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Boletim da Pastoral Familiar - Agosto 2011 - Regional Sul 2 - CNBB
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Estimados irmãos em Cristo Coordenadores e Assessores da Pastoral Familiar do Regional Sul 2 Irmãos no episcopado, saudações!
Todas as Vocações – Gosto do mês de agos-
to. O mês que era do “desgosto”, depois de
transformado em mês das Vocações, passou
a ser uma grande ocasião de a gente conhe-
cer e aprofundar o mistério da Igreja, onde
cada uma das vocações se insere. Como em
uma grande orquestra, as diferentes voca-
ções se entrelaçam, em grande harmonia.
Os Ministérios Ordenados, a Vida Religiosa,
os Leigos, com sua missão de entrar por to-
das as veias da sociedade, cada vocação tem
seu papel e sua importância no corpo vivo
de Cristo, a Igreja. Realidade que nos faz re-
zar, louvando a Deus, por tão grandes dons,
mas também pedindo insistentemente ao
Pai, para que este corpo, a Igreja, na sua va-
riedade de dons, cresça na unidade, no a-
mor e no testemunho.
Semana da Família – Para a nossa Pastoral
Familiar, o mês de agosto é o ambiente mais
adequado para celebrar o dom da vocação
familiar. A Semana Nacional da Família já é
um acontecimento em cada diocese e nas
paróquias, trazendo muitos benefícios. E
neste ano temos a atenção de modo espe-
cial voltada para o XIII Congresso Nacional
que se realiza em Belo Horizonte. O Con-
gresso não é só um evento daqueles que lá
participam. Seus conteúdos e articulações,
disseminados, depois, pela nossa rede de
divulgação, revitalizam as nossas atividades
pastorais e nossas mentes se abrem a novos
horizontes. Vamos acompanhar esse evento
com atenção e saborear seus frutos.
Gente nova na Família – Saudamos, com a-
legria, a nova equipe da Comissão Episcopal
para a Vida e a Família, formada a partir da
eleição de Dom Petrini, como Presidente.
Dom Antonio Augusto Dias Duarte, auxiliar
do Rio de Janeiro, e Dom Joaquim Justino
Carreira, auxiliar de São Paulo compõem o
trio episcopal. Ao casal nacional Tico e Vera
se juntam Marivone e Volnei, de Joinville,
SC. E os novos assessores, Pe. Rafael, de Ni-
teroi, RJ, e Pe. Wladimir, de São João da
Boa Vista, SP, devem continuar os trabalhos
com a mesma dedicação dos anteriores. E-
quipe renovada, esperamos ansiosos, sem-
pre maiores bênçãos, e orientação segura,
para a nossa Pastoral. Peçamos a Deus que
lhes dê muita força.
A todos, desejo que mês vocacional inspire
sempre maior amor pela causa do Reino,
sempre com a proteção de Maria, mãe e
modelo de todos os vocacionados.
Paz e Bem!
Dom João Bosco, O.F.M.
Bispo de União da Vitória
CNBB – REGIONAL SUL 2 – BOLETIM ON LINE – AGOSTO DE 2011
AAGGOOSSTTOO//22001111
Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 22
BBoolleettiimm OONN LLIINNEE ddaa PPaassttoorraall
FFaammiilliiaarr ddoo RReeggiioonnaall SSuull IIII -- CCNNBBBB
RRuuaa SSaallddaannhhaa MMaarriinnhhoo,, 11226666 –– 8800443300--116600
CCuurriittiibbaa –– PPRR –– TTeell..::((4411)) 33222244--77551122
DDoomm JJooããoo BBoossccoo BBaarrbboossaa ddee SSoouussaa
BBiissppoo ddee UUnniiããoo ddaa VViittóórriiaa--PPRR
RReepprreesseennttaannttee EEppiissccooppaall
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DDiiáácc.. JJuuaarreess CCeellssoo KKrruumm
AAsssseessssoorr RReeggiioonnaall
EE--mmaaiill:: jjcckkrruumm@@yyaahhoooo..ccoomm..bbrr
PPPaaassstttooorrraaalll FFFaaammmiiillliiiaaarrr dddaaa AAArrrqqquuuiiidddiiioooccceeessseee dddeee
CCCuuurrriiitttiiibbbaaa rrreeeaaallliiizzzaaa sssuuuaaa XXXVVVIII AAAsssssseeemmmbbbllleeeiiiaaa
Aconteceu no dia 03 de julho no Centro de Convenções da Paróquia Santo Antonio de Orleans, em Curitiba a XVI Assembleia da Pastoral Familiar da Arquidiocese de Curitiba, com o tema “Juventude e Vocação Matrimonial”, com a presença de 160 pessoas.
Teve início com a celebração eucarística presidida por Dom João Carlos Seneme, concelebrada pelo Pe. Jonacir Francisco Alessi (Assessor da Pastoral Familiar da arquidiocese) e pelo Diác. Darci. O Sr. Jeferson Carvalho apresentou a palestra tema da Assembléia "Juventude e Voca-ção Matrimonial", com breves reflexões
sobre o Documento de Aparecida (212). Falou que a sociedade hoje exige uma transformação, e o cristão deve ter um importante papel nessa transformação, onde é preciso urgentemente trabalhar no desenvolvimento afetivo do ser humano, resgatar sua essência, e que ser amado é a sua necessidade como nos mostra a Bíblia no livro do Genesis "Não é bom que o homem esteja só, por isso vou dar-lhe uma companheira..."
Concluiu comentando a necessidade de to-das as pastorais estarem unidas em ações para melhor acolher os adolescentes e
jovens, abrir as janelas para que o ar da juventude entre e possa assim revigorar nossa Igreja e nossas famílias.
A tarde houve um plenário com o palestran-te e a participação do padre Jonacir para auxiliar nas respostas. Após o plenário, formaram-se grupos de estudo para relacionar dentro do tema vivido nesta
assembléia ações concretas a implantar e a aperfeiçoar pela Pastoral Familiar.
Pe.Jonacir, Dom João Carlos e Diác.Darci
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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 33
Mês Data Evento Local/ Responsabilidade
SET 10 e 11 Reunião – Coordenação da CRPF Maringá
OUT 01 a 07 Semana Nacional da VIDA Paróquias e Dioceses
08 DIA DO NASCITURO Paróquias e Dioceses
A “Pastoral Bíblica” predominou do Concílio Vaticano II (1962-1965) para cá, fez e faz um enorme bem aos fiéis
e à Igreja. Sua função principal é cumprir o que pede o Concílio através da Constituição Dogmática sobre a Pala-
vra de Deus, a Dei Verbum: que todos os fiéis tenham acesso as Sagradas Escrituras. E, nesse ponto, o Brasil foi
privilegiado com 17 traduções da Bíblia, várias instituições para ajudar os católicos a terem uma boa introdução à
Bíblia. Entre elas se destaca o Centro de Estudos Bíblicos (CEBI). Mas há numerosas outras iniciativas de oração
e vivência da Palavra de Deus, como os Círculos Bíblicos e a Leitura Orante da Palavra.
Há publicações que ajudam a esclarecer a diferença e complementação entre Pastoral Bíblica e Animação Bíblica
da Pastoral. Há seminários e encontros com esta finalidade. Há, inclusive, dioceses e regiões pastorais que forma-
ram a Comissão de Animação Bíblica da Pastoral. O Primeiro Congresso Brasileiro de Animação Bíblica da
Pastoral, com uns 500 participantes, vindos dos 17 regionais de CNBB, em outubro de 2011 será um momento de
síntese avaliativa da caminhada e de um especial impulso à ABP. E, sem dúvida, toda a mobilização sobre a ABP
será uma preciosa contribuição para a renovação da Igreja sob o impulso de Aparecida e da Missão Continental.
(Parte de entrevista do Irmão Nery, fsc em http://atualizacaoteologica.blogspot.com/2011/01)
Setembro
Outubro
88 aa 1122 ddee oouuttuubbrroo
ddee 22001111
AAGGOOSSTTOO//22001111
Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 44
AAnniimmaaççããoo BBííbblliiccaa ddaa PPaassttoorraall Dom José Antonio Peruzzo
Quem lê atentamente o Documento de
Aparecida surpreende-se com algumas constata-
ções corajosas a que a Igreja se propõe. Será ne-
cessário um tempo longo, paciente, assinalado
por muita perseverança, para integrar à nossa
vivência eclesial aquelas percepções tão verazes
e, ao mesmo tempo, muito impregnadas das ca-
racterísticas genuínas dos cristãos dos primeiros
dias da Igreja. Ao escrever este parágrafo, penso
na ênfase a temáticas tão relevantes e de grande
recorrência como “encontro pessoal com Cris-
to”, “conversão pastoral”, “conhecimento da Pa-
lavra”, anseio dos discípulos de Jesus em “ali-
mentar-se com o Pão da Palavra”... As citações
poderiam se enumerar e alongar. Estas menções
pretendem apenas lembrar que se está tocando
em questões e possibilidades sem as quais a I-
greja poderia desfigurar gravemente sua própria
identidade de discípula e missionária.
