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Biocombustíveis nos Estados Unidosem contexto de mudança
CETEM – Centro de Tecnologia MineralMinistério da Ciência e Tecnologia
AGROMINERAIS E BIOCOMBUSTÍVEISOFICINAS
Rio de Janeiro, 12 de Março de 2010
Joaquim Ramos Silva
SOCIUS/ISEG /Universidade Técnica de Lisboa
jrsilva@iseg.utl.pt
www.iseg.utl.pt/~jrsilvawww.iseg.utl.pt/~jrsilva
SUMÁRIO
1. Introdução
2. A emergência dos biocombustíveis no contexto das fontes alternativas de energia
3. A matriz energética americana e a posição dos biocombustíveis
4.Política de biocombustíveis nos EUA e independência energética
5.Discutindo as perspectivas de mudança e os cenários futuros
6. Conclusão
CETEM – Centro de Tecnologia Mineral
AGROMINERAIS E BIOCOMBUSTÍVEIS Rio de Janeiro, 12 de Março de 2010
ENVOLVENTE HISTÓRICADA EMERGÊNCIA DOS BIOCOMBUSTÍVEIS
O modelo energético mundial no pós-guerra
Mudanças favoráveis à alteração do modelo na primeira década de 2000 (diversificação):
1) forte aumento da procura mundial de energia (mais ainda se considerarmos o potencial futuro);
2) boom prolongado das commodities, em particular, quando ligadas à energia, como petróleo e gás
natural;3) aumento das preocupações ambientais (combate às emissões de CO2).
Possibilidades reais de alternativa ao modelo dominante (baseado em combustíveis fósseis), designadamente em termos mais favoráveis ao ambiente (energias renováveis).
ENVOLVENTE HISTÓRICADA EMERGÊNCIA DOS BIOCOMBUSTÍVEIS
O modelo energético mundial no pós-guerra
Mudanças favoráveis à alteração do modelo na primeira década de 2000 (diversificação):
1) forte aumento da procura mundial de energia (mais ainda se considerarmos o potencial futuro);
2) boom prolongado das commodities, em particular, quando ligadas à energia, como petróleo e gás
natural;3) aumento das preocupações ambientais (combate às emissões de CO2).
Possibilidades reais de alternativa ao modelo dominante (baseado em combustíveis fósseis), designadamente em termos mais favoráveis ao ambiente (energias renováveis).
ENERGIAS RENOVÁVEIS:OS DOIS GRANDES GRUPOS
FORÇAS NATURAIS(Rios, Marés, Eólica, Solar e Geotermal)
BIOMASSA(Agrícola e Florestal)
(Resíduos)
“PRIMEIRA E SEGUNDA GERAÇÃO DE BIOCOMBUSTÍVEIS”
(algas, jatropha, sorgo doce, etc.)
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AGROMINERAIS E BIOCOMBUSTÍVEIS Rio de Janeiro, 12 de Março de 2010
Energia vs Alimentos
“A quantidade de grãos necessária para encher um tanque de um
utilitário desportivo com etanol (240 quilos para 100 litros de etanol)
poderia alimentar uma pessoa por um ano; dessa forma, a competição
entre alimento e combustível é real. Os preços crescentes de culturas
básicas podem causar perdas significativas de bem-estar social para os
pobres, que são na sua maioria compradores líquidos dessas culturas.
Mas, outros produtores pobres, que são vendedores líquidos dessas
culturas, teriam benefícios com os preços mais altos.”
(World Bank, 2008)
( O caso Óleo de palma)
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Etanol (açúcar) vs Etanol (milho)
O potencial de desequilíbrio dos mercados não é o mesmo para todos
os produtos agrícolas que podem entrar na produção de
biocombustíveis, em particular do etanol. Assim, o açúcar não
comporta grandes riscos a este nível (em termos de custos, terra arável
disponível ou impacto ambiental) e até os pode reduzir, o mesmo já
não se passa com outros que podem ser inputs importantes na
indústria dos biocombustíveis (é o caso do milho, mais relevante para
os EUA). Acresce ainda que o etanol proveniente do açúcar não só tem
vantagens económicas e ambientais sobre este concorrente como
também, à tecnologia actual, é um substituto directo ou muito próximo
da gasolina (é o que acontece no Brasil; ver Adams, 2009).
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POLÍTICA AMERICANA DE BIOCOMBUSTÍVEIS
US Energy Policy Act (2005)(inclusão na gasolina de quantidades crescentes de combustível proveniente de recursos renováveis)
200 medidas de apoio aos biocombustíveis - dispersando-se por incentivos ao consumo, à produção e obrigatoriedade de consumo; o seu custo situa-se entre 5.5 biliões de USD e 7.3 biliões, representando 0.38 USD a 0.49 USD por litro do equivalente a petróleo para o etanol.
