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Avaliação, Qualidade Educacional e Participação: a experiência autoavaliativa da
Unifor
Universidade de Fortaleza (UNIFOR)
Eixo I - Criação de estratégias e metodologias para o trabalho das CPA
Danielle Batista Coimbra (Universidade de Fortaleza)
Grace Troccoli Vitorino (Universidade de Fortaleza)
Nise Fraga Sanford (Universidade de Fortaleza)
Resumo
O presente trabalho versa sobre as interfaces entre autoavaliação, qualidade educacional
e participação, a partir da experiência da CPA da Universidade de Fortaleza – UNIFOR.
O objetivo do projeto proposto consiste em apresentar um relato de experiência das
ações desenvolvidas pelo Colegiado de Avaliação Institucional Interna (CPA) da
referida instituição, mediado por considerações analítico-reflexivas, sobretudo no que
tange aos seus objetivos, estratégias e metodologias de avaliação interna, voltadas para a
consolidação de uma cultura avaliativa, cuja premissa está baseada na participação dos
sujeitos implicados no processo de autoavaliação. A metodologia do estudo ora
apresentado é de natureza qualitativa, mediante revisão da literatura e análise
documental. Nestes termos, investigou-se o processo da avaliação interna, de uma
instituição particular de ensino superior, cuja experiência avaliativa vem se
desenvolvendo, de modo ininterrupto, desde a sua criação. O referencial teórico
utilizado está ancorado, sobretudo, nas proposições de Andriola (2013); Sobrinho
(2000) e Leite (2005). Os resultados indicam que para que a avaliação institucional, no
contexto universitário, concorra para a qualidade educativa, é necessário potencializar o
desenvolvimento da instituição, mediante processo permanente de avaliação, intentando
aperfeiçoar a atuação qualificada na educação superior e identificar no âmbito do
ensino, pesquisa e extensão, as aproximações e os distanciamentos institucionais do
Projeto Pedagógico da universidade e suas interseções com o Plano de
Desenvolvimento Institucional. As evidências coletadas identificaram que as ações de
avaliação interna, desenvolvidas pelo COAVI/CPA na UNIFOR, balizam-se pela
perspectiva diagnóstica, mediadora, formativa e contínua, cujos objetivos pautam-se por
elaborar e propor ações acadêmico-educativas em consonância com as peculiaridades da
instituição, tendo em vista a qualidade do ensino, da pesquisa e da extensão. No que se
refere à perspectiva formativa, no trabalho da CPA em pauta, observou-se que foi
tomada como prática a serviço da qualidade acadêmica; do planejamento; da elaboração
de objetivos e critérios avaliativos, Ou seja: avalia-se, à luz de procedimentos
atitudinais, sob uma perspectiva da avaliação como meio e não como fim, para gerar as
mudanças necessárias. Aponta-se, a guisa de conclusão, que a experiência
autoavaliativa ora apresentada prima pela efetiva participação dos sujeitos desse
processo, objetivando a formulação de ações para a transformação e aperfeiçoamento da
UNIFOR.
Palavras-chave: Autoavaliação da UNIFOR, ações de avaliação interna, trabalho CPA
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Introdução:
A avaliação institucional no contexto da educação superior, em termos gerais, pauta-se
por uma concepção de matizes fundamentalmente pedagógicos, posto que “não se trata
apenas de conhecer o estado da arte, mas também de construir [...], reconhecer as
formas e a qualidade das relações na instituição [...]” (DIAS SOBRINHO; BALZAN,
1995, p.56) e, para além das estruturas internas, estabelecer um vínculo com a
sociedade.
Nestes termos, cabe uma reflexão de modo mais detido, focalizando essa marca
educativo-pedagógica, acerca das práticas avaliativas no cenário das Instituições de
Ensino Superior (IES), no contexto brasileiro, pautadas, por seu turno, na Lei nº 10.861,
de 14 de abril de 2004, (BRASIL, 2004), que implantou o Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Superior (SINAES): [...] constituído por três grandes pilares: a Avaliação Institucional composta
pela autoavaliação e avaliação externa; a Avaliação da Graduação e a
Avaliação do Desempenho dos Estudantes da Educação Superior (ENADE).
Pela primeira vez foi instituído um sistema, ou seja, não foram ações
avaliativas soltas e sem interligações, mas sim, um sistema que tem como
objetivo "olhar" o todo através das suas partes (POLIDORI; FONSECA;
LARROSA, 2007, p.4).