Ao mesmo tempo, muito já se falou que a
humanidade atravessa um severo processo de
transformação cultural. O mesmo já recebeu
muitos nomes. Aqui, para simplificar, será men-
cionado apenas aquele já bastante conhecido: a
chamada mudança de época. E este fenômeno é
impossível mensurar. Tampouco se pode freá-lo.
Seus desdobramentos suscitam, a cada dia, no-
vas surpresas e perplexidades. Em meio a toda
esta ebulição, quase tudo faz pensar que nos en-
caminhamos para a passagem de uma realidade
de cristandade para outra de diáspora. Há muitos
elementos a nos sugerir que, em termos de e-
vangelização, teremos muitas proximidades com
os caminhos e situações do cristianismo primiti-
vo. E tudo isso está a instar os discípulos mis-
sionários do nosso tempo a indagações sobre os
melhores percursos a palmear quando se trata de
“transmitir a fé”. Afinal, é ela, a transmissão da
fé em Jesus Cristo, a razão fundante de toda a
ação evangelizadora.
Os primeiros cristãos não falaram de anima-
ção bíblica da pastoral. Mas a sua evangelização
era profundamente bíblica; inteiramente perpas-
sada pelas experiências e revelações bíblicas.
Para anunciar a pessoa de Jesus Cristo, o Salva-
dor ressuscitado, todas as esperanças do Antigo
Testamento eram evocadas. Era assim nos dias
apostólicos. Basta observar o pensamento pauli-
no ou as pregações presentes nos Atos do Após-
tolos. E quando o anúncio do Evangelho recebeu
sua formulação escrita, então quase tudo era ma-
tizado pela palavras dos evangelistas e dos após-
tolos. Basta pensar nos primeiros escritos cate-
quéticos (Didaqué); nas reflexões de Orígenes,
lançando as primeiras raízes da Lectio Divina; e
também a fecunda teologia dos Santos Padres.
Era a Bíblia, ou melhor, a Palavra, a conferir
motivação, a dar ânimo, a suscitar força perseve-
rante e transfigurar o sentido de suas vidas. Por-
que afinados com a Palavra, seu modo de pen-
sar, de projetar, de realizar e de celebrar, era in-
teiramente impregnado da força transformadora
gerada pelo encontro com o Senhor mediante a
Palavra. Eram evangelizadores “biblicamente
animados”. Muito animados.
Pois bem, a animação bíblica de toda a Pas-
toral é um tema que retorna à ribalta nestes últi-
mos tempos. Parece interessante observar o sen-
tido da expressão a partir de sua etimologia. Por
este caminho é possível vislumbrar o que se
quer acentuar. O termo latino animus refere-se
àquela força interior, àquele princípio espiritual
que, a partir de dentro, move ou motiva alguém
a determinadas escolhas e ações. É como que a
alma que suscita dinamismos em favor de uma
causa. O contrário é des-ânimo, falta de vigor,
de alegria, falta de encanto. O Documento de
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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 55
Aparecida (n. 248) ao propor a animação bíblica
da pastoral associa-a com “fonte de evangeliza-
ção”, com “alimento com o Pão da Palavra”,
com “encontro com Jesus Cristo vivo”. Basta
observar as imagens de fundo: se secar a fonte,
secará o córrego. Se faltar alimento, debilita-se o
corpo. Se faltar encontro, vai-se a amizade.
Ainda caminhando pelos trilhos da etimolo-
gia, muito ajuda a perceber o sentido originário
do termo “pastoral”. Pastoral vem de pastor,
que, por sua vez, está ligado a pastagem. E a tal
da pastagem é dotada de uma grande força sim-
bólica, associada à vida, à serenidade, à paz. Um
dos melhores retratos figurativos do AT é o Sl
23: “O Senhor é o meu pastor, nada me falta”.
Em seguida afloram expressões figurativas co-
mo “descansar em verdes prados”, “conduzir a
águas tranqüilas”, “restaurar forças”, “guiar pelo
caminho certo”, “bastão e cajado” que dão segu-
rança, “mesa farta”, “habitar na casa do Senhor”.
É este o linguajar do AT para falar de um bom
pastoreio. É marcado por experiências ricas de
esperanças (“restaurar forças”), de vida generosa
e abundante (“verdes prados”), de paz (“descan-
so”, “águas tranqüilas”). Resultam da gratuidade
de Deus, que se volta atento para o seu escolhi-
do. É esta a experiência do salmista.
Por outro lado, Jesus, o bom Pastor, servin-
do-se de figuras semelhantes, dá um passo deci-
sivo. Não se trata apenas das graças com as
quais Deus cumula os seus. Vai mais além: ago-
ra se refere a quem Ele é estando com as suas
ovelhas. O evangelho de João é quem nos ajuda.
No cap. 10 há várias expressões primorosas: “Eu
sou o bom pastor”, cuja característica é dar a
própria vida em favor das ovelhas (vs. 11.14);
sua relação com elas é de conhecimento recípro-
co (v. 14); elas conhecem a voz do pastor (vs.
4.16). Ora, se a palavra “pastoral” procede desta
terminologia, isso quer dizer que a mesma “pas-
toral” não se volta apenas para a oferta de servi-
ços religiosos. Ainda que estes sejam feitos com
generosidade, qualquer programa pastoral terá
um caráter de pastoreio somente na medida em
que as ovelhas puderem ouvir a voz amorosa do
seu pastor e a Ele possam dar sua resposta. E o
Povo de Deus “tem radar”, isto é, percebe quan-
do os homens e mulheres de Igreja falam do que
“ouviram do Senhor” ou quando é apenas dis-
curso religioso.
Pois bem, agora podem-se tentar algumas
achegas à expressão “Animação bíblica da Pas-
toral”. Antes, porém, cabem algumas premissas:
animação bíblica quer se referir a ânimo gerado
a partir da Palavra. Palavra é “pessoa”. Não se
trata, pois de “animar-se” a partir das idéias ou
das estratégias de Jesus. Tampouco se trata ape-
nas de estudá-Lo. O discípulo não ama a pessoa
de Jesus simplesmente porque o estuda. Estudá-
Lo é possível até sem ser discípulo. Um exem-
plo será de grande ajuda agora: quem conhece
mais um adolescente? Sua mãe, que muito o
ama, ou o psicólogo que o examinou com todos
os métodos das ciências do comportamento? É
evidente que a mãe conhece melhor. Ela procura
o especialista porque ama o filho; não o inverso,
não procura o especialista para poder amar o fi-
lho. Ela e ele necessitarão, provavelmente, da
palavra especializada, mas é nas relações de par-
tilha afetuosa e interpessoal que o adolescente e
sua mãe se construirão. Isso não se dá com ciên-
cia, mas nas experiências de amor vivido.
Voltando à “animação bíblica da pastoral”
talvez seja útil começar por dizer o que ela não
é. Não é mais uma “pastoral” entre outras, com
seu coordenador, sua equipe, seu calendário de
encontros e participações. Embora sejam neces-
sários e, mais do que isso, indispensáveis, os en-
contros de estudo e formação ainda não são o
“ânimo vital”, e não necessariamente “pastorei-
am”. Então, o que é Animação Bíblica? Trata-se
de “ânimo” que brota da Palavra. Palavra não é
um conjunto de idéias, não é pensamento, não é
conceito sobre Jesus. Palavra, aquela que se tor-
nou Escritura, é portadora da pessoa mesma de
Jesus. Algo parecido com a jovem que, ao rece-
ber a carta do seu amado, beija-a. Ela não quer
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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 66
beijar o papel, ou algumas frases. Ela está volta-
da à pessoa amada. O mesmo se pode falar da
relação com Jesus mediante a Palavra presente
na Bíblia. Por ela, pela palavra bíblica, é possí-
vel a amizade com Ele. Pela palavra bíblica se
cultiva a afeição, o encontro, o silêncio atento
diante dEle, a obediência a Ele, sempre com gra-
tuidade e com confiança.
