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8/14/2019 Avaliao tcnica e Econmica Para a Implementao
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AVALIAO TCNICA E ECONMICA PARA A
IMPLEMENTAO DE VERMICOMPOSTAGEM NOS
MUNICPIOS DO OESTE
CLIENTE:
MAIO DE 2008
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CONTACTOS
WEBER PORTUGAL Engenharia e Projectos, S.A.
Rua do Ferragial, n 38 2 Esq.
1200-183 Lisboa Portugal
Tel. (+351) 213 405 350
Fax. (+351) 213 405 359
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Av. General Pedro Cardoso,n 9Apartado 811
2500-922 Caldas da Rainha Portugal
Tel. (+351) 262 839 030
Fax. (+351)262 839 031
E-mail: am-oeste@am-oeste.pt
Stio na Internet www.am-oeste.pt
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NDICE DE MATRIAS
1. INTRODUO ................................................................................................................................ 1
2. SITUAO DE REFERNCIA ....................................................................................................... 3
2.1 CONSIDERAES GERAIS .......................................................................................................... 3
2.2 ESTRUTURA DE UMA GESTO INTEGRADA E SUSTENTVEL DOS RSU........................................... 4
2.3 OBJECTIVOS GERAIS DO PROJECTO ........................................................................................... 5
2.4 ENQUADRAMENTO GERAL .......................................................................................................... 5
2.5 ENQUADRAMENTO LEGISLATIVO E ESTRATGIAS NACIONAIS........................................................ 7
2.5.1 Legislao Comunitria....................................................................................................... 7
2.5.2 Legislao Nacional ............................................................................................................ 8
2.5.3 Estratgias Comunitrias e Nacionais .............................................................................. 10
2.6 REA DE INTERVENO............................................................................................................ 12
2.6.1 Localizao........................................................................................................................ 12
2.6.2 Caracterizao do Local.................................................................................................... 13
2.7 PRODUO DOS RSU.............................................................................................................. 13
2.8 RESDUOS A VALORIZAR........................................................................................................... 182.8.1 Resduos Slidos Urbanos................................................................................................ 18
3. DESCRIO GERAL DAS TECNOLOGIAS A IMPLEMENTAR NA SOLUO PROPOSTA . 21
3.1 DESCRIO DA PROPOSTA ....................................................................................................... 21
3.2 UNIDADES DE VERMICOMPOSTAGEM......................................................................................... 24
3.2.1 Consideraes Gerais....................................................................................................... 24
3.2.2 Quantitativos RSU............................................................................................................. 26
3.2.3 Processo tecnolgico proposto ......................................................................................... 32
3.2.4 Arranque e explorao do sistema de vermicompostagem.............................................. 333.2.4.1 Planificao da rea de explorao .......................................................................... 33
3.2.4.1.1 Consideraes Gerais ........................................................................................... 33
3.2.4.1.2 rea de recepo da matria-prima...................................................................... 33
3.2.4.1.3 rea para o processo de compostagem ............................................................... 34
3.2.4.1.4 Instalao para as camas (rea para a vermicompostagem) ............................... 34
3.2.4.1.5 Local para a secagem, crivagem e armazenagem do hmus .............................. 34
3.2.4.2 Processo de compostagem....................................................................................... 35
3.2.4.3 Construo e manuteno das camas...................................................................... 37
3.2.4.4 Povoamento das camas............................................................................................ 38
3.2.4.5 Recolha do hmus..................................................................................................... 38
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3.2.4.6 Recolha do soro.........................................................................................................38
3.2.4.7 Secagem do hmus................................................................................................... 383.2.4.8 Crivagem.................................................................................................................... 39
3.2.4.9 Produtos Extrados .................................................................................................... 39
3.2.4.9.1 Hmus.................................................................................................................... 39
3.2.4.9.2 Lixiviado ................................................................................................................. 40
3.2.4.10 Equipamentos necessrios........................................................................................ 41
3.2.4.11 Recursos humanos necessrios................................................................................ 41
3.3 UNIDADE DE TRIAGEM .............................................................................................................. 41
3.3.1 Introduo .......................................................................................................................... 41
3.3.2 Dimensionamento.............................................................................................................. 46
3.3.3 Descrio da instalao proposta ..................................................................................... 47
3.3.4 Nave de cobertura ............................................................................................................. 48
4. AQUISIO DA POSIO ACCIONISTA DA EGF .................................................................... 49
5. ANLISE ECONMICO-FINANCEIRA........................................................................................ 55
5.1 TARIFA A ADICIONAR AO PROJECTO ........................................................................................... 55
5.2 ANLISE ECONMICO-FINANCEIRA DO PROJECTO ...................................................................... 58
5.2.1 Investimento ...................................................................................................................... 585.2.2 Custos de Explorao........................................................................................................ 60
5.2.3 Proveitos de Explorao.................................................................................................... 63
5.2.4 Tarifas do projecto ............................................................................................................. 64
5.2.5 Demonstraes Financeiras do projecto ........................................................................... 65
5.3 ANLISE ECONMICO-FINANCEIRA GLOBAL................................................................................ 71
6. CONCLUSES ............................................................................................................................. 73
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NDICE DE QUADROS
QUADRO 2.1-LIMITES DE DEPOSIO DE RUB EM ATERRO ......................................................................... 9
QUADRO 2.2 QUANTITATIVOS DE RSU DE ORIGEM DOMSTICA ENTREGUES NA RESIOESTE NO ANO DE
2007(FONTE:RELATRIO AMBIENTAL ANUAL DO ASO RELATIVO AO ANO DE 2007)................................... 15
QUADRO 2.3QUANTITATIVOS DE RESDUOS DA RECOLHA SELECTIVA RECEBIDOS PELA RESIOESTE NO ANO
DE 2007(FONTE:RELATRIO AMBIENTAL ANUAL DO ASO RELATIVO AO ANO DE 2007).............................. 17
QUADRO 2.4 QUANTITATIVOS DE RESDUOS DEPOSITADOS NO ASO AT AO ANO DE 2007 (FONTE:
RELATRIO AMBIENTAL ANUAL DO ASO RELATIVO AO ANO DE 2007) ......................................................... 18
QUADRO 3.1-QUANTITATIVOS DO TOTAL DE RSU INDIFERENCIADOS EM 2005,2006 E 2007, POR MUNICPIO
E ESTAO DE TRANSFERNCIA (FONTE:AMO,2008).............................................................................. 27
QUADRO 3.2-PESO DA PRODUO DE RSU INDIFERENCIADOS POR UNIDADE DE TMBV ............................. 28
QUADRO 3.3 COMPOSIO FSICA DOS RSU DA REA DE INFLUNCIA DA RESIOESTE (FONTE: IPA
ESTUDO DE SOLUES NO MBITO DO SISTEMA DE RECOLHA SELECTIVA DE MATERIAIS PARA O SISTEMA
MULTIMUNICIPAL DO OESTE,2002) ......................................................................................................... 29
QUADRO 3.4-PRODUO DE RSU E RESPECTIVO DESTINO EM 2005 E 2006, NA RESIOESTE(FONTES: (1)
APA,2008;(2)
EGF,2007)...................................................................................................................... 29QUADRO 3.5QUANTITATIVOS DE RSU DO OESTE PARA O ANO DE ARRANQUE ......................................... 30
QUADRO 3.6REA POR FASE DO PROCESSO (M)................................................................................... 32
QUADRO 3.7 COMPOSIO FSICA DOS RSU DA REA DE INFLUNCIA DA RESIOESTE (FONTE: IPA
ESTUDO DE SOLUES NO MBITO DO SISTEMA DE RECOLHA SELECTIVA DE MATERIAIS PARA O SISTEMA
MULTIMUNICIPAL DO OESTE,2002) ......................................................................................................... 47
QUADRO 4.1CLCULO DO CASH-FLOW ACCIONISTA................................................................................ 51
QUADRO 4.2CLCULO DO VALOR POR ACO........................................................................................ 53QUADRO 4.3CLCULO DO VALOR A PAGAR EGF ................................................................................. 53
QUADRO 4.4VALOR A PAGAR EGFDISTRIBUIO POR MUNICPIO .................................................... 53
QUADRO 5.1IMPACTO DA REMUNERAO DOS ACCIONISTAS NA TARIFA EM 2007..................................... 55
QUADRO 5.2TARIFA REAL EM 2007, SEM REMUNERAO DOS ACCIONISTAS ........................................... 55
QUADRO 5.3IMPACTO DA VENDA DE BIOGS NAS TARIFAS ...................................................................... 56
QUADRO 5.4IMPACTO DO DESVIO DE RSU ACTUALMENTE DEPOSITADOS NA AMARSUL(APS PROJECTO)
............................................................................................................................................................... 57
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QUADRO 5.5IMPACTO DO DESVIO DE RSU DEPOSITADOS EM ATERRO (APS PROJECTO) ........................ 57
QUADRO 5.6TARIFA A ADICIONAR AO PROJECTO .................................................................................... 58
QUADRO 5.7INVESTIMENTOS NAS UNIDADES DE TMBV........................................................................... 59
QUADRO 5.8AMORTIZAES ANUAIS NAS UNIDADES DE TMBV ...............................................................59
QUADRO 5.9COMPARTICIPAO DO QREN(35%) NAS UNIDADES DE TMBV........................................... 60
QUADRO 5.10CUSTOS COM PESSOAL.................................................................................................... 60
QUADRO 5.11CUSTOS COM MANUTENO E CONSERVAO .................................................................61
QUADRO 5.12OUTROS CONSUMOS ....................................................................................................... 61QUADRO 5.13CUSTOS DE EXPLORAO ................................................................................................ 61
QUADRO 5.14PROVEITOS DE VENDA DE COMPOSTO............................................................................... 63
QUADRO 5.15PROVEITOS DA VENDA DE PLSTICOS E METAIS .................................................................64
QUADRO 5.16TARIFAS DO PROJECTO .................................................................................................... 65
QUADRO 5.17ESTADOIVA DO PROJECTO........................................................................................... 66
QUADRO 5.18DEMONSTRAO DE RESULTADOS INCREMENTAL ...........................................................67
QUADRO 5.19TESOURARIA INCREMENTAL........................................................................................... 68
QUADRO 5.20BALANOS INCREMENTAIS.............................................................................................70
QUADRO 5.21VALOR DA TARIFA ............................................................................................................ 71
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NDICE DE FIGURAS
FIGURA 2.1CONCELHOS PERTENCENTES REGIO DO OESTE................................................................. 6FIGURA 2.2 TOTAL DE RESDUOS RECEBIDOS NA RESIOESTE ENTRE 2002 E 2007 (FONTE:RELATRIO
AMBIENTAL ANUAL DO ASO RELATIVO AO ANO DE 2007) ................................................................... 14FIGURA 2.3 TOTAL DE RSU DE ORIGEM DOMSTICA RECEBIDOS NA RESIOESTE ENTRE 2002 E 2007
(FONTE:RELATRIO AMBIENTAL ANUAL DO ASO RELATIVO AO ANO DE 2007).................................... 16FIGURA 3.1ANATOMIA DAS MINHOCAS ................................................................................................... 25FIGURA 3.2HMUS RESULTANTE DO PROCESSO DE VERMICOMPOSTAGEM .............................................. 26FIGURA 3.3DIAGRAMA DO PROCESSO GERAL......................................................................................... 33FIGURA 3.4COBERTURA TIPO ESTUFA ................................................................................................. 34FIGURA 3.5ESQUEMA DA ESTAO DE TRIAGEM PROPOSTA................................................................... 43
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SIMBOLOGOA E NOTAES
RSU Resduos Slidos Urbanos
PERSU II Plano Estratgico dos Resduos Slidos Urbanos
RUB Resduos Urbanos Biodegradveis
ASO Aterro Sanitrio do Oeste
ET Estaes de Transferncia
APA Agncia Portuguesa do Ambiente
ENRRUBDA Estratgia Nacional para a Reduo dos Resduos Urbanos Biodegradveis
UE Unio Europeia
PIRSUE Plano de Interveno para Resduos Slidos Urbanos e Equiparados
CDR Combustvel Derivado dos Resduos
CTRO Centro de Tratamento de Resduos do Oeste
EIA Estudo de Impacte Ambiental
REEE Resduos elctricos e electrnicos
SPV Sociedade Ponto Verde
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TMBv Tratamento Mecnico e Biolgico por Vermicompostagem
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1. INTRODUO
A presente Memria Descritiva e Justificativa, refere-se Avaliao Tcnica e Econmica
para a Implementao de Vermicompostagem nos Municpios do Oeste.
