View
0
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
OBSERVACdES SaBRE A DEPOSICAO DO SEDIMENTOJ J
BAURU NA REGIAO CENTRO-OCIDENTAL DO ESTADODE SAO PAULO (1)
Por
ALFR E DO J . S . BJORNBERG (2), PAULO M . B. LANDIM (3) e NIVALDO .ross BoSIO (3)
ABSTRACT
The pres ent paper deals with th e basal po rtt onof the Bau ru Formation (Upper Cre taceous) Cl'O!IP
in g ou t In cen tral easte rn Silo P aulo State andth e major concern was on th e so urce urea of suc hse di me n ts and their' t ect o mod el or dep cslt lon.
Keeping In m ind tha t is poss ibl e to fi t m athemathlcai curves to p rofil es p lotted for nctua ls t r ea ms and that th e Bauru F ormation belongs toan aqueous continental envlronme n t tvne of dep os itio n it was studied th e contact between the Bauru ro rmatlon and Its und e rlyi ng Botucatu F ormati on in order to !lnd the best fitting es pone ncia lcurve to th e con tac t and It we s II. " )' = log x "typ e, wh e re a Is equal to :t lL
All pro!l1es showed a pronunced eas te rn inrtex ton arou nd 900 m toward Itlra p ina Ridge, Santana R id ge. etc. pointing ou t nearness to th ebo undar)' or th e de pos ition bas in , Such Iitho logl cnlassoci a tio n present 8S· conglomc ra tes, imature rudnceous sandstones and arkoses a re nccordlu g theid ea of p roxima l ma ss down-slope movement. F ieldand laborntor v evidences sho we d n cons ide ra b lecontribution to the basnl ttaquerl faci es fromBotucatu Formation under a tectonic framcwork ofsed imentation.
It wa s adopted an lntratec to ul c basin m od el o fdeposition in whi ch th e Itnquerl se di me n ts , actuall ysubaerlnl all uv ial fan an d stream channel depo sit s ,came down from posltlve eas te rn h ighlands ,
RESUl\IO
o presente t rabal ho versa so b re urn es tu tlo dopnrte basal da Forma~ilo Bauru (N eo-Cretaeeo) como Intuito de verlflcar a fo n te des ses s ed imen tos.Con centramos nossa aten~ilo nos aflo ramen to s dnreg lilo ·en t l'e as rl os Tlet8 e Mog i Ouacu com a
. p reocupacao mater de ccns ta ta r a a lt itude e aUtud edo contato en t re a FOlmllc;ilo Bauru e a suhjaeenteBotucatu, bem como urn estudo se d tme ntotdg tco dnpor~lio basal daquela .
Tendo em " is la que os per f'ls lon gltudlnais d erlos ntunls obedeeem a cu rves ealculadas maternatl cam ente e face 00 nmblen te I luvial de dep os tca odo Bauru, tentamos encontrar curvas ex pone nc lai sque melhor so adap tassem aos contatos geol6glcosent r e as duas Forms~oes,
Os perris Ioram ob tidos segu tn do -s e aprox imadam ente 0 mergulho g erat das cam adas e a suamelhor aderencia se deu com curvas ex ponencia isdo t ip o "y = - log x ", Esses perfis mostraram
asernpre um a forte inflex ilo a Este, ou seja, nasserras de Ifi rapina , San tana , etc. , numa altitudeem torno d e 900 m , indicando proxirnidade dosbordos da b acia de deposicao do Bau ru .
A p r esenca de congIomerados, aren itos conglo meratl cos e arcoztos na sua porcao basal ap6iamesta id eia , e do es tudo se dimen tol6gico feit o ver iI icou -s e que a con tri buic;illl da F orm acao Botucatu ,rornecendo bl ocos de basaltos, megaclastos dequar tzo e m esmo g raos de areni to Botuca tu , fo ibas tan te importante.
D o exposto apresen ta mos 0 modeto segundo 0
qual 0 sedimento Bau ru t er ia se orrgt na do a par ti rde terras a ltas a este e que na reglilo es t udada abase de formacao, is to e, a facies Itaqu erl , re presen taria uma dep ost cao de fan g loruerados em bord nde bacia . 0 cont role t ect oni co e evidenciado tan topelo forte arq ueamen to dos per fis no Indo ori en tal,como pela t extur a se d imen tar g rosserra e im aturap resente.