E, seguindo esse veio, assinala-se, aqui, a experiência da Universidade de Fortaleza
(UNIFOR), mantida pela Fundação Edson Queiroz, foi criada em 1973, e desde o início
de sua história, constitui-se como uma instituição cujo objetivo é contribuir para o
desenvolvimento da região Nordeste. Ao tomar como referência o conjunto das
instituições de ensino superior brasileiras, a UNIFOR vem se destacando como uma das
poucas Universidades criadas como projeto único e integral ab initio, cujo
desenvolvimento, tem erigido, ao lado das instituições superiores públicas existentes no
estado do Ceará, um perfil balizado pela qualificação de recursos humanos. Desse
modo, cumpre sua função e responsabilidade social, posto que para além da formação
integral do nordestino e da sua qualificação profissional, contribui, sobremaneira, para a
transformação cultural e técnico-científica de todo um povo de uma região marcada por
adversidades naturais.
Mediante permanente integração com a sociedade em geral, a UNIFOR reelaborou, em
2010, com a participação da comunidade acadêmica, a sua missão, que passou a ser:
contribuir para realização de ideais e sonhos, formando profissionais de excelência,
mantendo compromisso com o desenvolvimento socioambiental, científico e cultural.
Além de estabelecer os valores institucionais, a saber: respeito ao homem e à sua
diversidade, aos princípios democráticos e aos direitos humanos; responsabilidade
social e ambiental; compreensão do ser humano como centro do processo educativo;
contribuição com as transformações científicas, econômicas, políticas, sociais, culturais
e tecnológicas; e, compromisso com a ética, a arte e a estética.
Atualmente a UNIFOR oferta 38 cursos de graduação (Bacharelado, Licenciatura e
Superior de Tecnologia) nas áreas jurídicas, da saúde, tecnológicas, da gestão e
comunicação; mais de 90 cursos de especialização e MBA; cinco cursos de mestrado
próprios e um Mestrado Interinstitucional em convênio com a Universidade Mackenzie
(MINTER); quatro cursos de doutorado próprios; um curso de doutorado em associação
ampla com a UFC e a UECE, além de um doutorado em parceria com a Rede Nordeste
de Tecnologia. A instituição já formou mais de 67 mil profissionais e possui cerca de 26
mil alunos, contando com um corpo docente formado por 1.070 professores, dos quais
23,8% são doutores, 57,8% são mestres e 18,4% são especialistas.
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Os Centros de Ciências possuem Núcleos de Pesquisa. Assinalam-se, ainda, grupos e
linhas de pesquisa, registrados no Diretório de Grupos de Pesquisas do Brasil- CNPq,
com a oferta de bolsas de pesquisa de iniciação científica. A UNIFOR desenvolve
diversas atividades de extensão universitária que complementam o currículo acadêmico,
por meio dos cursos de educação continuada, projetos sociais, intercâmbio internacional
e estágio acadêmico. Cabe assinalar os projetos e as ações realizadas por alunos e
professores que promovem a responsabilidade social junto à comunidade, pela
integração entre a educação e áreas como saúde, arte, cultura, esporte, cidadania,
capacitação profissional e meio ambiente. Quanto aos programas acadêmicos da
universidade assinalam-se o Programa de Monitoria Institucional que objetiva a
formação de futuros docentes, oferecendo ao aluno a oportunidade de desenvolver
atividades de ensino-aprendizagem em disciplinas de seu curso; o Programa de Apoio
Psicopedagógico - PAP, destinado a mediar processos de orientação e de
acompanhamento aos alunos que se encontram em dificuldades emocionais, relacionais,
vocacionais, físicas ou outras que se caracterizem como necessidades educacionais de
aprendizagem; o Programa Tutorial Acadêmico, que tem como objetivos auxiliar o
aluno ingressante a se integrar à vida acadêmica e planejar ações que facilitem o seu
desempenho acadêmico; e o Programa de Desenvolvimento Profissional em Educação
da UNIFOR, destinado à qualificação pedagógica permanente dos professores, visando
à excelência das atividades de ensino, pesquisa e extensão. A Universidade dispõe do
Núcleo de Educação a Distância - NEAD, que tem como objetivo realizar pesquisas e
desenvolver produtos, projetando, implementando e gerenciando, por meio de
tecnologias da informação e da comunicação, ações e atividades em EAD que
possibilitam o desenvolvimento de projetos, treinamentos a distância e apoio
tecnológico, atuando nos níveis de extensão universitária, graduação, pós-graduação e
formação corporativa.
Nas quatro áreas estratégicas que fundamentam a identidade da Instituição – ensino,
pesquisa, extensão e gestão –, a UNIFOR desenvolve a Avaliação Institucional Interna,
cujo objetivo basilar é potencializar sua atuação qualificada na educação superior,
mediante processo permanente de avaliação do seu desempenho acadêmico-
administrativo. Pautada pela verificação criteriosa das ações implementadas em
consonância com sua missão, com os valores institucionais e com as diretrizes do
SINAES.
