View
220
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
Avaliação da desadaptação das selas de
próteses parciais removíveis
após 1 a 5 anos de uso
Luana Maria Martins de Aquino
Natal/RN
2009
Universidade Federal do Rio Grande do NorteCentro de Ciências da Saúde
Departamento de Odontologia Programa de Pós- Graduação em Odontologia
Área de concentração em Periodontia e Prótese dentária
Luana Maria Martins de Aquino
Avaliação da desadaptação das selas de
próteses parciais removíveis
após 1 a 5 anos de uso
Dissertação apresentada ao programa de
pós-graduação em Odontologia da UFRN
como requisito parcial para obtenção do
grau de Mestre em Odontologia, área de
concentração em Periodontia e Prótese
Dentária.
Orientadora:Profa. Dra. Adriana da Fonte Porto Carreiro
Natal/RN
2009
Aquino, Luana Maria Martins de. Avaliação da desadaptação das selas de próteses parciais removíveis após 1 a 5 anos de uso / Luana Maria Martins de Aquino . – Natal, RN, 2009.
56p. : il.
Orientador: Prof. Dra. Adriana da Fonte Porto Carreiro. Dissertação (Mestrado) – Departamento de Odontologia, Centro de Ciências da
Saúde, Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
1. Prótese parcial removível – Dissertação. 2. Reabsorção óssea – Dissertação.
3. Reembasamento de dentadura – Dissertação. I. Carreiro, Adriana da Fonte Porto. II. Título.
RN/UF/BSO Black D3322
Catalogação na Fonte. UFRN/ Departamento de Odontologia
Biblioteca Setorial de Odontologia “Profº Alberto Moreira Campos”.
DEDICATÓRIA
Dedico
À Deus, pelo dom da vida, pela saúde e por
todas as bênçãos que Ele me concedeu até
hoje, principalmente a benção de ser aprovada
na seleção do Mestrado e poder estar
concluindo essa etapa da minha vida.
Aos meus pais, Jane e Marcos, pelo amor,
carinho, dedicação e incentivo que me deram
durante toda a minha vida. Amo vocês!
AGRADECIMENTOS
À minha orientadora, Profa. Dra. Adriana da Fonte Porto Carreiro, pela confiança
depositada em mim, pelos ensinamentos, orientações, correções, dedicação e carinho. Um
exemplo de competência e responsabilidade que vou sempre levar comigo.
Ao meu namorado, Leo, pelo amor, atenção, compreensão, admiração e pela força que
me deu durante todo o curso.
À minha família, por estar sempre ao meu lado, me ajudando e dando força sempre
que preciso.
Aos familiares e amigos, que torceram por mim e me ajudaram de alguma forma,
desde a fase de seleção do Mestrado até a concretização de um sonho, tornar-me Mestre.
Ao Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte,
na pessoa do Chefe do Departamento Prof. Dr. Antonio Ricardo Calazans Duarte.
Ao Programa de Pós-Graduação em Odontologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, na pessoa do coordenador, Prof. Dr. Angelo Giuseppe Roncalli.
A todos os professores do Curso de Pós-Graduação em Odontologia, Angela, Angelo,
Adriana, Betinha, Gustavo, Iris, Júnior, Kenio, Ricardo, Seabra e Socorro, meus grandes
mestres, que contribuíram para a minha formação acadêmica e com esse aprendizado
consegui realizar mais um grande sonho: ser aprovada na seleção do Doutorado em
Odontologia.
Ao Prof. Dr. Angelo Giuseppe Roncalli e à Profa. Dra. Maria Anagela Ferreira pela
contribuição neste trabalho com seus conhecimentos em metodologia e estatística.
Ao Prof. Dr. Antonio Ricardo Calazans e ao Prof. Dr. Gustavo Seabra, pela
disponibilidade e contribuição para este trabalho durante o processo de qualificação.
A todos os amigos do Curso de Pós-Graduação em Odontologia na área de
concentração em Periodontia e Prótese Dentária: Luciana, Alessandra, Ana Rafaela, Arcelino,
Eudivar, Lidiane, Miguel e Pedro. Saudade de todos!
A todas as colegas do Curso de Pós-Graduação em Odontologia na área de
concentração em Odontologia Preventiva e Social.
À aluna do curso de graduação em Odontologia Brunna Moreira, pela contribuição na
coleta de dados deste trabalho.
Aos funcionários, Rosário, Edson, Dos Anjos e Nelson, pela disponibilidade e atenção.
Aos funcionários da biblioteca, pela ajuda durante a fase de pesquisa bibliográfica.
Aos pacientes, que retornaram à Faculdade e aceitaram participar desta pesquisa, sem
os quais não seria possível sua realização.
"Aprender é a única coisa de que a
mente nunca se cansa, nunca tem medo
e nunca se arrepende."
Leonardo da Vinci
RESUMO
Introdução: A desadaptação da base das próteses parciais removíveis (PPR) com o tecido
fibromucoso é causada pela reabsorção dos rebordos residuais (RRR). A reabsorção óssea
inicia logo após a exodontia de um elemento dentário e continua por toda a vida, sendo
acelerada por fatores locais ou sistêmicos. Objetivo: Avaliar o grau de desadaptação das selas
de próteses parciais removíveis e os fatores que a influenciam. Metodologia: Foi realizado
um estudo seccional com 81 pacientes usuários de PPR que instalaram suas próteses no
período de 2003 a 2007 (1 a 5 anos de uso) no Departamento de Odontologia da UFRN. Após
a anamnese e do exame físico, foi realizada uma moldagem com material a base de poliéter,
utilizando a base da prótese como moldeira, para copiar o espaço existente entre a base da sela
e o rebordo residual. A base da sela foi carregada com o material de moldagem e levada em
posição na boca, fazendo-se pressão sobre os apoios. Após a polimerização, removeu-se o
material de moldagem da sela e realizou-se a medição da espessura do molde com o auxílio
de um paquímetro manual. Resultados: A desadaptação da sela aumentou significativamente
a medida que aumentavam os anos de uso (p=0,005). Indivíduos com 50 anos ou mais,
apresentaram maior desadaptação do que indivíduos mais jovens (p<0,001). As próteses
dentomucossuportadas obtiveram maiores médias de desadaptação do que as
dentossuportadas (p<0,001). O tipo de mucosa flácida apresentou piores resultados de
adaptação sendo estatisticamente diferente da mucosa resiliente (p<0,001). Quanto maior a
extensão da sela, maior a desadaptação (p<0,001). O arco antagonista dente natural
apresentou melhores resultados em relação a PPR e prótese total (p<0,001). A desadaptação
da sela em extremidade livre foi menor próximo ao dente pilar e maior na região mais
posterior da sela (p<0,001). A adaptação dos apoios aos nichos quando se encontrava ruim
obteve maior desadaptação da sela comparadas as adaptações do tipo boa e regular (p<0,001).
Selas localizadas em região posterior do arco obtiveram maiores desadaptação que as selas em
região anterior (p=0,023). Conclusão: A média de desadaptação da sela sobre os rebordos
residuais foi de 0,27mm, podendo-se concluir que, mesmo com o uso da PPR, a redução da
altura óssea foi pequena dentro do período de 1 a 5 anos de uso. São fatores que influenciam
na adaptação da base da sela de PPR: tempo de uso da prótese, idade, via de transmissão de
força para o osso alveolar, local da área desdentada, arco antagonista, tipo de mucosa,
adaptação dos apoios nos nichos e extensão da sela.
Palavras-chave: Prótese parcial removível, Reabsorção óssea, Reembasamento de dentadura.
ABSTRACT
Introduction: The non-adaptation of the removable partial prosthesis (RPP) base to
fibromucosal tissue is caused by resorption of residual ridges (RRR). The onset of bone
resorption, which occurs after tooth extraction and continues throughout life, is accelerated by
local or systemic factors. Aim: Assess the degree of non-adaptation of removable partial
prosthesis saddles and the factors that influence it. Methodology: A sectional study was
conducted with 81 patients using RPP who had their prostheses installed between 2003 and
2007 (1 to 5 years of use) at the Faculty of Dentistry of the Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN). After anamnese and clinical examination, a cast was made with
polyether-based material, using the base of the prosthesis to make the impression. The base of
the saddle was loaded with the casting material and positioned in the mouth, applying
pressure on the supports. After polymerization, the material was removed from the saddle and
measurements were taken at 3 different points using a pachymeter. Results: The non-
adaptation of the saddle increased significantly with years of use (p = 0.005). The tooth-tissue
supported prostheses obtained higher mean non-adaptation values than those of tooth
supported prostheses (p < 0.001). Flaccid mucosa showed the worst non-adaptation results,
which were statistically different from resilient mucosa (p < 0.001). The greater the extension
of the saddle, the greater the non-adaptation (p < 0.001). The natural tooth antagonistic arch
yielded better results than did RPP and total prosthesis (p < 0.001). Saddle non-adaptation at
the free end was less near the pillar tooth and greater in the more posterior region (p < 0.001).
When adaptation of the supports to the niches was poor, greater saddle non-adaptation
occurred than when it was good or fair (p < 0.001). Saddles located in the posterior region of
the arch had greater non-adaptation than those in the anterior region (p = 0.023). Conclusion:
The mean non-adaptation of the saddle to the residual ridges was 0.27 mm. It can be
concluded that, even with the use of RPP, bone height reduction was slight within the 1-5-
year period of use. The following are factors that influence adaptation of the RPP saddle base:
years of use, age, force transmission path to the alveolar bone, location of the toothless area,
antagonistic arch, type of mucosa, adaptation of supports to the niche and extension of the
saddle.
Key-words: Removable partial prosthesis, bone resorption, relining denture.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Avaliação da adaptação dos apoios da PPR sobre os nichos. 32
Figura 2 Exame físico intra-oral sem a PPR em posição. 32
Figura 3 Aferição do tipo de mucosa do rebordo residual. 32
Figura 4 Material de moldagem a base de poliéter (ImpregumTM Soft®, 3M
ESPE, Alemanha).
33
Figura 5 Base da sela carregada com o ImpregumTM Soft®, 3M ESPE,
Alemanha.
33
Figura 6 PPR em posição com pressão bilateral nos apoios. 34
Figura 7 Moldagem da sela da prótese. 34
Figura 8 Marcação dos pontos no caso em que a sela não se localizava em
extremidade livre.
34
Figura 9 Marcação dos pontos no caso em que a sela se localizava em
extremidade livre.
34
Figura 10 a) Moldagem de um espaço protético, onde obteve-se 3 pontos para
medição. b) Moldagem de dois espaços protéticos, onde obteve-se 6
pontos para medição.
35
Figura 11 Remoção do material de moldagem com espátula Lecron 36
Figura 12 a) Película de ImpregumTM Soft®, 3M ESPE, Alemanha removida da
sela da prótese. b) Após remoção do excesso de material de moldagem
para facilitar a medição. c) Pontos mesial (M), central (C) e distal (D)
demarcados em caso de extremidade livre. Película pronta para
medição dos pontos.
36
Figura 13 a) Medição da espessura da película com auxílio de um paquímetro 37
manual. b) Aferição da medida de 0,1mm gerada pelo paquímetro
manual.
Figura 14 Gráfico da dispersão de desadaptação em mm x extensão da sela da
PPR com respectivas reta e equação de regressão. Natal/RN, 2008.
46
LISTAS DE QUADROS
Quadro 1 Testes estatísticos paramétricos utilizados neste estudo. Natal/RN,
2008.
38
Quadro 2 Elenco de variáveis dependentes que foram analisadas no estudo.
Natal/RN, 2008.
38
Quadro 3 Elenco de variáveis independentes que foram analisadas no estudo.
Natal/RN, 2008.
38
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Avaliação da associação da desadaptação da sela em mm e as variáveis
independentes por indivíduos. Natal/RN, 2008.
42
Tabela 2 Avaliação da associação da desadaptação da sela em mm e as variáveis
independentes por pontos. Natal/RN, 2008.
44
Tabela 3 Correlação de Pearson entre a desadaptação da sela em mm e a
extensão da sela. Natal/RN, 2008.