1 - INTRODUQaO
F ace a uma nova conceltuacao recentemen te surglda sabre a fonte do sedimentoBauru (Bjorn berg, Gandolfi e Paraguassu,1968a ). resolvemos nos dedicar a urn estudosabre a parte ba sal dessa formacao neocretacica com 0 intuito de verificar melhor a ideiaacrescentando mais informacoes ao modele proposto.
Concentramos nossa atencao nos afloramentos da regrao centro-ocidental paulista, ouseja, na s Serras de Itlrapina, Brotas, Doura-
(1 ) 'I'rabat ho f eito com 0 auxi llo do CNPq eFAPESP.
(2) E scola de Engenha r ia de Silo Carlos , da Univers ldade de Silo Paulo.
(3) Faculdade d e FlIosofia, Ciencias e Letras deR io Claro.
80 BOL. DA SOClEDADE BRASILEffiA DE GEOLOGIA - V. 19, NQ1. 1970
dos, Santana, Itaqueri, etc., com a preocupacaomalor de verlfiear a altitude e atitude do contato entre as Forma~oes Bauru e a subjacenteBotucatu, bern como urn estudo sedimentol6gicoda por!;ao basal daq uela.
Clente de que alguns geomorfologos comoDury (1959) , Woodridge e Morgan (1959) eStrahler (1960) tern verificado quantltativamente que os perfi s longitudlnals dos rios obedecem a curvas calculadas matematlcamente etendo em vista 0 amblen te fluvial de deposicaodo Bauru, tentamos encontrar curvas exponencials que melhor se adaptassem aos perfisgeol6gicos entre a Formagiio Bauru e as rochassubjaeentes.
Os resultados obtidos nessa fase preliminarforam animadores, sendo conseguidas eurvasque, aderidas aos perfIs geologicos, nos indicampela form a estarmos provavelmente, na regiaoem estudo, nos bordos da bacia de deposicaoda Formacao Bauru.
2 - AGRADECIMENTOS
Agradecemos a aluna Maria do Carmo Ribeiro, 0 auxilio prestado quando do estudomorfometrico dos seixos.
3 - PERFIS
3.1 - Obten~:
A Formacao Bauru (Cretaceo superior),oeupando cerca da metade da superfieie do Estado de Sao Paulo, quase todo 0 TrianguloMineiro, sul de Golas e poreoes no sul e lestede Mato Grosso, vern sendo estudada desdeGonzaga de Campos (1905).
Quanto ao aspecto particular focalizado,Isto e, a fonte do sedimento, a opiniao encontrada em trabalhos mats recentes (Freitas. 1964e Arid, 1966) e a de que teria ele provide praticamente 56 de rochas Igneas e metam6rficasdo embasamento cristalino e das eruptivas basicas mesoz6icas, nao havendo contrtbuicao doarenito Botucatu. Alem disso os minerais pesados indicariam na base a contrtbuicao pre dominante de magmatitos basicos, ocorrendo urnaumento de contribuicao do Cristalino para 0
tapo.Recentemente, porem, Bjornberg, Gandolfi
e Paraguassu (1968a) apresentam a sugestaode que a contrtbuicao do arenito Botucatu edos magmatitos basicos ao Bauru seria maiorque a das rochas cristalinas, apontando tambern a possibilidade de que a area de sedimentagao do Bauru nao estaria multo mais a EsteQue os atuais limites de afloramento dessa For-
macae. Citam por exemplo que na regiao centro-Ieste do Estado de Sao Paulo a FormacaoBauru nao ocorre alern de Corurnbatai e que anordeste, na regtao de Rifaina, essas rochasestendem-se apenas poucas dezenas de quilometros para 0 interior do territ6rio mtnetro, esempre sabre a Formacao Botucatu.
Em vista disso resolvemos, estudando 0
plano de contato entre a F'ormaeao Bauru e aFormacao Botucatu testar a Ideia apresentada.
