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Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra
Maio, 2011 – Rev. 00
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Capítulo VII - Identificação e Avaliação de Impactos
1 INTRODUÇÃO
Neste capítulo são identificados e avaliados os impactos ambientais decorrentes da implantação e operação das infraestruturas de uso comum do Distrito Industrial de São João da Barra (DISJB).
Neste contexto são considerados diretamente associados ao DISJB, cujo licenciamento é objeto deste EIA, os aspectos ambientais decorrentes das seguintes atividades e intervenções:
Fase de Planejamento
Desocupação da área para implantação do empreendimento.
Fase de Implantação
Implantação de canteiro de obras; Limpeza de terreno nas áreas de implantação das infraestruturas comuns do
DISJB; Possível dragagem de área de empréstimo marítimo para prover material
para aterro do DISJB; Aterros para alteamento dos terrenos das áreas de implantação das
infraestruturas do DISJB; Construção de edificações de apoio e administração do DISJB, bem como
dos sistemas: de abastecimento de água e esgotamento sanitário e industrial; macrodrenagem; rede viária; distribuição de energia elétrica; e utilidades do mesmo.
Fase de Operação
Operação do Sistema de abastecimento de água com captação no rio Paraíba do Sul, adução, tratamento e distribuição de água para o DISJB e demais áreas do Complexo Logístico Industrial do Porto do Açu (CLIPA);
Operação do Sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitário das indústrias, com disposição final por emissário submarino;
Operação do Sistema de coleta de efluentes industriais tratados e disposição final por emissário submarino;
Operação do Sistema de macrodrenagem com destinação de águas pluviais para o canal Campos – Açu, canal Quitingute, lagoa do Veiga e para o mar;
Operação do Sistema de resíduos das atividades relacionadas a tratamento de água e esgotos e demais prestações de serviços do DISJB.
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Assim, são avaliados neste EIA, para fins de definição de medidas mitigadoras, de controle ou de compensação a cargo do empreendedor, os impactos decorrentes das atividades acima listadas e de seus respectivos aspectos ambientais.
Além disto, como já explicado no início deste EIA, nele são também estudados, no âmbito de avaliação estratégica, os principais impactos de características cumulativas ou sinérgicas, associados à futura ocupação industrial do DISJB, bem como da implantação do Corredor Logístico planejado para a região.
Tais impactos não podem ser atribuídos diretamente à implantação do DISJB,
uma vez que os mesmos estão condicionados aos futuros empreendimentos industriais, a serem atraídos para o Distrito pelas facilidades nele oferecidas e pela infraestrutura logística da Zona Industrial do Porto do Açu (ZIPA). Estão condicionados também à futura implantação do Corredor Logístico pelo governo estadual.
Contudo, a inclusão neste EIA, do exercício de projeção de um cenário de plena ocupação do Distrito e a antecipação dos impactos e das transformações regionais induzidas por este cenário permite:
Avaliar, em linhas gerais, a viabilidade ambiental da instalação no DISJB, de
indústrias de transformação de alto e médio potencial poluidor, como aquelas que atualmente se planeja atrair para a região;
Avaliar em linhas gerais impactos relacionados ao Corredor Logístico e sua sinergia com impactos das futuras indústrias;
Orientar a formulação de diretrizes de gestão e controle ambiental para as futuras atividades industriais do DISJB e sua Área de Influência;
Identificar potenciais conflitos e oportunidades no processo de ocupação territorial da região, com vistas a subsidiar e apoiar o poder público na formulação de políticas que preparem a região para as transformações nela prognosticadas.
Para este fim apresenta-se no Volume IV deste EIA, uma caracterização dos
principais aspectos ambientais dos futuros empreendimentos industriais e do Corredor Logístico, bem como um prognóstico de impactos estratégicos, baseado em modelagens e projeções dos efeitos cumulativos ou sinérgicos dos mesmos. Para tanto, é projetado um cenário de ocupação plena do DISJB, considerando
um conjunto hipotético de tipologias industriais, definido com base nos fatores de atratividade decorrentes da oferta de grandes lotes industriais, infraestruturas do Distrito, Corredor Logístico, e demais facilidades que compõem a ZIPA, inclusive disponibilidade de minério e energia elétrica.
Os efeitos conjuntos de futuros empreendimentos industriais estimados neste EIA, para fins de planejamento, compreendem:
Dispersão na bacia aérea, de poluentes atmosféricos gerados pelas futuras indústrias e pelo tráfego associado à operação das mesmas, combinados com
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as emissões dos demais empreendimentos previstos ou já licenciados para a ZIPA;
Alteração dos níveis de ruído na região vizinha ao Complexo, em decorrência da emissão de ruídos pelas futuras indústrias e o tráfego associado à operação das mesmas, combinados com os demais empreendimentos previstos ou já licenciados para a ZIPA;
Fluxos de tráfego associados à implantação e operação das futuras indústrias; Níveis de risco ao público ou o meio ambiente associados à presença das
futuras indústrias e do ramal de gasoduto do CL; Crescimento populacional e demandas urbanas associadas à concretização do
cenário de plena ocupação do DISJB;
Geração de empregos e arrecadação de impostos decorrentes da implantação e operação das futuras indústrias instaladas no DISJB;
Aumento no nível de atividade econômica associado à concretização do cenário de plena ocupação do DISJB;
Assim, este EIA comporta duas abordagens distintas de avaliação ambiental sendo que a primeira, apresentada neste Capítulo VII, refere-se à identificação e avaliação dos impactos da implantação e operação das infraestruturas de uso comum do DISJB, para fins do licenciamento ambiental.
A segunda abordagem, apresentada no Volume IV, refere-se à antevisão dos impactos atribuídos ao cenário de plena ocupação industrial, e tem a finalidade de orientar o planejamento e ordenamento territorial da região, bem como de subsidiar as especificações para licenciamento do Corredor Logístico e das futuras indústrias que pretendam se instalar no Distrito.
2 IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS IMPACTOS DA INFRAESTRUTURA
DO DISTRITO INDUSTRIAL DE SÃO JOÃO DA BARRA
Os prováveis impactos da implantação e operação das infraestruturas do DISJB foram identificados a partir dos aspectos ambientais do mesmo, descritos em detalhe no Capítulo II (Descrição do Empreendimento) deste EIA. Tais impactos foram avaliados à luz do conhecimento atual sobre a região, quanto às condições socioeconômicas, biológicas e físicas do meio ambiente, apresentadas no Capítulo VI (Diagnóstico Ambiental).
A identificação e a avaliação dos impactos encontram-se estruturadas em quatro seções, a saber:
Seção 3, na qual se descreve a metodologia adotada para identificação e
avaliação dos impactos do empreendimento. Seção 4, onde são identificados os impactos sobre meios físico, biótico e
socioeconômico, decorrentes dos aspectos ambientais associados às atividades ou intervenções inerentes ao empreendimento.
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Seção 5, onde é apresentada a Matriz de Avaliação de Impactos baseada na metodologia proposta.
Seção 6, onde são descritos detalhadamente os impactos ambientais e as premissas técnico-científicas que fundamentam sua avaliação, bem como as medidas propostas para mitigar seus efeitos negativos ou potencializar os positivos.
3 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS
Os impactos ambientais previstos para o empreendimento foram identificados e classificados, de acordo com as normas e diretrizes do sistema de licenciamento ambiental (SLAM) do Estado do Rio de Janeiro. A metodologia adotada é baseada nos padrões estabelecidos pela legislação vigente e conceitos técnicos amplamente utilizados, adequando-se alguns conceitos às especificidades do empreendimento, alvo deste estudo.
A metodologia estabelecida atende aos princípios norteadores da Resolução CONAMA nº 001/86, a Lei Estadual nº 1.356/88 e a DZ-041 R.13 - Diretriz para Implementação do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e seu respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), aprovada pela Deliberação CECA nº 3.586/96.
Com base nas características do empreendimento e no Diagnóstico Ambiental da Área de Influência, os impactos ambientais foram identificados a partir da construção das inter-relações entre as atividades previstas para as diferentes fases do empreendimento (planejamento, implantação e operação) e os aspectos ambientais associados às atividades.
Para a avaliação dos impactos ambientais foi utilizada uma metodologia de classificação, estabelecida por critérios técnicos de valoração e critérios complementares qualitativos.
Uma vez avaliados os impactos ambientais foram apresentadas propostas de medidas, que pudessem mitigar, controlar, acompanhar, compensar os impactos negativos previstos e potencializar os impactos positivos.
3.1 CONCEITOS ESTABELECIDAS PELA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL E NORMAS
AMBIENTAIS
Neste estudo foram adotados os conceitos e definições estabelecidas pela legislação aplicável e normas ambientais, conforme descrito a seguir:
Aspecto Ambiental: Elemento das atividades, produtos ou serviços de uma organização que pode interagir com o meio ambiente. Um aspecto ambiental
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significativo é aquele que tem ou pode ter um impacto ambiental significativo (NBR ISO 14001:2004);
Fatores Ambientais: São os elementos ou componentes do meio ambiente que exercem uma função específica ou que influem diretamente no seu funcionamento;
Organização: Companhia, corporação, firma, empresa ou instituição, parte ou combinação destas, pública ou privada, sociedade anônima, limitada ou com outra forma estatutária, que tem funções e estrutura administrativa próprias (NBR ISO 14001:2004) (este termo não é utilizado no conteúdo deste procedimento por ter sido substituído por “empreendimento”);
Impacto Ambiental: Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas, que direta ou indiretamente, afetem: a saúde, a segurança e o bem estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente e a qualidade dos recursos ambientais (DZ-041). Qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte no todo ou em parte dos aspectos ambientais da organização (NBR ISO 14001:2004);
Medidas de Controle: Ações relativas à implantação, operação e manutenção de sistemas ou de procedimentos de controle dos aspectos ambientais significativos, visando prevenir, eliminar ou minimizar a ocorrência de impactos ambientais significativos adversos;
Medidas de Mitigação: Ações que visam reduzir os impactos ambientais significativos adversos em níveis considerados aceitáveis, buscando torná-los não-significativos;
Medidas de Acompanhamento e Verificação: Medição repetitiva, discreta ou contínua, ou observação sistemática de qualidade ambiental de um determinado processo ou tarefa;
Medidas de Potencialização dos Impactos Ambientais Benéficos: Ações que visam otimizar os impactos ambientais significativos benéficos;
Medidas de Compensação Ambiental: Ações relativas à compensação de impactos ambientais significativos adversos não mitigáveis no todo ou em parte. As medidas de compensação ambiental constituem uma ferramenta de viabilização ambiental do empreendimento e, em geral, são dedicadas aos fatores ambientais de mesma natureza do atributo impactado ou estabelecem a reposição dos serviços ambientais, originalmente gerados pelo atributo impactado.
Além disto, existem as ações de compensação ambiental associadas à criação ou fortalecimento de unidades de conservação, que possuem caráter compulsório, sempre que o empreendimento tenha relevante impacto ambiental, conforme determina o artigo 36º da Lei No 9.985, de 18/07/00 e dispositivos posteriores regulamentadores.
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3.2 DIRETRIZES E CRITÉRIOS TÉCNICOS DE VALORAÇÃO DOS IMPACTOS
AMBIENTAIS
A Avaliação de Impactos Ambiental (AIA) é o procedimento crítico do processo de licenciamento ambiental de um empreendimento, visto que a partir da caracterização dos impactos significativos são definidas as medidas de controle, de mitigação e de acompanhamento dos impactos reversíveis e as medidas de compensação ambiental para os irreversíveis, bem como medidas de otimização dos impactos significativos benéficos a serem implementadas pela empresa.
3.2.1 Critérios Específicos
A metodologia utilizada contemplou critérios específicos de avaliação de impacto ambiental. Estes critérios de avaliação são baseados na valoração dos impactos ambientais, os quais estão intrinsecamente associados à magnitude do impacto, e aos quais foram atribuídos valores relativos, objetivando-se minimizar a subjetividade na sua valoração.
Os critérios aqui utilizados estão caracterizados a seguir, considerando-se que os números mantidos entre parênteses correspondem aos respectivos valores relativos (“pesos”), atribuídos a cada um dos parâmetros.
3.2.1.1 Reversibilidade
Reversível (1): é aquela situação em que, uma vez cessada a atuação do aspecto ambiental causador do impacto, o fator ou parâmetro ambiental afetado, retorna (naturalmente ou mediante ações de mitigação), imediatamente ou em intervalo de tempo previsível, às condições de equilíbrio reinantes antes da ocorrência do impacto, ou seja, retorna às suas condições originais.
Irreversível (3): o fator ou parâmetro ambiental se mantém impactado mesmo que sejam adotadas ações de controle dos aspectos ambientais e/ou de mitigação do próprio impacto, caracterizando assim, impactos não mitigáveis na sua totalidade ou em parte. Quando uma vez ocorrida a ação, o fator ou parâmetro ambiental afetado não retorna às suas condições originais em um prazo previsível (DZ-041). Impactos irreversíveis podem ser permanentes ou não. Contudo sua não permanência decorre de transformações naturais de prazo não previsível, sobre as quais não há possibilidade indução ou maximização.
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3.2.1.2 Abrangência
Pontual (1): a alteração se reflete apenas na ADA (Área Diretamente Afetada) pelo empreendimento.
Local (3): a alteração se reflete inclusive na AID (Área de Influência Direta) do empreendimento, quando a ação afeta apenas o próprio sítio e suas imediações (DZ-041).
Regional (5): a alteração se reflete inclusive na AII (Área de Influência Indireta) do empreendimento, quando o impacto se faz sentir além das imediações do sítio onde se dá a ação (DZ-041).
3.2.1.3 Relevância
Irrelevante (0): a alteração não é percebida ou verificável. Moderadamente relevante (1): a alteração é verificável e/ou passível de ser
medida sem, entretanto, caracterizar ganhos e/ou perdas na qualidade ambiental da área de abrangência considerada, se comparados à situação original.
Relevante (3): a alteração é verificável e/ou passível de ser medida, caracterizando ganhos e/ou perdas na qualidade ambiental da área de abrangência considerada, se comparados à situação original.
Muito relevante (5): a alteração é verificável e/ou passível de ser medida, caracterizando-se, ganhos e/ou perdas, expressivos na qualidade ambiental da área de abrangência considerada, se comparados à situação original.
3.2.1.4 Magnitude
Reflete o grau de alteração da qualidade ambiental do meio que está sendo objeto da avaliação. É caracterizada a partir da consolidação dos valores associados aos critérios de valoração de impactos ambientais (os quais se encontram detalhados no Quadro 3.2-1 apresentado a seguir). A magnitude
deverá ser expressa por meio dos seguintes parâmetros e padrões:
Desprezível: decorrente obrigatoriamente de impactos classificados como irrelevantes, cujo valor é igual a zero (0).
Baixa: produto dos valores atribuídos aos critérios de valoração igual a 1 ou 3. Moderada: produto dos valores atribuídos aos critérios de valoração igual a 5, 9
ou 15. Alta: produto dos valores atribuídos aos critérios de valoração igual a 25, 27, 45
ou 75.
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3.2.1.5 Valoração de Impactos
Para a análise dos Impactos Ambientais associados ao empreendimento, os “pesos” atribuídos aos Critérios Específicos são analisados em conjunto.
O Quadro 3.2-1 apresenta possíveis combinações entre os valores atribuídos e a
consequente magnitude e classificação.
QUADRO 3.2-1: DEMONSTRATIVO DAS COMBINAÇÕES DOS VALORES ATRIBUÍDOS AOS CRITÉRIOS DE
VALORAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS COMPONENTES DA MAGNITUDE DO IMPACTO
CRITÉRIOS DE VALORAÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS
REVERSIBILIDADE ABRANGÊNCIA RELEVÂNCIA TOTAL MAGNITUDE
Qualquer Qualquer Irrelevante (0) 0 Desprezível
Reversível (1) Pontual (1) Moderada (1) 1 Baixa
Reversível (1) Pontual (1) Relevante (3) 3 Baixa
Reversível (1) Local (3) Moderada (1) 3 Baixa
Irreversível (3) Pontual (1) Moderada (1) 3 Baixa
Reversível (1) Regional (5) Moderada (1) 5 Moderada
Reversível (1) Pontual (1) Muito Relevante (5) 5 Moderada
Reversível (1) Local (3) Relevante (3) 9 Moderada
Irreversível (3) Pontual (1) Relevante (3) 9 Moderada
Irreversível (3) Local (3) Moderada (1) 9 Moderada
Reversível (1) Regional (5) Relevante (3) 15 Moderada
Irreversível (3) Regional (5) Moderada (1) 15 Moderada
Reversível (1) Local (3) Muito Relevante (5) 15 Moderada
Irreversível (3) Pontual (1) Muito Relevante (5) 15 Moderada
Reversível (1) Regional (5) Muito Relevante (5) 25 Alta
Irreversível (3) Local (3) Relevante (3) 27 Alta
Irreversível (3) Regional (5) Relevante (3) 45 Alta
Irreversível (3) Local (3) Muito Relevante (5) 45 Alta
Irreversível (3) Regional (5) Muito Relevante (5) 75 Alta
3.2.2 Critérios Complementares
A metodologia contempla, ainda, critérios complementares que visam subsidiar a identificação das ações a serem propostas / implementadas em cada caso específico, a saber:
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3.2.2.1 Duração
Temporária: a alteração tem caráter transitório (duração determinada). Permanente: a alteração persiste mesmo quando cessada a atividade que a
desencadeou. Quando, uma vez executada a ação, os efeitos não cessam de se manifestar num horizonte temporal conhecido (DZ-041).
3.2.2.2 Forma de Manifestação
Contínua: a alteração ocorre de forma ininterrupta. Descontínua: a alteração ocorre uma vez, ou em intervalos de tempo não
regulares. Cíclica: a alteração ocorre em intervalos de tempo regulares e previsíveis.
3.2.2.3 Ocorrência
Real: quando o impacto não depende de condições excepcionais para ocorrer e está associado aos aspectos ambientais correntes do empreendimento.
Potencial: é a alteração passível de ocorrer, porém não prevista em situações normais de operação.
3.2.2.4 Incidência
Direta: alteração que decorre de uma atividade do empreendimento. Indireta: alteração que decorre de um impacto direto.
3.2.2.5 Prazo para a Ocorrência
Curto Prazo: alteração que se manifesta imediatamente após a ocorrência da atividade, ou do processo, ou da tarefa que a desencadeou. Impacto Imediato é quando o efeito surge no instante em que se dá a ação (DZ-41).
Médio a Longo Prazos: alteração que demanda um intervalo de tempo para que possa se manifestar (ser verificada), o qual deve ser definido em função das características particulares do empreendimento.
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3.2.2.6 Natureza
Positiva: alteração de caráter benéfico. Negativa: alteração de caráter adverso.
4 IDENTIFICAÇÃO DE IMPACTOS SOBRE FATORES DOS MEIOS FÍSICO, BIÓTICO E SOCIOECONÔMICO
A partir da análise do empreendimento descrito no Capítulo II deste EIA, foram
evidenciados os aspectos ambientais, associados às suas diferentes intervenções e atividades.
Na sequência, com base nas inter-relações entre os aspectos ambientais do empreendimento e os compartimentos/fatores ambientais potencialmente afetados, foram identificados os impactos do empreendimento de acordo com as diferentes fases do empreendimento:
Planejamento (Quadro 4.1-1); Implantação (Quadro 4.2-1); e Operação (Quadro 4.3-1).
4.1 ASPECTOS AMBIENTAIS ASSOCIADOS ÀS ATIVIDADES / INTERVENÇÕES DO
EMPREENDIMENTO NA FASE DE PLANEJAMENTO
Desapropriação das áreas destinadas ao DISJB:
implicando na publicação de decreto de desapropriação, levantamento fundiário e socioeconômico da área afetada, contato com a população para negociação e efetivação de indenizações ou outras modalidades compensatórias, deslocamento e reassentamento da população afetada.
Levantamentos de campo para subsídio a planejamento e projetos:
implicando na entrada de pessoas e equipamentos em propriedades, ainda ocupadas, em curso do processo de desapropriação/indenização.
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QUADRO 4.1-1: IMPACTOS DA FASE DE PLANEJAMENTO IDENTIFICADOS A PARTIR DAS INTER-RELAÇÕES
ENTRE AS ATIVIDADES E ASPECTOS AMBIENTAIS
ATIVIDADE ASPECTO AMBIENTAL COMPARTIMENTO
AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL
Desapropriação das áreas
destinadas ao DISJB
&
Levantamentos de campo para
subsídio a planejamento e
projetos
Deslocamento e reassentamento da
população das áreas desapropriadas.
Socioeconômico
Alteração do Modo de Vida da População Local
e das Formas de Apropriação e Uso da
Terra
(Item 6.3.1)
Socioeconômico Geração de Expectativas
Negativas para as Comunidades Locais
(Item 6.3.2)
4.2 ASPECTOS AMBIENTAIS ASSOCIADOS ÀS ATIVIDADES / INTERVENÇÕES DO
EMPREENDIMENTO NA FASE DE IMPLANTAÇÃO
Abertura de frentes de trabalho
implicando na contratação de mão de obra, mobilizando trabalhadores locais e de outras regiões;
Implantação de canteiro de obras
implicando na construção de instalações provisórias para início das obras e operação de sistemas de água, esgotos, drenagem e resíduos;
Preparação/limpeza de terreno
implicando em demolições de edificações, retirada de entulhos e supressão de cobertura vegetal;
Aterros para alteamento das áreas de implantação das infraestruturas do DISJB
envolvendo atividades de movimentação de solos por meio de equipamentos pesados, transporte de material argiloso de jazidas terrestres, geração de poeiras, alteração da morfologia das áreas aterradas e criação de superfícies erodíveis;
Dragagem de área de empréstimo marítimo para prover material para aterro hidráulico
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implicando na restrição temporária de usos marítimos da área de empréstimo, na escavação do assoalho marinho, descarga de água com sedimentos nas proximidades da área de dragagem, ruído e deslocamento da draga entre a área de empréstimo e a costa, com instalação de tubulações para lançamento de material dragado para o terreno e retorno de água salgada ao mar, com interrupção temporária de utilização de faixa de praia;
Construção de edificações e dos sistemas de água, esgoto, drenagem e vias do DISJB, bem como do trecho final do canal Campos–Açu (Quitingute – mar)
envolvendo atividades, escavação, aterro, concretagem, pavimentação de vias, montagens, movimentação de equipamentos pesados, transporte de mão de obra e materiais de construção, interrupção e/ou relocação de vias existentes, interferências com a rede de drenagem, geração de ruídos e material particulado, geração e descarte de resíduos e efluentes, criação de superfícies susceptíveis a erosão;
Construção do trecho marítimo do emissário submarino
envolvendo instalação de píer provisório, escavação do assoalho marinho com disposição lateral de material escavado, assentamento de dutos e fechamento de cava, com utilização de equipamento pesado para cravação de estacas, geração de ruídos e interrupção temporária de utilização de faixa de praia;
Desmobilização de canteiros
implicando no desmonte e retirada de instalações provisórias, recuperação de áreas degradadas, remoção de resíduos e entulhos e dispensa de mão de obra.
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QUADRO 4.2-1: IMPACTOS DA FASE DE IMPLANTAÇÃO IDENTIFICADOS A PARTIR DAS INTER-RELAÇÕES ENTRE AS ATIVIDADES E ASPECTOS AMBIENTAIS
ATIVIDADE ASPECTO AMBIENTAL COMPARTIMENTO
AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL
Abertura de frentes de trabalho
Contratação de mão de obra
Socioeconômico Geração de Emprego e Renda (Item 6.3.3)
Socioeconômico Aumento do Fluxo Migratório (Item 6.3.4)
Socioeconômico Pressão sobre a Oferta de Serviços Públicos e
Infraestrutura (Item 6.3.5)
Socioeconômico Incremento de Ocupação Irregular (Item 6.3.6)
Socioeconômico Aumento dos Riscos Sociais (Item 6.1.5)
Socioeconômico Interferências no Desenvolvimento Agrícola
Local (Item 6.3.8)
Socioeconômico Aumento de Preços e Alugueis de Imóveis (Item 6.3.9)
Demanda por bens e serviços Socioeconômico Dinamização da Economia Local (Item 6.3.10)
Socioeconômico Geração de Emprego e Renda (Item 6.3.3)
Recolhimento de impostos Socioeconômico Aumento da Arrecadação Municipal (Item 6.3.11)
Preparação/limpeza de terreno
&
Implantação de canteiro de obras
Supressão da Vegetação
Físico Perda de Solo Superficial (Top Soil) (Item 6.1.3)
Biótico Perda de Habitats e Espécimes Vegetais (Item 6.2.1)
Biótico Afugentamento da Fauna Terrestre (Item 6.2.2)
Movimentação do solo durante a limpeza e preparação do terreno,
execução de escavações e aterros para construção do canteiro de
obras e demais estruturas
Físico Indução de Processos Erosivos (Item 6.1.4)
Físico Alteração de Qualidade dos Corpos Hídricos (Item 6.1.6)
Socioeconômico Interferências sobre Patrimônio Arqueológico (Item 6.3.12)
Recolhimento de impostos Socioeconômico Aumento da Arrecadação Municipal (Item 6.3.11)
Aterros para alteamento das áreas de implantação das infraestruturas do DISJB
Geração de esgoto doméstico, efluentes oleosos e resíduos sólidos
Físico Interferência com Drenagens Naturais (Item 6.1.5)
Biótico Alteração da Biota Aquática (Item 6.2.4)
Físico Alteração na Qualidade do Aquífero (Item 6.1.7)
Movimentação de solos e alteração da morfologia das áreas aterradas
Físico Indução de Processos Erosivos (Item 6.1.4)
Físico Interferência com Drenagens Naturais (Item 6.1.5)
Operação de máquinas, equipamentos pesados e veículos
Físico Alteração dos Níveis de Ruídos (Item 6.1.2)
Físico Alteração da Qualidade do Ar (Item 6.1.1)
Transporte rodoviário de pessoal e materiais de construção
Socioeconômico Aumento do Risco de Acidentes de Trânsito (Item 6.3.13)
Socioeconômico Sobrecarga nas Vias de Acesso (Item 6.3.14)
Recolhimento de impostos Socioeconômico Aumento da Arrecadação Municipal (Item 6.3.11)
Dragagem de área de empréstimo marítimo para prover material para aterro
hidráulico
Operação da draga e deslocamento entre a área de empréstimo e o
ponto de bombeamento
Físico Aumento da Turbidez na Coluna d’Água (Item 6.1.9)
Biótico Modificação na Estrutura das Comunidades
Planctônica (Item 6.2.5.1)
Biótico Modificação na Estrutura das Comunidades
Bentônica (Item 6.2.5.2)
Biótico Afugentamento Temporário da Fauna
Nectônica (Item 6.2.6)
Socioeconômico Interferência com a Pesca (Item 6.3.15)
Escavação do assoalho marinho na área de empréstimo e na zona
costeira para instalação da tubulação de recalque
Biótico Modificação na Estrutura das Comunidades
Bentônica (Item 6.2.5.2)
Descarga de água salina no terreno durante o aterro hidráulico
Físico Alteração na Qualidade do Aquífero (Item 6.1.7)
Operação de máquinas, equipamentos pesados e veículos
Físico Alteração dos Níveis de Ruídos (Item 6.1.2)
Físico Alteração da Qualidade do Ar (Item 6.1.1)
Recolhimento de impostos Socioeconômico Aumento da Arrecadação Municipal (Item 6.3.11)
Construção de edificações e dos sistemas de água,
esgoto, drenagem e vias do DISJB, bem como do trecho final do canal Campos–Açu
(Quitingute – mar)
Escavações e reaterros diversos, inclusive para implantação da linha
adutora.
Físico Indução de Processos Erosivos (Item 6.1.4)
Físico Interferência com Drenagens Naturais (Item 6.1.5)
Geração de esgoto doméstico, efluentes oleosos e resíduos sólidos
Físico Alteração de Qualidade dos Corpos Hídricos (Item 6.1.6)
Biótico Alteração da Biota Aquática (Item 6.2.4)
Físico Alteração na Qualidade do Aquífero (Item 6.1.7)
Transporte rodoviário de pessoal e materiais de construção
Socioeconômico Aumento do Risco de Acidentes de Trânsito (Item 6.3.13)
Socioeconômico Sobrecarga nas Vias de Acesso (Item 6.3.14)
Recolhimento de impostos Socioeconômico Aumento da Arrecadação Municipal (Item 6.3.11)
Construção do Canal Campos-Açu Físico Alteração na Hidrodinâmica do Aquífero
Superficial (Item 6.1.8)
Construção do trecho marítimo do emissário
submarino
Escavação do trecho marítimo do emissário submarino
Biótico Modificação na Estrutura das Comunidades
Bentônica (Item 6.2.5.2)
Desmobilização de canteiros Fechamento de postos de trabalho Socioeconômico Dispensa de Mão de Obra (Item 6.3.16)
Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra
Maio, 2011 – Rev. 00
VII. 15/142
4.3 ASPECTOS AMBIENTAIS ASSOCIADOS ÀS ATIVIDADES / INTERVENÇÕES DO
EMPREENDIMENTO NA FASE DE OPERAÇÃO
Captação no rio Paraíba do Sul, adução, tratamento e distribuição de água para o DISJB e demais áreas do Complexo Logístico Industrial do Porto do Açu
(CLIPA)
implicando em uso de manancial hídrico, manuseio de produtos químicos, geração de resíduos da ETA;
Coleta e tratamento de esgoto sanitário e disposição final por emissário submarino
implicando na operação, controle e manutenção do sistema de coleta, bombeamento, tratamento e disposição por emissário submarino, controle da eficiência do processo de tratamento, manuseio de produtos químicos, geração e destinação final lodo do tratamento;
Coleta de efluente industrial tratado e disposição final por emissário submarino
implicando na operação, controle e manutenção do sistema de coleta, bombeamento e disposição no mar, controle automático da qualidade dos efluentes tratados pelas indústrias com protocolos de admissão ou rejeição de efluentes;
Coleta de águas pluviais na rede de macrodrenagem e destinação para o canal Campos-Açu, canal Quitingute, lagoa do Veiga e para o mar
implicando controle de qualidade dos fluxos de drenagem e em manobra de comportas para controle de níveis;
Gestão de resíduos gerados pelas atividades do DISJB
implicando em coleta e destinação dos resíduos das unidades de tratamento de água, esgotos sanitários e demais instalações e facilidades do DISJB;
Operação do DISJB
implicando na abertura de postos de trabalho e contratação de serviços para desempenhar as atividades de operação e administração inerentes à gestão do Distrito, bem como na disponibilização de sua malha rodoviária, integrada ao sistema viário do município de São João da Barra.
Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra
Maio, 2011 – Rev. 00
VII. 17/142
QUADRO 4.3-1: IMPACTOS DA FASE DE OPERAÇÃO IDENTIFICADOS A PARTIR DAS INTER-RELAÇÕES ENTRE AS ATIVIDADES E ASPECTOS AMBIENTAIS
ATIVIDADE ASPECTO AMBIENTAL COMPARTIMENTO AMBIENTAL IMPACTO AMBIENTAL
Captação no rio Paraíba do Sul, adução, tratamento e distribuição de água para o
DISJB e demais áreas do Complexo
Logístico Industrial do Porto do Açu (CLIPA)
Demanda de água do rio Paraíba do Sul Socioeconômico Utilização de Recursos Hídricos (Item 3.6.18)
Manuseio de produtos químicos, geração de lodos do tratamento e efluente líquido da lavagem de
filtros na ETA.
Físico Alteração de Qualidade dos Corpos Hídricos (Item 6.1.6)
Biótico Alteração da Biota Aquática (Item 6.2.4)
Físico Alteração na Qualidade do Aquífero (Item 6.1.7)
Coleta e tratamento de esgoto sanitário e disposição final por emissário submarino
Manuseio de produtos químicos, geração de lodos do tratamento da ETE.
Físico Alteração de Qualidade dos Corpos Hídricos (Item 6.1.6)
Biótico Alteração da Biota Aquática (Item 6.2.4)
Físico Alteração na Qualidade do Aquífero (Item 6.1.7)
Disposição de efluente líquido tratado no mar através de emissário submarino
Físico Alteração da Qualidade de Água do Mar (Item 6.1.10)
Biótico Modificação na Estrutura das Comunidades Planctônica (Item 6.2.5.1)
Biótico Modificação na Estrutura das Comunidades Bentônica (Item 6.2.5.2)
Coleta de águas pluviais na rede de macrodrenagem e destinação para o canal Campos-Açu, canal Quitingute, lagoa do
Veiga e para o mar
Lançamento de drenagem em corpos hídricos (canal Campos – Açu, canal Quitingute, lagoa do
Veiga e para o mar).
Físico Interferência com Drenagens Naturais (Item 6.1.5)
Físico Alteração de Qualidade dos Corpos Hídricos (Item 6.1.6)
Biótico Alteração da Biota Aquática (Item 6.2.4)
Físico Alteração da Qualidade de Água do Mar (Item 6.1.10)
Biótico Modificação na Estrutura das Comunidades Planctônica (Item 6.2.5.1)
Biótico Modificação na Estrutura das Comunidades Bentônica (Item 6.2.5.2)
Construção do Canal Campos-Açu Físico Alteração na Hidrodinâmica do Aquífero Superficial (Item 6.1.8)
Gestão de resíduos gerados pelas atividades do DISJB
Coleta e destinação de resíduos da ETA, ETE e demais instalações e facilidades do DISJB
Físico Alteração de Qualidade dos Corpos Hídricos (Item 6.1.6)
Biótico Alteração da Biota Aquática (Item 6.2.4)
Físico Alteração na Qualidade do Aquífero (Item 6.1.7)
Operação do DISJB
Contratação de mão de obra
Socioeconômico Geração de Emprego e Renda (Item 6.3.3)
Socioeconômico Aumento do Fluxo Migratório (Item 6.3.4)
Socioeconômico Pressão sobre a Oferta de Serviços Públicos e Infraestrutura (Item 6.3.5)
Socioeconômico Incremento de Ocupação Irregular (Item 6.3.6)
Socioeconômico Aumento dos Riscos Sociais (Item 6.3.7)
Socioeconômico Interferências no Desenvolvimento Agrícola Local (Item 6.3.8)
Demanda por bens e serviços. Socioeconômico Dinamização da Economia Local (Item 6.3.10)
Contratação de mão de obra Socioeconômico Aumento de Preços e Alugueis de Imóveis (Item 6.3.9)
Alteração no sistema viário local Socioeconômico Melhoria das Condições de Acessibilidade Local e Regional (Item 6.3.17)
Biótico Afugentamento e/ou Atropelamento da Fauna Terrestre (Item 6.2.3)
Transporte rodoviário de pessoal e materiais de consumo
Socioeconômico Aumento do Risco de Acidentes de Trânsito (Item 6.3.13)
Socioeconômico Sobrecarga nas Vias de Acesso (Item 6.3.14)
Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra
Maio, 2011 – Rev. 00
VII. 19/142
5 MATRIZ DE IMPACTOS
A seguir, é apresentada a Matriz da Avaliação dos Impactos, realizada com base na metodologia anteriormente descrita.
De modo a permitir melhor compreensão das características intrínsecas dos impactos, são apresentados 3 (três) quadros distintos para cada compartimento considerado:
Meio Físico (Quadro 4.3-1); Meio Biótico (Quadro 4.3-2); e Meio Socioeconômico (Quadro 4.3-3).
Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra Maio, 2011 – Rev. 00
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QUADRO 4.3-1: MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS SOBRE O MEIO FÍSICO
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Programa de Supressão Vegetal e Resgate de Flora
Geomorfo-logia
Movimentação do solo durante a limpeza e preparação do terreno, execução de escavações e aterros para construção do canteiro de obras e demais estruturas
Movimentação de solos e alteração da morfologia das
áreas aterradas
Escavações e reaterros diversos, inclusive para
implantação da linha adutora
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Indução de Processos Erosivos
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Plano Ambiental de Construção
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Recursos
Hídricos
Movimentação de solos e alteração da morfologia das áreas aterradas
Escavações e reaterros diversos, inclusive para implantação da linha adutora. Im
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lagoa do Veiga e para o mar
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Programa de Gestão Ambiental do DISJB
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Movimentação do solo durante a limpeza e preparação do terreno, execução de escavações e aterros para
construção do canteiro de obras e demais estruturas Impla
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Plano Ambiental de Construção
Programa de Gerenciamento de Resíduos e Efluentes na
Implantação
Programa de Monitoramento dos
Ecossistemas Aquáticos e Aquífero Livre
Manuseio de produtos químicos, geração de efluentes líquidos da lavagem de filtros na ETA e de lodos do
tratamento da ETA e da ETE
Lançamento de drenagem em corpos hídricos (canal Campos-Açu, canal Quitingute, lagoa do Veiga e para o
mar)
Coleta e destinação de resíduos da ETA, ETE e demais
instalações e facilidades do DISJB
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o Programa de Gestão Ambiental
do DISJB
Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e
Aquífero Livre
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Plano Ambiental de Construção
Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e
Aquífero Livre
Programa de Gerenciamento de Resíduos e Efluentes na
Implantação
Descarga de água salina no terreno durante o aterro hidráulico
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Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e
Aquífero Livre
Manuseio de produtos químicos, geração de efluentes líquidos da lavagem de filtros na ETA e de lodos do
tratamento da ETA e da ETE
Coleta e destinação de resíduos da ETA, ETE e demais instalações e facilidades do DISJB
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o Programa de Monitoramento dos
Ecossistemas Aquáticos e
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Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e
Aquífero Livre
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Programa de Controle das Atividades de Dragagem
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o Programa de Monitoramento dos
Ecossistemas Aquáticos e
Aquífero Livre
Programa de Gestão Ambiental do DISJB
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QUADRO 4.3-2: MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS SOBRE O MEIO BIÓTICO
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Implantação
Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e Aquífero
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Manuseio de produtos químicos, geração de efluentes líquidos da lavagem de filtros na ETA e de lodos do
tratamento da ETA e da ETE
Lançamento de drenagem em corpos hídricos (canal Campos-Açu, canal Quitingute, lagoa do Veiga e para
o mar)
Coleta e destinação de resíduos da ETA, ETE e
demais instalações e facilidades do DISJB
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Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e Aquífero
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Operação da draga e deslocamento entre a área de empréstimo e o ponto de bombeamento
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Programa de Controle das Atividades de Dragagem
Operação da draga e deslocamento entre a área de empréstimo e o ponto de bombeamento
Escavação do assoalho marinho na área de empréstimo e na zona costeira para instalação da
tubulação de recalque
Escavação do trecho marítimo do emissário
submarino
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Programa de Monitoramento de Fauna Aquática
Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra Maio, 2011 – Rev. 00
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TIP
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PROGRAMAS
Disposição de efluente líquido tratado no mar através de emissário submarino
Lançamento de drenagem em corpos hídricos (canal Campos – Açu, canal Quitingute, lagoa do Veiga e
para o mar).
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Programa de Monitoramento de Fauna Aquática
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Programa de Monitoramento de Fauna Aquática
Comunida-des
Nectônicas
Operação da draga e deslocamento entre a área de empréstimo e o ponto de bombeamento
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Afugentamento Temporário da
Fauna Nectônica
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Plano Ambiental de Construção
Programa de Controle das Atividades de Dragagem
Programa de Monitoramentode Fauna Aquática
Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra Maio, 2011 – Rev. 00
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QUADRO 4.3-3: MATRIZ DE AVALIAÇÃO DE IMPACTOS SOBRE O MEIO SOCIOECONÔMICO
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AMBIENTAL ASPECTO AMBIENTAL
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AVALIAÇÃO DE IMPACTOS MEDIDAS
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PROGRAMAS
Modos de vida e
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Programa de Comunicação Social e Divulgação
Programa de Desapropriação e Relocação da População
Ocupante das Terras Situadas
na Área do Distrito Industrial
Programa de Fortalecimento da
Agricultura Familiar
População
Deslocamento e reassentamento da população das áreas desapropriadas.
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Geração de Expectativas
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Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização
da Mão de Obra
Programa de Comunicação Social e Divulgação
Programa de Educação
Ambiental
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AVALIAÇÃO DE IMPACTOS MEDIDAS
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PROGRAMAS
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Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização
da Mão de Obra
Programa de Acompanhamento
das Comunidades Vizinhas
Uso e Ocupação do
Solo
Demanda de água do rio Paraíba do Sul
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Utilização de
Recursos Hídricos
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Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização
da Mão de Obra
Programa de Comunicação Social e Divulgação
Programa de Acompanhamento das Comunidades Vizinhas
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Aumento de Preços e
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Programa de Controle de Transporte e Tráfego
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PROGRAMAS
Comunidades
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empréstimo e o ponto de bombeamento
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Interferência com a
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Patrimônio Arqueológico
Movimentação do solo durante a limpeza e preparação do terreno, execução de escavações e
aterros para construção do canteiro de obras e demais estruturas
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Interferências sobre Patrimônio
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Programa de Prospecção e Resgate do Patrimônio
Arqueológico
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Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização
da Mão de Obra
Programa de Comunicação Social e Divulgação
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da Mão de Obra
Contratação de mão de obra
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Programa de Comunicação Social e Divulgação
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da Mão de Obra
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com condições adequadas de
trafegabilidade.
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PROGRAMAS
Transporte rodoviário de pessoal e de materiais de construção e de consumo
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Aumento do Risco de Acidentes de Trânsito
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Transporte e Tráfego
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Ambiental
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Social e Divulgação
Finanças Públicas
Municipais Recolhimento de impostos
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Aumento da Arrecadação
Municipal
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Programa de Inserção Regional
Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização
da Mão de Obra
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Maio, 2011 – Rev. 00
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6 DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS
6.1 DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS SOBRE O MEIO FÍSICO
6.1.1 Alteração da Qualidade do Ar
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação
FATOR AMBIENTAL: Qualidade do Ar
ASPECTO AMBIENTAL: Operação de máquinas, equipamentos pesados e veículos
Durante a fase de instalação das infraestruturas do DISJB, as emissões atmosféricas mais significativas serão constituídas, basicamente, de material particulado e gases provenientes dos motores a combustão interna, movimentação de máquinas, veículos e equipamentos para limpeza e preparação do terreno, terraplenagem, aterro mecânico e hidráulico, obras civis para construção do canteiro de obras, das infraestruturas do DISJB, além do
transporte de insumos e equipamentos para as obras.
O principal poluente emitido na fase de instalação será o material particulado, mas também serão emitidos em menor escala, poluentes gasosos, como o dióxido de enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx), monóxido de carbono (CO) e compostos orgânicos voláteis (COV).
Os principais mecanismos de emissão de partículas estão relacionados à suspensão das partículas, causada pelo arraste eólico de materiais depositados sobre superfícies expostas, pelo trânsito de veículos em vias não pavimentadas e pavimentadas e pela movimentação de materiais pulverulentos. As emissões de poluentes gasosos, em quase sua totalidade, estarão associadas à operação dos veículos e equipamentos acionados por motores de combustão interna.
As ações a serem tomadas para mitigação das emissões atmosféricas na fase de implantação do empreendimento são principalmente preventivas, conforme descritas no Plano Ambiental de Construção (Item 3.1 do Capítulo IX), especificamente no componente Conservação da Qualidade do Ar, composto de um conjunto de diretrizes para o adequado controle e minimização da geração de poluentes atmosféricos pelas atividades de construção.
A aplicação criteriosa das medidas recomendadas no PAC e que serão detalhadas do Plano Básico Ambiental (PBA) na fase de licenciamento de instalação, permitirá que as obras transcorram sem que sejam produzidos impactos expressivos sobre a qualidade do ar nas áreas vizinhas aos canteiros obras.
Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra
Maio, 2011 – Rev. 00
VII. 35/142
Para garantia da eficácia das medidas propostas, além das medidas preventivas no PAC, faz-se necessário realizar o Monitoramento sistemático das áreas vizinhas aos canteiros ou junto às rotas de transporte de suprimento às obras. Esta medida também é prevista nos Programa de Monitoramento Meteorológico e de Qualidade do Ar cujas diretrizes são apresentadas no Item 4.1 do Capítulo IX, deste EIA.
Assim, com base nos critérios de valoração que integram a metodologia de avaliação de impactos, classifica-se o impacto de alteração da qualidade do ar na fase de implantação como negativo, reversível (1), de abrangência local (3), relevante (3) e de magnitude moderada.
As emissões atmosféricas da fase operação das infraestruturas do DISJB estão
associados às futuras indústrias no cenário de plena ocupação deste, cujas interfaces estão avaliadas no contexto do Volume IV que insere o prognóstico de
impactos estratégicos, baseado em modelagens e projeções dos efeitos cumulativos ou sinérgicos. Assim, neste Volume IV é discutido o impacto
associado à qualidade do ar de todas as indústrias e atividades comerciais que se pretende atrair para o CLIPA, bem como o Corredor Logístico com a carga de tráfego correspondente a tal cenário.
Medidas de Controle e Acompanhamento
Umidificar as vias de acesso internas não pavimentadas em períodos secos; Realizar limpeza e lavagem das vias de acesso internas pavimentadas quando
necessário; Efetuar cobertura da carga de acordo com a legislação específica, quando do
transporte de materiais secos que contenham pó ou de resíduos retirados da obra;
Controlar as atividades produtoras de poeira durante períodos de vento forte, podendo-se adotar, dentre outras, medidas tais como: limitação/proibição das atividades, umidificação das áreas, cobertura de pilhas de estoques de materiais;
Controlar a emissão de partículas (fumaça preta) dos caminhões e outros motores;
Monitoramento a qualidade do ar, conforme diretrizes preconizadas no Programa de Monitoramento Meteorológico e de Qualidade do Ar cujas diretrizes são apresentadas no Item 4.1 do Capítulo IX deste EIA.
Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra
Maio, 2011 – Rev. 00
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6.1.2 Alteração dos Níveis de Ruídos
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação
FATOR AMBIENTAL: Nível Acústico
ASPECTO AMBIENTAL: Operação de máquinas, equipamentos pesados e veículos
A ocorrência de ruído em função das atividades a serem desenvolvidas para a implantação e operação do empreendimento pode causar incômodos na população localizada no seu entorno.
Os critérios em vigor sobre os níveis de ruído, segundo a legislação brasileira, são dados através da Resolução CONAMA nº 001/90, à qual estabelece que "são prejudiciais à saúde e ao sossego público, os ruídos com níveis superiores aos considerados aceitáveis pela Norma NBR 10.151, da Associação Brasileira das Normas Técnicas - ABNT", que trata da Avaliação do Ruído em Áreas Habitadas, visando o Conforto da Comunidade. O Quadro 6.1-1, a seguir, apresenta os Níveis / Critério definidos como limites máximos admissíveis para cada tipo de área nos períodos, diurno e noturno.
QUADRO 6.1-1: NÍVEL CRITÉRIO (RUÍDO MÁXIMO ADMISSÍVEL) NBR 10151/2000 PARA AS DIFERENTES ZONAS, EM DB(A).
TIPOS DE ÁREAS DIURNO NOTURNO
Áreas predominantemente industriais 70 60
Área mista, com vocação recreacional 65 55
Área mista, com vocações comercial e administrativa 60 55
Área mista, predominantemente residencial 55 50
Área estritamente residencial urbana ou de hospitais ou de escolas 50 45
Áreas de sítios e fazendas 40 35
Os impactos ambientais de um dado empreendimento, associados à elevação do nível de ruídos, devem ser avaliados nos limites externos do terreno das instalações do mesmo, devendo-se observar, a partir destes, os níveis de ruído compatíveis com a classe de uso das áreas vizinhas.
O terreno do DISJB está situado na Área de Expansão Industrial definida pelo
zoneamento municipal, estabelecido pela Lei Municipal nº 115/2008 do Município de São João da Barra.
O Distrito possui, no seu limite sul e parte do limite sudoeste, áreas designadas no zoneamento municipal como de Expansão Urbana. No limite norte existem áreas rurais e designadas como corredores de expansão urbana e uso diversificado.
Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra
Maio, 2011 – Rev. 00
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Ao leste limita-se com a Zona Industrial do Porto do Açu e com a área da Fazenda Caruara, esta designada como de especial interesse para desenvolvimento sustentável.
No entanto, todas as áreas limítrofes ao DISJB apresentam-se, hoje, sem
ocupação residencial, sendo ocupadas por lotes rurais com pequena atividade agropecuária.
A Figura 6.1-1, a seguir, apresenta a localização do empreendimento no
zoneamento municipal.
Estudo de Impacto Ambiental – EIA
Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra Maio, 2011 – Rev. 00
VII. 39/142
FIGURA 6.1-1: ZONEAMENTO MUNICIPAL DE SÃO JOÃO DA BARRA E LOCALIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra
Maio, 2011 – Rev. 00
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Durante a fase de implantação, a geração de ruídos resulta, principalmente, das ações de construção das obras que envolvem a utilização de equipamentos/veículos muito ruidosos, como bate-estacas, retroescavadeira, motoniveladora, tratores, caminhões e outros, que emitem ruídos contínuos, flutuantes e impulsivos.
Este impacto está associado à realização de serviços de terraplanagem, construções do canteiro de obras e das edificações, montagem e instalação dos equipamentos, e pela construção de infraestruturas e sistemas de utilidades (canais de drenagem, redes de esgoto, abastecimento de água e energia etc.).
Uma outra fonte de ruídos é decorrente do tráfego de veículos pesados dentro e fora do canteiro de obras, envolvidos no transporte de pessoas e materiais associados às atividades de construção.
Para previsão dos níveis de ruído que poderão ocorrer durante a implantação do DISJB, foram utilizados os valores medidos no entorno das obras do Pátio de Minério do Porto do Açu, como representativos dos efeitos sonoros ocasionados pela futura obra. Esses valores foram obtidos, do Programa de Monitoramento e Controle de Ruídos (LLX-MINAS-RIO/ECOLOGUS, 2010i), que está sendo implementado para atendimento à condicionante da Licença de Instalação do Porto do Açu.
Tal programa vem sendo realizado desde 2007, com medições periódicas em 12 pontos em torno das obras do Porto, localizado na ZIPA, em terreno contíguo ao limite leste do Distrito Industrial (Mapa 6.1-1).
A seguir são apresentadas as variações de níveis sonoros durante 24 meses, nos períodos diurno (Figura 6.1-2) e noturno (Figura 6.1-3).
FIGURA 6.1-2: VARIAÇÃO DOS NÍVEIS SONOROS DURANTE O PERÍODO DIURNO NOS 2 (DOIS)
PRIMEIROS ANOS DE MONITORAMENTO NO PORTO DO AÇU. FONTE: ECOLOGUS (2010).
Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra
Maio, 2011 – Rev. 00
VII. 42/142
FIGURA 6.1-3: VARIAÇÃO DOS NÍVEIS SONOROS DURANTE O PERÍODO
NOTURNO NOS 2 (DOIS) PRIMEIROS ANOS DE MONITORAMENTO NO PORTO DO
AÇU. FONTE: ECOLOGUS (2010).
Da análise do gráfico citamos como de interesse para apreciação de resultado o ponto de medição 11 da rede de Monitoramento do Porto do Açu. Este ponto situa-se a cerca de 3,5 km da obra do porto do Açu e na direção dos ventos predominantes da região.
Seu interesse para a presente análise reside no fato de que o receptor mais próximo, com potencial de ser afetado pelo ruído das futuras obras do Distrito Industrial, será a comunidade de Água Preta, situada em relação ao empreendimento, de forma análoga a situação do Ponto 11 em relação à obra do Porto do Açu (Mapa 6.1-1).
Estudo de Impacto Ambiental – EIA Infraestruturas do Distrito Industrial de São João da Barra
Maio, 2011 – Rev. 00
VII. 43/142 MAPA 6.1-1: PONTOS DE MONITORAMENTOORAMENTO DE RUÍDOS
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Maio, 2011 – Rev. 00
VII. 45/142
Para o ponto 11 do Monitoramento do Porto do Açu verificou-se um nível de ruído diurno médio de 44 dB e noturno de 42 dB, ao longo de 24 meses.
Contudo neste mesmo ponto, uma primeira medição realizada em 11/2007 apresentou um resultado de 54 dB. A medição inicial ocorreu na época em que a obra estava em fase de instalação de canteiro, portanto não havia ainda ruídos da obra influenciando o resultado da medição. O valor inicial mais elevado do nível de ruído deveu-se ao vento que provocava ruídos na vegetação, na ocasião da medição. Tal efeito foi observado em diversos outros pontos da rede de Monitoramento.
Esta constatação indica que a região convive ocasionalmente, com níveis de ruídos elevados, advindos de fontes naturais, como vento e ruído do mar. Portanto está naturalmente sujeita aos níveis de ruído superiores ao padrão estabelecido para áreas rurais (sítios e fazendas – 40 dB diurno; 35 dB noturno) previsto na legislação.
Considerando que as médias dos valores das demais medições ao longo de 24 meses ficaram em 44 dB diurno e 42 dB noturno, pode-se concluir que a obra do Porto, mesmo utilizando-se de equipamentos ruidosos tais como bate-estacas, não foi capaz de afetar as condições típicas do Ponto 11, receptor situado a uma distância 3,5 km.
Como na construção das obras do DISJB serão utilizados equipamentos que
provocam ruídos similares ao da obra do Porto (tratores, motoniveladoras, bate-estacas, caminhões etc.), pode-se inferir que estas atividades poderão gerar ruídos similares aos gerados pela obra do Porto do Açu, e que tais ruídos não serão capazes de influenciar os níveis a que está sujeita a localidade de Água Preta, situada a cerca de 3,5 km do canteiro de obras principal do Distrito (Mapa 6.1-2).
Esta conclusão é reforçada pelo fato de Água Preta estar localizada ao longo da RJ-240, pelo que provavelmente já apresenta um nível de ruído mais elevado do que aquele a que o Ponto 11 do Monitoramento do Porto do Açu, o que reduziria a sua suscetibilidade a percepção dos ruídos da obra.
Tal hipótese pode ser comprovada observando-se os resultados obtidos recentemente, em medições de campo realizadas por MPX/CRA (2010), na localidade de Água Preta (Figura 6.1-4) para o estudo de impacto ambiental da
Usina Termoelétrica a gás da MPX Energia no porto do Açu, bem como em medições realizadas pela Ecologus para o presente estudo, em pontos ao longo da RJ-240, próximos à localidade de Água Preta, conforme Quadro 6.1-2.
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QUADRO 6.1-2: VALORES DE NÍVEIS SONOROS OBSERVADOS
NA REGIÃO DO DISTRITO INDUSTRIAL
PONTOS DE MEDIÇÃO LOCALIZAÇÃO LRA
(DB(A))
NBR 10151
(DB(A))
NCA
(DB(A))
FONTE DE
RUÍDO
4
(MPX/CRA)
Bairro Água Preta
52,5 50 52 Tráfego
8
(LLX-MINASRIO/ECOLOGUS) RJ 240 47 50 50 Tráfego
9
(LLX-MINASRIO/ECOLOGUS) RJ 240 53 50 53 Tráfego
10
(LLX-MINASRIO/ECOLOGUS) RJ 240 50 50 50 Tráfego
11
(LLX-MINASRIO/ECOLOGUS) RJ 240 58 50 58 Tráfego
Fonte: LLX-MINASRIO/ECOLOGUS (2010) e MPX/CRA (2010).
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VII. 47/142 MAPA 6.1-2: CANTEIROS DE OBRA PARA IMPLANTAÇÃO DO DISTRITO INDUSTRIAL
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FIGURA 6.1-4: VISTA DO BAIRRO ÁGUA PRETA, PONTO 4.
FONTE: MPX/CRA (2010).
Os valores apresentados em LLX-MINASRIO/ECOLOGUS (2010i) e MPX/CRA (2010) demonstram a hipótese acima apresentada. De fato, os níveis de ruído pré-existentes na área de Água Preta são, em geral, iguais ou superiores aos níveis que poderão ser gerados pelas obras do Distrito, aqui representados pelas medidas efetivadas no ponto 11 do Programa de Monitoramento do Porto do Açu, quais sejam: 44 dB(A) para período diurno e 44 dB(A) para período noturno.
Finalmente, corroborando a hipótese acima discutida são apresentados, na Figura 6.1-5 e na Figura 6.1-6, os resultados para os períodos diurno e noturno
de modelagens do ruído ambiente, para a área em torno do Distrito Industrial.
Esta modelagem foi realizada a partir do acervo de dados de Monitoramento do Porto do Açu e de novas medições realizadas para este EIA, em locais vizinhos ao terreno do Distrito Industrial, conforme estações ilustradas no Mapa 6.1-2.
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FIGURA 6.1-5: RUÍDO AMBIENTE PERÍODO DIURNO
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FIGURA 6.1-6: RUÍDO AMBIENTE PERÍODO NOTURNO
O resultado gráfico da modelagem evidencia a influência das rodovias no estabelecimento do nível de ruído das localidades situadas às suas margens, como é o caso da localidade de Água Preta. Com base nos resultados obtidos a localidade está submetida a um nível de ruído diurno entre 50 e 58 dB e noturno da ordem de 46 a 50 dB.
Portanto, não é esperado que as obras do distrito gerem impactos acústicos significativos nas localidades situadas nas suas imediações.
Assim, com base nos critérios de valoração adotados na avaliação, classifica-se o impacto das obras de implantação do Distrito sobre o conforto sonoro de receptores na comunidade mais próxima como negativo, reversível (1), de abrangência local (3), moderadamente relevante (1), e, por conseguinte, de baixa magnitude.
Os ruídos da fase operação das infraestruturas do DISJB estão associados às
futuras indústrias no cenário de plena ocupação deste, cujas interfaces estão avaliadas no contexto do Volume IV que insere o prognóstico de impactos
estratégicos, baseado em modelagens e projeções dos efeitos cumulativos ou
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sinérgicos. Assim, neste Volume IV é discutido o impacto associado à emissão de ruídos de todas indústrias e atividades comerciais que se pretende atrair para o CLIPA, bem como o Corredor Logístico com a carga de tráfego correspondente a tal cenário.
Medidas de Controle e Acompanhamento
Para que as fontes sonoras operem com níveis de desempenho ambiental iguais ou melhores do que aqueles considerados nesta avaliação, devem ser implementadas medidas relacionadas à manutenção de veículos e equipamentos, bem ao cumprimento de procedimentos operacionais específicos que contribuam para redução dos níveis de ruído gerados pelos equipamentos. Além disto, para garantir condições adequadas de saúde ocupacional, os operadores de máquinas e equipamentos deverão usar EPI de acordo com as normas definidas pela NBR.
A eficácia das medidas de mitigação e controle acima referidas deverá ser verificada através do Programa de Monitoramento de Ruídos a ser implementado nas fases de implantação e operação do empreendimento.
