por exemplo.
Exemplo típico de ato autoexecutável são os atos decorrentes do
Poder de Polícia, tal como na destruição de alimentos impróprios para consumo ou a interdição de um estabelecimento comercial.
Contudo, a autoexecutoriedade não se faz presente em TODOS os atos administrativos, sendo ela existente nas seguintes situações:
I) em razão de expressa previsão legal. No que diz respeito ao exercício do Poder de Polícia, que implica produção de atos desta
natureza, as medidas coercitivas que possam (ou poderiam) ser adotadas, como a interdição de estabelecimentos ou a aplicação de
multas contam com previsão nas leis, como as que criam as Agências
Reguladoras, que, pela natureza de suas atribuições, exercem tal poder; e,
II) em situações de emergência, em que a não adoção leva a prejuízo maior ao interesse público. Nesse sentido, mesmo que um
ato administrativo não contasse com expressa previsão legal de autoexecutoriedade, em determinadas hipóteses, poderia ser
“autoexecutado”, desde que estritamente necessário para a defesa do interesse público ou coletivo.
Gabarito: alternativa D.
26. (2008/ESAF – Processo Simplificado) São características dos atos administrativos, exceto:
a) executoriedade.
b) presunção de legitimidade.
c) discricionariedade.
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d) exigibilidade.
e) imperatividade.
Comentários:
A seguir, um esqueminha do Sapo da Vez.
Isso mesmo. O tal P-A-I-E-T, daí a incorreção da alternativa “C”.
Gabarito: alternativa C.
27. (2004/Esaf – ANEEL – Técnico Administrativo) Os atos
administrativos não são dotados do atributo de
a) autoexecutoriedade.
b) imperatividade.
c) irrevogabilidade.
d) presunção de legitimidade.
e) presunção de verdade.
Comentários:
Apesar de o desenho gráfico do Sapão ter ficado bonito, não vou colar
aqui again. Veja, na questão anterior, o PAIIÓ, ops...PAIET. A irrevogabilidade não é atributo do ato administrativo.
Gabarito: alternativa C.
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28. (1998/Esaf - Adv. Geral da União) O ato administrativo, a que falte um dos elementos essenciais de validade,
(f) é considerado inexistente, independente de qualquer decisão
administrativa ou judicial
(g) goza da presunção de legalidade, até decisão em contrário
(h) deve por isso ser revogado pela própria Administração
(i) só pode ser anulado por decisão judicial
(j) não pode ser anulado pela própria Administração
Comentários:
A palavra presunção denuncia (indica) que milita (conta em favor) no ato
administrativo do Estado a qualidade de terem sido produzidos em conformidade com o Direito (presunção de legitimidade), e,
realmente, não poderia ser diferente. Daí a correção da alternativa B.
É que em toda sua vida funcional, o administrador fica preso ao
cumprimento estrito da lei, ou seja, ao princípio da legalidade (art. 37, caput, da CF/88). Além disso, os fatos alegados pela
Administração para a prática do ato também são presumidos verdadeiros (presunção de veracidade).
Como sobredito, não significa que o particular não possa se opor à execução do ato. É possível dizer que a presunção que estamos
tratando NÃO É ABSOLUTA (JURE ET JURIS), mas sim RELATIVA
(“juris tantum”).
Surge a questão: quem deve provar a suposta ilegalidade do ato? A
Administração que alega? Ou os particulares (administrados) que
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se opõem? A resposta é que a presunção de legitimidade/veracidade inverte o ônus da prova, de tal forma que o
particular é que tem a obrigação de demonstrar que o ato da
Administração foi produzido em descompasso com o direito vigente e, ainda, que os fatos alegados não são reais, não são
adequados. Que confuso não?! Vamos retomar o exemplo acima, para que fique um pouco mais claro.
SEAN, em alta velocidade, ao ultrapassar sinal vermelho, é multado por SAPO-DA-VEZ (agente de fiscalização do Estado da Bahia). Depois de
determinado prazo, chega à casa de SEAN multa pela transgressão, ou seja, a Administração ALEGA que SEAN ultrapassou o sinal vermelho.
Será verdadeira a alegação da Administração? Quem alega tem de provar? A resposta é que, embora a regra seja de que quem alega é
que tem de provar, tratando-se de Direito Público, INVERTE-SE O ÔNUS DA PROVA, logo, SEAN é que tem de provar o equívoco da
Administração ao multá-lo, dado que, a princípio, o ato administrativo é presumivelmente legítimo.
A seguir, os erros nos demais quesitos.
O erro da letra “A” é que o ato não será considerado inexistente. Ao contrário disso, o ato vai gerar efeitos jurídicos plenos, enquanto
não for retirado por ato da Administração ou do Poder Judiciário, neste último caso, se provocado.