Dury (1959), Woodridge e Morgan (1959)e Strahler (1960). verifiearam que curvascalculadas teoricamente podem ser adaptadasperfeitamente aos perfis Iongitudinats de riosexlstentes. Ap6s Ievantamento do perfil longitudinal, calculam-se matematicamente variascurvas, e a seguir tenta-se a melhor coincidencia entre uma delas e 0 perfil observado.Uma importante aplicacao do metodo e a deque ap6s constatada a aderencla, pode-se inferirabaulamentos quando 0 perfil longitudinal dadrenagem acha-se deslocado em relacao a eurvate6rica, ou retomadas de erosao quando hatruncamentos dos perfis, sendo que cada ciclode erosao sera indicado por uma determinadacurva.
Podemos citar como exemplo 0 trabalho deBjomberg, Gandolfi e Paraguassu (1965), noqual foram verificados na Serra do Cuscuzeiroe PlanaIto da Serra de Santana. rios obedecendo a runcao exponencial do tipo «y = log" x»,podendo «a» variar de 1,3 a 5.
Tendo em vista 0 ambiente fluvial dedeposicao do sedimento Bauru, ocorreu-nos poder adaptar 0 citado metodo, localizando ospontos de contato entre as Formaeoes Baurue Botucatu, numa tentativa de reconstruir 0
assoalho sabre 0 qual se depositou a primeira.A area escolhida (Fig. 1) e balisada pelos
rios Tiete e Mogi-Ouacu e os pontes de contato foram verificados nas Serras de Itirapina,Brotas, Dourados, Santana e Itaqueri. Essasserras fazem parte da chamada «cuesta arenitebasaltica» e sao sustentadas indistintamente oupelo basalto ou pelo Arenito Botucatu siliciflcado ou ainda pelo arenite Bauru siliclficado.
Nessa regiao a Formacao Bauru acha-seem contato erosivo tanto sabre rochas basaltlcascomo sabre 0 arenito Botucatu. 0 carater lito16gico da base do Bauru e rudaeeo, nitidamenteimaturo, nele ocorrendo seixos de basalto, dequartzo, quartzito, arenito silieificado, com aporeao psamitica geralmente rica em feldspatos.
Os perfis foram obtidos seguindo-se aproximadarnente 0 mergulho das camadas e podemser vistos na Fig. 2.
A. J. S. BJORNBERG, P . M.B. LANDIM e iN. J. BOSIO - Observa~oes... 81
Fig. 1 - Area estudada, estando assinaladoa os perfis realizados,
3.2 - Modelo adotado:
Tanto os perfis da atual encosta arenitobasaltica estudados por Bjornberg, Gandolfi eParaguassu (1965), como os estudados no presente trabalho mostram-nos que 0 modele escaIar que melhor se adapta as observaeoes decampo e 0 apresentado por King (1953).
Segundo esse autor, sao encontrados emum perfil complete de encosta, em sentido descendente, quatro elementos : crista, escarpa,zona de detritos e zona sedimentar (Fig. 3).
o poder erosivo na crista e fraco devido apequena Inclinacao do terreno. Nas proximidades da escarpa entretanto, e attngida umavelocidade suficiente para que 0 escoamentolinear da agua ultrapasse a resistencla coesivado solo. Nesta faixa, pode ocorrer urn ravinamento intense. escavando a pr6pria escarpa emmuitos pontos da encosta, gerando um perfilfortemente concave. A por!;Ao media nos perfisdas encostas possui duas partes nitidamentediferentes: a superior (escarpa proprlamentedita) , praticamente vertical, e a parte inferior
82 BOL. DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE GEOLOGIA - V. 19, N° 1, 1970
<C)..
alcaneam urn «optimum» de aderencia a curvasexponenciais do tipo «y = - loga X», sendoa = 3.
Do estudo desses perfis algumas conclusoespodem ser delineadas e a mais importante e ade que ocorre sempre uma forte inflexao a este,ou seja, nas Serras de Itirapina, Santana, etc .,numa altitude em t6rno de 900 m, indicandoproximidade dos bordos da bacia de deposicaodo Bauru.
A presenca de conglomerados. arenite-conglcmeratico e arcozios encontrados na sua porc;ao basal ap6iam a idela.
A associacao litol6gica presente, ou seja,conglomerados, arenitos conglomeraticos e arc6zios, encontrada na facies basal Itaqueriap6ia tal idela.