Em sua bela exortação pós-sinodal, o Papa
Bento XVI se refere explicitamente à Animação
Bíblica da Pastoral (n. 73). E explica que não se
trata de sobrepor um ou outro evento singular a
respeito da Bíblia. Ninguém pode falar convin-
centemente de uma pessoa sem ter-se encontra-
do com ela. Seria apenas “falar por ouvir dizer”.
Seria apenas informação. E ninguém evangeliza
oferecendo informações sobre Jesus. Para
transmitir a fé, para anunciar a pessoa de Jesus,
é necessário tê-lo encontrado; é preciso tê-lo ex-
perimentado; é preciso se deixar alcançar por
Ele. É vivenciar o fascínio deste encontro, que
nunca será “neutro”. Sempre haverá alguma rea-
ção-resposta. Alguns personagens dos evange-
lhos podem nos ajudar: Nicodemos (Jo 3,1-21),
a Samaritana (Jo 4,1-12), Zaqueu (Lc 19,1-10),
também Paulo, nunca mais foram os mesmos.
Tornaram-se “agentes de pastoral” profunda-
mente assinalados pelo encontro com o Senhor.
Pois bem, por Animação Bíblica da Pastoral
não quer enunciar novos formatos, novos es-
quemas e organismos, novas sistematizações or-
ganizacionais de paróquias ou dioceses. Mais do
que tudo, e antes de qualquer outra iniciativa,
por animação bíblica se pretende dizer que todos
os agentes evangelizadores, seja eles bispos, pa-
dres, religiosos, catequistas, ministros extraordi-
nários, coordenadores, administradores de
quaisquer instituições eclesiásticas, que todos
tenham o “ânimo”, a linfa interior originada do
encontro com Ele mediante a Palavra. E quem o
encontra alegra-se com Ele, fala com Ele, com-
preende com os critérios e valores dEle, inter-
preta com Ele, assume as escolhas dEle. O agen-
te de pastoral biblicamente animado não passa a
fazer mais coisas, ou ter mais outros compro-
missos de agenda. Não é um modo de fazer. É
um modo de ser diante de Jesus Cristo e, por
causa dEle, um novo modo de ser diante dos ou-
tros.
Não se trata de intimismo. O intimista está à
procura de suas conveniências mediante gratifi-
cações subjetivas de tipo religioso ou místico.
Trata-se sim de intimidade com Jesus. A intimi-
dade cria e aprofunda relações, transforma cora-
ções, recria ou renova opções e também move a
ações. A intimidade com Ele traz paz e alegria.
E se difunde a partir de quem a experimenta.
Bento XVI assim se expressou referindo-se a a-
nimação bíblica: Que “se tenha realmente a pei-
to o encontro pessoal com Cristo que Se comu-
nica a nós na sua Palavra. Dado que „a igno-
rância das Escrituras é a ignorância de Cristo‟,
então podemos esperar que a animação bíblica
de toda a pastoral ordinária e extraordinária
levará a um maior conhecimento da Pessoa de
Cristo, Revelador do Pai e plenitude da Revela-
ção divina” (Verbum Domini, 73).
O que fazer para que nossos evangelizado-
res sejam “biblicamente animados”? Trata-se
fundamentalmente de espiritualidade bíblica. Es-
ta pode ser cultivada de diferentes modos. Vale
lembrar que a Palavra tem uma “potência
sacramental” (cf. Verbum Domini 56; 195) ou
seja, ela realiza o que pronuncia. A liturgia,
celebrada como verdadeira linguagem do misté-
rio da pessoa de Jesus e a Leitura Orante da
Palavra apresentam-se como as melhores possi-
bilidades para que os discípulos de hoje, do
mesmo modo como os da primeira hora da
Igreja, evangelizem biblicamente inspirados.
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Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 77
CCaassaaiiss eemm sseegguunnddaa uunniiããoo -- PPooddeemm eelleess sseerr
aaccoollhhiiddooss ee aammaaddooss ppeellaa IIggrreejjaa??
Um casamento foi celebrado com flores, festas
e sorrisos. Era para serem felizes para sempre,
mas, depois de alguns anos, o relacionamento
revela-se insustentável, os filhos sofrem tanto
ou mais que os pais, o amor já não existe, a fé
não foi capaz de reconduzir à reconciliação e à
paz. Assim termina a convivência. Após um pe-
ríodo de vazio e solidão, cada um busca o seu
caminho e encontra um novo relacionamento,
uma nova união. Mas a Igreja não abre mais a
possibilidade de receberem o matrimônio no-
vamente. Soma-se ao sofrimento da separação
outro sofrimento: o preconceito e a exclusão.
No início deste mês de julho, na Casa de For-
mação Cristã, na Diocese de União da Vitória,
nos dias 2 e 3, a Pastoral Familiar realizou um
primeiro encontro, reunindo casais de diversas
paróquias que estão em segunda união. Já antes,
no mês de abril, houve uma preparação dos
agentes, para encontrar um caminho de acolhi-
da, apoio e solidariedade a esses – irmãos nos-
sos pelo batismo e pela fé – que vivem uma
segunda união estável, porém irregular perante
a norma da Igreja. Seria possível a esses casais
viverem uma vida cristã familiar, unidos à Igre-
ja, nessa situação? Estariam vivendo em peca-
do? Poderiam receber os sacramentos da confis-
são e da eucaristia? Podem ser padrinhos de ba-
tismo? Por que razão a Igreja tem normas tão
severas com relação ao matrimônio? Há casos
em que a Igreja reconhece a nulidade de um
casamento anteriormente celebrado? São muitas
as interrogações não só dos próprios casais, mas
também dos familiares e dos fiéis das nossas
comunidades. Para esclarecer todas essas ques-
tões é que o referido encontro foi feito. Agora é
hora de acolher esses casais em segunda união.
E não só os agentes da Pastoral familiar como
as próprias comunidades devem recebê-los,
com compreensão e amor, plenamente informa-
dos quanto aos ensinamentos e preceitos da
nossa Igreja para esses casos específicos.
AA oorriieennttaaççããoo ddaa IIggrreejjaa
Embora os casos de separação e novas uniões
tenham-se tornado mais frequentes, só agora é
que estamos acordando para esse debate. E a
orientação da Igreja sobre esse assunto já vai
completar 30 anos. Foi o Papa João Paulo II
quem trouxe clareza a essas situações que foram
chamadas de “casos especiais”, na Exortação
Apostólica “Familiaris Consortio”, de 1981.
Esse documento fala sobre a importância, a be-
leza e a missão da Família, invenção do próprio
Deus. Descreve, também, de forma muito pre-
cisa, todas as situações que envolvem as famí-
lias nos tempos de hoje, e que são irregulares
conforme a visão da Igreja, desde as uniões de
fato, sem nenhum compromisso oficial, nem ci-
vil nem religioso, às uniões realizadas só civil-
mente, e também àquelas em que houve o sa-
cramento do matrimônio, seguido de separação
e nova união somente civil. Estas últimas foram
chamadas pelo Papa de “casos difíceis”, pois
são irregularidades que nem sempre podem ser
conduzidas a uma solução adequada às normas
da Igreja. O papa João Paulo II afirma que os
casais em segunda união devem ser acolhidos.
Diz que “a Igreja existe para conduzir todos à
salvação, especialmente, os batizados. Ela não
pode abandonar esses irmãos, mas deve ofere-
cer-lhes meios de salvação”. Ele exorta toda a
Igreja, pastores e fiéis, a ajudá-los, como bati-
zados, a não se sentirem separados da Igreja. O
Santo Padre explica que a Igreja, fundamentada
AAGGOOSSTTOO//22001111
Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 88
na Sagrada Escritura, não pode admitir, aos que
contraíram uma segunda união, que recebam a
comunhão eucarística, porém “sejam exortados
a ouvir a Palavra de Deus, a frequentar o Sacri-
fício da Missa, a perseverar na oração, a prati-
car a caridade, a educar os filhos na fé cristã e a
implorar dia a dia a graça de Deus” (cf FC, 84).
Foi a partir da Exortação Familiaris Consortio
que a Igreja estruturou a Pastoral Familiar em
três grandes áreas: o setor pré-matrimonial, que
olha para a preparação do casamento, o setor
pós-matrimonial, que abrange o cuidado das
famílias já constituídas, os movimentos familia-
res, o atendimento pastoral às famílias e, por
último, o setor chamado de “Casos Especiais”,
que considera esse variado leque de situações
irregulares, ou que merecem um cuidado mais
atento da Igreja.