O erro da letra “C” é que atos ilegais merecem ser anulados e não revogados. A revogação tem como pressupostos atos legais,
eficazes, mas que se tornaram inconvenientes ao interesse público.
O erro das letras “D” e “E” é que a anulação pode, também, decorrer de ato da Administração, tendo por premissa o princípio da
autotutela.
Gabarito: alternativa B.
29. (1999/Esaf - Contador de Niterói) A presunção de veracidade e legitimidade dos atos administrativos acarreta
a) que apenas o Judiciário, após produção de prova em contrário, poderá decretar a invalidade do ato administrativo
b) a celeridade no cumprimento das leis
c) que, nem com a produção de prova em contrário, poderá ser decretada a invalidade do ato administrativo
d) que não poderão ser questionados os aspectos legais do ato administrativo
e) a impessoalidade e a informalidade dos procedimentos administrativos
Comentários:
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A resposta é a letra B. A presunção de legitimidade é atributo que garante a imediata operação do ato administrativo, sua celeridade, por
militar, em seu favor, a ideia de que fora produzido em conformidade
com o ordenamento jurídico.
De fato, numa análise primária, sem perquirir, investigar o interior do ato,
nós particulares, ao olharmos para um ato administrativo, enquanto forma, presumimo-lo de acordo com a lei, afinal os administradores
públicos só podem fazer ou deixar de fazer o que a lei determina.
Abaixo, os erros nos demais quesitos.
O erro da letra “A” é que a invalidade do ato administrativo também poderá ser suscitada perante a própria Administração. Esta, na
qualidade de tutora do interesse público, tem o dever de anular atos ilegais.
O erro da letra “C” é que a presunção de legitimidade é relativa, ou seja, admite-se prova em sentido contrário.
O erro da letra “D” é que os atos podem ser questionados quanto aos aspectos de legalidade e também de mérito.
O erro da letra “E” é que a presunção de legitimidade não acarreta,
sobremodo, a informalidade dos procedimentos. Os procedimentos são formais, ainda que moderadamente, mas formais.
Gabarito: alternativa B.
30. (2000/Esaf - Esp. em Pol. Públicas e Gestão Governamental
– MPOG) No âmbito do regime jurídico-administrativo, a presunção de legitimidade dos atos da Administração Pública não
se caracteriza por
a) classificar-se como presunção absoluta
b) admitir a execução imediata da decisão administrativa
c) ter o efeito de inverter o ônus da prova
d) criar obrigações para o particular, independentemente de sua aquiescência
e) admitir prova em contrário
Comentários:
A resposta é letra “A”.
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Como sobredito, nós particulares podemos nos opor à prática dos atos
administrativos. Assim, é possível dizer que a presunção NÃO É ABSOLUTA (JURE ET JURIS), mas sim RELATIVA (“juris tantum”).
Gabarito: alternativa A.
31. (2003/Esaf - Contador Prefeitura do Recife) A inversão do
ônus da prova, característica do direito administrativo, relaciona-se com o seguinte atributo do ato administrativo:
a) imperatividade
b) autoexecutoriedade
c) presunção de legitimidade
d) exigibilidade
e) coercibilidade
Comentários:
Questão de fixação. Isso mesmo. A inversão do ônus da prova é
característica do atributo da presunção de legitimidade.
Gabarito: alternativa C.
32. (2010/Esaf – SEFAZ/RJ – Agente de Trabalhos de Engenharia) Um servidor público edita um ato administrativo, o
qual, não havendo condição suspensiva, opera efeitos desde já. Particular, posteriormente, pode contestar sua validade,
sustentando que o ato padece de vício de legalidade, devendo, contudo, provar sua alegação. Assinale o item que contém o
atributo do ato administrativo que ocasiona a transferência do ônus da prova da invalidade do referido ato para quem a invoca.
a) Imperatividade
b) Poder regulamentar
c) Presunção de legitimidade
d) Autoexecutoriedade
e) Exigibilidade
Comentários:
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Mais uma questão de fixação. Transferência do ônus da prova! Opa. Atributo da presunção de legitimidade.
Gabarito: alternativa C.
33. (2010/ESAF – CVM – Agente Executivo) O atributo do ato administrativo que tem por consequência a inversão do ônus da
prova, em favor da Administração, no que diz respeito à existência de vício no ato administrativo, denomina-se:
a) imperatividade.
b) autoexecutoriedade.
c) exequibilidade.
d) tipicidade.
e) presunção de legitimidade.
Comentários:
Legal, só mais uma! Alternativa E, ok?
Prometo não falar mais, nas próximas páginas, tanto de presunção de
legitimidade. Combinados?
Gabarito: alternativa E.