Nos conglomerados predominam seixos dequartzo e ou quartzito e de basaltos, poremnao sao raros seixos de Arenito Botucatu. Osseixos de basalto tern , sem duvida, origem nasextrusivas bas icas eocretaceas, restando duvldas apenas quanto a origem des seixos quartzosos. A tendencia dos autores tern sido atribuilos como provenientes diretamente do Cristalino, porem como na Formacao Botucatu ternsido encontrados varies niveis contendo megaclastos (P araguassu, 1968 ) e como na fac iesItaqueri varies seixos apresentam formas evocativas de ventifactos, ocorreu-nos a possibilidade de que a rracao rudacea quartzosa provenham tambem da Formacao Botucatu. Paratanto, realizamos urn estudo sedimento16gico,que passaremos a comentar.
I Z.OOIft
....
S doCUKUlCi TO
---------_~_~_~-'~--' ...,0'.
~I
II II :l. ~ : ~~f.~~ .
Fig. 2 - P crf'is obtidos en tre as F'orrn acfies Baurue Botucatu. Not a l' em tod ns as cu rvas infle x6es a
es te e que bras a oes t e.
g ". ' t , l el»ll1l•
•.&-- - ---t--
Fig. 3 - Perfil comp leto de encos ta . se g un do King(1953)
(zona de detri tos ) , rnenos inclinada e a medidaque se aproxlrna da zona sedlmentar, quasehorizontal. A diferenca principal entre as duaspartes da porcao media da encosta reside nao56 na incllna cao, como no carater erosivo daprimeira e deposicional da segunda.
Na area estudada geralmente se distinguenitidamente os varios elementos das atuais encostas, pelo simples exame morfol6gico. Apesarde nao possulrmos ainda dados quantitativossuficientes para uma Interpretacao estocastica,temos verificado identlcos resultados em areasde climas diferentes do nosso, como no RioGrande do Sui e Santa Catarina, indicando sereste urn fen6meno geral independente de agentes atrnosferlcos locais.
Mais interessante e que tais perfis parecern tambern corresponder a forma da baciade deposicao do arenito Bauru. Neste caso eles
4 - ANALISE ESTATtSTICA DOS SEIXOSQUARTZOSOS NA BASE DA FORMAQAO
BAURU
Foram coletadas 4 amostras de seixos, duasprovenientes de afloramentos da FormacaoBotucatu (BT-1 e BT-2 ) e duas de afloramentos da Formacao Bauru (BR-1 e BR-2 ) .
4 .1 - Tamanho dos seixos:
Para a determinacao do tamanho dos seixos baseamo-nos no tamanho medic geometrico
3calculado segundo a f6rmula Tg = V a .b .c .
Os valores foram reunidos em classes, tendo sido obtidas as Irequenclas percentuais decada amostra (T abela I-A) .
4 .2 - Gran de arredondamento dos seixos:
A determinacao do grau de arredonda mento foi feita por estimativa, comparando-se os
TABELA I
COEFICIENTE DE CONCORDAJNCIA DE KEiNDALL PARA A VARIAVEL TAMANHO
A. ValOres em porcentagem:
classes em mm,
Amostras 0,5-1 1-1 ,5 1,5-2 2-2,5 2,5-3 3- 3,5 3,5-4 4-4,5 4.5-5 5-5,5 5,5-6
II
IBTl 1.7 28.4 41. 7 19 .7 5.9 2.0 2. 8 0 0 0 0
BT2 2 .6 32.2 40 . 8 20 .5 3.5 I 0.6 0.3 0 0 0 0
BR1 16.1 32 .7 I 21.4 15 .5 I 5. 3 4 . 1
I5. 3 0 0 0 0
I I0 1.0BR2 1.4 11.4 26 .2 29 .5 13. 8 I 10.9 , 3. 8 1.4 0 .5
I I IB. ValOres ord enudos e
classes cm mm.
