AVALIAÇÃO Parecer

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Trabalhos realizados pelo CEJA Cleonice Miranda da Silva de Colider-MT

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Fortalecendo as Práticas Educativas: Conceitos e Reflexões

A avaliação na Escola Organizada por Ciclos de

Formação Humana.

Professores Formadores: Sueli Brito,

José Paulo da Silva, Ivonei Andrioni.

Desafios da educação no atual contexto brasileiro

[...] 97% das crianças e jovens entre 7 e 14 anos estão na escola...

... mas os 3% que faltam representam 800 MIL CRIANÇAS!!

...menos de 5% das crianças da 4ª série

estão plenamente alfabetizadas...

...9 em cada 10 alunos da 8ª série têm dificuldade na resolução das quatro

operações matemáticas...

...a cada dois minutos, 01 aluno entre 15 e 19 anos deixa a escola...

...a cada dia uma média de 752 param de estudar...

O Brasil investe metade do que investe o México em seus alunos das primeiras séries do ensino fundamental e cinco vezes menos do que a Coréia do Sul...

Toda criança e jovem de 06 a 14 anos na escola;

Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos de idade;

Todo aluno com aprendizado adequado a idade/ano;

Todo aluno com Ensino Médio concluído até os 19 anos;

Investimento na educação ampliado e bem gerido.

ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DE ESTADO DE

EDUCAÇÃOSUPERINTENDÊNCIA DE ENSINO E

CURRÍCULOParecer Orientativo de Avaliação na

Escola Organizada em Ciclos de Formação Humana

A Escola Organizada por Ciclos de Formação Humana é uma escola centrada no ser humano, uma escola inclusiva.

Os princípios da Concepção partem do pressuposto de que todos podem aprender.

A aprendizagem não é um processo linear, ou seja, não acontece para todos no mesmo espaço e tempo.

A concepção da organização por ciclos de formação humana permite considerar e organizar o trabalho pedagógico respeitando os tempos de vida humana:

Infância, Pré-adolescência, Adolescência e a adultez.

Cada aluno, em tempo próprio, constrói conhecimentos.

Dois sujeitos nunca percorrem o mesmo processo educativo ainda que atendidos da mesma forma.

Em cada tempo da vida humana existem características peculiares, necessidades e prioridades diferenciadas que não podem ser deixadas de lado na realização do trabalho pedagógico.

Não se pode perder de vista que, na organização por ciclos de formação humana, o centro do processo pedagógico é o aluno e o objetivo central é que este construa conhecimentos e que a aprendizagem seja de qualidade.

O objetivo é universalizar as oportunidades no que se refere a construção de aprendizagens significativas e também inserir qualidade ao processo de ensino-aprendizagem.

Portanto, muito mais do que uma forma de organização escolar, é necessário uma mudança de concepção no que se refere essencialmente a metodologia e avaliação.

Na concepção de Escola Organizada por Ciclos de Formação Humana, é necessário:

A construção de uma nova postura metodológica, uma nova forma de criar situações de aprendizagens e, formas diferentes de avaliar o aluno, considerando o erro como oportunidade de aprender o que ele ainda não sabe.

A Escola Organizada por Ciclos de Formação Humana não pode avaliar o aluno por fichas, o que se constituiria em um retrocesso histórico.

As fichas de avaliação por mais que tenham evoluído enquadra o aluno em estereótipo próprios da escola seriada, sendo até pior do que a atribuição de notas.

A avaliação prevista na Escola Organizada por Ciclos de Formação Humana é a Avaliação Descritiva viabilizada pela escrita dos Relatórios ou Parecer Descritivo, que em nenhuma hipótese pode ser substituída pelas fichas de desempenho.

É um processo de ação-reflexão-ação contínua e cotidiana no processo educativo. O professor ao avaliar o processo de aprendizagem do aluno, caso não ocorra a aprendizagem reflete a própria ação pedagógica e propõe ações interventivas diferenciadas, mediando a aprendizagem dos alunos.

1. Parecer Descritivo ou Relatório de Avaliação.

2. Caderno de Campo ou Registro do Professor;

3. Caderno da Turma; 4. Caderno Coletivo da Turma; 5. Caderno do Aluno; 6. Portifólio.

É um instrumento de registro qualitativo de cunho argumentativo, descritivo que contém relato da aprendizagem do aluno. Quando bem escrito aponta claramente onde o aluno precisa ser atendido, os avanços, as dificuldades e as ações do professor para resolução dos possíveis problemas.

Quem realiza: o professor regente ou coordenador da turma e seus auxiliares.

Pode ser realizado em 03 vias (para os PAIS, ESCOLA E SEDUC).

Se preocupa com o fato de que todos aprendem, mas de forma diferente;

Descreve os avanços e as dificuldades dos alunos;

É construído com bases argumentativas; Contém as ações que o professor realizou.