34. (2002/Esaf - Oficial de Chancelaria - MRE) O atributo do ato
administrativo, que impõe a coercitibilidade para o seu cumprimento ou execução, enquanto não for retirado do mundo
jurídico por anulação ou revogação, é o da
a) autoexecutoriedade
b) indisponibilidade
c) imperatividade
d) presunção de legalidade
e) presunção de veracidade
Comentários:
A imperatividade é a característica pela qual os atos administrativos se
impõem como obrigatórios a terceiros, independentemente da anuência destes, que, assim, sujeitam-se à imposição estatal.
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Se o concursando tivesse de traduzir a imperatividade em um princípio só, qual seria este? A Resposta deveria ser: O PRINCÍPIO DA
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO SOBRE O PARTICULAR, ou
seja, o Estado determina ordens, de forma unilateral, e nós, administrados (particulares) devemos acatá-las, sob pena de
sanções. Notem que a supremacia traduz uma ideia de verticalidade, de prerrogativa.
Importante perceber que os atos administrativos são tão potentes, tão fortes, a ponto de seus efeitos serem sentidos por particulares que não
estão sujeitos à hierarquia da Administração, ou seja, os atos são emitidos pelo Estado e ultrapassam sua esfera, alcançando a esfera
do particular sem qualquer vínculo especial, enfim, extravasa o âmbito interno administrativo, é aquilo que a doutrina denomina de Poder
Extroverso.
Obviamente, nem todos os atos são dotados de imperatividade. Para
encontrarmos os atos não imperativos é só procurarmos pelas situações em que o Estado encontra restrições em sua atuação, eis que,
como informamos, a imperatividade traduz prerrogativa estatal. P.
ex., se um servidor solicita uma certidão por tempo de serviço, o Estado tem a prerrogativa de negar? Se o Estado tem o desejo de contratar uma
nova frota de veículos, poderia forçar uma concessionária ao fornecimento? A resposta, para ambos os casos, é que não. Daí porque
concluímos que atos enunciativos (certidões, atestados e outros) e atos negociais (autorização, permissão e outros) não são dotados
de imperatividade, porque funcionam como uma restrição para o Estado e não prerrogativa.
Gabarito: alternativa C.
35. (2004/Esaf – MRE – Oficial de Chancelaria) A prerrogativa do poder público em editar atos que vão além da esfera jurídica do
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emitente, o denominado poder extroverso, ampara o seguinte atributo do ato administrativo:
a) imperatividade.
b) presunção de legitimidade.
c) autoexecutoriedade.
d) exigibilidade.
e) coercibilidade.
Comentários:
Questão de reforço. Poder Extroverso! Palavra-chave para
imperatividade.
Gabarito: alternativa A.
36. (2003/Esaf – AFRF) O denominado poder extroverso do Estado ampara o seguinte atributo do ato administrativo:
a) imperatividade.
b) presunção de legitimidade.
c) exigibilidade.
d) tipicidade.
e) executoriedade.
Comentários:
Nada mudou! E viva ao tal “Lavoisier”. Poder Extroverso representa a
prática de atos pelo Estado que ultrapassam sua esfera (emissor), impondo-se, unilateralmente, a terceiros, independentemente da
aquiescência (concordância) destes. Isso mesmo. É a nota peculiar imperatividade.
Gabarito: alternativa A.
37. (2001/Esaf - SERPRO) Os atos administrativos, regidos que
são pelas normas de direito público, gozam da presunção de legalidade e do atributo de autoexecutoriedade, podendo ser
como tais praticados por autoridade competente de órgão e autarquia.
a) Correta a assertiva.
b) Incorreta a assertiva, porque tais atos só são praticados por autoridade
de órgão e não de autarquia.
c) Incorreta a assertiva, porque podem ser praticados por qualquer autoridade de órgão ou entidade.
d) Incorreta a assertiva, porque tais atos não gozam da presunção de legalidade.
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e) Incorreta a assertiva, porque tais atos não são dotados do atributo de autoexecutoriedade.
Comentários:
O enunciado está perfeito. Vejamos.
Os atos administrativos presumem-se legais, pois toda a ação da
Administração Pública é amparada pela lei, lembra? O administrador público só pode fazer o que a lei autoriza.
Com relação à autoexecutoriedade, a Administração tem o poder de executar seus próprios atos, sem que dependa de prévio título
expedido pelo Poder Judiciário.
Imagina se, para fazer uma apreensão, a Administração tivesse que
aguardar uma decisão do Judiciário! A Administração perderia a necessária agilidade, e o Judiciário, no impedimento de a Administração
atuar diretamente, incorreria em indesejada ineficiência.
Assim, para garantir a celeridade, os atos da Administração contam, de
regra, com o atributo da autoexecutoriedade.
Gabarito: alternativa A
38. (2006/Esaf - IRB Brasil Resseguros - Analista-Adm.
Financeira) Assinale a opção que contempla exemplo de ato administrativo desprovido de executoriedade.
a) Apreensão de mercadoria.
b) Interdição de estabelecimento.
c) Cassação de licença para conduzir veículo.
d) Demolição de edifício em situação de risco.
e) Cobrança de multa administrativa.