6.1.3 Perda de Solo Superficial (Top Soil)
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação
FATOR AMBIENTAL: Geologia
ASPECTO AMBIENTAL: Supressão de vegetação
Na preparação do terreno as atividades de limpeza e a supressão da vegetação são seguidas, por vezes, da remoção da camada de solo superficial (top soil) das áreas de intervenção, em função de exigências geotécnicas da construção de aterros ou para abertura de escavações. Nesta hipótese prevê-se que o solo seja estocado para uso na recomposição de áreas degradadas, paisagismo etc.
Na área do DISJB essa camada apresente espessura reduzida, sendo até
mesmo inexistente em algumas áreas do terreno. Contudo, a mesma possui papel importante, sobretudo dada à pobreza dos horizontes subjacentes, extremamente arenosos de baixa fertilidade.
Os procedimentos previstos para as obras podem levar à perda desse material pelos seguintes motivos:
Aterramento direto sem remoção previa da camada; Remoção inadequada, misturando horizontes mais profundos e inférteis com a
camada de solo superficial.
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As áreas a serem aterradas nos setores de infraestruturas do Distrito perfazem um total de cerca de 2100 ha.
Para minimizar esta perda prevê-se remover e reservar para reuso o solo superficial de todas as áreas que contenham vegetação nativa, aproveitando-se assim o acúmulo de sementes e material orgânico nela existentes para processo posterior recomposição de ambientes naturais.
Quando houver escavações em áreas de pastagens ou culturas agrícolas, os solos superficiais serão preferencialmente segregados para uso em revegetação de taludes com grama e/ou áreas ajardinadas.
Estima-se com isto recuperar e reutilizar uma parcela do solo superficial do terreno, reduzindo-se assim a perda deste recurso ambiental.
Considerando os volumes envolvidos e a efetiva implementação das diretrizes para remoção do solo superficial, este impacto foi classificado como negativo, irreversível (3), de abrangência pontual (1), moderadamente relevante (1) e, por
consequência, de baixa magnitude.
Medidas de Controle e Mitigação
Para mitigação do impacto da perda de solo superficial, deverão ser observadas as premissas contidas no Plano Ambiental de Construção (Item 3.1 do Capítulo IX) e seu Programa de Supressão Vegetal e Resgate de Flora (Item 3.1.6.2 do Capítulo IX), dentre as quais citam-se as seguintes:
As leiras, oriundas do empilhamento desta camada, não deverão ultrapassar as áreas autorizadas – objeto de supressão vegetal;
O transporte deste material deverá ser feito no interior das vias – objeto do pedido de supressão vegetal, não podendo criar vicinais alternativas para este fim;
A remoção do top soil somente deverá ser realizada após o término das atividades de supressão vegetal e eventuais resgates de fauna e flora;
A camada superficial do solo deverá ser removida com maquinário apropriado para este fim – tratores de esteira e/ou pás carregadeiras.
Sempre que possível utilizar o top soil das áreas de decapeamento para revestir taludes e bermas.
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6.1.4 Indução de Processos Erosivos
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação
FATOR AMBIENTAL: Geomorfologia
ASPECTO AMBIENTAL:
Movimentação do solo durante a limpeza e preparação do terreno, execução de escavações e aterros para construção do canteiro de
obras e demais estruturas
Movimentação de solos e alteração da morfologia das áreas aterradas
Escavações e reaterros diversos, inclusive para implantação da linha adutora
A fase de implantação do empreendimento demandará uma série de atividades que modificarão as condições geomorfológicas atuais do terreno. Essas atividades são necessárias para a elevação do greide e referem-se a limpeza da área com retirada da cobertura vegetal, obras de terraplanagem para construção do aterro e para abertura de vias de acessos, instalação do canteiro de obras, escavação de fundações etc.
Nestas intervenções o solo inicialmente é submetido à desagregação mecânica nas áreas fornecedoras de materiais e posteriormente a uma compactação devida ao lançamento nas áreas a serem aterradas, formando uma plataforma com condições ideais para a implantação das instalações pretendidas.
As intervenções em pauta ocorrerão nas áreas de implantação dos sistemas viário, de água, esgoto e drenagem do DISJB, nas áreas indicadas em verde na Figura 6.1-7, a seguir, e na faixa de implantação da linha adutora.
Não se inclui aqui as áreas dos grandes lotes industriais onde as intervenções estarão condicionadas ao licenciamento ambiental das respectivas indústrias.
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FIGURA 6.1-7: ESQUEMA DAS INTERVENÇÕES E INFRAESTRUTURAS DO DISJB
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Conforme verificado no diagnóstico, o terreno do DISJB apresenta uma estrutura arenosa nas suas camadas superficiais, com baixa declividade o que favorece a infiltração das águas pluviais. Estas características naturais indicam uma baixa vulnerabilidade do mesmo aos processos erosivos. Porém com a remoção da vegetação que encobre atualmente o solo e andamento das obras poderá ocorrer o desencadeamento de processos erosivos e carreamento de material para cursos d’água.
Outro aspecto na dinâmica superficial que poderá ser intensificado, especialmente na área do DISJB refere-se à erosão eólica a partir de uma maior disponibilização de material para o arraste pelo vento. A limpeza da área e a supressão da vegetação disponibilizarão material arenoso para a ação dos ventos que incidem na região, podendo gerar problemas nas vias que atravessam a área e localidades vizinhas.
De qualquer sorte, os efeitos acima descritos tendem a ocorrer nas imediações das áreas expostas, sendo facilmente evitados com medidas sistemáticas de controle durante as obras.
Neste contexto e com base nos critérios de valoração estabelecidos nesta avaliação, este impacto foi classificado como: reversível (1), de abrangência local (3), moderadamente relevante (1) e, portanto, de baixa magnitude.
Medidas de Controle e Mitigação
Ações de controle de processos erosivos são previstos no Plano Ambiental de Construção (Item 3.1 do Capítulo IX) e deverão ser adotados durante na etapa
de implantação do empreendimento, incluindo-se:
Garantir que as atividades relacionadas à instalação do empreendimento ocorram somente nos locais definidos para a construção, com estabelecimento de barreiras físicas em possíveis áreas de recebimento de aterro;
Utilizar metodologias para evitar que os materiais oriundos da área do empreendimento extravasem para áreas conservadas;
Durante o nivelamento do terreno, se necessário, a drenagem também deverá ser reconstituída visando facilitar a recuperação do substrato resultante e evitar processos erosivos e facilitar a infiltração da água;
Promover plantio de gramíneas nos taludes e cortes em solo como medida preventiva de processos erosivos.
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6.1.5 Interferência com Drenagens Naturais
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação e Operação
FATOR AMBIENTAL: Recursos Hídricos
ASPECTO AMBIENTAL:
Geração de esgoto doméstico, efluentes oleosos e resíduos sólidos
Movimentação de solos e alteração da morfologia das áreas aterradas
Escavações e reaterros diversos, inclusive para implantação da linha adutora.
6.1.5.1 Fase de Implantação
Como descrito no Capítulo II, o alcance das obras objeto deste EIA compreende
a implantação das infraestruturas de uso comum e loteamentos das áreas destinadas a pequenas e médias empresas do Distrito Industrial (em verde na Figura 6.1-7).
Durante as obras de execução de aterros, inúmeras linhas de drenagem poderão ser interceptadas ocasionando represamentos de água das chuvas ao longo dos corpos de aterro, redundando em inundações de áreas próximas.
A implantação dos aterros necessários à construção da rede viária poderá interceptar os fluxos de drenagem entre áreas laterais ao terrapleno, que, no caso dos grandes lotes, ficarão em cotas mais baixas até que se inicie a implantação das futuras indústrias.
Para evitar este impacto, os aterros viários no interior do Distrito serão munidos de estruturas provisórias de drenagem para direcionar adequadamente os fluxos de água entre as áreas baixas, de maneira a evitar a formação de áreas alagadas.
Além disto, o sistema de drenagem será projetado, de modo a proteger os terraplenos contra erosão, garantir a trafegabilidade das vias, assim como manter as áreas de canteiro de obras e frentes de serviço em boas condições operacionais, coletando e conduzindo essas águas, de forma segura até o corpo receptor, ou linhas de drenagem naturais.
As modificações provocadas na drenagem natural da ADA, embora compensadas
pelas pela construção do sistema de drenagem, serão de caráter irreversível, pois o regime de escoamento superficial será definitivamente alterado, adequando-se à nova configuração da área ocupada pelo empreendimento.
Pelo apresentado e considerando as medidas de controle e mitigação incorporadas ao projeto, este impacto é classificado como negativo, irreversível
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(3), de abrangência pontual (1), moderadamente relevante (1) e, por consequência, de baixa magnitude.
Medidas de Controle e Mitigação
Esse impacto será mitigado pela própria construção e manutenção do sistema de drenagem das águas pluviais dos canteiros e das áreas de implantação das infraestruturas de uso comum do Distrito. As medidas de controle construtivo são apresentadas no Plano Ambiental de Construção (Item 3.1 do Capítulo IX).
6.1.5.2 Fase de Operação
Após a implantação do Distrito Industrial, grandes extensões de terreno serão
impermeabilizadas devido à implantação de pavimentos, construção de edificações etc.
A própria modificação de relevo, decorrente do aterramento de toda a área do Distrito para elevação de cota, implicará na supressão de caminhos naturais de drenagem de chuvas, configurados por linhas baixas do terreno natural, que hoje fazem a distribuição de fluxos para os corpos hídricos, que contornam a área, ou para pontos de embaciamento no próprio terreno, que permanecem alagados durante o período de chuvas, retendo assim na própria área parte de fluxo gerado pela chuva nela precipitada.
Por este motivo as modificações estabelecidas em caráter permanente pela implantação do Distrito, conforme acima mencionadas, irão modificar o padrão atual de drenagem da área, aumentando a velocidade do escoamento das chuvas a partir das áreas impermeabilizadas, concentrando e intensificando as vazões que irão atingir os corpos hídricos que drenam a macrorregião, em especial o Canal Quitingute e o trecho final do canal Campos-Açu, que estabelecerá uma ligação intermediária do Canal Quitingute com o mar.
Como foi visto no Capítulo II, a drenagem pluvial do DISJB apresenta uma concepção onde são previstos cinco sistema de canais de macrodrenagem, por onde escoam para os canais Quitingute e Campos-Açu e para o mar através do canal da Unidade de Construção Naval da OSX, as águas pluviais das cinco bacias de drenagem, que em conjunto perfazem a quase totalidade da área da CLIPA. Uma porção de área situada ao sul do Distrito, ao longo da qual corre o trecho final do canal Campos-Açu, drena diretamente para este configurando, uma sexta bacia de drenagem, denominada Bacia Campos-Açu.
A configuração do sistema desta macrodrenagem é ilustrado pela Figura 6.1-8, a seguir
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FIGURA 6.1-8: REDE DE CANAIS DE MACRODRENAGEM DO DISTRITO INDUSTRIAL DE SÃO JOÃO DA BARRA
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A Figura 6.1-8 indica que três das bacias de drenagem (Bacias 3, 4 e 5) drenam diretamente para o Canal Quitingute, a montante do ponto de onde parte o trecho do canal Campos-Açu que liga o Quitingute ao mar.
A bacia 2 (através de canal de macrodrenagem) e a Bacia Campos-Açu (diretamente) drenam para o canal Campos-Açu. Finalmente, a bacia 1 drena diretamente para o mar através da lagoa do Veiga ou da bacia de manobra do terminal Sul e Unidade de Construção Naval, situados na extremidade leste do DISJB.
Dada a grande área de drenagem configurada pelas Bacias 3, 4 e 5, o encaminhamento de suas águas de chuva para o canal Quitingute poderia ocasionar a sobrecarga deste, gerando áreas de alagamento a jusante dos pontos de descarga.
Da mesma forma, a descarga das bacias 2 e Campos-Açu diretamente no canal de mesmo nome poderia gerar uma sobrecarga de sua capacidade de escoamento, prejudicando, ou mesmo impedindo, o escoamento para o mar das águas derivadas do canal Quitingute. Este evento poderia também levar ao alagamento de áreas lindeiras ao Quitingute e mesmo ao longo da margem direita do Campos-Açu.
Para verificar este impacto foi realizado estudo pela COPPETEC (Anexo II.2-1), utilizando-se o mesmo modelo desenvolvido por esta para planejamento e Projeto das Obras de Recuperação do Sistema de Drenagem da Baixada Campista, que estão sendo implementadas pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, conforme discutido no Item 4.3.3 do Capítulo VI.
O estudo da COPPETEC mostrou que o Canal Quitingute, conjugado ao trecho final do canal Campos-Açu, da forma como está dimensionado no Projeto de Recuperação (já em implementação), tem capacidade para escoar adequadamente as vazões acrescidas pelo aporte do Distrito, mesmo em condições extremamente críticas. Tais condições foram configuradas pela modelagem de um cenário de ocorrência de uma chuva com tempo de recorrência de 100 anos e duração de 24 horas sobre a área do CLIPA, em presença de chuva de tempo de recorrência de 20 anos e duração de 24 horas, caindo no restante de toda a região da Baixada Campista.
Os resultados indicam um acréscimo máximo de cerca de 9 cm no nível de água do canal Campos-Açu em relação aos níveis modelados sem a presença dos aportes concentrados decorrentes do empreendimento. Indicam, ainda, que a seção hidráulica originalmente prevista para os canais comporta adequadamente este incremento
Portanto, não são esperados impactos decorrentes da implantação do Distrito sobre as condições de drenagem de suas áreas de entorno que dependem da capacidade de escoamento de cheias dos dois canais.
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Quanto ao lançamento das vazões de drenagem pluvial da bacia 1 na lagoa do Veiga, também não são esperados impactos quanto ao transbordamento da mesma, dado que esta, de acordo com o projeto da Unidade de Construção Naval, será dotada de um vertedor para o canal de acesso à unidade, conectando-se diretamente com o mar, permitindo a manutenção do nível da referida Lagoa.
Outro aspecto decorrente das possíveis interferências com as drenagens locais refere-se à necessária manutenção do nível de água dos canais de maneira a garantir água para as atividades de irrigação ao longo dos mesmos.
Para tanto, o projeto da COPPETEC prevê a necessidade de controle de níveis por meio de comportas e vertedouros ou recuperados na rede do canal Quitingute.
Com a implantação do trecho final do Canal Campos Açu pelo DISJB, este
deverá contar com estrutura de regulação de nível d’água, por meio de comporta, localizada na chegada da bacia do estaleiro da Unidade de Construção Naval da OSX.
Por fazer parte do sistema de macrodrenagem do DISJB e ter sua comporta de descarga implantada na área do estaleiro, esta estrutura será operada e mantida pelo mesmo, devendo esta operação levar em conta não somente a questão de escoamento de cheias, mas também a necessidade de manutenção dos níveis de água no canal Quitingute durante o período de estiagem.
Para evitar um rebaixamento de níveis de água nos canais, com consequências no nível do lençol freático das áreas ao longo do canal, a estrutura de controle será dimensionada para garantir uma cota mínima correspondente ao nível de água do canal Quitingute, no ponto de confluência com o canal Campos Açu, durante o período de estiagem.
Pelo apresentado e também considerando as medidas de controle e mitigação incorporadas à concepção dos projetos este impacto é classificado como negativo, irreversível (3), de abrangência local (3), moderadamente relevante (1)
e, por consequência, de magnitude moderada.
Medidas de Controle e Mitigação
O projeto de macrodrenagem do DISJB contempla em sua concepção a
mitigação de impactos sobre os sistemas de drenagem locais.
Contudo cabe ressaltar que a condição básica para tal mitigação é a implantação do trecho final do canal Campos-Açu, que além de promover a melhoria das condições de drenagem em toda a bacia do Quitingute, viabiliza o recebimento de parte das descargas pluviais do Distrito Industrial.
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Por este motivo, a implantação deste trecho final de canal (previsto no projeto do Governo do Estado) será realizada pelo empreendimento através do Programa de Gestão Operacional do DISJB (Item 3.8 do Capítulo IX).
6.1.6 Alteração de Qualidade dos Corpos Hídricos
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação e Operação
FATOR AMBIENTAL: Qualidade da água
ASPECTO AMBIENTAL:
Impla
nta
ção Geração de esgoto doméstico, efluentes oleosos e
resíduos sólidos
Movimentação do solo durante a limpeza e preparação do terreno, execução de escavações e
aterros para construção do canteiro de obras e demais estruturas
Opera
ção
Manuseio de produtos químicos, geração de efluentes líquidos da lavagem de filtros na ETA e de
lodos do tratamento da ETA e da ETE
Lançamento de drenagem em corpos hídricos (canal Campos-Açu, canal Quitingute, lagoa do
Veiga e para o mar)
Coleta e destinação de resíduos da ETA, ETE e demais instalações e facilidades do DISJB
6.1.6.1 Fase de Implantação
Durante as rotinas de trabalho vinculadas ao canteiro de obras, prevê-se a geração de resíduos oleosos nas atividades de manutenção dos equipamentos e veículos pesados, as quais serão realizadas em áreas de drenagem controlada ou observando-se os cuidados descritos no Plano Ambiental de Construção (Item 3.1 do Capítulo IX).
Durante as obras, até que se tenha concluído a implantação dos canais de macrodrenagem previstos no projeto do DISJB, os fluxos de drenagem de águas
pluviais das áreas do canteiro livres de contaminação serão conduzidos para as linhas de drenagem naturais do terreno (ver Item 6.1.5).
Quanto às áreas sujeitas à contaminação, estas serão dotadas de sistemas de controle, com separadores de água e óleo e caixas de decantação, sendo os fluxos efluentes destes dispositivos conduzidos por rede local de drenagem para cisternas de acumulação para reutilização.
Portanto, nesta fase, impactos sobre a qualidade de corpos hídricos vizinhos ao terreno decorrentes da drenagem do canteiro de obras seriam de natureza indireta, decorrentes da contaminação acidental do aquífero superficial, avaliados no Item 6.1.7 desta Seção. Seriam aplicados à prevenção de tais impactos, além
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dos controles operacionais previstos no PAC, as ações de Monitoramento do aquífero em torno das áreas de canteiros, como já propostos no escopo do referido item.
Quanto ao descarte de efluentes da Estação de Tratamento de Esgotos do canteiro, como mencionado no Item 6.1.7, este será reutilizado para atender a demandas de água de serviços da obra, tendo seu excedente conduzido para descarte no canal Quitingute. Assim, o impacto sobre este corpo hídrico possui característica direta e será condicionado pelo desempenho alcançado na operação da ETE.
Em termos de balneabilidade (de acordo com a Resolução CONAMA nº 274/00), o canal Quitingute é classificado como próprio, porém com restrições. Os dados hidroquímicos, discutidos no Item 4.3, Seção 4 do Capítulo VI, apresentaram um sistema típico de água doce, de baixa condutividade elétrica e teores reduzidos de cloreto. As características de ambiente lêntico refletiram nos teores de oxigênio dissolvido, que apresentou condições predominantes de sub-saturação, níveis relativamente elevados de DBO e DQO, pH levemente ácido, e condições redutoras de potencial redox. Essas características físico-químicas refletiram a degradação oxidativa da matéria orgânica associada à presença de fosfato, nitrato, e teores não conformes de carbono orgânico total, fósforo total e nitrogênio amoniacal.
Os teores de fósforo foram característicos de ambiente hídrico com condições hipereutróficas, possivelmente como influência de atividades antrópicas. Os indicadores de contaminação fecal apresentaram teores variáveis de coliformes totais, mas com ausência de indícios de aporte de efluentes sanitários como indicado pelo baixo nível de coliformes termotolerantes.
Foram observados valores de não conformidade para espécies dissolvidas de cobre e ferro e manganês total, os quais estão relacionados possivelmente a características litológicas da bacia de drenagem. Também foi observado teor de arsênio acima do valor de orientação da legislação, e que pode estar relacionado ao uso de pesticidas na região. Além disso, foi detectada a presença de óleos e graxas em níveis não conformes com a legislação.
Mesmo com estas características, o canal Quitingute é relevante para a região por fazer parte de um sistema relativamente extenso que começa no rio Paraíba do Sul próximo à localidade de São Domingos, e termina no rio do Viegas, a oeste da Lagoa Lagamar, próximo ao Farol de São Tomé. Em seu trajeto, integra as Lagoas Taí e Salgada, bastante importantes na região.
Contudo, uma vez que a ETE mantenha adequada eficiência operacional, não são esperadas alterações na qualidade de água do canal Quitingute em decorrência do descarte dos efluentes sanitários tratados, provenientes do canteiro de obras do empreendimento.
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Ainda na fase de instalação as intervenções no solo do DISJB e sua consequente desagregação mecânica, apesar da baixa vulnerabilidade da região a processos erosivos e sua topografia plana, pode resultar em carreamento de solo para os cursos d’água durante a ocorrência de chuvas. Tal ocorrência poderia modificar temporariamente a qualidade de sua água aumentado sua turbidez, além de contribuir para o assoreamento dos corpos hídricos vizinhos às frentes de obra.
Para prevenir tal impacto os terraplenos conformados durantes as obras de aterros e terraplanagem serão dotados de dispositivos de proteção para encaminhamento das águas de chuva, reduzindo com isto a erosão dos taludes.
De maneira similar ao exposto no Item 6.1.4 sobre a erosão do solo, os efeitos
acima descritos tendem a ocorrer nas imediações das áreas expostas, sendo assim facilmente evitados com medidas sistemáticas de controle durante as obras. Aplicam-se, portanto, para prevenção de tal impacto, as medidas de controle propostas naquele item.
Neste contexto e com base nos critérios de valoração estabelecidos nesta avaliação, este impacto foi classificado como: reversível (1), de abrangência local (3), moderadamente relevante (1) e, portanto, de baixa magnitude.
Medidas de Controle, Acompanhamento e Mitigação
Para assegurar a adequada operação dos sistemas de tratamento de efluentes, são previstas ações específicas no Plano Ambiental de Construção (Item 3.1 do Capítulo IX) relacionadas ao seu Programa de Gerenciamento de Resíduos e Efluentes na Implantação (Item 3.1.6.1 do Capítulo IX). Desta forma, pode ser avaliado o desempenho dos sistemas de tratamento empregados e de armazenamento e descarte de sólidos gerados.
Ações de controle de processos erosivos também são previstas no Plano Ambiental de Construção (Item 3.1 do Capítulo IX) e deverão ser adotadas
durante na etapa de implantação do empreendimento, incluindo-se:
Garantir que as atividades relacionadas à instalação do empreendimento ocorram somente nos locais definidos para a construção, com estabelecimento de barreiras físicas em possíveis áreas de recebimento de aterro;
Utilizar metodologias para evitar que os materiais oriundos da área do empreendimento extravasem para áreas conservadas;
Durante o nivelamento do terreno, se necessário, a drenagem também deverá ser reconstituída, visando evitar processos erosivos e facilitar a infiltração da água;
Promover plantio de gramíneas nos taludes e cortes em solo como medida preventiva de processos erosivos.
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Deve ser realizado o acompanhamento da qualidade da água dos corpos de água do entorno do empreendimento, através do Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e Aquífero Livre (Item 4.3 do Capítulo IX).
6.1.6.2 Fase de Operação
Na fase de operação do empreendimento, o possível impacto sobre corpos hídricos está associados ao encaminhamento das drenagens pluviais conforme projeto de macrodrenagem concebido para o DISJB.
Conforme apresentado no Capítulo II, o arranjo da rede de drenagem do CLIPA foi elaborado de tal forma, a conduzir o escoamento das diferentes bacias de drenagem configuradas na área do DISJB e do restante do CLIPA das seguintes formas:
Diretamente para o oceano através da Lagoa do Veiga e sua interseção com o Canal da UCN;
Para o Canal Quitingute, em três pontos a montante da confluência com o trecho final do Canal Campos-Açu, que deságua no mar através da do canal da UCN;
Diretamente na calha do trecho final do canal Campos Açu.
Com esta configuração o sistema de drenagem não possui interface com as lagoas Grussaí e Iquipari. A definição de bacias foi feita de modo a separar as contribuições da área do CLIPA da forma mais homogênea possível, a fim de não sobrecarregar as saídas. Cada uma das bacias possui uma saída independente, tornando sua rede de drenagem isolada das demais.
A concepção do sistema está voltada a coletar e conduzir águas livres de contaminação, uma vez que áreas potencialmente contaminadas no espaço de uso comum do Distrito serão captadas por sistemas controlados, dotados de dispositivos de tratamento e separação de poluentes, como descrito no Item 6.1.5 deste Capítulo.
Tendo em vista a futura ocupação dos lotes do Distrito por indústrias diversas, estas deverão incorporar em seus projetos de drenagem, premissas de prevenção de poluição dos fluxos de drenagem pluvial, de maneira a encaminhar ao sistema coletivo do DISJB águas livres de contaminação, compatíveis com os requisitos
legais para descarte em corpos hídricos.
De qualquer sorte, caberá ao Ente Gestor do DISJB, monitorar a qualidade dos fluxos no sistema de drenagem externo às indústrias e a qualidade da água, junto aos pontos de descarte nos corpos hídricos, de forma a identificar eventuais aspectos de não conformidade e impor às indústrias as medidas de controle necessárias para reverter tais problemas.
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Os projetos de drenagem internos aos lotes industriais serão objeto de licenciamento independente, no bojo do licenciamento ambiental de cada indústria. Contudo a concepção adequada de tais sistemas será condição de admissibilidade dos empreendimentos industriais, em conformidade com Marco Regulatório Ambiental a ser implementado no contexto da administração do Distrito sob a forma de condomínio industrial.
Portanto, em situações normais de operação, não são esperados impactos na qualidade das águas dos corpos receptores do sistema de macrodrenagem do DISJB.
Desta forma os impactos sobre a qualidade de tais corpos hídricos seriam de caráter potencial, uma vez que estariam condicionados ao bom desempenho dos sistemas de controle internos às indústrias ou às áreas de uso comum do Distrito.
Com base nos critérios de valoração, classifica-se tal impacto como reversível (3), de abrangência local (3), moderadamente relevante (1) e, por conseguinte, de moderada magnitude.
Medidas de Controle e Mitigação
O acompanhamento da qualidade dos corpos hídricos deverá seguir as orientações do Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e Aquífero Livre (Item 4.3 do Capítulo IX).
Além disto, deverão ser realizadas ações de controle e monitoramento de fluxos de drenagem no sistema interno ao Distrito no âmbito do sistema de gestão ambiental a cargo do Ente Gestor, conforme diretrizes do Programa de Gestão Ambiental do DISJB, apresentado no Item 3.8 do Capítulo IX.
6.1.7 Alteração na Qualidade do Aquífero
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação & Operação
FATOR AMBIENTAL: Hidrogeologia e Qualidade da água
ASPECTO AMBIENTAL:
Impla
nta
ção
Geração de esgoto doméstico, efluentes oleosos e resíduos sólidos
Descarga de água salina no terreno durante o aterro hidráulico
Opera
ção Manuseio de produtos químicos, geração de
efluentes líquidos da lavagem de filtros na ETA e de lodos do tratamento da ETA e da ETE
Coleta e destinação de resíduos da ETA, ETE e demais instalações e facilidades do DISJB
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6.1.7.1 Fase de Implantação
A eventual contaminação do aquífero existente no terreno do empreendimento está associada ao risco de vazamentos ou derramamentos acidentais de poluentes ou ao acúmulo de resíduos sólidos contaminados sobre o solo. Portanto a prevenção de tal impacto está relacionada a uma adequada concepção e operação dos sistemas de esgotos, drenagens e resíduos sólidos do canteiro de obras, bem como dos sistemas definitivos que integrarão as infraestruturas do DISJB.
Conforme descrito no Capítulo II, o sistema de esgotos sanitários do canteiro de obras contará com banheiros químicos nas frentes avançadas e uma ETE compacta no canteiro central. Os banheiros químicos serão rotineiramente esvaziados por caminhões limpa fossa e o efluente tratado na ETE será inicialmente acumulado em tanques e reutilizado como água de serviço.
O material recolhido dos banheiros químicos será encaminhado para destinação em aterro sanitário devidamente licenciado. Em etapa subsequente, ainda durante fase de implantação, a descarga excedente (não reutilizada) dos efluentes tratados pela ETE passará a ser conduzida para lançamento no canal Quitingute. Para permitir tanto a reutilização do efluente como seu descarte no canal, seu tratamento será projetado para garantir conformidade com os padrões de qualidade definidos pela legislação ambiental para lançamento em corpos hídricos classe II.
Portanto, durante a fase de instalação, eventos acidentais que possam gerar contaminação do lençol freático por efluentes sanitários estariam associados aos problemas de vazamento acidental, durante o transporte nos caminhões limpa fossa, ou na hipótese de baixa eficiência na operação da ETE seguida de vazamento dos tanques de acumulação ou da utilização do efluente tratado, em condições desconformes de qualidade, para atividades tais como rega do terreno ou lavagem de áreas abertas.
Outro aspecto potencialmente causador de impacto sobre a qualidade da água subterrânea é a geração de resíduos sólidos e efluentes oleosos nas atividades de manutenção dos equipamentos e veículos pesados. Conforme descrito também no Capítulo II, tais resíduos serão separados, acondicionados e tratados de forma adequada para impedir a ocorrência de perdas e vazamentos.
São previstos, nos locais de abastecimento, oficinas e canteiros, a impermeabilização do solo e a instalação de caixas separadoras de água e óleo de forma a impedir eventuais lançamentos de contaminantes no solo ou na rede de drenagem. Além disto, prevê-se o monitoramento dos efluentes dos separadores de água e óleo, de forma a garantir a qualidade dos mesmos.