1. Objetividade (clareza) – Garante a compreensão e entendimento do texto, é o professor ir direto ao assunto pretendido. Precisa cumprir e garantir a comunicação, porque é uma escrita para ser socializada.

2. Lógica - É a construção da argumentação. Está ligada a compreensão que gera um bom argumento garante a progressão do texto e precisa levar a pessoa que lê a correta compreensão, não pode haver duplicidade, contribui para a correta leitura das mensagens.

3. Coerência – É a sintonia entre pensamento, contexto e linguagem harmoniosamente dispostos para garantir o mesmo resultado e emitir a mesma mensagem. É resultado da não contradição.

3. A Coerência Interna – É a não contradição dentro do texto. O professor não pode se contradizer, falar algo e depois falar outra coisa; mudar de posição dentro do texto escrito.

3. B Coerência externa – É a adequação entre o que se informa e a realidade. O relato precisa estar situado dentro do contexto, a avaliação é feita baseada no que foi trabalhado, deve conter dados da prática do professor.

4. Coesão – É a união íntima das partes. Pressupõe o uso de conectivos, palavras, que fazem a ligação das frases, das sentenças, parágrafos e que constrói o significado ao texto.

5. Personalizado – Os alunos são diferentes e aprendem de forma diferente, dois alunos não percorrem o mesmo processo educativo. Cada aluno tem o seu relato.

6. Unicidade – Deve ser um todo organizado e não conter fragmentações, deve ser coeso, não pontuar cada disciplina por área de conhecimento.

Priorizar a citação das habilidades e não dos conteúdos, o que tornaria o mesmo repetitivo.

Relatos do processo de aprendizagem por área do conhecimento;

Avanços e dificuldades dos alunos; Aparecer as intervenções – ações que o

professor faz para ajudar o aluno a superar as dificuldades.

1. Adjetivos – Num relato descritivo-argumentativo os adjetivos qualificam ou desqualificam a pessoa, exemplos: inteligente, educado, lento, participativo, dispersivo, ativo, independente, assíduo, pontual etc. Por isso para primar pela qualidade do documento é preciso evitá-los.

2. Citar aspectos comportamentais – Os casos de comportamento precisam ser resolvidos entre a coordenação/ pais/ professores, mas não devem ser colocados em um documento com valor avaliativo e documento oficial.

3. Não separar pontualmente as áreas de

conhecimento - O relatório é um texto com unidade de sentido, as áreas não devem ser separadas por linhas, o professor deve relatar uma área de cada vez, mas não separadas por linhas, parágrafos ou outros elementos;

O que evitar no Relatório de Avaliação

4. Não deve conter aspectos irrelevantes para a aprendizagem – O professor precisa saber que muitos fatores interferem no processo de aprendizagem, mas se ater nos determinantes.

Uma sugestão é que os professores organizem discussões coletivas *(Conselho de Classe) e cada um seja responsável por uma turma para sistematização dos relatórios, ao invés de cada professor descrever o relatório de todos os alunos, isso facilita o trabalho.

Caderno de Campo ou Caderno de Registro do Professor

Contendo observações diárias e relevantes do processo ensino-aprendizagem, observando as áreas do conhecimento vivenciadas pelos alunos, bem como os conhecimentos adquiridos.

Quem realiza: O professor em sala por disciplina e socializa as informações no Conselho de Classe.

Contém: Identificação da turma. Relação nominal dos alunos na 1ª folha. Nome do aluno em cada folha. O que registrar: O desempenho dos alunos

no desenvolvimento das atividades, as atividades desenvolvidas, e também as intervenções do professor.

Caderno de Campo ou de Registro do Professor

Quem realiza: Professor regente ou coordenador da Turma;

É preenchido no *CONSELHO DE CLASSE; Contempla todas as áreas e disciplinas; Possui a identificação da turma e o nome

dos alunos; Registra o desempenho do aluno na área/ou

disciplina.

Fichas - A ficha é um instrumento que pode ser utilizado para viabilizar a escrita do relatório ou parecer descritivo, mas não substitui o mesmo. Deve dar subsídios para a construção de um parecer qualitativo.

Formas de Registro que facilitam a escrita do Relatório

Quem realiza: Os alunos. Cada dia ou a cada atividade desenvolvida

um aluno é convidado a realizar o registro, não há um padrão, pode ser realizado através de relatos, fotos, recortes de jornais/revistas, poesias, desenhos etc.;

O aluno que elaborou o registro se identifica.

Este registro dá base para o professor realizar o Caderno de Campo.

Caderno do aluno - O aluno precisa ter um caderno para registro das atividades propostas, o professor deve olhar constantemente o mesmo e fazer anotações pertinentes, pode formar uma portifólio de cada aluno.