Amostras 0,5-1 1-1,5 1.5-2 2-2, 5 2,5-3 3-3.5 3.5-4 4-4 ,5 4,5 -5 5-5,5 5,5-6
BTl 5 10 'I 11 I 9 I 8 6 7 2 . 5 2 . 5 2 .5 2 .5
BT2
I7 10 11 9 8 6 5 2.5 I 2 .5 2 . 5 2 . 5
I II I IBR I 9 11 10 8 6 .5 I 5 6.5 2.5 2 .5 2 . 5 2. 5
BR2 4.5 8 10 11 9I
6 4 . 5 2 1 3I 7
Rj 25. 5 39 42 37 31.5 I 24 24.5 12.0 9.5 8.5 10 .5
~ Rj I IRj- - - 1. 5 1.5 18 13 7 . 5 0 0.5 12 .0 I 14.5 15.5 13 . 5N I
( 'Rj)' I I I IR j - N , 2 .25 2. 25
I324 I 169 56 .25 I 0 I 0 .25 1-14 I 210 .25 240.25 I 182.25
I I I
k = 4 N=ll
(z Rj )2
S = ~ Rj - ---;- 1.553,75
T =~ (t3- t)
12T =5
BTlT = 5
BT2T = 5.5
BR1
w = ------------ - - - - - --- - - - - - ---s·
(1/ 12) k 2 , (N3-N) - k ~ T
- 0,917
1 . 553.75
(1/12) 16 (1331-11) - 4 (15.5 )
x2 k (N-1) w = 4( 10) , 0,917 = 36.68
x2 = 29. 59 (graus de liberdade = 10 )0,999
TABELA II
COEFICIENTE DE CONCORDANCIA DE KENDALL PARA A VARIAVEL ARREDONDAMENTO
A. Valores em porcentagem:
classes
Amostras . 1 . 2 .3 .5 .6 . 7 . 8 . 9
I I I I IBTl 11 19 22 16 15 8.7 4 .7 0.28 0I
BT2 11 16 .0 I 23 17.8 17.3 9 2.3,
1.4
I0
I II I
BR1 20 30 22 9 I 12 2 .9 1.1 I 0. 58 I 0
I I I
I I I1.9BR2 11 23 24 14 I 12 6.6 0.9 I 1.9
II I I I I I
B. Valores ordenados:
classes
Amos tras .1 .2 .3 .4 . 5 .6 . 7 .8 . 9
I I 3 2 15 8
I9 7 6 4
3 2 15 , 6 I 9 8 7 4
I....or.t ......:;.;:.~ ·_ I
7 9 8 5
I6 4 3 2 I 1
II
5I
2.5 2 .58 9 7 I 6 4 1
22 31 35 27 25 16 10 8. 5 5. 5
Rj
I2 11 15 7 5 -4 - 10 -11 .5 I - 14 . 5N I
:!
II
~:j ) I 4 121 j 225 49 25 16 100 I 132 . 25 210.25I I I
Rj
BT2
BR1
BR2
BTl
zRj---
k=4 N=9
(z Rj )2
S = Rj - ----;- = 882.5
sw = - - - - - - --- - - -
882 . 50.921
(1/12) k 2 ( N3 - N ) (1/12) 16 (93 - 9)
X2 = K (N-1 ) W = 4 (8 ) 0,92 = 29 .44
x2 = 26 .12 (graus de liberdade = 8)0.999
A. J. S. BJORNBERG, P. M.B. LANDIM e N. J. B6SIO - ObservaQoes... 87
r'-I
I
Fig. 5 - Curvas de dtstr-ibuiefio de freqiienciaspara 0 variavct arredondamento das 4 amostras anaIisadas, com os respectivos valores "dn" encontrados
segundo 0 teste de Smirnov-Kolmogorov.
.9.7.6
" .,lro. dn d'8T/J~ .0' .,.,m <glf' .,.•16
IIT/J_ .0 1 .17
lJ12x.tllfl .23 . 11
/lT2 J_ .01 .17
.Rrx/lllllt .11 .02
.5.4
BRT
BT2
BR2
!&.gl!!!lP _' I .,,",. , ."~
BTl -----
ARR£OONOAMENTO
.2
r --- ,.._I II
II
FIGURA-5
T,ste Srnirnov KoII'/109OlOV
este, aceita-se a hipotese nula de que os kconjuntos sao independentes. Se a amostra forgrande, a expressao «x~ = k (N-1). W», terndistrtbutcao aproximadamente igual ao do«qui-quadrado» com (N-1) graus de liberdadee devera ser calculada. Se 0 valor de x2 calculado a partir da f6rmula acima for menor queo encontrado numa tabela de «qui-quadrado»(F'isher e Yates, 1953) para urn certo nivel designiftcancla e tendo (N-1) graus de liberdade;entao a hip6tese nula de que os k conjuntosnao sao relacionados sera aceita aquele nivelde signiflcancia.
