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SOBREAVISONORMATIZADO
sobreavisoNORMATIZADO
Boletim Médico
Médico Sindicalizado é Médico Representado
Envelopamento fechado pode ser aber to pela Ect.
www.simesc.org.br - simesc@simesc.org.br - Rua Coronel Lopes Vieira, 90 - Fpolis/SC - 88015-260Informativo do Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina - out/nov/dez 2008 - nº 123
GERALMovimentos contra as
privatizações nos serviçospúblicos de SC
Página 12
ESPECIALAs Organizações Sociais
e a gestão da Saúde PúblicaPáginas 22 e 23
ENTREVISTADr. Geraldo Alves da Silva, secretário regional do SIMESC em Blumenau desde 2006, fala dos reflexos da Resolução do CFM nº.1834/2008 no regimento interno dos hospitais Páginas 04 e 05
Mais uma conquista da categoria médica
DIRETORIAS REGIONAIS DO SIMESCBalneário Camboriú: Presidente - Renato C. VargasSecretário - Delmo DumkeTesoureiro - Pedro Alves Cabral FilhoBlumenau: Presidente - Egídio NegriSecretário - Geraldo Alves da SilvaTesoureiro - Celso Carvalho BernardesBrusque: Presidente - André KarnikowskiSecretário - Manuel Domingues ParenteTesoureiro - Rudimar Fernando dos ReisCaçador: Presidente - Cláudio Rogério AraldiSecretário - Pedro Roman RosTesoureiro - Eduardo Barbosa LopesCanoinhas: Presidente - Saulo Pinto SabatiniSecretário - Elói José QuegeTesoureiro - Edson Flávio CollaCentro Oeste: Presidente - Gilmar KrukerSecretário - Jonas MedeirosTesoureiro - Auredy Sella AguiarChapecó: Presidente - Gerson Teixeira ZanussoSecretário - Ana Beatriz Sengik SaezTesoureiro - Lucinda FernandesExtremo Oeste: Presidente - Romar Pagliarin JuniorSecretário - Miguel Neme NetoTesoureiro - Cláudio Demetro GraciolliItajaí: Presidente - Mauro César Azevedo MachadoSecretário - Tharnier ZaguiniTesoureiro - Márcio Azevedo MoraesJaraguá do Sul: Presidente - Maxwell Jorge de OliveiraSecretário - Rogério GuindaniTesoureiro - Lúcia Tabin de OliveiraJoaçaba: Presidente - Hotone DallacostaSecretário - Edimar SolanhoTesoureiro - Paulo Roberto Barbosa Albuquerque
Joinville: Presidente - Hudson Gonçalves CarpesSecretário - Marcelo PratesTesoureiro - Suzana de AlmeidaLages: Presidente - Fabiano Marcos BrunSecretário - Rodrigo Santos RamosTesoureiro - Edson Hollas SubtilLaguna: Presidente - Vilberto Antônio FelipeSecretário - Jair Paulo SchuhTesoureiro - Airto Aurino FernandesMafra: Presidente - Gabriel KubisSecretário - Norberto RauenTesoureiro - Denis Griep CarvalhoMédio Vale: Presidente - Ronaldo BachmannSecretário - Alfredo NagelTesoureiro - Roberto Amorim MoreiraRio do Sul: Presidente - Marcos Luiz Franzoni Secretário - Alexandre Castro RoblesTesoureiro - Sérgio de Moura Ferro SilvaSão Bento do Sul: Presidente - Iara M. MarasciuloSecretário - Marluce da Costa MelloTesoureira - Maria da Conceição AzedoTubarão: Presidente - Ilson Ávila DominotSecretário - Vendramin Antônio SilvestreTesoureiro - Akilson Ruano MachadoVideira: Presidente - Agostinho Júlio BernardiSecretário - Jorge Antônio Lopes OliveiraTesoureiro - Carlos Eduardo WaltrickXanxerê: Presidente - Flávio FilappiSecretário - Luiz Felipe Diniz FagundesTesoureiro - Paulo Sérgio de Almeida Peres
Publicação do Sindicato dos Médicos do Estado de SCTiragem: 8.000 exemplaresR. Coronel Lopes Vieira, 90 | Fpolis/SC | 88.015-260Fone: 48 3223.1030 | 3223.1060 | Fax: 48 3222-9279CNPJ: 83863787/0001-42 | www.simesc.org.br Email: simesc@simesc.org.brJornalista Responsável: Simone Bastos SC 02095-JPFotos: Simone Bastos, Uiara Zilli, arquivo SIMESC, Denise Teixeira e Istockphoto.Editoração e Capa: Júlia Cristina Brancher SonciniImpressão: Odorizzi Editora e GráficaColaboradores: Terezinha Koerich, funcionários e diretores do SIMESC
Presidente: João Pedro Carreirão Neto | Vice-pre-sidente: Vânio Cardoso Lisboa | Secretário Geral: César Augusto Ferraresi | 1º Secretário: Odi José Oleiniscki | 2º Secretário: Zulma Sueli Carpes da Na-tividade | Tesoureiro Geral: Leopoldo Alberto Back | 1º Tesoureiro: João Batista Bonnassis Jr | Diretores: Im-prensa/Divulgação: Fábio Cabral Botelho | Relações Intersindicais: Jolnei Hawerroth | Assuntos Sócio-culturais: Anamar Lúcia Brancher | Assuntos Ju-rídicos: Sidney Pereira Dachi | Adjunto de Assuntos Jurídicos: Alexandre Horn Vianna | Formação Sindi-cal e Sócio Econômico: Evandro Luz Maier | Saúde do Trabalhador: Renato César Lebarbenchon Polli | Patrimônio: Valdete da Silva Sant’Anna | Informática: Tanise Balvedi Damas | Apoio ao Graduando: Eliana de Oliveira Lopes Nunes | Apoio ao Pós-graduando: Amanda Ibagy | Conselho Fiscal: Titulares: Paulo Márcio da Silveira Brunato; Gladimir Dalmoro; Luiz Leitão Leite, Suplentes: Sérgio Wilson Duwe; Cícero Fernando Stahnke; Ana Cristina Vidor.
EXPEDIENTE
DESPESAS COM SAMU SÃO REJEITADAS
SUMÁRIO
A Regulamentação da Atividade Médica03SIMESC obtém remuneração para Diretor Técnico06A crise é grave, mas o Brasil tem recursos para enfrentá-la bem07Geral 08
Regionais13
AGO aprova prestações de contas e elege diretores regionaisRDP reúne diretores na CapitalDespesas com SAMU são rejeitadasAssembléia Geral de Médicos estipulou prazo para cumprimento da GDPMCAOS EM SÃO JOSÉ: Médicos do município denunciam a falta de condiçõesde trabalho e o atraso dos saláriosMovimentos contra as privatizações nos serviços públicos de SC
Diretores visitam o curso de medicina de Tubarão e apresetam o Sindicato aos futuros médicosAssessoria jurídica do SIMESC participou da reunião do Corpo Clínico do Hospital Santa CatarinaRegional do SIMESC em São Bento do Sul e AMCET cobram do Prefeito Eleito reinvindicações da categoria
Expressas 18Regulamentação da Assistência Jurídica do SIMESCNovos DiretoresNota da FalecimentoSIMESC agradeçe a presença das DiretoriasSIMESC participa do novo Conselho Municipal de SaúdeDe olho no Leão: Imposto de Renda 2009FENAM decide desfiliar-se da CNPL e da CUTNova diretoria da FMSB foi eleita e empossada durante assembléia da entidadeFEMESC de 2009 será em TimbóAposentadoria especial para atividade insalubre
Novos filiados21As Organizações Sociais e a gestão da Saúde Pública22FENAM24Prestação de Contas25SIMESC Recomenda26Sindicato Presente / Agenda27
SOBREAVISO MÉDICO SOB A ÓTICA DA RESOLUÇÃO DO CFM Nº. 1.834/2008
REGULAMENTAÇÃO DA ASSISTÊNCIA JURÍDICA DO SIMESC
Mais uma conquista da categoria médica
18
12
15SOBREAVISO NORMATIZADO
04
EDITORIAL
O denominado trabalho em regime de sobreaviso na atividade médica, com a edição da Resolução nº. 1.834, do Conselho Federal de Medicina, em 21 de fevereiro de 2008 e já transcorridos os 180 dias previstos para as adequa-ções, ganhou um importante apoio na sua implementação e na própria regu-lamentação. Destaca-se da resolução, a reafirmação do regime de trabalho e como tal deve ser remunerado, e tam-bém por, finalmente, impedir que regi-mentos de corpos clínicos possam determinar a obrigatoriedade na partici-pação de escalas de sobreaviso, inde-pendentemente de remuneração. Esse impedimento é o principal responsável pelo movimento de resistência oferecida pelos contratantes de serviços, contrári-os à resolução. Esses contratantes, até então, através de ações protelatórias e justificativas fundamentadas no financia-mento, aproveitavam-se dos regimentos com cláusulas de obrigação, para obter a prestação dos serviços sem remunera-ção. Assim, somente com leis que regu-lamente a atividade e, em especial o tra-balho médico, o sobreaviso, os plantões, as jornadas de trabalho e serviços de urgência, entre outros, poderá o exer-cício da profissão ser livre. Que não se confunda com o conceito liberal do exer-cício. “Seremos escravos da lei para que possamos ser livres (Cícero)”. Por que tantas dificuldades para regulamentar as atividades médicas? Após 20 anos, a Constituição Brasileira ainda possui dispositivos que carecem de regulamen-tação e outros que parecem ter sido esquecidos. A aposentadoria especial por atividade insalubre para servidores públicos enquadra-se na primeira situa-ção. As jornadas de trabalho do médico na segunda. No capítulo II, dos direitos sociais, no artigo 7º, o inciso XIII esta-belece: duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensa-ção de horários e a redução da jornada,
mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho. E no inciso seguinte (XIV) lê-se: jornada de seis horas para o tra-balho realizado em turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação cole-tiva. Na atividade médica, nos regimes de plantões, as jornadas superam em muito a duração prevista, principalmente por estar caracterizado como trabalho realizado em turnos ininterruptos de revezamento. E cabe enfatizar que em razão das jornadas serem de 20 horas semanais, na maioria das vezes, pode-se deduzir o tamanho da infração consti-tucional. A constituição não é respeitada e as interpretações são amplas e mui-tas vezes controversas. Uma revisão das decisões dos tribunais trabalhistas e até uma simples leitura de súmulas é suficiente para constatar a afirmativa. O regime de sobreaviso foi regulamen-tado para os ferroviários em 1943, para os petroleiros em 1972 e para os aero-nautas em 1984. É incompreensível que não tenha sido regulamentado para os médicos até hoje, mesmo tratando-se de atividade antiga e essencial, cuja necessidade de assistência imediata à sociedade é inquestionável. Então o que dizer das jornadas de trabalho que ultra-passam a duração máxima? E os interva-los entre jornadas,o repouso ou intervalo intra-jornadas, as jornadas extenuantes, as situações de risco, os tipos de locais de trabalho, para citar apenas os mais conhecidos, quando terão a atenção devida e a necessária regulamentação? Os projetos de lei sobre piso salarial do médico e sobre a atividade médica tramitam com todas as dificuldades e raramente avançam. A lei que trata do piso salarial do médico é de 1961, está ultrapassada e até o momento, nenhum projeto conseguiu alterá-la. A profissão médica ainda não foi regulamentada, em que pese a quantidade de leis que de al-guma forma abordam a atividade médica. Espera-se que o projeto de lei 7703/06 que trata da regulamentação da profis-
são médica possa, em 2009, sem emen-das, finalmente ser aprovado e sancio-nado pelo Presidente da República. As entidades e os profissionais também de-vem fazer a sua parte. Em nome de um exercício liberal da profissão, os médi-cos aceitam utilizar estabelecimentos de saúde para atendimento de seus pa-cientes e, em troca, obrigam-se a cum-prir escalas de sobreaviso, de plantão, horários pré-determinados e freqüência, respeito aos regulamentos existentes e até investimentos nos serviços. Altivez, ignorância ou ingenuidade! Um quase empregado sem direitos, mas pleno de obrigações, que ainda demonstra inse-gurança e dúvidas entre exigir relações formais de trabalho ou agradecer à instituição que abriga suas atividades. A organização dos médicos nos locais de trabalho e o apoio das entidades médi-cas são fundamentais para a normatiza-ção do sobreaviso ou para pelo menos estabelecer remuneração justa. O sindicato é a entidade legalmente re-presentativa da categoria profissional dos médicos e, portanto, apta a encaminhar as reivindicações e propor os acordos coletivos com os tomadores de serviços, mas a participação dos profissionais é indispensável. Com prudência, mas com firmeza, de forma organizada, os médi-cos precisam debater a questão, rever situações em que o vínculo trabalhista deve ser a proposição mais adequada e que no regime de sobreaviso estabeleça negociações apoiadas nas decisões co-letivas, documentadas, protocoladas e encaminhadas de forma a possibilitar a realização dos acordos. O cumprimento da resolução depende apenas da ca-tegoria médica, ainda que possam existir ações contrárias a ela. Sobreaviso médi-co sem remuneração deve fazer parte do passado.
Dr. João Pedro Carreirão NetoPresidente do SIMESC
A REGULAMENTAÇÃO DA ATIVIDADE MÉDICA
ENTREVISTA ESPECIAL
SOBREAVISO MÉDICO SOB A ÓTICA DA RESOLUÇÃO DO CFM Nº. 1.834/2008
O que acha da Resolução do CFM nº. 1.834/2008?