45
LISTA DE ABREVIATURAS
ANOVA – Análise de Variância
MM – Milímetros
N – Número da amostra
PPR – Prótese Parcial Removível
PT – Prótese Total
RRR – Reabsorção do rebordo residual
UFRN – Universidade Federal do Rio Grande do Norte
SUMÁRIO
RESUMO
ABSTRACT
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
LISTA DE TABELAS
LISTA DE ABREVIATURAS
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 15
2. REVISÃO DA LITERATURA .......................................................................... 17
2.1 Reabsorção óssea ............................................................................................... 17
2.2 Reabsorção óssea em usuários de próteses removíveis...................................... 26
3. OBJETIVOS ........................................................................................................ 28
3.1 Objetivo Geral .................................................................................................... 28
3.2 Objetivos Específicos ......................................................................................... 28
4. METODOLOGIA ............................................................................................... 29
4.1 Tipo do estudo .................................................................................................... 29
4.2 Local .................................................................................................................. 29
4.3 Amostra .............................................................................................................. 29
4.3.1 - Seleção da amostra ........................................................................................ 29
4.3.2 – Cálculo da amostra ....................................................................................... 29
4.4 Considerações éticas .......................................................................................... 30
4.5 Fase experimental............................................................................................... 31
4.5.1- Anamnese ........................................................................................................ 31
4.5.2 - Exame Físico ................................................................................................ 31
4.5.3 – Moldagem ..................................................................................................... 33
4.5.4 - Marcação dos pontos para medição ............................................................. 34
4.5.5 - Remoção do material de moldagem das selas da PPR ................................. 35
4.5.6- Medição da espessura do molde com paquímetro manual ............................. 36
4.6 Análise estatística ............................................................................................... 37
4.7 Variáveis estudadas ............................................................................................
5. RESULTADOS ..................................................................................................
38
41
5.1 Resultados para amostra de indivíduos ............................................................... 41
5.2 Resultados para amostra de pontos ..................................................................... 43
6. DISCUSSÃO ........................................................................................................ 47
7. CONCLUSÕES ...................................................................................................
REFERÊNCIAS ......................................................................................................
ANEXOS
52
53
1. INTRODUÇÃO
A reabsorção óssea dos rebordos alveolares remanescentes pode gerar a desadaptação da
base das próteses parciais removíveis (PPR) com o tecido fibromucoso. Os casos de PPR de
extremidade livre requerem atenção especial sobre este aspecto, uma vez que a perda de
contato íntimo da sela com o tecido de suporte modifica o comportamento biomecânico da
prótese e assumem um potencial iatrogênico lesivo15, 24.
O osso alveolar, após a perda de uma raiz dentária, sofre reabsorção devido a falta de
estímulos gerados pelos ligamentos periodontais. Na mandíbula, o padrão de reabsorção óssea
é predominantemente vertical. Na maxila, a reabsorção do rebordo anterior no sentido
horizontal é praticamente o dobro daquela que se observa no sentido vertical. No segmento
posterior, as perdas horizontais e verticais são geralmente proporcionais; no entanto, a
pneumatização dos seios maxilares pode comprometer grande parte do osso viável41.
Durante o primeiro ano após a extração dentária, a redução na altura do rebordo residual
é em média 2 a 3 mm para maxila e 4 a 6 mm para a mandíbula. A perda óssea anual após o
primeiro ano da exodontia é ligeiramente menor, sendo de 0,2mm na mandíbula e quatro
vezes menor na maxila40. Entretanto, as variações individuais são muito importantes49.
A quantidade de reabsorção do rebordo residual (RRR) é influenciada diretamente pelo
período total do edentulismo, extensão da área desdentada, via de transmissão de força da
prótese para o osso alveolar, por fatores intrínsecos ao paciente e uso prolongado de próteses
mucossuportadas16,35. Também pode ser influenciada por fatores sistêmicos, como diabetes e
osteoporose41.
A colocação de implantes tem demonstrado ser uma opção que reduz substancialmente a
perda óssea nos rebordos edentados, indicando a importância dos estímulos funcionais para o
tecido ósseo31,41.
O emprego de implantes dentários como suporte de prótese oferece muitas vantagens,
como a manutenção do osso alveolar. Os implantes dentários colocados no osso não servem
apenas como âncora para a prótese, mas também como um dos melhores procedimentos
preventivos da odontologia. Pressões e trações podem ser aplicadas ao osso em torno do
implante. Como resultado, a diminuição do trabeculado que se seguiu à extração dentária é
revertida. Aumentam o trabeculado e a densidade quando o implante dentário é inserido e
passa a exercer função. O implante endósseo pode manter a largura e altura óssea, enquanto o
implante permanecer sadio30.
Dois aspectos anatômicos para colocação de implantes são de fundamental importância
para o seu prognóstico e, consequentemente, da prótese implantossuportada: a quantidade de
osso disponível e a qualidade desse osso no local da implantação29,30.
O ideal seria que para todo elemento dentário com indicação de exodontia já fosse
planejada a colocação de implantes dentários, no entanto, a presença de infecções, doenças
sistêmicas e limitações financeiras ou de ordem pessoal, podem restringir ou adiar o referido
planejamento. Para tanto, a prótese parcial removível, por ser um tratamento pouco invasivo,
de baixo custo e de rápida resolução, pode ser indicada com a finalidade de manter o
funcionamento do sistema estomatognático e estabilizar os dentes remanescentes.
Diante do que foi exposto acima se questiona: como a uso da prótese parcial removível
atua na manutenção do rebordo residual?
Portanto, com o intuito de responder a essa questão, o propósito desta pesquisa é avaliar
o grau de desadaptação das selas de prótese parciais removíveis e os fatores que a
influenciam.
1. REVISÃO DE LITERATURA
2.1 - REABSORÇÃO ÓSSEA
Após as perdas dentárias, o osso alveolar deixa de receber os estímulos de tração pelas
fibras periodontais, e conseqüentemente sofre modificações da direção de suas trabéculas,
adaptando-se a uma nova condição fisiológica24.
Uma cascata de respostas inflamatórias é imediatamente ativada após a exodontia, e os
alvéolos são temporariamente preenchidos pelo coágulo sanguíneo. Os tecidos epiteliais
iniciam sua proliferação e migração na primeira semana, restaurando rapidamente sua
integridade. Evidências histológicas de formação ativa de osso podem ser encontradas na
parte mais profunda do alvéolo, duas semanas após as extrações. O alvéolo vai ser, então,
progressivamente, preenchido por novo tecido ósseo em aproximadamente 6 meses. Com esse
padrão de deposição óssea, o tamanho do rebordo residual é reduzido mais rapidamente nos
primeiros 6 meses, mas a reabsorção óssea continua por toda a vida, o que pode resultar em
grande perdas de estrutura no rebordo remanescente. Tal padrão também determina a
arquitetura resultante do rebordo residual em função de a reabsorção maxilar acontecer de
fora para dentro e a reabsorção mandibular, de cima para baixo41.
O tecido ósseo é a estrutura que suporta as pressões funcionais exercidas e
transmitidas pelas próteses removíveis aos tecidos vivos. O tecido ósseo do rebordo residual
está caracterizado pela perda quantitativa de tecido quando se compara com o tecido ósseo
presente ao redor dos dentes existente na boca do paciente. Depois da extração dos dentes e
como parte integral da cicatrização da ferida, o rebordo residual se contrai e se remodela em
direção apical e lingual do espaço ocupado previamente pelos dentes naturais. Fatores
sistêmicos, hábitos mastigatórios, tempo e especialmente o uso das próteses, tem um efeito na
morfologia do rebordo residual. A morfologia óssea do rebordo residual é trabecular na crista
do rebordo, e está bem diferenciada das laminas ósseas corticais adjacentes nas paredes
lingual e bucal da mandíbula, e da bóveda palatina na maxila. Esta diferença na densidade
óssea tem implicações clínicas. Quando as forças oclusais são transmitidas para as bases das
próteses removíveis às estruturas subjacentes, o tecido ósseo responde a força e/ou a tensão
aplicada em diferentes formas e a diferentes velocidades de acordo com sua estrutura interna.
A reabsorção óssea resulta em espaço entre a base da prótese e os tecidos, caracterizando uma
desadaptação e como conseqüência uma depressão da base da dentadura durante os
movimentos mastigatórios32.
Atwood3 em 1971 reconhecia a reabsorção do rebordo residual (RRR) como a
principal doença oral, que causa problemas físicos, psicológicos e econômicos para milhões
de pessoas em todo o mundo. A reabsorção do rebordo residual foi descrita como crônica,
progressiva, irreversível, que varia de paciente para paciente, no mesmo paciente em tempos
diferentes e no mesmo tempo em diferentes partes do rebordo. A reabsorção progride
geralmente lentamente durante um longo período de tempo de um estágio ao seguinte, porém
nos primeiros 6 meses após a extração, a reabsorção óssea é mais rápida. A perda óssea anual
tem um efeito cumulativo, levando a menos e menos rebordo residual ao longo dos anos.
Através de um estudo clínico, cefalométrico e densiométrico, Atwood e Coy4
avaliaram a redução dos rebordos residuais em 76 pacientes edêntulos com uma idade média
de 65 anos. Foram avaliados vários períodos de tempo de edentulismo variando desde a
extração dentária. A taxa de RRR anterior total variou entre indivíduos, sendo em média
0,5mm por ano. A taxa de RRR variou entre maxila e mandíbula. Na maxila, a RRR foi em
média de 0,1 mm por ano e na mandíbula, foi em média de 0,4 mm. Assim, a taxa média de
RRR foi quatro vezes menor na maxila do que a mandíbula. Havia uma baixa correlação entre
a taxa de RRR e diversos possíveis cofatores, incluindo o sexo, a idade, e a densidade do osso.
Uma taxa média de RRR vertical anterior de 0,5mm por ano podia representar uma perda
média de 5mm na altura anterior do rebordo (consideravelmente mais em alguns pacientes)
em 10 anos, tendo por resultado a perda significativa da dimensão vertical, da estética e do
conforto. Tais notáveis mudanças em milhões de edêntulos representam uma necessidade para
o cuidado protético.
Tallgren39 realizou um estudo longitudinal, para avaliar a reabsorção dos rebordos
residuais (RRR) através de radiografias laterais em usuários de próteses totais (PT). Foram
realizadas radiografias antes da extração dentária, e após a exodontia os pacientes eram
reabilitados com próteses totais. Foi feito um acompanhamento radiográfico entre 15 e 25
anos. No primeiro ano após a exodontia, observou-se que a RRR foi maior do que nos anos
subsequentes. Em média foi encontrada uma RRR de 0,05mm por ano na maxila e de 0,2mm
na mandíbula. Assim, a RRR na mandíbula foi de quatro vezes maior do que na maxila. A
magnitude e o padrão de perda óssea mostraram grande variação individual. O estudo em
usuários de PT por 15 e 25 anos revelou que a RRR é contínua e particularmente maior no
rebordo inferior.
Matsumoto27 avaliou as mudanças no rebordo residual em desdentados bilateral
posterior mandibular em 41 pacientes após um ano de uso de uma PPR através de
radiografias. A redução do rebordo residual encontrada em pacientes que tinham extraído
dentes em um período curto de tempo e haviam instalado prótese pela primeira vez foi de
0,9mm na região de primeiro e segundo molar. Nos pacientes que havia perdidos seus dentes
em um período de tempo longo, mas que não usavam próteses foi de 1,3mm nas mesmas
regiões. Nos casos em que os pacientes estavam refazendo a prótese, a redução óssea foi
menor do que os outros grupos, 0,6mm na região de primeiro e segundo molar. O autor
concluiu a partir desses resultados que o período após a extração dentária, e o uso ou não de
PPR influenciaram na mudança quantitativa e qualitativa do rebordo alveolar
Rodrigues e colaboradores36, avaliaram o efeito da prótese parcial removível no
rebordo alveolar após 9 meses de uso através de modelos de estudo. Os autores analisaram 10
pacientes adultos que apresentavam Classe I de Kennedy inferior. Antes da instalação da
prótese, moldou-se o arco inferior pela técnica mucostática, com moldeira de estoque e
alginato. Depois de um período de 9 meses de uso da PPR, repetiu-se a mesma técnica,
obtendo-se novo modelo-padrão em gesso especial, para comparar com o modelo obtido no
dia da instalação. Os resultados mostraram que após o período de 9 meses as PPR de
extremidade livre provocaram uma diferença na altura da crista do rebordo alveolar. Os
paciente que apresentaram maior perda de altura utilizavam a PPR durante o dia e a noite. Os
autores concluíram que após a utilização de uma PPR de extremidade livre inferior, por um
período de 9 meses, ocorreu uma diminuição do rebordo alveolar em torno de 0,5mm, não
devendo isto se calculado de maneira proporcional em relação aos períodos posteriores de uso
do aparelho.