Neste estudo pretende-se avaliar a tecnologia de vermicompostagem para tratamento e
valorizao dos resduos produzidos pelos municpios que integram o Sistema RESIOESTE
Valorizao e Tratamento de Resduos Slidos, S.A.
Actualmente o tratamento dos Resduos Slidos Urbanos (RSU) constitui um problema com
uma importncia significativa, tornando-se necessrio conhecer, explorar e aplicar soluesque sejam vantajosas em termos do processamento dos resduos, da sua valorizao,
sade pblica e ambiente, uma vez que s devem ser enviados para aterro os resduos que
no podem ser reduzidos, reutilizados ou reciclados, de forma a poupar energia, matrias-
primas e outros recursos naturais.
A fraco para valorizao orgnica (58,53%) merece uma especial ateno, no s porque
constitui a maior fraco dos RSU na regio da RESIOESTE (42,7% de matria orgnica e
18,83% de papel), mas tambm pela sua perigosidade quando depositada em aterro, semque haja um pr-tratamento adequado. Acresce ainda que, a aplicao de composto como
fertilizante pode constituir para os agricultores uma grande alternativa para a correco dos
solos, ao nvel do teor de matria orgnica, associado escassez deste composto na
maioria dos solos portugueses e por outro lado crescente dificuldade na sua obteno a
partir de outras origens, do teor de nutrientes (essencialmente azoto e fsforo) e como
correctores do pH do solo.
As crescentes preocupaes e a legislao em vigor vm reforar o impacte que asactividades de recolha, de tratamento e valorizao de RSU tm no ambiente.
O documento que se apresenta responde a essa solicitao propondo intervenes
sustentadas por critrios de base congruentes com a legislao nacional e europeia em
vigor, definindo objectivos a cumprir, nomeadamente no que respeita ao reforo da recolha
selectiva, na instalao de unidades de tratamento mecnico e biolgico, na sensibilizao
ambiental e na aplicao de taxas de resduos.
O objectivo apostar essencialmente na valorizao orgnica e na reciclagem, relegando
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para segundo plano solues de fim de linha, como o aterro.
Dever ser dada especial ateno aos processos de comunicao, informao e
sensibilizao, tendo como ponto de partida a premente necessidade de reduo na fonte.
Apesar de cada vez mais se perspectivar um aproveitamento dos fluxos valorizveis de
resduos existe sempre uma parte significativa encaminhada para aterro, da a necessidade
de incentivar a reduo na fonte, nomeadamente atravs da aplicao de tarifrios mais
rgidos (Princpio do Poluidor-Pagador).
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2. SITUAO DE REFERNCIA
2.1 CONSIDERAES GERAIS
O presente estudo debrua-se essencialmente sobre a problemtica da produo de RSU,
visando uma gesto integrada e sustentvel, inserindo o sistema de vermicompostagem
como parte da estratgia de gesto de resduos.
Numa Era de grandes desenvolvimentos tcnicos e tecnolgicos, o problema da deposio
dos resduos slidos pode parecer uma questo de resoluo simples, contudo, uma sriede factores contribuem para tornar esta situao num problema complexo e de grandes
propores, tudo resultado da nossa sociedade moderna.
Os hbitos de vida da populao so determinantes, no s para a qualidade, mas tambm
para a quantidade de RSU produzida diariamente. Em todo o pas o nvel de vida da
populao tem aumentado, dando origem a um aumento do poder de compra e
consequentemente ao aumento do consumismo, e da obteno de bens. Por outro lado,
nesta sociedade altamente consumista ocorreram algumas alteraes no aspecto dosprodutos colocados no mercado, nomeadamente as embalagens de produtos alimentares
que so, na sua maioria, descartveis. O consumo deste tipo de bens est associado a
alguma mudana nos hbitos alimentares, principalmente nos centros urbanos. Esta
alterao por parte da populao induz obviamente a um acrscimo de resduos proveniente
do consumo destes produtos.
Embora a produo de RSU esteja relacionada com o padro socio-econmico das
populaes, no considerada como um indicador de desenvolvimento ou de qualidade devida, principalmente em sociedades como a nossa que, chegadas recentemente ao
consumo, adquiriram depressa a capacidade de produzir, mas no de tratar os resduos.
Como facilmente se entende, os problemas com os resduos slidos no se devem, apenas,
sua deposio imprpria, mas s dificuldades tcnicas e ambientais, de cariz
administrativo, econmico e poltico. A resoluo destas questes surge com uma adequada
gesto dos RSU.
A gesto de resduos visa, preferencialmente, a preveno ou reduo da produo ou
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nocividade dos resduos, nomeadamente atravs da reutilizao e da alterao dos
processos produtivos, por via da adopo de tecnologias mais limpas, bem como dasensibilizao dos agentes econmicos e dos consumidores.
2.2 ESTRUTURA DE UMA GESTO INTEGRADA E SUSTENTVEL DOS RSU
O Plano Estratgico de Resduos Slidos Urbanos II (PERSU II) constitui um instrumento
estratgico director da gesto de RSU para o perodo de 2007 a 2016, fundamental para
que o sector possa dispor de orientaes e objectivos claros, bem como de uma estratgia
de investimento que confira coerncia, equilbrio e sustentabilidade interveno dos vrios
agentes directamente envolvidos.
No PERSU II so claramente definidas as metas a atingir e aces a implementar tendo em
considerao a necessidade de assegurar o cumprimento dos objectivos de desvio de
resduos urbanos biodegradveis (RUB) de aterro, bem como dos objectivos de reciclagem
e valorizao decorrentes das directivas relativas gesto de embalagens e resduos de
embalagens.
Assim, as linhas orientadoras estratgicas essenciais, de acordo com o PERSU II, so:
Reduzir, reutilizar, reciclar;
Separar na origem;
Minimizar a deposio em aterro;
Waste to energy para a fraco resto (no reciclvel);
Protocolo de Quioto: compromisso determinante na politica de resduos;
Informao validada a tempo de se poderem tomar decises;
Estratgia de Lisboa: Sustentabilidade dos sistemas de gesto.
Para a concretizao das referidas linhas de orientao estratgica, tambm o PERSU II,
preconizou eixos de interveno:
Eixo I Preveno;
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Eixo II Sensibilizao / mobilizao dos cidados;
Eixo III Qualificao e optimizao da gesto de resduos;
Eixo IV Sistema de informao como pilar de gesto dos RSU;
Eixo V Qualificao e optimizao da interveno das entidades publicas no mbito da
gesto dos RSU.
O presente estudo foi estruturado de forma a minimizar os actuais constrangimentos da
RESIOESTE, j referidos anteriormente, mas tambm para dar resposta ao acima exposto.
2.3 OBJECTIVOS GERAIS DO PROJECTO
O presente estudo apresenta como objectivos gerais:
Aumentar a capacidade de tratamento de RSU com implementao de solues de
valorizao de resduos;
Actuar a montante no sistema de resduos, promovendo alteraes profundas nas
recolhas;
Cumprimento das metas comunitrias da Directiva Embalagens, da Estratgia Nacional
dos Resduos Urbanos Biodegradveis destinados aos Aterros, bem como de todas as
orientaes preconizadas no PERSU II;
Implementao de recolha selectiva de matria orgnica.
As solues preconizadas permitiro tratar e valorizar a fraco orgnica dos RSU
produzidos nos Concelhos de Alcobaa, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja,
Bombarral, Cadaval, Caldas da Rainha, Lourinh, Nazar, bidos, Peniche, Rio Maior,
Sobral de Monte Agrao e Torres Vedras, pertencentes aos Distritos de Leiria, Lisboa e
Santarm.