Na minha opinião, consolida uma prática médica que vem sendo re-alizada até hoje de forma gratuita, passada somente como dever do médico, ou seja, uma obrigação. Mas, como estamos no Brasil, um país que não gosta de cumprir leis, essa prática tem se tornado um tormento para grande parte dos colegas que participam. Muitas obrigações são re-passadas em acordos políticos entre hospital e o governo, onde, por exem-plo, um cirurgião em um final de ano passa a ser sobreaviso de toda uma região, tornando uma jornada dura e perigosa. Isto tudo aconteceu, porque o médico não sabe se impor como profissional, e um pouco de passivi-dade das entidades médicas, permitiu que em troca de uma remuneração pelo procedimento, essas horas à disposição do hospital fosse o preço pela fidelidade e garantia de exclusivi-dade. Com o tempo, o procedimento foi cada vez mais desvalorizado, pois agregaram ao trabalho médico uma centena de custos, tendo como re-sultado final, um aumento das obriga-ções com pouca remuneração.
A resolução pode ajudar nas ne-gociações do sobreaviso tendo em vista a experiência dos hospitais em Blumenau ou na região?
Sim, pois nossa entidade regulamen-
tadora assume a responsabilidade por esse direito em forma de lei, ou seja, quando descumprimos essa norma estamos indo contra as diretrizes de nosso conselho. Muitas vezes, du-rante negociações fomos ameaçados por administradores, de processo no CRM, e agora, essa regulamentação nos poupa de atritos neste sentido.
Quais as perspectivas de negocia-ção?
A expectativa é muita boa, pois agora regulamentado, um pouco do medo da indisposição desaparece, e a partir disto começaremos a mobilizar os corpos clínicos dos hospitais re-alizando “Fóruns” sobre o assunto, o que desmistificará essa luta, tornando esse caminho consciente e seguro.
Como funciona o sobreaviso? Tem alguma semelhança com a remu-neração da hora/plantão?
Funciona da seguinte maneira: como a maioria dos hospitais não tem condições de manter grande núme-ro de profissionais de plantão nas emergências, esses especialistas ficam à disposição, na forma de es-cala, da instituição, permanecendo em sua casa ou perto o suficiente a ter condições, quando solicitado, a atender em tempo hábil de forma pre-sencial ao paciente em emergência ou urgência. Até agora, essa disposição era gratuita e ganhávamos somente o
procedimento realizado. A reivindica-ção se baseia em 1/3 (um terço) da hora plantão do emergencista, e hora completa pelas horas trabalhadas.
Como está atualmente a situação em Blumenau com relação a este assunto, já que se passaram mais de oito meses da regulamenta-ção?
Em Blumenau, apenas algumas espe-cialidades são contempladas. A cirur-gia pediátrica foi a grande iniciadora do movimento em nossa cidade, e con-quistou de forma quase que autôno-ma o reconhecimento. Em seguida, a cirurgia geral, a ortopedia, a urologia e cirurgia vascular do Hospital Santa Isabel conquistaram o pleito após oito meses de negociação, contando com a participação do Sindicato dos Médi-cos do Estado de Santa Catarina. No último dia 15/12, a gastroenterologia e a nefrologia deste mesmo hospital ini-ciaram a negociação com os adminis-tradores desta instituição, e também solicitaram a orientação do SIMESC. O serviço de psiquiatria do hospital Santo Antonio também comunicou o início da negociação.
A circular encaminhada pelo CRM aos diretores clínicos e técnicos orientando sobre o sobreaviso fez alguma diferença?
Fez muita diferença, muitos diretores estavam mais preocupados em de-
A edição 123 traz como entrevistado o cirurgião geral especializado em vídeo cirurgia do Hospital Santo Antônio de Blumenau e do Hospital de Luis Alves, Diretor Clínico do Hospital Santo Antônio e secre-
tário regional do SIMESC em Blumenau desde 2006. Acompanhe na entrevista os reflexos da Resolução no regimento interno dos hospitais que trabalham com o Sobreaviso Médico.
fender as instituições de saúde do que propriamente o médico. Agora muitos se lembraram que ainda são médicos e passaram a ter que acatar ou pelo menos reconhecer a reivindicação. Reconhecemos que as instituições passam por problemas, mas temos que reconhecer que o médico não pode assumir compromissos de for-ma gratuita. Cremos que os hospitais passam por dificuldades, pois tam-bém são explorados da mesma forma que o médico. Por isso, reconhecer essa forma de trabalho tornará mais fácil a inclusão nos orçamentos dos gestores públicos. Por isso, acho que a tentativa, da associação dos hospi-tais de Santa Catarina, de impugnar a resolução do CFM, uma decisão sem inteligência e contraditória.
Qual a posição da regional?
Todos os diretores clínicos e técnicos acham justo o pagamento pelo so-breaviso prestado. O que falta agora é atribuir normas e responsabilidades para alcançar os objetivos. Para isto um FÓRUM sobre o sobreaviso, en-volvendo gestor público, promotoria, médicos e suas entidades, tornará mais rápidos e justos as negocia-
ções.O que acha da solicitação do CRM ao Sindicato para intermediar as negociações, inclusive a dar cum-primento à resolução do Conse-lho?
O SIMESC sempre se mostrou como defensor dos direitos do médico, e tem muita experiência com as ne-gociações, logo, a solicitação vem avalizar o que historicamente vem acontecendo, e fortalece a união de nossas entidades médicas.
O parágrafo único, do art. 3, da resolução do CFM, coloca que “os reg imentos i n te r nos das i ns -tuições de saúde não poderão vincu-lar a condição de membro do Corpo Clínico à obrigatoriedade de cumprir disponibilidades em sobreaviso”. Os hospitais da região mudaram seus regimentos internos em virtude desta condição?
Não foi mudado nenhum regimento na prática, mas agora os chefes de serviços deixaram de ser pressiona-dos, assim como seu corpo clínico, pois muitos gestores e administra-dores se utilizaram desta norma para
ameaçar e responsabilizar penalmente pela falta da escala, e possível dano ao paciente.
Existia este tipo de ordem? Foram adequados lembrando que o prazo era de seis meses?
Normalmente, a instituição utiliza para condição de entrada no corpo clínico a realização de sobreaviso, isto é de praxe. Pessoalmente, entendemos como forma de cooperação dos mais novos no corpo clínico, com os mais antigos, uma forma de divisão de tra-balho. O problema em nosso entender não é este, e sim, esta norma ser uma forma de responsabilizar somente os chefes de serviços pela escala, eximin-do assim, os demais de suas respon-sabilidades. Infelizmente, sou obriga-do a relatar que colegas se utilizaram erroneamente desta nova norma, ao solicitar entrada no corpo clínico pro-metendo cooperar com o trabalho e logo após serem aceitos, negaram-se a realizar sobreaviso, o que no meu entender é um desrespeito à Luta e àqueles que o acolheram. Não somos contra o sobreaviso, somos contra a sua realização de forma gratuita.
“Muitas vezes, durante negociações fomos amea-
çados por administra-dores, de processo no
CRM, e agora, essa regu-lamentação nos poupa de
atritos neste sentido.”
Dr. Geraldo Alves da Silva, secretário regional do SIMESC em Blumenau
ARTIGO
SIMESC obtém remuneração para Diretor TécnicoUm médico do oeste catarinense procurou
a Assessoria Jurídica do SIMESC para obter
a remuneração dos serviços prestados en-
quanto Diretor Técnico de hospital filantrópi-
co. De posse de extenso rol de documen-
tos, que comprovava a atividade durante
17 anos, inclusive com alvarás sanitários
e documentos obtidos junto à prefeitura
municipal daquela pequena localidade, foi
efetuada ação trabalhista, visando a tutela
jurisdicional contra o tomador de serviço, já
que entidade privada.
O advogado Luis Claudio Fritzen fundamen-
tou a pretensão no Art. 28 do Decreto nº.
20.931, de 11 de dezembro de 1932, que
preceitua que qualquer organização hospi-
talar ou de assistência médica, pública ou
privada, obrigatoriamente tem que funcio-
nar com um Diretor Técnico, habilitado para
o exercício da medicina, como principal
responsável pelos atos médicos ali realiza-
dos, bem como pela Resolução do Con-
selho Regional de Medicina do Estado de
Santa Catarina (CREMESC) nº. 011/95, de
29 de junho de 1995, ao dispor que: “Art.
1º. - A direção técnica, função exigida pelo
Decreto Federal nº. 20.931/32, é cargo pri-
vativo de médico, de confiança da adminis-
tração da instituição prestadora de assistên-
cia médica, devendo ser remunerado”.
Na primeira audiência, não se obteve con-
ciliação, sendo apresentada defesa, funda-
mentada no caráter filantrópico do nosocô-
mio e de que médico era “voluntário” na
prestação do serviço enquanto Diretor
Técnico, bem como na não inferência das
normas do Conselho Federal de Medicina
(CFM) e Conselhos Regionais de Medici-
nas (CRMs) nas instituições hospitalares.
Entretanto, já na audiência de instrução,
foi formalizado um acordo, beneficiando o
profissional médico, que recebeu de forma
parcelada o valor de R$ 50.000,00 reais,
que foi a proposta do MM. Juiz do Trabalho
que presidia o ato. Embora o profissional
médico tenha ficado satisfeito com o resul-
tado financeiro obtido, lamentou de que não
tivesse sido julgado o processo, com sen-
tença e eventual recurso, eis que abriria um
bom precedente para outros colegas que
estão na mesma situação fáctico-jurídica.
Diretor Clínico e TécnicoO Diretor Clínico é o médico representante e coordenador do corpo clínico no concerto administrativo do hospital e, por esta razão, deve ser eleito de forma direta pelos médicos da instituição. É o elo entre o Corpo Clínico e a Direção Técnica e/ou Direção Geral da instituição. A legislação sobre o assunto diz: Lei 3.999 de 15 de dezembro de 1961: “(...) Art. 15 - Os cargos ou funções de chefias de serviços médicos, somente poderão ser exercidos por médicos, devidamente habilitados na forma da Lei. (...).” A Resolução CFM nº. 1.342/91, de 08 de agosto de 1991, resolve: “Art. 1º. - Determinar que a prestação da assistência médica nas instituições públicas ou privadas é de responsabilidade do diretor técnico e do diretor clínico, os quais, no âmbito de suas respectivas atribuições, responderão perante o Conselho Regional de Medicina pelos descumprimentos dos princípios éticos, ou por deixar de assegurar condições técnicas de atendimento, sem prejuízo da apuração penal ou civil. (...).” O Diretor Técnico é um médico contratado pela Direção Geral da instituição, e por ela remunerado, para assessorá-la em assuntos técnicos. É o principal responsável médico pela instituição, não somente perante o Conselho Regional e Federal de Medicina, como também perante à legislação.
Dr. Luis Cláudio FritzenAssessor Jurídico do SIMESC
MOMENTO ECONÔMICO
A crise é grave, mas o Brasil tem recursos para enfrentá-la bemPor mais críticas que sejam a situação e as circunstâncias, não aceite o desespero. Nas ocasiões em que tudo leva ao medo, não se deve ter medo de nada; quando se está rodeado de perigos, não se deve temer perigo nenhum; quando se esgotaram os recursos, deve-se contar com todos os recursos; quando se é surpreendido, deve-se surpreender o inimigo. Sun-tzu, A arte da Guerra.
A crise financeira internacional está longe de terminar. O fato dela ser generalizada e ter como epicentro os Estados Unidos, impossibilita um “descolamento” do Brasil em relação aos seus efeitos. Mas, alguns aspectos da política econômica e comercial do Brasil, listados abaixo, for-necem ao país razoável capacidade de enfrentamento dos efeitos da crise que se apresentarão nos próximos meses:a) O país está menos dependente do mercado consumidor dos Estados Uni-dos, centro da crise. Em 2001, 24,7% das exportações brasileiras eram des-tinadas àquele país, fatia que hoje se limita a 15% do total; b) O nível das reservas cambiais existentes no país, superior a US$ 200 bilhões. Um dos principais canais de transmissão da crise financeira interna-cional para a economia do país tem sido a falta de crédito para a exportação. O governo já utilizou uma pequena parte das reservas para garantir a liquidez do mercado de câmbio e como a deman-da por dólares segue forte, as reservas continuarão sendo fundamentais para enfrentamento da crise nos próximos meses;c) O atual dinamismo do mercado inter-no, que tem sido o motor do crescimen-to da economia brasileira nos últimos trimestres, é fundamental. A economia tem crescido com base na expansão do consumo das famílias e a taxa de cresci-mento dos investimentos vem expandin-do o dobro do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB); d) O mercado de trabalho continua apre-sentando um ótimo desempenho, até o momento. A taxa de desemprego nas Regiões Metropolitanas continuou caiu em setembro, para 14,1%. Simultanea-
mente, a renda vem crescendo, ainda que de forma discreta: o rendimento médio real dos ocupados em agosto era de R$ 1.171,00. Nos últimos 12 me-ses, entre setembro de 2007 e agosto de 2008, o rendimento médio real dos ocupados cresceu 4,8% nas Regiões Metropolitanas. O crescimento tanto do nível de ocupação, quanto do rendi-mento médio real, provocou nos últimos 12 meses até agosto, uma expansão da massa de rendimentos dos ocupados em expressivos 10,0%;e) Um outro fator extremamente positivo também, neste momento, é a situação da dívida pública, que vem caindo nos últimos anos em relação ao PIB. A dívi-da líquida do setor público recuou para 36,6% do PIB em outubro, simplesmente o menor percentual registrado em mais de dez anos. Este resultado decorre do superávit primário, assim como dos efeitos positivos da desvalorização cam-bial sobre as contas públicas. Nos últi-mos 12 meses até outubro o superávit primário alcançou 4,53% do PIB;f) As obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que contribuíram para acelerar o crescimento em 2008, vêm sendo executadas, e tem papel fundamental nas áreas de investimentos em infra-estrutura, estímulo ao crédito e ao financiamento, melhora do ambiente de investimento, desoneração e aper-feiçoamento do sistema tributário e me-didas fiscais de longo prazo. As obras previstas no PAC tendem a exercer um importante efeito anti-cíclico sobre a economia;g) O volume global de crédito do sistema financeiro atingiu em outubro 40,2% do PIB, ou R$ 1,187 trilhão. O estoque de empréstimos subiu 34,6% nos 12 me-
ses encerrados em outubro e avançou 26,8% no ano. A parcela de emprésti-mos com recursos livres (71,7% do total) ficou em R$ 850,3 bilhões, com expan-são de 37,33% em 12 meses. A parcela de crédito com recursos direcionados, como financiamentos do Banco Nacio-nal de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), créditos habitacional e rural, ficou em R$ 336,3 bilhões em ou-tubro, com crescimento anual de 28,2% em 12 meses.Os elementos citados ajudam no enfren-tamento da crise sem descolar o país da crise internacional, como é evidente. A inevitável desaceleração do comércio mundial provocou um impacto imediato sobre o valor das exportações, com a redução das quantidades exportadas e a queda dos preços das commodi-ties agrícolas e industriais, o que já vem ocorrendo nos últimos meses. É impor-tante considerar que a razão principal da significativa redução da vulnerabili-dade externa brasileira nos últimos anos foram os grandes saldos comerciais obtidos pelo Brasil no comércio exterior, que certamente estão fora de cogitação, pelo menos em 2009 e 2010. O mesmo contexto internacional que favoreceu tremendamente a economia brasileira nos últimos anos sofreu uma mudança muito significativa, o que certamente significa prejuízos à economia nativa. Qual a profundidade desses prejuízos? É uma resposta em aberto que depende muito das ações tomadas pelo governo. Mas as condições do país para o enfren-tamento da crise nunca foram tão boas.