Garcia e Sousa15 em 1992 verificaram a necessidade de reembasamento de PPR de
extremidade livre após um ano de uso. Foram examinados e controlados 28 pacientes que
fizeram as PPR na clínica da disciplina de Prótese Parcial Removível da Faculdade de
Odontologia do Campus de Araçatuba - UNESP. Após a instalação, as próteses foram
utilizadas como moldeira, e o rebordo foi moldado com material à base de poliéter
(Impregum). Essa moldagem foi destacada da sela, em seguida foi pesada e suas
características clínicas foram anotadas. Após um ano de uso, este procedimento foi repetido, e
realizou-se a comparação entre as películas obtidas em cada época. Os resultados mostraram
que as películas de poliéter apresentaram maior espessura na segunda avaliação. Os autores
concluíram que após 1 ano ocorre uma desadaptação da base de resina ao rebordo alveolar,
porém os dados do exame clínico não indicaram a realização do reembasamento, visto que a
diferença entre as películas oscilou a centésimo de grama, o que do ponto de visto clínico
pode ser considerado desprezível. Os autores justificaram que esses achados podem ser
decorrentes de uma técnica de moldagem funcional realizada adequadamente.
A necessidade de reembasamento também foi estudada por Garcia e colaboradores16
em 1994. Os autores avaliaram 15 pacientes da clínica da disciplina de Prótese Parcial
Removível da Faculdade de Odontologia do Campus de Araçatuba - UNESP após 3 anos de
uso de uma PPR com extremidade livre uni ou bilateral inferior. Foi realizada uma moldagem
com material à base de poliéter (Impregum), com e sem pressão oclusal utilizando a prótese
como moldeira. O material de moldagem foi destacado da prótese, e foi realizada a inspeção
visual, onde os autores observavam a transparência da película, e em seguida o material foi
pesado. Os resultados mostraram que a moldagem com pressão oclusal obteve maior
transparência da películas e menor peso. Cinco pacientes possuíam PT superior e PPR
inferior, sendo 4 pacientes classe I de Kennedy, e apenas 1 desses 4 não necessitava de
reembasamento. Os autores concluíram que o reembasamento de PPR de extremidade livre
uni ou bilateral inferior foi necessário em 73,4% dos pacientes após 3 anos de uso.
Rocha e colaboradores35 avaliaram o assentamento das bases de próteses parciais
removíveis em extremidade livre com o uso de um microscópio comparando radiografias
periapicais obtidas no dia da alta do paciente e um ano após a instalação do aparelho. Foram
avaliados 10 casos que incluíam as classes I e II de Kennedy. Os resultados mostraram que
entre a reabsorção óssea e depressividade da mucosa alveolar, o assentamento da base foi, em
média de 0,51mm, no período de 1 ano. Os autores também afirmaram que nos casos de
classe I, as diferenças encontradas entre os lados (direito e esquerdo) deve-se à diferente
extensão das bases; geralmente, uma é mais longa que a outra e, quanto mais mucossuportada,
maior é a sua desadaptação. Acrescentou-se ainda, em relação ao arco antagonista, que a força
mastigatória de uma pessoa cai gradativamente à medida em que perde dentes naturais, passa
por uma prótese fixa, depois a PPR e finalmente uma PT. Os autores concluem que, o local e
magnitude da força aplicada; a viscoelasticidade da mucosa alveolar; inclinação do rebordo;
moldagem; efetividade dos grampos; extensão das bases e natureza do arco antagonista, são
fatores que interferem na movimentação e assentamento de bases de PPR.
A via de transmissão de força para o osso alveolar nas próteses parciais removíveis
também pode ser um fator causal de reabsorção óssea. Na PPR, a via de transmissão de força
para o osso pode ser dentossuportada ou dentomucossuportada. As dentossuportadas
transmitem as forças para o osso alveolar exclusivamente através dos dentes remanescentes e
seus tecidos periodontais, de maneira que a sela funcionará passivamente, não exercendo
qualquer compressão sobre a fibromucosa14. No entanto, este relacionamento pode não ser
inteiramente passivo, especialmente se o espaço protético for muito extenso, situação em que,
teoricamente, poderia haver uma pequena flexão da sela e, consequentemente, uma ligeira
compressão da fibromucosa43.
Nas próteses dentomucossuportadas, a transmissão das forças oclusais é dada pelos
dentes remanescentes e pela fibromucosa que recobre o rebordo residual. Neste caso, um
grande percentual de força é transmitido ao osso alveolar sob forma de compressão. Essa ação
compressiva é biologicamente considerada desestimulante à manutenção da integridade óssea
e, quando não controlada, pode acelerar o processo de reabsorção do osso alveolar14.
O maior problema dessas próteses dentomucossuportadas é a diferença de resiliência
entre os dois sistemas de suporte, sendo os dentes com 0,1mm e a fibromucosa com 0,4 a
3,0mm quando submetidos a cargas mastigatórias de mesma intensidade42. Esta diferença
pode permitir a ocorrência de rotação da prótese ao redor de um eixo que passa pela face
distal do último dente suporte de cada lado, sendo este movimento capaz de induzir forças
deletérias sobre estes e também ao rebordo residual, podendo vir a causar mobilidade nos
primeiros e reabsorção neste último, conforme as afirmações de Carlsson, Hedegard e
Koivumaa8 e Applegate2.
A alavanca formada com a instalação de um aparelho parcial removível classe I de
Kennedy, deixa claro que há uma tendência para um desequilíbrio em virtude de o braço da
potência, representado pela base ser, geralmente, muito maior que o braço de resistência,
representado pelo segmento dentário do arco. Conseqüentemente, por mais estável que seja
este tipo de aparelho, haverá sempre uma compressão maior no seu extremo distal e menor na
mesial, devendo a reabsorção ocorrer de modo crescente da mesial para distal36.
Kelly22 em 1972 descreveu a síndrome da combinação como um problema comum
associado com a prótese parcial bilateral mandibular com extensão distal e prótese total na
maxila, que é caracterizada pelo crescimento das tuberosidades maxilar, hiperplasia papilar,
reabsorção da pré-maxila, irrupção dos dentes anteriores mandibulares, e reabsorção
mandibular posterior.
O osso alveolar na parte posterior da mandíbula tem maior risco de reabsorção. Foi
observado uma perda vertical média do osso durante um período de 5 anos de 1,5 milímetros
na região do incisivo, de 1,6 milímetros na região de pré-molar, e de 1,6 milímetros para
região de molar. A diferença está nas forças oclusais entre a região anterior, onde ocorrem
forças mais leves para incisar o alimento, comparado com a região posterior, onde forças mais
pesadas são exigidas para o trituração46.
Plotnick, Beresin e Simkins34 avaliaram a influencia do arco antagonista e as
mudanças no rebordo residual após 18 meses em pacientes usuários de PPR de extremidade
livre mandibular. Através de radiografias, não foi observada mudança estatisticamente
significante no rebordo mandibular quando o paciente possuía dentes naturais como arco
antagonista. Entretanto, significantes mudanças foram encontradas em pacientes com arco
antagonista PPR e PT.
Achados do estudo de Marcus e colaboradores26, revelaram após examinar 424 idosos
desdentados totais não institucionalizados acima dos 70 anos, nos estados da Inglaterra, que
1/3 dos pacientes usavam próteses totais removíveis durante o dia e enquanto dormem. Os
autores concluíram que esses pacientes que usam suas próteses dia e noite colocam forças
maiores nos tecidos moles e duros, o que acelera a perda óssea.
De acordo com a revisão de literatura de Wyatt47, estudos10,28 revelaram uma perda
óssea na região anterior da mandíbula significativamente maior após 1 ano em pacientes que
usam suas próteses durante o dia e a noite quando comparada com os pacientes que usam
apenas durante o dia.
Kalk e de Baat21 estudaram a correlação entre RRR e idade do paciente, duração do
edentulismo, o número de próteses que foram usadas, e uso diurno e noturno das próteses. A
amostra consistiu em 92 desdentados tratados com PT em uma escola de clínica odontológica.
Os pacientes da pesquisa foram solicitados a preencher um questionário para obter dados a
respeito dos fatores da pesquisa. Um método para a classificação de reabsorção óssea foi
desenvolvido e os pacientes foram divididos em classes para RRR de acordo com este
método. Todos os dados foram processados por meio de um programa informático. Quanto
maior o tempo de edentulismo e quanto mais próteses o paciente tinha usado, observou-se
maior intensidade de RRR, principalmente na mandíbula. A idade do paciente não foi fator de
risco para RRR. Nenhuma correlação significativa foi encontrada entre RRR e próteses que
eram usadas durante o dia e a noite.
Foi realizada uma investigação clínica e radiográfica longitudinal para avaliar a se a
freqüência da estomatite protética e/ou a taxa de RRR variaram com o tipo do uso habitual
(dia somente contra o dia e a noite) de dentaduras completas. A amostra consistiu em 60
portadores de PT que foram divididos aleatoriamente em dois grandes grupos iguais, um em
que as dentaduras foram usadas durante o dia e a noite e um em que foram usadas somente
durante o dia. Cinquenta e quatro dos pacientes foram reexaminados, um ano mais tarde. O
exame clínico não revelou nenhuma diferença significativa na freqüência da estomatite
protética entre os dois grupos. Os dois grupos não diferem um outro do outro em relação às
mudanças na altura morfológica ou postural da face ou na parte anterior da mandíbula5.
A mucosa que reveste o rebordo alveolar residual pode influenciar na reabsorção
óssea. De acordo com De Fiori14, existem 3 tipo de resiliência das mucosas que revestem esse
rebordo: dura; compressível e flácida. A mucosa do tipo dura tem bom prognóstico, por ter
uma resiliência mais próxima à dos dentes do que os outros tipos de mucosa. Porém, como
normalmente o tecido fibromucoso é fino e aderente, a superfície interna da sela pode, quando
em função, causar injúrias ou desconforto ao paciente. O tipo compressível, no que diz
respeito ao grau de resiliência, é considerado normal e o prognóstico para a realização de PPR
com extremidade livre é bom. A ocorrência de injúria ou desconforto causada pela ação
compressiva da sela é menos freqüente, facilitando os trabalhos iniciais de instalação e de
controle funcional da prótese. A mucosa tipo flácida possui um grau de resiliência muito
diferente do encontrado nos dentes pilares, criando inevitavelmente uma situação
desfavorável para a realização de PPR com extremidade livre, pela magnitude das forças
laterais que serão impostas a esses dentes. A existência de regiões localizadas de fibromucosa
flácida é considerada patológica e provocada, principalmente, pela irritação constante
proporcionada por próteses mal adaptadas; essa situação provoca reabsorções ósseas
acentuadas e ou localizadas.
Os fatores relacionados com a RRR foram avaliados em 177 idosos desdentados. Os
efeitos da RRR foram investigados no que diz respeito à história do edentulismo e do uso de
próteses, a condição das dentaduras e dos tecidos macios, ao status dental do arco antagonista,
e aos hábitos da higiene oral. Nenhuma associação significativa foi encontrada entre o grau de
reabsorção e da duração do edentulismo na mandíbula ou na maxila. Na maxila o uso
precedente de dentaduras parciais removíveis era um fator que contribui para a RRR; também
foi encontrado que o rebordo flácido está relacionado à reabsorção severa. Este estudo
mostrou que os fatores locais relativos a RRR foram mais frequentes na maxila do que na
mandíbula, sugerindo assim, que a reabsorção severa na mandíbula estivesse mais
influenciado por fatores sistemáticos do que por aqueles investigados neste estudo48.