Partindo dessa contextualização da IES, o presente estudo justifica-se pelo fato de que
para a UNIFOR erigir a complexa tarefa de garantir a qualidade do ensino e relacionar
sua ação com as necessidades da região na qual se encontra inserida, quanto à
qualificação dos profissionais egressos, torna-se imprescindível lançar luzes sobre o seu
sistema de autoavaliação institucional, e nesse sentido, o presente trabalho procura
identificar as interfaces entre autoavaliação, qualidade educacional e participação, a
partir da experiência da CPA da Universidade de Fortaleza.
Os contornos do estudo: objetivos
Desse modo, o objetivo deste trabalho consiste em apresentar um relato de experiência
das ações desenvolvidas pelo Colegiado de Avaliação Institucional Interna (CPA) da
referida instituição, mediado por considerações analítico-reflexivas, no que tange aos
seus objetivos, estratégias e metodologias de autoavaliação, sobretudo a avaliação
docente nos cursos de graduação, voltadas para a consolidação de uma cultura
avaliativa, cuja premissa está baseada na participação dos sujeitos implicados no
processo. Para tanto, é fundamental desenvolver uma cultura de avaliação, com efetivo
envolvimento da comunidade acadêmica (LEITE, 2005).
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Metodologia
A metodologia do estudo ora apresentado é de natureza qualitativa (LÜDKE; ANDRÉ,
1986). Nesse sentido, destaca-se que: O processo de trabalho científico em pesquisa qualitativa divide-se em três
etapas: (1) fase exploratória; (2) trabalho de campo; (3) análise e tratamento
do material empírico e documental.
Portanto, o ciclo da pesquisa não se fecha, pois toda pesquisa produz
conhecimento e gera indagações novas. Mas a ideia do ciclo se solidifica não
em etapas estanques, mas em planos que se complementam (MINAYO,
2010, p.15).
Este trabalho foi realizado em etapas variadas, a saber: num primeiro momento,
procedeu-se a um estudo exploratório acerca da autoavaliação no contexto da UNIFOR;
paralelamente, desenvolveu-se a revisão da literatura sobre avaliação institucional da
educação superior, cujas bases analíticas apoiam-se nas proposições teóricas de Andriola
(2013); Dias Sobrinho (2000) e Leite (2005), além da legislação do SINAES. E, por
fim, num terceiro momento, realizou-se, de modo mais detido, uma análise documental,
no sentido de identificar e analisar a avaliação dos docentes de graduação em uma
instituição particular de ensino superior, cuja experiência avaliativa vem se
desenvolvendo, de modo ininterrupto, desde a sua criação.
É importante assinalar que, neste percurso avaliativo da instituição em estudo, foi
tomada, como referencial para coleta e análise dos dados, a última versão da avaliação
docente elaborada, aprovada e operacionalizada pelo Colegiado de Avaliação
Institucional Interna – CPA da universidade em questão.
Resultados e Discussões
Os resultados apontam, em linhas gerais, de acordo com as fontes da pesquisa
documental, que a Universidade de Fortaleza, realiza a autoavaliação sob a coordenação
do Colegiado de Avaliação Institucional Interna- COAVI1, com o aporte do Programa
de Avaliação Institucional Interna – PROAVI.
É importante registrar que o COAVI é o órgão responsável pela definição das políticas
de avaliação interna, bem como pela sistematização, execução, condução e
acompanhamento dos processos dessa modalidade avaliativa, no âmbito da
Universidade de Fortaleza; vinculado à Reitoria com atuação autônoma em relação aos
conselhos e demais órgãos existentes na instituição, em matéria de avaliação
institucional interna. O referido Colegiado tem como instância executiva, e a este
subordinado, em matéria de autoavaliação, o PROAVI, que tem como atribuição
planejar, coordenar e operacionalizar referida avaliação.
Conforme se depreende dos dados, o objetivo do COAVI (CPA) consiste em
potencializar a atuação qualificada da universidade na educação superior, mediante
processo permanente de avaliação do seu desempenho acadêmico-administrativo, além
de promover a sensibilização da comunidade interna para a autoavaliação contínua; de
prover instrumentos de avaliação para subsidiar como referencial organizador
qualificado de planejamento e de gestão da UNIFOR; de subsidiar a otimização do
desempenho nas atividades de ensino, pesquisa, extensão e gestão da instituição e de
ensejar a elaboração de metas e objetivos que orientem os processos e ações relativas ao
desempenho global da universidade.