Barreiras à importação de etanol
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OFERTA TOTAL DE ENERGIA PRIMÁRIA(TPES – “Total Primary Energy Supply)
“A oferta total de energia primária (TPES) é uma medida do
consumo comercial de energia. TPES é a soma da produção
doméstica, importações, variações de stock, menos exportações
e reservas armazenadas para a marinha internacional. Na
TPES, uma menor percentagem de combustíveis fósseis e uma
maior percentagem de fontes renováveis é um indicador de que
os países estão a avançar no sentido de uma economia mais
verde.”
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OBJECTIVOS DA POLÍTICA DE BIOCOMBUSTÍVEIS(ADMINISTRAÇÃO OBAMA)
PARTICIPAÇÃO NA FRONTEIRA TECNOLÓGICA E NA INOVAÇÃO EM ENERGIA
CRIAÇÃO DE EMPREGO
SALVAGUARDA DA INDEPENDÊNCIA ENERGÉTICA
Contexto
Maior produtor e consumidor mundial
(prevê-se que a China ultrapasse dentro de poucos anos os EUA em TPES)
“Gestão dos stocks estratégicos (petróleo)”
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MUDANÇA OU ABANDONO DA LIDERANÇA?
“Os Estados Unidos têm todo o interesse em liderar construtivamente a mudança no mercado de petróleo. Contudo, até agora, o presidente Barack Obama e a sua Administração não se manifestaram interessados em aproveitar estas oportunidades. Eles parecem apegados à agenda de energia que desenvolveram durante a campanha presidencial de 2008, a qual focava a necessidade dos Estados Unidos se tornarem independentes em termos de energia através da redução rápida da sua dependência de combustíveis fósseis e da promoção de recursos renováveis. Mas eles ignoram o facto de estas mudanças não se poderem realizar em menos de uma década e que, entretanto, podem falhar uma ocasião única para fazer mudanças no sector petrolífero … É tempo de Obama reconhecer publicamente que a independência energética dos Estados Unidos é uma tarefa impossível e que o prosseguimento de objectivos mais modestos é a melhor maneira de garantir a segurança energética do país.” Morse (2009)
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PRODUÇÃO MUNDIAL DE BIOCOMBUSTÍVEIS
CENÁRIOS FUTUROS (2020 e 2030)
CENÁRIO DE REFERÊNCIA
Resultados esperados para os EUA à luz das medidas que já foram tomadas para atingir os objectivos ambientais em causa.
CENÁRIO 450
Tem como objectivo a estabilização a longo prazo da concentração de gases com efeito de estufa na atmosfera (na base de 450 partes de milhão de CO2 equivalente).
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O cenário 450 imporia para os EUA alguns objectivos mais
ambiciosos para 2020, em relação a 2007, tais como:
Redução de 18% nas emissões de CO2 relacionadas com energia;
Decréscimo de 25% da intensidade CO2 na geração de electricidade e uma diminuição de 41% em média da intensidade CO2 da frota de carros;
Diminuição das emissões de CO2 em 16% nos edifícios e de 25% na indústria;
Investimento adicional em tecnologias com baixa intensidade carbónica e eficiência energética da ordem dos 90 biliões de USD.
O cenário 450 imporia para os EUA alguns objectivos mais
ambiciosos para 2020, em relação a 2007, tais como:
Redução de 18% nas emissões de CO2 relacionadas com energia;
Decréscimo de 25% da intensidade CO2 na geração de electricidade e uma diminuição de 41% em média da intensidade CO2 da frota de carros;
Diminuição das emissões de CO2 em 16% nos edifícios e de 25% na indústria;
Investimento adicional em tecnologias com baixa intensidade carbónica e eficiência energética da ordem dos 90 biliões de USD.
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Conclusão
Considerando os cenários para o futuro que apontam claramente no
sentido de modelos energéticos que contribuam o menos possível para
a emissão de gases com efeito de estufa, os Estados Unidos vão ter que
tomar decisões de natureza estratégica no sector em geral e nos
biocombustíveis em particular, reduzindo-se cada vez mais o tempo e
a margem de que dispõem para tal. Isto é, em resumo, vão ter de
decidir se querem liderar a mudança energética mundial (ou pelo
menos participar no processo) ou se, pelo contrário, preferem
continuar a ficar para trás.
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AGROMINERAIS E BIOCOMBUSTÍVEIS Rio de Janeiro, 12 de Março de 2010
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