2.4 ENQUADRAMENTO GERAL
A RESIOESTE Valorizao e Tratamento de Resduos Slidos, S.A. foi constituda pelo
Decreto-Lei n. 366/97, de 29 de Dezembro, tendo como objectivo social o tratamento e avalorizao dos RSU produzidos no Sistema Multimunicipal do Oeste, integrado pelos
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Municpios de Alcobaa, Alenquer, Arruda dos Vinhos, Azambuja, Bombarral, Cadaval,
Caldas da Rainha, Lourinh, Nazar, bidos, Peniche, Rio Maior, Sobral de Monte Agrao eTorres Vedras, servindo uma populao de 380 659 habitantes (INE, Censos 2001),
conforme Figura 2.1.
Esta regio situa-se a Norte de Lisboa, entre o Oceano Atlntico e o macio que nasce em
Montejunto.
Figura 2.1 Concelhos pertencentes Regio do Oeste
A regio do Oeste apresenta uma rea total de cerca de 2 735 km, com diferenas
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significativas entre os concelhos, onde o mais pequeno tem uma rea de 51,3 km (Sobral
de Monte Agrao) e o maior 412 km (Torres Vedras).
Actualmente, o modelo tcnico implementado neste sistema inclui o aterro sanitrio do
Oeste (ASO), onde so depositados os resduos indiferenciados, seis estaes de
transferncia (ET) e as infra-estruturas necessrias para a recolha selectiva,
nomeadamente, ecopontos, viaturas de recolha e uma unidade de triagem.
O ASO situa-se na Quinta de So Francisco, na confluncia dos Concelhos de Cadaval,
Alenquer e Torres Vedras, integrado no Centro de Tratamento de Resduos Slidos do
Oeste, que entrou em funcionamento em Novembro de 2001.
A quantidade total de resduos produzidos varia em funo de inmeros factores, dos quais
se destacam:
Tipo de actividade: domstica, comercial ou industrial;
Sazonalidade, uma vez que se verifica uma flutuao significativa de afluncia de
pessoas consoante a poca do ano, atingindo um aumento de aproximadamente 20% na
poca alta;
Pendularidade, a que corresponde a uma substancial afluncia de utentes durante os
fins-de-semana e feriados;
Utilizao de novos mtodos de acondicionamento de produtos, com tendncia para a
utilizao de embalagens de uso nico.
2.5 ENQUADRAMENTO
LEGISLATIVO E
ESTRATGIAS
NACIONAIS
2.5.1 Legislao Comunitria
De seguida apresenta-se uma breve referncia aos diplomas legais e de orientao
estratgica, considerados essenciais no contexto da gesto dos resduos biodegradveis
provenientes dos RSU.
A Directiva 1999/31/CE, do Concelho de 26 de Abril, relativa deposio de resduos em
aterro, tem como objectivo prever medidas, processos e orientaes que evitem ou reduzamtanto quanto possvel os efeitos negativos sobre o ambiente, em especial a poluio das
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guas de superfcie, das guas subterrneas, do solo e da atmosfera, sobre o ambiente
global, incluindo o efeito de estufa, bem como quaisquer riscos para a sade humana,resultantes da deposio de resduos em aterro.
Segundo a mesma Directiva, Portugal tem que reduzir, em 50%, at 2009, os resduos
biodegradveis como materiais alimentares, de jardim, papel e carto depositados em
aterro.
A 12 de Fevereiro de 2001 foi apresentado, pela Comisso Europeia, um documento relativo
ao tratamento biolgico de resduos biodegradveis, que poder constituir a base de uma
proposta de directiva relativamente a este assunto.
Dos diversos aspectos abordados neste documento destacam-se os seguintes:
A definio de composto, como material resultante de um processo de tratamento
biolgico de resduos biodegradveis recolhidos separadamente, encontrando-se
previstas duas classes de composto, assim como critrios relativos avaliao da sua
qualidade e utilizao;
A definio de resduos biodegradveis estabilizados, como o resduo resultante de
tratamento mecnico/biolgico de resduos recolhidos indiferenciadamente. A sua
utilizao no dever envolver a produo alimentar;
A obrigatoriedade de implementao de sistemas de recolha selectiva de resduos
biodegradveis em aglomerados urbanos com a populao superior a 100 000 e 2 000
habitantes respectivamente no prazo de 3 a 5 anos.
possvel comprovar atravs deste documento que os resduos biodegradveisprovenientes de recolha selectiva apresentam, partida, um maior potencial em termos de
valorizao orgnica tendo em vista a obteno de um composto de elevada qualidade,
compatvel com a sua utilizao na agricultura biolgica.
2.5.2 Legislao Nacional
O Decreto-Lei n.152/2002, de 23 de Maio, que transpe a Directiva 1999/31/CE do
Conselho de 26 de Abril, relativa deposio de resduos em aterro, tem como objectivo aconsolidao estratgica nacional e comunitria relativamente aos resduos e a
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consequente poltica de reduo, valorizao e tratamento de resduos, de forma a que seja
depositado em aterro uma quantidade de resduos progressivamente menor e que, emsimultneo, os aterros apresentem um elevado nvel de proteco do ambiente.
O presente diploma estabelece as normas aplicveis, referentes s fases de concepo,
explorao e aps encerramento de aterros.
Em particular, o Artigo 7 do referido diploma legal estabelece a necessidade de definir uma
estratgia nacional para a reduo dos RUB destinados aos aterros, impondo metas
quantitativas a alcanar, faseadamente, em 2006, 2009 e 2016. Essa estratgia deve
assegurar o apresentado no quadro abaixo.
Quadro 2.1 - Limites de deposio de RUB em aterro
Data % Admissvel1
Janeiro de 2006 75
Janeiro de 2009 50
Janeiro de 2016 35
(Fonte: INR, Julho 2003)
de salientar que o adiamento do cumprimento das metas previstas no foi considerado no
Decreto-Lei n. 152/2002, de 23 de Maio, dado o desenvolvimento que o sector dos RSU
conheceu desde 1995, alm disso haver interesse em estimular, a curto prazo, o reforo da
implementao de sistemas de gesto de RSU adequados e sustentveis do ponto de vista
da hierarquia de princpios de gesto de resduos.
1Referente ao quantitativo de RUB, em peso, produzidos em 1995, visto que nesse ano, 90% dos RSU produzidos eram
depositados em aterro.
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Em 5 de Setembro de 2006 publicado o Decreto-Lei n.178/2006 que aprova o regime da
gesto de resduos, estipulando princpios e definindo o regime econmico e financeiro dagesto dos mesmos.
2.5.3 Estratgias Comunitrias e Nacionais
O antigo Instituto dos Resduos, actual Agncia Portuguesa do Ambiente (APA) em
articulao com as direces regionais do ambiente e do ordenamento do territrio, publicou
a Estratgia Nacional para a Reduo dos Resduos Urbanos Biodegradveis
(ENRRUBDA), em Julho de 2003. Enquadrada na Estratgia Comunitria preconizada pelaDirectiva Aterro, esta est essencialmente centrada nos resduos biodegradveis, mas
tem, tambm, como principal objectivo contribuir para que Portugal cumpra com uma gesto
sustentada dos RSU.
Nesta Estratgia privilegia-se: a valorizao da matria orgnica, produzindo um composto
de qualidade a partir da recolha selectiva de resduos estendidos a todo o Pas e
promovendo, em simultneo, o efeito de escala atravs de solues conjuntas que
abranjam mais de um sistema de gesto de RSU; que todos os sistemas de gesto de RSUsero corresponsabilizados a atingir os objectivos definidos na Directiva 1999/31/CE e na
legislao nacional em vigor, sendo-lhes solicitada a apresentao de programas de gesto
que evidenciem as medidas a desenvolver e o correspondente cronograma, de modo a
atingir os objectivos especficos que lhes sero fixados; o estabelecimento de um novo
sistema econmico-financeiro que privilegie a recolha selectiva e a minimizao da
deposio de resduos em aterro.
A Estratgia Temtica de Preveno e Reciclagem de Resduos, publicada atravs da
Comunicao da Comisso ao Conselho (COM(2005) 666, de 21 de Dezembro de 2005),
que apresenta os meios atravs do quais as Unio Europeia (UE) pode avanar para uma
melhor gesto dos resduos, na medida do definido no Sexto Programa de Aco em
Matrias de Ambiente e fixa os objectivos que correspondem aos objectivos bsicos da
actual poltica comunitria de resduos: preveno de resduos e promoo da sua
reutilizao, reciclagem e valorizao, de modo a reduzir o seu impacte no ambiente.
Em 9 de Janeiro de 2006 aprovado o Plano de Interveno para Resduos Slidos
Urbanos e Equiparados (PIRSUE) em Despacho n.454/2006 do Ministrio do Ambiente,
do Ordenamento do Territrio e do Desenvolvimento Regional, definindo medidas para
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desincentivar a deposio em aterro e a proporcionar maior capacidade de encaixe,
incrementar a separao de RSU e equiparados a RSU, maximizar a valorizao deresduos (melhorando a eficincia da triagem de resduos, revendo as especificaes
tcnicas para a retoma dos materiais reciclveis e avaliando a valorizao energtica dos
refugos das unidades de triagem e de tratamento mecnico e biolgico, atravs da produo
de combustvel derivado dos resduos CDR), enquadrar o desenvolvimento e
concretizao das medidas dos restantes eixos (elaborao de programas de aco pelos
sistemas de gesto dos RSU, reavaliao da ENRRUBDA e elaborao do PERSU II.
No dia 12 de Fevereiro de 2007 foi publicada a Portaria n.187/2007, que aprova o PERSU IIpara o perodo de 2007 a 2016. O PERSU II constitui, assim, o novo referencial para os
agentes do sector dos RSU em Portugal Continental para os prximos dez anos, resultante
da reviso das estratgias definidas no PERSU I, bem como do indicado na ENRRUBDA, na
Estratgia Temtica de Preveno e Reciclagem de Resduos, na Estratgia Temtica sobre
a utilizao Sustentvel dos Recursos Naturais, na Estratgia Temtica para a proteco
dos solos e no PIRSUE. O PERSU II visa adequar as orientaes e estratgias para o
sector de RSU ao actual quadro legal nacional e comunitrio, definindo as metas a atingir e
as aces a implementar e reforando algumas das estratgias e objectivos que j seencontravam consignados no anterior Plano.