50
"'!---_.
FIGURA-. - - ~
lw.Sni'ID'I r ' -~IOY I--..... -
I_J
I -
~._!.
. J
I .--
,
1
Iec , '-
Ii
40 I :--
\-1
'" -- ~ T""""<l ,m-
'"~ 4l( "",.1.!!@
·8T1<II.. . u,..., <If! ,...-
orr - sn I ltl 0- ·1'
i - ..ft'''''' ,'t .11
10- i .-r"' 1IU .1S "6R1 --_.. ,.",,,,1 I. JI
; .Tl.' fn n '"
b: 6R2 - - '''' 1M3 ....
4.8 - Coeficientes de Coneordancia (W):
.S 10 1.5 20 25" 30 35 40 ," 50 55 60
C. ", ll'Pl l leGt
Fig. 4 - Curvas de dtstribuicao de freqiienciaspara 0 vartavel tamanho das 4 amostras analisadas,com as r-espectivos valores "dn" encontra"'dos segun-
do 0 teste de Smirnov Kolmogorov,
Para a comparacao entre as quatro amostras utilizamo-nos do teste nao parametricodesenvolvido por Kendall (1948) e conhecidocomo «coeficiente de concordancia» (W).
No caso de ocorrer «k» conjuntos de valores, tornados ordenadamente, com «N» elementos cada urn, pode-se determinar a associacaoentre eles utilizando-se do «coeficiente de concordancia», 0 qual e funQao da varlabilidadeexistente entre as N somas de k.
Para testar 0 valor de «W», se a amostrafor pequena (k = 3 a 20 e iN = 3 a 7), compara-se a variabilidade (S) encontrada comvalores de S tabelados, para determinados niveis de significancia, e se aquele for menor que
seixos com urn grupo de imagens-rererenclasconstruido por Krumbein (1941).
Os valores para arredondamento, foramtambern reunidos em classes para cada amostra e as freqilenclas percentuais acham-se naTabela II-A.
88 BDL. DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE GEOLOGIA - V. 19, N° 1, 1970
Maiores detalhes 0 leitor encontrara noproprio Kendall (1948) ou entao em Siegel(1956) e Landim (1969).
Como se ve pela tabela I-B 0 coeficientede concordancla para tamanho entre as 4 amostras e de 0,917, sendo a hip6tese nula rejeitadaao nlvel de .001 com 10 graus de liberdade.Na tabela II-B 0 coeficiente de concordanciapara arredondamento entre as 4 amostras e de0.921, sendo a hip6tese nul a tambem rejeitadaao nivel de .001 com 8 graus de liberdade.
De acordo com este teste se nos basearmos nas distribuic:;oes das variavels «tamanho»e earredondamentos a hip6tese nula de que asquatro amostras nao sao relacionadas foi rejeitada, isto e, os seixos quartzosos da FormacaoBauru podem perfeitamente ter sua origem nasubjacente Formacao Botucatu.
4.4 - Teste de Smirnov-Kolmogorov
l!:ste e um outro teste nao parametrico, porem uttltzavel apenas na comparacao de semente duas amostras entre si e testa a hip6tesenula de que ambas provem de uma mesmapopulaeao. Para maior facilidade de confronto,pode-se colocar num mesmo graftco varias distribuic:;6es de freqilencla, porem as curvas devemser eomparadas em pares.
Para a aplicacao do teste calcula-se a distribuic:;ao de f'reqilencias acumuladas de cadaamostra e em seguida procura-se pela maiordiferenc:;a entre frequencias acumuladas entreas duas amostras, que sera. igual a dtstanciamaxima entre as duas curvas, sendo esse valorlido diretamente na ordenada (dn). Os valoresde «dn» sao, entao, para fins de testes deslgnlficancla, comparados com dtstancias criticas (dt) tabeladas. Maiores detalhes poderaoser encontrados em Smirnov (1948), Siegel(1956) e Landim (1969).