Outro fator que influencia na reabsorção óssea é a adaptação da PPR na boca. O apoio
oclusal tem a função de suportar e estabilizar a prótese no sentido ocluso-gengival
transferindo a força mastigatória, que incide sobre os dentes artificiais, aos dentes pilares.
Quando não estão bem adaptados aos nichos (preparo no dente pilar), pode gerar uma situação
traumática do tecido gengival, causando perda óssea14.
Além dos fatores locais, o grau de reabsorção do rebordo residual também pode ser
influenciada por fatores sistêmicos, como a osteoporose41.
A osteoporose é uma doença complexa e multifatorial originada por uma desordem no
metabolismo ósseo esquelético, no qual se traduz em uma redução na quantidade de osso, sem
produzir variações na composição química do mesmo. Há uma grande importância desta
doença e sua relação com os ossos maxilares. Esta patologia tem sido observada em diversos
sítios do esqueleto, especialmente naqueles ossos com grande proporção de tecido trabecular,
como é o caso da mandíbula; a perda de substância óssea nos maxilares constitui um sinal que
adverte a existência de enfermidades ósseas sistêmicas em humanos. As mudanças na
anatomia da mandíbula são de grande interesse odontológico, já que a diminuição progressiva
da substância óssea mandibular reduz a possibilidade de uma efetiva reabilitação das funções
orais, no qual deve considerar-se durante o planejamento do tratamento odontológico18.
Von Wowern & Kollerup 44 avaliaram se a osteoporose sintomática era fator de risco
para reabsorção severa do rebordo residual nas maxilas. O índice mineral do osso medido in
vivo pelo dual-photon scanner foi significantemente mais baixo na mandíbula e nos ossos do
antebraço no grupo com osteoporose do que no grupo normal (sem osteoporose). Nenhuma
diferença significativa entre os dois grupos foi demonstrada no que diz respeito ao tamanho
da área sagital mandibular, medido em cefalogramas laterais, enquanto a área sagital maxilar
era significativamente menor no grupo osteoporose. A osteoporose sintomática pode ser um
fator de risco severo para reabsorção do rebordo residual na maxila.
Através de uma revisão da literatura, Bulgarelli e colaboradores6 concluíram que a
osteoporose pode desencadear vários sinais orais, dentre eles, perdas dentárias, reabsorção do
rebordo alveolar, e que todos esses sinais são identificáveis em radiografias orais.
Baseado na revisão da literatura, Klemetti23 concluiu que as forças oclusais devem ser
consideradas a causa principal de reabsorção do rebordo residual porque estas forças podem
causar rápida e completa reabsorção óssea mesmo sem perda sistemática do osso, chamada,
osteoporose. As medidas da densidade mineral do osso da mandíbula não prevêem
exatamente a tendência para a reabsorção do rebordo residual.
Segundo Gordan & Genant19, após 40 anos de idade, a densidade mineral do osso
diminui, de modo que por volta dos 65 anos o rebordo apresenta uma redução de 1/3. As
porções cortical e trabecular possuem comportamentos diferentes com a idade.
A análise histomorfométrica de espécimes mandibulares foi realizada a fim de
demonstrar possível associação entre o gênero e a idade na porcentagem de massa e atividade
óssea na mandíbula. O material consistiu em 32 espécimes de autópsia da região de pré-molar
do corpo mandibular em indivíduos com morte inesperada e sem doença conhecida do osso.
Os espécimes foram divididos em um grupo dos jovens (20-43 anos de idade) e de um grupo
idoso (60-90 anos de idade); cada grupo possuiu oito espécimes do sexo feminino e oito do
sexo masculino. Os resultados não revelaram nenhuma diferença significativa do sexo ou da
idade no osso trabecular no que diz respeito a porcentagem de massa óssea, da porosidade
trabecular e da atividade óssea. Nos córtex bucal e lingual, uma diferença significativa da
idade foi demonstrada, mas não havia nenhuma diferença do sexo na porcentagem da massa
óssea. A massa do osso cortical diminui consideravelmente em idade avançada, mas parece
ser independente do gênero do indivíduo45.
Em estudo sobre 175 idosos desdentados institucionalizados, foram descritas
correlações entre o grau de reabsorção do osso alveolar com a idade, gênero, tempo de
edentulismo e o número de próteses totais usadas pelos idosos. Todos os indivíduos foram
entrevistados por estudantes de Odontologia e examinados clinicamente por Cirurgiões-
Dentistas. A reabsorção do osso alveolar na mandíbula foi significativamente maior nas
mulheres do que nos homens e maior em pessoas que tinham longo período de edentulismo. A
idade dos indivíduos não apresentou diferença estatística. E quanto maior o tempo de
edentulismo e maior o grau de reabsorção do osso alveolar, mais próteses na mandíbula o
paciente tinha usado13.
Carlsson11 em sua revisão da literatura relata que a influencia da idade e gênero não é
conclusiva. Em estudos crosssectional, indivíduos idosos mostraram uma reabsorção dos
rebordos maior que os indivíduos jovens, mas isto pode estar relacionado ao longo período de
edentulismo do idoso.
Para conservação tanto do rebordo alveolar quanto dos dentes suportes é necessário
um correto planejamento e moldagem funcional, visando diminuir as forças de alavanca
provenientes da mastigação. Essas forças são conseqüências, em parte, das perdas ósseas
ocorridas no rebordo alveolar. A reabsorção é maior ou menor, dependendo da extensão do
espaço desdentado, do arco antagonista, da localização e amplitude da força aplicada,
viscoelasticidade da mucosa alveolar, moldagem, e da secção transversal do rebordo alveolar.
Além desses fatores, depende em grande parte a constituição orgânica do osso alveolar16,35.
2.2 - REABSORÇÃO ÓSSEA EM USUÁRIOS DE PRÓTESES
REMOVÍVEIS
Há uma certa dúvida se o uso de prótese removível é fator de causa importante no
processo de reabsorção óssea.
Campbell7 comparou em modelos de gesso as medidas do rebordo residual de
pacientes institucionalizados desdentados totais que usavam ou não próteses removíveis. Na
maxila foi encontrado menores medidas para o grupo que usava prótese total removível no
sentido vertical e horizontal. Na mandíbula, apenas o sentido vertical apresentou resultado
estatisticamente significante. O autor conclui que parece haver correlação entre o uso de
próteses totais removíveis e menor rebordo residual.
Através de radiografias feitas pela técnica do paralelismo, Carlsson, Hedegard e
Koivumaa9 observaram que após quatro anos de utilização das próteses parciais removíveis
pode-se perceber uma perda óssea de 2,3mm na face mesial dos dentes suportes, enquanto na
face distal a reabsorção atingiu 3,9mm. O grupo controle, que não utilizou próteses parciais
removíveis, teve valores de 0,1mm e 0,2mm respectivamente. Relataram também que 28%
dos pacientes tiveram alterações significativas na crista óssea sob as PPRs.
A perda óssea alveolar foi pesquisada por Chandler e Brudvik12 em 1984. Os autores
fizeram controle radiográfico de 38 pacientes que haviam instalado PPR há 8 ou 9 anos e
tinham participado de um estudo prévio em 1977 por Schwalm, Smith e Erickson37, onde
avaliaram as conseqüências que as PPR causavam após 1 e 2 anos de uso. Os pacientes foram
divididos em 2 grupo: os que estavam usando a prótese e os que não estavam usando. Em
seguida foi realizado o exame radiográfico, e os dados obtidos nesta pesquisa foram
comparados com os dados do estudo realizado nestes mesmos pacientes em 1977. Os achados
concluíram que não há diferença estatisticamente significante da perda óssea alveolar entre o
grupo que estava usando a PPR e o grupo que não estava usando. Os autores relatam que as
mudanças no osso alveolar são pequenas e que provavelmente pode haver erro inerente à
técnica devido às distorções da radiografia.
Pietrokovski, Harfin e Levy33 avaliaram a influencia da idade e do uso de próteses
totais no tamanho dos arcos e altura do rebordo residual. A amostra foi representada por 302
pacientes idosos desdentados, que foram divididos em 3 grupos por idade: grupo 1 (60-
69anos); grupo 2 (70-79anos); grupo 3 (80-89 anos). Modelos de estudo foram utilizados para
medir o tamanho dos arcos e altura do rebordo residual de acordo com a idade e com o uso de
próteses totais. 249 pacientes usavam próteses totais no mínimo por 2 anos antes da pesquisa.
53 pacientes nunca tinham usado próteses removíveis. Os pacientes do grupo 1 não
apresentaram estruturas remanescentes significantemente maior que os pacientes do grupo 3.
Os pacientes que não faziam uso de próteses, possuíam arcos e rebordos residuais maiores do
que os que usavam, com diferença estatisticamente significante. Os autores concluíram que os
pacientes mais novos e que nunca usaram prótese removível possuíam arco e rebordo residual
significativamente maior que os indivíduos mais velhos e que usavam próteses totais.
Estudos em ratos wistar mostraram que a pressão contínua de uma prótese
experimental causou reabsorção óssea quando exercida uma pressão máxima (de alto valor) e
que a reabsorção óssea não foi remodelada quando a pressão foi descontinuada20.
Porém, parece haver uma redução da reabsorção óssea nos casos em que os pacientes
se submetem a colocação de próteses sobre implantes.
Nos grupos dos pacientes que faziam uso de prótese total mandibular por diferentes
tempos de uso, foi observado que a contínua reabsorção óssea parou nas áreas distais aos
forames mentonianos após os pacientes serem submetidos a colocação de próteses sobre
implantes, localizados na região inter-forames38.
Kordatzis, Wright e Meijer25 em 2003, compararam a reabsorção no rebordo residual
posterior da mandíbula em pacientes com próteses convencionais e overdenture sobre
implantes. Foram realizadas tomografias imediatamente antes da instalação da prótese e após
5 anos de tratamento. Os resultados mostram que a redução média na região posterior do
rebordo residual da mandíbula era de 1,63mm em 5 anos no grupo das próteses convencionais
e de 0,69mm para o grupo das overdentures sobre implantes (isto é, quase 1mm a menos). Os
autores concluíram que dependendo dos fatores biomecânicos, as áreas do osso junto aos
implantes puderam ser mais favorecidas.
2. OBJETIVOS
3.1- Objetivo geral
Avaliar o grau de desadaptação das selas de próteses parciais removíveis nos pacientes
que foram tratados com PPR no período de 2003 a 2007, na Departamento de Odontologia da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
3.2- Objetivos específicos
a) Avaliar a influência dos fatores seguintes, sobre a desadaptação das selas da PPR
sobre o rebordo residual:
• Tempo de uso da prótese
• Via de transmissão de forças
• Pontos Mesial, Central e Distal em extremidade livre
• Local da área desdentada
• Arcada
• Arco antagonista
• Tipo de mucosa
• Adaptação dos apoios aos nichos
• Extensão da sela
• Uso noturno da prótese
• Gênero
• Idade
• Alterações ósseas
3. METODOLOGIA
4.1 - Tipo do Estudo:
Estudo do tipo seccional, envolvendo pacientes voluntários, que foram tratados com
PPR, na disciplina de Prótese Parcial Removível e da Clínica Integrada do Departamento de
Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, no período de 2003 à 2007.
4.2 - Local:
O estudo foi realizado no Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte.
4.3 - Amostra:
4.3.1 - Seleção da amostra:
Os indivíduos deste estudo foram selecionados do universo de pacientes que foram
tratados com próteses parciais removíveis, na Disciplina de Prótese Parcial Removível e da
Clínica Integrada do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte, no período de 2003 à 2007.
As próteses parciais removíveis avaliadas neste estudo foram feitas por alunos da
graduação em Odontologia da UFRN, sob a orientação dos professores, seguindo todos os
passos para a confecção de uma PPR. Em casos de extremidade livre, foi realizada a
moldagem funcional.