PPrriioorriiddaaddee RReeggiioonnaall
A Pastoral Familiar do Regional Sul II, que
abrange o Estado do Paraná, em sintonia com a
Comissão Episcopal Nacional para a Vida e a
Família, da CNBB, escolheu este último setor, o
dos “Casos Especiais” e, dentro dele, a acolhida
aos casais em segunda união, como prioridade
do Regional. Uma equipe de agentes da Pastoral
Familiar se dedicou a conhecer bem o assunto e,
a partir do início deste ano de 2011, começou a
percorrer as dioceses paranaenses, preparando
casais para acolher aqueles em situação irregu-
lar, que muitas vezes já frequentam as nossas
paróquias, ou que delas se afastaram por desco-
nhecimento ou preconceito. Essa equipe esteve
em União da Vitória, nos encontros diocesanos
de abril e de julho. O que se espera a partir des-
ses encontros? Primeiro, que os próprios casais
da Pastoral Familiar conheçam o que diz a Igre-
ja, pois, muitas vezes, andamos informados su-
perficialmente.
Segundo, que os casais em segunda união sin-
tam que a Igreja, mãe Misericordiosa, acolhe-os
e sustenta-os na fé e na esperança. Eles devem
conhecer quais os caminhos propostos pela
Igreja, para que sua situação seja regularizada,
se for possível. E, mesmo sendo isso impossí-
vel, conforme as circunstâncias, tenham consci-
ência de sua situação, e vivam unidos a Deus,
na convivência da Igreja e prática do amor
cristão.
EEuuccaarriissttiiaa,, ppoorr qquuee nnããoo??
Frequentemente esse é o ponto mais questiona-
do da orientação da Igreja. Os casais que estão
em situação irregular entendem como uma con-
denação e exclusão. Mesmo os agentes da
Pastoral Familiar questionam. É possível conci-
liar o acolhimento amoroso que a Igreja quer
oferecer a todos, e essa norma explícita? A
questão fundamental é a própria declaração de
Jesus – explícita também – sobre a indissolubi-
lidade do matrimônio (Mt 19,9). Quando os
casais compreendem as razões da Igreja, quan-
do compreendem mais profundamente o que
significa um sacramento, especialmente, a
Eucaristia e o Matrimônio, passam não só a
aceitar o que diz a Igreja, mas também a defen-
der o que ela ensina. A compreensão mais
profunda, que muitos cristãos infelizmente não
têm, é que dá lugar à dúvida. Isso é esclarecido
nos encontros, primeiro com os agentes de
pastoral, inclusive os sacerdotes, e depois com
os próprios casais em segunda união. Há uma
infinidade de bens que a Igreja dispõe àqueles
que querem participar dela. Há também restri-
ções, que preservam a sacralidade desses bens,
que os casais passam a defender, quando
compreendem bem o seu significado, pois não
representam uma condenação ou julgamento,
pois isso cabe somente a Deus. Há situações, é
certo, em que a Igreja pode reconhecer a não
existência do vínculo matrimonial anterior, e
isso também é um caminho que pode ser apon-
tado aos casais para voltar ao sacramento, se for
esse o caso.
EEssttaammooss aappeennaass ccoommeeççaannddoo
Apesar dos 30 anos da Familiaris Consortio,
somente agora a Igreja, sobretudo aqui no
Brasil e no Paraná, tem dado passos decisivos
no sentido de buscar um caminho de vida cristã
para os casais em segunda união. A prudência e
a profundidade da questão exigem esse cuidado.
A irresponsabilidade e a corrupção dos laços
familiares vêm sendo disseminadas escancara-
damente pela sociedade do prazer, do consumo
e da superficialidade, com grande prejuízo para
a humanidade. A Igreja não pode abrir mão de
sua função de mãe e mestra, pois hoje, ela é
AAGGOOSSTTOO//22001111
Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 99
quase a única voz e referência sólida, em defesa
do matrimônio natural, indissolúvel, entre ho-
mem e mulher, e testemunha de seu benefício à
convivência humana. As leis civis não favore-
cem mais uma compreensão do matrimônio de
acordo com a revelação das Escrituras. A
maneira como a nossa Igreja considera, com
seriedade, essa questão, pode ser de difícil
compreensão aos que estão já influenciados
pela cultura atual, que destrói os valores mais
enraizados. Por isso estamos ainda muito no
começo de um caminho que merece ser conhe-
cido, ampliado e valorizado por toda a nossa
gente.
Os casais que estão sendo preparados nesses
encontros diocesanos têm direito de ser instruí-
dos e conhecer plenamente a sua situação espe-
cial com relação à doutrina da Igreja. Terão,
após esse encontro, um roteiro de reuniões, de
oração e de estudo, para depois participar das
atividades normais da comunidade da Igreja,
sabendo que atividades podem realizar sem
constrangimento. Mas é preciso também que as
nossas comunidades estejam preparadas para
recebê-los com respeito, amizade e fraternidade,
e plenamente integrados na vida eclesial, sem
deixar que o preconceito impeça a boa convi-
vência eclesial, e sem deixar de cumprir consci-
entemente toda a orientação da Igreja.
Quero pedir aos leitores que participando das
nossas comunidades, troquem ideias sobre essa
realidade que ainda é difícil para muitos. Peço,
especialmente, aos sacerdotes e aos Conselhos
das Comunidades que, conhecendo bem as
normas da Igreja, com muita consciência, forta-
leçam o trabalho da Pastoral Familiar paroquial
e também da Pastoral Familiar Diocesana, que
se esforça para que esses nossos irmãos encon-
trem as portas e corações abertos, e louvem a
Deus por sua misericórdia e amor.
Dom João Bosco Barbosa de Sousa
Bispo de União da Vitória/PR
dbosco@dbosco.org
Brasil está entre os 10 países com mais inscritos para a
Jornada Mundial da Juventude CNBB
A informação foi divulgada na tarde de
quinta-feira, 7/jul, pela organização da Jornada
Mundial da Juventude 2011, em Madri, na
Espanha. A JMJ acontece dos dias de 16 a 21 de
agosto, com a participação do papa Bento XVI.
Até o momento, existem mais de 440 mil inscri-
tos, vindos de 182 países, o que constitui um
recorde na história das edições da JMJ, que
acontece desde 1985.
Além de Portugal e Brasil estão no grupo
dos 10 países com mais inscrições: Espanha,
Itália, França, Estados Unidos da América,
Alemanha, México, Polônia e Argentina.
AAGGOOSSTTOO//22001111
Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1100
««MMIISSSSAA ÉÉ CCOOMMOO UUMM PPOOEEMMAA,, NNÃÃOO
SSUUPPOORRTTAA EENNFFEEIITTEE NNEENNHHUUMM»»Por Alexandre Ribeiro
APARECIDA, domingo, 2 de dezembro de
2007 (ZENIT.org).- Ao defender o esmero
com as celebrações litúrgicas e a beleza como
uma «necessidade vital» que deve permeá-las,
a escritora brasileira Adélia Prado afirma que
«a missa é como um poema, não suporta enfei-
te nenhum».
«A missa é a coisa mais absurdamente poética
que existe. É o absolutamente novo sempre. É
Cristo se encarnando, tendo a sua Paixão, mor-rendo e ressuscitando. Nós não temos de botar
mais nada em cima disso, é só isso», enfatiza.
Poeta e prosadora, uma das mais renomadas
escritoras brasileiras da atualidade, Adélia
Prado, 71 anos, falou sobre o tema da lingua-
gem poética e linguagem religiosa essa quinta-
feira, em Aparecida (São Paulo), no contexto
do evento «Vozes da Igreja», um festival mu-
sical e cultural.
Ao propor a discussão do resgate da beleza
nas celebrações litúrgicas, Adélia Prado reco-
nheceu que essa é uma preocupação que a tem
ocupado «há muitos anos». «Como cristã de
confissão católica, eu acredito que tenho o de-
ver de não ignorar a questão», disse.
«Olha, gente – comentou com um tom de hu-mor e lamento –, têm algumas celebrações que
a gente sai da igreja com vontade de procurar
um lugar para rezar.»
Como um primeiro ponto a ser debatido, Adé-
lia colocou a questão do canto usado na litur-
gia. Especialmente o canto «que tem um novo
significado quanto à participação popular», ele
«muitas vezes não ajuda a rezar».