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Ainda na fase de implantação das infraestruturas, ressalta-se que para a constituição do aterro será necessário o aporte de grande volume de material, estimado em aproximadamente 44 milhões de metros cúbicos.
Dentre as opções viáveis, uma das alternativas propícias sob o ponto de vista ambiental e de engenharia é o uso de material a ser escavado para a implantação do canal da Unidade de Construção Naval (UCN), cujo licenciamento está em curso. Considerando que todo esse material escavado é próprio para aterro, sendo 97% areia, previu-se no licenciamento ambiental do projeto da UCN, sua disposição na área do empreendimento e nas demais áreas do CLIPA para conformação dos aterros dos empreendimentos. Outra fonte para aterro mecânico é o material a ser escavado para a construção do canal Campos-Açu.
Mesmo sob esta perspectiva, é possível que este aterro seja complementado por dragagem marítima de empréstimo de material arenoso. Esta alternativa de aterro hidráulico implicaria no lançamento sobre o terreno, de areia com considerável quantidade de água do mar.
Apesar dos dispositivos previstos no projeto, para retorno hidráulico da água para o mar logo após o lançamento do aterro, poderá haver uma parcela de infiltração de água salina no lençol freático. Tal infiltração poderá provocar uma alteração temporária na salinidade do lençol freático na área em questão assim como na qualidade de água dos corpos hídricos superficiais em torno do terreno.
Salienta-se que o aquífero livre e os corpos hídricos, como as lagoas de Iquipari, Grussaí e Açu, apresentam variação de salinidade para condições de água doce e salobra, como indicado pelos dados apresentados no Item 4.3.4 do Capítulo VI e no Item 4.4.2 do Capítulo VI deste EIA. Os dados de SEVs na área do DISJB
também indicaram presença de águas com teores halinos correspondentes a águas salobras e salinas no aquífero livre (Figura 6.1-9).
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FIGURA 6.1-9: CONCENTRAÇÃO DE SAIS DISSOLVIDOS NO MEIO HIDROGEOLÓGICO.
Medidas de Controle e Mitigação
Para assegurar a adequada operação dos sistemas de prevenção de poluição durante as obras, são previstas ações específicas no Plano Ambiental de Construção (Item 3.1 do Capítulo IX) e seu Programa de Gerenciamento de Resíduos e Efluentes (Item 3.1.6.1 do Capítulo IX)
Apesar do aquífero livre apresentar condições oscilando entre água doce e salobra (depende da profundidade) e apresentar índices de não conformidade para alguns metais (Item 4.3.2 do Capítulo VI), sendo inadequada para uso
humano, é relevante o acompanhamento de sua qualidade, assim como dos demais corpos de água do entorno, conforme diretrizes do Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e Aquífero Livre (Item 4.3 do Capítulo IX). Tal estratégia permite avaliar a eficiência dos controles ambientais
da obra e prover eventuais ajustes e remediações caso necessário.
Além disto, propõe-se monitorar o aquífero profundo, em ponto representativo, a ser definido por investigações complementares, por meio da implantação de poço, conforme diretrizes também apresentadas no Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e Aquífero Livre (Item 4.3 do Capítulo IX).
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No caso de uso de alternativa de aterro hidráulico, o impacto pode ser minimizado através da adoção de sistema de drenagem que conduza rapidamente as águas drenadas da área de aterro de volta ao mar.
Para controlar a eficácia do sistema de retorno e acompanhar os possíveis impactos das atividades de execução do aterro hidráulico sobre as águas subterrâneas, o controle de salinidade destas será monitorado durante a obra conforme diretrizes também propostas no Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e Aquífero Livre (Item 4.3 do Capítulo IX).
6.1.7.2 Fase de Operação
Na fase de operação, o manuseio de produtos químicos, geração de lodos do tratamento de água (ETA) e do tratamento de esgotos (ETE) do Distrito Industrial, assim como a geração de efluentes líquidos da lavagem de filtros da ETA são aspectos que podem ocasionar impactos de poluição acidental do solo e das águas subterrâneas. Além disso, as atividades de coleta e transporte dos resíduos das unidades de tratamento e das demais instalações e facilidades de uso comum do DISJB são também aspectos com potencial de contaminação acidental desses compartimentos ambientais.
Para mitigar riscos de contaminação de solo e águas subterrâneas durante a operação dos sistemas de águas, esgotos, drenagem e resíduos do DISJB são previstos nas concepções de projetos destes sistemas, dispositivos e procedimentos operacionais que garantam isolamento entre as áreas potencialmente contaminadas e a superfície do terreno, dentre os quais se destacam:
Operações envolvendo manuseio de produtos químicos serão realizadas em áreas impermeabilizadas e dotadas de bacia de contenção;
Redução de carga de lodos de tratamento por desidratação e espessamento de forma a condicionar o lodo para encaminhamento a aterro sanitário;
Locais sujeitos a presença de resíduos oleosos serão dotados de separadores de água e óleo (SAOs) de forma e impedir que fluxos contaminados se dispersem sobre o terreno ou sejam encaminhados para a drenagem pluvial;
Sistemas de Monitoramento de eficiência de SAOs; Áreas pavimentadas e/ou cobertas, para armazenamento temporário com
procedimentos de gestão e controle de acordo com as normas específicas para a atividade.
Contudo, embora as instalações prevejam dispositivos adequados para a contenção, separação e tratamento dos diversos efluentes e resíduos, situações acidentais poderão ocorrer, pondo em risco a qualidade da água do lençol freático.
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As características geológico-geotécnicas da área do distrito apresentam, abaixo da camada de solo superficial, um pacote arenoso formado por areia quartzosa com granulometria fina a média, pouco siltosa, bem selecionada, com presença localizada de camadas de argila onde se encontra o aquífero superficial.
Tendo em vista as características de escoamento do aquífero superficial, descritas nos estudos hidrogeológicos (Item 4.4.1.3 do Capítulo VI e Anexo VI.4.4-1), a contaminação deste poderia vir a afetar a qualidade das águas superficiais dos canais e lagoas que circundam o terreno do distrito Industrial.
De fato, os estudos de modelagem hidrogeológica, realizados para subsídio a este EIA, indicaram a existência de em um alto potenciométrico, na porção central do terreno do DISJB, determinando a ocorrência de fluxos radiais preferenciais nas direções oeste (canal do Quitingute), ao sul (lagoa Salgada) e a leste (oceano (Figura 6.1-10), é também necessário considerar potencial de serem afetados
estes corpos de água das imediações do Distrito Industrial.
FIGURA 6.1-10: MAPA POTENCIOMÉTRICO DA ÁREA DE ESTUDOS COM A DISTRIBUIÇÃO DAS CARGAS
HIDRÁULICAS. AS SETAS INDICAM AS DIREÇÕES PREFERENCIAIS DO FLUXO SUBTERRÂNEO.
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Contudo, devido ao baixo gradiente hidráulico e reduzidas taxas de condutividade hidráulica que caracterizam o pacote de sedimentos, os estudos indicaram que o transporte de solutos em fluxo radial no aquífero livre apresenta velocidade extremamente lenta. Como exemplo, conforme apresentado no referido estudo hidrogeológico, uma pluma de cloretos que se movesse em trechos de porosidade móveis (alta permeabilidade) de 10%, viajaria na velocidade de 50,0 metros/ano, ou seja: cerca de 362 dias para alcançar um receptor a 50 metros de distância. As velocidades médias assumidas conservadoramente na modelagem giram em torno de 9,0 m a 14,4 metros/ano para a área do Distrito Industrial.
Nota-se que ainda assim, o tempo necessário para que um poluente infiltrado na área do distrito venha a atingir qualquer dos corpos hídricos que o circundam é longo o suficiente para que sejam tomadas medidas de contenção e remediação do aquífero. Salienta-se ainda o caráter imiscível de óleos e graxas em meio aquoso, o que retardaria ainda mais seu deslocamento no aquífero livre.
Assim, um sistema de poços de Monitoramento de qualidade do lençol freático, disposto em torno das áreas passíveis de contaminação acidental, proveria indicações adequadas para a tempestiva implementação de medidas de contingência eficazes no que concerne à proteção dos canais e lagoas vizinhos ao empreendimento.
Outro ponto relevante observado nos estudos hidrogeológicos da ADA (Item 4.4.1.3 do Capítulo VI) é a existência de um segundo aquífero, mais profundo,
confinado abaixo do deposito quaternário, o qual se caracteriza pela boa qualidade de suas águas, configurando-se em manancial de abastecimento da região. Trata-se do Aquífero São Tome II cuja característica de isolamento em relação ao aquífero superficial foi analisada nos referidos estudos.
Segundo tais estudos, o contato entre os depósitos marinhos e flúvio-marinhos Quaternários, que abrigam o aquífero superficial, e os sedimentos Terciários é marcado pela presença de uma camada de argila orgânica, com espessura variável, que pode atingir dezenas de metros. Os arenitos marinhos, por sua vez, transicionam em profundidade para arenitos continentais com intercalações de folhelhos esverdeados (CAPUCCI, 2003). Estes arenitos continentais da formação Emborê, ou São Tomé, constituem um aquífero confinado, cujas águas com águas a partir de 130 m de profundidade apresentam excelente qualidade.
Segundo as análises realizadas, os estudos concluem que o aquífero profundo está confinado por camadas de muito baixa permeabilidade, como argilas orgânicas e folhelhos, sendo inclusive jorrante. Estas características conferem a este sistema uma proteção natural, que determina condições de isolamento com relação ao aquífero superficial. No entanto a sua recarga poderá ser dada através de estruturas como falhas tectônicas e fraturas em profundidade, que poderiam ser mascaradas pelos depósitos Quaternários superficiais.
Alguns falhamentos foram cartografados na porção emersa da bacia de Campos, através da interpretação de sondagens e de dados geofísicos. As estruturas conhecidas, que ocorrem em torno da área do Distrito Industrial, estão indicadas na Figura 6.1-11, a seguir.
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Estas falhas são estruturas verticais que afetam os sedimentos em profundidade, e são decorrentes da compartimentação tectônica que originou a Bacia de Campos. Além destes grandes falhamentos, podem ocorrer falhas e fraturas, em menor escala, localizadamente na área de interesse.
FIGURA 6.1-11: ESTRUTURAS DE FALHAS E FRATURAS EM TORNO DA ADA.
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Em que pese às análises conservadoras, adotadas na modelagem hidrogeolígica do terreno, um maior conhecimento sobre a eventual ocorrência deste tipo de estruturas no mesmo é importante para maior eficácia nos sistema de controle que serão implementados na área, tais como poços para monitoramento do aquifero confinado. Assim, é recomendável que a implantação de tais sistemas seja precedida de investigações geotécnicas mais detalhadas para localização mais adequada do sistema de monitoramento.
Assim, pelas características dos sistemas de aquífero acima descritas, considera-se que potenciais impactos da presença do DISJB sobre a qualidade das águas subterrâneas são passíveis de detecção precoce através de adequados sistemas de monitoramento, permitindo remediação eficaz dentro do alcance da ADA.
Com base no exposto, o impacto de contaminação acidental do aquífero livre pelas atividades de implantação e operação do Distrito Industrial classifica-se como negativo, potencial e temporário. De categoria reversível (1), de abrangência local (3), relevante (3) e, por conseguinte, de magnitude moderada.
Medidas de Controle, Acompanhamento e Mitigação
Conforme apresentado anteriormente, é relevante que as características do aquífero livre sejam acompanhadas também durante a fase de operação, de acordo com as diretrizes do Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e Aquífero Livre (Item 4.3 do Capítulo IX), o qual permitirá a avaliação da eficácia dos controles ambientais e eventuais ajustes e remediações caso necessário.
A continuidade do Monitoramento do aquífero profundo também são objetos do escopo do Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e Aquífero Livre (Item 4.3 do Capítulo IX), na fase de operação.
6.1.8 Alteração na Hidrodinâmica do Aquífero Superficial
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação e Operação
FATOR AMBIENTAL: Hidrogeologia
ASPECTO AMBIENTAL: Construção do Canal Campos-Açu
Dentre as intervenções previstas na instalação das infraestruturas do DISJB destaca-se a construção do trecho final Canal Campos-Açu. Este trecho, previsto no projeto do governo do estado para combate às inundações na baixada Campista será construído juntamente com o empreendimento porque se integrará o sistema de macrodrenagem do Distrito.
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Por se constituir em uma nova linha de drenagem, escavada em área de lençol freático elevado, com sua cota de fundo abaixo do nível deste lençol, sua presença deverá estabelecer uma nova tendência no fluxo de escoamento do aquífero livre nas áreas vizinhas.
Conforme apresentado no Item 4.4.1.3 do Capítulo VI, a área destinada para a implantação do DISJB está localizada em um alto potenciométrico, ou seja, em
um divisor hidráulico que impõe várias direções de fluxo para as áreas de descargas da região (canais, rios, mar, lagoas etc.).
Os estudos de modelagem numérica na área do Distrito Industrial (Anexo VI.4.4-1) indicaram a existência de fluxos radiais preferenciais nas direções oeste (canal do Quitingute), ao sul (lagoa Salgada) e a leste (oceano Atlântico) (Figura 6.1-12).
FIGURA 6.1-12: PADRÃO DE FLUXO SUBTERRÂNEO NA ÁREA DO DISTRITO INDUSTRIAL
Para simular o comportamento da hidrodinâmica do aquífero livre com a construção do canal Campos Açu, este foi introduzido no modelo numérico de fluxo subterrâneo acima representado. A Figura 6.1-13 apresenta as direções de
fluxo como resultado das simulações numéricas com a presença do canal
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Campos-Açu. É possível identificar que a abertura do Canal induzirá uma inversão no sentido de escoamento do aquífero na porção situada entre o canal e a lagoa Salgada.
FIGURA 6.1-13: DETALHE DO PADRÃO DE FLUXO PRÓXIMO A LAGOA SALGADA SOB A INFLUÊNCIA DO
CANAL CAMPOS-AÇU
Para que tal tendência seja controlada, o projeto do canal prevê a construção de uma estrutura de controle de níveis, no ponto de deságue deste na bacia da unidade de construção naval, que se comunica com o mar.
Esta estrutura será dimensionada para manter o nível de água no canal Campos Açu durante os períodos de estiagem em nível suficiente para evitar o rebaixamento do canal Quitingute e do lençol freático adjacente. Com isto prevê-se que a inversão no sentido de fluxo não se configure em tais períodos.
Durante os períodos de chuvas fortes, quando a estrutura de controle de nível do canal tiver que ser aberta para permitir o escoamento das cheias da bacia do Quitingute, tal efeito não será expressivo devido a influencia da cheia no nível do lençol freático.
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Portanto, não é esperado que a construção do trecho final canal Campos Açu provoque impactos relevantes de rebaixamento no nível do aquífero livre, sendo tal prognóstico condicionado ao adequado dimensionamento e operação da estrutura de controle de nível, prevista como escopo do empreendimento da Unidade de Construção Naval.
Assim, este impacto, classificado como negativo, permanente e real é avaliado, de acordo com os critérios de valoração de impactos, como irreversível (3), de abrangência local (3), moderadamente relevante (1) e, por conseguinte, de
moderada magnitude.
Medidas Mitigadoras
Para o acompanhamento das condições hidrodinâmicas do aquífero livre e principalmente do nível de água da lagoa Salgada, deverá ser instalado sistema de medição de nível nesta lagoa e rede piezométrica na área sujeita a inversão do sentido de fluxo, conforme orientações do Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e Aquífero Livre (Item 4.3 do Capítulo IX).
6.1.9 Aumento da Turbidez na Coluna d’Água
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação
FATOR AMBIENTAL: Qualidade da água do mar
ASPECTO AMBIENTAL: Operação da draga e deslocamento entre a área de
empréstimo e o ponto de bombeamento
Este impacto refere-se à avaliação da geração de pluma decorrente de operação de dragagem em área de empréstimo marítima, com objetivo de constituir aterro hidráulico.
Conforme explicado no Item 6.1.7, a utilização do material da área de empréstimo
marítimo, para constituição de aterros necessários às infraestruturas previstas do DISJB, não é considerada como alternativa prioritária, uma vez que a construção
do canal da UCN proporciona um volume de material arenoso bastante expressivo e há também a possibilidade de se utilizar o material escavado para a construção do canal Campos-Açu.
De qualquer forma, contando-se com a possibilidade de utilização de alternativa de dragagem marítima, este impacto é avaliado, mas sob a perspectiva de que as alterações decorrentes do aumento da carga de sólidos em suspensão na área marinha poderão ser minimizados, significativamente.
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De forma geral, o impacto de modificação da qualidade da água decorrente de atividade de dragagem se manifesta na forma de uma pluma de concentração variável de sólidos finos em suspensão, que geralmente tem alcance e decaimento de concentração diretamente relacionado à distância da fonte de geração e da hidrodinâmica local.
Durante o período de enchimento da cisterna, a fração arenosa do material dragado é depositada no fundo da mesma, enquanto a água sobrenadante contendo a fração fina do material é extravasada progressivamente, no processo denominado overflow, até o enchimento completo da cisterna com o material arenoso.
Ressalta-se que a ressuspensão dos sedimentos durante a operação de overflow vem sendo minimizada, pois as dragas modernas possuem um controle nesta operação, e a descarga de água de volta ao mar é realizada, sem incorporar ar, a partir de tubulação que descarrega abaixo do fundo da draga.
Os sistemas de dragagem de uma draga hopper são compostos por um ou dois tubos de sucção, cada um dirigido por uma bomba centrífuga, de grande potência (bomba de areia). Durante a dragagem, as extremidades inferiores dos tubos de sucção são arrastadas ao longo do leito do mar, enquanto as bombas de areia succionam o material revolvido do fundo do mar para dentro da cisterna da draga. Essa operação é feita com velocidade reduzida da draga, de modo a permitir uma máxima produção no enchimento da cisterna bem com reduzir a ressuspensão ocasionada pelo deslocamento da ferramenta de dragagem no assoalho marinho.
Assim, neste tipo de operação, a pluma formada no entorno da draga durante o enchimento da cisterna é devida principalmente ao processo de overflow. Sua ocorrência é mais expressiva quando o material dragado é rico em sedimentos finos (siltes e argilas), característica que o torna inadequada para a realização de aterros hidráulicos, como o caso em estudo.
Como as áreas de dragagem do canal de acesso e bacia de evolução do Porto do Açu eram caracterizadas por areias com grande teor de finos, o material obtido naquela dragagem não se prestou a realização do aterro hidráulico do pátio de minérios do Porto. Por este motivo foi necessário identificar uma área marítima onde o material apresentasse as características adequadas para esta finalidade.
A busca de uma área com material preponderantemente arenoso na região do Porto do Açu levou à realização de investigações geotécnicas em extensas áreas em torno daquele empreendimento, que resultaram na descoberta de um depósito com grande quantidade de material com as características procuradas, a uma distância de cerca de 35 km.
Um polígono de dragagem nesta área já foi objeto de licenciamento, solicitado pela empresa LLX Minas-Rio para utilização no aterro hidráulico do pátio de minérios do Porto do Açu. O presente empreendimento tem em perspectiva
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utilizar área contigua ao polígono já licenciado, que apresenta condições similares de sedimentos de fundo.
Assim, para avaliar o impacto do processo de dragagem no presente EIA foram analisados os resultados de estudo de modelagem hidrodinâmica e de simulação do comportamento das plumas de dragagem realizados para a LLX MINAS-RIO (LLX MINAS-RIO/ECOLOGUS, 2008c), com vistas às obras de dragagem do Porto do Açu. A localização da área de empréstimo em questão é de aproximadamente 35 km da costa, com superfície retangular de 3,8 km2.
Os estudos de modelagem elaborados no âmbito do referido processo de licenciamento foram desenvolvidos pela empresa Aquamodelo Consultoria e Engenharia, um estudo utilizando o modelo SisBAHIA (Sistema Base de Hidrodinâmica Ambiental) para a área de empréstimo pretendida (LLX-MINASRIO/ECOLOGUS, op.cit.). Os resultados esperados para desempenho ambiental da presente alternativa de dragagem serão similares aos obtidos no estudo da Aquamodelo, uma vez que as condições hidrodinâmicas locais são as mesmas que as observadas na área modelada. Os aspectos relevantes do referido estudo são sumarizados a seguir.
O estudo de modelagem realizado considerou-se apenas a presença de areia de granulometria média a fina, embora a avaliação granulométrica realizada na área (LLX-MINASRIO/ECOLOGUS, op.cit.) indicar a predominância de material arenoso de granulometria grossa, situação, portanto, mais favorável ambientalmente do que a modelada.
Considerou-se uma Draga Hopper de grande capacidade (cerca de 13.500 m³), com extravasamento de 5% do volume de sedimentos, com ciclo de dragagem de aproximadamente 6 horas, premissas que são compatíveis e conservadoras para a análise em questão.
Na modelagem computacional foram analisados dois cenários, ambos considerando o vento atuante em toda a região do domínio: o vento nordeste por ser o mais frequente e o vento de sudoeste, escolhido para simular a entrada de frente fria na região. Nestas simulações foram considerados ventos constantes como forma de simular a situação mais desfavorável de cada cenário analisado. Para uma melhor caracterização da região, foram utilizadas séries históricas, com grandes períodos de observação. Dados medidos serviram para a validação dos resultados da modelagem, demonstrando se estes estão de acordo com a situação real.
Os resultados da referida modelagem mostram a dispersão das plumas de sedimentos fica restrita basicamente à região da área de empréstimo, tanto na situação para ventos de nordeste, quanto para ventos de sudoeste.
Observou-se que as plumas de sedimento formadas durante a dragagem possuem área entre 0,25 km² e 1,0 km² no entorno da draga, com concentrações de até 1,0 mg.L-1 a uma distância entre 500 e 1,0 km desta. Esta variação
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depende das condições reinantes ou do tempo transcorrido desde o início da dragagem. Em geral, após 40 minutos do início da dragagem, a pluma de sedimentos apresenta as maiores áreas no entorno do ponto analisado, mas ainda permanecendo dentro dos limites da área de dragagem. Após 1:05 hora do início da dragagem, não há mais indicação da presença de material sedimentar na coluna de água. Os ciclos seguintes se comportam de maneira semelhante com completa deposição do material passada uma hora do início de cada ciclo. A Figura 6.1-14 e a Figura 6.1-15, a seguir, ilustram os resultados da modelagem
para as situações de vento Nordeste (NE) e Sudoeste (SW), caracterizando a evolução temporal da concentração da pluma de areia média e fina.
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A
B
FIGURA 6.1-14: EVOLUÇÃO TEMPORAL DA CONCENTRAÇÃO DA PLUMA DE AREIA MÉDIA E FINA COM
VENTOS DE NE COM VELOCIDADE DE 6,51 M.S-1
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A
B
FIGURA 6.1-15: EVOLUÇÃO TEMPORAL DA CONCENTRAÇÃO DA PLUMA DE AREIA MÉDIA E FINA COM
VENTOS DE SW COM VELOCIDADE DE 5,34 M.S-1
.
Tendo em vista a grande distância da costa (35 km) e a pequena extensão e duração das maiores concentrações de sólidos em suspensão na água, considera-se que este processo não seja capaz de gerar impactos expressivos na qualidade das águas costeiras
Neste contexto, considera-se este impacto como negativo e real, de categoria reversível (1), de abrangência local (3), moderadamente relevante (1), por conseguinte, correspondente a baixa magnitude.
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Medidas Mitigadoras
Tendo em vista a baixa magnitude esperada para este impacto e a distância da costa em relação a sua área de ocorrência, não se fazem necessárias medidas mitigadoras ou de monitoramento de seus efeitos. Cabe, contudo, realizar o controle dos procedimentos operacionais executados durante as atividades de dragagem para garantir que a mesma ocorra com o desempenho aqui avaliado. Para tanto deverão ser observadas as diretrizes do Programa de Controle das Atividades de Dragagem (Item 3.1.6.5 do Capítulo IX).
6.1.10 Alteração da Qualidade de Água do Mar
FASE DO EMPREENDIMENTO: Operação
FATOR AMBIENTAL: Qualidade da água marinha
ASPECTO AMBIENTAL:
Disposição de efluente líquido tratado no mar através de emissário submarino
Lançamento de drenagem em corpos hídricos (canal Campos – Açu, canal Quitingute, lagoa do Veiga e para o mar).
Para a operação do DISJB, o sistema de tratamento concebido para efluentes industriais e esgotos domésticos, compreende a disposição oceânica conjunta, através de emissário submarino.
Na área do DISJB serão instaladas duas redes receptoras destinadas às coletas separadas dos esgotos domésticos para tratamento e dos efluentes industriais a serem gerados nas instalações fabris e nos prédios administrativos a serem implantados. Cada uma destas redes será provida de elevatórias de rede, ao longo de toda sua extensão, conforme descrito no Capítulo II.
Antes do lançamento na rede coletora de efluentes industriais dos DISJB, estes efluentes serão tratados, nas respectivas indústrias, em níveis adequados, para enquadramento nos requisitos da Resolução CONAMA nº 357/05 e NT 202 FEEMA, relativos ao lançamento no mar. Isto porque a infraestrutura de uso comum do DISJB para efluentes industriais prevê apenas coleta, bombeamento e lançamento, via emissário submarino.
Conforme previsto nas diretrizes do Programa de Gestão Operacional do DISJB, apresentado no Item 3.8 do Capítulo IX, os sistemas de gestão de
efluentes das futuras indústrias deverão ser dotados de facilidades que permitam o controle de sua qualidade previamente ao lançamento na rede coletora do Distrito, de maneira que a admissão na referida rede seja precedida de protocolo de verificação de conformidade. Além disto, o MRA prevê que os projetos contemplem em sua concepção, tecnologias, medidas e dispositivos que maximizem o reuso da água de maneira a reduzir os volumes a serem descartados.
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No caso dos esgotos domésticos, uma segunda rede de coleta irá receber e recalcar os esgotos domésticos brutos até o conjunto de duas Estações de Tratamento (ETEs). Na Etapa Inicial, deverá ser construída apenas a primeira Estação de Tratamento de Esgoto ETE-1, e em etapa posterior, a ser definida em função do ritmo de implantação efetiva dos empreendimentos fabris no DISJB, será construída a ETE-2. O sistema de tratamento adotado em ambas as ETEs terá cadeia de tratamento aeróbico e anaeróbico, que inclui processos mecânicos, físico-químicos e químicos, com eficiência de remoção de DBO e de sólidos suspensos totais de, no mínimo, 90%.
A associação do processo aeróbio com o tratamento anaeróbio permitirá reduzir o nível de mecanização do tratamento, proporcionando o arranjo compacto do sistema de tratamento e, além disso, propiciar a redução do custo operacional do tratamento, em função da diminuição do consumo de energia e redução da quantidade de lodo descartado. O tratamento anaeróbio será precedido de um tratamento preliminar realizado através de gradeamento e desarenação. O lodo excedente do processo aeróbio, extraído dos decantadores, será recirculado para digestão anaeróbia, em conjunto com o lodo sintetizado no processo anaeróbio. De resto, o lodo digerido descartado será desidratado através de centrífugas localizadas no prédio de desidratação de lodo.
O tratamento aeróbio ocorrerá em um tanque segmentado com duas câmaras, onde o primeiro segmento abriga uma câmara anóxica e a segunda câmara é ocupada pelo filtro aerado submerso, onde a biomassa fixa-se em elementos suportes, do tipo anéis de material plástico. Estes anéis serão mantidos em suspensão no interior da câmara por meio de ar comprimido fornecido a partir do prédio dos sopradores. Desta maneira, as características químicas previstas para o esgoto afluente atenderão os padrões de qualidade da Resolução CONAMA nº 357/05.
O efluente tratado nas unidades ETE-1 e ETE-2 será lançado na Elevatória Final, onde se juntará com o efluente industrial para lançamento no emissário oceânico, com as seguintes características previstas: Sólidos em Suspensão Totais (30 mg/L) com remoção mínima de 90%; Demanda Bioquímica de Oxigênio (30 mg/L), também com remoção mínima de 90%
Esta Elevatória Final irá, então, recalcar para o Emissário Submarino as vazões recebidas provenientes das contribuições de esgotos domésticos tratados e efluentes industriais pré-tratados nas indústrias geradoras como uma única mistura, isto é, contendo os esgotos domésticos tratados e os efluentes industriais pré-tratados em cada indústria contribuinte.
A Figura 6.1-16, a seguir, ilustra a concepção do sistema de coleta, tratamento e disposição de efluentes do DISJB
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FIGURA 6.1-16: ESQUEMA DO SISTEMA DE COLETA, TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO
FINAL DE EFLUENTES INDUSTRIAIS E ESGOTOS DOMÉSTICOS
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Referente ao aporte dos efluentes no meio marinho através de emissário submarino, os dados de modelagem (projetados para uma vazão de 1,24 m3/s, a 1 metro do fundo, e em localidade com profundidade de 14 m) indicaram diluição de cerca de 98 vezes no verão e 110 vezes no inverno, conforme indicado na Figura 6.1-17 e detalhado no Estudo de Modelagem da Dispersão da Pluma do Emissário do Distrito Industrial (Anexo VII.6.1-1).
FIGURA 6.1-17: DILUIÇÃO EM RELAÇÃO À DISTÂNCIA DO PONTO DE LANÇAMENTO DO
EFLUENTE INDUSTRIAL NOS PERÍODOS DE VERÃO E INVERNO.