José Álvaro de Lima CardosoEconomista e Supervisor-Técnico do
DIEESE em Santa Catarina
GERAL
Mesmo com os impactos causados pelas enchentes que assolaram o Estado, o encontro obteve participação expressiva das diretorias regionais. Das 21, 11 marcaram presença. Durante o evento, médicos decidiram contribuir financeiramente para os desabrigados
No dia 28/11, o Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (SIMESC) reuniu, no Hotel Praiatur, em Florianópo-lis, seus associados, para participarem da Assembléia Geral Ordinária (AGO). O edi-tal de convocação trouxe como ordem do dia o Relatório de Atividades das diretorias Executiva e Regionais, Prestação de Con-tas das diretorias Executiva e Regionais, do ano de 2008, Previsão Orçamentária para 2009, desligamento de associados, vacância de dois cargos (para presidente e secretário) da diretoria regional do Sindi-cato em Rio do Sul, antes ocupados pe-los Drs. Janine Allassia Debres Melo e Oscar M. Edmundo Montoya Gomez, e, eleição de diretores para os cargos vagos, que após votação e decisão por unanimi-
dade na assembléia, foram eleitos os Drs. Marcos Luiz Franzoni e Alexandre Castro Robles, respectivamente.Durante a apresentação do relatório de atividades sindicais de 2008, o secretário geral, Dr. César Augusto Ferraresi, infor-mou aos presentes que está em processo de f inal ização a cr iação da Central SIMESC de Viagens, que tem por objetivo facilitar a vida do médico, trazendo mais comodidade nos deslocamentos e valores mais acessíveis das passagens.Na ocasião, foram desligados 236 asso-ciados, que deixaram de contribuir por mais de dois semestres, conforme exigên-cia do estatuto do Sindicato.É importante ressaltar que o Relatório de Atividades das diretorias Executiva e Re-
gionais, Prestação de Contas da Diretoria Executiva e das Diretorias Regionais, do ano de 2008, Previsão Orçamentária para 2009 foram aprovados por unanimidade.Das 21 diretorias regionais, 11 estiveram presentes: Brusque, Caçador, Canoinhas, Chapecó, Joaçaba, Laguna, Médio Vale, Rio do Sul, São Bento, Tubarão e Videira.Finalizando a assembléia, o SIMESC infor-mou que está solidário com a situação dos catarinenses atingidos pelas enchentes e os deslizamentos causados pelas chuvas, ficando aprovado contribuir inclusive finan-ceiramente. O presidente, Dr. João Pedro Carreirão Neto, reapresentou os slides do aniversário do Sindicato e convidou a to-dos para o jantar de confraternização de fim de ano.
RDP reúne diretores na Capital
O dia 29/11 teve como pauta a leitura e aprovação da Ata da Re-união anterior, Organização Sindical, Assessoria Previdenciária e a aprovação final do Regulamento da Assistência Jurídica
No dia 29/11, a Reunião de Diretoria Plena (RDP) reuniu, no mesmo local da AGO, as diretorias Executiva e Regionais para dis-cutir assuntos pertinentes à entidade. A ata da reunião de 06/09/2008 foi lida e aprovada, com pequenas retificações. O presidente do SIMESC, Dr. João Pedro Carreirão Neto, apresentou o segundo assunto da ordem do dia: a organização sindical. Dr. João Pedro fez algumas con-siderações importantes sobre o assunto e solicitou o empenho para o conhecimento do tema e formulação de diretrizes para o encontro da Federação Médica Sul Brasi-leira (FMSB), previsto para março de 2009, em Florianópolis, com outras entidades.Outro ponto da pauta foi sobre a proposta da assessora previdenciária do SIMESC, Drª. Lucila Moura dos Santos, quanto as visitas da assessora às regionais. A pro-posta foi aprovada, ficando claro que o custeio dos deslocamentos seriam pagos pelas próprias regionais. As visitas não
causarão um grande abalo nos orçamen-tos destas. A assessoria passará à Execu-tiva um breve resumo das atividades que será enviado às regionais, para ser utiliza-do em prol de novas filiações. “Os agen-damentos serão feitos diretamente com a assessora. A única intervenção do Sindi-cato será apenas no sentido de organizar o agendamento”, informou o presidente.Foi sugerida pelos médicos presentes a confecção de uma cartilha com os direitos previdenciários dos profissionais.O último assunto foi à aprovação do regu-lamento da assistência jurídica da entidade (mais detalhes no texto do Dr. Erial, na pá-gina 18), que ficou em período experimen-tal de três meses, após a aprovação na reunião do dia 06/09, apresentado, na ocasião, pelo assessor jurídico do Sindica-to, Dr. Erial Lopes de Haro. Até então, não existia uma regulamentação quanto aos direitos e deveres dos médicos. Segundo o presidente do Sindicato, a “proposta foi
colocada em prática por um período ex-perimental. O regulamento era necessário, principalmente, nos aspectos financeiros. Ele é dinâmico, mesmo depois da aprova-ção poderá ser modificado quantas vezes for necessário.” O advogado Erial ressalva que a asses-soria jurídica teve uma mudança de foco, paulatinamente, “a assessoria deixa de ser um instrumento de militância sindical e passa a desempenhar o papel de de-fensoria médica”. Acrescenta ainda, que a resolução propicia a redução da grande desigualdade gerada entre os filiados que se utilizam dos serviços jurídicos para as ações individuais, em relação aos que não usam, mas pagam por eles. “Os 3.600 filiados pagam por 400 ações individuais, por exemplo.” A proposta foi aprovada pe-los presentes. O almoço finalizou o evento de 2008.
As fotos da AGO e RDP estão disponíveis em: www.simesc.org.br
AGO aprova prestações de contas e elege diretores regionais
Dr . Leopoldo apresentou as prestações de contas
Palestra sobre organização Sindical ministrada pelo Dr. João Pedro
Despesas com SAMU são rejeitadas
O CES aprova parecer que rejeita a prestação de contas do item SAMU
Na reunião do Conselho Estadual de Saúde
(CES), que ocorreu no dia 29/10, sendo, o
presidente do Sindicato dos Médicos do
Estado de Santa Catarina (SIMESC), Dr.
João Pedro Carreirão Neto, coordena-
dor da Comissão de Acompanhamento
Orçamentária do CES, foi discutida entre
outros assuntos a Prestação de Contas
da Secretaria Estadual de Saúde (SES/
SC), relativa ao 1º e 2º trimestre de 2008.
A comissão analisou os demonstrativos e
relatórios sobre a execução orçamentária
do Fundo Estadual de Saúde, deixando
mantidas as mesmas ressalvas quanto
às despesas relativas à execução de con-
vênios, em razão da solicitação constante
nos pareceres sobre os últimos trimestres
de 2007.
Ficou mantida a restrição, apresentada
em todos os trimestres do ano anterior,
relativa à execução da ação 6280 – Imple-
mentação e Manutenção do Transporte
do Sistema de Atendimento de Urgência
(SAMU). Nesta, foram observadas despe-
sas empenhadas e liquidadas, tendo
como credoras as pessoas físicas (presta-
doras de serviço) em exercício de função
pública em substituição a serviços públi-
cos, contrariando dispositivo constitucio-
nal e ainda desrespeitando a Portaria GM/
MS 1864/2003, recomendando-se a não
aprovação por falta de provimento legal.
A comissão sugere atenção aos itens re-
comendados, às ações correspondentes
às ressalvas e a correção do prazo de 90
dias da restrição apontada e submete ao
plenário este parecer. Sugere que seja
dado conhecimento aos órgãos compe-
tentes: o Conselho Nacional de Saúde
(CNS), ao Ministério Público do Trabalho
(MPT) e ao Tribunal de Contas do Estado
(TCE). Até o momento, o Conselho ainda
não cumpriu esta exigência. O parecer foi
aprovado por maioria absoluta.
Fonte: Ata da 147º Reunião Ordinária do Con-selho Estadual de Saúde.
Algumas considerações Desde junho de 2007, mesmo com todo o empenho e dedicação dos membros do COSEMESC, as reivindicações feitas à SES não foram atendidas integralmente. No início de 2008, para tentar resolver definitivamente a situação, o Sindicato propôs aos médicos, que se sentissem lesados, que entrassem com ações judiciais.Em setembro de 2008, a Secretária de Estado da Saúde, Carmem Emília Bonfá Zanotto, en-caminhou ao governador do Estado, Luiz Hen-rique da Silveira, uma minuta do Projeto de Lei Complementar que “altera os valores da ta-bela de vencimento prevista no Anexo III da Lei Complementar nº. 323, de 2 de março de 2006”. A proposta materializa o comando es-tampado no artigo 100, da Lei Complementar nº. 326/2006 (PCV/SES), fixando novos valores de vencimento com vistas à descompactação da tabela, tornando mais justa a hierarquia re-muneratória correspondente à complexidade das diversas funções técnicas desempenhadas pelos servidores desta Pasta.Informa ainda, que diante da necessidade de se proceder o pagamento dos serviços prestados pelos profissionais médicos não pertencentes ao Quadro da Secretaria, durante o exercício
de 2007, foi incluído ao projeto o artigo 2º, que possibilitará tal regularização com recursos do Fundo Estadual de Saúde, os quais já se en-contram devidamente reservados para este fim.O Governador, no ofício nº. 133108, informa que de forma gradativa, desenvolveu os trabalhos e estudos com vistas ao fiel cumprimento dos dispositivos previstos na Lei e que foi regula-rizada a situação com tais vantagens:1) Implantação do pagamento de Adicional de Pós-graduação, no percentual de 19% àqueles que comprovaram os requisitos previstos em Lei, com pagamentos dos valores atrasados (2006 a 2008) em setembro deste ano;2) Regularização do pagamento da gratifica-ção de insalubridade que vinha sendo paga de forma proporcional, com créditos das im-portâncias retroativas (2006 a 2008), no mês de outubro de 2008;3) Regularização do pagamento do Auxílio Alimentação, que também vinha sendo pago de forma proporcional, com implantação dos valores retroativos (2006 a 2008) no corrente mês;4) Implantação das progressões por tempo de serviço e por cursos de atualização, com paga-
mento de todas as diferenças (2007 e 2008) em agosto e outubro, respectivamente.Enfatiza que foi totalmente regularizada a situa-ção em relação à GDPM e da gratificação pelo exercício em Emergências e Unidades de Tera-pia Intensiva, que foram pagas de forma incor-reta, por divergências de interpretação em rela-ção aos afastamentos.Já no que diz respeito ao aumento salarial, ressalta que já foi devidamente encaminhado, à Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina (ALESC), Projeto Lei Complementar (PLC nº. 035.7/2008) que trata da descompac-tação da tabela de vencimentos, o que propor-cionará ganhos significativos em relação a atual situação.Segundo o presidente do SIMESC, Dr. João Pe-dro Carreirão Neto, não houve uma recupera-ção dos pisos básicos das tabelas: “um médico que entra em 2009, inicia com o mesmo salário de um que ingressou em 2006. Por outro lado, a progressão faz com que os profissionais al-cancem um valor maior.” Coloca ainda, que não houve reajuste dos valores das tabelas, relativo às perdas salariais dos anos de 2007 e 2008.
Como está a situação agora? Até o fechamento desta edição:* O Projeto de Lei Complementar (PLC nº. 035.7/2008) ainda tramita na ALESC;* O COSEMESC aguarda a apresentação da minuta do decreto da GDPM.
Assembléia Geral dos médicos estipulou prazo para cumprimento da GDPM
Ficou decidido que caso a reivindicação não fosse atendida pelo Governo do Estado os médicos servidores públicos fariam um dia de paralisação. Porém, devido aos transtornos causados pelas chuvas no Estado, o COSEMESC decidiu cancelar a paralisação em solidariedade à situaçãoNo último dia 15/10, foi realizada a Assembléia
Geral dos Médicos do Estado de Santa Catari-
na, no auditório da Associação Catarinense de
Medicina (ACM), que teve como ordem do dia
as pendências do Plano de Cargos e Venci-
mentos (PCV) e a Gratificação de Desempenho
e Produtividade Médica (GDPM) dos médicos
servidores públicos estaduais; a progressão da
GDPM; o reajuste 2007 e 2008 e a proposta do
Governo do Estado de Santa Catarina.