Observou-se, ainda, na experiência autoavaliativa supra referia, em conformidade com o
SINAES, que:
1 O COAVI manteve a sua nomenclatura original – não foi substituído por CPA –, em virtude de
possuir uma identidade consolidada no âmbito da UNIFOR, posto que sua criação e atuação
efetiva, desde 1999, bem anterior à obrigatoriedade da lei, em 2004.
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o processo de autoavaliação possui alguns requisitos para funcionar, sendo
eles: a composição de uma equipe de coordenadores, a participação dos
integrantes da instituição, o compromisso explícito dos dirigentes da IES, a
validade e confiabilidade das informações e o uso efetivo dos resultados. Ela
divide-se em três etapas: preparação, desenvolvimento e consolidação
(ANDRIOLA; LIMA, 2013, p.3).
Ressalta-se, na presente pesquisa, que a autoavaliação em pauta à luz de uma
perspectiva de avaliação diagnóstica, mediadora, formativa e contínua, procura elaborar
e propor ações acadêmico-educativas em consonância com as peculiaridades da
instituição, tendo em vista a qualidade e a excelência no ensino, na pesquisa e na
extensão.
Cabe assinalar que a perspectiva diagnóstica e mediadora possibilita aos sujeitos do processo
avaliativo (discentes, docentes, gestores e funcionários) que expressem suas ideias; que
emitam opiniões; que discutam coletivamente a partir de situações-problema concretas; que
procurem entender os sentidos e os significados das atividades educativas desenvolvidas na
universidade; que auxiliem a localizar dificuldades e a descobrir soluções, bem como que
utilizem os relatórios de avaliação interna como instrumento referencial para potencializar
suas atuações no âmbito da instituição.
As evidências do estudo revelaram também que, no que tange à perspectiva formativa, é
tomada como prática a serviço da qualidade acadêmica; da autorregulação; do planejamento;
da elaboração coletiva de objetivos e critérios avaliativos, assegurando, por sua vez, a
continuidade e unidade do processo.
Para tanto, os princípios (BENFATTI, 2007) do COAVI e do PROAVI são: a ética; a
globalidade; a processualidade e a contextualização. Ou seja: avalia-se, à luz de
procedimentos atitudinais, considerando a totalidade das dimensões em pauta, sob uma
perspectiva da avaliação como meio e não como fim, para gerar as mudanças necessárias.
Registra-se que a Avaliação Institucional realiza-se em três modalidades: Diagnóstica –
início do processo –; Processual – análise do cotidiano –; Resultados – análise de dados finais,
objetivando a formulação de ações para a transformação e aperfeiçoamento da UNIFOR,
como instrumento para aprimoramento com vistas à melhoria de qualidade.
Parte-se do pressuposto de que a avaliação institucional: [...] não é instrumento de medida de atividades de indivíduos isolados, nem de
trabalhos descolados de seus meios de produção; não é mecanismo para exposição
pública de fragilidades ou ineficiência de profissionais individualizados. A avaliação
institucional deve ser promovida como um processo de caráter essencialmente
pedagógico. [...] A avaliação institucional deve ser uma ação sistemática e global,
que ultrapasse amplamente as avaliações pontuais (DIAS SOBRINHO; BALZAN,
1995, p. 61).
O presente estudo aponta, ainda, que para desenvolver a Avaliação Institucional Interna,
utilizam-se, na UNIFOR, para além dos macros princípios supracitados, quatro princípios
norteadores do exercício avaliativo: a adesão voluntária; a avaliação total e coletiva; o
respeito à peculiaridade da universidade e a unidade de linguagem, compreendida, aqui, como
entendimento comum dos conceitos, princípios e finalidades do Projeto.
Nesse sentido, que o Programa de autoavaliação da UNIFOR está sendo desenvolvido por
etapas, articuladas entre si. Num primeiro momento, foca-se no Ensino de Graduação, em
especial, na qualidade da docência, tomando como parâmetro a conjunção das ações de
ensino, de pesquisa e de extensão dos Projetos Pedagógicos dos Cursos. Para tanto,
realizaram-se grupos focais e/ou oficinas de trabalho como procedimentos de pesquisa
qualitativa, junto aos assessores pedagógicos, aos diretores de Centro, aos coordenadores, aos
estudantes (representantes estudantis) e aos professores dos Cursos de graduação, visando
estabelecer objetivos e metas, bem como elaborar macro estratégias para por em curso a
autoavaliação, com base em roteiro sugerido com múltiplos aspectos a serem considerados,
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como por exemplo: eficiência e eficácia dos cursos; qualidade da formação dos graduandos;
conexão com o mercado de trabalho, entre outros. Objetivando identificar os aspectos
essenciais que devam ser observados junto aos sujeitos (docentes, discentes, técnicos-
administrativos e gestores) implicados no processo da autoavaliação. Acrescente-se que essa
consulta inicial indica os critérios basilares para a verificação das potencialidades e limites
dos cursos da instituição.