Comentários:
Há situações clássicas em que não se verifica a presença do atributo da autoexecutoriedade. São exemplos: desapropriação, cobrança de
multas administrativas, cobrança de dívidas ativas.
Claro que, nos dois últimos casos acima, a imposição das sanções tem
natureza autoexecutória (exigibilidade, meio indireto de coerção), o que não têm é o atributo da autoexecutoriedade é a cobrança,
fazendo-se necessário o ajuizamento da respectiva ação judicial pela
Administração, daí a correção do item “E”.
Percebera que há dois momentos? O momento da imposição e o da
execução. Temos, nessas situações, atributos distintos: a exigibilidade e a executoriedade, na ordem.
De acordo com a exigibilidade, o ato da Administração obriga o administrado, no entanto, de maneira indireta, sem a necessidade de
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se recorrer ao Judiciário. Por exemplo: a Administração pode determinar a aplicação de multa, pode determinar que particular
construa calçada em frente de casa.
Agora, conforme a executoriedade, a Administração tem a prerrogativa de compelir materialmente o administrado a cumprir com sua
obrigação, como, por exemplo, a interdição de estabelecimento poluidor e apreensão de mercadorias objeto de contrabando.
Então, entendeu a distinção? Executoriedade e Exigibilidade? Veja que, no caso de intimação do particular para que construa uma
calçada defronte de sua casa, tal prestação é exigível, uma vez que a Administração pode multar o particular (coação indireta). Agora,
caso não cumpra o que lhe foi determinado, a Administração não pode compeli-lo materialmente, uma vez que não pode impor ao
administrado coercitivamente (coação material, direta) que construa a calçada.
Em síntese: a executoriedade (coerção direta, material) é um algo a
mais em relação à exigibilidade (coerção indireta), de tal modo que nem todos os atos exigíveis são executórios.
Gabarito: alternativa E.
39. (2000/Esaf - Comissão de Valores Mobiliários) O ato
administrativo, em sentido próprio, que goza da presunção de legalidade e tem o atributo da autoexecutoriedade, é aquele
praticado por:
a) autoridade dirigente de órgãos e entidades da Administração Pública.
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b) autoridade competente de órgão público.
c) qualquer autoridade da Administração Direta ou Indireta.
d) qualquer agente da Administração Direta ou Indireta.
e) autoridade competente ou dirigente de órgãos e entidades da Administração Pública, de suas subsidiárias, sociedades controladas e
concessionárias de serviços públicos.
Comentários:
Questão interessantíssima! Aqui o candidato deve ter noção sobre organização administrativa, caso contrário, passa “batido” na questão.
Veremos, no momento apropriado, que a Administração Indireta é
formada por entidades administrativas de Direito Público (exemplo das autarquias) e de Direito Privado (exemplo das sociedades de
economia mista e empresas públicas).
Sim, mas o que isso tem a ver com a questão? Simplesmente tudo!
Vamos rever o conceito de ato administrativo, abaixo:
A declaração unilateral do Estado ou de quem o represente que produz efeitos jurídicos imediatos, com observância da lei, sob o
regime jurídico de Direito Público e sujeita a controle pelo Poder
Judiciário.
Percebeu? Ainda não! Vou separar alguns trechos do conceito, então:
“(...) do Estado ou de quem o represente (...)” e “(...) sob o regime jurídico de Direito Público (...)”.
A CEF é empresa pública e representa o Estado. O BB é sociedade de economia mista e representa o Estado. As concessionárias são pessoas
de fora do Estado e representam o Estado.
Porém, ao conceder um financiamento, a CEF pratica ato de direito privado. O BB, ao abrir uma conta corrente para um particular, pratica ato
de direito privado. Ou seja, apesar de pessoas estatais e integrantes da Administração Indireta, não produzem, enquanto
representantes do Estado, naqueles instantes, atos administrativos.
E, por curioso, as concessionárias, a despeito de não integrantes do
aparelho do Estado, ao prestarem serviços públicos, produzem típicos atos administrativos, regidos predominantemente por normas
publicísticas.
Assim, chegamos à alternativa “B”. Perceba que, nas demais alternativas,
há citação de dirigentes ou autoridades da Administração Indireta ou subsidiárias ou sociedades controladas, as quais podem atuar na
intervenção no domínio econômico, e, portanto, produzindo atos de direito privado.
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Gabarito: alternativa B.
40. (2006/FCC – PMJAB/PROCURADOR) Em relação aos
atributos dos atos administrativos, é correto afirmar:
a) O princípio da presunção de legitimidade resulta na certeza da adequação do ato administrativo face ao ordenamento jurídico.
b) A execução dos atos administrativos, em regra, depende da prévia autorização do Poder Judiciário.
c) A tipicidade dos atos administrativos é decorrência lógica do princípio da autonomia da vontade.
d) A imperatividade e a autoexecutoriedade são expressões sinônimas de igual significado no atinente aos atributos dos atos administrativos.
e) Ante o atributo da imperatividade, os atos administrativos impõem-se sobre terceiros, independentemente da sua
concordância.