Durante a assembléia, o Conselho Superior das
Ent idades Méd icas de Santa Cata r ina
(COSEMESC) apresentou aos profissionais uma
análise da proposta do governo na forma de
Projeto de Lei. Segundo o presidente do Sindi-
cato dos Médicos do Estado de Santa Catarina
(SIMESC), Dr. João Pedro Carreirão Neto, a
nova proposta do governo, recebida no mesmo
dia da assembléia, que propunha a revogação
da Lei nº. 3996 (da GDPM), foi considerada in-
consistente juridicamente pelo COSEMESC.
No momento, os médicos decidiram, por
unanimidade, conceder um prazo de 30 dias
para o Governo do Estado executar os acer-
tos pendentes na aplicação da GDPM e o
devido reajuste salarial relativo aos anos de
2007 e 2008. Decidiram que caso as medidas
necessárias não fossem tomadas, a categoria
paralisaria o atendimento na rede pública es-
tadual no dia 26/11, em protesto ao descumpri-
mento dos acertos garantidos em lei (PCV), que
não ocorreu, devido aos transtornos causados
pelas chuvas no Estado. O COSEMESC enviou
um comunicado informando o cancelamento da
paralisação em solidariedade à situação, aguar-
dando a retomada das negociações para os
próximos dias.
As decisões foram tomadas durante a assem-
bléia foram:
• Promover ação judicial coletiva para a con-
cessão do valor máximo da GDPM por mora
do Estado, que não estabeleceu critérios para
a progressão;
• Promover ação judicial coletiva para a recupe-
ração das perdas por aplicação dos reajustes
em 2007 e 2008 (cumulativos);
• Propor ação judicial individual para cobrar
diferenças nos pagamentos (adicionais e grati-
ficação);
• Exigir pagamento da hora-plantão do médico
servidor público estadual que atua em UTI e
Emergência, com acréscimo de 50% em rela-
ção ao valor atual.
Na assembléia, fizeram parte da mesa de au-
toridades o presidente do Conselho Regional
de Medicina de Santa Catarina (CREMESC), Dr.
Rodrigo Jorge da Luz Bertoncini, o presidente
do Sindicato dos Médicos da Região Sul Cata-
rinense (SIMERSUL), Dr. Gervani Bueno, Dr.
João Pedro Carreirão Neto, a primeira secretária
do CREMESC, Dra. Aurea Gomes Nogueira e o
presidente da ACM, Dr. Genoir Simoni que fez
um breve histórico sobre a GDPM, desde sua
aprovação em 2005 até a reunião, que ocorreu
em outubro de 2008, do COSEMESC com a
Secretaria do Estado de Saúde (SES), na qual
foi definido pela SES, o pagamento dos valores
atrasados da GDPM.
Assembléia geral dos médicos
na ACM
CAOS EM SÃO JOSÉ: Médicos do município denunciam a falta de condições de trabalho e o atraso dos salários
Depois da paralisação realizada no dia 09/12, os médicos de São José resolveram suspender o protesto. No dia 15/12, o MPT convidou as entidades médicas para discutir as reivindicações dos médicos e o cumprimento do TAC
Depois dos diversos problemas enfren-
tados quanto ao atraso dos vales-trans-
portes dos servidores, no mês de outubro,
agora são os funcionários da saúde públi-
ca municipal que resolveram dar um basta
na situação. Inconformados com o não
recebimento, desde 31/10, dos proven-
tos mensais, os servidores denunciaram
a situação, sendo manchete na edição
de 06/11, do jornal Diário Catarinense
(DC). Segundo informações do DC, alguns
médicos teriam sido informados de que
não iriam receber as horas-extras trabalha-
das. Na ocasião, o advogado do Sindicato
dos Médicos do Estado de Santa Catarina
(SIMESC), Dr. Erial Lopes de Haro, infor-
mou ao jornal, que a preocupação dos
funcionários é que o registro de entrada e
saída é eletrônico e o controle das horas
está nas mãos da prefeitura. Na tentativa
de justificar a situação, a assessoria de im-
prensa da prefeitura de São José encami-
nhou nota ao DC informando que o prazo
para pagamentos dos salários dos servi-
dores estava dentro do limite estabelecido
pela Constituição, ressaltando que devido
a uma falha no sistema, o pagamento de
alguns servidores da saúde não foi rea-
lizado, mas que até o dia 07/11 os salários
seriam depositados, obedecendo o tempo
determinado pela Lei.
Devido a situação, os servidores da saúde,
obras e administração da prefeitura pa-
ralisaram as atividades e realizaram um
protesto em frente ao prédio da adminis-
tração, reivindicando o encaminhamento
do Plano de Cargos, Carreira e Salários
(PCCS) à Câmara dos Vereadores e o
repasse correto do vale-transporte, retor-
nando as atividades no dia seguinte, ex-
ceto na área da saúde, onde a greve foi
mantida. A Secretaria de Administração do
Município, através de nota oficial, esclare-
ceu que PCCS estava tendo o andamento
normal, seguindo o prazo preestabelecido
pela prefeitura, e até o fim deste ano, seria
encaminhado à Câmara para aprovação.
Embora a alegação de normalidade do
andamento do PCCS, verifica-se que o
município não cumpriu os prazos assumi-
dos no Termo de Ajustamento de Conduta
(TAC) com o Ministério Público do Trabalho
(MPT), em que o Projeto de Lei deveria ser
elaborado e remetido à Câmara até o dia
31/05/2008.
Os médicos da Secretaria Municipal de
São José enviaram um e-mail ao SIMESC,
no dia 13/11, após a reunião, quando foi
decidido entre outros pontos, o apoio ao
movimento dos demais servidores da Se-
cretaria de Saúde da Prefeitura Municipal
de São José (PMSJ), a elaboração de um
documento relatando as condições inade-
quadas de trabalho a ser encaminhado às
entidades médicas, à Promotoria Pública
e à Imprensa. Também, foi relatada a in-
satisfação quanto ao não pagamento das
horas extras de setembro e outubro, solici-
tado o auxílio do SIMESC.
No dia 19/11, os médicos de São José
realizaram uma assembléia geral ex-
traordinária, sendo decidido pela para-
lisação de um dia, a ocorrer em 09/12,
aproveitando a audiência que ocorreria
neste dia na Câmara dos Vereadores de
São José.
Os médicos protocolaram e entregaram na
Prefeitura de São José o comunicado da
paralisação e encaminharam ao SIMESC.
O Sindicato encaminhou o documento ao
Ministério Público, ao MPT, à Promotoria
de Justiça de São José e ao Conselho
Regional de Medicina do Estado de SC
(CREMESC). Em anexo, foram enviados:
a pauta, a exposição de motivo, a carta
denúncia e a ata da assembléia geral ocor-
rida no dia 19/11.
No dia da paralisação (09/12), os médicos
reuniram-se com o futuro Secretário Mu-
nicipal de Saúde de São José, Áureo do
Santos, deixando-o a par das reivindica-
ções, quando resolveram suspender a ne-
gociação e retomá-la em janeiro de 2009,
já com a nova gestão.
As entidades médicas do Estado foram
convocadas (em 15/12) a comparecer à
audiência com o Procurador do Trabalho,
Dr. Marcelo J. Ferlin D’Ambroso, para dis-
cutir as condições de trabalho dos médi-
cos de São José e dar ciência da existên-
cia do TAC com o município, informando
que o não cumprimento deste acordo re-
sultará numa multa de R$ 1milhão de reais
ao município e seus gestores. Na ocasião,
os representantes do SIMESC, do CRM
e da ACM receberam cópias do inquérito
civil nº. 516-2005, para apurar a instituição
do novo PCCS ao município e obrigações
contrárias à precarização das relações de
trabalho na saúde municipal.
Foi solicitado ao presidente do CRM, Dr.
Rodrigo Jorge da Luz Bertoncini, que
proceda fiscalização ampla nas unidades
de saúde em São José. Ficou a cargo do
SIMESC orientar os médicos a observar e
cumprir o disposto na Lei 7783/89, sob as
penas da legislação. Requisitou-se à Se-
cretaria de Relações do Trabalho (SRT) e à
Vigilância Sanitária, inspeção quanto ao lo-
cal de trabalho, fornecimento de materiais
e condições para o exercício da profissão.
Movimentos contra as privatizações nos serviços públicos de Santa Catarina
O processo de privatização dos serviços públicos, inclusive nas áreas prioritárias como saúde, educação, segurança pública tem gerado polêmica no Estado
Nos últimos tempos o assunto terceiriza-
ção tem “assombrado” o serviço público.
Os movimentos populares e sindicais
mostram que a população anseia por
mudanças. Neste caso, particularmente,
na área da saúde.
Durante o mês de outubro, os servidores
do Centro de Hematologia e Hemoterapia
de Santa Catarina (HEMOSC) e o Centro
de Pesquisas Oncológicas (CEPON) en-
traram em greve, contra a cedência de
servidores públicos e a entrega da ad-
ministração a uma Organização Social
denominada Fundação Apoio Hemosc
Cepon (FAHECE).
Na ocasião, as entidades ACEHEMO,
Sindicato dos Empregados em Estabe-
lecimentos de Serviços de Saúde Publica
Estadual e Privada do Estado de Santa
Catarina (SINDSAUDE) e Sindicato dos
Trabalhadores no Serviço Público Es-
tadual (SINTESPE) constituíram o Movi-
mento em Defesa do HEMOSC e CEPON
Público e de Qualidade. Em Joinville, o
governo do Estado “entregou” o hospital
Materno-Infantil, recém-construído e to-
talmente equipado, para ser administra-
do pela OS Nossa Senhora das Graças.
Já no Serviço de Nutrição do Hospital
Florianópolis, uma das reivindicações
dos funcionários era a não terceirização
de setores, como o de alimentação, que,
segundo eles, está prevista para ocorrer.
O Sindicato dos Médicos do Estado de
Santa Catarina (SIMESC) encaminhou
manifesto de apoio ao movimento, soli-
citando à Secretaria de Estado da Saúde
(SES) a não terceirização.
Os hospitais universitários (HUs) também
correm riscos. Está em vigor uma porta-
ria presidencial nº. 04/MPOG/2008, que
separa os HUs das universidades, sen-
do que o próximo passo é privatizá-los,
transformando-os em Fundação Estatal
de Direito Privado.
Temos ainda, as contratações irregulares
de médicos autônomos no Serviço de
Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
Indignados, os sindicatos dos Médicos
e dos Farmacêuticos propuseram (em
03/09) a impugnação do Edital de Con-
curso de Projetos nº. 002/2008, cujo
objeto era firmar Contrato de Gestão
com entidade de direito privado sem fins
egoísticos, qualificada como Organiza-
ção Social na área da saúde, para ex-
ecução das atividades e serviços desem-
penhados pelo Serviço de SAMU, órgão
integrante da estrutura organizacional da
SES.
A alegação era que não se podia ter-
ceirizar função precípua do Estado por
tratar-se de estratégia da área da saúde
que envolve a regulação de serviços de
urgência, sendo atividade típica de Es-
tado que guarda investidura de agente
público (autoridade sanitária). O SIMESC
acredita que se trata de transferência in-
devida de responsabilidade para a área
privada. O pedido de impugnação foi in-
deferido, mas o edital foi suspenso, não
sendo republicado até o fechamento
desta edição.
O SIMESC e outras Entidades represen-
tantes do Serviço Público e dos Trabalha-
dores assinaram manifesto contrário às
terceirizações no setor saúde no Estado
de Santa Catarina, na forma proposta
pelo Governo através das OS. Depois
de receber adesão de outras entidades,
o manifesto foi assinado por 15 insti-
tuições, sendo encaminhado aos Depu-
tados Estaduais, ao Ministério Público
do Estado, ao Ministério Público do
Trabalho, Tribunal de Contas do Estado
entre outras entidades. O manifesto ob-
teve o apoio da bancada dos Deputados
Estaduais do Partido Progressista (PP)
e de outros de-putados. A Assembléia
Legislativa do Estado de Santa Catarina
(ALESC) enviou ao governador do Es-
tado, Luiz Henrique da Silveira, a Indica-
ção (IND/0392.6/2008), solicitando a não
terceirização do setor de saúde através
das OS.
É importante ressaltar que estas ações
têm sido apoiadas pelo Movimento Unifi-
cado Contra as Privatizações (MUCAP),
formado por várias entidades entre elas:
SIMESC, APUFSC, SINERGIA, SEEB,
SINDPREVS, DCE-UFSC, SINASEFE,
S I N D S A U D E , S I N D A L E S C , M S T,
SINTRAJUSC, SINTRAFESC, Sindi-
cato de Processamento de Dados, Ga-
binete do Deputado Sargento Soares,
SINTRATURB, entre outros.
REGIONAIS
Diretores visitam o curso de medicina de Tubarão e
apresentam o Sindicato aos futuros médicos
A diretora de apoio ao graduando e o
primeiro secretário do Sindicato dos
Médicos do Estado de Santa Catari-
na, (SIMESC) os Drs. Eliana de Oliveira
Lopes Nunes e Odi José Oleiniscki,
respectivamente, estiveram presentes na
Unidade Hospitalar de Ensino do Curso
de Medicina da Universidade do Sul
de Santa Catarina
(UNISUL), em Tubarão, no dia 17/11, para
apresentar aos acadêmicos da 11ª e 12ª
fase as atividades e ações do Sindicato,
ou seja, as vantagens de filiar-se.
Além do coordenador do curso de Me-
dicina, Dr. João Ghizzo Filho, cerca de 60
alunos estavam presentes.
Segundo o coordenador da UNISUL, a
ida dos diretores até a instituição foi muito
importante. “O Sindicato vir ao encontro
dos estudantes é algo que eles nunca
imaginariam que poderia acontecer.