4.3.2 – Cálculo da amostra:
De acordo com o estudo piloto realizado com 38 pacientes, o tamanho da amostra para
o presente estudo do tipo seccional onde o desfecho foi uma variável quantitativa, se segue:
Média = 0,17
Desvio padrão = 0,14
Margem de erro = 15%
Efeito do desenho = 1
Tamanho da amostra = 116 pacientes
Após o cálculo da amostra, foram colhidas as fichas clínicas da Disciplina de Prótese
Parcial Removível e parte da fichas da clínica Integrada, do ano de 2003 a 2007, obtendo-se
assim, 182 fichas de pacientes nos quais foram instalaram PPR no Departamento de
Odontologia da UFRN. Em seguida, contatos telefônicos foram efetuados, quando os
pacientes foram convidados a comparecer à Clínica de Pós-Graduação do Departamento de
Odontologia - UFRN. Muitos telefones não pertenciam mais ao paciente cadastrado, ou não
era possível completar a ligação, e muitas vezes os pacientes se recusavam a voltar a
faculdade para participação na pesquisa. Dos pacientes que aceitaram voltar participar da
pesquisa, apenas 81 deles apresentavam os critérios de inclusão na amostra (abaixo).
� Critérios de Inclusão:
Pacientes usuários de prótese parcial removível, que aceitaram participar
voluntariamente da pesquisa, mediante a assinatura do termo de consentimento
livre e esclarecido.
Pacientes portadores de PPR com selas em resina acrílica que substituam mais de
um dente.
� Critérios de Exclusão:
Pacientes que apresentava estado de saúde debilitado.
Próteses que sofreram reembasamento das selas.
Próteses fraturadas
� Consentimento Livre e Esclarecido:
No momento do exame clínico inicial foi entregue ao paciente um termo de
consentimento esclarecendo os objetivos da pesquisa (anexo I). O termo de consentimento
livre e esclarecido, no qual o paciente permite a utilização de seus dados obtidos com o
questionário para uma posterior análise dentro da pesquisa, foi lido pelo pesquisador e
assinado pelos pacientes, que concordaram com o exposto.
4.4 – Considerações éticas
O projeto desta pesquisa foi enviado e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, com protocolo número 041/08 (ANEXO II).
4.5 - Fase experimental (coleta de dados)
Os dados foram coletados na ficha clínica (anexo III). Os exames foram realizados nas
clínicas do Departamento de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
A coleta de dados foi realizada por um único pesquisador.
4.5.1- Anamnese
Inicialmente foi realizada uma anamnese com questionário, utilizando a ficha clínica
(anexo III), para coleta dos dados: gênero; idade; condições de saúde geral do paciente, como
osteoporose e fatores relacionados ao uso das próteses (uso noturno da PPR, tempo de uso da
prótese).
4.5.2 - Exame Físico
No exame físico foi observado:
• Adaptação da PPR em posição (Figura 1): a adaptação foi classificada em 3
categorias (boa, regular e ruim). Boa = todos os apoios bem adaptados aos nichos;
Regular = parte dos apoios se encontravam bem adaptados aos nichos; Ruim = todos
os apoios encontravam-se desadaptados aos nichos.
• Via de transmissão de força da prótese: dentossuportada = classes III e IV de
Kennedy; dentomucossuportada = classes I, II de Kennedy14.
• Arco antagonista: através da inspeção visual classificou-se o arco antagonista em
dentes naturais = quando o paciente não havia nenhum tipo de prótese; prótese fixa =
quando o paciente apresentava uma ponte fixa; prótese parcial removível; prótese
total .
• Local da área desdentada (Figura 2): através da inspeção visual classificou-se o local
onde a sela estava presente em região anterior (de canino a canino) e região posterior
(de pré-molar a molar). Também foi avaliada a arcada em que a PPR se encontrava:
maxila ou mandíbula.
• Extensão da sela (Figura 2): através da inspeção visual, foi avaliado o número de
dentes ausentes onde a sela estava presente. A contagem dos dentes foi realizada até
2º molar.
• Tipo de mucosa sob as selas da PPR (Figura 3): Foi avaliado através da inspeção
digital, classificada em 3 categorias: Rígida = quando apresentava pequena alteração
de volume quando submetidas à ação de forças compressivas; Resiliente = quando
submetida à ação de forças compressivas, sofre uma alteração de volume um pouco
mais acentuada que a rígida; Flácida = maior facilidade de sofrer alteração de volume
quando sob ação de forças compressivas14.
Figura 2. Exame físico intra-oral sem a
PPR em posição.
Figura 3. Aferição do tipo de mucosa do
rebordo residual. Mucosa tipo “flácida”.
Figura 1. Avaliação da adaptação dos apoios da PPR sobre
os nichos. Adaptação dos nichos tipo “boa”.
4.5.3 - Moldagem
A base da sela serviu de moldeira, onde foi colocado um material de moldagem para
copiar o espaço existente entre a fibromucosa e a base da sela.
O material de escolha foi o poliéter (ImpregumTM Soft®, 3M ESPE, Alemanha) por ser
de fácil manipulação, produzir menores deformações aos tecidos de revestimento do rebordo,
ótima estabilidade dimensional, apresentar alta fidelidade de cópia e ter boa rigidez17,29
(Figura 4).
A moldagem da sela foi realizada em todos os espaços protéticos correspondente a
ausência de 2 dentes ou mais.
Para realização da moldagem, a prótese foi removida da boca do paciente e a base da
sela foi seca para remover toda a saliva. Em seguida o material de moldagem foi
proporcionado e manipulado. Carregou-se a base da sela com o material de moldagem (Figura
5) e levou-se a prótese em posição, fazendo pressão sobre os apoios, realizando-se assim, a
moldagem da sela da PPR (Figura 6 e 7). Esperou-se a polimerização do material de
moldagem para remoção da prótese da boca do paciente.
Figura 4. Material de moldagem a base de
poliéter (ImpregumTM Soft®, 3M ESPE,
Alemanha).
Figura 5. Base da sela carregada com o
ImpregumTM Soft®, 3M ESPE, Alemanha.
Figura 6. PPR em posição com pressão
bilateral nos apoios.
Figura 7. Moldagem da sela da prótese.
4.5.4 - Marcação dos pontos para medição
A marcação dos pontos para medição foi realizada com lápis piloto preto na região basal
da sela correspondente a crista do rebordo residual. Em caso onde a sela não se localizava em
extremidade livre (Figura 8) a marcação foi feita em 3 pontos da seguinte forma: o 1º ponto à
2 mm da borda anterior da sela, o 2º ponto à 2mm da borda posterior da sela e o 3º ponto foi
o ponto intermediário entre o 1º e 2º ponto. Quando a sela se encontrava em extremidade
livre (Figura 9), os três pontos foram feitos da seguinte forma: o 1º ponto à 2mm da distal do
pilar mais posterior, o 2º ponto à 2 mm da borda posterior da sela e 3º ponto 3 foi o ponto
central entre o 1º e 2º ponto.
Figura 8. Marcação dos pontos no caso em
que a sela não se localizava em
extremidade livre.
Figura 9. Marcação dos pontos no caso em
que a sela se localizava em extremidade
livre.
Após a marcação dos pontos, cada paciente apresentou um número de pontos referente a
quantidade de espaços protéticos em que a sela estava presente. A cada espaço protético
foram marcados 3 pontos para medição. Desse modo, cada paciente possuiu no mínimo 3
pontos para medição, que significava que o paciente possuía apenas 1 espaço protético
referente a perda de 2 dentes ou mais. Em casos onde o paciente apresentava 2 espaços
protéticos, foram obtidos 6 pontos para medição, e assim por diante (Figura 10). Houve casos
em que os pacientes apresentaram 5 espaços protéticos, e obtiveram assim, 15 pontos para
medição.
Figura 10. a) Moldagem de um espaço protético, onde obteve-se 3 pontos para medição. b)
Moldagem de dois espaços protéticos, onde obteve-se 6 pontos para medição.
4.5.5 - Remoção do material de moldagem das selas da PPR
Após a marcação dos ponto de medição, a película de ImpregumTM Soft®, 3M ESPE,
Alemanha foi removida da base da sela da PPR, por isso, não utilizou-se o adesivo do
material de moldagem. O material de moldagem, devidamente marcado foi removido da base
da sela com o auxílio de uma espátula Lecron, tomando-se o cuidado para manter a estrutura
íntegra (Figura 11). Em seguida foi realizada a desinfecção da película com hipoclorito de
sódio a 1% durante 10 minutos1,29. Após a desinfecção, foram removidos os excessos da
película com tesoura clínica para facilitar a medição. Nos casos de extremidade livre, os
pontos mesial, central e distal demarcados na película foram identificados com as letras M, C
e D (Figura 12).
a b
Figura 11. Remoção do material de moldagem com espátula Lecron.
Figura 12. a) Película de ImpregumTM Soft®, 3M ESPE, Alemanha removida da sela da PPR.
b) Após a remoção dos excessos do material de moldagem para facilitar a medição. c) Pontos
mesial (M), central (C) e distal (D) demarcados em caso de extremidade livre. Película pronta
para medição dos pontos.
4.5.6- Medição da espessura do molde com paquímetro manual
Foi utilizado um paquímetro manual da marca Mitutoyo para medição da espessura do
molde. Após 24 horas da moldagem, as medições foram realizadas nos pontos demarcados
previamente e a leitura do paquímetro foi realizada com o auxílio de uma lupa. O valor em
mm era gerado quando as linhas verticais superiores e inferiores do paquímetro manual se
coincidiam (Figura 13).
Figura 13. a) Medição da espessura da película com auxílio de um paquímetro manual. b)
Aferição da medida de 0,1mm no paquímetro manual.
4.6 - Análise Estatística:
Foi criado um banco de dados no software Excel 2007 e posteriormente esse banco de
dados foi transferido para o SPSS versão 16.0 para Windows, programa o qual foram
realizados os testes estatísticos.
As variáveis foram apresentadas de maneira descritiva ( números absolutos) e medidas
de tendência central (média e desvio padrão).
A análise estatística foi dividida em duas etapas. Na primeira etapa os dados foram
analisados por indivíduo. Para isso, foi obtida a média de todos os pontos medidos de cada
paciente, obtendo-se assim, uma amostra com o número total de pacientes (N=81). Na
segunda etapa, os dados foram analisados por pontos medidos. Portanto, a amostra foi
representada por todos os pontos obtidos (N=573).
Foram utilizados testes paramétricos para associação entre duas variáveis (Quadro 1).
Para a determinação da associação entre a variável dependente (desadaptação da sela de PPR)
e uma variável independente categórica que possuía 2 categorias (ex.: gênero= 1. Masculino;
2. Feminino) foi realizado o teste T a um nível de confiança de 95%. Para comparação do
desfecho com uma variável independente categórica que possuía 3 categorias ou mais (ex.:
Anos de uso:1 ano; 2 anos; 3 anos; 4 anos e 5 anos), foi realizado o teste ANOVA, e quando
os resultados apresentavam significância, foi aplicado o pós-teste de Tukey. Para correlação
da variável dependente (quantitativa) e uma variável independente também quantitativa (Ex:
extensão da sela), foi aplicado o teste estatístico de Correlação de Pearson. Observado
diferença estatística com o teste Correlação de Pearson, foi realizado o teste de regressão
linear.
Quadro 1. Testes estatísticos paramétricos utilizados neste estudo. Natal/RN, 2009.
VV.. DDeeppeennddeennttee VV.. IInnddeeppeennddeennttee NNúúmmeerroo ddee ccaatteeggoorriiaass TTeessttee eessttaattííssttiiccoo
Quantitativa Categórica 2 grupos Teste T
Quantitativa Categórica Mais de 2 grupos ANOVA (pós-teste
TUKEY)
Quantitativa Quantitativa ----- Correlação de Pearson
e regressão linear
4.7 - Variáveis Estudadas:
Quadro 2. Elenco de variável dependente que foi analisada no estudo. Natal/RN, 2009.
Nome da Variável Definição Classificação
Desadaptação da
sela sobre o
rebordo residual
Espaço presente entre
a base das selas da
PPR e o rebordo
residual.
Quantitativa
contínua
Valor em mm
Quadro 3. Elenco de variáveis independentes que foram analisadas no estudo. Natal/RN,
2009.