«O canto não é ungido, ele é feito, fazido, fa-
bricado. É indispensável redescobrir o canto
oração», disse, citando o padre católico Max
Thurian, que, observador no Concílio Vatica-
no II ainda como calvinista, posteriormente
converteu-se ao catolicismo e ordenou-se sa-
cerdote.
Adélia Prado reforçou as observações, enfati-
zando que «o canto barulhento, com instru-
mentos ruidosos, os microfones altíssimos,
não facilita a oração, mas impede o espaço de silêncio, de serenidade contemplativa».
Segundo a poeta, «a palavra foi inventada para
ser calada. É só depois que se cala que a gente
ouve. A beleza de uma celebração e de qual-
quer coisa, a beleza da arte, é puro silêncio e
pura audição».
«Nós não encontramos mais em nossas igrejas
o espaço do silêncio. Eu estou falando da mi-
nha experiência, queira Deus que não seja essa a experiência aqui», comentou.
«Parece que há um horror ao vazio. Não se
pode parar um minuto». «Não há silêncio. Não
havendo silêncio, não há audição. Eu não ouço
a palavra, porque eu não ouço o mistério, e eu
estou celebrando o mistério», disse.
De acordo com a escritora mineira (natural de
Divinópolis), «muitos procedimentos nossos
são uma tentativa de domesticar aquilo que é
inefável, que não pode ser domesticado, que é
o absolutamente outro».
AAGGOOSSTTOO//22001111
Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1111
«Porque a coisa é tão indizível, a magnitude é
tal, que eu não tenho palavras. E não ter pala-vras significa o quê? Que existe algo inefável
e que eu devo tratar com toda reverência.»
Adélia Prado fez então críticas a interpreta-
ções equivocadas que se fizeram do Concílio
Vaticano II na questão da reforma litúrgica.
«Não é o fato de ter passado do latim para a
língua vernácula, no nosso caso o português,
não é isso. Mas é que nessa passagem houve
um barateamento. Nós barateamos a lingua-gem e o culto ficou empobrecido daquilo que
é a sua própria natureza, que é a beleza.»
«A liturgia celebra o quê?» – questionou –. «O
mistério. E que mistério é esse? É o mistério
de uma criatura que reverencia e se prostra di-
ante do Criador. É o humano diante do divino.
Não há como colocar esse procedimento num
nível de coisas banais ou comuns.»
Segundo Adélia, o erro está na suposição de que, para aproximar o povo de Deus, deve-se
falar a linguagem do povo.
«Mas o que é a linguagem do povo? É aí que
mora o equívoco», – disse –. «Não há nin-
guém que se acerca com maior reverência do
mistério de Deus do que o próprio povo».
«O próprio povo é aquele que mais tem reve-
rência pelo sagrado e pelo mistério», enfati-
zou.
«Como é que eu posso oferecer a esse povo
uma música sem unção, orações fabricadas,
que a gente vê tão multiplicadas e colocadas
nos bancos das igrejas, e que nada têm a ver
com essa magnitude que é o homem, humano,
pecador, aproximar-se do mistério.»
Segundo a escritora brasileira, barateou-se o
espaço do sagrado e da liturgia «com letras
feias, com músicas feias, comportamentos vulgares na igreja».
«E está tão banalizado isso tudo nas nossas
igrejas que até o modo de falar de Deus a gen-
te mudou. Fala-se o “Chefão”, “Aquele lá de
cima”, o “Paizão”, o “Companheirão”.»
«Deus não é um “Companheirão”, ele não é
um “Paizão”, ele não é um “Chefão”. Eu estou falando de outra coisa. Então há a necessidade
de uma linguagem diferente, para que o povo
de Deus possa realmente experimentar ou bus-
car aquilo que a Palavra está anunciando», a-
firmou.
Para Adélia Prado, «linguagem religiosa é lin-
guagem da criatura reconhecendo que é criatu-
ra, que Deus não é manipulável, e que eu de-
pendo dele para mover a minha mão».
Com esse espírito, enfatizou, «nossa Igreja
pode criar naturalmente ritos e comportamen-
tos, cantos absolutamente maravilhosos, por-
que verdadeiros».
Ao destacar que a missa é como um poema e
que não suporta enfeites, Adélia Prado afir-
mou que a celebração da Eucaristia «é perfei-
ta» na sua simplicidade.
«Nós colocamos enfeites, cartazes para todo lado, procissão disso, procissão daquilo, pro-
cissão do ofertório, procissão da Bíblia, pal-
mas para Jesus. São coisas que vão quebrando
o ritmo. E a missa tem um ritmo, é a liturgia
da Palavra, as ofertas, a consagração… então
ela é inteirinha.»
«A arte a gente não entende. Fé a gente não
entende. É algo dirigido à terceira margem da
alma, ao sentimento, à sensibilidade. Não pre-cisa inventar nada, nada, nada», disse Adélia.
E encerrou declamando um poema seu, cujo
um fragmento diz:
“Ninguém vê o cordeiro degolado na mesa,
o sangue sobre as toalhas, seu lancinante
grito, ninguém”.
AAGGOOSSTTOO//22001111
Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1122
Num quarto modesto, o doente grave pedia si-
lêncio. Mas a velha porta rangia nas dobradiças
cada vez que alguém a abria ou fechava.
O momento solicitava quietude, mas não era o-
portuno para a reparação adequada, Com a pas-
sagem do médico, a porta rangia, nas idas e vin-
das do enfermeiro, no trânsito dos familiares e
amigos, eis a porta a chiar, estridente.
Aquela circunstância trazia, ao enfermeiro e a
todos que lhe prestavam assistência e carinho,
verdadeira guerra de nervos.
Contudo, depois de várias horas de incômodo,
chegou um vizinho, e colocou algumas gotas de
óleo lubrificante na antiga dobradiça, e a porta
silenciou, tranqüila e obediente.
A lição é singela, mas muito expressiva. Em
muitas ocasiões há tumulto dentro de nossos la-
res, no ambiente de trabalho, numa reunião
qualquer.
São as dobradiças das relações fazendo barulho
inconveniente; são problemas complexos, con-
fli-tos, inquietações, abalos... Entretanto na mai-
oria dos casos nós podemos apresentar a coope-
ração definitiva para a extinção das discórdias.
Basta que lembremos do recurso infalível de al-
gumas GOTAS DE COMPREENSÃO e a situ-
ação muda.
Algumas GOTAS DE PERDÃO acabam de i-
mediato com o chiado das discussões calorosas.
GOTAS DE PACIÊNCIA no momento oportu-
no podem evitar grandes dissabores.
GOTAS DE CARINHO penetram as barreiras
mais sólidas e produzem efeitos duradouros e
salutares.
GOTAS DE SOLIDARIEDADE E FRATER-
NIDADE podem conter uma guerra de muitos
anos.
É com algumas GOTAS DE AMOR que as
mães dedicadas abrem as portas mais emperra-
das dos corações confiados à sua guarda
São as GOTAS DE PURO AFETO que pene-
tram e dulcificam as almas ressecadas de espo-
sas e esposos ajudando na manutenção da con-
vivência duradoura.
Nas relações de amizade, por vezes algumas
GOTAS DE AFEIÇÃO são suficientes para lu-
brificar as dobradiças e evitar ruídos estridentes
da discórdia e da intolerância.
Dessa forma, quando você perceber que as do-
bradiças das relações estão fazendo barulho in-
conveniente não espere que o vizinho venha so-
lucionar o problema.
Lembre-se que você poderá silenciar qualquer
discórdia lançando mão do ÓLEO LUBRIFI-
CANTE DO AMOR, útil em qualquer circuns-
tância, e sem contra-indicação.
Não são necessárias grandes virtudes para lograr
êxito nessa empreitada. Basta agir com sabedo-
ria e bom senso. As vezes, são necessárias ape-
nas algumas GOTAS DE SILÊNCIO para con-
ter o ruído desagradável de uma discussão infe-
liz.
E se você é daqueles que pensa que os peque-
nos gestos nada significam lembre-se de que as
grandes montanhas são construídas de pequenos
grãos de areia.
AAGGOOSSTTOO//22001111
Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1133
Toda família tem seu filho preferido? FOLHA.COM - IARA BIDERMAN - DE SÃO PAULO
Você não faz diferença entre seus filhos. Menti-
ra, dizem psiquiatras, psicanalistas e psicólogos.
Como eles são do ramo e têm material para re-
fletir sobre as histórias de milhares de famílias
(tão iguais quanto diferentes da sua), não dá para
descartar essa opinião --como somos tentados a
fazer se um dos filhos reclama que o outro é o
queridinho.