As informações passadas como con-
tratos, local de trabalho entre outros es-
clareceram muitas dúvidas daqueles que
estão dando os primeiros passos, estão
indo ao mercado de trabalho sem muita
noção do que vem pela frente, mas com
uma certeza, de que o SIMESC estará lá
para ampará-los. Deram a primeira ori-
entação, oportunidade que nunca tive
na época que fui acadêmico. A interativi-
dade, os questionamentos e o número de
alunos no local me deixaram muito satis-
feito. Esperamos que nos próximos anos
os diretores retornem, com mais tempo,
para um outro excelente encontro.”
Segundo a Drª. Eliana, a apresentação
teve uma aceitação muito boa. Os alu-
nos ouviram atentamente a explanação
dos diretores, fizeram várias perguntas
e mostraram-se bastante estimulados
quanto à sindicalização. Informa ainda,
que estas reuniões acontecerão com
mais freqüência a partir de agora.
Assessoria jurídica do SIMESC participou da reunião do Corpo Clínico do Hospital Santa CatarinaNo dia 16/10, o assessor jurídico do SIMESC, Luis Cláudio Fritzen, esteve presente em reunião com os anestesistas do Corpo Clínico do Hospital Santa Catarina e a Direção do Nosocômio, em Blumenau. Discutiram o Contrato de Prestação de Serviços, tendo sido aceita parte das reivindicações da categoria. Oportunamente será firmado o pacto escrito, em reunião a ser agendada.
Drs. Eliana de Oliveira Lopes Nunes e Odi José Oleiniscki
“O Sindicato vir ao encontro dos estudantes é algo que eles nunca imaginaram que poderia acontecer”, diz Dr. João Ghizzo Filho.
Regional do SIMESC em São Bento do Sul e AMCET cobram do Prefeito eleito reivindicações da categoriaA receptividade dos administradores e a participação de cerca de 40 médi-cos deixaram satisfeitos as entidades que levaram em mãos, para a reunião do dia 08/12, uma carta com reivindicações da categoria médica.Durante o encontro, o prefeito enfatizou que a saúde será prioridade no seu mandato e que as exigências dos médicos serão colocadas em prática no início do ano, quando assume a prefeitura
No dia 08/12, a regional do SIMESC em São Bento do Sul e a Associação Médica Celso Emílio Tagliari (AMCET) levaram para a reunião com
o novo prefeito da região, Magno Bollmann, uma carta com as reivindicações da categoria médica. A presidente da regional, Drª. Iara M.
Marasciulo, encaminhou-a ao presidente do SIMESC, Dr. João Pedro Carreirão Neto, para que tomasse ciência das exigências. São elas:
1. Revisão/Modificação/Implantação do Plano de Cargos e Salários do médico servidor público municipal, com participação
do SIMESC;
2. Atualização do piso salarial do médico servidor público, considerando-se a recomendação da Federação Nacional dos
Médicos (FENAM) para R$ 7.503,18, por 20 horas de jornada de trabalho semanal;
3. Revisão do TAC, assinado/pactuado no ano de 2007 entre administração Municipal e o Ministério Público, com a partici-
pação regional do SIMESC, como representante da categoria médica;
4. Cumprimento da legislação e do Código de Ética Médica, que determina: “os cargos ou função de chefias de serviços
médicos, somente poderão se exercidos por médicos, devidamente habilitados na forma da Lei”;
5. Criação da Comissão de Ética do Corpo Clínico da Secretaria Municipal de Saúde;
6. Regularização das contratações dos médicos que atuam no plantão de urgência/emergência;
7. Abertura de concurso público de forma imediata para as especialidades médicas essenciais.
As duas entidades ressaltaram, no docu-
mento, o acordo feito com o atual prefeito,
Fernando Mallon, quanto à assinatura do
Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)
em 2007, onde concordou com o pagamen-
to do piso salarial da categoria da época,
sendo necessária, no momento, a atua-
lização do novo piso para o ano de 2008.
Além de reajustar os salários devi-
dos à categoria, irá aumentar o inte-
resse pelo ingresso no serviço público.
Informam ainda, que as atribuições dos dire-
tores técnico e clínico, também estão norma-
tizadas pelo Conselho Federal de Medicina
(CFM), assim como, o Regimento Interno do
Corpo Clínico. Pedem também que seja ob-
servada a capacidade técnica, a idoneidade
e a disponibilidade de tempo, com cumpri-
mento integral da carga horária proposta,
do profissional designado para a função.
A carta foi finalizada sugerindo ao novo
prefeito que o cargo de Secretário Mu-
nicipal de Saúde fosse ocupado por um
profissional com formação na área de
saúde. E que também, fosse constituída
uma comissão multiprofissional para atu-
alização de rotinas e protocolos na área
de saúde, voltado à avaliação de ma-
teriais, equipamentos e medicamentos.
Segundo a Drª. Iara, a reunião teve apenas
pontos positivos. A receptividade dos ad-
ministradores e a participação de cerca de
40 médicos, grande parte da prefeitura,
deixaram-nos muito satisfeitos. O pre-
feito admitiu que a saúde será prioridade
no seu governo. A presidente informou
ainda, que os médicos presentes se posi-
cionaram, questionaram e discutiram a
situação. “A prefeitura foi muito receptiva
e deixou claro a necessidade de ouvi-los”.
Conforme exigência exposta no docu-
mento, durante o encontro, foi informado
que o cargo de Secretário Municipal da
Saúde seria ocupado por um fisioterapeuta.
A regional do SIMESC e AMCET expli-
caram à prefeitura que não possuíam
qualquer intenção em interferir no trabalho
da nova gestão, mas que tinham su-
gestões para os médicos. “É uma forma
de, sem interferir na administração, bus-
car a valorização e melhorias para a ca-
tegoria”, ressaltou a presidente da regional.
Os profissionais deram um prazo até o
início de janeiro de 2009, quando o pre-
feito Magno Bollmann assume as ativi-
dades, para retomar as negociações.
Drs. Iara e João Pedro
SOBREAVISO NORMATIZADO
Resolução do CFM movimenta a categoria médica. O SIMESC se propõe em inter-mediar as negociações, inclusive para dar cumprimento à resolução do Conselho
O sobreaviso médico ganhou mais um
aliado na luta para garantir o direito à cate-
goria médica: a resolução do Conselho Fe-
deral de Medicina (CFM) n°. 1.834/2008,
de 14 de março de 2008.
A resolução tem como base de fundamen-
tação as disponibilidades de que “médicos
em sobreaviso devem obedecer normas
de controle que garantam a boa prática
médica e o direito do Corpo Clínico sobre
sua participação ou não nessa atividade.
A disponibilidade médica em sobreaviso
deve ser remunerada.”
O sobreaviso é a prática utilizada em
muitos serviços de assistência médica,
públicos ou privados, em todo o país, obje-
tivando otimizar os atendimentos de varia-
das especialidades médicas. É necessária
a re-gulamentação, já que é direito do
profissional receber remuneração pelos
serviços.
O médico em regime de sobreaviso é
obrigado a se deslocar até o hospital para
atender casos de emergência, cirurgias,
procedimentos diagnósticos e internações
clínicas, devendo ser devidamente remu-
nerado, quer pelo Sistema Único de Saúde
(SUS), por convênios em geral ou, mesmo,
por clientes particulares. Na maioria das
vezes, são especialistas que atuam num
segundo momento, após a ação do plan-
tonista que presta o atendimento imediato
ao paciente.
O artigo 1° da resolução define como
disponibilidade médica em sobreaviso “a
atividade do médico que permanece à dis-
posição da instituição de saúde, de forma
não presencial, cumprindo jornada de tra-
balho preestabelecida, para ser requi-
sitado, quando necessário, por qualquer
meio ágil de comunicação, devendo ter
condições de atendimento pre-sencial
quando solicitado em tempo hábil.”
Ressalta ainda, que a obrigatoriedade da
presença de médico “no local nas vinte
e quatro horas, com o objetivo de aten-
dimento continuado dos pacientes, in-
depende da disponibilidade médica em
sobreaviso nas instituições de saúde que
funcionam em sistema de internação ou
observação.”
De acordo com o artigo 2°, a disponibili-
dade médica em sobreaviso deve ser re-
munerada, sem prejuízo do recebimento
dos honorários devidos ao médico pelos
serviços prestados. Deve ser estipulada
previamente “em valor acordado entre
os médicos da escala de sobreaviso e a
direção técnica da instituição de saúde
pública ou privada.”
Em função da resolução, o Conselho
Regional de Medicina de Santa Catarina
(CREMESC) enviou uma circular, no final
de novembro de 2008, a todos os dire-
tores clínicos e técnicos orientando sobre
as mudanças quanto ao sobreaviso, infor-
mando da obrigatoriedade do pagamento,
da expiração do período de adaptação e
de como deveriam proceder junto às insti-
tuições as quais prestam serviço, na ten-
tativa de um entendimento com os admi-
nistradores.
Caso a tentativa fosse em vão, deve-
riam estabelecer um prazo confortável
para que a situação fosse regularizada.
A circular foi encaminhada ao Sindicato
dos Médicos do Estado de Santa Cata-
rina (SIMESC), que se propôs em inter-
mediar as negociações, inclusive para dar
cumprimento à resolução do Conselho.
Tanto a resolução como a circular parecem
ter soado como uma provocação à catego-
ria, já que vários médicos têm procurado o
CREMESC e a assessoria jurídica do Sindi-
cato, com reclamações e questionamentos.
Pode-se considerar a resolução do CFM
como mais um subsídio às negociações, ou
seja, um forte aliado na luta para garantir o
direito. Segundo o presidente do SIMESC,
Dr. João Pedro Carreirão Neto, “antes o
médico apenas comunicava o problema, na
tentativa, de junto aos órgãos competentes,
resolver a situação. Agora, após a resolução,
o comunicado torna-se denúncia, pois o
hospital não está cumprindo a resolução.”
O assessor jurídico do Sindicato, Dr. Erial
Lopes de Haro, ressalva que o importante
é que houve uma provocação. “No que
diz respeito ao sobreaviso, especialmente
após a edição da Resolução do CFM n°.
1.834/2008, é um pouco precipitado avaliar
a efetividade de tal medida, vez que esta-
mos apenas há três meses de sua vigência
efetiva. No entanto, pude observar ao longo
deste período, que a classe médica de San-
ta Catarina se mobilizou e fomos exaustiva-
mente questionados sobre pontos relativos
à matéria sobreaviso. Emitimos pareceres,
dezenas de consultas por telefone, e-mail
e pessoalmente, na sede do SIMESC, es-
clarecendo as principais dúvidas da ca-
tegoria, sendo elas: remuneração, vínculo
empregatício e confecção de escala.” Res-
saltou ainda, que “o administrador sabe que
tem que pagar, mas como é apenas uma
resolução, não tem força de Lei. Porém, é
mais um subsídio, algo a mais na luta, para
fazer prevalecer os direitos da categoria,
seja pela via administrativa, seja pelo manu-
seio das competentes ações trabalhistas.”
Roteiro de orientação quanto à remuneração do Sobreaviso Médico
1. Oficializar a solicitação de remuneração;2. A solicitação deve estar amparada em atas ou decisões de serviços ou corpo clínico, estabelecendo prazos para resposta;3. Negociações com flexibilidade;4. Se possível, envolver a comunidade e a mídia;5. Considerar avanços mesmos pequenos.
Quando não houver respostas ou qualquer
avanço nas negociações, estabelecer pra-
zo mínimo de 30 dias, para suspensão do
serviço, amparado em atas ou documentos,
comunicando ao SIMESC, ao CREMESC,
o tomador de serviço, o gestor público
responsável (Secretaria da Saúde/Prefeitura
Municipal) e Ministério Público (Promotoria).
Dr. João Pedro enfatiza ainda, que os médi-
cos devem procurar seus direitos, pois a-
gora o sobreaviso está amparado. “Antes o
médico era obrigado a cumprir o sobreaviso,
pois a atividade fazia parte da escala, com
base no regime interno. O hospital não era
obrigado a pagar a atividade. Atualmente,
a resolução favorece a situação. Esta
obrigação está prevista no documento. O
sobreaviso agora é amparado legalmente.”
O Sobreaviso MédicoO pagamento do sobreaviso médico sem-
pre esteve entre as principais lutas do SI-
MESC, que tem revertido em várias con-
quistas. Uma delas diz respeito à cidade
de Blumenau, que depois de inúmeras re-
uniões, ficou decidido, em março de 2008,
o pagamento a quatro especialidades do
Hospital Santa Isabel: cirurgia geral, vas-
cular, urologia I, ortopedia e traumatologia.
O presidente e o secretário da regional do
SIMESC em Blumenau, Drs. Egídio Negri
e Geraldo Alves da Silva, respectivamente,
ficaram muito satisfeitos com a decisão.
“Depois de várias reuniões, sem muito su-
cesso, esta valeu a pena. O resultado não
poderia ser melhor. O movimento médico
está sendo respeitado”, disse o Dr. Geraldo.
É importante ressaltar a origem do sobreavi-
so. Como já foi salientado, compreende-se
por regime de sobreaviso o tempo em que
o trabalhador “permanece em sua própria
casa, aguardando a qualquer momento o
chamado para o serviço”, por meio de es-
cala, nos termos estabelecidos no Art. 244,
§ 2°, da Consolidação das Leis do Trabalho.
Explica-se ainda, que cada escala “será, no
máximo, de vinte e quatro horas”, enquanto
que “as horas de sobreaviso, para todos os
efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um
terço) do salário normal.” O sistema foi ini-
cialmente idealizado para regular os plantões
dos ferroviários. Com o passar dos anos,
este regime, foi utilizado por outros ramos
produtivos, tais como os setores de comu-
nicação (telefonia e provedores de internet)
e de prestação de serviços de socorro e de
manutenção de emergência (automóveis, e-
levadores entre outros), bem como de saúde.