Nome da Variável Definição Classificação
Tempo de uso da
prótese
Quantidade de anos
que o paciente instalou
a PPR avaliada no
estudo
Categórica mutualmente exclusiva
1 ano
2 anos
3 anos
4 anos
5 anos
Via de transmissão
de força
Transmissão de força
mastigatórias ao osso
alveolar
Categórica
mutualmente
exclusiva
Dentossuportada
Dentomucossuportada
Pontos Mesial,
Central e Distal
Local dos pontos
encontrados em uma
sela em extremidade
livre
Categórica
mutualmente
exclusiva
Mesial
Central
Distal
Local da área
desdentada
Região desdentada,
ocupada pela sela da
prótese
Categórica
mutualmente
exclusiva
Anterior
Posterior
Arcada Arco em que se
encontra a sela
estudada.
Categórica
mutualmente
exclusiva
Superior
Inferior
Arco antagonista Com o que a prótese
oclui
Categórica
mutualmente
exclusiva
Dente natural
Prótese Fixa
PPR
PT
Tipo de mucosa Tecido fibromucoso
que reveste o osso
Categórica
mutualmente
exclusiva
Resiliente
Flácida
Rígida
Adaptação dos
apoios aos nichos
Relação nicho/apoio Categórica
mutualmente
exclusiva
Boa
Regular
Ruim
Extensão da sela Número de dentes
ausentes onde a sela
estava presente
Quantitativa
discreta
Número
Uso noturno da
PPR
Paciente usuário de
PPR enquanto dorme
Categórica
mutualmente
exclusiva
Sim
Não
Gênero
Conjunto de
características que
distinguem os seres
vivos pela sua função
reprodutora.
Categórica
mutualmente
exclusiva
Masculino
Feminino
Idade
Número de anos de
alguém; duração
ordinária da vida.
Categórica
mutualmente
exclusiva
49 anos ou menos
50 anos ou mais
Alterações ósseas Alteração do
metaboslismo ósseo –
osteoporose ou
osteopenia
Categórica
mutualmente
exclusiva
Sim
Não
5. RESULTADOS
A amostra total deste estudo foi de 81 pacientes nos quais foram instaladas PPR no
período de 2003 a 2007. Dessa amostra, obteve-se 573 pontos referente à 191 películas de
ImpregumTM Soft® 3M ESPE Alemanha, ou seja, 191 espaços protéticos que receberam selas
de PPR, que foram medidos com paquímetro manua,.
Para avaliar a desadaptação da sela com as variáveis independentes, a análise
estatística foi dividida em duas etapas. Por isso, os resultados foram subdivididos em 2 partes:
amostra de indivíduos e amostra de pontos.
Na primeira etapa (amostra de indivíduos), as variáveis estudadas foram aquelas que
representavam o indivíduo, sendo única para todos os pontos. Por exemplo: a idade do
paciente, que não variava independentemente da localização do ponto. Para esta análise, foi
realizada uma média das medidas de todos os pontos do paciente. Portanto, cada paciente
neste momento apresentou apenas um valor referente à desadaptação da sela em mm. O
número dessa amostra foi de 81 medidas, referente a 81 pacientes.
Na segunda etapa, as variáveis estudadas foram aquelas que tiveram influência de
aspectos locais sobre os pontos, como: localização do espaço protético na boca e na arcada,
extensão da sela, arco antagonista, tipo de via de transmissão de força, tipo de mucosa,
adaptação dos apoios. Para esta análise, as variáveis foram analisadas com todos os pontos
medidos. O N total desta amostra foi de 573 pontos. Cada paciente possuiu um número
diferente de pontos, pois a cada espaço protético, em que a sela substituía no mínimo 2 dentes,
3 pontos foram demarcados para leitura. Portanto, houve no mínimo 3 pontos para um
paciente, e no máximo 15 pontos, referente a 5 espaços protéticos.
5.1 – RESULTADOS PARA AMOSTRA DE INDIVÍDUOS
Nesta primeira etapa, foram realizados os testes estatísticos paramétricos: teste T e
ANOVA (Tabela 1). O teste T foi realizado quando a variável dependente, que se trata de
uma variável quantitativa contínua (desadaptação da sela em mm), foi associada com uma
variável independente categórica que possuíam 2 grupos. O teste ANOVA foi realizado
quando a variável dependente foi associada com uma variável independente categórica que
possuíam mais de 2 grupos. O teste ANOVA apenas revelou se existe diferença estatística
entre os grupos estudados. Para saber onde se encontrava a diferença estatística entre os
grupos, foi aplicado o pós-teste de Tukey.
A idade variou de 27 a 80 anos e foi categorizada a partir da média (50 anos).
Tabela 1. Avaliação da associação da desadaptação da sela em mm e as variáveis independentes por indivíduos. Natal/RN, 2009.
Teste T e ANOVA
VARIÁVEIS N MÉDIA DESVIO PADRÃO P
TEMPO DE USO 1 ano 2 anos 3 anos 4 anos 5 anos
21 10 28 9 13
0,1776a
0,2182a,b,c 0,1997a,b 0,3592b,c 0,3597c
0,12849 0,15045 0,12684 0,20381 0,26148
0,005* (A)
IDADE 49 anos ou menos 50 anos ou mais
41 40
0,1753 0,3056
0,10244 0,21507
<0,001* (T)
USO NOTURNO DA PPR Não Sim
46 35
0,2686 0,2016
0,18673 0,16350
0,090 (T)
ALTERAÇÃO ÓSSEA Não Sim
69 12
0,2289 0,3014
0,16864 0,22956
0,198 (T)
GÊNERO Masculino Feminino
28 53
0,2377 0,2407
0,19908 0,16968
0,945 (T)
Intervalo de confiança de 95%. *Diferença estatisticamente significante. (T) Teste T (A) ANOVA – seguido do pós-teste de Tukey= letras iguais sem diferença significativa e letras diferentes com diferença significativa.
A variável independente tempo de uso apresentou diferença estatisticamente
significante entre os grupos (p=0,005), sendo então necessário o pós-teste de Tukey. Os
resultados do pós-teste mostraram que o grupo de 1 ano de uso, obteve uma diferença
estatisticamente significante quando comparada aos grupo de 4 e 5 anos de uso. O grupo de 3
anos de uso, obteve uma diferença estatisticamente significante quando comparada ao grupo
de 5 anos de uso. O grupo de 2 anos de uso não apresentou diferença significante com
nenhum dos demais grupos.
Após a realização do teste T, observou-se que dentro das variáveis independentes por
indivíduo, a única que obteve diferença estatisticamente significante foi a variável idade
(p<0,001), onde os indivíduos que apresentaram 50 anos ou mais apresentaram maior média
de desadaptação da sela em mm. As demais variáveis avaliadas pelo teste T, não apresentaram
resultado estatisticamente significante.
5.2 – RESULTADOS PARA AMOSTRA DE PONTOS
Da mesma forma, foram realizados os testes estatísticos para dados com distribuição
normal: teste T (Tabela 2), ANOVA (Tabela 2) e Correlação de Pearson (Tabela 3). O teste T
foi utilizado para associação da variável dependente (quantitativa) com uma variável
independente categórica com dois grupos. O teste ANOVA foi utilizado para associação entre
a variável dependente e uma variável independente categórica com mais de dois grupos,
seguido do pós-teste de Tukey. O teste estatístico Correlação de Pearson foi utilizado quando
a associação era entre duas variáveis quantitativas: variável dependente (desadaptação em
mm= quantitativa contínua) e variável independente (extensão da sela= quantitativa discreta).
Observado diferença estatística com o teste Correlação de Pearson, foi realizado a regressão
linear simples (Figura 14).
Tabela 2. Avaliação da associação da desadaptação da sela em mm e as variáveis independentes por pontos. Natal/RN, 2009.
Teste T e ANOVA.
VARIÁVEIS N MÉDIA DESVIO PADRÃO
P
VIA DE TRANSMISSÃO DE FORÇA Dentossuportada Dentomucossuportada
315 258
0,1757 0,3810
0,17861 0,31346
<0,001*(T)
LOCAL DA ÁREA DESDENTADA Anterior Posterior
99
474
0,2237 0,2774
0,19409 0,28089
0,023*(T)
ARCADA Superior Inferior
303 270
0,2637 0,2731
0,26383 0,27412
0,674(T)
ARCO ANTAGONISTA Dente natural PPR PT
105 369 99
0,1457a 0,2824b 0,3449b
0,13887 0,27599 0,30267
<0,001*(A)
TIPO DE MUCOSA Resiliente Flácida Rígida
229 308 36
0,1959a 0,3203b
0,2819a,b
0,19107 0,30214 0,28565
<0,001*(A)
ADAPTAÇÃO DO APOIO NO NICHO
Boa Regular Ruim
414 111 48
0,2428a 0,2982a 0,4177b
0,25435 0,21898 0,40770
<0,001*(A)
PONTOS EM EXTREMIDADE LIVRE Mesial Central Distal
86 86 86
0,2337a 0,4593b 0,4500b
0,16511 0,31329 0,37243
<0,001*(A)
Intervalo de confiança de 95%. *Diferença estatisticamente significante. (T) Teste T (A) ANOVA - seguido do pós-teste de Tukey = letras iguais sem diferença significativa e letras diferentes com diferença significativa.
Observou-se que no teste T, o valor de p foi significativo para as variáveis
independentes: via de transmissão de força (p<0,001), onde a dentomucossuportada
apresentou maior desadaptação da sela comparada a dentossuportada; local da área
desdentada (p=0,023), onde a região posterior apresentou maior média de desadaptação em
relação à região anterior. A variável independente arcada, não apresentou diferença
estatisticamente significante (p=0,674).
No resultado do teste ANOVA observou-se que todas as variáveis estudadas
apresentaram diferenças estatisticamente significantes (p<0,001). Na variável arco
antagonista, o grupo dente natural apresentou uma média menor do que os grupos PPR e PT.
A mucosa do tipo resiliente obteve a menor média de desadaptação, sendo a diferença
estatisticamente significante quando comparada ao tipo flácida, que obteve a maior média de
desadaptação. A adaptação do apoio no nicho do tipo ruim apresentou a pior média de
desadaptação da sela com diferença estatisticamente significante quando comparada com a
adaptação boa e regular. O ponto mesial localizado em extremidade livre obteve a menor
média desta categoria e apresentou diferença significante em relação aos pontos central e
distal.
O teste estatístico Correlação de Pearson entre a desadaptação da sela em mm e a
extensão da sela apresentou resultado estatisticamente significante (p<0,001), e coeficiente de
correlação foi igual a 0,436 (Tabela 3).
Tabela 3. Correlação de Pearson entre a desadaptação da sela em mm e a extensão da sela. Natal/RN, 2009.
N r
p
DESADAPTAÇÃO EM MM x EXTENSÃO DA SELA 573 0,436 <0,001**
** A correlação é significante em nível de 0,01.
Observado que a correlação foi estatisticamente significante, foi realizada a regressão
linear simples (Figura 14), onde obteve-se a equação Y= 0,080X-0,033. Sendo o X
correspondente ao número de dentes ausentes, quando o número em questão for igual a 1,
tem-se: Y= 0,080 x 1 – 0,033. Y= 0,047. A cada 1 dente ausente, aumenta-se 0,047mm de
desadaptação da sela da PPR ao rebordo residual.
Fig. 14. Gráfico da dispersão de desadaptação em mm x extensão da sela da
PPR com respectivas reta e equação de regressão. Natal/RN, 2008.
6. DISCUSSÃO
A reabsorção do rebordo residual é uma condição fisiológica, crônica, progressiva e
irreversível que ocorre sempre após a extração de um elemento dentário e continua por toda a
vida3,4,39. Esta reabsorção contínua gera uma desadaptação das selas de PPR, que
consequentemente causa uma maior perda óssea devido a movimentação e compressão nos
tecidos de sustentação31.
No presente estudo, questionou-se a atuação da PPR na manutenção do rebordo
residual, e avaliou-se a influência dos seguintes fatores: anos de uso da prótese, a via de
transmissão de força da PPR para o osso, o local e arcada da área desdentada, arco
antagonista, tipo de mucosa, adaptação dos apoios nos nichos, extensão da sela, uso noturno
da PPR, idade, gênero e alteração óssea.