"A maioria dos pais, se não todos, tem um filho
preferido", diz à Folha a psicóloga americana
Ellen Libby, do alto de sua experiência de 35
anos atendendo em consultório e no centro de
saúde mental da Universidade de Maryland.
"Mas são raros os que admitem isso", acrescenta
ela, que é autora do livro "The Favorite Child"
(sem edição em português).
Antes que algum pai ou mãe se sinta culpado, é
bom saber que para ela, como para outros espe-
cialistas ouvidos, não há nada de errado com a
preferência em si.
"A pessoa não gosta nem de si mesmo todo o dia
de forma igual, é impossível gostar igual de dois
filhos diferentes", diz o psiquiatra e psicanalista
Jorge Forbes.
Faz sentido, mas a lógica não é suficiente para
fazer com que pais ou mães se disponham a es-
cancarar esse assunto.
Para a terapeuta de família Tai Castilho, a difi-
culdade é criada por que acreditamos (ou que-
remos acreditar) nos mitos da família eterna-
mente feliz e do amor exclusivamente doador.
AMOR EM PARTES
Forbes complica um pouco mais as coisas, divi-
dindo o amor dos pais pelos filhos em duas par-
tes, uma indecifrável e outra compreensível.
"O indecifrável é um amor sem palavras, é a-
que-le que faz com que a pessoa dê sua vida pe-
lo outro. Hoje, é quase risível dizer que você
morreria pela revolução, mas não o é morrer
para um filho, coisa muito mais delicada e pró-
xima a você. O pai ou a mãe morrem por qual-
quer filho, é o amor que não distingue."
Desse ponto de vista, não conseguimos conceber
uma das crias como a preferida. Mas há outra
parte na divisão, a do amor compreensível. Tem
a ver com opções, gostos, comportamento.
"Todas essas características vão fazer com que
o pai ou a mãe tenham maior afinidade com um
ou outro filho. Afinidade quer dizer comparti-
lhar dos mesmos fins. Se gostamos dos mesmos
programas, vamos passar mais tempo juntos. Is-
so depende do gosto e não adianta reclamar,
porque é assim mesmo que é a vida."
Nessa parte, gostar igualmente de todos signifi-
caria que todos deveriam ser iguais. Algo que
não cabe mais no mundo moderno, segundo
Forbes.
"Hoje, valorizamos as diferenças. A primeira
negociação entre pais e filhos é legitimar as di-
ferenças."
Isso inclui reconhecer a preferência por passar
mais tempo conversando com um filho que gos-
ta dos mesmos temas que você ou ser menos
AAGGOOSSTTOO//22001111
Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1144
exigente com o que se compromete mais com as
coisas.
"Favoritismo é escolha, mas, na maioria das ve-
zes, é irracional: reflete nossas necessidades em
determinada época, depende de como o filho
responde a elas e da química que se forma entre
a criança e o adulto", diz Libby.
Escolher sem conseguir explicar racionalmente
os motivos incomoda. "Essa história de gostar
igual tira a culpa de reconhecer que você tem
maior afinidade por um filho", diz Castilho.
DRAMA PARA TODOS
E haja culpa. O escritor Milton Hatoum, autor
de "Dois Irmãos" (Cia. das Letras, 272 págs., R$
42,50) em que a preferência explícita da mãe por
um dos filhos gêmeos desencadeia o drama fa-
miliar, conta que já foi abordado por leitoras que
não conseguiram terminar de ler o livro.
"A escolha [do preferido] é um sofrimento para
a mãe, para o escolhido e para o preterido. É
um drama para todos e um dos grandes temas
do romance moderno."
Nem sempre termina em tragédia. Para Libby,
ser o queridinho ou queridinha de um dos pais
pode beneficiar a criança, aumentando sua auto-
estima, confiança e garra para atingir seus obje-
tivos.
A pergunta que não quer calar: se for assim, os
que orbitam em torno do favorito seriam desfa-
vorecidos no desenvolvimento da autoconfiança
e outros características desejáveis?
Segundo Libby, isso não acontece se, primeiro,
os pais forem honestos consigo mesmos e reco-
nhecerem as preferências; segundo, se estiverem
abertos para ouvir críticas quando estão privile-
giando demais um dos rebentos e, terceiro, esco-
lherem cada vez um filho diferente para ser o
queridinho.
"Cada filho nasce em um momento da história
do casal e da família. Dependendo do momento,
é mais fácil [para os pais] se identificar com um
bebê ou com uma criança mais crescida", diz
Castilho.
Uma boa estratégia, segundo ela, é falar para ca-
da um dos filhos que ele é o preferido. "Todo
mundo quer esse papel."
Até porque a posição traz vantagens imediatas.
O estudante Bruno Figueiredo dos Santos, 21, se
reconhece como o queridinho da mãe. "Sou mi-
mado [por ela] e gosto. O lado ruim são as go-
zações de meus irmãos."
Alessandro Shinoda/Folhapress
O estudante Bruno Figueiredo, 21, em sua casa em SP
A mãe, Ira Figueiredo dos Santos, 45, diz que os
irmãos Rafael, 23, e Luisa, 13, têm essa mania.
"Dizem que só faço algumas coisas para o Bru-
no. Ele foi caçula por sete anos, o mais novo
sempre tem um mimo à parte."
Mas há, na família, outros prediletos. Se Bruno é
o da mãe, Rafael é apontado como preferido do
pai. Já a mais nova é a favorita de todos, dizem
eles. "Até a cachorra mima a Luisa", diz o pai, o
economista Januário Figueiredo dos Santos, 51.
Dar atenção ao que os outros filhos estão dizen-
do, mesmo em brincadeiras, é uma forma de a-
justar os excessos que podem anular os benefí-
cios de ser o preferido.
Excessivo é, por exemplo, ter sempre o mesmo
filho e só um dos pais como atores fixos e quase
eternos do relacionamento privilegiado.
"Quando a posição é fixa, o preferido, seus ir-
mãos e os pais perdem a possibilidade de expe-
rimentar outros papéis e crescer", diz a psicana-
lista Leda Bolchi Spessoto.
AAGGOOSSTTOO//22001111
Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1155 Alessandro Shinoda/Folhapress
A estudante Fernanda Macedo, 20, na sala de sua casa em SP
Muitas vezes, é mais fácil para aquele que não é
o predileto tornar-se independente. Isso é uma
das poucas vantagens que a estudante Fernanda
Macedo, 20, reconhece em sua situação. Ela a-
firma que sua mãe prefere a outra filha, mais ve-
lha. Mariângela, a mãe, insiste que não é uma
questão de privilégios, mas que afinidades exis-
tem.
PREJUÍZOS
Ellen Libby afirma que, na maioria das famílias,
não são as preferências "naturais" que vão causar
problemas para os filhos na vida adulta.
"O prejudicial é quando o filho escolhido tem o
papel de preencher um vazio do adulto e substi-
tuir o companheiro do pai ou da mãe. É o antigo
mito de Édipo, que mata o pai e se casa com a
mãe, ou sua contrapartida feminina, Electra."
Outro prejuízo é a transformação do queridinho
em uma pessoa manipuladora e que se acha no di-
reito de receber tudo, sem dar nada em troca.
"A criança preferida é a que dá prazer ao adulto
que mais a interessa. Aprende a agradar para ter
mais privilégios e menos deveres", afirma a psicó-
loga Libby.
Se a escolha do filho favorito é o reflexo de um
narcisismo exagerado dos pais, sobra problema pa-
ra todo mundo, diz Forbes.
"É quando o adulto só consegue manifestar cari-
nho para aquele filho que é seu espelho. O filho
que não recebe atenção causa 'problemas' e é vis-
to pelos pais como retrato do próprio insucesso."
III Encontro de casais em
segunda união da Diocese de Campo Mourão
Algumas fotos do encontro que aconteceu domingo dia 17 de julho, com os casais em segunda união, que participaram do retiro em maio.
AAGGOOSSTTOO//22001111
Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1166
Está disponível, na INTERNET, o curso "Famí-
lia, torna-te aquilo que és". Destinado a ajudar
cada pessoa a cuidar de si, de sua família e ainda
ajudar outras famílias. O curso é constituído de 3 partes. Cada parte tem
cerca de 30 aulas em vídeo, com apostila, avalia-
ção,
Este é um serviço à família e à Pastoral Familiar,
através da formação de agentes.