Comentários:
Como a organizadora Esaf ainda não cobrou, expressamente, o atributo da tipicidade, vou-me socorrer de questão aplicada pela organizadora
FCC. Vamos que vamos.
Item A – INCORRETO. A presunção de legitimidade, apesar de garantir celeridade na prática dos atos administrativos, tem a natureza
relativa, pois admite prova em sentido contrário, portanto, incorreta a afirmação de geração de certeza da adequação com o ordenamento.
Item B – INCORRETO. A regra é que os atos administrativos são dotados de autoexecutoriedade, daí a incorreção do item.
Item C – INCORRETO. Até o momento, foram feitos comentários sobre os atributos da imperatividade, da autoexecutoriedade, da presunção, e
da exigibilidade, resta-nos a tipicidade. Vejamo-la, então.
De acordo com a tipicidade, o ato administrativo deve corresponder a
figuras definidas previamente pela lei como aptas a produzir determinados resultados. Por exemplo:
- a demissão do servidor (finalidade) é formalizada por decreto (forma);
- a desapropriação de terrenos (finalidade) é formalizada por decreto
(forma);
- a nomeação de membros de comissão de licitação (finalidade) é feita por portaria (forma).
Percebeu? Isso mesmo. A cada finalidade buscada pela Administração há (ou deve haver) uma forma prescrita pelo ordenamento jurídico.
Dessa forma, reduz a possibilidade de a Administração produzir atos administrativos unilaterais sem nome (inominados),
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especialmente em consequência direta do princípio da legalidade: para cada finalidade pretendida pela Administração existe um ato definido
em lei.
A partir da tipicidade, podem ser extraídas as seguintes consequências:
- é garantia ao administrado, em nome da segurança jurídica, pois
evita que a Administração produza atos unilaterais e obrigatórios, sem expressa previsão legal, e
- afasta a possibilidade de atos puramente discricionários, haja vista a existência de prévia definição legal definindo os contornos da
conduta do administrador.
Obviamente, o atributo da tipicidade diz respeito aos atos
unilaterais, pois, com relação aos atos bilaterais (por exemplo: contratos administrativos), não há imposição da vontade
administrativa, mas sim formação consensual.
Com outras palavras, a formação do “negócio jurídico” (contrato
administrativo) depende da aceitação do particular, sendo possível, com efeito, a prática de atos inominados.
É claro que há contratos administrativos que seguem a tipicidade,
devido à existência prévia em lei, é o caso dos contratos de concessão de serviços públicos, já nomeados, tipificados, na Lei 8.987/1995.
Apesar de todo o exposto, gostaria de plantar a semente da discórdia, para esclarecer que o reconhecimento da tipicidade como atributo
não é entendimento pacífico (unânime).
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A palavra atributo transmite a ideia de força, de prerrogativas, de poderes, existentes nos atos administrativos, diferindo-os dos atos de
direito privado.
Acontece que a tipicidade retira a discricionariedade do administrador, obrigando-o a seguir ordens previstas em lei, enfim, mas
se aproxima de restrições, de sujeições (falta de autonomia de vontade) e não, propriamente, prerrogativas, daí a incorreção do
item quando afirma a existência de autonomia de vontade.
Item D – INCORRETO. A imperatividade é a imposição unilateral
dos atos administrativos aos particulares, independentemente da aquiescência. Agora, se as ordens do Estado não forem observadas,
entra em cena a autoexecutoriedade. Perceba que só há autoexecutoriedade se a imperatividade não foi observada, logo
não são expressões sinônimas, daí a incorreção do item.
Item E – CORRETO. Definição de imperatividade, perfeito o item.
Gabarito: alternativa E.
2º SIMULADO – TCU 2002 (15) e Procurador BACEN 2002 (15)
1) A Lei nº 9.784, de 29/01/1999, que regula o processo
administrativo no âmbito da Administração Pública Federal, impôs
a observância de alguns princípios já previstos expressamente na
Constituição então vigente, tais como os de
a) legalidade, moralidade, eficiência e ampla defesa.
b) legalidade, razoabilidade, publicidade e economicidade. c) legitimidade, segurança jurídica, economicidade e publicidade.
d) eficiência, eficácia, impessoalidade e proporcionalidade. e) impessoalidade, publicidade, motivação e eficácia.
2) A legalidade, como elemento sempre essencial dos atos
administrativos em geral, consiste em que o seu objeto
a) não seja vedado em lei.
b) não viole expressa disposição de lei. c) seja expressamente previsto em lei.
d) seja expressamente autorizado em lei. e) seja autorizado ou permitido em lei.