A estratgia de valorizao orgnica de RUB, consignada no PERSU II, enquadra-se no
compromisso nacional e comunitrio de reduo da matria orgnica depositada em aterro e
prende-se, entre outros factores de ndole ambiental, com a necessidade imperiosa de
diminuio da emisso de gases com efeito de estufa. Neste enquadramento, preconiza-se
o reforo da capacidade nacional instalada de digesto anaerbia, compostagem,
tratamento mecnico e biolgico (TMB), bem como o incremento dos quantitativos de RUBrecolhidos selectivamente. Em linhas gerais, o PERSU II vem requerer a aplicao de
medidas que permitam aumentar a eficincia e a eficcia das prticas de gesto de RSU, na
prossecuo de uma optimizao global e integrada. Exige-se assim s entidades
responsveis pela gesto de RSU um cada vez menor recurso deposio em aterro
atravs da maximizao da reciclagem orgnica e multimaterial e, subsidiariamente, de
outras formas de valorizao, reflectindo uma grande preocupao na maximizao do valor
dos subprodutos gerados: composto, reciclveis e CDR.
Assim, o presente estudo pretende efectuar a implementao de infra-estruturas de suporte
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e desenvolvimento subsequente do sistema j existente com vista ao aproveitamento e
valorizao dos RSU.
Como forma de contribuir com a globalidade dos objectivos acima transcritos, referentes aos
diferentes diplomas legais e estratgias relativamente aos RSU, so de considerar solues
conjuntas de mais de um sistema de gesto integrada de resduos orgnicos no mbito da
vermicompostagem.
importante referir, ainda, que a soluo preconizada neste Estudo tem presente o
cumprimento da Directiva de Embalagens e Resduos de Embalagens Directiva
94/62/CE revista e alterada pela Directiva 2004/12/CE, de 11 de Fevereiro que foi
transposta para a legislao nacional pelo Decreto-Lei n. 92/2006, de 25 de Maio, com o
objectivo de reduzir o impacte dos resduos de embalagens no ambiente, nomeadamente
atravs do aproveitamento e envio para reciclagem de plsticos que, at ao momento, so
encaminhados para aterro.
2.6 REA DE INTERVENO
2.6.1 Localizao
No mbito da avaliao tcnica e econmica para a implementao de vermicompostagem
sero consideradas duas Unidades de Vermicompostagem situadas no Centro de
Tratamento de Resduos do Oeste (CTRO), no lugar da Cabea Gorda/Malpique, Freguesia
de Pro Moniz, Concelho do Cadaval. Estas Unidades de Vermicompostagem recebero os
RSU provenientes dos Concelhos do Bombarral, Cadaval, Lourinh e Torres Vedras e das
duas ET de Sobral de Monte Agrao / Arruda dos Vinhos e de Rio Maior. Prev-se, tambm,
a instalao de uma Unidade de Vermicompostagem em cada uma das seguintes ET:
ET de Alenquer (serve os Municpios de Alenquer e Azambuja);
ET de Gaeiras (serve os Municpios de bidos e Caldas da Rainha);
ET de Nazar (serve os Municipios de Nazar e Alcobaa);
ET de Peniche.
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2.6.2 Caracterizao do Local
A rea em estudo enquadra-se na zona temperada da regio Litoral Centro e
caracterizada pela ocorrncia de Veres e Invernos moderados.
Com base em dados do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofsica, procede-se
seguidamente a uma breve caracterizao climtica da zona.
A temperatura mdia diria do ar de cerca de 15C, com valores mdios mensais mximos
e mnimos de 29,2C em Julho e 5,5C em Janeiro, respectivamente.
Trata-se de uma zona relativamente pluviosa, com uma precipitao mdia anual com
valores entre 600 e 700 mm. Os meses de maior precipitao so os de Janeiro, Fevereiro e
Dezembro, sendo os meses de Junho, Julho e Agosto os mais secos.
A frequncia dos ventos nesta zona moderada, sendo os ventos dominantes dos
quadrantes Norte e Noroeste.
A evapotranspirao real mdia mensal atinge valores mais elevados no ms de Julho com
cerca de 820 mm e menos elevada em Dezembro com cerca de 140 mm.
A evapotranspirao mdia anual de aproximadamente 500 a 600 mm.
2.7 PRODUO DOS RSU
Durante o ano de 2007, conforme Relatrio Ambiental Anual, foram recebidos nas diferentes
infra-estruturas da RESIOESTE, CTRO, ET e Ecocentros associados, 196 448 toneladas de
resduos, que foram posteriormente tratados ou processados pela RESIOESTE com vista ao
seu encaminhamento para reciclagem.
Na Figura 2.2 apresentam-se os quantitativos totais de resduos recebidos entre 2002 e
2007.
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173 866
182 299184 527
186 529
197 860 196 448
160 000
165 000
170 000
175 000
180 000
185 000
190 000
195 000
200 000
2002 2003 2004 2005 2006 2007
Ano
Resd
uosTotaisRecebidos(t)
Figura 2.2 Total de resduos recebidos na RESIOESTE entre 2002 e 2007 (Fonte: Relatrio
Ambiental Anual do ASO relativo ao ano de 2007)
Ainda de acordo com o mesmo documento, e analisando a desagregao por fluxos, do total
dos resduos recebidos durante o ano 2007, constata-se que existe um peso significativo
dos RSU provenientes das recolhas indiferenciadas promovidas pelos municpios (cerca de
90,8%), relativamente aos restantes fluxos (recolha selectiva - 7,0%; monstros 2,0%;
resduos de limpeza de ruas 0,2% e resduos verdes 0,01%).
Recolha Indiferenciada
O total de resduos recebidos na RESIOESTE com origem na recolha indiferenciada foi de
182 714 toneladas, repartido da seguinte forma:
178 441 toneladas de RSU de origem domstica;
3 837 toneladas de monstros;
418 toneladas de resduos da limpeza de ruas;
18 toneladas de resduos verdes.
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excepo dos monstros, onde a fraco metlica susceptvel de envio para valorizao,
todos os restantes fluxos de resduos com origem na recolha indiferenciada tm comodestino final a deposio em aterro.
No Quadro 2.2 apresentam-se os quantitativos de RSU de origem domstica entregues por
cada municpio RESIOESTE durante o ano de 2007.
Quadro 2.2 Quantitativos de RSU de origem domstica entregues na RESIOESTE no ano de 2007
(Fonte: Relatrio Ambiental Anual do ASO relativo ao ano de 2007)
Municpios Janeiro Fevereiro Maro Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Total
Alcobaa 1.759 1.602 1.823 1.836 1.922 1.898 2.203 2.402 1.914 1.886 1.648 1.743 22.637
Alenquer 1.555 1.382 1.533 1.512 1.604 1.606 1.663 1.597 1.578 1.680 1.493 1.525 18.729
Arruda 416 365 407 383 421 409 421 416 399 402 363 389 4.790
Azambuja 796 707 809 803 835 818 873 898 807 858 736 788 9.728
Bombarral 453 396 437 443 472 444 519 538 483 510 410 450 5.554
Cadaval 461 410 449 455 486 472 549 576 502 542 417 458 5.777
Caldas Rainha 1.826 1.629 1.844 1.777 1.912 1.852 2.087 2.227 1.865 1.939 1.698 1.745 22.402
Lourinh 857 733 799 816 856 859 1.018 1.089 911 895 757 757 10.348
Nazar 734 650 728 722 804 857 1.159 1.437 962 812 671 738 10.275
bidos 412 370 414 384 425 426 502 637 486 442 383 430 5.311
Peniche 1.361 1.185 1.310 1.354 1.387 1.483 1.885 2.213 1.429 1.457 1.264 1.170 17.499
Rio Maior 694 614 642 696 764 713 776 780 717 745 638 660 8.439
Sobral M. Agrao 355 315 329 323 355 338 347 365 351 339 309 331 4.057
Torres Vedras 2.613 2.392 2.617 2.543 2.841 2.707 3.166 3.303 2.752 2.919 2.487 2.555 32.895
Total RSU de origemdomstica
14.292 12.750 14.143 14.047 15.083 14.884 17.168 18.480 15.156 15.426 13.275 13.739 178.441
De acordo com o Relatrio Ambiental, deram entrada na RESIOESTE, 574 toneladas de
RSU por dia efectivo de funcionamento, dos quais 67% foram entregues pelos municpios
nas ET e posteriormente transportados para o ASO ou para o Aterro Sanitrio de Palmela
(AMARSUL) pela RESIOESTE.
Na Figura 2.3 apresentam-se os quantitativos totais de RSU de origem domstica recebidos
pela RESIOESTE entre 2002 e 2007.
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171 145
175 896 175 896174 642
182 550
178 441
164 000
166 000
168 000
170 000
172 000
174 000
176 000
178 000
180 000
182 000184 000
2002 2003 2004 2005 2006 2007
Ano
Resd
uosTotaisRecebidos(t)
Figura 2.3 Total de RSU de origem domstica recebidos na RESIOESTE entre 2002 e 2007 (Fonte:
Relatrio Ambiental Anual do ASO relativo ao ano de 2007)
De acordo com o referido relatrio os Municipios de Torres Vedras, Alcobaa, Caldas da
Rainha, Alenquer e Peniche, contriburam em cerca de 64% dos RSU que foram recebidos
em 2007, sendo as contribuies mais diminutas dadas pelos Municipios de Sobral de
Monte Agrao e Arruda dos Vinhos.
Recolha Selectiva de Embalagens e Papel/Carto
No que respeita recolha selectiva de embalagens e papel/carto, os materiais recebidos
correspondem a vidro, papel e carto, embalagens de plstico, embalagens de metal de
pilhas. Estes resduos so recolhidos por intermdio de ecopontos, entregas directas nos
ecocentros existentes, associados a cada uma das ET, quer directamente no CTRO.
No Quadro 2.3 apresentam-se os quantitativos totais de resduos da recolha selectiva de
embalagens e papel/carto recebidos pela RESIOESTE no ano de 2007.