Inscrições abertas
Período de acesso: 1 mês
Carga Horária: 14h30min
Esta etapa é focada na formação cognitiva, ou
seja, no conhecimento da realidade da vida, da
família e dos relacionamentos. A família, suas
dificuldades e as conseqüências de não cumprir
o seu papel, a ajuda necessária para a família;
quem pode ajudar; a Pastoral Familiar e sua
implantação na paróquia; documentos básicos e
defesa da vida, com o objetivo de esclarecer o
que é a Pastoral Familiar, suas atividades e ser-
viços e alertar sobre as situações que ameaçam a
defesa de vida.
CCoonntteeúúddoo PPrrooggrraammááttiiccoo
1. Família, bem precioso a ser preservado.
1.1 Homem e mulher, imagem de Deus
1.2 A família é projeto de Deus
1.3 A família tem dificuldades de existir
1.4 A família tem dificuldade de cumprir o
seu papel
1.5 A família planejada por Deus e seus fru-
tos
1.6 A família fragilizada e suas consequên-
cias
1.7 Que ajuda é necessária para a família?
1.8 Quem é convocado a ajudar a família?
1.9 Como você pode ajudar a sua e outras
famílias (como ser um agente de pastoral
familiar)?
1.10 A pastoral familiar: serviço da Igreja
para ajudar a família
1.11 Como implantar a pastoral familiar na
paróquia?
1.12 Documentos básicos para os agentes de
pastoral familiar
2. Família e Defesa da Vida
3. Vida X Aborto
4. Recursos e estratégias para a defesa da vida
Inscrições abertas
AAGGOOSSTTOO//22001111
Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1177
Período de acesso: 1 mês
Carga Horária: 11 horas
Nesse etapa são abordados temas e aprendizados
cognitivos, sobretudo os comportamentais que
são importantes para relações de qualidade, tais
como o amor de Deus, a dignidade humana e o
sacramento do matrimônio, levando a aprofun-
dar e elevar a qualidade dos relacionamentos
huma-nos.
CCoonntteeúúddoo PPrrooggrraammááttiiccoo 1. Conteúdo de ajuda à família
1.1 O que são os conteúdos de ajuda à
família?
2. Sustentação dos relacionamentos
2.1 A proximidade com Deus
2.2 A dignidade humana
3. O edifício dos relacionamentos
3.1 Relacionamentos próximos
3.2 Afetividade nos relacionamentos
4. A família planejada por Deus
4.1 O matrimônio
4.2 A família
Inscrições abertas
Período de acesso: 1 mês
Carga horária: 7 horas.
Nesta Parte 3 do curso são pormenorizados: con-
ceito, estrutura e funcionamento da Pastoral
Familiar; os setores Pré, Pós - Matrimonial e
Casos Especiais com suas abrangências; os prin-
cipais recursos humanos, materiais e metodoló-
gicos; organicidade e articulações pastorais.
CCoonntteeúúddoo PPrrooggrraammááttiiccoo 1. Chamado de Deus
2. Pastoral Familiar
2.1 Visão Global e setores
2.2 Finalidades, perfil e conceitos
2.3 Agentes
2.4 Organicidade e articulação
2.5 Ambientes de trabalho
3. Setor Pré-matrimonial
3.1 Preparação remota e geral
3.2 Preparação próxima
3.3 Celebração
4. Setor Pós-matrimonial
4.1 Oportunidades de trabalho
4.2 Acompanhamento
4.3 Tempos e temas especiais
5. Setor Casos Especiais
5.1 Desafios gerais e atualizações
5.2 Evangelização e situações irregulares
5.3 Diretrizes para evento inclusivo
MMeettooddoollooggiiaa
Utilizamos padrão de alta qualidade técnica e de
conteúdo abordado de forma ampla, dinâmica e
eficaz para o aprendizado.
Todo o conteúdo das aulas é disposto em vídeo,
garantindo o dinamismo da aula e o total poder
de acompanhamento por parte do aluno e, con-
sequentemente, seu maior aproveitamento do
conteúdo abordado.
Além disso, os materiais didáticos (compostos
de apostilas e materiais de apoio) referentes à
aula assistida são disponibilizados ao aluno para
download.
A maior aliada em nossos cursos é a internet e a
utilização desta ferramenta garante uma grande
flexibilidade de tempo, de acordo com as possi-
bilidades do aluno.
Este curso possui a possibilidade de
download da apostila.
AAGGOOSSTTOO//22001111
Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1188
Este curso possui perguntas para autoavali-
ação.
Este curso possui tutoria.
OOrriieennttaaddoorreess
JJooããoo BBoossccoo ee EEuunniiddeess
FFOORRMMAAÇÇÃÃOO AACCAADDÊÊMMIICCAA
JJooããoo BBoossccoo LLuuggnnaannii
Professor aposentado da Universidade
Federal do Paraná
Doutor em Fotogrametria pela Universi-
dade de New Brunswick, Canadá
AAppaarreecciiddaa EEuunniiddeess GGaallllii LLuuggnnaannii
Professora aposentada da Universidade
Tecnológica Federal do Paraná.
Mestre em Educação pela Universidade
de New Brunswick, Canadá.
Casados em 14 de outubro de 1969, quatro fi-
lhos, 6 netos.
AAttiivviiddaaddeess nnaa IIggrreejjaa
A partir de 1980, atividades com movi-
mentos familiares.
A partir de 1982, Pastoral Familiar da
Pa-róquia; em seguida na Coordenação
Ar-quidiocesana de Pastoral Familiar,
em Curitiba, com Dom Pedro Fedalto.
Em 1992, à convite de Dom Pedro Fedal-
to, na fundação e coordenação do Institu-
to de Pastoral da Família – (Projeto da
Comissão Nacional de Pastoral Fami-
liar, Setor Família, da CNBB) – o qual
presidiram por vários mandatos.
De 1992 a 1994, coordenação da Pastoral
Familiar do Regional Sul 2 – Paraná.
Responsáveis pela produção de subsídios
e criação dos Cursos Intensivos Presenci-
ais de formação de multiplicadores do
Instituto Nacional da Família e da Pasto-
ral Familiar - (INAPAF).
PPuubblliiccaaççõõeess rreellaacciioonnaaddaass aaoo tteemmaa
ffaammíílliiaa
Autores de 15 dos 34 módulos de ensino
do INAPAF em sua fase inicial e dos
módulos da nova fase do INAPAF.
Autores dos 4 manuais para formação de
agentes multiplicadores presenciais do
INAPAF.
Autores dos textos “Hora da Família”, da
Comissão Nacional da Pastoral Famili-
ar”, por 6 anos consecutivos.
Articulistas das revistas “Ave Maria” e
artigos diversos em outras mídias, sobre
família e pastoral familiar.
Responsáveis designados pela Comissão
Episcopal
PPaassttoorraall ppaarraa::
“Vida da Família”.
Projeto EAD, de cooperação entre Co-
missão Episcopal Pastoral Vida e Famí-
lia e TV Século 21, Curso à Distância
“Família Torna-te aquilo que és”
Participação em debates e entrevistas di-
versas em rádio e TV.
Participações, a convite e com trabalhos,
em Congressos de Pastoral Familiar.
Veja mais informações no link: http://www.eadseculo21.org.br/ead/default.aspx?opcao=visualizarCategoria&ID=7&tipo=3
IInnvveessttiimmeennttoo
Cada curso: R$ 39,90 a vista ou em até 7 vezes.
AAGGOOSSTTOO//22001111
Pastoral Familiar – CNBB – Regional Sul 2 1199
II SEMINÁRIO DE PROMOÇÃO E DEFESA DA
VIDA - ARQUIDIOCESE DE LONDRINA
Realizou-se na Arquidiocese de Londrina, no
dia 09 de julho, o II Seminário de Promoção de
Defesa da Vida. Motivado pela passagem bíblica
do livro de Romanos 12,2: “Não vos conformeis
com este mundo”, teve como objetivo aprofun-
dar os seguintes temas: a) A vida no debate
político brasileiro; b) A Cultura da Vida contra a
Cultura da Morte; c) Homossexualismo:
eliminando preconceitos.