Na área médica, o regime de sobreaviso
caracteriza-se pela disponibilidade de
especialistas, fora da instituição, alcan-
çáveis quando chamados para atender pa-
cientes, estando o médico escalado para
tanto, obrigado a se deslocar até o hos-
pital para os procedimentos necessários.
Com o aumento da utilização do so-
breaviso, potencializaram-se os problemas
advindos de situações como à falta de
escalas pré-definidas e ausência de re-
muneração pelos serviços, situação esta
muito assemelhada ao trabalho escravo.
Em 21/02, após iniciativa de alguns Conse-
lhos Regionais (entre eles o do Estado de São
Paulo e do Paraná), foi regulamentada, pelo
CFM, a Resolução n°. 1.834/2008, tornan-
do-se uma vitória significativa da categoria.
Situação no Estado
O que mudou com a Resolução CFM n°. 1.834/2008?
Dr. Roberto Amorim Moreira Tesoureiro da regional do SIMESC em Médio ValeEm Pomerode, a situação continua a mesma. Apenas duas especialidades recebem o sobreaviso remunerado: anestesiologista e ortopedista.
Dr. Geraldo Alves da SilvaSecretário da regional do SIMESC em BlumenauVeja na entrevista nas páginas 04 e 05.
Drª. Ana Beatriz Sengik SaezSecretária da regional do SIMESC em ChapecóO sobreaviso remunerado em Chapecó funciona muito bem desde a implan-tação. O grande problema está nas outras cidades que fazem parte da regio-nal. Nada mudou. Tem sido feita várias negociações, mas tudo continua da mesma maneira. Fizeram um pacto temporário, mes-mo assim nada mudou. A resolução é algo a mais nas negociações.Tudo que pode ser acrescentado em prol das negociações é bem vindo.
Dr. Romar Virgílio Pagliarin JúniorPresidente da regional do SIMESC em Extremo OesteEm nossa cidade existe o sobreaviso médico nas especiali-dades básicas: cirurgia, ginecologia/obstetrícia, pediatria e clínica médica, além de traumatologia e anestesia, porém não remunerados.A mudança desta realidade já é negociada e estudada há alguns anos e há a promessa de que, nesta próxima admi-nistração, torne-se sobreaviso remunerado. Até o momento, trabalhamos e fixamos escalas de sobreaviso sem a remu-neração complementar, contando somente com a produção SUS. Esperamos que a resolução nos ajude a modificar essa realidade.
Drª. Iara Machado MarasciuloPresidente da regional do SIMESC em São Bento do Sul Fizeram um novo contrato. Não mudou nada com a resolução. As mudanças já haviam ocorrido antes dela. Em São Bento do Sul, no Hospital e Maternidade Sagrada Família, cinco especialidades (clínica médica, cirúrgica, ortope-dia, pediatria, anestesia. - GO é esquema de plantão no hos-pital, 24 horas/dia), recebem sobreaviso, sendo pago por mês R$ 3.000,00 reais, para cada uma, acrescido da remuneração dos procedimentos. Em Rio Negrinho, na Fundação Hospitalar de Rio Negrinho, quatro especialidades (clínica médica, GO, cirúrgica, pediatria e ortopedia) recebem sobreaviso. Cada uma ganha R$ 3.000,00 reais, acrescido, também, da remu-neração dos procedimentos. E em Campo Alegre, no Hospital São Luiz, apenas duas especialidades (clínica médica, cirúr-gica, GO) recebem pela atividade, sendo pago para cada uma R$ 1.200,00 reais por mês, acrescido da remuneração dos procedimentos.
Dr. Mauro César AzevedoPresidente da regional do SIMESC em ItajaíDesde que haja acordo este deve ser respeitado até que outra ati-tude reivindicatória apareça. E parece ser este o caso. O Estado de Santa Catarina já tem um dispositivo legal que funciona para os próprios do Estado.Acho que nós médicos devemos sempre lutar por uma remunera-ção justa. E como não há obrigatoriedade de o profissional médi-co participar de escala de sobreaviso e nem de disponibilidade – cada instituição tem que saber administrar suas necessidades e suas vocações. Somos a favor do pagamento justo e digno do sobreaviso médico.Dr. Mauro salienta que, o ato médico é um ato de amor e de tra-balho e como tal precisa ser dignamente remunerado.O Departamento Jurídico do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen (HMMKB), através da advogada Zilda Bue-no, em relação à remuneração de sobreaviso indicada pelo CFM, informa que está aguardando resposta da ação que a AHESC, FHOSP e FHOSC (Santas Casas) impetraram contra o CFM, so-licitando a inconstitucionalidade da Resolução. Informa também, que o HMMKB tem Emergência tipo II, com equipe multidiscipli-nar (Cirurgia Geral, Traumato-Ortopedia, Anestesiologia, Gineco-Obstetrícia e Clínica Médica) funcionando e pagando os plantões. Os profissionais plantonistas ainda recebem os procedimentos que realizam. NÃO PAGA SOBREAVISO, mas paga Chamada Remunerada (R$ 42,00 reais) para os profissionais (não plantoni-stas) que forem solicitados pelo médico da emergência e do CTI. Isto foi um acordo realizado em agosto de 2005, junto com o Po-der Judiciário, Ministério Público, Diretor Clínico, Diretor Técnico, Diretora Administrativa do HMMKB, representantes do SIMESC, ACM e CREMESC. Está valendo até hoje.Já no Hospital Universitário Pequeno Anjo, o diretor técnico, Dr. Jose Alfonso Montoya, informa que o Hospital tem Emergência Tipo I e que remunera sobreaviso a 1/3 (um terço) do valor do plantão, para as seguintes especialidades: Anestesiologia, Ci-rurgia Pediátrica, Neurocirurgia e Traumato-Ortopedia. As outras especialidades recebem uma remuneração e R$ 80,00 reais, para cada chamada. Isso funciona desde 2004.
Dr. Flávio FilappiPresidente da regional do SIMESC em XanxerêXanxerê foi a primeira cidade a implantar o sobreaviso. As nego-ciações começaram no ano de 2001. Inicialmente, recebíamos 50% do valor da emergência.Depois de várias reuniões, os médicos, inconformados com a falta de reajustes, resolveram paralisar as atividades, dando um prazo de 30 dias (01/05 a 31/05/2008), para que a alteração dos valores (quanto ao sobreaviso) fosse corrigida.Em junho de 2008, foram oficializados os reajustes. A princípio seis clínicas recebiam o sobreaviso (médica, pediátrica, cirúrgica, obstétrica, anestesia e ortopedia), sendo pago, para cada uma, o valor de R$ 5.000,00 reais. Há dois anos, a especialidade de cardiologia foi incluída, somando sete, agora. Com o reajuste o valor passou para R$ 6.000,00 reais.Em Xaxim, o sobreaviso começou a ser pago em março de 2008, com valor de R$ 5.000,00 reais para cinco especialidades: gine-cologia, pediatria, clínicas cirúrgica e médica e anestesia.
Dr. Ronaldo BachmannPresidente da regional do SIMESC em Médio ValeNo Médio Vale as seis especilidades básicas que recebem so-breaviso são: Clínicas Médica e Cirúrgica, Pediatria, Obstetrí-cia/Ginecologia, Anestesiologista e Ortopedia. Cada espe-cialidade recebe R$ 4.000 reais, com exceção da Ortopedia, (que o contrato é diferente) e na Anestesiologia, que ganha um pouco mais, porém o número de médicos é menor.A cidade é pioneira na região no recebimento pela atividade, aproximadamente seis anos. Inicialmente era gratuito.
Algumas fontes de pesquisa: Resolução CFM n°. 1.834/2008 e artigo do assessor jurídico do SIMESC, Dr. Erial Lopes de Haro.A resolução está disponível na homepage do SIMESC – www.simesc.org.br
“
”
EXPRESSAS
Regulamentação da Assistência Jurídica do SIMESC
A Assistência Jurídica prestada pelo Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (SIMESC) aos médicos filiados veio sendo alterada ao longo dos anos e isso se deve especialmente ao fato de que esta instituição vem, a cada dia, logrando mais respeito e respaldo da categoria médica. Prova dessa assertiva é o fato de que há sete anos o SIMESC disponibilizava o serviço de Assistência Jurídica a 512 médicos, sendo que hoje está apta a atender mais de 3.600 filiados.Deve ser ressaltado que o crescimento do “mercado” de ações judiciais contra profissionais da medicina fez com que houvesse um aumento vertiginoso nos números de atendimentos jurídicos e de procedimentos judiciais. Em contrapartida, neste mesmo período, o crescimento do número de filiados se deu de maneira expressiva, porém uniforme.Vejamos, graficamente, uma análise estatística do período com-preendido entre setembro de 2007 a agosto de 2008, momento em que o número de filiados cresceu 3,3%, o aumento dos aten-dimentos 383% e o número de ações judiciais e procedimentos administrativos 400%.Diante destes números, o Sindicato viu-se obrigado a regulamen-tar as questões que envolvem a Assistência Jurídica, especialmente as que envolvem matérias de ordem financeira, vez que o cresci-mento da utilização dos serviços jurídicos é diretamente proporcio-nal ao aumento do repasse de verbas para tanto, ao mesmo tempo em que o número de filiados é diretamente proporcional à receita do SIMESC.Desta forma, foram aprovadas na Reunião de Diretoria Plena (RDP), do dia 29/11, por unanimidade, as normas que vão nortear os serviços de Assistência Jurídica, que trouxe como principal modifi-cação a implantação de um “plano co-participativo” e a participa-ção financeira das Regionais nas despesas com deslocamento dos advogados, cujo atendimento for proveniente das suas regiões.
Com a vigência desta regulamentação, alguns procedimentos pas-saram a exigir do médico filiado o pagamento de uma taxa a título do plano co-participativo, pagamento feito uma única vez, durante todo o trâmite do processo.São estes os procedimentos: ação indenizatória (taxa de 2 sa-lários mínimos), processo ético profissional (taxa de 2 salários mínimos), sindicância (1 salário mínimo) e processo criminal (taxa de 1 salário mínimo). Deve ser entendido que todas as despe-sas com deslocamento dos advogados serão suportadas pelo SIMESC e que todos os demais atendimentos e procedimentos, sejam administrativos ou judiciais, são oferecidos e suportados in-tegralmente pela entidade aos médicos filiados.
Dr. Erial Lopes de HaroAssessor Jurídico do SIMESC
Novos DiretoresA foto ao lado é do presidente do
Sindicato dos Médicos do Estado de
Santa Catarina (SIMESC), Dr. João Pe-
dro Carreirão Neto, e do Dr. Marcos
Luiz Franzoni, que assumiu durante a
Assembléia Geral Ordinária (AGO), em
28/11, o cargo de presidente da re-
gional do SIMESC em Rio do Sul,
substituindo a Dra. Janine Allassia
Debres Mello. O Dr. Alexandre Cas-
tro Robles, ausente no evento, será o
novo secretário da regional, substituin-
do o Dr. Oscar M. Edmundo Montoya
Gómez. Sejam Bem Vindos!!! Da esquerda para direita – Drs. João Pedro e Marcos
Nota de falecimentoO SIMESC comunica com pesar o falecimento, ocor-rido em 05/10/2008, do colega sindicalizado Dr. Virgí-lio Regges, obstetra que atuava na região de Caçador.
SIMESC agradece a presença das Diretorias
O SIMESC agradece a presença de todos os diretores que mesmo
com os impactos causados pelas enchentes que assolam o Es-
tado, deslocaram-se de suas residências e participaram da AGO
e da RDP, que ocorreram nos dias 28 e 29/11, respectivamente.
O Sindicato, ciente da impossibilidade da participação das outras
regionais, espera que as regiões atingidas recuperem-se o mais
breve possível.
O SIMESC par-
ticipa do Conselho
Municipal de Saúde
de Florianópolis
no segmento dos
profissionais de
saúde. O referido
Conselho, composto
pelos seguintes
segmentos: usuários,
governo, prestadores
de serviços e profis-
sionais de saúde,
tem a atribuição do
SIMESC participa do novo Conselho Municipal de Saúde
controle social das acões e serviços de saúde no município
de Florianópolis. O Sindicato, participou da audiência pública
para eleição do Conselho no dia 18/11, sendo eleito como
entidade titular para o mandato no período de 2008-2010,
com posse em 09/12, representado pelo Dr. Tadeu Ferreira
de Paiva, indicado pela diretoria executiva do SIMESC.
FENAM decide desfiliar-se da CNPL e da CUT
Na reunião dos dias 19 e 20/12, em São Paulo, o
Conselho Deliberativo da Federação Nacional dos
Médicos (FENAM) decidiu desfiliar-se da Confe-
deração Nacional das Profissões Liberais (CNPL) e
filiar-se à Confederação Nacional dos Trabalhadores
Universitários (CNTU). Também decidiu a desfilia-
ção à Central Única dos Trabalhadores (CUT). Na
ocasião, ficou acordado que a filiação a uma nova
Central dependerá ainda de conhecimento das
posições adotadas diante de várias questões. Es-
ses questionamentos serão encaminhados às cen-
trais e somente após as respostas será feita a op-
ção por uma delas. Essa cautela é para não repetir
o erro com a CUT, que tem posições conflitantes
com a posição da FENAM, em alguns pontos.
Também foi deliberado o apoio ao projeto original
da regulamentação da Emenda Constitucional 29
(EC29) e contrário à criação da Contribuição Social
da Saúde (CSS), atrelada ao projeto substitutivo.
De olho no Leão: Imposto de Renda 2009O médico sindicalizado que estiver em dia com a
tesouraria poderá utilizar os serviços da assessoria
contábil para fazer sua Declaração de Imposto
de Renda. O prazo para entrega dos documentos
à assessora contábil, Katiane Moro Silva, encerra
no dia 22 de abril de 2009. A documentação de-
verá estar completa, caso contrário não será pos-
sível efetuar a declaração. Mais informações pelos
telefones (48) 3223-1060/1030, ou pelo e-mail:
simesc@simesc.org.br.