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Quadro 2.3 Quantitativos de resduos da recolha selectiva recebidos pela RESIOESTE no ano de
2007 (Fonte: Relatrio Ambiental Anual do ASO relativo ao ano de 2007)
Vidro Papel/Carto Plstico/Metal Pilhas
Janeiro 429,58 428,60 197,02 - 1055,20
Fevereiro 321,02 358,26 154,60 - 833,88
Maro 396,66 403,82 179,92 - 980,40
Abril 389,62 365,72 167,68 - 923,02
Maio 442,88 447,18 206,44 - 1096,50Junho 464,92 435,32 201,32 - 1101,56
Julho 492,94 534,78 211,60 - 1239,32
Agosto 736,72 532,68 251,42 - 1520,82
Setembro 580,48 493,44 242,20 - 1316,12
Outubro 538,54 552,88 242,60 - 1334,02
Novembro 450,58 493,96 253,68 - 1198,12
Dezembro 379,34 501,16 226,06 - 1106,56
Total 5.623,18 5.547,80 2.534,54 10,50 13.716,02
TotalMaterial
Ms
Resduos Depositados em Aterro
Conforme despacho emitido pelo Secretrio de Estado do Ambiente, a 3 de Outubro de
2005, e homologado pelo Ministro do Ambiente, do Ordenamento do Territrio e do
Desenvolvimento Regional, na mesma data, referente soluo a adoptar para o Processo
Contencioso Comunitrio relativo ao ASO, admitido um plano escalonado para a
RESIOESTE, a iniciar em 2005, que possa dar garantias Comisso Europeia de que a
situao de pleno cumprimento ser alcanada a curto prazo.
Assim, no mesmo despacho referido o desvio de 10 000 toneladas de resduos em 2005,
15 000 toneladas em 2006, e o restante em 2007, at um mximo de 140 000 toneladas,
permitidas anualmente, a depositar no ASO.
De modo a dar cumprimento ao estipulado, a RESIOESTE iniciou a 22 de Novembro de
2005 o transporte de RSU para o aterro sanitrio de Palmela, tendo por base um contrato
estabelecido com o respectivo operador, AMARSUL, S.A..
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No Quadro 2.4 apresentam-se os quantitativos efectivamente depositados no ASO at ao
ano de 2007, tendo em considerao os desvios de RSU de origem domstica para o aterrosanitrio de Palmela.
De acordo com os valores apresentados no Quadro 2.4, pode verificar-se que, no ano 2007
foram depositadas, no ASO, 139 212 toneladas de resduos, por efeito do desvio de 43 736
toneladas de RSU para o aterro sanitrio de Palmela, dando assim cumprimento ao referido
despacho.
Quadro 2.4 Quantitativos de resduos depositados no ASO at ao ano de 2007 (Fonte: Relatrio
Ambiental Anual do ASO relativo ao ano de 2007)
RSURecebidos
DesvioRSU
Recebidos
RSUDepositados
no ASO
MonstrosRecebidos
DesvioMonstrosRecebidos
MonstrosDepositados no
ASOVarreduras RIB
RefugosTriagem
ResduosVerdes
2001 4.494 0 4.494 0 0 0 0 0 0 0 4.4942002 171.145 0 171.145 15 0 15 0 3.242 68 0 174.4692003 175.896 0 175.896 1.075 150 925 0 0 158 0 176.9792004 175.896 0 175.896 1.728 441 1.287 139 0 234 0 177.5562005 174.642 10.051 164.591 2.005 298 1.707 451 0 547 0,3 167.2962006 182.550 15.003 167.547 2.851 74 2.777 993 0 470 41 171.8282007 178.441 43.736 134.705 3.837 349 3.488 418 0 583 18 139.212Total
Final 20071.063.064 68.790 994.274 11.510 1.312 10.199 2.001 3.242 2.059 59 1.011.834
Total ResduosDepositados
no ASO(toneladas)
Anos
RSU de origem domstica(toneladas)
Monstros(toneladas)
Restantes Resduos Depositados no ASO(toneladas)
2.8 RESDUOS A VALORIZAR
2.8.1 Resduos Slidos Urbanos
Desde o inicio da explorao do ASO as quantidades de RSU de origem domstica geradas
pelos municpios tm vindo a aumentar significativamente, isto , cerca de
171 145 toneladas em 2002, atingindo em 2007 cerca de 178 441 toneladas, das quais
43 736 toneladas foram desviadas para o Aterro Sanitrio da AMARSUL. Visto que esteaterro foi licenciado para receber apenas 140 000 ton/ano, torna-se urgente definir
estratgias que possibilitem ultrapassar estes constrangimentos, isto , definir um plano que
permita aumentar a valorizao de resduos e, consequentemente, reduzir a sua deposio
em aterro. De qualquer forma, esta soluo global dever ser sujeita a um Estudo de
Impacte Ambiental (EIA).
As solues aqui preconizadas foram dimensionadas tendo como ponto de partida os
valores de 2007, constantes no Relatrio Ambiental Anual do ASO relativo ao ano de 2007.
Caso se decida a favor da implementao das solues propostas no presente estudo, ter
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de qualquer modo que se proceder elaborao do projecto base e consequente projecto
de execuo, altura em que dever ser feito o ajuste dos diversos componentes queconstituem as instalaes, de modo a que estejam preparados para receber o total de
resduos produzidos nos Municipios do Oeste.
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3. DESCRIO GERAL DAS TECNOLOGIAS A IMPLEMENTAR NA SOLUO
PROPOSTA
3.1 DESCRIO DA PROPOSTA
A maior parte dos resduos domsticos produzidos actualmente tm como destino final o
aterro, com todos os problemas de poluio, da decorrentes. Dever-se-ia proceder com
mais empenho ao tratamento dos resduos biodegradveis que, habitualmente, so
desperdiados de uma forma descontrolada, sem haver noo daquilo que possvel
aproveitar.
Os resduos biodegradveis representam cerca de 58,53% da composio fsica dos RSU a
nvel nacional e sem dvida a primeira fileira mais representativa.
Prope-se dotar o sistema multimunicipal de gesto de RSU da RESIOESTE de estruturas
que possam ser compatibilizadas com as infra-estruturas j existentes e que permitam
cumprir o limite de deposio anual.
Tendo em conta as tecnologias actualmente disponveis no mercado, assim como as
caractersticas especficas da zona do Oeste, analisa-se neste estudo a viabilidade da
implantao de unidades de vermicompostagem.
Tendo em conta o panorama nacional relativamente quantidade de resduos
biodegradveis e sua deposio em aterro, a vermicompostagem surge, assim, como a
soluo bvia, permitindo reduzir significativamente a quantidade dos RSU enviados para
aterro.
Os resduos biodegradveis depositados em aterro sanitrio so responsveis pelaformao de lixiviados e biogs, ou seja, pela maior parte da poluio inevitvel em aterro.
Alm disso, no depositar em aterro a fraco orgnica permite aumentar o tempo de vida
para o dobro ou a construo de aterros com metade da capacidade.
A vermicompostagem em larga escala ou industrial tem como finalidade principal valorizar
uma quantidade significativa de resduos urbanos biodegradveis e agrcolas de uma forma
rentvel, que de outra forma poderiam representar um custo para a sua eliminao.
No caso da vermicompostagem realizada em instalaes centralizadas, h que distinguir
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duas situaes possveis:
Em que os resduos so recolhidos de forma convencional, todos misturados, e depois
separados parcialmente por processos manuais e mecnicos em estaes de triagem
antes de serem encaminhados para a vermicompostagem;
Em que efectuada uma recolha selectiva porta-a-porta da fraco orgnica dos
resduos que pode ser directamente encaminhados para a vermicompostagem.
A primeira situao pode apresentar para alguns municpios a vantagem de no ser
necessrio um investimento por parte destes, na educao dos cidados para a separaode resduos. As desvantagens associadas a este processo so evidentes, depois de os
resduos terem sido misturados na origem muito difcil proceder a uma correcta separao.
Vrios estudos cientficos comprovam que o composto produzido nestas situaes de
menor qualidade, encontrando-se contaminado, por exemplo, por metais pesados, plsticos,
etc.
Na segunda situao, visto os resduos serem separados na fonte, j no se coloca o
problema da contaminao de uma forma to acentuada. No entanto, para que a separaona fonte resulte, necessrio investir em campanhas de sensibilizao e educao
ambiental da populao. A maior parte das autarquias ainda no d aos resduos
biodegradveis a importncia e prioridade que se impe.
Existe, ainda, uma terceira situao a ser considerada, em que os RSU indiferenciados so
sujeitos ao processo de vermicompostagem sem antes existir qualquer tipo de triagem. As
minhocas utilizadas comem todo o lixo, incluindo papel ou restos de comida, e ainda limpam
os bocados de vidro e plstico que podero ser, depois, enviados para reciclagem. Trata-se,neste caso especfico, de um tratamento biolgico a montante do mecnico, em que s aps
o processo de vermicompostagem se procede triagem.
Considerando o caso do sistema da RESIOESTE, em que o que chega s ET e ao ASO so
resduos slidos indiferenciados, a soluo a implementar corresponde terceira situao
descrita, isto , vermicompostagem seguida de uma crivagem, numa unidade de triagem,
como ser descrito em captulo frente.
A nvel industrial, justifica-se este tipo de tecnologia para instalaes que recebam entre
20 000 e 60 000 t/ano de RSU. Por esta razo foram previstas Unidades de
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do processo proposto, estimado que dos 100% de RSU recepcionados nas unidades
sejam obtidos:
20% reciclveis;
20% rejeitados;
35% perdas;
25% composto.
Desta forma prev-se reduzir a quantidade de RSU a depositar anualmente no ASO em
80%, uma soluo que permitir desviar anualmente de deposio em aterro cerca de
150 000 t de RSU.
Assim, a implementao de Unidades de Vermicompostagem, nos Municipios do Oeste
apresenta como principais vantagens:
Possibilidade de tratar os RSU indiferenciados, que at agora so encaminhados
directamente para aterro;
Possibilidade de valorizar as embalagens contidas nos RSU indiferenciados. Isto para
alm de incrementar a reciclagem, ainda apresenta vantagens econmicas, uma vez que
possibilita a venda de embalagens (plstico e metal) recuperadas por um processamento
com custos relativamente baixos;
A descentralizao da gesto dos RSU (criao de vrias unidades de tratamento) torna
todo o processo menos oneroso, uma vez que estamos a reduzir os custos de
transporte.