3) Ao Tribunal de Contas da União, no exercício da sua função
institucional de controle externo, compete apreciar para fim de
registro os atos de admissão de pessoal da Administração Pública
Federal,
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a) excluídos os das sociedades de economia mista. b) inclusive das empresas privadas concessionárias de serviços públicos.
c) inclusive para cargos de provimento em comissão.
d) exceto para cargos de provimento em comissão. e) exceto para cargos de órgãos do Poder Judiciário.
4) Como entidades da Administração Pública Federal Indireta, as
autarquias e empresas públicas podem ter em comum, por lhes
serem iguais,
a) a sua natureza jurídica. b) a imunidade fiscal.
c) o foro da Justiça Federal. d) o regime jurídico dos seus servidores.
e) o fato de constituírem um serviço público essencial personificado.
5) Integram a Administração Pública Federal Indireta e estão
sujeitas ao controle do Tribunal de Contas da União, as entidades
caracterizadas como
a) autarquias, empresas públicas e concessionárias de serviço público. b) partidos políticos e organizações sindicais.
c) organizações sindicais, com os seus serviços sociais autônomos. d) cartórios judiciais e extrajudiciais.
e) fundações públicas e universidades fundacionais públicas.
6) O servidor público da Administração Direta Federal, no
exercício de mandato eletivo,
a) tratando-se de mandato eletivo federal, ficará afastado do seu cargo. b) se investido no mandato de vereador, terá de afastar-se do seu cargo
sem remuneração. c) se investido no mandato de prefeito, terá de afastar-se do seu cargo
sem direito à remuneração. d) se investido no mandato de prefeito ou de vereador, poderá
permanecer no seu cargo, cumulativamente. e) se investido no mandato de prefeito ou vereador, terá de afastar-se do
seu cargo, mas com direito a manter sua remuneração.
7) O servidor nomeado para cargo de provimento efetivo em
virtude de concurso público adquire estabilidade
a) após dois anos de exercício. b) após três anos de exercício.
c) após cinco anos de exercício. d) quando toma posse.
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e) quando entra em exercício.
8) O servidor do sexo masculino, que seja titular de cargo público
federal de provimento efetivo, não sendo professor nem
magistrado, cuja investidura ocorreu a partir do ano de 1999, já
na vigência da Emenda Constitucional nº 20/98, tem direito à
aposentadoria, com proventos integrais, desde que
a) por causa de qualquer invalidez permanente.
b) atinja a idade limite de 70 anos. c) complete 35 anos de contribuição.
d) complete 60 anos de idade, com 35 anos de contribuição. e) complete 65 anos de idade, com 30 anos de contribuição.
Julgue a assertiva abaixo e assinale a opção correspondente.
9) De acordo com disposição expressa da Lei nº 9.784/99, que
regula o processo administrativo no âmbito da Administração
Pública Federal, não podem ser objeto de delegação a edição de
atos de caráter normativo, a decisão de recurso administrativo e
as matérias de competência exclusiva de órgão ou autoridade.
a) Correta a assertiva.
b) Incorreta a assertiva, porque pode ser delegada a edição de ato normativo.
c) Incorreta a assertiva, porque pode ser delegada a decisão em recurso administrativo.
d) Incorreta a assertiva, porque pode ser delegada a matéria de competência exclusiva de órgão ou autoridade.
e) Incorreta a assertiva, porque podem ser delegadas quaisquer das hipóteses previstas.
10) De acordo com as normas gerais, estabelecidas na Lei nº
8.666/93, no concernente ao regime jurídico dos contratos
administrativos em geral, pode-se asseverar que
a) é permitido contrato com prazo de vigência indeterminado.
b) em certos casos é permitido o contrato verbal. c) o instrumento formal é facultativo nos casos de tomadas de preço.
d) o instrumento formal é facultativo nos casos de dispensa ou inexigibilidade de licitação.
e) tais normas não se aplicam aos contratos de seguro e de locação em que o Poder Público seja locatário.
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11) No contexto do controle externo da Administração Pública
Federal, quanto ao que concerne ao Tribunal de Contas da União,
pode-se afirmar ser correto que
a) das suas decisões cabe recurso para o Congresso Nacional. b) as suas decisões são insusceptíveis de revisão judicial.
c) escapam da sua jurisdição os órgãos do Poder Legislativo. d) lhe compete sustar a execução de contrato por ele impugnado por vício
de ilegalidade não sanada. e) lhe compete aplicar multa aos responsáveis por despesa ilegal, cuja
decisão tem eficácia de título executivo.