Os Cursos de pós-graduação stricto sensu são avaliados, anualmente, pela CAPES2; os
Cursos de pós-graduação lato sensu, que possuem instrumentos avaliativos específicos
elaborados pela Divisão de Pós-Graduação Lato Sensu desta Universidade, a posteriori, numa
segunda etapa, foram objeto de avaliação por parte deste Programa; a extensão, por sua vez, é
avaliada pelos cursos oferecidos, pelas condições de funcionamento e pelo desempenho dos
docentes desses cursos.
Paralelamente, e de modo orgânico, identificou-se na pesquisa ora apresentada, que nos
horizontes da avaliação (DEMO, 2004) procura-se ampliar e criar novos instrumentos para
coleta de dados relativos ao conjunto de funções tanto da gestão acadêmica quanto da gestão
administrativa da UNIFOR. Nesse sentido, o conjunto dessas atividades assinalam, de modo
panorâmico, as diretrizes norteadoras da avaliação institucional interna.
A implantação do Programa de autoavaliação da UNIFOR parte das experiências avaliativas
anteriores, que foram desenvolvidas, por sua vez, em cinco ciclos, ao longo da História da
instituição, conforme Proposta de Avaliação Interna da Universidade de Fortaleza, 2005.3 O
documento supra referido relata, o histórico resumido da avaliação Institucional interna, nos
seguintes moldes:
O primeiro ciclo, de 1973 a 1979, é caracterizado pelo ‘Projeto de Produtividade’, tendo por
base as avaliações semestrais dos programas de ensino pelos alunos; da avaliação da
Universidade pelos alunos e pelos professores, além da avaliação anual do desempenho do
pessoal técnico-administrativo, executado pela Unidade de Planejamento e Controle de
Avaliação de Programas.
O segundo ciclo, de 1982 a 1989, é o período de estudos avaliativos específicos executados
pela Divisão de Planejamento e Avaliação – DIPLAN, da Vice-Reitoria de Ensino e
Administração Acadêmica, discriminados a seguir:
· O Fenômeno da Mudança de Curso pelo Aluno da UNIFOR: Fatores Concorrentes e
Implicações Resultantes – 1982/83 (Convênio: INEP-UNIFOR);
· Programa de Avaliação da Reforma Universitária - PARU – 1984/85 (Convênio
MECUNIFOR);
· Avaliação dos Cursos de Enfermagem e Fisioterapia – 1986/87;
· Estudo Avaliativo da Reprovação e da Evasão nas Disciplinas Obrigatórias do Curso de
Engenharia Elétrica em 86.2 – 1987;
· Análise da Aplicação e Julgamento da Validade, junto aos Professores, da Resolução
R.015/76 que Normatiza a Avaliação do Rendimento Acadêmico da UNIFOR, em 88.1;
· Avaliação do Ensino de Graduação: Subprojeto 1 – Diagnóstico da Qualidade do Ensino de
Graduação na UNIFOR – 1989.
O terceiro ciclo compreende o período 1990-1999. A partir de 1990, a Vice-Reitoria de
Ensino e Administração Acadêmica iniciou nova etapa de avaliação, cuja base se projetava
para uma avaliação institucional, nas seguintes modalidades:
· Avaliação do Desempenho Docente (anual)
2 Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.
3 Proposta de Avaliação Interna da Universidade de Fortaleza. Recuperado em 20 de julho, 2013,
de http://www. unifor.br/notitia/file/52.pdf
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· Avaliação dos Laboratórios (bienal)
· Avaliação do Rendimento Acadêmico (semestral)
· Avaliação dos Cursos pelos Concludentes (semestral)
· Avaliação dos Coordenadores de Curso (anual)
· Avaliação dos Diretores de Centro (anual)
O quarto ciclo tem início em 2000 com a constituição da Comissão de Avaliação
Institucional – COAVI, criada por meio da Portaria da Reitoria Nº 090/99, de 10/12/99, com
as atribuições de planejar, supervisionar e executar as atividades de avaliação na Universidade
de Fortaleza. Foram implantados os Núcleos de Avaliação nas Diretorias e nos Centros de
Ciências, com a finalidade de realizar de forma articulada a Avaliação Institucional da
Universidade, considerando os subsistemas ensino, pesquisa, extensão e gestão. Desde então,
os processos de avaliação interna ocorrem por meio de projetos específicos: projeto de
avaliação do ensino, da extensão, da pesquisa e da gestão, consolidados numa matriz de
avaliação, contendo as categorias a serem avaliadas em seus vários aspectos por meio de
variáveis e indicadores.