Observa-se que a diluição aumenta à medida que a pluma/jato se afasta do ponto de lançamento consideradas as forçantes meteorológicas e oceanográficas na determinação da área de influência do lançamento.
De forma conservadora, para fins desta modelagem considerou-se que o efluente a ser lançado contenha todos os compostos cujos limites são estabelecidos na Resolução CONAMA nº 357/05, com suas concentrações definidas com o valor máximo permitido por esta resolução. De fato, é bem possível que o efluente a ser futuramente lançado no emissário contenha menos parâmetros do que os estabelecidos neste estudo.
Os resultados da referida modelagem indicaram que os valores de diluição inverno e verão são suficientes para que a maioria dos compostos considerados atinja concentrações inferiores às estabelecidas na legislação, ainda no domínio do campo próximo. Às exceções são relativas ao cobre e aos cianetos (que necessitam de uma diluição de 200 vezes), ao dicloroeteno (diluição de 333 vezes) e aos sulfetos (diluição de 500 vezes).
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A distância máxima para o enquadramento no corpo receptor, nos períodos de inverno e verão, respectivamente, para o cobre e o cianeto (diluição de 200 vezes), é de 140 m a 150 m, para o dicloroeteno (333 vezes) de 300 m a 326 m, e para os sulfetos (500 vezes) de 540 m a 670 m. A modelagem evidenciou ainda que a pluma fica restrita às proximidades do sistema difusor, atingindo uma extensão máxima de 1.650 m (período de verão), com orientação paralela à linha de costa, sem atingir a faixa de balneabilidade estabelecida (300 metros a partir da linha de costa).
Foram também realizadas simulações, com objetivo de verificar interação entre as plumas dos emissários do Distrito Industrial (foco deste EIA, da Siderúrgica Ternium em licenciamento) e da LLX Minas-Rio.
De forma similar ao apresentado anteriormente, as plumas foram consideradas até as diluições de 1.000 vezes a concentração inicial. Esta diluição é suficiente para que todos os parâmetros considerados nestes efluentes atinjam os limites estabelecidos na Resolução CONAMA nº 357/05. Dessa forma, podemos afirmar que, até esta diluição, não são esperadas interações entre as plumas geradas nos três lançamentos. A Figura 6.1-18 apresenta estudo da interação de plumas
resultantes, respectivamente, MINAS-RIO, LLX e Ternium.
FIGURA 6.1-18: ESTUDO CONSIDERANDO A INTERAÇÃO DAS PLUMAS DOS EFLUENTES DO DISTRITO
INDUSTRIAL DA LLX, DA TERNIUM E DA MINAS-RIO
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O meio marinho também receberá efluentes de origem pluvial gerados a partir do sistema de drenagem do DISJB, conforme descrito no Item 6.1.6. Conforme
discutido nesta ocasião, estas águas, livres de contaminação por efluentes industriais ou esgotos sanitários, poderão apenas conter pequena alteração decorrente de arraste de material particulado, mas não repercutindo em contaminação na qualidade da água do mar.
Ressalta-se que águas pluviais sujeitas à contaminação serão geridas de forma diferenciada por parte das unidades fabris seguindo-se tendência das melhores práticas internacionais nesta matéria. Sob esta concepção, prevê-se que cada unidade fabril deverá projetar seu sistema interno de drenagem pluvial, de modo a separar as águas com possibilidade de contaminação das não contaminadas. O sistema de coleta e contenção das águas pluviais das áreas sujeitas à contaminação incluirá dispositivos para a retenção temporária da drenagem sob risco de contaminação, de forma a possibilitar que a mesma seja monitorada quanto ao grau de contaminação eventual.
Conforme indicação deste monitoramento, a água pluvial poderá ser encaminhada para reutilização no processo, tratada na ETE, descartada via o emissário oceânico (se atendidos os padrões de lançamento), ou descartada via a drenagem pluvial de águas limpas (na ausência de contaminação). A água pluvial coletada em áreas não sujeitas à contaminação poderá também ser contida de forma a ser utilizada como água de processo.
Considerando os dispositivos de controle de conformidade a serem requeridos pela administração do DISJB às indústrias, para acesso de seus efluentes
industriais no sistema do Distrito e os controles de eficiência previsto para as ETEs operadas pelo mesmo, não são esperados em condições normais de operação, impactos expressivos na qualidade do meio marinho junto à saída do emissário.
As alterações previstas consistem na formação de uma zona de diluição em torno do ponto de lançamento, na qual poderão ocorrer variações nos níveis de concentração de parâmetros na água do mar em função da composição dos efluentes tratados, porém sem que estas violem os limites legais para a categoria do corpo receptor marítimo.
Além disto, considerando o comportamento hidrodinâmico da área de descarte, não se prevê interferência da zona de diluição de efluentes com a zona de balneabilidade.
Portanto, considera-se que este impacto negativo, condicionado ao adequado projeto, dimensionamento e operação das estruturas seja, reversível (1), de abrangência local (3), moderadamente relevante (1) e, por conseguinte, de baixa magnitude.
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Medidas de Controle, Acompanhamento e Mitigação
Para verificar e controlar ao longo do tempo o desempenho do sistema proposto, deverão ser adotadas medidas de monitoramento de qualidade da água na zona marítima de influência do ponto de lançamento, conforme diretrizes apresentadas no Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e Aquífero Livre (Item 4.3 do Capítulo IX).
A garantia das condições operacionais aqui avaliadas será provida pela implementação do Programa de Gestão Ambiental do DISJB, cujas diretrizes são também apresentadas no Item 3.8 do Capitulo IX. Este Programa configurará a operacionalização do Marco Regulatório Ambiental – MRA sendo sua implementação de responsabilidade do Ente Gestor do DISJB.
6.2 DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS SOBRE O MEIO BIÓTICO
6.2.1 Perda de Habitats e Espécimes Vegetais
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação
FATOR AMBIENTAL: Habitats e espécimes vegetais
ASPECTO AMBIENTAL: Supressão de vegetação
O impacto sobre a vegetação ocorrerá, sobretudo, na ADA, durante a fase de implantação do empreendimento, sendo decorrente das atividades de limpeza do terreno para implantação de canteiro de obras e execução de terraplanagem e aterros, a serem realizados no terreno que receberá as infraestruturas comuns do Distrito Industrial. Não são previstas atividades de remoção de vegetação no traçado da adutora, que se desenvolve ao longo da faixa de acostamento da rodovia RJ-240.
O Distrito Industrial de São João da Barra possui em uma área de 7.036 ha, dos quais 599 ha correspondem às estradas e caminhos que cortam a área. Da superfície restante, de 6.438 ha, cerca de 76% são ocupados por pastagens e culturas diversas. A área ocupada por vegetação nativa é de 1.098 ha, onde ocorrem comunidades vegetais de restinga.
O Quadro 6.2-1, a seguir, apresenta uma síntese das fisionomias vegetais encontradas na área do Distrito Industrial. O mapeamento da cobertura vegetal do Distrito Industrial é apresentado no Mapa 6.2-1.
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QUADRO 6.2-1: FITOFISIONOMIAS PRESENTES NA ÁREA DO DISTRITO INDUSTRIAL
DISJB ÁREA (HA) %
7.036 100%
Pastagens 4.854 69,0
Olerículas 236 3,4
Coqueiral 5 0,1
Eucalipto 62 0,9
Solo desnudo 182 2,6
Estradas e caminhos 598 8,5
TOTAL ANTRÓPICAS 5.938 84,4
Comunidades de Restingas
Herbáceo 99 1,4
Arbustiva Aberta Não Inundável
614 8,7
Arbustiva Aberta Inundável
369 5,3
Arbóreo 17 0,2
Total Nativas 1.098 15,6
No presente EIA avalia-se o impacto de supressão da totalidade da cobertura vegetal do Distrito. No entanto, cabe ressaltar que no contexto do presente licenciamento, da totalidade da área do Distrito apenas a cobertura vegetal das áreas de infraestruturas comuns será removida pelo empreendedor. As áreas dos lotes industriais terão sua cobertura vegetal removida somente após o licenciamento ambiental de cada uma das indústrias que venham a ser atraídas para o Complexo.
MAPA 6.2-1: COBERTURA VEGETAL DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA (ADA) DO EMPREENDIMENT
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A área das infraestruturas do Distrito Industrial tem uma extensão, aproximada, de 2.100 ha e sua implantação acarretará na supressão de, cerca de, 296 ha de vegetação nativa de restinga em bom estado de conservação. As diferentes fisionomias vegetais presentes na área são indicadas no Quadro 6.2-2, a seguir:
QUADRO 6.2-2: FITOFISIONOMIAS PRESENTES NA ÁREA DA INFRAESTRUTURAS DO DISJB
FITOFISIONOMIA ÁREA (HA) ÁREA (%)
Fitofisionomias Antrópicas
Pasto 1.629 77,5
Culturas Temporárias 106 5,0
Eucalipto 10 0,5
Fruticultura 12 0,5
Solo Desnudo 48 2,0
Total 1.805 85,5
Fitofisionomias Nativas (comunidades de restinga)
Herbáceo 60 3,0
Arbustiva Aberta Não Inundável 132 6,0
Arbustiva Aberta Inundável 97 5,0
Arbóreo Não Inundável 7 0,5
Total 296 14,5
TOTAL 2.100 100
A relevância da vegetação a ser suprimida está associada ao fato de consistir em remanescente de restinga da Baixada dos Goytacazes, região classificada pelo Ministério do Meio Ambiente na categoria de “Importância Extremamente Alta” para fins de conservação da biodiversidade. Tal fato atribui a perda de remanescentes de vegetação nativa nesta área uma importância de caráter regional. Além disto, São João da Barra apresenta uma das últimas concentrações vegetação de restinga em bom estado no Rio de Janeiro, ao lado da APA de Maricá, das restingas de Marambaia e Massambaba e dos Parques da Ilha Grande e Jurubatiba. A par disto, no Estado do Rio de Janeiro, o ecossistema de restinga é um dos mais ameaçados dentre aqueles que compõem o bioma da Mata Atlântica, restando possivelmente menos de 10 % da ocupação original.
Assim, a remoção de remanescentes de vegetação nativa na área do empreendimento implica nos seguintes fatores de impacto:
Diminuição dos remanescentes de restinga da região natural da baixada dos Goytacazes, já bastante reduzidos e pressionados pelos usos locais tradicionais e, mais recentemente, pelas perdas acarretadas pelos empreendimentos vizinhos;
Eliminação de plantas nativas, majoritariamente de porte arbustivo e herbáceo, mas também árvores em sua fase adulta, em estágio produtivo de frutas e sementes;
Perda de patrimônio genético; Possível perda de plantas de espécies de ameaçadas de extinção; Aumento no isolamento entre fragmentos remanescentes;
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Mudança no hábito dos agentes de polinização e dispersão de sementes, com diminuição da eficiência ecológica.
Além dos fatores apontados acima, as atividades de supressão de vegetação, de uma forma geral, promoverão a perda de habitats para a fauna silvestre da região.
De fato pode-se considerar que este fator de impacto extrapola as áreas de vegetação nativa, uma vez que tais remanescentes estão imersos em ambientes rurais com atividades agropecuárias extensivas ou mesmo por áreas sem atividades produtivas.
Nestas áreas é possível encontrar espécies que são associadas aos ambientes de vegetação de restinga se deslocando ou mesmo abstraindo algum suporte de ambientes degradados no entorno dos remanescentes
Como já mencionado, a maior parte da área a ser suprimida encontra-se antropizada (áreas ocupadas por pasto, cultivo de coco, eucalipto, lavouras) e apenas uma pequena parcela é coberta por tipologias de maior importância ecológica, representadas por vegetações herbáceas ou arbustivas de restinga.
Conforme discutido no Item 5.4 do Capítulo VI, este histórico de alteração dos ambientes, contribuiu para a modificação da composição das espécies de fauna, ao longo dos anos. Portanto, atualmente, existe o predomínio de espécies generalistas, que se adaptaram à nova dinâmica imposta pelo ambiente circundante.
No entanto, nas feições menos degradadas desses remanescentes, algumas funções ecossistêmicas foram mantidas, sendo importante considerar, mesmo que pontualmente, essas manchas de vegetação que apresentam melhor estado de preservação.
Em especial, devem-se apontar as espécies presente nas listas de espécies ameaçadas de extinção, muitas delas assim classificadas em decorrência de efeitos negativos sobre seus habitats. Desta forma, é preciso uma atenção particular a espécies como aquelas já registradas na região, como o lagarto-do-rabo-verde (Cnemidophorus littoralis) associado às restingas e a ave biguatinga (Anhinga anhinga). Para a entomofauna, todas com ocorrência em restinga, pode se citar a formiga (Atta robusta), a borboleta (Parides ascanius) e sua forma mimética (Mimoides lysithous). A mastofauna é mais representativa neste sentido, já que é passível a ocorrência de preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus) associada a ambiente mais preservados. Outras espécies, como a cuíca (Gracilinanus microtarsus), cateto (Pecari tajacu) tatu-de-rabo-mole (Cabassous tatouay) e paca (Agouti paca), todas apreciadas pela caça, tem ampla distribuição e não estão ameaçadas a nível nacional embora constem na lista estadual.
Tendo em vista tais fatos, este impacto negativo foi classificado como irreversível (3) de abrangência local (3), relevante (3) e, por conseguinte, de relevância
moderada, com base na metodologia de avaliação adotada neste EIA.
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Medidas Mitigadoras
As atividades de supressão de vegetação deverão obedecer às especificações a serem definidas no Projeto Básico Ambiental, incluindo procedimentos para o resgate de fauna silvestre e para o adequado aproveitamento de todo material vegetal a ser suprimido. No Projeto de Supressão Vegetal e Resgate de Flora do Plano Ambiental de Construção (Item 3.1.6.2 do Capítulo IX) deste EIA são apresentadas as diretrizes de programas voltados ao resgate e preservação de fauna e flora de restinga, tais como:
Adoção medidas de mitigação referentes ao resgate de espécies vegetais, mediante coleta de plantas ou sementes, para posterior replantio e produção de mudas em viveiro para regeneração de ambientes naturais degradados;
Utilização da massa vegetal (caules, galhos, folhas, raízes) gerada na supressão para compostagem ou aplicação direta sobre o solo das áreas a recuperar, com vistas à formação a proteção do solo e adubação orgânica;
Adoção de medidas de resgate e manejo de fauna silvestre nas frentes de supressão de vegetação.
6.2.2 Afugentamento da Fauna Terrestre
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação
FATOR AMBIENTAL: Fauna Terrestre
ASPECTO AMBIENTAL: Supressão de vegetação
Este impacto poderá ocorrer durante a fase de implantação do empreendimento, sobretudo em decorrência das atividades de limpeza e preparação do terreno e supressão da vegetação. Neste momento, espera-se que ocorra dispersão por parte da fauna local devido à redução de habitats, bem como devido à produção de ruídos gerados na movimentação de maquinário pesado.
A área onde ocorrerá supressão no Distrito Industrial é constituída em grande parte por pasto com manchas de vegetação de restinga, arbustiva aberta inundável e não inundável, entremeada por plantios antrópicos (como olerículas, capineiras e fruticultura), é fato que as espécies ali encontradas são adaptadas a estes ambientes. Importante ressaltar a existência de região de várzea do Quitingute, nas proximidades do terreno do DISJB.
A distribuição da fauna está associada aos ambientes encontrados e sua composição está relacionada com o estado de preservação de cada um desses ambientes. Sendo assim, na região existe um predomínio de espécies generalistas (de maior plasticidade ambiental), adaptadas a ambientes essencialmente rurais, em detrimento da minoria especialista que está essencialmente associada aos remanescentes de restinga.
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Nas áreas remanescentes de restinga, a fauna associada é mais especializada, havendo maior diferenciação para aves, para os répteis e anfíbios e mamíferos. As espécies mais generalistas (por exemplo, lagarto Tropidurus torquatus) que ocorrem nesse ambiente irão ocorrer nos outros, mas espécies mais especializadas (por exemplo, a perereca-da-restinga Phyllodytes luteolus), somente ocorrerá nesse ambiente.
Na região também há ocorrência de espécies associadas à ambientes úmidos. Dentre estes, pode-se citar o grupo dos quirópteros como o morcego-pescador (por exemplo, o Noctilio leporinus) que tem dieta especializada em peixes (piscívoro). Além dessas, a mastofauna não-voadora também conta com espécies mais especialistas para esse tipo de ambiente, tais como rato-d’água (por exemplo, Nectomys squamipes), entre outros, sem contar com o grupo dos anfíbios e répteis.
A entomofauna também é descrita para os diversos ambientes e destacadas por sua importância ecológica, relevantes para polinização e dispersão de diversas espécies vegetais, e por sua importância econômica, como é o caso de pragas, especialmente, aquelas especializadas em determinado recurso, mais difícil de serem erradicadas.
Mesmo que a área em questão tenha sido muito descaracterizada, na região é passível de ocorrerem, em ambientes mais preservados (especialmente nas manchas contínuas remanescentes de restinga), espécies de relevante importância biológica, constando nas listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção, seja a nível nacional (MMA 2008), global (IUCN 2010) e/ou estadual (BERGALLO et. al., 2000), tais como o lagarto-do-rabo-verde (Cnemidophorus littoralis) que já é Monitoramentoorado na região pelo grupo EBX desde 2009, preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus), paca (Agouti paca) e cateto (Pecari tajacu). Além dessas espécies, cabe mencionar as espécies da avifauna, tais como, biguatinga (Anhinga anhinga), gaivota-de-cabeça-cinza (Chroicocephalus cirrocephalus), besourinho (Phaethornis idaliae), sabiá-da-praia (Mimus gilvus), saíra-beija-flor (Cyanerpes cyaneus), colheireiro (Platalea ajaja) e algumas de entomofauna, formiga-saúva-preta (Atta robusta), borboletas-da-praia (Parides ascanius e Mimoides lysithous harrisianus, esta última, forma mímica da primeira), que também podem ocorrer na região.
De forma geral, a supressão tem como consequência o desaparecimento de ambientes necessários para o estabelecimento de populações faunísticas. Mesmo que a supressão da vegetação seja feita de maneira seletiva e gradual, efeitos negativos como a diminuição do potencial de dispersão de indivíduos, isolamento de populações, diminuição na abundância das populações, alterações na estrutura da comunidade, e depressão endogâmica, podem levar à diminuição de indivíduos de determinadas espécies.
Com a queda da qualidade ambiental local, a abundância de determinadas espécies pode até aumentar, devido ao estabelecimento de espécies generalistas; porém, a estrutura da comunidade sofrerá perdas devido à
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diminuição da abundância de espécies naturalmente especialistas (WOODRUFF, 2001).
Desta forma, faz-se relevante as ações de supervisão ambiental das atividades de supressão assim como as atividades de resgate e Monitoramento de fauna, antecipadamente ao início da supressão. Considerando que existem áreas em bom estado de conservação, faz-se relevante o estudo de áreas de soltura e Monitoramento como forma de minimizar e Monitoramento os impactos gerados.
Sendo assim, este impacto classifica-se como negativo, irreversível (3), de abrangência regional (5), relevante (3) e, por conseguinte, de alta magnitude.
Medidas de Controle, Acompanhamento e Mitigação
As atividades de supressão deverão ser precedidas por serviços de identificação e resgate de fauna nas áreas de intervenção, através do Programa de Resgate e Manejo da Fauna Terrestre (Item 3.5 do Capítulo IX), buscando-se realizar atividades de monitoramento prévio nas áreas a serem afetadas.
Ações de conscientização de trabalhadores e supervisão de obra relacionadas, por exemplo, à restrição à caça e minimizar qualquer interferência com a fauna silvestre e outras contidas no âmbito do Plano Ambiental de Construção (Item 3.1 do Capítulo IX).
Implantar medidas de recomposição da vegetação em áreas propícias para tal (Programa Supressão Vegetal e Resgate de Flora – Item 3.1.6.2 do Capítulo IX - e Programa de Reposição Vegetal e Manejo da Biodiversidade – Item 3.6 do Capítulo IX).
6.2.3 Afugentamento e/ou Atropelamento da Fauna Terrestre
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação e Operação
FATOR AMBIENTAL: Fauna Terrestre
ASPECTO AMBIENTAL: Alteração no sistema viário local
As atividades previstas na fase de implantação do DISJB demandarão o transporte de pessoas, insumos e equipamentos que elevarão o volume de tráfego, inclusive de veículos pesados, nas vias de acesso ao empreendimento (ver quantitativos no Item 6.2.13 e Item 6.2.14 deste Capítulo).
Também originário do desenvolvimento da fase de implantação, incluindo a fase de operação, a reestruturação das vias de acesso internas e no entorno do DISJB, ao mesmo tempo, que possibilitarão melhorias aos níveis de
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acessibilidade da população (ver Item 6.3.17 adiante), também poderá se reverter em interferëncias sobre a fauna terrestre, em decorrência do aumento do tráfego, causando afugentamento e, eventualmemte, aumento no número de casos de atropelamento da fauna.
De fato, a maioria dos estudos científicos estabelecem o impacto de abertura de extensas vias de acesso (rodovias, ferrovias, etc.)1 que não representam exatamente o caso em estudo, já que parte das vias já estão estabelecidas e outras serão relocadas para os limites do DISJB. De qualquer sorte, os impactos
resultantes devem ser considerados assim como as sugestões a respeito da mitigação desses impactos. Ainda, especial atenção deve ser dada às vias que passam próximas a áreas protegidas, como a RPPN da Fazenda Caruara. Considerando a existência de impactos à fauna terrestre relativos à supressão de vegetação, conforme explanado no Item 6.2.2 anterior, as ações de mitigação e acompanhamento devem ser realizadas de forma integrada, para proporcionar maior eficiência.
Uma perspectiva relevante para esta avaliação é a relação dos principais grupos atingidos e justificativas de acordo com a região em que se encontram, bem como com os hábitos das espécies consideradas.
Para FREITAS & FRANÇA (2009), o principal grupo afetado foram os répteis, seguido de mamíferos e aves. Dentre as aves, uma espécie comum nos registros foi o urubu, que normalmente fica à espreita nas rodovias, para se alimentar de animais mortos. Outras espécies comuns foram o tamanduá-mirim (Tamandua tetradactyla) e o cachorro-do-mato (Cerdocyon thous). Esta última também se alimenta de animais mortos, fato que pode estar relacionado com maiores casos de atropelamento.
Segundo FORMANN & GORDON (1989), as estradas são encaradas, morfológica e funcionalmente, como corredores para muitas espécies de tetrápodas. Para algumas espécies, o tráfego de veículos pode ser uma importante causa de mortalidade, sendo grande o efeito negativo (RODRIGUES et. al., 2002), além de se constituírem em barreiras para o livre deslocamento.
Como descrito no Item 6.2.2 a fauna característica da Área de Influência está
intimamente relacionada à cobertura vegetal remanescente e as tipologias com forte influência antrópica. Assim, podem ser encontrados na região desde animais domésticos, passando por espécies generalistas até, em ambientes mais preservados (especialmente nas manchas contínuas remanescentes de restinga) espécies de relevante importância ecológica. Estas, incluindo as espécies endêmicas e as ameaçadas de extinção, relatadas no Item 5.4.3 do Capítulo IV
representam maior importância com relação ao impacto.
1 Ver por exemplos de BAGER et al (2000), BASTAZINI et al. (2004), BONOW & BAGER (2005), BAGER et al. (2007),
BAGER et al. (2009), CIOCHETI & ABRA (2009), FREITAS & FRANÇA (2009), SANTOS et al. (2009) e RODOFAUNA,
(2010).
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Outros grupos devem ser considerados por sua maior susceptibilidade ao impacto, tais como o grupo dos anfíbios e répteis. Esse último mencionado é comum, especialmente por seus hábitos rastejadores e pela procura de ambientes mais quentes, para a termorregulação, como é o caso das serpentes. Espécies da mastofauna doméstica (como cachorro e gato) e aves como o urubu, que se alimenta de animais mortos, frequentemente são encontrados na beira da estrada.
O levantamento da fauna vítima de atropelamento pode servir como indicador da biodiversidade local e fornecer dados sobre a história natural de algumas espécies FISCHER (1997). Além disso, Monitoramento a fauna de estrada pode revelar aspectos sobre padrão de deslocamento e a dinâmica sazonal de algumas populações presentes na comunidade, possibilitando, assim, avaliar o grau de conservação local e estabelecer áreas prioritárias para a conservação (HENGEMÜHLE e CADEMARTORI, 2008).
Este impacto classifica-se como negativo, irreversível (3), de abrangência local (3), moderadamente relevante (3) e, por conseguinte, de alta magnitude.
Medidas de Controle, Acompanhamento e Mitigação
Prevê-se, especialmente em áreas mais relevantes para a fauna, a adoção de medidas que busquem sinalização e organização do tráfego de caminhões, pessoas e maquinários, bem como o cercamento apropriado das vias (alambrados) de maneira a minimizar interferência sob a fauna local.
Criação e aplicação de ações de acompanhamento vinculadas ao Programa de Resgate e Manejo da Fauna Terrestre (Item 3.5 do Capítulo IX), buscando-se realizar atividades de avaliação prévia e rotina de acompanhamento incluindo as áreas a serem afetadas, assim como identificar os locais de maior probabilidade de ocorrência de acidentes com animais, com a finalidade de proposição de medidas mitigadoras
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6.2.4 Alteração da Biota Aquática Continental
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação & Operação
FATOR AMBIENTAL: Biota Aquática Continental
ASPECTO AMBIENTAL:
Impla
nta
ção
Geração de esgoto doméstico, efluentes oleosos e resíduos sólidos
Opera
ção
Manuseio de produtos químicos, geração de efluentes líquidos da lavagem de filtros na ETA e de
lodos do tratamento da ETA e da ETE
Lançamento de drenagem em corpos hídricos (canal Campos-Açu, canal Quitingute, lagoa do
Veiga e para o mar)
Coleta e destinação de resíduos da ETA, ETE e demais instalações e facilidades do DISJB
Conforme explanado no Item 6.1.6 deste Capítulo, a geração de efluentes
vinculadas ao canteiro de obras ou decorrentes de operações nas estações de tratamento da fase operacional, poderão gerar efeitos sobre o ambiente aquático e, por consequência, sobre sua biota aquática.
Na fase de implantação, os canteiros de obra contarão com banheiros químicos e, no canteiro central, uma ETE compacta que garanta os padrões estabelecidos pela legislação ambiental, tornando esse efluente próprio para reutilização como água de serviço. O impacto real, neste caso, é decorrente do lançamento no canal do Quitingute de excedente de efluente tratado.
Já na fase de operação o impacto é potencial, tendo em vista que está relacionado não à disposição de efluentes em corpos de água continentais, já que estes serão dispostos no meio marinho após tratamento, conforme analisado no Item 6.1.10 deste Capítulo. Neste caso, o impacto relaciona-se com riscos
decorrentes de acidentes durante o manuseio de produtos químicos, geração de efluentes da lavagem de filtros da ETA e de lodos da ETA e ETE.
Conforme abordado no Item 4.3.4.1 do Capítulo VI e referenciado no Item 6.1.10
deste Capítulo, o canal Quitingute, apresenta características hipereutróficas, possivelmente como influência de atividades antrópicas. Além de teores de não conformidade para alguns parâmetros químicos.
A despeito destas características, de todos os canais existentes na AID, o Quitingute apresenta uma qualidade hidroquímica relativamente melhor e também maior diversidade de organismos, possibilitando uma maior sustentação à vida aquática. Sua comunidade é constituída por grupos taxonômicos típicos de águas marinhas continentais e dulcícolas.
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Mas também, similar ao encontrado em outros canais da região, estão presentes alguns gêneros de cianobactérias que possuem espécies produtoras de toxinas. Quanto ao zooplâncton, este canal, em relação aos demais amostrados na região, apresentou maior valor de densidade. As espécies coletadas de ictiofauna são comuns à região dos rios e lagoas do Norte Fluminense, sem registro de espécie endêmica ou ameaçada de extinção.
No caso de alterações significativas na qualidade de água, no caso de um evento acidental com despejo de efluente rico em matéria orgânica, poderia levar ao aumento da quantidade de nutrientes disponíveis no ambiente. A eutroficação causada permite grande proliferação de bactérias aeróbicas, que consomem rapidamente todo o oxigênio existente na água. Como consequência, pode ocorrer eventos de mortandade da maioria das formas de vida, inclusive as próprias bactérias.
Em alguns casos, a eutroficação pode levar à grande proliferação de espécies altamente tóxicas que não geram consequências ambientais quando em baixas concentrações; porém, quando em altas concentrações possuem grande potencial tóxico. Dois exemplos de espécies com potencial tóxico já encontradas no Quitingute foram Pseudoanabaena sp. e Synechocystis sp., ambas encontradas em alguns canais e lagoas analisados, dentre eles o Canal de Tocos, Cacomanga, Macaé-Campos e São Bento.
Ressalta-se que, uma vez que o plâncton ocorre caracteristicamente na camada mais superficial dos corpos hídricos, é justamente a fração mais susceptível a contaminação por resíduos oleosos, com alto risco de exposição ao produto (API, 1985), o que causa impacto direto a vida destes corpos hídricos, uma vez que o plâncton é a base da cadeia alimentar.
Com relação à comunidade bentônica, a introdução de esgotos domésticos vai variar de acordo com o ambiente. Em um corpo hídrico em equilíbrio, a hipótese mais provável é que ocorra um decaimento na diversidade das espécies existentes e um favorecimento de espécies oportunistas, uma vez que o aumento da carga orgânica poderá gerar grande alteração no meio. Por outro lado, em um ambiente que já sofra com efeitos de poluição, o aumento da carga orgânica pode não gerar uma mudança substancial na composição bentônica do meio (uma vez que estas espécies já estariam acostumadas com altas taxas de matéria orgânica).