Diretores na RDP
Nova diretoria da FMSB foi eleita e empossada durante assembléia da entidade
Nos dias 24 e 25/10, representantes das Diretorias Executivas dos Sindicatos componentes da Federação Médica Sul Brasileira
(FMSB) - o Sindicato dos Médicos no Estado do Paraná (SIMEPAR), Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (SIMESC),
o Sindicato dos Médicos de Santa Maria, o Sindicato dos Médicos da Região Sul de SC (SIMERSUL), Sindicato dos Médicos de Rio
Grande e Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Sul (SIMERS) -, estiveram reunidos no Centro de Convenções do Hotel Sheraton
Porto Alegre, em Porto Alegre/RS, para a Assembléia Geral Ordinária da FMSB.
Na ocasião, foi eleita, por unanimidade dos diretores presentes, e empossada a chapa única para a gestão 2008-2010, tendo como
presidente o Dr. Sami Abder Rahim Jbara El Jundi (SIMERS). Alguns dos diretores do SIMESC fazem parte da nova composição: Dr.
Vânio Cardoso Lisboa, como segundo vice-presidente, Dr. César Augusto Ferraresi, como suplente de secretário geral, Dr. Leopoldo
Alberto Back, como primeiro tesoureiro, Dr. Jolnei Antonio Hawerroth, como diretor jurídico e o Dr. Gladimir Dalmoro, como conse-
lheiro fiscal. Na assembléia, ficou decidido que a FMSB organizará um seminário sobre o tema, a ocorrer em Florianópolis, preferen-
cialmente, na segunda quinzena de março de 2009.
FEMESC de 2009 será em Timbó
O evento é o principal das entidades médicas do Estado e reúne profissionais para fomentar
o debate sobre os principais assuntos relacionados à categoria
foto: www.timbo.sc.gov.br
A cidade que irá sediar o XII Fórum das Entidades
Médicas do Estado de Santa Catarina (FEMESC)
será Timbó, conhecida como a “Pérola do Vale”,
por sua riqueza, beleza e qualidade de vida.
O evento ocorrerá nos dias 05 e 06 de junho de
2009, no Hotel Timbó Park. A organização será
do Conselho Superior das Entidades Médicas de
Santa Catarina (COSEMESC) e a coordenação
está a cargo do Conselho Regional de Medicina
de Santa Catarina (CREMESC).
Fique atento aos próximos informativos e a
homepage do Sindicato dos Médicos do Estado
de Santa Catarina (SIMESC) – www.simesc.org.br
-, que trarão novidades sobre o assunto.
Aposentadoria especial para atividade insalubre
Mandado de Injunção coletivo impetrado pelo SIMESC no STF pre-tende assegurar o direito dos médicos do serviço público a obter apo-sentadoria especial por atividade insalubre após 25 anos de trabalho
Desde o dia 08/08, data em que
o SIMESC, através da sua asses-
sora previdenciária, Dra. Lucila
Moura Santos Cardoso, deu en-
trada na ação coletiva da apos-
entadoria por atividade insalubre,
vários médicos procuraram o Sindi-
cato para ingressar com a ação.
O Mandado de Injunção (MI 874)
coletivo impetrado pelo SIMESC, no
Supremo Tribunal Federal (STF), tem
por objetivo assegurar o direito dos
médicos do serviço público a obter
aposentadoria especial por atividade
insalubre após 25 anos de trabalho.
Desde então, algumas movimen-
tações no mandado já foram
realizadas. Em 09/10, foi publicado
despacho do Ministro Celso de
Mello, que relembra o posiciona-
mento recente do STF favorável em
mandados individuais e reconhece
a legitimidade da entidade sindical
em interpor o mandado coletivo
apesar da ausência de regulamen-
tos nesse sentido. Assim, o man-
dado prossegue já com manifes-
tação positiva da interpretação do
STF em processos semelhantes.
Considerando o teor do despa-
cho, o SIMESC está otimis-
ta quanto à decisão favorá-
vel, provavelmente para 2009.
No dia 24/11, a Procuradoria Geral
da República (PGR), à semelhança
nos mandados individuais an-
teriores, manifestou-se pela pro-
cedência parcial do pedido. Sig-
nifica que após a defesa, que deve
ser oferecida pela Advocacia Geral
da União (AGU), o Ministro Celso de
Melo deve apresentar relatório que
após será submetido ao Plenário.
É importante ressaltar que esta
ação é coletiva, tendo como autor,
o SIMESC, através de sua asses-
sora previdenciária e como públi-
co-alvo os médicos sindicalizados.
O Despacho Liminar MI 874
está disponível na homepage do
Sindicato – www.simesc.org.br.
Acesse a página e acompanhe o
andamento do processo.
NOVOS FILIADOS
ANA PAULA MARTINS NAZARIO
ANDRE AUGUSTO MARTINS
ANDRE MENDES ARENT
ANDRESSA BISCARO
BIANCA STEFANELLO
BRASILIA SOLANGE TELLO CAJAMARCA
CARLOS EDUARDO MONTEIRO ZAPPELINI
CLAUDIO DE OLIVEIRA
CLAUDIO KIYOSHI KRODA
CLEYTON GREGORY SILVA
DANIEL FARACO NETO
DARCI DUARTE LOPES JUNIOR
DELSON MORILO LANGARO
DELSON VALDEMIR PESSIN
ELEONORA MENEZES DE SALLES
ESTELA REGINA EIDT
FERNANDA CARDOSO
FILIPE PIMONT BERNDT
GEAN LISTONI
GILDO GOMES
GIORGIO SANDINS BEZ BATTI
GUILHERME HENRIQUE DE
CARVALHO NUNES
HENRIQUE VENTURA OLMOS
KATHLEN BACK MERIDA
LARISSA MARIE MULLER
LEONARDO FÁBIO CARELLI
LEONARDO LACAVA LOPES
LILIA ROSA LEYVA URQUIZA
LUCIANO MORAES MENDES DE AGUIAR
MARCUS VINICIUS JOSINO
MARIA ELIZABETH PEREIRA DO NASCI-
MENTO
MAURICIO DE AGUIAR ANDRADE
MAURO TIBOLA
MELISSA DEROSSI
MICHAEL RICARDO LANG
OTAVIO CUNHA FREITAS
PAULA DE AZAMBUJA BUBA
PERICLES PRETTO
SERGIO CORREA PINTO JUNIOR
TICIANA FERREIRA
VANDERLE DAMIN
VOLNEI CORREA DA SILVA
SIMESC conquista novos filiados no período de 30/09/08 a 02/01/2009
ESPECIAL
A lei define uma Organização Social (OS)
não como um novo tipo de personalidade
jurídica, mas sim como a qualificação de
“pessoas jurídicas de direito privado, sem
fins lucrativos”. Tais entidades, para serem
assim consideradas, devem cumprir nove
requisitos listados no artigo segundo da Lei
9.637/98, passando a receber do Poder
Público tal qualificação, se este achar opor-
tuno e conveniente concedê-la.
Com entidades qualificadas como organiza-
ção social o poder público pode firmar o tão
comentado Contrato de Gestão – essa sim,
uma figura nova no direito brasileiro –, que
atribui à determinada OS a execução de
serviços determinados no contrato e para a
qual estabelece metas objetivas e cronogra-
mas. Para que a OS realize esses serviços
pode receber do Poder Público recursos fi-
nanceiros, bens e inclusive servidores públi-
cos cedidos. O artigo quinto da lei define o
contrato de gestão como um instrumento
firmado entre Poder Público e entidade
qualificada como OS, que tem o objetivo de
formar parceria para o fomento e execução
de atividades que na ótica atual do Estado
mínimo podem ser delegadas, quais sejam:
o ensino, a pesquisa científica, o desenvol-
vimento tecnológico, a proteção e preserva-
ção do meio ambiente, a cultura e a saúde.
O objetivo de formar parceria leva a outra
determinação da lei: de que o contrato de
gestão seja “elaborado de comum acordo”
entre entidade privada e poder público.
Certificada as características de uma OS,
temos que desde a década de 90, através
de um novo enfoque administrativo iniciado
com o governo Collor e levada a frente pelo
período de Fernando Henrique Cardoso,
o Brasil vem caminhando a passos largos
para imitar os modelos governamentais
propostos pelos Estados Unidos, também
na área da saúde. Como se não bastasse
importar seus modelos econômicos e algu-
mas políticas fiscais, por vezes polêmicas,
agora também tenta segui-los na área da
Saúde Pública.
O curioso é que o modelo americano é um
dos mais controversos e que revelam a per-
versidade de um sistema público de saúde
que se volta à persecução do lucro ao re-
passar tão vital função ao setor privado.
Prova narrada deste fato é o filme recente-
mente em cartaz do cineasta americano
(quase expulso de seu país), Michael Moore,
o polêmico “Sicko-SOS Saúde”, que retrata
o drama vivido pela população Norte Ameri-
cana em se tratando de sua custosa saúde
nacional.
A realidade retratada pelo corajoso e
polêmico Michael Moore, por ter levado os
heróis do “11 de setembro”, os bombeiros,
para tratamento médico em Cuba, torna o
documentário imperdível. Soa inacreditável
que os bombeiros feridos durante o tra-
balho, depois do atentado às torres gêmeas
nos Estados Unidos, não tiveram sequer
um leito de hospital para se tratar, sequer
condições de comprar um vidro de remédio,
porque não ganham o suficiente para ter
acesso ao caríssimo, inacessível até para as
classes médias, sistema de saúde do país
mais rico do mundo.
Em seu documentário, Moore deixa claro
que o sistema adotado nos Estados Unidos
é muito mais ineficiente do que o adotado
não só em Cuba, mas também no Canadá,
na França, na Inglaterra, na Alemanha que
mantêm, apesar dos lobbies das empre-
sas de saúde e dos ataques sofridos pelos
governos neoliberais, o caráter público da
assistência médica e hospitalar e remédios
a preços acessíveis ou, em alguns casos,
gratuitos.
Nada contra a lógica capitalista de se obje-
tivar lucro (aqui considerado como o supe-
rávit na prestação de um serviço ou produ-
to), pois a iniciativa privada, tão importante
nas economias mundiais e verdadeiro mo-
tor das sociedades, não persistiria se não
houvesse a incessante busca da mais valia;
porém quando o assunto é saúde pública,
talvez um dos bens sociais mais impor-
tantes de qualquer democracia evoluída,
sabe-se que o lucro deve ser relegado a um
segundo plano; ou ao menos deveria.
Em primeiro lugar na lista de prioridades
de uma república democrática há de ser
erigido o bem-estar e a saúde de seus ci-
dadãos, pedra angular de qualquer nação.
Isto porque sem o indivíduo sadio não se
constrói sociedade alguma e, via de con-
seqüência, deixa de ser necessária a figura
do Estado enquanto manifestação da orga-
nização de uma sociedade.
Como se sabe, a Constituição de 1988
assegurou que a saúde no Brasil deve ser
tratada como um direito e não como um
privilégio. Logo, deve ser pública e gratuita,
extensiva a todo cidadão, independente de
renda, cor, gênero ou classe social.
No entanto, o avanço das políticas neoli-
berais, sobretudo na década de 1990, como
dito, vêm minando, de todas as formas, o
Sistema Único de Saúde (SUS) e acenando
com os planos de saúde privados como a
saída possível.
Esta lógica de que apenas o setor privado
possui capacidade gerencial capaz de le-
var a cabo a custosa saúde nacional é uma
lógica falha que só encontra reflexo no dis-
curso governamental, pois quer se desin-
cumbir do grande encargo que é a gestão
As Organizações Sociais e a gestão da Saúde Pública
da saúde pública. Prova disso é o já citado
modelo norte-americano. De fato os pla-
nos de saúde privados trazem benefícios,
porém a um custo altíssimo, mormente
para a população de um país como o Bra-
sil, em que a renda média de sua popula-
ção não ultrapassa a dois salários mínimos
(Fonte: IBGE).
Saúde pública de fato é um tema que
sempre gerou e gerará polêmica, verda-
deiro calcanhar de Aquiles de qualquer
Governo, mas que nunca deve ser en-
carada como um objeto de mercancia. De
fato a saúde brasileira gera vultosos custos
e dificilmente gerará lucro para quem pre-
tender atendê-la de maneira satisfatória,
haja vista a péssima distribuição de renda,
tanto populacional, quanto orçamentária,
tida como a má distribuição de riquezas
entre os Estados e municípios nacionais.
Tais fatos nos levam a uma conclusão
lógica de que para a saúde brasileira ser
privatizada terá, obrigatoriamente, de ge-
rar lucro para o ente privado que assumirá
o fardo e, para tanto, alguém terá de pa-
gar a conta. Porém, certamente não será
a grande massa que tem de sobreviver
com dois salários mínimos para toda uma
família.
Ou seja, ou o Estado Brasileiro assume de
vez esta enorme conta e passa a encará-
la como um investimento social, de forma
plena e efetiva, nos moldes constituciona-
is, ou leva a cabo o procedimento de priva-
tização já iniciado, do qual a transferência
do problema para Organizações Sociais é
uma tentativa que pode dar errado, pois
provavelmente tenderá a ampliar os gas-
tos estatais, visto que ao invés de ter de
suportar apenas o “custo-saúde”, o Esta-
do terá também de gerar lucro para quem
o opera.