Quanto à operacionalização, observa-se que a Avaliação Interna em estudo, no quinto ciclo, a
partir de 2009, é composta por seis (06) processos, apresentados a seguir e, por seu turno, são
articulados entre si, ensejando uma permanente reflexão acerca da qualidade acadêmica:
P1- Análise Situacional.
P2- Visão de Futuro.
P3- Identificação das Potencialidades e dos Limites.
P4- Projeção de Soluções (Como superar ou reduzir as fragilidades identificadas).
P5- Plano de Ações (Articula-se com a Visão de Futuro; aonde se quer chegar).
P6- Execução e Acompanhamento do Plano de Ações / Divulgação dos Resultados.
Ao desenvolver a avaliação interna, na sua totalidade, os processos supracitados são
sistematizados em três macro etapas e desenvolvidos ao longo de três anos:
ETAPA I – Sensibilização da Comunidade Interna;
ETAPA II – Concepção e Sistematização dos instrumentais para levantamento dos dados e
informações, através de formulários, grupos de trabalho, grupos focais, seminários, oficinas e
composição de relatórios parciais;
ETAPA III – Análise crítica do processo avaliativo e de seus resultados com vistas à
melhoria da qualidade da Instituição, elaboração e divulgação do Relatório Final.
Tabela 1 – Procedimentos Metodológicos
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
ETAPA I ETAPA II ETAPA III
Sensibilização
Concepção e Sistematização dos
instrumentais de autoavaliação
(docente; discente; técnico-
administrativo; gestão).
Balanço crítico dos resultados
e proposição de metas e ações
que visem à qualidade do
processo educacional e de
gestão da Instituição.
Coleta de dados Sistematização e divulgação
do Relatório Final do processo
avaliativo. Divulgação dos resultados
parciais
Fonte: Dados da Pesquisa.
Foi detectado, também, que no decorrer do desenvolvimento do processo avaliativo em
estudo procura-se organizar as bases para o planejamento institucional, cujos indicadores
avaliativos da universidade consigam aferir a qualidade da instituição vinculada às suas
especificidades, comparando índices para subsidiar a apresentação de resultados de
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desempenho. Para tanto se procede a uma análise da relação entre o Projeto Pedagógico
Institucional [PPI], o Plano de Desenvolvimento da UNIFOR [PDI] e os seus desdobramentos
práticos.
De acordo com essas premissas avaliam-se aspectos relativos à visão dos sujeitos do processo
educacional da instituição, a partir da adesão voluntária dos professores, dos estudantes, do
corpo técnico-administrativo, dos gestores e dos dirigentes. Assim, para a composição dos
indicadores avaliativos, identificam-se seus referenciais que, por seu turno, estão diretamente
relacionados à noção de educação superior, de avaliação e de processo formativo.
Para tanto, são utilizados mecanismos quantitativos e qualitativos de análise. No que diz
respeito à metodologia da pesquisa e aos instrumentos aplicados para coletar e analisar os
dados verificou-se como procedimentos da autoavaliação Institucional:
Elaboração do Programa de Avaliação Institucional Interna
Sistematização e análise dos dados quantitativos de gestão acadêmico-administrativa
Composição de grupos de trabalho, grupos focais, seminários, e oficinas objetivando
delinear a concepção, metas e ações da autoavaliação institucional para cada segmento
específico da comunidade interna (docente; discente; técnico-administrativo; gestão) 4
Apresentação da proposta do processo de avaliação interna da Instituição
Elaboração dos instrumentais de coleta de dados e formulários para registros das
informações reunidas
Aplicação do pré-teste dos instrumentais de pesquisa
Aplicação dos instrumentos de avaliação dos docentes, dos discentes, dos técnicos-
administrativos e dos gestores
Registro e catalogação os dados coletados
Análise dos dados e das informações catalogadas
Realização de reuniões para avaliação dos dados mediante um balanço crítico dos
resultados
Proposição de referenciais que subsidiem a elaboração de metas e ações que visam à
qualidade do processo educacional e de gestão da Instituição
Confecção dos relatórios (parcial e final)
Divulgação, para a comunidade interna e externa, dos relatórios da autoavaliação
institucional
No que tange à Graduação, objeto de estudo da presente pesquisa, foram consideradas para a
pesquisa de autoavaliação as habilidades e competências docentes; as habilidades e
competências discentes, a matriz curricular e a gestão acadêmico-pedagógica dos Cursos.