Em águas rasas, os efeitos de resíduos oleosos nas comunidades bentônicas podem ser bem maior, devido à circulação reduzida destes ambientes e à maior permanência destes resíduos em contato com os organismos. Muitos efeitos subletais podem ocorrer em diferentes escalas nas comunidades bentônicas, devido à contaminação por resíduos oleosos, causando algum grau de perturbação no equilíbrio das mesmas.
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Com base nos critérios de valoração, classifica-se este impacto como negativo, reversível (1), de abrangência local (3), relevante (3), e, por conseguinte, de
moderada magnitude.
Medidas de Controle e Acompanhamento
Para assegurar a adequada operação dos sistemas de tratamento de efluentes, são previstas ações específicas no Plano Ambiental de Construção (Item 3.1 do Capítulo IX) relacionadas ao seu Programa de Gerenciamento de Resíduos e Efluentes na Implantação (Item 3.1.6.1 do Capítulo IX).
Para a avaliação do desempenho dos sistemas de tratamento empregados e de armazenamento e descarte de sólidos gerados na fase de operação faz-se necessário a Programa de Gestão Ambiental do DISJB, apresentado no Item 3.8 do Capítulo IX que configurará a operacionalização do Marco Regulatório Ambiental sendo sua implementação de responsabilidade do Ente Gestor do DISJB. Eventuais aspectos de não conformidade verificados devem se reverter em imposições às indústrias para que tomem as medidas de controle necessárias para reverter tais problemas.
Ainda, deve ser realizado o acompanhamento da qualidade da água dos corpos de água do entorno do empreendimento e da biota, através do Programa de Monitoramento dos Ecossistemas Aquáticos e Aquífero Livre (Item 4.3 do Capítulo IX).
6.2.5 Modificação na Estrutura das Comunidades Planctônica e Bentônica
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação e Operação
FATOR AMBIENTAL: Comunidades Planctônicas e Bentônicas
ASPECTO AMBIENTAL:
Impla
nta
ção Operação da draga e deslocamento entre a área de
empréstimo e o ponto de bombeamento
Escavação do assoalho marinho na área de empréstimo e na zona costeira para instalação da tubulação de
recalque
Escavação do trecho marítimo do emissário submarino
Opera
ção Disposição de efluente líquido tratado no mar através de
emissário submarino
Lançamento de drenagem em corpos hídricos (canal Campos – Açu, canal Quitingute, lagoa do Veiga e para
o mar).
Durante a implantação do empreendimento, alterações na concentração do
material em suspensão podem ser causadas durante atividades de dragagem,
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conforme discutidas no Item 6.1.8 deste Capítulo, atividades de instalação da tubulação de recalque e emissário submarino.
Já na operação, a disposição de efluente líquido (sanitário e industrial) tratado, por emissário submarino e o lançamento de drenagem em corpos hídricos (Canal Campos-Açu, Canal Quitingute, Lagoa do Veiga e para o mar) também podem influenciar a biota aquática presente nos corpos d’água considerados.
Para as comunidades planctônicas, os efeitos estão mais relacionados à qualidade da água enquanto que para as comunidades bentônicas efeitos se fazem notar com mais intensidade quando ocorre interferência direta com o assoalho marinho.
6.2.5.1 Modificação na Estrutura das Comunidades Planctônica
De forma geral, o incremento de turbidez ocasionado pela dispersão da pluma de sólidos em suspensão, bem como pela presença de detritos orgânicos, relacionadas com a entrada de efluentes sanitário e industrial, poderá causar uma substituição temporária das espécies planctônicas mais sensíveis presentes, por espécies mais resistentes, conduzindo a alterações temporárias em termos de riqueza e abundância de espécies.
Segundo DEVASSY & GOES (1988), qualquer distúrbio no ambiente produz mudanças em diferentes variáveis de crescimento de um organismo, que frequentemente leva a comunidade a se reorganizar. Certas adaptações morfológicas e fisiológicas permitem uma espécie florescer, porém, mudanças abruptas levam à substituição de um grupo de organismos por outros ou a diminuição de sua taxa reprodutiva.
Não há registros de trabalhos que relacionem os organismos planctônicos da região com a atividade de dragagem. Porém, estudos realizados nos Estados Unidos, atribuem à ressuspensão de sedimentos, alguns fatores que podem afetar a comunidade zooplanctônica (DeCOURSEY & VERNBERG, 1975; SULLIVAN & HANCOCK, 1977).
Os compostos orgânicos presentes nos efluentes descartados pelo empreendimento, mesmo sendo estes tratados em atendimento as normas ambientais, são uma fonte nutritiva que conduz ao aumento das populações de microrganismos como, por exemplo, bactérias e fungos. Este aumento populacional provoca um aumento no consumo do oxigênio dissolvido, criando dificuldades à vida da comunidade planctônica.
Tendo em vista que a maioria das espécies zooplanctônicas são filtradoras, a ingestão de partículas inorgânicas pode afetar a nutrição e o crescimento destes organismos, já que os valores do material em suspensão (e sua composição) refletem diretamente na qualidade do alimento disponível para as populações do
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zooplâncton (RESGALLA JR, 2001). Além disso, os sedimentos ressuspendidos podem aderir aos ovos, causando danos a suas células.
O impacto físico, provocado pela dispersão de partículas sólidas, também reduz a incidência de luz no ambiente, e pode gerar alterações nos ciclos de vida dos organismos do plâncton, em decorrência da diminuição da zona fótica. Esta condição acarreta uma redução nas atividades fotossintéticas, conforme salienta CASTIGLIA (2006) e o IADC/CEDA (1996). Por outro lado, o material em suspensão pode transportar nutrientes que beneficiam a produtividade primária. De qualquer sorte, estes efeitos são de curta duração, como já constatado em alguns estudos como KOLM et. al., (2002b).
Cabe salientar que a comunidade planctônica apresenta um caráter muito dinâmico, com elevadas taxas de reprodução e perda, respondendo rapidamente às alterações físicas e químicas do meio aquático e estabelecendo complexas relações intra e interespecíficas na competição por utilização de espaço e recursos (VALIELA, 1995).
Considerando que as interferências citadas na comunidade planctônica provavelmente ficarão restritas à área onde as concentrações de material em suspensão, causadas pelas plumas (de sedimento e/ou efluentes) são mais altas, este impacto foi classificado como negativo, reversível (1), local (3), moderadamente relevante (1), e, por conseguinte de baixa magnitude.
6.2.5.2 Modificação na Estrutura das Comunidades Bentônica
A estruturação das comunidades bentônicas depende de diferentes fatores, incluindo energia do ambiente, morfologia do fundo e, principalmente, textura dos sedimentos (SANDERS, 1958). No caso do empreendimento proposto, destaca-se que as principais atividades que irão gerar interferências sobre esse grupo serão aquelas que promoverão alterações nas características sedimentares de fundo, nos processos de sedimentação, na hidrodinâmica local, e também na qualidade da água.
Dentre as atividades previstas nas fases de instalação do empreendimento está contemplada a dragagem, atividade que pode causar efeitos diretos sobre a comunidade bentônica pela remoção do sedimento de fundo, provocando a destruição de seus habitats, aumentando a mortalidade pela ação mecânica da ferramenta de dragagem, ou pelo efeito de sugamento da draga. Distúrbios físicos associados à deposição dos sedimentos finos do overflow também podem levar à alteração de habitats, depleção e asfixia destes organismos.
Os efeitos da dragagem tendem a ser mais impactantes para a fauna bentônica de menor mobilidade, ou seja, a fauna de invertebrados que vivem enterrados ou fixos na superfície do sedimento, composta principalmente por poliquetas, oligoquetas, moluscos e pequenos crustáceos (SOARES et al., 1997).
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Os efeitos da dragagem tendem a ser mais impactantes para a fauna bentônica de menor mobilidade, ou seja, a fauna de invertebrados que vivem enterrados ou fixos na superfície do sedimento, composta principalmente por poliquetas, oligoquetas, moluscos e pequenos crustáceos e, restrita aos estratos superficiais do sedimento (SOARES & LANA, op. cit.).
Por outro lado, a fauna bentônica demersal constituída por seres com maior mobilidade é, em geral, apenas parcialmente afetada, já que podem deixar o local quando perceberem alterações desfavoráveis. Cabe ressaltar, no entanto, que a área de dragagem não se diferencia das características regionais, apresentando fundo muito arenoso, homogêneo, sem a ocorrência de ambientes que possam constituir nichos de fauna diferenciados.
Portanto, cessando as operações de dragagem, deverão ser naturalmente reestabelecidas as condições para recuperação da área, com a recolonização da mesma pelas comunidades bentônicas típicas da região, através da compilação de diferentes estudos, concluiu que áreas dragadas são regeneradas em média após um ano do fim das dragagens. Esse aspecto é relevante, pois apesar dos impactos serem irreversíveis na ADA, no seu entorno, espera-se uma
recuperação natural do ambiente.
BOLAM & REES (2003), evidenciou que em ambientes naturalmente variáveis (p.e. estuários) ou de grande energia, são observadas rápidas recuperações variando de meses a um ano. Já os maiores períodos de recuperação foram observados em ambientes de baixa energia e composto por sedimentos finos. Rápidos períodos de recuperação tendem a minimizar os efeitos deletérios da dragagem, o que é reportado em vários estudos (BEMVENUTI et al.,2005).
O assentamento da tubulação de recalque e a escavação para instalação do emissário submarino poderão também ocasionar depleção de organismos bentônicos por soterramento, e exposição dos organismos da endofauna em decorrência do revolvimento de fundo. As condições originais do meio serão alteradas de forma a proporcionar, basicamente, uma reordenação no padrão de distribuição e abundância de organismos, podendo gerar distúrbios a nível populacional.
Já na fase de operação, o despejo de efluente sanitário e industrial (tratado por emissário submarino) no mar e o lançamento de drenagem em corpos hídricos (Canal Campos-Açu, Canal Quitingute, Lagoa do Veiga e o mar), gerarão impactos na comunidade bentônica. Neste caso, alterações nas características da comunidade bentônica só deverão ocorrer caso haja mal funcionamento do sistema de tratamento. Somente nesse caso, esperar-se-ia efeitos subletais com consequências imprevisíveis
Sendo assim, este impacto classifica-se com base nos critérios adotados, como negativo, irreversível (3), de abrangência local (3), moderadamente relevante (1) e, portanto, de magnitude moderada.
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Medidas de Controle e Acompanhamento
São consideráveis as medidas mitigadoras preconizadas no Programa de Controle de Dragagem (Item 3.1.6.5 do Capítulo IX) do Plano Ambiental de Construção (Item 3.1 do Capítulo IX), na medida em que no inserem cuidados ambientais que deverão ser observados nas operações da draga
Além destes controles e acompanhamentos operacionais, propõe-se a realização de campanhas de Monitoramento das comunidades bentônicas e planctônicas conforme estabelecido no Programa de Monitoramento da Fauna Aquática (Item 4.4 do Capítulo IX). A abordagem metodológica das campanhas será definida por ocasião da elaboração do PBA do presente empreendimento.
6.2.6 Afugentamento Temporário da Fauna Nectônica
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação
FATOR AMBIENTAL: Comunidades Nectônicas
ASPECTO AMBIENTAL: Operação da draga e deslocamento entre a área de
empréstimo e o ponto de bombeamento
Durante a atividade de dragagem ocorrerá incremento na movimentação da coluna d’água e geração de ruídos pela draga. Estes fatores operacionais e consequentes interações entre organismos da fauna nectônica e a embarcação utilizada poderão causar alterações comportamentais ocorrendo afugentamento temporário da fauna nectônica.
Os efeitos dos sons sobre o comportamento de organismos marinhos ainda geram muitas dúvidas e polêmicas entre os pesquisadores, demandando uma padronização da metodologia de avaliação e análises mais extensivas. São mais estudados os efeitos das atividades sísmicas, pela magnitude de efeitos resultantes. No caso de atividade de dragagem, embora não se disponha de registro sobre os níveis sonoros gerados, estes seriam equiparáveis a ruídos normais de embarcações em manobras ou deslocamentos. Portanto, ruídos comuns na região da Área de Influência que já convivem com a intensa atividade pesqueira.
De uma maneira geral, os efeitos de ruídos gerados na coluna d’água podem interferir na habilidade dos animais para detectar outros sons naturais e nas modificações das atividades sociais e comportamentais, como rota de natação e fuga da região de entorno das estruturas que funcionam como fonte da emissão de sons.
Para muitas embarcações, a distância de afastamento dos peixes pode variar de 100 a 200 metros, podendo chegar a 400 metros (ICES, 2002). Este
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afugentamento é temporário, conforme salientado por APPEA Education Site (2005). O aumento das concentrações de material em suspensão na água (aumento da turbidez) também poderá causar interferências temporárias. Uma das interferências mais notáveis diz respeito ao padrão de movimentação e distribuição dos peixes (CYRUS & BLABER, 1987). Neste sentido, cabe salientar que outros vários fatores físico-químicos e biológicos naturais interferem na ecologia das espécies, sendo que muitos deles flutuam amplamente de forma a submeter à ictiofauna, por exemplo, aos eventos naturais de curta ou de ampla extensão.
Considera-se ainda que a autonomia de natação dos representantes destes grupos contribui para a redução do impacto pela possibilidade de se afastarem das áreas de perturbação. No entanto, alguns grupos de pequenos cetáceos podem ter comportamento de aproximação das embarcações e demais estruturas marítimas, seja por curiosidade, disponibilidade de alimento ou outros fatores que proporcionam efeitos sinérgicos sobre estes grupos da biota.
Estima-se que a potencial perturbação destes indivíduos ou grupos seja restrita às proximidades das áreas do empreendimento.
Com base nestes aspectos, classifica-se o impacto em questão como negativo, reversível (1), de abrangência regional (5), moderadamente relevante (1) e, por
conseguinte, de moderada magnitude.
Medidas de Controle e Acompanhamento
Como medida principal, faz-se necessário assegurar que as operações de dragagem ocorram somente nas áreas definidas para tais operações. Esta e outras condições são representadas no bojo do Plano Ambiental de Construção (Item 3.1 do Capítulo IX) e Programa de Controle das Atividades de Dragagem (Item 3.1.6.5 do Capítulo IX).
Na região marinha, considerando o intenso trânsito de embarcações peculiar a regiões de portos, a alta mobilidade das espécies observadas na região e sua capacidade de se recuperar após cessarem os efeitos da dragagem, não foram indicadas medidas específicas de acompanhamento e/ou controle. Considerando a sensibilidade ecológica dos grupos cetáceos e quelônios, durante a fase de dragagem serão realizadas as rotinas de acompanhamento, seguindo-se metodologia consagrada, conforme determinado no Programa de Monitoramento de Fauna Aquática (Item 4.4 do Capítulo IX).
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6.3 DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS SOBRE O MEIO SOCIOECONÔMICO
6.3.1 Alteração do Modo de Vida da População Local e das Formas de Apropriação e Uso da Terra
FASE DO EMPREENDIMENTO: Planejamento
FATOR AMBIENTAL: Modos de vida e economia local
ASPECTO AMBIENTAL: Deslocamento da população das áreas desapropriadas
O Distrito Industrial de São João da Barra (DISJB) será instalado no 5º Distrito de
São João da Barra. Esta área é atualmente ocupada por pequenas, médias e grandes propriedades agrícolas, e por residências. Toda essa área, que compreende aproximadamente 7.000 hectares está sendo objeto de desapropriação, seguida de indenização e/ou relocação.
Segundo os estudos da LLX, na área que compreende o Distrito Industrial há atualmente 581 famílias proprietárias ou inquilinas de lotes, que são utilizados para fins residenciais e/ou produtivos. A dinâmica do uso do solo nesta região é distinta daquela observada em outros núcleos rurais, já que as propriedades agrícolas estão, em muitos casos, dissociadas das residências dos proprietários. Estas estão situadas, via de regra, em núcleos urbanos próximos das glebas rurais, para onde os agricultores se deslocam diariamente para cuidar de suas produções.
Os proprietários dos lotes agropecuários localizados na área do DISJB são, em
sua maioria, residentes das localidades de Campo da Praia, Água Preta, Mato Escuro, Barra do Açu e Cajueiro. Dependendo da posição da área de reassentamento, os produtores rurais relocados serão impactados tanto na ruptura de seus processos de produção e subsistência atuais quanto, possivelmente, pela distância de suas residências aos lotes para onde serão relocados.
O estudo socioeconômico realizado pela LLX nos anos de 2008 e 2009 definiu
cinco categorias de ocupação, de acordo com o uso do solo2 e a tipologia do lote:
Proprietários/ possuidores de lotes urbanos (residentes) - 45 famílias; Proprietários/ possuidores de lotes urbanos (não residentes) – 124 famílias; Proprietários/ possuidores de glebas rurais (residentes) – 139 famílias; Proprietários/ possuidores de glebas rurais (não residentes) – 198 famílias; Famílias residentes que não são proprietárias nem possuidoras de
gleba/lote/benfeitoria (inquilinos e residentes em casas cedidas) – 25 famílias.
2 No Item 7.4.2.2 do Capítulo VI deste estudo há uma tabela com os dados apresentados.
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Há ainda ocupantes que se recusaram a responder ao questionário aplicado, totalizando 50 famílias.
Devido à diversidade de categorias de uso e ocupação do solo, haverá impactos distintos do deslocamento, conforme a função da terra. Para os proprietários de lotes urbanos, a mudança poderá interferir nos laços sociais, culturais e familiares, caso esta não considere a proximidade de amigos e familiares quando da definição das áreas destinadas à realocação. Também há na região residências associadas a pequenos comércios locais. Nestes casos, o impacto sobre a atividade comercial também é significativo pela perda da clientela estabelecida, além dos eventuais prejuízos materiais.
Nos núcleos rurais o impacto da possível relocação será diferenciado. Além do rompimento dos laços afetivos, sociais, familiares e culturais, este processo provocará interferências na atividade agropecuária, principal atividade econômica de muitas famílias da região. A produção agrícola ocorre em propriedades pequenas e médias, mas em função das características físicas dos solos dos lotes produtivos, isto é, devido ao alto teor de areia dos mesmos, a produtividade dos terrenos é bastante baixa. Isso significa que apesar de alguns proprietários possuírem terras com mais de 10 hectares, o volume da produção é bastante baixo, suficiente apenas para o sustento da família.
Nesta situação, sendo residentes ou não, o deslocamento causará um impacto bastante significativo, uma vez que extinguirá a principal atividade econômica destes proprietários. Mais detalhes sobre a ocupação destas áreas podem ser encontrados no Diagnóstico de Ocupação Atual da Área Diretamente Afetada (Item 7.4.2 do Capítulo VI) deste estudo.
Apesar das condições físicas adversas dos terrenos onde produzem o conhecimento que possuem da área permite que desenvolvam sua produção utilizando técnicas locais. Na realocação, o desconhecimento das novas áreas poderá impactar na produção, sobretudo no que diz respeito à prática de aproveitamento da diferença de níveis dos terrenos, conhecida localmente como “altos e baixos”, ou seja, áreas inundáveis na época das chuvas e áreas que não alagam. Esta apreensão foi identificada em entrevistas realizadas com as famílias que serão deslocadas.
Em síntese, o impacto sobre os modos de vida e economia local encontram-se circunscritos pelo:
Rompimento de relações de vizinhança e comunitária existentes; Desestruturação de relações simbólicas e abstratas da população com o
lugar/território que se encontram estabelecidos; Desestabilização da estrutura agrária local pela mudança dos padrões de
apropriação da terra; Interrupção de práticas locais de produção e de subsistência.
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Sendo assim, com base nos critérios de valoração este impacto classifica-se como negativo, irreversível (3), de abrangência local (3), muito relevante (5) e, por
conseguinte, de alta magnitude.
Medidas de Mitigação e Compensação
A medida de mitigação inicial do processo de realocação deverá ser o estabelecimento de ações de comunicação social, integradas a um Programa de Comunicação Social e Divulgação (Item 3.7 do Capítulo IX) concomitante ao processo de negociação com os proprietários. Neste programa, informações sobre a valoração das terras e das produções deverão ser debatidas e apresentadas. Ou seja, o citado Programa deverá estar alinhado com um processo de negociação das terras participativo e transparente. Os ocupantes deverão ter conhecimento dos critérios de negociação dos lotes, para que não se sintam injustiçados nem no presente nem no futuro. Para o empreendedor, esta forma de negociação é favorável, evitando a ocorrência de processos judiciais e/ou ações civis públicas, com os consequentes riscos de atrasos na implementação do empreendimento.
Outra medida apropriada diz respeito às opções de escolha por parte da população afetada. Ou seja, é recomendável que a população transferida possa escolher entre, pelo menos, duas medidas de compensação, como por exemplo entre a indenização financeira e a relocação em outras terras.
Nos casos das famílias que optarem pela relocação, este processo deverá ser orientado por um Plano de Desapropriação e Realocação, previsto no Programa de Desapropriação e Relocação da População Ocupante das Terras Situadas na Área do Distrito Industrial (Item 3.2 do Capítulo IX) que integrará o Plano Básico Ambiental do DISJB. O Plano de Relocação deverá apresentar medidas
de mitigação e/ou compensação tais como:
Realizar estudo socioagropecuário para identificação do nível de dependência das famílias em relação à terra, assim como a produtividade da mesma, ou seja, levantamento dos produtos cultivados, do volume da produção e da renda das famílias dependentes da terra.
Garantir o padrão e a qualidade de vida da população relocada, sobretudo dos produtores rurais dependentes da terra para o sustento de suas famílias. Os lotes do local onde a população será realocada deverão ser condizentes com a produtividade econômicas dos antigos lotes. Isto significa que se forem realocados em terras menos produtivas que as suas deverão receber lotes maiores que os originais. Caso contrário, poderão receber terras menores, desde que o tamanho do novo lote esteja baseado em estudos agroeconômicos de produtividade das terras. Objetiva-se, com isto, garantir o padrão de vida da população relocada.
Manter, na medida do possível, os laços familiares e sociais da população relocada. Esta premissa está relacionada à localização dos lotes das famílias
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relocadas. Estes deverão estar ordenados, de comum acordo com a comunidade, Busca-se com esta medida evitar o rompimento dos laços produtivos, sociais e/ou familiares já estabelecidos entre a população, sobretudo pela proximidade dos terrenos.
Garantir o direito à propriedade de todos os proprietários e posseiros situados na área do DISJB. Esta medida objetiva incluir todos os atuais ocupantes da
área do distrito no processo de desapropriação, dando o direito de escolha a essas famílias pela indenização e/ou pela relocação. No caso de relocação, os atuais posseiros deverão, assim como os antigos proprietários, receber escritura das novas terras.
Fornecer casas apropriadas para as famílias residentes da área do DISJB. As famílias que possuem residências nos lotes a serem desapropriados deverão receber, além dos lotes, casas de alvenaria em tamanho adequado para atender às necessidades da família. O mesmo deverá acontecer para os comerciantes que atualmente possuem edificações de uso comercial.
Estabelecer programa de assistência técnica agrícola, integrado ao Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Item 6.1 do Capítulo IX).
Disponibilizar auxílio financeiro para as famílias produtoras agrícolas até que suas produções e demais aspectos do modo de vida estejam readaptados às novas condições.
As ações apresentadas acima serão detalhadas no Programa Relocação da População Ocupantes das Terras Situadas na Área do Distrito Industrial, (Item 3.2 do Capítulo IX) referido anteriormente, e atenderá as premissas do assim denominado “Princípio do Equador”.
6.3.2 Geração de Expectativas Negativas para as Comunidades Locais
FASE DO EMPREENDIMENTO: Planejamento
FATOR AMBIENTAL: População
ASPECTO AMBIENTAL: Deslocamento da população das áreas desapropriadas
Na fase de planejamento, a geração de expectativas na comunidade local ocorre
de modo sistemático a partir das primeiras ações de divulgação de um empreendimento do porte, do Distrito Industrial de São João da Barra. Este processo adquire intensidade maior em face dos diversos licenciamentos ambientais em curso no município, a respeito dos quais a comunidade tem estado desinformada. A proximidade do licenciamento ambiental e das obras do DI, portanto, tende a potencializar expectativas pré-existentes.
No geral, as expectativas ocasionadas por empreendimentos desta natureza são variadas, gerando impressões tanto positivas quanto negativas. As impressões positivas encontram-se associadas às oportunidades abertas pelo empreendimento, principalmente aquelas relacionadas à geração de empregos, aos possíveis negócios a serem realizados junto a empresas e prestadores de
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serviços (locais e da região) e ao aumento da arrecadação tributária, com o consequente aumento da renda local e regional, esperando-se que este aumento seja revertido em melhorias na qualidade de vida da população residente.
Estas expectativas positivas são, implícita ou explicitamente, abordadas em outros impactos aqui discutidos e podem ser consolidadas através das linhas de inserção local do empreendimento também recomendadas.
Contudo, as expectativas negativas demandam o estabelecimento de canais de informação que permitam diminuir percepções equivocadas, ou conhecer problemáticas específicas que tenham escapado ao esforço de caracterização realizado neste EIA.
As expectativas negativas estão relacionadas a transtornos individuais (desapropriação e relocação) e coletivos. Estes decorrem das preocupações com a base de recursos naturais utilizada para atividades produtivas e o meio ambiente em geral (aumento de poluição, perda de áreas de proteção e de áreas agropastoris, pressão por ocupação irregular de áreas frágeis, etc.). Além disso, são relevantes as expectativas com relação à atração de população de outros locais, o que determina pressões sobre os equipamentos sociais, expansão urbana desordenada, aumento da insegurança local, etc.
As repercussões sobre os serviços públicos e sobre a dinâmica social são vistas com grande preocupação. Tanto moradores quanto representantes do poder público declaram “saber” que o empreendimento provocará a atração de um grande número de pessoas para a região e isto poderá ter desdobramentos negativos.
Outra face desta preocupação é compartilhada por moradores e pelo poder público e refere-se aos riscos de conflitos sociais (piora das condições de segurança pública) trazidos pelo aumento da população.
Com relação à comunidade pesqueira, destaca-se que esta apresenta as maiores apreensões com relação a atividades de dragagem associadas aos empreendimentos logísticos e industriais da região do Açu. As principais preocupações estão focadas na possibilidade de perda ou de restrição de áreas de pesca, e também no risco de acidentes com embarcações e a consequente perda de materiais e instrumental de trabalho.
Avalia-se este impacto como negativo, reversível (1), regional (5), moderadamente relevante (1), e, por conseguinte de moderada magnitude.
Medidas Mitigadoras, de Acompanhamento e Verificação
De modo geral, estas expectativas poderão ser atenuadas e trazidas para patamares mais próximos da real dimensão dos problemas pela implantação
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de um Programa de Comunicação Social e Divulgação (Item 3.7 do Capítulo IX). Esse programa deve abordar adequadamente as características
do projeto, assim como as consequências que este poderá trazer para os recursos naturais da região, além dos efeitos sobre o meio social, em especial no que se refere ao desenvolvimento da atividade pesqueira, à atração de população, à previsão da contratação de mão de obra e ao atendimento médico e educacional desta, entre outros aspectos.
Priorizar meios que assegurem às comunidades locais o acesso à informação adequada sobre o empreendedor e o empreendimento através do Programa de Comunicação Social e Divulgação (Item 3.7 do Capítulo IX).
6.3.3 Geração de Emprego e Renda
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação e Operação
FATOR AMBIENTAL: Emprego e renda
ASPECTO AMBIENTAL: Contratação de mão de obra
Demanda por bens e serviços
A implantação do Distrito Industrial de São João da Barra representará a consolidação de uma nova trajetória de desenvolvimento regional para o Norte Fluminense, respondendo à Política de Pólos de Desenvolvimento do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Além de gerar empregos diretos nas obras, a simples construção do Distrito Industrial poderá auxiliar na consolidação de empreendimentos locais que vêm começando a surgir em função do desenvolvimento industrial que se prenuncia no município de São João da Barra.
Conforme apresentado no Diagnóstico, os municípios que compõem a AII
possuem altos índices de analfabetismo. Embora, nos últimos anos, com os incentivos governamentais voltados para educação, quase não mais se observe crianças fora da escola e a qualidade da educação ainda é um grave problema (salvo raras exceções), haja vista o desempenho das escolas municipais no IDEB.
Para a fase de implantação do Distrito Industrial, encontra-se prevista a geração de até 9,7 mil empregos diretos3 no pico da obra (previsto inicialmente para julho de 2014). Computando-se ainda o potencial de geração de empregos indiretos, estima-se um impacto extremamente relevante da oferta de postos de trabalho associadas ao empreendimento.
O desenvolvimento de contingentes capacitados, seja no nível técnico ou superior, é sem dúvida prioridade tanto para o município de São João da Barra como Campos dos Goytacazes e São Francisco de Itabapoana. Como visto, em São João da Barra vem crescendo a oferta de ensino médio e há programas da
3 Em média serão gerados 3,8 mil empregos/ano ao longo de 5,5 anos, que corresponde ao tempo estimado de duração
da obra.