3.2 UNIDADES DE VERMICOMPOSTAGEM
3.2.1 Consideraes Gerais
A compostagem constitui um processo de tratamento da fraco orgnica com origens muito
diversas, desde as cidades, s exploraes agrcolas e florestais. A produo de um
composto orgnico com propriedades fertilizantes e estruturantes do solo confere a esteprocesso uma importante estratgia para Portugal que no convm menosprezar. A
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vermicompostagem outra forma de tratamento e/ou valorizao dos resduos
biodegradveis, originando um correctivo orgnico de alta qualidade para agricultura, sendomesmo recomendado para a agricultura biolgica.
A vermicompostagem uma tecnologia na qual so utilizadas uma determinada espcie de
minhocas que, em conjugao com os microrganismos existentes no seu intestino, digerem
toda matria orgnica, dejectando excrementos constitudos de agregados de terra e da
matria orgnica digerida, sendo mais ricos em nutrientes como tambm mais assimilveis
pelas plantas.
A aco das minhocas contribui para o controlo de organismos patognicos primrios
(normalmente presentes em resduos slidos orgnicos) e secundrios (que crescem e se
desenvolvem durante o processo). Para alm disto, as minhocas actuam tambm sobre a
matria orgnica de forma mecnica, atravs do revolvimento e o arejamento do composto,
bem como a triturao das partculas orgnicas que passam pelo trato digestivo desses
animais so um processo puramente mecnico.
Figura 3.1 Anatomia das minhocas
No processo de vermicompostagem, o produto final pode ser definido como adubo orgnico,
obtido com o uso de substratos de origem animal e/ou vegetal, pr-compostados e,
posteriormente, processados por minhocas (Figura 3.1). A partir da, produzido o hmus,
um composto coloidal rico em nutrientes, principalmente azoto, clcio, fsforo, magnsio e
potssio, oriundos das dejeces das minhocas (Figura 3.2). Assim como na compostagem,para a vermicompostagem, so requeridos controlos de humidade, temperatura e pH. O
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objectivo desse processo melhorar as caractersticas fsico-qumicas e biolgicas do
composto e, consequentemente, melhorar sua aceitao e seu valor comercial.
Figura 3.2 Hmus resultante do processo de vermicompostagem
No que se refere ao efluente lquido este reintroduzido no sistema, no sendo necessrio
prever a instalao de uma ETAR.
No contexto mundial, relativamente aplicao da vermicompostagem, possvel
comprovar que as lamas de depurao, podem tambm ser tratadas atravs deste
processo, da mesma forma que os resduos biodegradveis provenientes dos RSU.
3.2.2 Quantitativos RSU
Das vrias aplicaes de vermicompostagem mencionadas considerada para o
dimensionamento, em questo, a industrial, tendo como objectivo a valorizao e tratamento
dos RUB, para pequenas cidades ou vilas.
De acordo com os dados disponveis para 2007, o Aterro Sanitrio do Oeste, emfuncionamento desde Novembro de 2001, recebeu uma mdia diria de 574 toneladas de
resduos slidos urbanos indiferenciados provenientes dos 14 concelhos da regio.
Os quantitativos de RSU indiferenciados produzidos nos ltimos anos por Municpio e ET
apresentam-se no Quadro 3.1.
Em termos de peso de cada concelho na produo de resduos indiferenciados, o Quadro
3.2 sintetiza a informao obtida a partir do Quadro 3.1.
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Quadro 3.1 - Quantitativos do total de RSU indiferenciados em 2005, 2006 e 2007, por municpio e
Estao de Transferncia (Fonte: AMO, 2008)
Populao
Produo de RSUindiferenciados (t/ano)
2005
Produo de RSUindiferenciados (t/ano)
2006
Produo de RSUindiferenciados (t/ano)
2007
hab t/ano t/ano t/ano
Alenquer 39 180 18 146 19 989 18 734ET2
Azambuja 20 837 9 55927 705
10 55930 548
9 55928 293
bidos 10 875 5 380 5 998 5 346ET4Caldas da Rainha 48 846 22 316
27 69624 004
30 00222 428
27 774
Nazar 15 060 10 477 11 177 10 520ET5
Alcobaa 55 376 23 94834 425
25 72336 900
22 88133 401
ET6 Peniche 27 315 18 042 18 042 20 230 20 230 17 499 17 499
Bombarral 13 324 5 538 6 211 6 211
Cadaval 13 943 5 716 6 403 6 403
Lourinh 23 265 10 053 11 666 11 666A
TERRO
Torres Vedras 72 250 31 910
53 217
36 616
60 896
36 616
60 896
Sobral de MonteAgrao 8 927 4 051 4 341 1 677
ET1
Arruda dos Vinhos 10 350 4 934
8 985
5 432
9 773
4 790
6 467
ET3 Rio Maior 21 110 8 121 8 121 8 780 8 780 8 482 8 482
Total Parcial ASO 70 323 79 449 75 845
Total 380 658 178 191 197 129 182 812
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Quadro 3.2 - Peso da produo de RSU indiferenciados por unidade de TMBv
Peso na Produode RSU
indiferenciados2005
Peso na Produo deRSU indiferenciados
2005
Peso na Produode RSU
indiferenciados2005
Mdia
AlenquerET2
Azambuja
16% 15% 15% 16%
bidosET4
Caldas da Rainha
16% 15% 15% 15%
NazarET5
Alcobaa
19% 19% 18% 19%
ET6 Peniche 10% 10% 10% 10%
Bombarral
Cadaval
LourinhATERRO
Torres Vedras
Sobral de MonteAgrao
ET1
Arruda dos Vinhos
ET3 Rio Maior
39% 40% 41% 40%
Total 100% 100% 100% 100%
Os quantitativos apresentados nos Quadro 3.1 e Quadro 3.2 no correspondem
exactamente ao apresentado no captulo anterior, uma vez que os ltimos foram fornecidospela Associao de Municipios do Oeste aps solicitao por ofcio a cada um dos
municpios em causa.
No Quadro 3.3 apresenta-se uma caracterizao da composio fsica dos RSU, efectuada
na rea de influncia da RESIOESTE em 2002. Considera-se que estes dados se
encontram actuais e reflectem as caractersticas dos resduos slidos na regio, dado que
no houve, no perodo de tempo em causa, alteraes significativas na regio que
pudessem influenciar as caractersticas qualitativas dos RSU.
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Quadro 3.3 Composio fsica dos RSU da rea de influncia da RESIOESTE (Fonte: IPA
Estudo de Solues no mbito do Sistema de Recolha Selectiva de Materiais para o SistemaMultimunicipal do Oeste, 2002)
Fraco Quantidade %
Papel 15,83
Plstico 9,83
Metais 2,81
Vidro 3,63
Txteis 4,99
Orgnicos 42,7
Outros (madeira, pilhas, etc.) 15,08
Finos < 20 mm 5,13
Total 100
No Quadro 3.4 apresentam-se os quantitativos de RSU e respectivo destino final dos RSU
produzidos no Municpios do Oeste em 2005 e 2006.
Quadro 3.4 - Produo de RSU e respectivo destino em 2005 e 2006, na RESIOESTE (Fontes: (1)
APA, 2008; (2) EGF, 2007)
PopulaoProduo RSU
(t/ano)
RSU
indiferenciados
(t/ano)
Recolha Selectiva
Multimaterial (t)
Taxa de desvio RSU-
Recolha Selectiva
2005 (1) 387781 195799 (1) 184693 11106 5,7%
2006 (2) 197863 (2) 186435 11418 5,8%
Taxa de Crescimento 1,05% 0,94% 2,81% 1,74%
Efectuou-se uma previso da evoluo da produo de resduos de 2005 a 2023, horizonte
deste estudo, que tem como ano de arranque 2010. Apesar da taxa observada para 2005,
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(1,05%) ser inferior prevista no PERSU II (1,84%), optou-se por considerar as taxas de
crescimento de recolha de RSU disponveis neste documento legal. Para o perodo entre2017 e 2023 utilizou-se uma taxa de crescimento idntica verificada em 2016. Manteve-se
a taxa de desvio de RSU para recolha selectiva de 12%. Tendo em conta a anlise
econmica, considera-se relevante as estimativas obtidas para a produo de RSU at
2010, ano de arranque das Unidades de Vermicompostagem, aplicando-se taxa de
actualizao constante para os anos seguintes, at ao ano de horizonte do projecto, 2023,
ano que termina a concesso da RESIOESTE para a gesto de resduos dos municpios do
Oeste. Nesta anlise considera-se que as estimativas sero ligeiramente diferentes quando
comparadas com as obtidas atravs da anlise realizada anteriormente
De forma a poder estimar as quantidades de produo de resduos relativas a cada Unidade
de Vermicompostagem, optou-se por considerar a mdia do peso apresentada no Quadro
3.2 e aplicar para cada unidade de compostagem o respectivo peso mdio na produo de
resduos. Em anexo a este documento apresentam-se as estimativas projectadas para os
quantitativos de RSU a serem encaminhados para cada TMBv, prevista para as Estaes de
Transferncia de Alenquer, Gaeiras, Nazar e Peniche.
No Quadro 3.5 apresenta-se uma sntese desta projeco para a totalidade do Sistema da
RESIOESTE, no ano de arranque.
Quadro 3.5 Quantitativos de RSU do Oeste para o ano de arranque
2010
Produo total de RSU (t/ano) 211 009
Recolha selectiva (t/ano) 23 211
RSU para Valorizao Orgnica (t/ano) 187 798
RSU para aterro (t/ano) 37 560
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Tendo em conta as projeces de produo de RSU, recolha selectiva, valorizao
orgnica, apresentadas em anexo, e ainda a composio dos resduos, prev-se asseguintes capacidades de pr-tratamento para cada uma das Unidades de TMBv:
TMBv1 Aterro Sanitrio do Oeste: 90.000 t RSU indiferenciados
TMBv2 ET2 Alenquer/Azambuja: 35.000 t RSU indiferenciados
TMBv3 ET4 bidos/Caldas da Rainha: 35.000 t RSU indiferenciados
TMBv4 ET5 Nazar/Alcobaa: 40.000 t RSU indiferenciados;
TMBv5 ET6 Peniche: 25.000 t RSU indiferenciados
Tendo em conta dados fornecidos pela empresa Lavoisier para cada Unidade de
Vermicompostagem, dever considerar-se que: para cada tonelada de RSU a tratar ser
necessria um rea de 0,25 m2. Deste modo prev-se para cada Unidade de TMBv, as
seguintes reas:
TMBv1 Aterro Sanitrio do Oeste: 22 050 m
TMBv2 ET2 Alenquer/Azambuja: 8 590 m
TMBv3 ET4 bidos/Caldas da Rainha: 8 590 m
TMBv4 ET5 Nazar/Alcobaa: 9 910 m
TMBv5 ET6 Peniche: 6 230 m
De notar que dever ser garantida a disponibilidade destas reas nos locais previstos para
construo das Unidades de Vermicompostagem.