Quanto às Habilidades e Competências Docentes:
Procura-se identificar os aspectos didático-pedagógicos referenciais (para o Docente;
para o Discente; para o Curso; para a Instituição) do trabalho docente de qualidade.
Quanto às Habilidades e Competências Discentes:
Procura-se identificar os aspectos acadêmico-instrumentais referenciais (para o
Docente; para o Discente (estagiários e não-estagiários); para o Curso; para a
Instituição, para os egressos, para o empregador) do perfil discente de excelência.
Quanto à Matriz Curricular:
Busca-se precisar o conjunto de elementos que concorrem para integração curricular à
luz da interdisciplinaridade, tomada como ações integradas de disciplinas em
consonância com os objetivos dos Cursos. Identifica-se a relação entre as disciplinas e
4 A formação desses grupos foi realizada num primeiro momento junto aos discentes, aos docentes
e aos técnico-administrativos vinculados à graduação. A extensão e a pós-graduação são avaliadas
mediante seus instrumentais específicos.
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seus respectivos projetos para alcançar as propostas do Projeto Pedagógico de cada
Curso.
Quanto à Gestão Acadêmico-Pedagógica:
Verificam-se os referenciais para o gerenciamento de qualidade dos processos
pedagógicos dos Cursos, intentando garantir um bom desenvolvimento dos seus
objetivos gerais. Procede-se a análise da infraestrutura física e da tecnologia da
informação para o funcionamento satisfatório das atividades relacionadas à graduação,
bem como a realização da meta avaliação.
O universo da autoavaliação institucional é composto pelos sujeitos acadêmicos dos cursos de
graduação e de pós-graduação, pelos programas e projetos Institucionais (de ensino, de
extensão e de pesquisa) e pelos setores técnico-administrativos.
Gráfico 2 – Representação gráfica do processo autoavaliativo da UNIFOR.
Fonte: Dados da pesquisa.
Tomam--se como base, para fins de operacionalização do processo avaliativo, as dimensões
estabelecidas pelo SINAES, a saber:
I - a missão e o plano de desenvolvimento institucional;
II - a política para o ensino, a pesquisa, a pós-graduação, a extensão e as respectivas formas
de operacionalização, incluídos os procedimentos para estímulo à produção acadêmica, as
bolsas de pesquisa, de monitoria e demais modalidades;
III - a responsabilidade social da instituição, considerada especialmente no que se refere à sua
contribuição em relação à inclusão social, ao desenvolvimento econômico e social, à defesa
do meio ambiente, da memória cultural, da produção artística e do patrimônio cultural;
IV - a comunicação com a sociedade;
V - as políticas de pessoal, as carreiras do corpo docente e do corpo técnico-administrativo,
seu aperfeiçoamento, desenvolvimento profissional e suas condições de trabalho;
VI - organização e gestão da instituição, especialmente o funcionamento e representatividade
dos colegiados, sua independência e autonomia na relação com a mantenedora, e a
participação dos segmentos da comunidade universitária nos processos decisórios;
VII - infraestrutura física, especialmente a de ensino e de pesquisa, biblioteca, recursos de
informação e comunicação;
VIII - planejamento e avaliação, especialmente os processos, resultados e eficácia da
autoavaliação institucional;
IX - políticas de atendimento aos estudantes;
X - sustentabilidade financeira, tendo em vista o significado social da continuidade dos
compromissos na oferta da educação superior.
Cabe considerar que de acordo com o SINAES, os requisitos da Avaliação Interna de
Avaliação consistem em: existência de uma equipe de coordenação; participação dos
RESULTADO FORMULAÇÃO
SENSIBILIZAÇÃO EXECUÇÃO
AUTOAVALIAÇÃO
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integrantes da instituição; compromisso explícito por parte dos dirigentes das IES;
informações válidas e confiáveis; uso efetivo dos resultados. A operacionalização do SINAES
subdivide-se, essencialmente, em três procedimentos: Avaliação institucional (interna e
externa); Avaliação dos Cursos de Graduação (ACG) e Exame Nacional de Avaliação do
Desempenho dos Estudantes (ENADE).
Os resultados revelaram, acerca da autoavaliação institucional dos cursos de graduação da
UNIFOR, no ciclo da pesquisa ora apresentada que a concepção e a sistematização dos
instrumentos constituíram-se a partir do seguinte percurso: a construção dos indicadores;
elaboração da primeira versão dos instrumentos; pré-teste dos questionários; reelaboração dos
instrumentos; apresentação e aprovação pelo COAVI.