12) Para a alienação dos bens imóveis da União, cuja aquisição
haja derivado de procedimento judicial ou dação em pagamento,
uma vez observadas as normas legais pertinentes, conforme
previsão expressa na Lei nº 8.666/93, que instituiu normas gerais
para licitações e contratos da Administração Pública, será sempre
a) inexigível licitação.
b) dispensável licitação. c) necessário fazer concorrência ou leilão.
d) necessário fazer concorrência. e) necessário fazer leilão.
13) O instituto jurídico de intervenção do Estado na propriedade
privada, impositiva de ônus real de uso pela Administração, para
assegurar a realização e conservação de obras e serviços públicos
ou de utilidade pública, mediante indenização dos prejuízos
efetivamente suportados pelo proprietário, é uma forma de
a) desapropriação
b) servidão administrativa c) limitação administrativa
d) requisição administrativa e) ocupação temporária
14) Incluem-se entre os bens da União, na sua totalidade e
enquanto estejam no território nacional,
a) as terras devolutas.
b) as ilhas fluviais e lacustres. c) os lagos e rios navegáveis.
d) as praias marítimas.
e) as ilhas costeiras.
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15) A União Federal responde pelos danos que seus servidores
nessa qualidade causarem a terceiros,
a) mas só no caso de culpa do agente. b) mas só no caso de dolo do agente.
c) independentemente de haver culpa ou dolo do agente. d) independentemente de haver culpa ou dolo do paciente.
e) mesmo se houver culpa do paciente.
16) Tratando-se da relação jurídico-administrativa, assinale a
opção falsa.
a) Nesta relação, uma das partes está em posição de supremacia em relação à outra.
b) A presunção de legitimidade dos atos administrativos decorre da natureza desta relação.
c) Um ato de gestão de pessoal de uma fundação pública de direito
público, quanto a seu servidor, insere-se nesta relação. d) O fundamento da ação administrativa nesta relação é,
necessariamente, a realização do interesse público. e) Para se configurar esta relação, basta que uma das partes seja pessoa
jurídica integrante da Administração Pública Direta ou Indireta.
17) É possível a delegação de competência de um órgão
administrativo a outro, ainda que este não lhe seja subordinado,
desde que não haja impedimento legal. Esta hipótese, legalmente
prevista em nosso ordenamento jurídico, pode ocorrer quando a
delegação for conveniente em razão de certas circunstâncias
estabelecidas na norma.
Assinale, no rol abaixo, entre as naturezas das circunstâncias que podem amparar tal procedimento, aquela não prevista na norma
legal para esta delegação de competência: a) de ordem técnica
b) de ordem social c) de ordem territorial
d) de ordem política e) de ordem jurídica
18) Na sistemática atualmente adotada na organização da
Administração Pública Federal Brasileira, agências reguladoras e
agências executivas podem se distinguir quanto à:
a) natureza do regime jurídico ao qual se vinculam.
b) espécie organizacional adotada.
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c) natureza do regime jurídico de seu pessoal. d) possibilidade de celebração de contrato de gestão com o órgão
supervisor.
e) tipicidade pública das atividades exercidas.
19) Tratando-se de ato administrativo, correlacione as duas
colunas:
1- Ato administrativo imperfeito
2- Ato administrativo pendente
3- Ato administrativo consumado 4- Ato administrativo válido
( ) O ato que está sujeito a termo ou condição para produzir os seus efeitos.
( ) O ato que não pode produzir efeitos porque não concluiu seu ciclo de formação.
( ) O ato que está de conformidade com a lei. ( ) O ato que já exauriu os seus efeitos.
a) 2/1/3/4 b) 1/2/4/3
c) 2/1/4/3 d) 1/2/3/4
e) 1/3/2/4
20) O contrato administrativo pode ser alterado unilateralmente
na seguinte hipótese:
a) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acréscimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites
permitidos pela legislação. b) para restabelecer a relação que as partes pactuaram inicialmente entre
os encargos do contratado e a retribuição da Administração para a justa
remuneração da obra, serviço ou fornecimento, objetivando a manutenção do equilíbrio econômico-financeiro inicial do contrato, em
virtude de superveniência de fatos imprevisíveis. c) quando conveniente a substituição da garantia de execução.
d) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, em face de verificação técnica da inaplicabilidade dos termos
contratuais originários. e) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por
imposição de circunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado.
21) Não se configura como hipótese de dispensa de licitação:
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a) a contratação realizada por empresa pública com suas subsidiárias e controladas, para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou
obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja compatível com
o praticado o mercado. b) a contratação de instituição internacional incumbida estatutariamente
da pesquisa, do ensino ou do desenvolvimento institucional, desde que a contratada detenha inquestionável reputação ético-profissional e não
tenha fins lucrativos. c) a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das
finalidades precípuas da Administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o preço seja
compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia. d) a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de
autencidade certificada, desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade.
e) a contratação do fornecimento ou suprimento de energia elétrica com concessionário, permissionário ou autorizado, segundo normas da
legislação específica.