Realizou-se, portanto, um estudo seccional para avaliar a reabsorção dos rebordos
residuais através da desadaptação da base da sela de PPR, visto que a perda óssea ao longo
dos anos vai gerando uma menor adaptação entre a sela da PPR e o tecido fibromucoso que
reveste este rebordo.
Avaliando a influência do tempo de uso da PPR, observou-se no presente estudo que
quanto maior os anos de uso, maior a desadaptação da sela sobre o rebordo residual. A média
encontrada após 1 ano de uso (0,18mm) foi significativamente menor do que a média
encontrada após 5 anos de uso (0,36mm). Na literatura encontram-se, em diferentes estudos,
maiores valores para reabsorção óssea nos casos em que o tempo de uso de uma PPR foi
maior: 0,5mm em 9 meses36; 0,51mm35 e 0,9 mm27 em 1 ano; 1,63mm em 5 anos25. Outros
estudos4,39,40observaram que ocorre uma taxa de reabsorção do rebordo residual (RRR) por
ano após a exodontia dos elementos dentários, o que leva a perda óssea cada vez maior ao
longo dos anos.
Outra característica do indivíduo que foi observada e apresentou diferença
estatisticamente significante foi a idade do paciente. Os indivíduos acima dos 50 anos
apresentaram maiores médias de desadaptação em relação a indivíduos mais jovens. Os
resultados corroboram com os estudos de Von Wowern & Stoltze45 e de Gordan & Genant19,
onde relataram que com o aumento da idade tem-se uma diminuição da densidade óssea
alveolar, aumentando o trabeculado ósseo. Porém, outros estudos4,13,21 não acharam
associação entre idade e RRR. Carlsson11 relatou que a maior reabsorção do rebordo pode
estar relacionada ao longo período de edentulismo do individuo e não pela idade, pois o
paciente mais idoso pode apresentar um período de edentulismo maior que um individuo mais
jovem.
Já a variável gênero, não apresentou resultado significativo. Achados da literatura
revelam que a influencia do sexo não é conclusiva3,4,11,45.
De acordo com os estudos de Bulgarelli e colaboradores6, Guercio Monaco18 e Von
Wowern e Kollerup44, a osteoporose afeta os ossos maxilares, e é fator predisponente para
reabsorção acelerada do rebordo residual da mandíbula. Entretanto, Klemetti23 acredita que as
forças oclusais são o principal fator de RRR e não a osteoporose.
No presente estudo, pôde-se observar que a média de desadaptação em mm nos
pacientes que possuíam alterações ósseas (osteoporose e osteopenia) foi maior do que os
pacientes que não possuíam. A presença dessas alterações ósseas gera uma tendência para
uma maior reabsorção óssea e consequentemente, maior desadaptação da base da sela no
rebordo residual. Porém, os dados não apresentaram diferença estatisticamente significante
entre os grupos. Provavelmente, se o N dos indivíduos portadores dessa alteração fosse maior,
os resultados poderiam apresentar diferença estatisticamente significante.
Em relação ao uso noturno da PPR, os resultados não apresentaram diferença
estatisticamente significante entre os grupos que faziam uso e os que não faziam uso da PPR
durante a noite. Este resultado também foi encontrado em outros estudos5,21. Porém, vai de
confronto a estudos10,26,28,36 encontrados na literatura que relataram que o uso noturno de
próteses influencia numa maior reabsorção no tecido ósseo alveolar.
Estes resultados também podem ser justificados pelo fato de que os pacientes que
dormem com as próteses são usuários de próteses bem adaptadas. Já os pacientes que
possuem próteses desadaptadas não utilizam as próteses para dormir. E como se pode
observar nos resultados, as próteses desadaptadas apresentaram uma desadaptação maior da
sela comparadas às próteses bem adaptadas.
Com relação às características intra-orais, a via de transmissão de força da prótese
influenciou na desadaptação da base da sela sobre o rebordo residual, com diferença
estatisticamente significante maior para o tipo dentomucossuportada, representada pelas
classes I e II de Kennedy. Dado justificado pelo fato de que as próteses dentossuportadas não
atuam no rebordo residual, apresentando-se, apenas, justaposta em relação à superfície interna
da sela, enquanto que as dentomucossuportadas têm participação ativa na crista do rebordo
residual14,43.
O maior problema dessas próteses dentomucossuportadas é a diferença de resiliência
entre os dois sistemas de suporte, sendo os dentes com 0,1mm e a fibromucosa com 0,4 a
3,0mm quando submetidos a cargas mastigatórias de mesma intensidade42. Esta diferença
pode permitir a ocorrência de rotação da prótese sendo este movimento capaz de induzir
forças deletérias no rebordo, gerando reabsorção2,8.
Nos casos de extremidade livre o ponto localizado na mesial apresentou resultado
estatisticamente significante quando comparada aos pontos central e distal. Rodrigues e
colaboradores36 explicaram este fato pela alavanca formada neste tipo de PPR, que deixa claro
que há uma tendência para um desequilíbrio em virtude de o braço da potência, representado
pela base ser, geralmente, muito maior que o braço de resistência, representado pelo segmento
dentário do arco. Conseqüentemente, por mais estável que seja este tipo de aparelho, haverá
sempre uma compressão maior no seu extremo distal e menor na mesial, devendo a
reabsorção ocorrer de modo crescente da mesial para distal.
Outra característica intra-oral que pode ter influência no rebordo residual é o arco
antagonista à PPR, de acordo com Garcia e colaboradores16, Rocha e colaboradores35 e
Rodrigues e colaboradores36. Os resultados do presente estudo mostraram que o arco
antagonista prótese total e prótese parcial removível apresentaram maior média de
desadaptação em comparação ao arco antagonista dente natural, sendo estatisticamente
significante. Este resultado vai de acordo com o estudo de Plotnick, Beresin e Simkins34 e
colaboradores, onde observaram maior reabsorção óssea em usuário de PPR classe I
mandibular quando oposta a PPR e PT. Porém este fato confronta com a teoria de que a força
mastigatória de uma pessoa cai gradativamente à medida em que perde dentes naturais, passa
por uma prótese fixa, depois a parcial removível e finalmente uma prótese total35.
Pode-se justificar este achado pelo fato de que os ligamentos periodontais de um dente
possuem proprioceptores que podem controlar as forças oclusais. Entretanto, quando o
paciente perde seus dentes e passa para uma prótese total ou uma PPR, perde também os
proprioceptores e consequentemente esses pacientes possuem maior risco de exercerem
maiores forças oclusais devido a ausência dos ligamentos periodontais e seus proprioceptores.
Além disso, quando o arco antagonista era a PT, 13 pacientes apresentaram extremidade
livre bilateral inferior, o que poderia ser considerado como síndrome da combinação de Kelly.
De acordo com Kelly22, a síndrome da combinação tem como uma das características a
reabsorção mandibular posterior.
A região posterior obteve maior média de desadaptação da sela sobre o rebordo residual.
Winter, Woelfel, e Igarashi46, afirmaram que a região posterior apresenta maior reabsorção
devido a maior força requerida para a trituração dos alimentos.
Avaliando-se a extensão da sela observou-se que quanto maior o número de dentes
ausentes, maior a desadaptação da sela (Tabela 3). Este resultado corrobora com a afirmação
de que quanto mais mucossuportada, ou seja, quanto maior a sela, maior é a sua
movimentação e consequentemente, maior a reabsorção óssea16,35,36.
Em relação a característica intra-oral tipo de mucosa, observou-se que a mucosa flácida
apresentou maior média de desadaptação, sendo estatisticamente significantes quando
comparada ao tipo resiliente. De Fiori14 explicou este fato devido a mucosa tipo flácida
possuir um grau de resiliência muito diferente do encontrado nos dentes pilares, criando
inevitavelmente uma situação desfavorável para a realização de PPR com extremidade livre.
Já a mucosa resiliente apresenta um bom prognóstico. Os resultados do nosso estudo
corroboram com o estudo de Xie e colaboradores48 que observaram que a mucosa do tipo
flácida estava associada a maior reabsorção óssea.
No que concerne a influencia da adaptação da prótese na boca, Misch31 relatou que o
uso de próteses com adaptação inadequada aumenta a perda óssea devido a maior pressão nos
tecidos de suporte. Os apoios têm função de estabilizar a prótese no sentido ocluso-gengival
transferindo a força mastigatória. Quando não estão bem adaptados aos nichos, pode gerar
uma situação traumática do tecido gengival, causando perda óssea14. Os resultados desta
pesquisa corroboram com esta afirmação, pois a adaptação dos apoios do tipo ruim apresentou
pior média, quando comparada a adaptação boa e regular, sendo estatisticamente significante
(Tabela 2).
Dentro das características intra-orais examinadas, apenas a característica referente a
arcada em que a sela se encontrava (maxila ou mandíbula) não obteve diferença
estatisticamente significante entre as arcadas. Esse resultado vai de confronto a vários estudos
encontrado na literatura4,21,39,40, onde afirmaram que a reabsorção do rebordo residual ocorre
em menor proporção na maxila e maior na mandíbula, geralmente quatro vezes maior. O
resultado da presente pesquisa (Tabela 2) encontrou uma média de desadaptação menor no
arco superior (0,26mm) e um pouco maior no arco inferior (0,27mm), porém essas médias não
foram estatisticamente diferentes.
Esse resultado pode ser justificado pelo fato de que na maxila a reabsorção óssea
ocorre em maior proporção na região anterior. Já na mandíbula, a maior reabsorção ocorre na
região posterior. Na análise estatística do presente estudo para avaliação da associação entre a
desadaptação da sela e a arcada em que a sela se encontrava, não houve distinção entre as
regiões anterior e posterior. Talvez se comparássemos a região posterior da maxila com a
região posterior da mandíbula os resultados podiam apresentar diferença estatisticamente
significante.
De acordo com Atwood e Coy4 a reabsorção óssea anual na maxila foi em média de
0,1mm por ano, enquanto na mandíbula foi em média de 0,4mm por ano. Essa taxa de
reabsorção por ano, pode representar uma perda média de 0,5mm na maxila e de 2mm na
mandíbula em 5 anos. O presente estudo encontrou uma média de desadaptação da sela para
o rebordo residual de 0,36mm após 5 anos de uso de PPR. Comparando esse resultado com a
reabsorção óssea anual relatada na literatura, podemos concluir que a desadaptação da sela da
PPR após 5 anos de uso foi menor do que a perda óssea anual. Com este achado, observou-se
que a prótese parcial removível é um tratamento que pode ser indicado para pacientes
parcialmente desdentados sem causar danos excessivos ao rebordo residual.
Porém, após a extração de um elemento dentário a perda óssea ocorre em maior
proporção no primeiro ano após a exodontia4,39,40. No presente estudo o dado da extração
dentária não foi coletado. Portanto surgiu uma dúvida: será que o uso de uma PPR logo após a
extração dentária pode acelerar o processo de reabsorção óssea? Por isso, há necessidade de
estudos longitudinais para avaliar as conseqüências que o uso da prótese parcial removível
causa ao rebordo residual se instalada logo após a exodontia.
7. CONCLUSÕES
Dentro das limitações desse estudo, pode-se concluir que:
• A média de desadaptação da base da sela de próteses parciais removíveis sobre os
rebordos residuais foi de 0,27mm, podendo-se concluir que mesmo com o uso da PPR
a redução da altura óssea foi pequena dentro do período de 1 a 5 anos de uso.
• Os seguintes fatores influenciaram na desadaptação da base da sela de PPR: tempo de
uso da prótese, idade, via de transmissão de força para o osso alveolar, local da área
desdentada, arco antagonista, tipo de mucosa, adaptação dos apoios nos nichos e
extensão da sela.
REFERÊNCIAS
1. Alves-Rezende MCR, Lorenzato F. Efeito da desinfecção por aerossóis sobre a
capacidade de umedecimento de moldes de poliéter por gesso tipo IV. Rev Odontol
Univ São Paulo. 1999;13(4):363-7.
2. Applegate OC. Essenciais of removable partial denture prosthesis. 3 ed. Philadefphia.
Saunders. 1965
3. Atwood DA. Reduction of residual ridges: a major oral disease entity. J Phosthet Dent.
1971;26(3):266-279.
4. Atwood DA, Coy WA. Clinical, cephalometric, and densitometric study ofreduction of
residual ridges. J Prosthet Dent 1971;26:280-95.