No Quadro 3.6 apresentam-se as reas necessrias para cada fase do processo, para cada
uma das unidades de TMBv.
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Quadro 3.6 rea por fase do processo (m)
Unidade Recepo Compostagem VermicompostagemSecagem e
AfinaoLogstica TOTAL
TMBv1 1 390 13 000 5 390 570 1 700 22 050
TMBv2 550 5 070 2 100 210 660 8 590
TMBv3 550 5 070 2 100 210 660 8 590
TMBv4 700 5 750 2 400 300 760 9 910
TMBv5 450 3 630 1 500 170 480 6 230
3.2.3 Processo tecnolgico proposto
A vermicompostagem um processo aerbio que consiste na transformao da matria
orgnica em fertilizante orgnico e que consiste nas seguintes fases:
Recepo de resduos e eliminao de odores;
Abertura de sacos e crivagem (malha 40/50 mm);
Compostagem fase de higienizao dos resduos e preparao da matria para a fase
seguinte;
Vermicompostagem digesto da matria orgnica por parte dos vermes (minhoca
vermelha californiana) e a sua transformao em fertilizante orgnico;
Fase de secagem desidratao natural do produto final;
Crivagem e Afinao: separao dos materiais (hmus, plsticos, vidros, metais, etc.) e
afinao do fertilizante (hmus).
Na Figura 3.3 apresenta-se o diagrama de processo, de forma geral, para o modelo tcnico
proposto.
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Figura 3.3 Diagrama do processo geral
3.2.4 Arranque e explorao do sistema de vermicompostagem
3.2.4.1 Planificao da rea de explorao
3.2.4.1.1 Consideraes Gerais
De um modo geral qualquer local plano ou inclinado, arborizado ou num descampado,
arenoso ou impermeabilizado pode ser adaptado de modo a se poder instalar o sistema de
vermicompostagem.
Na planificao da rea para o processo de TMBv, as diferentes reas de apoio para cada
unidade produtiva sero compostas por: rea de recepo dos RSU, rea para o processode compostagem, rea para a vermicompostagem (instalao para as camas), local para
secagem e crivagem do hmus, local para armazenamento do hmus e alas de circulao
entre as camas.
3.2.4.1.2 rea de recepo da matria-prima
aconselhvel reservar um local ao ar livre mas com piso impermeabilizado, para receber a
matria-prima. Nesta rea possvel iniciar o processo de compostagem.
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3.2.4.1.3 rea para o processo de compostagem
Este local pode ser a continuao da rea de recepo da matria-prima. O piso deve ser
impermeabilizado, possuindo uma inclinao (transversal), com aproximadamente 2% de
declive, para permitir a recolha e aproveitamento dos lixiviados para regar as unidades
produtivas, ao longo dos montes de matria-prima. De uma forma genrica, a rea
utilizada para preparar o alimento para as minhocas.
3.2.4.1.4 Instalao para as camas (rea para a vermicompostagem)
As camas devem ser construdas num pavilho com piso impermeabilizado e cobertura dotipo estufa (Figura 3.4). O terreno deve possuir inclinao transversal e longitudinal, com
2% de declive e drenagem ao longo das camas em direco a reservatrios que se
encontram no exterior, sendo possvel, deste modo, aproveitar a fraco lquida das
unidades produtivas (inclinao transversal) e escoar a gua da rega (inclinao
longitudinal).
Figura 3.4 Cobertura tipo estufa
O pavilho deve possuir uma porta larga e ampla e alguns acessos distribudos
uniformemente ao longo do mesmo. O pavilho dever tambm possuir instalao elctrica
para iluminao e um gerador que funcionar como recurso. Este sistema deve ser
accionado durante o perodo nocturno para que as minhocas no venham superfcie da
pilha de resduos, uma vez que elas fogem da luz.
3.2.4.1.5 Local para a secagem, crivagem e armazenagem do hmus
O local para a secagem e crivagem do hmus tambm dever ser coberto. Relativamente
ao armazenamento, este deve ser efectuado num local, tambm, coberto, com piso
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devidamente impermeabilizado. Quando a sua armazenagem efectuada a granel, deve-se
proteger com uma lona de plstico, para manter o mesmo teor de humidade da fase desecagem.
De um modo geral, o hmus pode ser armazenado por um perodo longo de
aproximadamente 6 meses.
3.2.4.2 Processo de compostagem
A compostagem um processo biolgico, de decomposio da matria orgnica, onde osresduos so transformados em substncias humferas, estabilizadas, com propriedades
fsicas e qumicas completamente diferentes daquelas do material em que deu origem.
Por se tratar de um processo biolgico, a gua e o ar so indispensveis para a vida dos
microrganismos, principalmente das bactrias cuja actividade bastante reduzida quando a
humidade se encontra abaixo dos 40%. Assim, como a falta, o excesso de humidade
tambm prejudicial ao material orgnico, pois a gua quando em excesso expulsa o ar do
monte, tornando o seu interior anaerbio, retardando, assim, a sua decomposio, com os
inconvenientes de atrair moscas e exalar odor desagradvel.
Para que o processo de compostagem evolua da melhor forma possvel, essencial ter em
ateno aos diversos factores que influenciam este processo, como sejam:
Relao C/N: importante que a relao entre estes dois compostos (carbono e azoto)
do material a compostar, seja uniforme num mesmo monte ou pilha, devendo ser
constitudo por uma mistura adequada de vrios resduos de diversas origens, com o
objectivo de evitar a perda de azoto ou a lentido da fermentao. A relao C/N deverser aproximadamente 30/1, na formao da pilha. Uma relao inicial C/N demasiado
alta poder ser corrigida juntando mistura a compostar materiais ricos em azoto, tais
como estrume de galinha ou resduos da preparao de carnes e peixes. Uma relao
inicial C/N demasiado baixa, poder ser corrigida, juntando mistura a compostar
materiais ricos em carbono, tais como palha, papel, serradura ou aparas de madeira;
Volume do material a compostar: das diferentes formas de compactao do material a
compostar, o processo de pilha de compostagem mais utilizado o de revolvimentomanual ou mecnico, pois sem dvida o mais econmico, o mais fcil de preparar e
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o que possui o menor tempo de compostagem. As pilhas devero ter uma largura
mxima de cerca de 4 m, uma altura de cerca de 2,5 m e um comprimento em funo daquantidade de resduos a compostar. Para suportar as pilhas nos primeiros dias do
processo devero ser utilizados painis amovveis;
Dimenso das partculas: a decomposio da matria orgnica um processo
essencialmente microbiolgico cujo intensidade est ligada rea de exposio ou
superfcie especfica apresentada pelo material, isto quer dizer que teoricamente, quanto
menor a partcula da matria orgnica, maior a superfcie de exposio e mais rpida
ser a sua decomposio, logo menor ser o tempo de compostagem. Por um lado, ummaterial de reduzida granulometria mais fcil de manusear, tornando as operaes de
mistura mais eficientes. Por outro, partculas demasiado pequenas favorecem a
formao de agregados, aumentando assim o risco de compactao e diminuio do
espao intersticial, dificultando o manuseamento e a circulao da gua e dos gases;
Teor de humidade: A actividade dos microrganismos, principalmente das bactrias
responsveis pela compostagem exige um teor de humidade entre 50 a 60%. Para a
manuteno desse teor necessrio que sejam executadas regas peridicas, evitandocontudo o excesso de gua, que poder ser prejudicial ao processo. Deste modo,
recomendvel a proteco dos montes com uma lona de plstico durante os perodos de
chuva intensa, caso as pilhas estejam ao ar livre;
Temperatura: a actividade dos microrganismos responsveis pela compostagem origina
um aumento da temperatura proporcionando um grande aquecimento no material a
compostar, atingindo nveis entre os 60 a 80C. No final do processo, a temperatura no
interior do monte estar em equilbrio com a temperatura do meio ambiente. Nestas
condies, o composto estabilizado no est mais sujeito ao processo de compostagem.
Controle de pH: o controlo de pH deve ser regulado periodicamente para valores
levemente cidos ou neutros, entre 6,5 a 7,5, atravs da rega diria das pilhas ou
montes de matria-prima, ou no caso de se pretender reduzir rapidamente a acidez, com
adio de carbonato de clcio (300g/m).
No que diz respeito aos lixiviados formado durante o processo, podem ser aproveitados para
regar as camas pois possuem uma elevada quantidade de azoto orgnico. No entanto,
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antes de serem aproveitados, devem ser previamente misturados com gua, por serem
levemente alcalinos.
Ao longo do processo de compostagem, os montes devem ser revolvidos e regados
diariamente, proporcionando uma melhor oxigenao do monte e controlo do pH. Por
questes prticas, a altura dos montes deve ter aproximadamente 2 a 2,5 m, para que
sejam mais fceis de revolver e para que a gua da rega chegue at profundidade dos
montes.
Este processo termina ao fim de 30 dias aproximadamente, uma vez controlado o grau de
acidez, que deve estar compreendido entre 6,5 a 7,5, a humidade em torno de 50% a 60% e
a temperatura no interior do monte deve ser aproximada temperatura ambiente.
Quando se verificarem estes parmetros, o processo de compostagem termina e a matria-
prima est disponvel para receber as minhocas.
3.2.4.3 Construo e manuteno das camas
Para iniciar a construo das camas deve-se prever entre estas, alas de circulao, em
funo dos equipamentos e deslocamentos previstos. O terreno para a construo das
camas deve estar devidamente impermeabilizado. Porm, sempre aconselhvel colocar as
camas sobre uma lona de plstico que evite o contacto directo com o solo, o que facilitar, a
recolha do hmus.
A melhor poca para realizar esta operao, est compreendida entre os meses de Maro e
Outubro, dado no haver uma variao considervel da temperatura.