Podem argumentar os defensores do
novo sistema que se pretende implantar,
que as Organizações Sociais não visam o
lucro, o que é plena verdade. Mas não se
está a falar do lucro mercantil, traduzido
na repartição de sobras de capital, mas
sim do superávit da operação de prover a
saúde pública, porque por mais que uma
organização privada não vise lucro e rein-
vista toda sobra de capital na persecução
de seus objetivos, tal não se confunde
com operar no vermelho. Nenhuma orga-
nização pode se dar ao luxo de permane-
cer constantemente em déficit, prerroga-
tiva apenas possível ao Governo de um
país, único que pode suportar constantes
prejuízos, haja vista a recente situação das
Instituições Financeiras mundo afora.
Recentemente, na nossa realidade local,
temos visto algumas manifestações do
atual posicionamento do Governo. Como
exemplos mais próximos, temos o pro-
cedimento licitatório que visou eleger uma
OS para gerir o SAMU de Santa Catarina e
o Procedimento de Concorrência, vencido
pelo Hospital Nossa Senhora das Gra-
ças (OS de Curitiba), para gerir o Hospital
Materno Infantil Dr. Jesser Amarante Faria
(Joinville).
Em ambos os casos a iniciativa se deu, no
nosso ponto de vista, ao arrepio da Lei,
pois a Lei 8.080/90 (Lei Orgânica do SUS),
em seu art. 24, é taxativa ao permitir que
o Estado recorra à iniciativa privada
apenas quando comprovadamente “suas
disponibilidades forem insuficientes para
garantir a cobertura assistencial à popula-
ção de uma determinada área”, o que de
fato não foram o caso destes dois exem-
plos.
Tanto o SAMU, quanto aquele nosocômio
de Joinville, possuíam recursos financeiros
e disponibilidades técnicas para prestar um
adequado serviço de saúde a seu público
alvo, ou, ao menos, recebiam dotação or-
çamentária suficiente para tanto. Nestes
casos recorrer à iniciativa privada não era
a solução prevista em lei.
O expediente de entabular Contratos de
Gestão com entidades privadas deve ser
sempre visto com ressalvas, pois, em
verdade, tendem a contornar os eleva-
dos princípios trazidos pela Constituição
da República (art. 37) para melhor regrar
a Administração Pública, quais sejam: a
legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência administrativa.
De fato, quer parecer que o Governo, ao
ser pressionado por um lado pela Consti-
tuição – expressão máxima de seu povo –,
com a exigência de uma forma de condu-
zir seus deveres com maior higidez e, por
outro lado ciente de sua parca eficiência
administrativa, quase que num reconheci-
mento de incompetência gerencial, encon-
trou o subterfúgio do Contrato de Gestão
com as Organizações Sociais, mecanismo
duvidoso para se esquivar da grande
responsabilidade de gerir a saúde de seus
cidadãos. Resta saber quem suportará os
maiores prejuízos com esta mudança de
enfoque organizacional.
Em suma, sabemos que a população
brasileira conquistou em 1988 uma das
constituições mais avançadas do mundo
no que diz respeito ao entendimento de
que a saúde é direito de todos; portanto,
entendemos que deve continuar a ser
pública e gratuita, nos moldes perfilados
por aquela sábia Assembléia Constituinte.
Num contexto em que as experiências
ditadas pelo neoliberalismo apresentam
evidentes sinais de falência, em vários
países – tais como os Estados Unidos e,
mais perto de nós, o Chile – é no mínimo
temerário admitir um retrocesso.
Dr. Rodrigo Junchen Leal
Assessor Jurídico do SIMESC
As Organizações Sociais e a gestão da Saúde Pública
FENAM
O assunto foi discutido durante o Seminário Organização Sindical e Saúde Suplementar, em São Paulo, com as Centrais Sindicais
O assunto tem sido pauta em vários even-
tos, principalmente, na área da saúde. Um
deles foi o Seminário da Federação Na-
cional dos Médicos (FENAM) sobre a Or-
ganização Sindical e Saúde Suplementar,
com as Centrais Sindicais, em São Paulo,
entre os dias 06 e 08/11. Os organizadores
reuniram representantes de entidades
para debater o assunto, sendo exposi-
tores o vice-presidente da FENAM, José
Erivalder Guimarães de Oliveira, o diretor
do Departamento Intersindical de Asses-
soria Parlamentar (DIAP), Antônio Queiroz,
e representantes das Centrais Sindicais.
No primeiro dia do seminário foi realizado
um breve histórico sobre a trajetória das
centrais sindicais no Brasil, desde quando
as entidades surgiram, em 1981, com a re-
alização da primeira Conferência Nacional
da Classe Trabalhadora (CONCLAT), pas-
sando pelas fases de arrocho salarial, da
globalização e das conquistas importantes,
como a Constituição de 88, que apresentou
muitos avanços para a classe trabalhadora,
até chegar à criação do Conselho Nacio-
nal de Relações do Trabalho. Comparece-
ram as seguintes Centrais Sindicais: Força
Sindical, Central dos Trabalhadores e Tra-
balhadoras do Brasil (CTB), União Geral dos
Trabalhadores (UGT), Nova Central Sindical
e Central dos Trabalhadores (NCSCT) e
Central Geral dos Trabalhadores do Brasil
(CGTB), que debateram com os represen-
tantes dos sindicatos médicos de todas as
regiões do país, que participaram do evento.
As centrais sindicais brasileiras fizeram um
grande percurso para chegar a configuração
atual. Iniciaram sua história a partir dos anos
80, com o movimento sindical brasileiro. A
legalização destas tem colocado na ordem
do dia a discussão sobre qual central sindical
pode melhor representar os trabalhadores.
Esse é um debate que diz respeito não a-
penas aos sindicalistas, mas principalmente
aos maiores interessados, os trabalhadores,
pois o resultado desta escolha pode propor-
cionar uma direção com maior ou menor
envolvimento com as lutas do cotidiano.
FENAM realiza seminário sobre Organização Sindical
Drs. João Pedro e Bonnassis estavam presentes no evento
PRESTAÇÃO DE CONTAS
Balanço 2008 Previsão 2009
SIMESC RECOMENDA
Já para os que não dispensam uma boa leitura a segunda secretária do SIMESC, Dra. Zulma Sueli Carpes Natividade, sugeriu o livro “A Conspiração Franciscana”, de John Sack, um romance surpreendente sobre São Francisco de Assis. Tudo começa em 1230, quando a Ordem dos Franciscanos dissimulou os estigmas da pele de São Francisco de Assis e escondeu o lugar exato de sua tumba, que só seria descoberta 600 anos depois. Que segredo terrível e ameaçador a Igreja desejava ocultar? Traduzido para mais de vinte países, a conspiração franciscana é uma obra de ficção baseada em fatos reais que prende o leitor do começo ao fim. Pouco antes de morrer, frei Leo, um grande companheiro de São Francisco, escreve uma carta de despedida para seu amigo Conrad e esconde nos ornamentos do pergaminho uma mensagem que faz referência a acon-tecimentos misteriosos da vida do santo. A conspiração franciscana conduz o leitor por histórias paralelas que pouco a pouco vão se cruzando e revelando conexões surpreendentes.
Para aqueles que gostam de um bom filme, o tesoureiro da regional do SIMESC em Médio Vale, Dr. Ro-berto Amorim Moreira, indica um drama para lá de emocionante, o seriado The Tudors (The Tudors - Season 1). Com estréia no canal People+Arts em outubro, a série conquistou a crítica e o público ameri-cano. Pegando carona no sucesso de dramas históricos como “Roma”, a série retrata a vida do jovem rei da Inglaterra, Henrique VIII Tudor. O ator Jonathan Rhys Meyers, protagonista do filme de Woody Allen “Match Point”, interpreta o rei que assumiu o trono inglês em 1509, depois da morte do seu irmão mais velho. Henrique VIII casou-se com a mulher de seu falecido irmão, Catarina de Aragão. Quando ela não con-seguiu conceber um filho homem, ele fundou a Igreja Anglicana para se casar pela segunda vez, já que o catolicismo não permitia. Apesar do sucesso, alguns historiadores criticam a série por não ser totalmente fiel à história. “The Tudors” recebeu quatro indicações ao Emmy deste ano, incluindo melhor elenco de série dramática, e já foi renovada para sua segunda temporada.
Leitura - “A Conspiração Franciscana”
Filme - The Tudors (The Tudors - Season 1)
SINDICATO PRESENTEO Boletim Médico divulga aos seus leitores a AGENDA DA DIRETORIA EXECUTIVA, com o
objetivo de permitir total transparência das ações desenvolvidas e realizadas pela entidade.
OUTUBRO
03 – Participação na abertura do Congresso Catarinense de Medicina, no Centro de Convenções de Florianópolis13 – Sessão Solene na ALESC – Dia do Médico 14 – Reunião do COSEMESC na sede do SIMESC15 – Assembléia Geral dos Médicos, na ACM- Participação do Dr. João Pedro no Programa Conversas Cruzadas na TVCOM para tratar das terceirizações dos serviços públicos de saúde- Participação do Dr. João Pedro na Comissão de Orçamento do Conselho Estadual de Saúde, na Sala do Conselho Estadual de Saúde17 – Posse da nova diretoria da ACM e jantar dançante em homenagem ao Dia do Médico, na ACM24 e 25 – Drs. João Pedro, Vânio e Gladimir participaram da AGO da FMSB, em Porto Alegre – Posse da nova diretoria28 – Diretores do SIMESC participaram da reunião da UNIMED - Comemoração ao Dia do Médico, no Hotel Majestic29 – Sessão Plenária do Conselho Estadual de Saúde, com a participação do Dr. João Pedro
NOVEMBRO
06 a 08 – Drs. João Pedro e Bonnassis estiveram presentes na Reunião e Seminário sobre Organização Sindical da Diretoria Executiva da FENAM, em São Paulo11 – Dr. João Pedro esteve presente na reunião da Mesa Estadual de Negociação Permanente do SUS, na Escola de Saúde Pública13 – Reunião com o SindFarSC e SindSaude, na sede do SIMESC- Reunião do COSEMESC para analisar a proposta da Secretaria de Estado da Saúde, na sede do CREMESC, com a participação dos Drs.João Pedro, Renato Polli e Bon-nassis17 – Apresentação do SIMESC, pelos Drs. Odi e Eliana, aos acadêmicos da 12ª fase do Curso de Medicina da UNISUL de Tubarão18 – Assembléia para eleição do novo Conselho Municipal de Saúde. O Dr. Tadeu Fer-reira de Paiva representou o SIMESC e foi eleito para o período 2008-2010- Participação do Dr. João Pedro no Programa Conversas Cruzadas na TVCOM, para tratar sobre as consultas especializadas das Policlínicas19 – Assembléia do Corpo Clínico da Secretaria Municipal de São José, com a partici-pação dos Drs. João Pedro e Renato Polli e, o assessor jurídico do SIMESC, Dr. Erial21 – Posse da Sociedade Catarinense de Pediatria, na ACM, com a participação do Dr. João Pedro- Apresentação do SIMESC, pelos Drs. Odi e Eliana, aos acadêmicos da 11ª e 12ª fase do Curso de Medicina da UFSC26 – Fórum UNIMED na ACM, para falar sobre o cooperativismo - Solenidade de abertura da 14ª edição do FARMAPOLIS28 e 29 – AGO e RDP do SIMESC
DEZEMBRO
08 – Reunião da regional do SIMESC de São Bento do Sul e a AMCET com o novo prefeito da região09 – Reunião do COSEMESC, no CREMESC, com a participação dos Drs. João Pedro e Renato Polli- Participação do Dr. João Pedro na reunião da Mesa Estadual de Negociação Perma-nente do SUS- Dia de paralisação do Corpo Clínico da Secretaria Municipal de São José- Posse do novo Conselho Municipal de Saúde, na sala de reunião do Conselho. O Dr. Tadeu Ferreira de Paiva representou o SIMESC10 – Reunião com a comissão de assistentes sociais para discutir a formação de um Sindicato para a categoria, com o Dr. João Pedro e Drª. Valdete19 e 20 – Reunião do Conselho Deliberativo da FENAM, com a participação do Dr. João Pedro, em São Paulo
JANEIRO
De 9 a 16 II SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE INVESTIGAÇÃO CARDIO-VASCULAR
FEVEREIRO
De 2 a 6CONGRESSO DE CULTURA E SAÚDE MENTAL
MARÇO
De 04 a 0666º CURSO NESTLÉ DE ATUALIZAÇÃO EM PEDIATRIALocal: Transamérica Expo Center - São Paulo/SPInformações e inscrições: EKIPE de Eventos - ekipe@eki-pedeeventos.com.brContato: (41) 3022-1247
2ª QuinzenaReunião da FMSB, organizada pelo SIMESC.Florianópolis/SCContato: (48) 3223-1060
20 e 21“II FÓRUM DE ÉTICA MÉDICA DO CREMESC”Local: Hotel Mercure Itacorubi – Florianópolis/SCMais informações: www.cremesc.org.brContato: (48) 3223-5122
28 e 29 MÓDULO I - PROGRAMA CATARINENSE DE EDUCAÇÃO MÉDICA CONTINUADA - PEMCLocal: Associação Catarinense de Medicina (ACM) – Florianópo-lis/SCMais informações: http://www.acm.org.br/acm/index.php?center=cursosContato: (48) 3231-0300
O SIMESC tem sido frequentemente destaque na imprensa do Estado. Só o presidente, Dr. João Pedro Carreirão Neto,
participou duas vezes do programa Conversas Cruzadas, da TV COM, nos dias 15/10 e 18/11, e produziu um artigo para o
jornal Diário Catarinense (DC) intitulado de “Os Rumos da Residência”, que saiu na edição de 15/10. A assessoria jurídica da
entidade também foi assunto neste jornal. O advogado Erial Lopes de Haro fez considerações pertinentes quanto à denúncia
feita pelos funcionários da saúde pública municipal, ao SIMESC, sobre os atrasos dos salários, veiculada em 06/11.
Sindicato PresenteAgenda de eventos 2009
Saiu na imprensa
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