Quem organiza: O próprio aluno.

Portifólio da turma - Toda turma deve ter um arquivo contendo as situações de ensino trabalhadas (planejamento), trabalho de pesquisa do aluno e professor, projetos, visitas de estudos, recortes, atividades da aula de campo etc.

Quem organiza: Professores e alunos Onde fica: Geralmente na Sala da

Coordenação; Nele ficam arquivadas as atividades que

exemplificam o cotidiano da turma.

Formas de Registro que facilitem a escrita do Relatório

Para mudar resultados – a avaliação que deve acontecer na escola, que não é medição, tem o objetivo explícito de mudança de resultados, isto é, avalia-se o aluno para mudar uma situação de não aprendizagem, não perdendo de vista a consciência de que o conhecimento não é algo que possa ser colocado em uma régua e medido.

Por que avaliar na Escola Organizada em Ciclos de Formação Humana?

A - Garantir aprendizagens – Considerando a avaliação como um processo de ação-reflexão-ação, partimos do pressuposto que toda avaliação pressupõe uma intervenção concreta. Se a avaliação for acompanhada de uma intervenção concreta vai garantir mudança de resultado.

Por que avaliar na Escola Organizada em Ciclos de Formação Humana?

B - Incluir todos no processo – A escola só vai ser inclusiva e humana se garantir a aprendizagem de qualidade e incluir todos no processo oportunizando não apenas o acesso, mas a permanência e conclusão dos estudos.

Por que avaliar na Escola Organizada em Ciclos de Formação Humana?

C - Atender o aluno nas suas necessidades – A Escola Organizada por Ciclos de Formação Humana ao considerar o ciclo de vida do aluno, inclui o atendimento as suas especificidades e diferenças.

Por que avaliar na Escola Organizada em Ciclos de Formação Humana?

D - Promover a práxis humana – ação-reflexão-ação – Uma avaliação como processo dá ao professor oportunidade de replanejar constantemente as suas ações.

Por que avaliar na Escola Organizada em Ciclos de Formação Humana?

Na concepção de Escola Organizada por Ciclos de Formação Humana o aluno é avaliado de forma integral considerando os seguintes aspectos:

Desenvolvimento intelectual ou cognitivo; Relações interpessoais; Desenvolvimento afetivo; Organização e hábitos pessoais; Capacidade de resolver conflitos através

de observação, diálogo;

Aspectos que devem ser observados no ato de avaliar

Realização e exposição de trabalhos produzidos que mostrem a comunidade o que foi problematizado e construído;

Auto-avaliação. Organização do material produzido em

sala de aula, em grupo e individualmente;

A produção do aluno num sentido amplo; Capacidade de trabalho em grupo; Todas as atividades realizadas na sala de

aula e fora dela; Capacidade do aluno resolver conflitos –

problemas; Forma de comunicação através das

diversas linguagens; Auxiliar o aluno a fazer a auto-avaliação

da sua aprendizagem.

Atividades interdisciplinares Atividades que exigem mais o pensar do

que a memória; Atividades que exigem a compreensão e uso

da língua escrita; Atividades que não tenham uma única

resposta. Atividades que utilizem diferentes tipos de

linguagem: desenhos, textos escritos, apresentação oral, montagem de painéis, maquetes, gráficos, mapas etc;

Atividades de formulação e resolução de problemas.

Áreas do conhecimento

trabalhadas e que devem ser relatadas

no Relatório

Língua Portuguesa; Educação Física; Artes; Língua Estrangeira.

Desenvolvimento das linguagens, expressão corporal;

Oralidade; Comunicação através das artes; Valorização do ser humano; Capacidade de trabalhar em grupo;

Produção de texto; Leitura compreensão; Interpretação; Ortografia; Construção de frases; Decodificação ( leitura) e codificação

(escrita).

Matemática; Ciências; Física; Química; Biologia.

Resolução e formulação de problemas; Construção do número associado ao

numeral; Comparar; Observar; Relacionar; Classificar;

Nomear; Perceber o próprio corpo; Sentir-se inserido em um tempo e espaço; Perceber que faz parte da natureza; Compreender o funcionamento do próprio

corpo e construir atitudes de respeito ao ambiente e a si próprio.

Ensino Religioso; Geografia; História; Sociologia; Filosofia.

Conceituar tempo e espaço e perceber que são grandezas indissociáveis;

Perceber-se como agente histórico; Contextualizar fatos em tempo e espaço

concretos; Identificar dados históricos e geográficos; Analisar o contexto social.

Edilamar da Silva Brandini Gerente de Organização Curricular

Alvarina de Fátima dos Santos Coordenadora do Ensino Fundamental

PARECER ORIENTATIVO DE AVALIAÇÃO - 2008

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