Numa primeira fase, o enchimento da cama de matria-prima devidamente compostada
possui uma altura aproximada de 30 cm. A cama de vermicompostagem vai sendo
construda com camadas de 25 a 30 cm at atingir um mximo de 2 m. A cama deve ser
regada at atingir o teor humidade adequado. No vero a espessura desta camada dever
ser menor e no Inverno cerca d e30 cm.
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3.2.4.4 Povoamento das camas
Antes de povoar as camas com as minhocas, o produtor deve certificar-se do teor de
humidade e temperatura no seu interior. Para o povoamento da unidade, ser necessrio
colocar 2 a 3 litros de minhocas por m2, tendo em conta a recolha do hmus, ao fim de 60
dias.
Esta operao deve ocorrer nas primeiras horas da manh, para que as minhocas tenham o
mximo perodo diurno de adaptao, reduzindo-se assim a possibilidade de fuga com a
chegada da noite.
Durante os primeiros 30 dias da incorporao, no ser necessrio a disposio de mais
matria-prima compostada. Passado esse tempo, as minhocas devem ser alimentadas
consoante as suas necessidades.
3.2.4.5 Recolha do hmus
Ao fim de aproximadamente 60 dias de produo, o hmus j pode ser retirado da cama.
A separao das minhocas do hmus efectuada pelo mtodo de camadas, isto , as
minhocas vo subindo na pilha medida que vo digerindo a matria orgnica.
3.2.4.6 Recolha do soro
Ao longo do pavilho, o soro drenado e recolhido para um ou vrios reservatrios. A
quantidade de soro retirado ao fim de um ms de produo ir depender da quantidade de
minhocas existentes na cama e da diluio do soro com gua de rega.
3.2.4.7 Secagem do hmus
Este processo efectuado logo que o hmus retirado da unidade produtiva e poder
demorar entre 8 dias a 3 semanas dependendo da quantidade de hmus que recolhido e
da humidade presente no ar.
O hmus revolvido atravs de uma retroescavadora, com alguma regularidade, para que asecagem se processe em todo o composto. No fim desta fase, o teor de humidade deve
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estar entre os 30 e os 35%, para que o processo de crivagem se realize com a mxima
eficincia.
3.2.4.8 Crivagem
A crivagem do hmus depende fundamentalmente da quantidade de impurezas presentes,
da forma de secagem, bem como da finalidade de produo.
Ser necessria a instalao de um crivo em cada Unidade de Vermicompostagem de forma
a conseguir separar os materiais reciclveis, do hmus seco, do hmus lama e doscontaminantes.
O crivo ser constitudo por uma malha inicial de 1 mm, seguida de malha de 2 mm e
finalmente uma zona hmida, que permitir uma pr-lavagem dos reciclveis.
Da fase de crivagem obter-se- o hmus e a fraco reciclvel que dever ser enviada para
a Estao de Triagem para posterior encaminhamento para valorizao.
3.2.4.9 Produtos Extrados
3.2.4.9.1 Hmus
o produto do material ingerido, transformado pelo intestino da minhoca e enriquecido de
seres vivos, matria orgnica e macronutrientes, azoto, fsforo e potssio, bem como
micronutrientes em quantidades necessrias e facilmente assimilveis e absorvidos pelas
razes das plantas. um produto orgnico, inodoro, leve, macio, solto, finamente granulado,
assptico e rico em sais minerais assimilveis pelas plantas. estvel, com pH 7 (neutro),pode ser colocado directamente sobre as razes das plantas, no as queimando. Possui
ainda, uma grande e variada flora microbiana, enzimas, factores de crescimento, elementos
essenciais em cidos hmicos e uma srie de hormonas fitoregulares, dispensveis para
uma maior fertilidade natural do solo.
Outra qualidade importante do hmus ter a capacidade de correco do solo, combinando-
se com o ferro, alumnio e mangans, alm de outros elementos que, quando em excesso,
se podem tornar txicos. A composio do hmus varia de acordo com o material usado nascamas e dos alimentos suplementares fornecidos para alimentar as minhocas.
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Este composto uma fonte de alimentao constante das razes. Aumenta ainda a
resistncia das plantas s doenas e seca, prolongando os perodos de florescncia efrutificao, tornando as culturas mais sadias e viosas. Alm de que, mais econmico que
outros adubos qumicos porque no disperso e levado pelas chuvas.
O composto por ser to rico como , pode ser valorizado numa panplia de fins. O composto
pode ser encarado como uma fonte de matria orgnica. Visto sobre este prisma e quando
aplicado ao solo a matria orgnica existente vai poder agir das seguintes formas:
Permite a aglomerao das partculas minerais, o que provoca um arranjo espacial e
estrutural mais eficiente na circulao de gua, ar e at mesmo das prprias razes da
planta;
Como imprime uma cor mais escura ao solo, vai fazer com que a absoro de calor seja
mais elevada, o que, aliado a um maior contedo de gua no solo, permite planta
regular e aumentar a sua temperatura;
Aumenta o poder tampo do solo;
Proporciona s plantas uma disponibilidade de nutrientes (azoto, fsforo, carbono,
enxofre, outros micronutrientes) para estas se alimentarem, uma vez que a
compostagem/vermicompostagem um processo de reciclagem de nutrientes;
Como existem nutrientes em abundncia, deixa de haver competio entre os
microrganismos e plantas;
Aumenta a capacidade de reteno de gua.
Estes factores benficos traduzem-se numa melhoria a nvel estrutural das culturas
vegetais, como tambm se traduzem e repercutem nas taxas fotossintticas das mesmas.
3.2.4.9.2 Lixiviado
O lixiviado produzido durante o processo totalmente introduzido no processo, isto , o
lixiviado produzido na compostagem reintroduzido na compostagem e o produzido na
vermicompostagem reintroduzido na vermicompostagem.
Estima-se que sejam produzidos cerca de 230 litros por cada tonelada de RSU que entram
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no processo.
3.2.4.10 Equipamentos necessrios
Os equipamentos previstos para este tipo de instalaes so os seguintes:
Trommel;
Abridor de sacos;
Tansportador para sacos do lixo;
Transporte para triagem de volumosos;
P sobre rodas (BOBCAT ou equivalente);
Contentores metlicos.
3.2.4.11 Recursos humanos necessrios
Para implementao e funcionamento devero ser necessrios para cada Unidade de
Vermicompostagem, tendo em conta o indicado pela Lavoisier:
1 Tcnico (meio-tempo) e trs operrios (tempo inteiro).
No caso da unidade de triagem a instalar no ASO devero ser necessrios:
1 Tcnico (meio-tempo) e trs operrios (tempo inteiro).
3.3 UNIDADE DE TRIAGEM
3.3.1 Introduo
A unidade de triagem proposta para a RESIOESTE (Figura 3.5) tem como objectivo a
separao da fraco reciclvel proveniente da vermicompostagem dos RSU
indiferenciados, para posterior valorizao.
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Figura 3.5 Esquema da Estao de Triagem proposta
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A unidade de triagem ficar localizada no actual CTRO.
Pretende-se com a Estao de Triagem construir uma instalao onde os resduos sejam
separados mediante processos essencialmente mecnicos.
A linha de triagem permitir a separao automtica de:
Filme plstico;
Garrafas de PET;
Garrafas de PET leo;
Garrafas de PEAD;
Embalagens de Carto para Alimentos Lquidos (ECAL);
Poliestireno Expandido (EPS);
Plsticos mistos;
Alumnio;
Ao.
Aps a triagem automtica haver afinao destes materiais por forma a poder garantir a
qualidade e especificaes da Sociedade Ponto Verde (SPV).
Alm da separao, prev-se que os diferentes componentes sofram operaes de limpeza
e acondicionamento, de acordo com as especificaes da SPV, sendo depois enviadas paraas indstrias transformadoras.
Prev-se uma infra-estrutura de triagem com uma nave de cobertura e iluminao natural,
com um sistema flexvel de velocidade varivel.
No exterior esto contempladas zonas de armazenamento de vidro, monstros, madeiras e
outros, bem como uma zona para resduos elctricos e electrnicos (REEE), e outra para
armazenagem de pneus.
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Quadro 3.7 Composio fsica dos RSU da rea de influncia da RESIOESTE (Fonte: IPA
Estudo de Solues no mbito do Sistema de Recolha Selectiva de Materiais para o SistemaMultimunicipal do Oeste, 2002)
Fraco Quantidade %
Papel 15,83
Plstico 9,83
Metais 2,81
Vidro 3,63
Txteis 4,99
Orgnicos 42,7
Outros (madeira, pilhas, etc.) 15,08
Finos < 20 mm 5,13
Total 100
3.3.3 Descrio da instalao proposta
O dimensionamento dos equipamentos da estao de triagem foi concebido de modo a
garantir que no haja estrangulamento de produo. Toda a instalao de separao
comporta um sistema flexvel de velocidade varivel, adaptando-se deste modo aos
objectivos de trabalho.
A linha de triagem ser constituda por:
Abre-sacos;
O abre-sacos sera instalado a montante da linha de triagem, j que grande parte do material
proveniente da recolha selectiva e que aflui estao de triagem est acondicionada em
sacos de plstico. A alimentao deste equipamento ser feita de forma automatizada
atravs de um tapete trabsportador.
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Tapete transportador de recepo;
Separador balstico;
Equipamento aspirador de plstico filme;
Equipamento separador ptico;
Equipamento separador electromagntico;
Equipamento separador de metais no ferrosos;
Tapetes transportadores de borracha;
Prensa enfardadora contnua.
3.3.4 Nave de cobertura
A soluo arquitectnica e construtiva a ser seleccionada para o Edifcio da Estao de
Triagem integra-se formalmente nos edifcios envolventes, sendo possvel obter assim um
conjunto final equilibrado e homogneo.
A nave ser coberta e fechada com uma altura disponvel de modo a permitir a descarga
das viaturas no seu interior. Nesta instalao ser considerada uma zona para descarga e
recepo dos resduos provenientes da recolha selectiva, uma zona para os resduos
provenientes da vermicompostagem, bem como uma zona para formao e armazenamento
de fardos (aps prensa) para expedio, e zona para pessoal, incluindo balnerios,
sanitrios (homens/senhoras), mobilirio e cacifos dentro da instalao projectada.
O piso da nave ser resistente a choques provocados pelos acessrios (baldes, pinas, etc.)
e circulao
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