5. Bergman B, Carlsson GE, Ericson S. Effect of differences in habitual use of complete
dentures on underlying tissues. Scand J Dent Res. 1971; 79: 449– 460.
6. Bulgarelli AF, Silva ABM, Arita ES, Pardini LC, Watanabe PCA. Osteoporose: um
foco de estudo na Odontologia. RPG 2002;9(4):379-82.
7. Campbell RL. A comparative study of the resorption of the alveolar ridges in denture
wearers and non-denture-wearers. J Am Dent Assoc. 1960;60:143-53.
8. Carlsson GE, Hedegard B, Koivumaa KK. Studies in partial dental prosthesis III. A
longitudinal study of mandibular partial dentures with double extension saddles. Acta
odont. Scand. 1962;20(21):95-115.
9. Carlsson GE, Hedegard B, Koivumaa KK. Studies in partial dental prosthesis IV, Final
results of a 4-year longitudinal investigation on dentogengivally supported partial
denture. Acta odont. Scand. 1965;23(5):443-67.
10. Carlsson GE, Persson G. Morphologic changes of the mandible after extraction and
wearing of dentures: a longitudinal, clinical, and x-ray cephalometric study covering 5
years. Odontol Revy. 1967;18:27-54. Apud Wyatt CCL. The effect of prosthodontic
treatment on alveolar bone loss: A review of the literature. J Prosthet Dent.
1998;80(3):362-6.
11. Carlsson GE. Responses of jawbone to pressure. Gerodontology. 2004;21:65-70.
12. Chandler JA, Brudvik JS. Clinical evaluation of patients eight to nine years after
placement of removable partial dentures. J Prosthet Dent. 1984;51(6):736-43.
13. de Baat C, Kalk W, van't Hof M. Factors connected with alveolar bone resorption
among institutionalized elderly people Community Dent Oral Epidemiol. 1993
Oct;21(5):317-20.
14. De Fiore SR. Atlas de Prótese Parcial Removível. 4ª ed. São Paulo: Pancast. 1993.
15. Garcia AR, Sousa V. Verificação da necessidade de reembasamento de prótese parcial
removível de extremidade livre. Rev. Odontol. UNESP. 1992;31:333-8.
16. Garcia AR, Sousa V, Pellizzer EP, Zuim PRJ. Extremidade livre: período médio para
reembasamento. Rev. Odontol. UNESP. 1994;23(2):307-11.
17. Garone Netto N, Burger RC. Inlay e Onlay: metálica e estética. Cap. 5. São Paulo: Ed.
Santos, 1998.
18. Guercio Mónaco E. La osteoporosis: Sus efectos sobre La cavidad bucal. Acta
odontol. venez. 1999;37(2):95-7.
19. Gordan GS, Genant HK. The aging skeleton. Clin. Geriatr. Med. 1985;1:95-118.
20. Imai Y, Sato T, Mori S, Okamoto M. A histomorphometric analysis on bone dynamics
in denture supporting tissue under continuous pressure. J Oral Rehabil 2002;29:72-9.
21. Kalk W, de Baat C. Some factors connected with alveolar bone resorption. J Dent.
1989;17(4):162-5.
22. Kelly E. Changes caused by a mandibular removable partial denture opposing a
mandibular complete denture. J Prosthet Dent. 1972; 27:140-50.
23. Klemetti E. A review of residual ridge resorption and bone density. J Prosthet Dent.
1996;75(5):512-4.
24. Kliemann C, Oliveira W. Manual de Prótese Parcial Removível. São Paulo: Santos.
2002.
25. Kordatzis K, Wright PS, Meijer HJ. Posterior mandibular residual ridge resorption in
patients with conventional dentures and implant overdentures. Int J Oral Maxillofac
Implants. 2003;18:447-52.
26. Marcus PA, Joshi A, Jones JA, Morgano SM. Complete edentulismo and denture use
for elders in New England. J Prosthet Dent. 1996;76:260-5.
27. Matsumoto M. Changes in residual ridge of the mandible after extraction and wearing
extension saddle type of removable partial dentures. Bull. Tokyo Med. Dent. Univ.
1968;15:67-89.
28. Mercier P, Vinet A. Factors involved in residual alveolar ridge atrophy of the
mandible. J Can Dent Assoc 1983;5:339-43. Apud WYATT, C. C. L. The effect of
prosthodontic treatment on alveolar bone loss: A review of the literature. J Prosthet
Dent. 1998;80(3):362-6.
29. Mezzomo E, Suziki RM. Reabilitação Oral Contemporânea. Ed. Santos: São Paulo, p.
637-709, 2006.
30. Misch CE. Implante Odontológico Contemporâneo. São Paulo: Pancast; 1996.
31. Misch CE. Prótese sobre Implantes. São Paulo: Santos; 2006.
32. Pietrokovski J. El reborde residual desdentado como base para La dentadura parcial
removible. Rev. Asoc. Odont. 1979;67(9):631-4.
33. Pietrokovski J, Harfin J, Levy F. The influence of age and denture wear on the size of
edentulous structures. Gerodontology. 2003;20(2):100-5.
34. Plotnick IJ, Beresin VE, Simkins AB. The effects of variations in the opposing
dentition on changes in the partially edentulous mandible. Part I. Bone changes
observed in serial radiographs. J Prosthet Dent 1975;33:278–83.
35. Rocha EP,Garcia AR, Sousa V, Zuim PRJ. Assentamento das bases de próteses
parciais removíveis de extremidade livre, estudo radiográfico. Arq. Ciências saúde
UNIPAR. 2002;6(3):115-8.
36. Rodrigues JE, Sousa V, Passanezi R, Pimentel F. Efeito de aparelhos parciais
removíveis de conectores rígidos sobre o rebordo alveolar inferior. Rev. Ass. Paul.
Cirurg. Dent. 1979;33(3):200-6.
37. Schwalm CA, Smith DE, Erickson JD. A clinical study of patients 1 to 2 years after
placement of removable partial dentures. J Prosthet Dent. 1977;38(4):380-91. Apud
Chandler JA, Brudvik JS. Clinical evaluation of patients eight to nine years after
placement of removable partial dentures. J Prosthet Dent. 1984;51(6):736-43.
38. Sennerby L, Carlsson GE, Bergman B, Warfvinge J. Mandibular bone resorption in
patients treated with tissue-integrated prostheses and in complete denture wearers.
Acta Odontol Scand. 1988;46(3):135-40.
39. Tallgren A. The continuing reduction of the residual alveolar ridges in complete
denture wearers: A mixed-longitudinal study covering 25 years. J Prosthet Dent
1972;27:120-32.
40. Tallgren A, Lang BR, Walker GF, Ash MM Jr. Roentgen cephalometric analysis of
ridge resorption and changes in jaw and occlusal relationships in immediate complete
denture wearers. J Oral Rehabil. 1980;7:77-94
41. Telles D, Hollweg H, Castellucci L. Prótese Total - Convencional e sobre Implantes.
Livraria Santos Edit. 2ª ed. SP, 2004.
42. Todescan R. Prótese parcial removível – extremidade livre. Rev. Univ. odont. bras.
1960;1(3):121-7.
43. Todescan R, Silva EEB, Silva OJ. Atlas de Prótese Parcial Removível. São Paulo:
Santos. 1998.
44. Von Wowern N, Kollerup G. Symptomatic osteoporosis: a risk factor for residual
ridge reduction of the jaws. J Prosthet Dent. 1992;67:656-60.
45. Von Wowern N, Stoltze K. Sex and age differences in bone morphology of mandibles.
Scand J Dent Res. 1978;86(6):478-85.
46. Winter CM, Woelfel JB, Igarashi T. Five-year changes in the edentulous mandible as
determined on oblique cephalometric radiographs. J Dent Res. 1974;53:1455-67.
47. Wyatt CCL. The effect of prosthodontic treatment on alveolar bone loss: A review of
the literature. J Prosthet Dent. 1998;80(3):362-6.
48. Xie Q, Narhi TO, Nevalainen JM, Wolf J, Ainamo A. Oral status and prosthetic
factors related to residual ridge resorption in elderly subjects. Acta Odontol Scand
1997; 55:306-313.
49. Zarb GA, Bolender CL, Eckert SE, Jacob RF, Fenton AH, Mericske-Stern R.
Tratamento Protético para os Pacientes Edêntulos: Próteses Totais Convencionais e
Implantossuportadas. 12ª ed. São Paulo: Santos, p. 6-23, 2006.
ANEXO I
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
DEPARTAMENTO DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
Esclarecimentos
Este é um convite para você participar da pesquisa “Avaliação da desadaptação das
selas de Prótese Parcial Removível após 1 a 5 anos de uso”. Sua participação é voluntária, o
que significa que você poderá desistir a qualquer momento, retirando seu consentimento, sem
que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.
Essa pesquisa procura avaliar a adaptação das próteses parciais removíveis sobre o
osso e gengivas e pesquisar os fatores que influenciam na mesma, com a finalidade de
minimizar os seus efeitos. Caso decida aceitar o convite, você será submetido(a) ao(s)
seguinte(s) procedimentos: será realizada uma cópia com um material de moldagem das áreas
onde não há mais dentes utilizando sua própria prótese para obter a cópia.
Os riscos envolvidos com sua participação são mínimos, pois iremos apenas colocar
um material em sua prótese para avaliar se existe espaço entre a prótese e sua gengiva. Não
será realizado nenhum procedimento invasivo.
Você terá os seguintes benefícios ao participar da pesquisa: controle da prótese, e estará
sendo avaliada a necessidade de algum ajuste.
Todas as informações obtidas serão sigilosas e seu nome não será identificado em
nenhum momento. Os dados serão guardados em local seguro e a divulgação dos resultados
será feita de forma a não identificar os voluntários.
Se você tiver algum gasto que seja devido à sua participação na pesquisa, você será
ressarcido. Em qualquer momento, se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente
desta pesquisa, você terá direito a indenização.
Toda a dúvida que você tiver a respeito desta pesquisa, poderá perguntar diretamente
para Luana Maria Martins de Aquino, no endereço Av. Amintas Barros 3390 Lagoa Nova ou
pelo telefone 9987-0537.
Dúvidas a respeito da ética dessa pesquisa poderão ser questionadas ao Comitê de Ética
em Pesquisa da UFRN no telefone 3215-3135, ou ainda no Departamento de Odontologia da
UFRN, na Av. Senador Saldado Filho, 1787, Lagoa Nova, em Natal-RN, telefone: 3215-4135.
Consentimento Livre e Esclarecido
Declaro que compreendi os objetivos desta pesquisa, como ela será realizada, os riscos
e benefícios envolvidos e concordo em participar voluntariamente da pesquisa “Avaliação da
desadaptação das selas de prótese parcial removível após 1 a 5 anos de uso”.
Participante da pesquisa:
Nome: ____________________________________________________
Assinatura: ________________________________________________
Pesquisador responsável:
Nome: ____________________________________________________
Assinatura: ________________________________________________
ANEXO III
Ficha do Paciente
1. Identificação do paciente:
Nome: Data de Nascimento:
Gênero: Feminino Masculino Estado Civil: Profissão:
Endereço:
Identidade: CPF: Tel. Residencial: Tel. Comercial:
2. Questionário de saúde:
Está sob cuidados médico? SIM NÃO Causa:______________________
Usa medicamentos: Quais? _______________________________________________
Alergias: _________________________________________
Problemas cardíacos: _____________________________________________________
Diabetes Hipertensão Osteoporose
Outra doença sistêmica: _________________________________________________
Hábitos:
Fuma ____________ Bebe: ________________ Bruxismo
Tempo de uso diário da prótese: ___________________________________________
Dorme com a prótese: SIM NÃO
EXAME FÍSICO 3. Classificação dos arcos parcialmente desdentados:
Arco superior: ____________________ Arco inferior: _____________________
Marcar elementos ausentes
4. Tipo de mucosa:
Superior: Resiliente Flácida Rígida
Inferior: Resiliente Flácida Rígida
5. Adaptação do apoio aos nichos:
Superior: Boa Regular Ruim
Inferior: Boa Regular Ruim
Recommended