Nas figuras 4 e 5 acham-se as distribuic:;oes de freqtiencias e os valores de «dn» paratamanho e arredondamento respectivamente.
No caso das dlstrlbutcoes de arredondamento percebe-se que a amostra BR-l difereao nivel 0.001 das amostras BT-l, BT-2 emesmo BR-2. Em todos os demals casos as distrlbuicoes sao bem proximas umas das outras.A expllcaeao talvez resida no fato de que emBauru-l os seixos estao muito quebrados acarretando indices de arredondamento mais baixos.
Quanto ao tamanho as diferenc:;as ja saobem maiores e apenas as amostras de Botucatuse apresentam com significante grau de concordancla entre sl. As amostras de Bauru naomostram identicas distribuic:;oes nem entre si
nem com as amostras de Botucatu, indicandoque naquelas a variabllldade e maior.
Desses dois testes verificamos que, quandocomparadas duas a duas as dlstribuicces, tantoquanto ao arredondamento como quanta aotamanho, nao se pode afirmar categoricamenteque os seixos do Bauru tenham provido doBotucatu; quando tornadas, porem em conjuntoe alto 0 grau de concordancia entre as curvasde distribuicoes das amostras rudaceas da Formacae Bauru e da Formacao Botucatu.
Reconhecemos que se tratam de apenas 4amostras e que portanto tal resultado e apenasintrodut6rio. Em trabalhos pr6ximos deveremos ampliar 0 numero de coletas a !lm deque os valores obtidos sejam mals genericos.
CONCLUSOES
Do exposto verificamos que os dados obtidos se encaixam no modele apresentado porBjornberg, Gandolfi e Paraguassu (1968a), emoutras palavras, que 0 sedimento Bauru teriase depositado a partir de terras altas a lestee que na regtao em estudo a base dessa Formacao, ou seja, a chamada facies Itaqueri,representaria uma deposicao de fanglomeradosem borda de bacia.
o contrele tectonico e evidenciado nosperfis pelo arqueamento a leste e Iitologlcamente pela textura sedimentar grosselra, imatura presente na base do pacote sedimentar.
Num modele conceitual tipo «processo-e-resposta», diriamos que as causas da deposlc:;ao da Formacao Bauru foram ajustamentostectonicos motivados por renomenos Isostatitoslogo ap6s 0 estravasamento do espesso pacotede lavas basicas que se acumulou ao norte daBacia do Parana, resultando nas bordas dabacia, como no caso estudado, a facies Itaqueri.Alias essa bacia Intracratonlca e multo bernevidenciada no trabalho de Frangipani (1962)sobre a morfologia do topa das lavas. l!: interessante assinalar que tanto naquele trabalhocomo no nosso a ocorrencia de quebras altimetricas nesse assoalho pre-Bauru sao bastantefreqiientes.
Veja-se, a prop6sito, na Fig. 2, as quebrasverificadas em tados os perfis estudados, asquais poderiam ser ocasionadas tanto por umabaulamento post-Bauru com arqueamentopara NW, como retomada de erosao durantea deposicao Bauru, condicionada por oscllacoesdo nivel de base.
Ainda sobre evidencias tectonicas na regiao, se compararmos os perfis de ambas asmargens do rio Jacare-Pepira (Fig. 6), verifi-
A. J . S. BJORNBERG, P . M.B. LANDIM e oN. J . B6SIO - Observacces . . . 89
ca-se que h i urn desnivel ent re os lados nortee sul , estando aquele sobreelevado em relaeaoaeste. Isso estaria de aeordo com os trabalhosque tern. surgtdo sobre a tecton tca nessa area(Fulfaro, Landim e Ellert, 1967 ; Mendes eFulfaro, 1968, e Bjornberg, Gandolfi e Paraguassu, 1968b e 1968c ). Ha, porern , necessidade de se pre cisar quais as movimentos preBauru, quais as conternporaneos a deposicao equais os posteriores.
Esperamos, todavia, que novas trabalhossurlam em outras areas sobre a bacia de deposigao do Bauru, e achamos perfeitamente validaa especulacao em t6rno das relacoes entre essesfenomenos tectonicos controladores dessa deposigao e intrusoes periferic as, como as alcalinasem Pecos de Caldas (MG), que bordejam essabacia de sedimentacao.