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prefeitura para prover aos contingentes de jovens o acesso ao ensino técnico ou superior oferecido em Campos dos Goytacazes, onde existem diversas unidades de ensino médio e centros de formação técnica e universitária. Em vista disto, já ocorre hoje a formação de um contingente expressivo de profissionais, até então pouco absorvidos pelo desenvolvimento industrial da região – em grande medida impulsionado pelo setor petrolífero, cuja indústria concentra-se em Macaé. Este processo resulta em contingentes de trabalhadores subempregados ou atuando fora de sua área de formação.
Portanto, a geração destes postos de trabalho representa um importante benefício para as populações locais.
Com base nos critérios de valoração, este impacto classifica-se como positivo, irreversível (3), abrangência regional (5), moderada (1), e, por conseguinte, de moderada magnitude.
Medidas Potencializadoras
Dar preferência a contratação de mão de obra local, no âmbito do Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização da Mão de Obra (Item 3.1.6.6 do Capítulo IX), potencializando os efeitos positivos na região do
empreendimento; Promover parcerias/convênios com instituições de educação técnica e superior
em Campos e São João da Barra; Divulgar previsões de médio prazo do perfil de emprego para orientação dos
jovens em suas escolhas de áreas de formação, através do Programa de Comunicação Social e Divulgação (Item 3.7 do Capítulo IX).
6.3.4 Aumento do Fluxo Migratório
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação e Operação
FATOR AMBIENTAL: População
ASPECTO AMBIENTAL: Contratação de mão de obra
Um impacto não desejado, embora frequentemente encontrado em situações de implantação e expansão de projetos de grande porte é o aumento do fluxo migratório para a região, em curto período de tempo.
Devido ao tempo que demanda a construção de obras de vulto, alguns operários costumam mudar-se com suas famílias para perto do local de trabalho. Geralmente passam a residir nas localidades mais próximas à obra e, na falta de ações efetivas de ordenamento territorial e urbano, podem ocupar informalmente áreas sem infraestrutura urbana. Esse processo pode ser ainda agravado pela
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chegada de pessoas atraídas pelo anúncio de um novo empreendimento e que, por não terem a qualificação necessária ou simplesmente ser em número excedente às vagas abertas, terminam por não ser absorvidas no mercado de trabalho criado localmente.
Em resumo, a divulgação de informações sobre a construção do Distrito Industrial e a oferta de novos postos de trabalho poderá ampliar o fluxo de migrantes já observado atualmente na região do empreendimento, não só pela oferta dos postos de trabalho nas obras como em face da atração gerada pela expectativa criada em relação ao futuro.
Com base nos critérios de valoração, este impacto pode ser classificado como negativo, irreversível (3), regional (5), muito relevante (5), e, por conseguinte, de
alta magnitude.
Medidas Mitigadoras
A principal medida de controle deste impacto é a implementação do Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização da Mão de Obra (Item 3.1.6.6 do Capítulo IX), com vistas a maximizar a contratação de membros da população sanjoanense e, assim, difundir a notícia de que as vagas estão sendo preenchidas de forma direcionada, desestimulando as migrações para a região;
Dar preferência à admissão de pessoal qualificado pelas instituições de Ensino superior e cursos profissionalizantes existentes em Campos dos Goytacazes, bem como pela Escola Municipal de ensino profissionalizante que a Prefeitura de São João da Barra pretende construir;
O Programa de Comunicação Social e Divulgação (Item 3.7 do Capítulo IX) deverá esclarecer a população sobre as reais oportunidades oferecidas pelo empreendimento, assim como sobre a política de emprego do empreendedor, que deverá privilegiar a contratação de mão de obra previamente cadastrada na Área de Influência, em especial os municípios de São João da Barra e Campos dos Goytacazes, de forma articulada com o Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização da Mão de Obra
O Programa de Educação Ambiental (Item 3.4 do Capítulo IX) previsto neste
EIA, também pode contribuir informando sobre condições de risco ambiental e de insalubridade relacionados com a ocupação irregular do solo, principalmente para moradia.
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6.3.5 Pressão sobre a Oferta de Serviços Públicos e Infraestrutura
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação e Operação
FATOR AMBIENTAL: Infraestrutura
ASPECTO AMBIENTAL: Contratação de mão de obra
Outro possível efeito do aumento populacional de São João da Barra, em função da chegada de novos trabalhadores para preenchimento de vagas na implantação e operação do empreendimento, é o aumento da demanda pelos serviços públicos de saúde, educação e infraestrutura urbana. Sabe-se que o município carece de oferta em setores como saneamento básico, energia e iluminação, telecomunicações, transportes e saúde pública.
Se, por um lado, o aumento populacional e da demanda por esses serviços pode representar uma pressão indesejável sobre um quadro já hoje deficiente de serviços do município, por outro, a chegada de novos empreendimentos e empreendedores pode contribuir para viabilizar investimentos públicos nessas áreas. Os contingentes imigrantes engajados nos empreendimentos tendem a reduzir a diferença entre as populações permanente e sazonal que caracterizam o município de São João da Barra, principalmente no litoral, estabelecendo um mercado consumidor permanente para serviços públicos e contribuindo com isto para remuneração dos investimentos públicos necessários para ampliação da oferta.
Contudo, estas possibilidades são perspectivas de médio prazo, mais associadas à fase de operação das unidades produtivas a serem instaladas no empreendimento.
Em curto prazo, o quadro de maior significado é o de intensificação das demandas geradas pela mão de obra empregada nas atividades de implantação, que competirão pela oferta hoje existente de serviços e infraestruturas.
Sendo assim, com base nos critérios de valoração este impacto classifica-se como negativo, reversível (1), de abrangência local (3), muito relevante (5) e, por
conseguinte, de moderada magnitude.
Medidas de Controle, Mitigação e Acompanhamento
Novamente, é importante a ênfase na capacitação e contratação prioritária da mão de obra local no âmbito do Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização da Mão de Obra (Item 3.1.6.6 do Capítulo IX);
Realização de monitoramento da pressão sobre os serviços públicos nos municípios de São João da Barra e Campos dos Goytacazes, no âmbito do
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Programa de Acompanhamento das Comunidades Vizinhas (Item 4.5 do Capítulo IX);
Realização de ações e investimentos para não só suprir as demandas locais mais imediatas de infraestruturas, mas também para fortalecê-las em benefício da população.
6.3.6 Incremento de Ocupação Irregular
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação e Operação
FATOR AMBIENTAL: População
ASPECTO AMBIENTAL: Contratação de mão de obra
A divulgação da construção do Distrito Industrial de São João da Barra resultará no surgimento de expectativas de geração de novos empregos, antes mesmo do início das obras.
Os contingentes atraídos provavelmente corresponderão ao perfil de mobilização de trabalhadores para atividades de construção pesada, ou seja, majoritariamente de baixa renda, provavelmente oriundos de áreas economicamente mais estagnadas do estado. A tendência é de que estes fluxos ocorram em direção ou ao município de São João da Barra ou a Campos dos Goytacazes – onde há uma maior oferta de serviços públicos, atraídos pela oportunidade de serem empregados nas obras de implantação do empreendimento.
Caso se confirme o aumento do processo migratório para a região em decorrência do empreendimento, espera-se a intensificação do processo de ocupação irregular do solo, pois o afluxo deste contingente populacional tende a induzir um adensamento da malha urbana do município. Caso este processo não venha acompanhado de medidas de ordenamento do uso do solo, poderá gerar ou agravar as distorções típicas do crescimento acelerado das cidades.
Estas circunstâncias, aliadas à presença no município de grandes terrenos desocupados e à fragilidade dos instrumentos de controle sobre o uso do solo urbano, facilitam a ocupação do espaço municipal de forma desordenada, podendo levar ao crescimento dos loteamentos irregulares e ocupações subnormais (favelas).
Esse é um processo que reproduz o conhecido quadro de conflitos entre grandes empreendimentos e áreas carentes posteriormente estabelecidas no seu entorno.
Com base nos critérios de valoração, este impacto classifica-se como negativo, irreversível (3), regional (5), relevante (3), e, por conseguinte, de alta magnitude.
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Medidas Mitigadoras
As medidas mitigadoras consistem no desenvolvimento de ações do Programa de Comunicação Social e Divulgação (Item 3.7 do Capítulo IX) direcionadas
à mídia especializada do estado do Rio de Janeiro, visando divulgar o estágio do empreendimento e as reais oportunidades de trabalho, para evitar o deslocamento de pessoas não capacitadas para a busca das oportunidades oferecidas.
O Programa de Educação Ambiental (Item 3.4 do Capítulo IX) também pode contribuir informando sobre condições de risco ambiental e de salubridade relacionadas com a ocupação irregular do solo para fins principalmente de moradia.
Priorizar contratação de mão de obra local no âmbito do Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização da Mão de Obra (Item 3.1.6.6 do Capítulo IX), pode contribuir neste processo, refreando o impulso de moradores de fora para afluir à região em busca de emprego.
Realizar estudos, projetos e ações de ordenamento e qualificação de áreas urbanas e outros espaços de interesse, conforme especificado no Programa de Inserção Regional (Item 7.1 do Capítulo IX).
6.3.7 Aumento dos Riscos Sociais
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação e Operação
FATOR AMBIENTAL: População
ASPECTO AMBIENTAL: Contratação de mão de obra
Consequências diretas da intensificação do processo de imigração já discutido são tanto o afluxo de pessoas que não conseguem se colocar no mercado de trabalho quanto a perda dos postos de trabalho de contingentes imigrantes por ocasião de desmobilizações de frentes de trabalho ou do término das obras.
Neste contexto, a falta de oportunidades e perspectivas dessa população é fator que pode contribuir para o incremento de problemas como a prostituição, o consumo e o tráfico de drogas, intensificando situações de violência e criminalidade.
Esse processo é observado recorrentemente nas vizinhanças de empreendimentos que mobilizam grandes contingentes para regiões isoladas ou de economia incipiente. Para citar um exemplo de áreas portuárias associadas a complexos industriais, como é o caso de São João da Barra, DOMINGUES (1995), em estudo realizado sobre a região de inserção do Super-Porto do Rio Grande - RS observa que além do desemprego e da favelização, a marginalização, a mendicância, a prostituição e a criminalidade foram processos
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sociais decorrentes, em grande medida, dos efeitos da atração de pessoas para a região, motivadas pelas ofertas de trabalho do empreendimento.
Outro exemplo, que trata da transformação de um espaço rural em urbano, está em CAVALCANTE (2003) que, quando analisa o contexto do desenvolvimento da Amazônia iniciado pela criação da Zona Franca de Manaus e do seu Distrito Industrial em uma área onde tradicionalmente se desenvolvia extrativismo, agricultura e pesca, identificou uma acentuação da desigualdade social e um aumento da prostituição.
Um outro caso, conhecido diretamente pela equipe de socioeconomia do presente estudo, refere-se aos efeitos da construção da Rodovia Ilhéus-Itacaré, na Bahia. Nesta região, o crescimento das cidades nas margens da rodovia, especialmente na Região da Serra Grande, foi acompanhado pelo aumento da criminalidade, da prostituição, do consumo e da venda de drogas e da delinquência em geral.
Sendo assim, com base nos critérios de valoração este impacto classifica-se como negativo, reversível (1), de abrangência local (3), muito relevante (5) e, por
conseguinte, de moderada magnitude.
Medidas Mitigadoras
Dar ênfase na contratação de mão de obra local, de modo a evitar a intensificação da imigração de trabalhadores, conforme Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização da Mão de Obra (Item 3.1.6.6 do Capítulo IX).
Inserção de linhas de ação no Programa de Educação Ambiental (Item 3.4 do Capítulo IX) voltadas para inserir nos conteúdos dirigidos ao público escolar conceitos de cidadania para prevenção dos processos de degradação social aqui discutidos.
Monitoramento dos índices de segurança pública no âmbito do Programa de Acompanhamento das Comunidades Vizinhas (Item 4.5 do Capítulo IX), de modo a identificar possíveis aumentos nos índices de criminalidade e violência em geral, como subsídio para medidas corretivas ainda no início deste processo.
6.3.8 Interferências no Desenvolvimento Agrícola Local
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação e Operação
FATOR AMBIENTAL: Uso e Ocupação do Solo e População
ASPECTO AMBIENTAL: Contratação de mão de obra
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O 5° Distrito do município de São João da Barra, em que está localizado o empreendimento, tem como principal atividade econômica, até os dias de hoje, a agricultura.
A implantação do Distrito Industrial de São João da Barra tende a intensificar a urbanização das áreas em seu entorno deslocando atividades e usos agrícolas da terra, sendo este processo cumulativo em relação aos demais empreendimentos já licenciados ou em licenciamento que compõem o Complexo Industrial e Portuário do Açu.
Outra ação correlata sinérgica neste processo é representada pelos decretos do Governo do Estado do Rio de Janeiro que criam o Distrito Industrial de São João da Barra e as condições para desapropriação da área correspondente, configurando uma perspectiva concreta de que os agricultores que ocupam estas terras sofram um impacto direto em suas atividades econômicas e de subsistência.
Embora este seja um efeito cuja manifestação completa tende a ocorrer a médio e longo prazo, já podem ser identificados hoje no 5° Distrito processos que afetam a atividade agrícola local. Durante os levantamentos de campo, moradores da região apontaram como fator de preocupação em relação ao futuro da agricultura local dois aspectos relacionados à chegada do empreendimento: o receio dos efeitos sobre a transformação das áreas agrícolas e a redução do interesse dos jovens em trabalhar na agricultura.
Em relação ao primeiro aspecto, entende-se que os impactos da operação do Distrito Industrial associados à mudança do uso do solo devem ser acompanhados de medidas de apoio ao setor agropecuário circunvizinho, de modo que os sistemas de produção locais possam se recuperar da inevitável interferência e, na medida do possível, atingir condições adequadas de reprodução econômica e social.
Sobre o segundo aspecto, pode-se dizer que a chegada do Distrito Industrial gera de fato grande expectativa de desenvolvimento profissional para os jovens do município. Este fator é positivo, uma vez que mobiliza os interesses dos jovens locais pela capacitação profissional, integrando-os ao processo de desenvolvimento induzido pelo empreendimento. Não obstante, o desinteresse dos jovens pelos postos de trabalho oferecidos na agricultura compromete a manutenção da agricultura local, de base essencialmente familiar e fortemente associada à identidade cultural da região. São atividades de baixa remuneração, em geral exercidas na informalidade, que por isso perdem em atratividade para outras, ligadas aos novos empreendimentos que estão em processo de instalação no município.
Contudo, cabe lembrar que a dinamização econômica e o crescimento da população residente no município têm como decorrência concreta o aumento da demanda local por alimentos. Este fator, pelos menos em parte, pode ser
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favorável ao desenvolvimento agrícola, se gerenciado de maneira a concentrar benefícios na produção local.
Sendo assim, com base nos critérios de valoração este impacto é classificado como negativo, reversível (1), de abrangência local (3), muito relevante (5) e, por
conseguinte, de magnitude moderada.
Medidas de Controle e Mitigação
Dispositivos capazes de promover o controle dos fatores de poluição do empreendimento devem ser incorporados, ainda na fase de projeto e posteriormente monitorados, principalmente quanto aos parâmetros de qualidade do ar e da água, de modo a assegurar a preservação da qualidade ambiental própria para a vida rural em geral e a atividade agrícola em particular.
No novo contexto, a agricultura local poderá se tornar fornecedora de alimentos para a população aumentada de trabalhadores e consumidores do município de São João da Barra. Para tanto, precisará evoluir em seu sistema produtivo, com adoção de novas técnicas de produção e com o aprimoramento das relações de trabalho. Esta transformação poderá, inclusive, mitigar o atual efeito de esvaziamento de mão de obra do setor agrícola, posicionando-o em condições mais equilibradas de competição no mercado de trabalho. Assim, sugere-se a adoção de medidas que, inicialmente, canalizem para os produtores locais as demandas criadas pelos contingentes mobilizados para as obras. Esta linha de ação poderá contribuir para a sustentabilidade da atividade em curto prazo, criando condições para as potenciais adaptações indicadas acima.
Além disto, contribuiria para o aprimoramento técnico e comercial deste segmento,estabelecer parcerias/convênios com órgãos especializados (EMATER, Secretaria de Agricultura e SEBRAE) para a capacitação dos agropecuaristas locais em técnicas de produção, administração e comercialização e, ainda, no aprimoramento e formalização das relações trabalhistas.
Estabelecer programa de assistência técnica agrícola, integrado ao Programa de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Item 6.1 do Capítulo IX).
6.3.9 Aumento de Preços e Alugueis de Imóveis
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação
FATOR AMBIENTAL: Economia
ASPECTO AMBIENTAL: Contratação de mão de obra
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O empreendimento tem potencial para criação de um efeito positivo de valorização imobiliária na região, intensificando o processo já identificado em São João da Barra e estendendo-o para as regiões mais próximas do município de Campos dos Goytacazes.
A atração de pessoas para região já ocorre em localidades de São João da Barra como a sede municipal, Atafona, Grussaí, Cajueiro e Barra do Açu. Moradores de Atafona, por exemplo, ressaltam que o perfil de ocupação das casas está mudando de uma ocupação predominantemente sazonal, ligada ao veraneio, para uma ocupação permanente. Ademais, foi observado através de entrevistas que houve um aumento significativo do valor de casas, terrenos e aluguéis naquelas localidades.
Este processo adquire relevo no contexto recente de estagnação econômica de São João da Barra e, em especial, do seu 5° Distrito, a área mais pobre e carente de estruturas e serviços públicos. Assim, a população do entorno do empreendimento sujeita ao impacto da perda das características de seu ambiente cotidiano poderá, ao mesmo tempo, beneficiar-se pela valorização econômica de suas terras, estabelecendo eventualmente um efeito de compensação entre os dois impactos.
Por outro lado, pode acontecer um processo de expulsão de populações de baixa renda das áreas mais valorizadas, fazendo com que elas se desloquem para locais mais distantes e com infraestrutura e serviços piores. Cabe monitorar este processo, avaliar sua efetiva ocorrência e, se for o caso, identificar seus padrões espaciais.
Apesar dos aspectos conflitantes, com base nos critérios de valoração este impacto classifica-se como positivo, irreversível (3), de abrangência regional (5), muito relevante (5) e, por conseguinte, de alta magnitude.
Medidas Potencializadoras e de Monitoramentooramento
O asfaltamento das vias locais de acesso às obras, o fortalecimento de postos de saúde locais e a própria indução do interesse de operadoras de telefonia celular para inserção da região vizinha ao empreendimento em sua área de cobertura, são fatores importantes para a valorização imobiliária e a viabilização de um melhor nível local de serviços;
Monitorar a mobilidade residencial dos atuais moradores, buscando identificar eventuais focos espaciais de deterioração da qualidade de vida, para orientar políticas públicas que destinem prioritariamente investimentos públicos para estas áreas. Também acompanhar os valores das terras, imóveis e alugueis na Área de Influência Direta. Ambas ações fazem parte do Programa de Acompanhamento das Comunidades Vizinhas (Item 4.5 do Capítulo IX).
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6.3.10 Dinamização da Economia Local
FASE DO EMPREENDIMENTO Implantação e operação
FATOR AMBIENTAL: Atividades Econômicas
ASPECTO AMBIENTAL: Demanda por bens e serviços
Durante a implantação do Distrito Industrial de São João da Barra espera-se uma dinamização da economia dos municípios próximos (principalmente São João da Barra e Campos dos Goytacazes), tanto em decorrência da maior circulação de rendimentos salariais (geração de empregos e renda) quanto do aumento da arrecadação municipal e da demanda por bens e serviços. Este efeito será potencializado pela sinergia com os outros empreendimentos em implantação, já licenciados ou em fase de licenciamento, como o Porto do Açu, seu Pátio Logístico, a Unidade de Tratamento de Petróleo (UTP), Duas usinas termoelétricas, o Estaleiro OSX e a Siderúrgica Ternium.
Sabe-se que a cidade de Campos, polo regional com economia e mercado de trabalho maiores e mais diversificados, tem boas condições para se beneficiar deste novo dinamismo. Para que São João da Barra também possa aproveitar as oportunidades que surgirão, seria conveniente investir no aumento da formalização dos setores de comércio e serviços e na capacitação de seus trabalhadores e empreendedores.
Desta forma, haverá maiores chances de reversão da falta de oportunidades de emprego e do esvaziamento populacional pela migração dos mais jovens em busca de trabalho em outras regiões. Semelhante efeito pode ser induzido através do fortalecimento urbano de locais de São João da Barra que naturalmente são atrativos para fixação de moradia de trabalhadores de qualificação e salários mais altos, como é o caso das localidades da orla marítima: Atafona, Grussaí e Barra do Açu. Dotados de ordenamento dos espaços públicos costeiros e de infraestrutura adequada (viária, de saneamento básico, iluminação pública, etc.), estes locais podem se tornar bairros residenciais de média e alta renda, incrementando a circulação monetária no município e, assim, favorecendo a dinamização de sua economia.
Por outro lado, para que se amplie a capacidade de suprimento das demandas direta e indiretamente geradas pelo Distrito Industrial no mercado local, é conveniente que os empreendedores locais ampliem sua capacidade de produção e/ou aprimorem suas técnicas de trabalho.
De qualquer sorte, o porte das demandas de empreendimentos como a implantação do Distrito Industrial e as demais ações correlatas em curso nas proximidades do mercado local, mesmo considerando a maior capacidade de Campos dos Goytacazes em supri-las no curto prazo, forçosamente gerará também estimulo à ampliação tanto da oferta de bens e serviços como da massa de rendimentos salariais em São João da Barra e até mesmo em São Francisco
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do Itabapoana (principalmente caso ocorra a conclusão da ponte que liga este município a São João da Barra).
Como efeito deste processo, pode-se prever que ocorrerá sensível aumento da circulação local de renda nos municípios mais próximos ao empreendimento e, consequentemente, impactos econômicos indiretos em cadeia no setor terciário (comércio e serviços). Vale também ressaltar que o aumento das atividades de transporte poderá resultar em efeitos positivos diretos sobre outras atividades do setor terciário.
Com base nos critérios de valoração, este impacto positivo classifica-se como irreversível (3), regional (5), relevante (3), e, por conseguinte, de alta magnitude.
Medidas Potencializadoras
Para potencialização deste impacto prevê-se no contexto do Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização da Mão de Obra (Item 3.1.6.6 do Capítulo IX), o desenvolvimento de cursos de capacitação de trabalhadores e pequenos empresários.
Realizar estudos, projetos e ações de ordenamento e qualificação de áreas urbanas e outros espaços de interesse, conforme especificado no Programa de Inserção Regional (Item 7.1 do Capítulo IX).
6.3.11 Aumento da Arrecadação Municipal
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação
FATOR AMBIENTAL: Finanças Públicas Municipais
ASPECTO AMBIENTAL: Recolhimento de impostos
Com a realização das obras de implantação do DISJB, ter-se-á imediatamente o
acréscimo aos cofres municipais de São João da Barra da arrecadação do ISS incidente sobre as faturas pagas às empresas construtoras, que deve ser obrigatoriamente recolhido no município em que os serviços são realizados. Os valores previstos dos investimentos e do ISS direto a ser recolhido (2,5% do valor das obras, segundo a alíquota vigente em São João da Barra) são apresentados no quadro abaixo (Quadro 6.3-1).
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QUADRO 6.3-1: INVESTIMENTOS NA IMPLANTAÇÃO DA
INFRAESTRUTURA DO DISJB E RECOLHIMENTO PREVISTO DE ISS
ANOS R$ 1.000
CUSTO DAS OBRAS ISS GERADO
Até 2010 5.000 125
2011 295.218 7.380
2012 632.152 15.804
2013 883.654 22.091
2014 883.654 22.091
2015 292.259 7.306
Total 2.991.937 74.798
Fonte: LLX.
Em relação à arrecadação municipal total de 198,4 milhões (referente a 2008, última informação disponível), este recolhimento de ISS por conta das obras representará já em 2011 3,7%, passando a significar em 2012 8,0% e em 2013/2014 11,1%. Até 2015, as obras da infraestrutura do DISJB gerarão recolhimento direto de R$ 74,8 milhões em ISS.
Além desta arrecadação mais imediatamente mensurável, outros efeitos de expansão da arrecadação também ocorrerão em função da implantação do DI, tanto de forma direta por conta da redistribuição de tributos estaduais (ICMS) quanto de forma indireta através do aumento do consumo pessoal (decorrente do aumento de empregos e renda) e seus reflexos em cadeia na economia local (comércio, serviços, etc.), com a consequente expansão do recolhimento de ISS e – em momento seguinte – dos repasses recebidos de ICMS. Adicione-se a isto os reflexos migratórios da contratação de mão de obra sobre o mercado imobiliário, gerando mais atividades de construção civil e, consequentemente, mais recolhimento direto de ISS e indireto de ICMS.
Finalmente, com a população aumentada o município tende a atingir classificação mais favorável em termos de fator de distribuição do FPM (Fundo de participação dos municípios), bem como das demais transferências governamentais federais (FUNDEB, etc.).
Sendo assim, com base nos critérios de valoração este impacto é classificado como positivo, predominantemente reversível (1), de abrangência local (3), muito relevante (5) e, por conseguinte, de magnitude moderada.
Medidas Potencializadoras
Informar a Prefeitura Municipal de São João da Barra sobre a perspectiva de aumento da arrecadação durante as obras, incentivando-a a aproveitar estes recursos para realizar investimentos em estudos, projetos e ações de ordenamento e qualificação de áreas urbanas e outros espaços de interesse,
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conforme especificado no Programa de Inserção Regional (Item 7.1 do Capítulo IX).
Implementação, no contexto do Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização da Mão de Obra (Item 3.1.6.6 do Capítulo IX), de atividades de
capacitação de trabalhadores e empresários visando aproveitar ao máximo as oportunidades econômicas decorrentes do DISJB, o que favorecerá a irradiação de efeitos indiretos locais de desenvolvimento e, consequentemente, de aumento da arrecadação municipal.
6.3.12 Interferências sobre Patrimônio Arqueológico
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação
FATOR AMBIENTAL: Patrimônio Arqueológico
ASPECTO AMBIENTAL: Movimentação do solo durante a limpeza e preparação do
terreno, execução de escavações e aterros para construção do canteiro de obras e demais estruturas
Diversas áreas em torno do terreno do empreendimento já foram objeto de prospecção intensiva com vistas à verificação de vestígios arqueológicos, previamente ao início das obras.
O diagnóstico registra a partir de resultados de tais trabalhos que no passado foi identificada uma área com a permanência de antigos fornos utilizados para a produção de carvão na atual Fazenda Saco Dantas, onde se observou fragmentos de faiança do século XIX, provavelmente coincidente a um dos pontos de descanso do antigo caminho das tropas de burro
As ocupações prolongadas ocorrem, tradicionalmente, em locais estratégicos, ou seja, próximo a mananciais de água doce, de alguma forma protegidos e com boa visibilidade. Tais características também foram critérios utilizados pelos colonizadores que ocuparam, como de hábito, as mesmas áreas que os indígenas. Assim, as áreas próximas ao Açu e a lagoa Salgada são indicadas como de alto potencial arqueológico.
Em setores no entorno da Lagoa de Iquipari, os vestígios materiais (cerâmicas e material lítico) observados parecem corresponder a ocupações temporárias, indicando a restinga como local de pousada e trânsito para captação de recursos.
Os levantamentos de superfície e subsuperfície executados no Projeto de Diagnóstico permitem apenas uma visão ampla do potencial arqueológico, fornecendo subsídios sobre a existência de sítios arqueológicos e áreas de ocorrência arqueológica nas Áreas de Influência definidas para este estudo.
Na margem esquerda do rio Paraíba, o território do antigo aldeamento de Santo Antonio de Guarulhos pode vir a evidenciar vestígios arqueológicos por diversos
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aspectos: os assentamentos indígenas encontravam-se espalhados pela área da sesmaria concedida para estes; a identificação de uma localidade denominada Aldeia, com registro de antepassados indígenas; e o fato destas terras estarem livres de alagamentos nos períodos de cheias do Paraíba do Sul, o que a caracteriza como umas das áreas preferenciais para assentamentos humanos.
A margem direita do rio Paraíba igualmente possui potencial para assentamentos humanos no passado, por dois motivos: a presença de um sítio arqueológico como o do Caju4 e a escolha da área para a implantação das primeiras ocupações coloniais, São Salvador dos Campos dos Goytacazes e diversas propriedades particulares e de religiosos. Embora algumas das propriedades coloniais correspondam, hoje, a áreas urbanizadas, e diversos autores declarem a fragilidade das construções anteriores ao século XIX, isto não impede que vestígios materiais destas ocupações possam ser encontrados, principalmente nas proximidades das grandes propriedades.
Deve-se lembrar também que na região existiram diversas pequenas propriedades açucareiras, nem sempre assinaladas em mapas da época. Assim, ressaltamos as localidades próximas às terras da capela de São Gonçalo, de Nossa Senhora do Carmo, fazendas dos Viscondes e Del Rei, e a propriedade dos beneditinos.
Em função disto, as obras, conforme determinado pelo IPHAN, deverão ser antecedidas por um programa de prospecção intensiva no terreno do empreendimento. Este impacto tem potencial de ocorrer durante a fase de implantação do empreendimento, pelas atividades de terraplenagem, escavação, etc.
Com base nos critérios de valoração, este impacto classifica-se como irreversível (3), de abrangência local (3), relevante (3) e, por conseguinte de alta magnitude.
Medida de Mitigação, Acompanhamento e Verificação
Deverá ser realizado, antes da implantação do empreendimento, um projeto de avaliação do potencial e o desenvolvimento de Programa de Prospecção e Resgate do Patrimônio Arqueológico (Item 3.3 do Capítulo IX) com atividades a serem autorizadas previamente pelo IPHAN.