A vida no debate político brasileiro foi o
tema abordado pelo Professor Hermes
Rodrigues Nery que é Coordenador da Comis-
são Diocesana em Defesa da vida e do
Movimento Legislação e Vida, da Diocese de
Taubaté, São Paulo. Ressaltando a missão profé-
tica da Evangelium Vitae enfatizou: “Através da
permissividade legislativa, os poderes constituí-
dos vêm aprovando leis contra a vida: descri-
minalizando o aborto, autorizando a eutanásia,
permitindo o uso de embriões humanos em
pesquisas científicas, ferindo a dignidade sacra-
mental do matrimônio ao legitimar uniões do
mesmo sexo, com o direito de adoção de crian-
ças, negando assim o direito à criança da insubs-
tituível e imprescindível paternidade e materni-
dade, indispensável à formação integral da
pessoa humana. Por isso a Evangelium Vitae
buscou sensibilizar os governantes e legisladores
não apenas a elaborar e aprovar leis em favor da
vida, como a sociedade de um modo geral a
colocar-se ao lado da vida, na defesa do nascitu-
ro, do portador de necessidade especial, dos
idosos, enfim, dos mais fragilizados do mundo,
pois o que a Igreja quer é a vida para todos.”
Traçando um roteiro histórico, demonstrou a
trajetória planejada de se promover uma profun-
da revolução da cultura e da moral e que vem se
estabelecendo no Brasil nos últimos 30 anos.
Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, bispo da Di-
ocese de Guarulhos-SP, trouxe uma reflexão
sobre a Cultura da Vida contra a Cultura da
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Morte, mencionando a violência contra juven-
tude, a vida difícil de muitos trabalhadores que
são privados do convívio familiar como conse-
quência da ineficiência do serviço de transporte
público, nos grandes centros.
Ao mencionar sobre a laicidade do Estado,
foi enfático ao dizer que é muito salutar que
cada um assuma o seu papel e sem interferên-
cias, porém a igreja jamais se calará quando a
dignidade do ser humano estiver ameaçada e
criticou aqueles que ao assumirem posições
públicas por eleição (principalmente os cristãos
que se dizem engajados), para defenderem seu
espaço político acabam por transgredir valores e
princípios.
Ressaltou o valor da vida e principalmente o
posicionamento do cristão diante dos desafios,
que não devem se calar e muito menos se
intimidar perante as ameaças. Testemunhou sua
atuação contra a descriminalização do aborto e
as represálias que sofre por assumir publicamen-
te esta posição e promover ações que denunciam
esta problemática.
O tema: Homossexualismo: eliminando
preconceitos, foi abordado pelo Pe Rafael Sola-
no Durán, Reitor do Seminário Paulo VI e
assessor da Comissão de Promoção e Defesa da
Vida de Londrina, segue um trecho de suas
palavras.
“Muito se tem falado ultimamente sobre este
assunto. As abordagens passam pelas mais
diversas correntes; e como muitos ainda preten-
dem insistir é um tema complexo e de muito
cuidado. O que tem a dizer esta realidade para
nós, membros da Igreja de Londrina?; Qual
deverá ser nossa atitude no dialogo com a cultu-
ra contemporânea?; Como podemos falar sobre
este tema sem ofender, ferir ou agredir
ninguém?.
Primeiramente o que devemos fazer é romper
dois preconceitos e esclarecer termos.
Não se pode falar de homossexualismo e
homossexualidade como se fossem duas realida-
des idênticas. Precisamos descobrir o verdadeiro
significado das duas e assim entender qual é o
posicionamento do Magistério da Igreja. O
homossexualismo envolve antes de mais nada
um comportamento, uma atitude ou forma de
ser, das pessoas que além de se sentirem
inclinadas por outras pessoas do mesmo sexo;
propiciam relacionamentos promíscuos, contra a
natureza e de forma implícita partilham as
manifestações da cultura gay. Neste sentido
todos os atos homossexuais se caracterizam pelo
prazer desordenado egoísta e possessivo
daqueles que os praticam.
De outro lado a homossexualidade entendida
como comportamento, pode ser explicita ou
tendenciosa. Muitas pessoas por razões e
circunstâncias adversas as suas vidas, tiveram
alguma relação homossexual, viveram dentro de
uma cultura que propiciou alguns rasgos explíci-
tos para ter este comportamento. De certa forma
muitos e muitas que vivem o drama da homos-
sexualidade o vivem ou porque não souberam
como chegaram até lá; ou porque viveram
momentos difíceis dentro do seu processo de
desenvolvimento. Muitos homossexuais que não
fazem parte da cultura gay lutam diariamente
para poder descobrir o caminho que os conduza
de novo a uma vida afetiva e sexual normal; pois
descobrem que sua tendência homossexual pode
ser superada.
Constantemente ouvimos estas pessoas
dizerem: “Onde foi que eu errei”, por que sou
homossexual; será que eu nasci assim? Muitas
destas perguntas emergem no dia a dia das
nossas relações familiares, paroquiais, acadêmi-
cas e pastorais.
Um segundo preconceito que devemos vencer
é se o homossexualismo é determinado geneti-
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camente; ou se é o resultado da educação, do
meio ambiente no qual a pessoa é criada.
Tenho estudado duas grandes figuras. Que
me ajudam a compreender o sentido destes
questionamentos. A primeira, uma psicóloga
Americana chamada Judith Harris; a segunda, o
teólogo Italiano Livio Melina.
Para Harris o termo homossexualidade é
equivoco, pois muitos que praticam atos contra a
natureza não são homossexuais, mas obtêm
prazer nas relações esporádicas com pessoas do
mesmo sexo ou do outro sexo. Estes poderiam
ser chamados de homoafetivos, bissexuais ou
heterossexuais com sérios distúrbios psíquicos
comportamentais. Harris tende a valorizar as
vivencias “fora” do ambiente e da família no
sentido estrito. Para este tipo de pessoas o
normal é ser como elas são. E é precisamente o
que hoje segundo a psiquiatra, a sociedade
pretende apresentar e decidir, que as relações
homossexuais ou sexualmente desordenadas
podem acontecer de forma constante, quer
disser. Estabelecendo uma família, ou de forma
esporádica quer disser. Propiciando o gozo
sexual. Na visão desta psiquiatra a sociedade
perdeu a noção de respeito e pudor da corporei-
dade e da personalidade que está composta do
respeito anímico que cada ser humano possui
seja qual for sua tendência sexual. Todos os
seguidores desta corrente chegam a um ponto
em comum: não há uma única causa quanto ao
que determina o homossexualismo.
Para Melina, os atos homossexuais devem ser
analisados e avaliados desde a liberdade que a
pessoa possui para decidir e escolher aquilo que
lhe fará sempre bem. Se os atos morais que
realizamos estão em consonância com a nossa
consciência; quais os elementos suficientes que
nos permitiriam afirmar que tais atos são bons;
sendo que carecem em toda a sua estrutura de
razão e faculdade? A Igreja reconhece a luz da
Revelação que só na vida conjugal entre um
homem e uma mulher pode se considerar um ato
sexual reto e digno. Precisamente por isso os
atos homossexuais eliminam a dignidade do que
para a moral cristã é central na vida sexual dos
cônjuges. A acolhida que um manifesta para o
outro em liberdade. O encontro de uma pessoa
com a outra se expressa no respeito que uma tem
pelo corpo da outra. Nos atos homossexuais não
existe esta reciprocidade. Podemos nos pergun-
tar então; até onde os atos homossexuais como
tal podem causar beneficio a uma pessoa.
Em nenhum momento a Igreja tem rejeitado,
denegrido ou se afastado dos homossexuais. A
cada um e a cada uma lhe é oferecido o carinho
e o respeito devidos; assim como também o
anúncio da Boa Nova de Jesus na proposta da
castidade e da abstinência de qualquer tipo de
ato que possa escravizar ou reduzir sua dignida-
de de filho e filha de Deus.
Deixemos de lado atitudes egoístas e cô-
modas, e tratemos do tema; em casa, nos nossos
grupos de reflexão, nas comunidades paroquiais,
nos seminários em fim. Tentemos descobrir qual
deve ser a nossa fraterna e solida postura frente
a este desafio que temos. Não podemos nos
omitir, nem muito menos virar as costas a um
mundo que nos questiona e com justa razão nos
pergunta o que pensam os cristãos a este respei-
to.”
Agradecemos a Deus, pelo êxito do even-
to. Agradecemos também a participação de to-
dos que estiveram conosco, aprendendo e re-
fletindo, em especial àqueles que vieram de ou-
tras cidades e dioceses.
Que Deus, nosso Pai Criador, nos dê sempre
o ardor necessário para viver o Evangelho da
Vida! Cristian e Wilton
Comissão de Promoção e Defesa da Vida Arquidiocese de Londrina-PR
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