Fig. 6 - Bloco dlagrama representando am ba s asmargens do Rio Jacare-Peplra, estando 0 ladonorte sobreelevado em relacao ao suI.
BIBLIOGRAFIA
ARID, F . M. (1966) - "A Formacao Bauru na Reglao Norte-Ocidental do Estado de Sao Paulo":tese de do utoramento apresentada a Faculdadede Filosofia, Ciencfas e Letras de E'iio Jose doR io Preto,
BJORNBERG, A . J. S . - GANDOLFI, N. e P ARAGUASSU, A. B. (1965) - "Perfis geol6glcos d eVales do Municipio d e Sao Carlos": resumo emCiencia e Cultura. 17 (2) :131.
BJOR NBE R G, A. J. S. - GANDOLFI, N . e P ARAGUASSU, A. B. (1968a) - "Constderacdessobre a fonte do sedlmento Bauru na Baciado Parana, Estado d e Sao Paulo" : resumo emCienc. Cult. 20 (2) :161.
BJ OR NBE R G, A. J . S. - GANDOLFI, N. e PAR AGUASSU, A. B. (1968b) - "Nota sobreb asculam entos t ect onicos no Estado d e !:'oiioPaulo": resumo em Cienc. Cult. 20 (2) :160.
BJORNBERG, A. J . S . - GANDOLFI, N. e PARAGUASSU, A. B. (1968c) - "0 controle tectonico da S erra Geral": resumo em Cienc. Cult.20 (2) :161.
DURY, G. H. (1959) - "The face of the Earth" :P en gu in Books.
FISHER, R. A. and YA TES. F . (1953) - "Statistical T a b les" : "Hatner P ublishing Co.
FRANGIPANI, A. (1962) - "Mapa da superficiesuperior do basalto subjacente aos arenitoscretaceos no Estado de &1io Paulo" : 0 I.G.G.,15: 67-73.
FREITAS, R. O. (1964) - "Grupo Bauru": In Geo-logia do Estado de Sao P au lo, I.G.G . Bo l.(41): 126-147.
FULFARO. V. J. - LANDIM, P . M. B. e ELLERT,N. (1967) - "A tectonica das Serras de !:"antana e Sao Pedro" - resumo em Bol. Paran.Gooc. (26) : 57.
GONZAGA DE CAMPOS, L. F. (1905) - Reconhecimento da zona compreendlda entre Bauru eJtapura , E .F.N .O.B." - Tip. Brasil.
KENDALL, M. G. (1948) - "Rank Correlation Methods Griffin, L on don.
KING, L . (1953) - "Canons of landscape evolu ti on "- Bull. Geol. Soc. Am. 64 : 721-752.
KRUMBEIN. W . C. (1941) - "Meassurement andgeological significance ~f Shape and roundnessof sedimentary particles" - Jour. Sed. Petr.,11 : 64-72.
LANDIM. P . M, B. (1969) - "Aplica<;ao de testesnao parametricos no estudo de seixos" - a sairem Not. Geom. (17) .
90 BOL. DA SOCIEDADE BRASlLEIRA DE GEOLOGIA - V. 19, N<> 1, 1970
MENDES, J. C. e FULFARO, V. J. (1968) - "Novainterpretacao da tectOnica moderna da Bacia doParana" - resume em CI~nc. Cult. iBO(2) : 155.
PARAGUASSU, A. B. (1968) - "Contrlbul~il.o aoestudo da Formacao Botucatu: sedimentos aquosos, estruturas sedimentares e sllicifical;8.o" tese de doutoramento apresentada a Escola Engenharia de :::-ao Carlos, U.S.P.
SIEGEL, S. C. (1956) - "Nonparametric Statisticsfor the B ehavior Sciences" - McGraw HillBook Co.
SMIRNOV, N. (1948) - "Tab le for estimating the
goodness of fit of empirical distributions"
Ann. Math. Statistics, 19 : 279-281.
STRAHLER, A. N . (1960) - "Physical Geography"
- 2' ed. John Wiley & Sons, Inc.
WOOLDRIDGE, S. W. e MORGAN. R. S. (1959)
"An Outline of Geomorphology, The Physical
Basis of Geography" - Longmans, Green and
Co. Ltd.
Recommended