No que se refere aos instrumentos de coleta e pesquisa de campo, registra-se, ainda, que os
instrumentos de avaliação, tomando como referência os pressupostos supracitados,
consistiram nos questionários de Avaliação dos Cursos de Graduação: Aspectos Gerais
(docentes e discentes); Docentes; Docentes de EAD; Autoavaliação Docente; Autoavaliação
do Professor Orientador de EAD e Autoavaliação do Professor Tutor de EAD.
Os grupos avaliadores, por seu turno, foram estruturados e compostos nos seguintes termos:
1- Grupo Avaliador Discente:
Aspectos Gerais
Docente
2- Grupo Avaliador Docente:
Aspectos gerais
Autoavaliação Docente
A avaliação dos cursos de graduação foi censitária em sua concepção e realizou-se no período
de 2012.2. A totalidade dos componentes de cada um dos respectivos grupos avaliadores
(docentes e discentes das disciplinas presenciais e a distância) mediante a adesão voluntária,
poderiam participar do processo avaliativo on line.
A coleta de dados foi realizada através de questionários, estruturados por questões relativas à
prática docente e aos aspectos gerais do curso de graduação, fechados seguindo a escala
numérica de 1 (um) a 10 (dez). A nota 10 corresponde ao maior conceito e 1 ao menor, além
da opção Sem Condições de Avaliar (SCA), cujo valor numérico é zero (nulo). Cabe assinalar
que cada um dos instrumentos avaliativos possuía um espaço disponível para manifestação da
opinião dos avaliadores acerca da dimensão avaliada. O universo da pesquisa era composto
por 22.310 alunos e 1038 professores.
Quanto à dimensão metodológica, os conceitos utilizados na pesquisa foram:
Amostra: Conjunto de elementos extraídos de um conjunto maior, chamado
população. Se a constituição da amostra obedecer a determinadas condições, a análise
das características da amostra pode servir para que se façam inferências sobre
elementos da população.
Distribuição de Frequências: Tabela que indica as frequências com que ocorrem os
casos correspondentes a cada intervalo de classe (ou valor individual da variável
quando esta não estiver agrupada em classes).
Erro Padrão: Desvio-padrão da distribuição dos diversos valores de uma estatística,
em consequência da flutuação das amostras. Se, de uma população, for tirado um
grande número de amostras e calculadas as respectivas médias, haverá uma diferença
entre cada média e a média da população.
Média: Em sua acepção mais ampla, qualquer promédio de uma distribuição de
frequência. Em sentido estrito, média aritmética, ou seja, soma de todos os valores
dividida pelo número de valores.
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Moda: Valor mais frequente de uma distribuição. Numa representação gráfica, a moda
é o valor correspondente ao ponto mais alto da curva. Em outras palavras, é o valor
que está na moda.
Percentil: Valores que dividem uma distribuição de frequências em 100 intervalos de
iguais frequências. O percentil de ordem 50 corresponde a Mediana, ou seja, à medida
de tendência central, que através de seu valor, a distribuição de frequências é dividida
em duas partes de igual valor.
Assinala-se, no que tange ao delineamento da amostra:
População
Alunos regularmente matriculados na Universidade de Fortaleza – UNIFOR no período
2012.2 e os professores dos cursos de graduação.
A seguir, podem ser observadas as dimensões avaliadas quanto à prática docente pelo
discente; às questões gerais do curso avaliadas pelos docentes e pelos discentes, bem como a
formatação dos relatórios gerenciais para divulgação das referidas pesquisas avaliativas junto
ao conjunto da comunidade acadêmica.
Tabela 2 – Relatório gerencial da avaliação do docente pelo discente.
Fonte: Dados da pesquisa.
Tabela 3 – Relatório gerencial da avaliação do curso pelo docente.
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Fonte: Dados da pesquisa
Tabela 4 – Relatório Gerencial da avaliação do curso pelo discente.
Fonte: Dados da pesquisa.
Considerações Finais
Nesse sentido, aponta-se, a título de considerações finais, que a experiência autoavaliativa ora
apresentada prima pela efetiva participação dos sujeitos desse processo, objetivando a
formulação de ações para a transformação e aperfeiçoamento da UNIFOR.
E daí pode-se inferir que as dimensões avaliativas propostas pela instituição em estudo são
contempladas no processo de autoavaliação e que a avaliação institucional realizada nas em
três modalidades supra referidas: Diagnóstica – início do processo –; Processual – análise do
cotidiano –e Resultados – análise de dados finais, objetiva a formulação de ações para a
transformação e aperfeiçoamento permanente da UNIFOR, como instrumento para
aprimoramento com vistas à melhoria de qualidade educacional.
Referências Bibliográficas
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