22) Conforme a doutrina, o poder de polícia administrativa não
incide sobre:
a) direitos b) atividades
c) bens
d) pessoas e) liberdades
23) Quanto aos serviços públicos, assinale a opção falsa.
a) Nas licitações para concessão de serviços públicos, os autores dos
projetos básico ou executivo podem participar da licitação ou da execução da obra ou serviço.
b) A União Federal pode, exceto para os serviços de telecomunicações, cobrar pelo direito de exploração de serviços públicos, conforme as
condições do edital. c) É assegurado a qualquer pessoa a obtenção de certidão sobre atos,
contratos, decisões ou pareceres relativos à licitação ou às próprias
concessões. d) O contrato de permissão de serviço público tem natureza de contrato
de adesão, caracterizando-se por sua precariedade e revogabilidade unilateral pelo Poder concedente.
e) A empresa estatal que participe, na qualidade de licitante, de concorrência para concessão de serviço público, poderá, para compor a
sua proposta, colher preços de bens ou serviços fornecidos por terceiros e assinar pré-contratos, desde que licitados.
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24) A critério do Poder Executivo, podem ser cedidos, gratuitamente,
bens imóveis da União a determinados destinatários, estabelecidos em
lei.
Assinale, no rol abaixo, a categoria que não pode ser destinatária destes
bens, na condição acima descrita: a) pessoas jurídicas, com fins lucrativos, tratando-se de aproveitamento econômico do bem de interesse nacional.
b) pessoas físicas, tratando-se de interesse social. c) entidades sindicais, tratando-se de interesse da respectiva categoria.
d) entidades sem fins lucrativos, de caráter educacional ou cultural. e) Estados federados.
25) O artigo 35 do Decreto-Lei nº 3.365/41, que trata da
desapropriação, tem a seguinte redação:
“Art. 35 – Os bens expropriados, uma vez incorporados à Fazenda Pública, não
podem ser objeto de reivindicação, ainda que fundada em nulidade do processo de desapropriação. Qualquer ação, julgada procedente, resolver-se-á em perdas
e danos.” Este dispositivo relaciona-se diretamente com o seguinte instituto: a) afetação
b) desapropriação indireta c) tredestinação
d) investidura de área remanescente e) retrocessão
26) Não se insere no elenco de competências do sistema de controle
interno, constitucionalmente previstas:
a) apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.
b) comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da aplicação de recursos públicos por entidade de direito privado.
c) exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos e haveres da União. d) assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências necessárias
ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade. e) avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual.
27) Tratando-se de responsabilidade civil do servidor público por dano
causado a terceiro, assinale a opção correta.
a) A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será executada, até o limite do valor da herança recebida. b) O servidor responderá perante a Fazenda Pública por dano causado a terceiro,
em ação regressiva, desde que tenha havido denunciação à lide. c) A indenização de prejuízo dolosamente causado ao Erário será
preferencialmente liquidada por meio de desconto na remuneração do servidor.
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d) A responsabilidade civil decorre exclusivamente de ato comissivo, doloso ou culposo.
e) A responsabilidade civil do servidor independe da ocorrência de dano ao Erário ou a terceiro.
28) José, magistrado aposentado, graduou-se em jornalismo e
pretende retornar ao serviço público.
Assinale no rol abaixo o cargo que ele pode exercer, acumulando os seus proventos de magistrado e a remuneração do novo cargo. a) Secretário Municipal de Comunicação
b) Juiz de Direito estadual c) jornalista efetivo do Diário Oficial
d) Procurador da República e) cargo efetivo de Assessor de Imprensa estadual
29) No âmbito da legislação de procedimento administrativo federal,
assinale a opção falsa.
a) O interessado poderá, por escrito, desistir totalmente do pedido formulado ou
renunciar a direitos disponíveis. b) O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida a
sua finalidade. c) A desistência ou renúncia do interessado quanto ao pedido formulado acarreta a extinção do processo.
d) O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data
em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. e) Os atos que apresentarem defeitos sanáveis podem ser convalidados pela Administração, desde que esta decisão não acarrete lesão ao interesse público
ou a terceiros.
30) Assinale a opção falsa quanto à prescrição para o exercício de
ação punitiva pela Administração Pública Federal.
a) Quando o fato objeto da ação punitiva da Administração também constituir
crime, a prescrição reger-se-á pelo prazo previsto na lei penal. b) A citação do indiciado ou acusado só interrompe a prescrição quando realizada pessoalmente ou por meio de correspondência.
c) No caso de infração permanente ou continuada, a prescrição começa a contar da data em que tiver cessado a prática do ato.
d) A prescrição incide no procedimento administrativo paralisado por mais de três anos, pendente de julgamento ou despacho. e) Interrompe-se a prescrição por qualquer motivo inequívoco, que importe
apuração do fato.
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