4 Margem direita do rio Paraíba do Sul, atualmente área urbana de Campos.
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6.3.13 Aumento do Risco de Acidentes de Trânsito
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação e Operação
FATOR AMBIENTAL: População
ASPECTO AMBIENTAL: Transporte rodoviário de pessoal e de materiais de
construção e de consumo
Os acessos utilizados nas atividades da fase de implantação do Distrito Industrial de São João da Barra serão principalmente rodovias já existentes. O
acesso principal será pela BR-101 até a cidade de Campos dos Goytacazes, depois pela RJ-238 (Estrada dos Ceramistas), em seguida pela RJ-216 (Campos-Farol) entre Donana e Hipódromo, pela BR-356 até o entroncamento com a RJ-240 e daí para o terreno do Distrito Industrial.
O tráfego de veículos pesados durante a fase de implantação do DISJB se deverá principalmente à demanda para o transporte de funcionários, insumos e equipamentos.
Tomando-se como referência as projeções de tráfego mencionadas adiante, no item 6.3.14 (Sobrecarga nas Vias de Acesso), verifica-se que alterações
perceptíveis do nível de serviço das vias utilizadas devidas ao empreendimento só ocorrerão em 2013 e no trecho da BR-356 entre Campos dos Goytacazes e a RJ-240.
Após este ano, em que as movimentações somadas de cargas e passageiros produzirão um “pico” de tráfego, o referido trecho retorna ao nível de serviço que existiria sem a influência do CLIPA. Ou seja, durante a implantação do DISJB apenas em um ano e em um trecho rodoviário específico será alterado sensivelmente o fluxo atual de transporte verificado na área.
Estudos especializados demonstram que reflexos do aumento do nível de atividade econômica sobre o tráfego estão associados a uma maior acidentalidade (FRAIMAN e ROSSAL, 2007). Tal fato é recorrente e perdura enquanto não é revertido o impacto do aumento do fluxo de trânsito. Assim, mesmo restrita a um trecho rodoviário, a circulação de cargas e pessoas demandada pelas obras do empreendimento tende a produzir um aumento do número de acidentes na via afetada.
Acresce que nas estradas vicinais e nas rodovias da área de Influência do empreendimento é habitual observar uma inversão de hierarquização do trânsito, que gera incidentes com frequência. O uso de veículos de “tração animal” – carros de boi, carroças - e de bicicletas, não aptos para a circulação em rodovias sem sinalização ou luzes para mobilidade noturna, refletem a informalidade das regras de circulação no trânsito local. É comum, ainda, observar bicicletas conduzidas pela contramão e no acostamento das estradas, além de gado solto nas vias atravessando a pista durante a noite, pondo em risco a circulação viária.
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A atitude cultural da população frente ao cumprimento e ao respeito das normas viárias, regulamentadas ou não, corresponde ao padrão semi-rural e de baixo fluxo veicular gravado na memória coletiva dos habitantes locais. Porém hoje confluem duas modalidades de circulação no trânsito da região: a referente aos caminhões e caminhoneiros, ônibus e veículos vinculados aos novos empreendimentos; e uma diversidade de meios de mobilidade com um padrão habituado à informalidade no trânsito, conforme anteriormente mencionado. Este convívio pode ser muitas vezes problemático em termos de segurança no trânsito.
Estes transtornos tendem a ser acentuados até 2013, período em que as atividades construtivas estarão no auge. Com o final das obras, previsto para 2015, este impacto deixará de existir.
Deste modo, com base nos critérios de valoração, este impacto classifica-se como negativo, reversível (1), de abrangência local (3), relevante (3) e, por
conseguinte, de média magnitude.
Medidas Mitigadoras
Considera-se necessário à execução de medidas de segurança no trânsito e prevenção de acidentes de acordo com o Programa de Controle de Transporte e Tráfego (Item 3.1.6.4 do Capítulo IX). Além disso, é recomendável a inserção de conteúdos voltados à educação no trânsito, nos Programa de Educação Ambiental (Item 3.4 do Capítulo IX) e Programa de Comunicação Social e Divulgação (Item 3.7 do Capítulo IX).
6.3.14 Sobrecarga nas Vias de Acesso
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação e Operação
FATOR AMBIENTAL: Tráfego
ASPECTO AMBIENTAL: Transporte rodoviário de pessoal e de materiais de
construção e de consumo
Os impactos decorrentes do acréscimo de tráfego associado ao período de implantação das infra-estruturas do DISJB e da presença dos demais
empreendimentos em licenciamento ou já licenciados no CLIPA é aqui analisado sob o aspecto da alteração no nível de serviços das estradas demandadas para acesso ao complexo.
A situação aqui avaliada considera uma fase anterior à implantação do Corredor Logístico, planejado pelo governo do estado para consolidação do desenvolvimento logístico e industrial da região. Portanto, o transporte de cargas
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de/para o Distrito Industrial usando as rodovias locais é um cenário válido por curto prazo, prevendo-se que perdure até o ano de 2015.
A intenção do governo do estado do Rio de Janeiro em implantar o Corredor Logístico ligando a rodovia BR-101 diretamente com o Distrito Industrial é expressa pelo Decreto 42.676 de 28/10/2010. Embora tal obra não possua ainda início previsto, o caráter de urgência da mesma nos planos governamentais está explicitado Artigo 4º do referido decreto. Estudos preliminares já elaborados para planejamento do Corredor indicam que o mesmo poderia ser construído em aproximadamente três anos, sendo que seu componente rodoviário poderia ficar disponível em prazo menor, de cerca de 18 a 24 meses.
Assim, o cenário aqui analisado poderá ser substituído pelo cenário com o Corredor Logístico antes mesmo da conclusão das obras de infra-estrutura do DISJB.
O prazo de implantação das infraestruturas do DISJB é previsto em cerca de 50 meses, devendo a maior parte destas estar concluídas no início do ano 2015 e prevendo-se o pico das obras para o ano 2014. Contudo, a combinação com os fluxos dos demais empreendimentos considerados, leva a que o ano de 2013 seja o de maior carga de tráfego nas vias de acesso CLIPA, para o período analisado.
Os resultados da análise de capacidade das rodovias que dão acesso ao CLIPA, a serem utilizadas para o transporte de cargas e de trabalhadores durante a implantação das infra-estruturas do DISJB, indicam que apenas o trecho da RJ-216 apresentou problemas de capacidade em determinados segmentos. Pesquisas realizadas em 2007 mostraram que esta via já estava operando no Nível de Serviço D, vindo, com base na projeção padrão de crescimento anual do tráfego, a atingir saturação de sua capacidade, com congestionamento (Nível E), a partir de 2020, para quando deveria ser prevista sua duplicação.
Com base nos fluxos de tráfego dos empreendimentos estimados no Capítulo II, item 3.12 do EIA, avalia-se que o tráfego médio a ser gerado na hora de pico, até a conclusão da implantação das infra-estruturas do Distrito Industrial, não deverá atingir valores que alterem o nível D de serviço hoje ocorrente na RJ-216 em seu trecho mais carregado. Com a futura mudança da rota de acesso para o Corredor Logístico ocorrendo até 2015, não deverá se alterar a perspectiva de que somente em 2020 esta RJ-216 tenha sua capacidade saturada, demandando duplicação.
Com o acréscimo de tráfego dos empreendimentos, é esperada ainda a ocorrência de alteração no nível de serviço atual no trecho da BR-356 de acesso a São João da Barra. Esta mudança ocorrerá no pico das obras, mas não se prevê que seja capaz de comprometer a capacidade da rodovia, que hoje opera em nível C e poderá passar a nível D até que entre em operação o Corredor Logístico. A RJ-240, por sua vez, que absorverá todo o tráfego de/para o Distrito Industrial deverá estar operando, no pico das obras, no Nível de Serviço B.
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O Quadro 6.3-1 a seguir sintetiza os resultados obtidos na avaliação.
QUADRO 6.3-1: RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE
DE SUPORTE DAS VIAS QUE CONSTITUEM O ACESSO AO DISJB
DURANTE A FASE DE IMPLANTAÇÃO
RODOVIA
TRÁFEGO DO EMPREENDIMENTO 2013** S/
EMPREENDIMENTO 2013** C/
EMPREENDIMENTO TRANSPORTE DE
PESSOAS CAMI-NHÕES
TOTAL HORA
DE
PICO VEÍCULO
LEVE* ÔNIBUS VHP NS VHP NS
BR-356 Leste (entre SJB e RJ-240)
335 197 0 532 53 715 C 768 C
BR-356 Oeste (entre CG e RJ-240)
782 295 1.809 2.886 289 654 C 943 D
RJ-238 0 0 362 362 36 219 B 255 B
RJ-216 0 0 362 362 36 1.146 D 1.18
2 D
RJ240 1.117 492 1.809 3.418 342 - B 342 B
*Automóveis e vans
**Projeção feita em 2007 (BR-356, RJ-216 e RJ-238) e estimativa RJ-240 considerando a movimentação prevista para 2013
Assim, apenas os trechos com maior concentração urbana da BR-356 e RJ-216 estarão operando em 2013 no Nível de Serviço D, sendo que esta última independentemente da presença do empreendimento. Nesta perspectiva, é recomendável articulação com as autoridades de transporte e trânsito atuantes na área no sentido de empreender melhorias operacionais para evitar eventuais problemas de retenção de tráfego nestes trechos (sinalização horizontal e vertical, recuperação de faixas de acostamento, dentre outras).
Quanto à BR-101, até a sua duplicação esta via deverá estar operando quase na sua capacidade (2.465 veículos/hora), sendo recomendável verificar, junto à Autopista Fluminense, a possibilidade de antecipar as obras de duplicação previstas, uma vez que as receitas de pedágio obtidas com os fluxos de tráfego incrementados pelo desenvolvimento da região podem viabilizar financeiramente o adiantamento das obras.
Durante a fase de operação observa-se que os fluxos de tráfego previstos para o ano 2015, apresentados no quadro seguinte, serão inferiores aos do ano 2013, avaliados para a fase de implantação do empreendimento. Portanto não são esperados incrementos de pressão sobre as vias existentes imediatamente após a conclusão das obras de infraestrutura do Distrito. Ao contrário, haverá melhoria no Nível de Serviço da BR-356 e na RJ-240, que voltarão a operar nos níveis C e A, respectivamente (Quadro 6.3-2).
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QUADRO 6.3-2: RESULTADOS DA AVALIAÇÃO DA CAPACIDADE
DE SUPORTE DAS VIAS QUE CONSTITUEM O ACESSO AO DISJB
DURANTE A FASE DE OPERAÇÃO.
RODOVIA
TRANSPORTE DE
PESSOAS CAMI-NHÕES
TOTAL HORA
PICO
PROJEÇÃO 2015**
S/ EMPREENDIMENTO
PROJEÇÃO 2015**
C/ EMPREENDIMENTO
VEÍCULO
LEVE* ÔNIBUS VHP NS VHP NS
BR-356 Leste (entre SJB e RJ-240)
81 362 0 443 44 759 C 803 C
BR-356 Oeste (entre CG e RJ-240)
188 544 285 1.017 102 694 C 796 C
RJ-238 0 0 57 57 6 253 B 259 B
RJ-216 0 0 57 57 6 1.329 D 1.335 D
RJ240 269 906 285 1.460 146 146 B 146 B
*Automóveis e vans **Projeção feita em 2007 (BR-356, RJ-216 e RJ-238) e estimativa RJ-240 considerando a movimentação prevista para
2015
Na hipótese do Corredor Logístico operando a partir de 2015, os fluxos de tráfego associados à ocupação do Distrito a partir daquela data passarão a ser concentrados nesta via. Com isto, as vias locais recuperarão parte de sua capacidade de escoamento, podendo assim melhor absorver o crescimento que se projeta para a região a partir daquele horizonte até o ano de 2025.
Os fluxos de tráfego associados ao cenário de plena ocupação do Distrito são discutidos no Volume IV deste EIA, onde são analisados os efeitos sinérgicos associados à presença de todas as industriais.
Considerando os cenários observados tanto para a fase de implantação quanto para a fase de operação este impacto ambiental é classificado como negativo, reversível (1), pois a alteração do nível de serviço observada na fase de implantação retorna para as condições anteriores a esta; regional (5), uma vez que o trecho da rodovia afetado pela mudança do nível de serviço se encontra situado em dois municípios e aos quais serve de principal conexão; e relevante (3), uma vez que as alterações do nível de serviço podem ser qualificadas
identificando de forma objetiva uma perda temporária da qualidade ambiental do fator ambiental analisado. Por isto este impacto é classificado como de moderada magnitude.
Medidas Mitigadoras
Como medidas de controle voltadas para a redução da concentração de veículos nas vias de acesso é recomendado que:
Até o início da operação do Corredor Logístico, o transporte de carga seja realizado fora dos períodos de entrada e saída de trabalhadores;
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Se promova campanhas educativas para reduzir o fluxo de veículos (transporte solidário, etc.).
Este impacto poderá ser mitigado através do adequado planejamento das obras e da implantação do Programa de Controle de Transporte e Tráfego (Item 3.1.6.4 do Capítulo IX).
6.3.15 Interferência com a Pesca
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação
FATOR AMBIENTAL: Comunidades Pesqueiras
ASPECTO AMBIENTAL: Operação da draga e deslocamento entre a área de
empréstimo e o ponto de bombeamento
Uma das etapas da implantação do empreendimento corresponde à execução de aterro hidráulico para a elevação da cota do terreno do Distrito Industrial. O aterro hidráulico envolve: extração de material arenoso do fundo marinho; transporte do sedimento na draga entre a área de dragagem e a bóia de recalque; e transporte do sedimento por dutovia até a área que será aterrada.
A operação de dragagem deverá resultar no estabelecimento de áreas de exclusão para a atividade pesqueira em decorrência das restrições de uso do espaço marítimo em torno das dragas e das faixas de assentamento das tubulações de recalque e retorno hidráulico. Ademais, o trânsito da draga entre a área de dragagem e a bóia de recalque também se constitui em elemento restritivo a práticas pesqueiras, uma vez que o trânsito da draga, por ser uma embarcação maior, é prioritário em relação às embarcações pesqueiras.
As restrições ao uso do espaço marítimo são medidas de segurança que visam prevenir danos às tubulações submersas, assim como visam evitar danos aos petrechos e embarcações de pesca, além de acidentes que representem riscos de segurança pessoal. As áreas sujeitas a este regime não são de grande representatividade se comparadas à totalidade das áreas de pesca utilizadas pelos pescadores. Contudo, se comparadas com a extensão dos pesqueiros, que se constituem em territórios marítimos definidos através do conhecimento ecológico tradicional dos pescadores e que possuem maior produtividade pesqueira, as áreas sujeitas à exclusão ganham maior relevância.
As atividades pesqueiras mais suscetíveis à influência das operações de dragagem são as realizadas nas áreas mais próximas da costa, por embarcações de médio e pequeno porte. Nestes critérios enquadram-se frotas de Campos dos Goytacazes, São João da Barra e de São Francisco de Itabapoana dedicadas ao arrasto e à pesca com petrechos de deriva (redes de caída e espinhéis) e espera (rede mijuada).
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A pesca de arrasto, simples ou duplo, tem como principal espécie-alvo o camarão sete-barbas (Xiphopenaeus kroyery), não por acaso, pois, por forte influência do
Rio Paraíba do Sul e das condições hidrogeológicas proporcionadas por ele, se encontra no litoral norte fluminense o banco pesqueiro mais importante desta espécie de todo o Estado do Rio de Janeiro.
As pescas de linha e rede apresentam um número maior de espécies-alvo, predominando a captura de cações, anchova, pargo, pescadinha e espada. Estas pescarias ocorrem em todo o espaço marítimo situado ao largo da costa fluminense, contudo há pontos notáveis do mar onde a pesca é realizada de forma mais proeminente. Os pesqueiros mais importantes são o Buraco dos Morros, Malacacheta, Perigos, Joacy, Loira, Pedra de Perigosa e Buraco de Fora.
Adotando como premissa que a área destinada ao uso exclusivo ou prioritário das atividades de dragagem se constitui em uma ínfima porção do espaço marítimo utilizado pelos pescadores, e refletindo sobre o fato de que já ocorre na mesma região atividade semelhante, ou seja, a dinâmica das atividades de dragagem já é conhecida pelos pescadores, poder-se-ia considerar este um impacto de moderada magnitude.
Todavia, a reprodução social da atividade de pesca artesanal encontra-se cada vez mais ameaçada, tanto por fatores relacionados à desestruturação da cadeia produtiva quanto pela degradação ambiental decorrente da acumulação de diferentes agressões cometidas ao meio ambiente. Soma-se a isto a insatisfação dos pescadores e de algumas lideranças em relação aos empreendimentos já licenciados, insatisfação esta provocada por problemas de comunicação entre os empreendedores e os pescadores e, sobretudo, pela demora com que são executadas as compensações ambientais.
Este efeito ocorrerá, segundo o cronograma atual de obras, no máximo até 2015 – quando a construção da infraestrutura do DISJB estará concluída.
Sendo assim, com base nos critérios de valoração, este impacto classifica-se como negativo, reversível (1), de abrangência regional (5), muito relevante (5) e,
por conseguinte, de alta magnitude.
Medida de Mitigação, Acompanhamento e Verificação
Não obstante os problemas de comunicação observados hoje entre pescadores e empreendedores locais, já se encontra em curso a implementação de medidas de acompanhamento, mitigação e compensação dirigidas à atividade pesqueira. Especificamente para lidar com os impactos gerados pelas atividades de dragagem, propõem-se as seguintes medidas:
Durante as operações de dragagem as áreas de exclusão deverão ser sinalizadas, bem como o trajeto das tubulações de recalque;
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Manter sinalização adequada dos canais de acesso ao porto de minério e ao Pátio Logístico Sul;
Adoção de ações de comunicação (no âmbito do Programa de Comunicação Social e Divulgação (Item 3.7 do Capítulo IX) junto às comunidades afetadas,
incluindo publicação de materiais impressos e peças de rádio-difusão para melhor informar sobre as áreas de exclusão;
Também são propostas ações de educação ambiental, tanto para os pescadores (Programa de Educação Ambiental - Item 3.4 do Capítulo IX) quanto para os trabalhadores da draga (Programa de Educação Ambiental dos Trabalhadores (Item 3.1.6.7 do Capítulo IX), que deverão ser informados sobre a dinâmica da pesca artesanal na região;
Informar regularmente a Capitania dos Portos sobre as áreas de exclusão durante as obras; este fluxo de informações é necessário para compor adequadamente o “Aviso aos Navegantes”5.
6.3.16 Dispensa de Mão de Obra
FASE DO EMPREENDIMENTO: Implantação
FATOR AMBIENTAL: Emprego e renda
ASPECTO AMBIENTAL: Fechamento de postos de trabalho
Como já observado no Item 6.3.2, que trata da Geração de emprego e Renda, a
fase de obras do Distrito Industrial de São João da Barra irá gerar novos postos de trabalho em uma região que apresenta um quadro de desemprego e subemprego. Desta forma, a geração de postos de trabalho representa um importante benefício para as populações locais.
Esta observação é corroborada, por exemplo, pela opinião dominante entre os moradores de São João da Barra, de Campos dos Goytacazes e de São Francisco de Itabapoana que vêem os projetos de desenvolvimento previstos para a região como uma alavanca para promover ascensão econômica e social.
Contudo, a abertura de postos de trabalho não ocorrerá de forma linear e constante ao longo do tempo, conforme pode ser observado na Figura 6.3-1.
5 Sistema de mensagens de alerta às embarcações operado via rádio pela Capitania dos Portos.
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FIGURA 6.3-1: HISTOGRAMA DA DEMANDA POR MÃO-DE-OBRA
PARA IMPLANTAÇÃO DO DISJB.
A curva de emprego mostra que, a partir do 35º mês, prevê-se uma redução progressiva da demanda por mão de obra para a instalação do DISJB, gerando risco de reversão dos benefícios obtidos pela geração de emprego e renda por ocasião da desmobilização da mão-de-obra contratada.
O risco de que a desmobilização da mão de obra leve ao retorno às condições pré-existentes de desemprego no município poderia ser amenizado caso os outros empreendimentos já licenciados ou em licenciamento no Complexo do Açu tivessem suas obras de implementação coincidentes com o declínio da intensidade das obras do DISJB, absorvendo parte da mão-de-obra liberada. Em certa medida, as próprias obras da infraestrutura do DISJB poderiam ter papel semelhante, caso no início de sua implementação o processo de desmobilização de mão-de-obra atualmente utilizada na construção do Porto do Açu esteja ocorrendo. Como ilustração do conjunto de obras de construção pesada que já está em fase de demarragem na área do empreendimento, vale registrar que já se encontram licenciados ou em licenciamento no local os seguintes empreendimentos:
Pátio Logístico (licenciado); Terminal Sul (em licenciamento); Usina Termelétrica Porto do Açu (em licenciamento); Unidade de Tratamento de Petróleo (licenciado); Usina Siderúrgica Ternium (em licenciamento); Unidade de Construção Naval da OSX (licenciado).
Porém, mesmo que empreendimentos com dinâmicas econômicas tão próprias venham a ser implantados, de forma coordenada, a ponto de maximizar a recolocação da mão-de-obra construtiva contratada, o que é pouco provável, em
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algum momento a desmobilização será inevitável e isto representará uma situação negativa para a economia e a sociedade regionais.
Portanto, com base nos critérios de valoração adotados neste estudo este impacto é classificado como irreversível (3), de abrangência regional (5), relevante (3) e, por conseguinte, de alta magnitude.
Medidas Mitigadoras
Como medida mitigadora sugere-se implementar o Programa de Mobilização, Capacitação e Desmobilização da Mão de Obra (Item 3.1.6.6 do Capítulo IX), no intuito de privilegiar a mão de obra local e capacitar a força de trabalho com fins de ampliação da empregabilidade após a desmobilização.
Após o término da fase construtiva, devem ser planejadas medidas que favoreçam a absorção na operação das futuras indústrias do DISJB da maior proporção possível de trabalhadores que atuaram durante as obras.
Trabalhadores também podem receber cartas de recomendação e certificados de qualificação profissional tanto para empreendimentos futuros quanto para o setor de construção civil urbano, além de ser encaminhados – conforme suas aptidões - para atividades de treinamento e/ou requalificação, já que o aperfeiçoamento técnico melhora as chances de acesso a novos postos de trabalho.
Neste contexto, é relevante manter o registro documental da seleção/treinamento e das experiências e capacitações adquiridas pelos trabalhadores em seus empregos, para que eles possam contar com comprovantes de sua qualificação e, consequentemente, aumentar sua empregabilidade.
6.3.17 Melhoria das Condições de Acessibilidade Local e Regional
FASE DO EMPREENDIMENTO: Operação
FATOR AMBIENTAL: População
ASPECTO AMBIENTAL: Alteração no sistema viário local
Com a implantação do Distrito Industrial, diferentes vias de acesso receberão melhorias em termos de pavimentação e sinalização. Também serão implantados outros acessos rodoviários que possibilitarão acesso mais facilitado a partir da SB-24, passando pelo entorno ao DISJB em direção a Barra do Açu, e também
para a interligação da SB-24 com a RJ-240.
Desta forma, sobretudo para a população de São João da Barra, será proporcionado um ganho em relação à acessibilidade entre as localidades do
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interior e entre estas e a sede municipal, sobretudo pois as vias de acesso atualmente se encontram em ruim estado de conservação.
Assim, avalia-se que as melhorias realizadas em diversas vias vicinais do 5º Distrito de São João da Barra em face da implantação do sistema viário do DISJB representem um impacto positivo, irreversível (3), local (3) e relevante (3), portanto de alta magnitude.
Medidas Potencializadoras
Manter as estradas do sistema viário interno do DISJB abertas à população e com condições adequadas de trafegabilidade.
6.3.18 Utilização de Recursos Hídricos
FASE DO EMPREENDIMENTO: Operação
FATOR AMBIENTAL: Uso e Ocupação do Solo
ASPECTO AMBIENTAL: Demanda de água do rio Paraíba do Sul
Como alternativas de abastecimento de água para o DISJB foram consideradas
como possíveis fontes o aquífero subterrâneo, a água do mar e a água superficial.
Foram então realizados estudos, análises e considerações sobre cada uma dessas fontes alternativas à luz dos impactos que a utilização de cada uma delas representaria, bem como da viabilidade logística e econômica de cada uma.
Com relação à água subterrânea, verificou-se, com base nos resultados dos estudos hidrogeológicos apresentados neste EIA, que a sua utilização como fonte de abastecimento para o DISJB, superaria as reservas renováveis do aquífero, tendo sido então descartada esta fonte de abastecimento.
No caso de utilização de água dessalinizada, a análise demonstrou que para atendimento a vazão máxima do DISJB, 10 m3/s, seria exigido um alto consumo
de energia e consequentemente maiores custos por metro cúbico de água, adicionado ao alto custo de investimento. Assim sendo, também a opção de captura de água do mar com posterior processo de dessalinização foi descartada.
No tocante à água superficial, considerou-se inicialmente o Canal do Quitingute, devido a sua localização, praticamente margeando o distrito. Todavia, o mesmo não possui vazão para garantir o requerido pelas indústrias.
Como alternativa, avaliou-se então a possibilidade de utilização do rio Paraíba do Sul, através da avaliação de estudo de disponibilidade hídrica existente. Tal
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estudo foi efetuado pela COPPETEC para a Agência Nacional de Águas – ANA / CEIVAP, com uma abrangência de Plano de Recursos Hídricos da Bacia. Assim nesse estudo foram avaliados todos os aspectos relacionados à gestão dos recursos da bacia e, em especial, foi efetuada ampla discussão acerca de “Balanço entre disponibilidade e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e qualidade, com indicação de conflitos potenciais”. O resultado deste estudo indica que não existem conflitos de uso no trecho compreendido ente a foz do Muriaé e a foz do Paraíba.
Posteriormente no final do ano 2006, foi entregue pela COPPETEC para a Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul - AGEVAP, o Plano de Recursos Hídricos da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Nesse estudo a COPPETEC apresenta uma revisão nas disponibilidades hídricas da bacia, concluindo existir uma vazão disponível na foz do rio Paraíba Q95 de 353,77m3/s.
Portanto, considerando-se a vazão disponível do Paraíba do Sul (353,77m3.s-1) e a demanda de todo o empreendimento em sua fase final (correspondente a 10 m3.s-1), a necessidade de suprimento de água para o empreendimento é 35 vezes menor do que a vazão disponível no rio.
Assim, o suprimento do DISJB através da captação de água do rio Paraíba do Sul
foi analisado como sendo a melhor opção a ser adotada, tanto em termos de segurança de fornecimento às futuras indústrias, quanto em termos de custos de implantação e operação.
Ressalta-se que a captação prevista para plena ocupação do DISJB, não compete com o uso para abastecimento urbano futuro previsto para as cidades de São João da Barra e Campos dos Goytacazes. Mesmo prevendo-se um crescimento de população urbana da ordem de 700 mil habitantes para a região, tal crescimento demandaria um consumo adicional de água de 2,5 m3/s, perfeitamente suportável pelas vazões do rio Paraíba do Sul.
Ressalta-se ainda que a vazão outorgada de 10m³/s para o distrito pressupõe um uso eficiente da água demandada pelas indústrias, o que impõe às mesmas a adoção de tecnologias eficientes para o uso racional da água. Assim, a gestão do DISJB focalizara diretrizes pautadas no Marco Regulatório Ambiental uma vez que a incorporação de tal conceito nos projetos industriais é fator de condicionante para viabilidade de implantação da indústria no distrito, conforme detalhado nas Medidas de Acompanhamento.
Com efeito, as regras de administração do distrito impedem que as indústrias instalem sistemas alternativos de abastecimento de água para sua operação, que explore os mananciais locais.
Ademais, as unidades industriais que se estabelecerem no DISJB estarão comprometidas com diversas premissas e condições de operação, dentre as quais se destacam àquelas relacionadas ao recurso água:
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Transformar os processos produtivos lineares (ciclos abertos) em processos cíclicos (ciclos fechados), onde os resíduos de um processo são utilizados como matéria prima ou fonte de energia de outros;
Reduzir a demanda por matérias primas, água e energia;
Água: verificar as fontes de consumo e de reuso e sistematizar, sempre que possível, um circuito fechado de reaproveitamento.
Deste modo, considerando-se a viabilidade classifica-se este impacto como negativo, irreversível (3), local (3), moderadamente relevante (1) e, portanto de
moderada magnitude.
Medidas de Acompanhamento
O Ente Gestor do DISJB estabelecerá os procedimentos que permitirão monitorar, avaliar e repactuar o desempenho ambiental com relação ao consumo de água industrial e potável, e à geração de efluentes industriais coletados e tratados nas instalações do DISJB através do Programa de Gestão Ambiental do DISJB (Item 3.8 do Capítulo IX).
A gestão das águas deverá pautar-se nos padrões discriminados no Marco Regulatório Ambiental, pautados sob o paradigma da Ecologia Industrial e das boas práticas de prevenção e controle ambiental.
Por Ecologia Industrial entende-se o mecanismo que espelha o ecossistema biológico visando à melhor gestão dos processos produtivos (simbiose - tecnologia) e sistemas econômicos (competitividade e resultados), de modo que as unidades industriais, internamente e entre si, a partir de seus potenciais de integração produtiva sustentável, operem em um sistema fechado para a redução sistêmica de emissões, efluentes e resíduos.
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