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PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA
ESTADO DE SÃO PAULO CNPJ – 72.130.818/0001-30
CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE
TAQUARITINGA – SP
Fevereiro/2015
PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARITINGA
ESTADO DE SÃO PAULO
CNPJ – 72.130.818/0001-30
ÍNDICE
I. IDENTIFICAÇÃO......................................................................................................................................... 1
1. Interessada...................................................................................................................................... 1
2. Responsabilidade Técnica........................................................................................................... 1
II. CONTEXTO................................................................................................................................................. 2
1. Histórico do Município................................................................................................................. 2
2. Localização...................................................................................................................................... 3
2.1. Localização Regional....................................................................................................... 3
3. Roteiro de Acesso.......................................................................................................................... 6
III. OBJETIVOS.................................................................................................................................................. 7
1. Objetivo Específico........................................................................................................................ 7
IV. MATERIAIS MÉTODOS............................................................................................................................. 7
V. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO ABIÓTICO........................................................................................... 8
1. Geologia........................................................................................................................................... 8
2. A Era Mesozóica............................................................................................................................ 10
2.1. A Formação Pirambóia................................................................................................... 10
2.2. A Formação Botucatu..................................................................................................... 10
2.3. A Formação Serra Geral................................................................................................. 11
2.4. A Formação Bauru........................................................................................................... 11
2.5. A Formação Adamantina............................................................................................... 12
3. A Era Cenozóica............................................................................................................................. 12
3.1. As Cascalheiras................................................................................................................. 13
3.2. Os Depósitos de Cobertura........................................................................................... 13
3.3. Os Depósitos Aluvionares.............................................................................................. 14
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4. Geologia de Taquaritinga............................................................................................................ 14
5. Geomorfologia............................................................................................................................... 17
5.1. Unidades Morfoestruturais da Bacia Sedimentar no Paraná................................ 19
5.1.1. Planalto Ocidental Paulista............................................................................. 20
5.1.2. Depressão Periférica Paulista......................................................................... 22
5.2. Unidades Morfoestruturais das Bacias Sedimentares Cenozoicas...................... 22
5.2.1. Planícies Fluviais................................................................................................. 22
5.3. A rede de drenagem....................................................................................................... 24
5.4. As formas de relevo e a densidade de drenagem.................................................. 24
5.4.1. Colinas Amplas.................................................................................................. 24
5.4.2. Colinas Médias................................................................................................... 24
5.4.3. Colinas Arredondadas......................................................................................25
5.4.4. Morrotes Alongados e Espigões................................................................... 25
5.4.5. Encostas Sulcadas por Vales Subparalelos................................................. 25
5.4.6. Planícies Aluviais................................................................................................ 25
5.5. Descrição Geomorfológica do Município de Taquaritinga.................................... 25
6. Pedologia......................................................................................................................................... 28
6.1. Descrição dos Solos......................................................................................................... 30
6.1.1. Cambissolos........................................................................................................ 30
6.1.2. Gleissolos............................................................................................................. 31
6.1.3. Latossolos............................................................................................................ 32
6.1.4. Nitossolos............................................................................................................ 33
6.1.5. Argissolos............................................................................................................ 34
6.1.6. Neossolos............................................................................................................ 35
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6.1.7. Planossolos......................................................................................................... 36
6.1.8. Organossolos..................................................................................................... 37
7. O Solo do Município de Taquaritinga...................................................................................... 38
7.1 Caracterização pedológica do Município de Taquaritinga................................... 41
8. Clima................................................................................................................................................. 43
8.1. Regime Pluviométrico..................................................................................................... 43
8.2. Regime Térmico............................................................................................................... 46
8.3. Balanço Hídrico................................................................................................................. 48
8.4. O Clima no Contexto da Bacia do Tietê / Batalha................................................... 53
8.5. O Clima e o Comportamento Hídrico........................................................................ 56
8.6. O Mecanismo das Massas de Ar.................................................................................. 58
8.7. O Clima e as Atividades Humanas............................................................................... 58
9. Hidrologia........................................................................................................................................ 60
10. Rede de Drenagem.................................................................................................................... 63
10.1. Principais Drenagens e Nascentes do Município................................................... 66
10.2. Georreferenciamento dos Cursos d’água e Nascentes........................................ 66
1.1. Aguas Subterrâneas................................................................................................................... 70
VI. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO BIÓTICO.............................................................................................. 74
1. Caracterização Vegetacional Regional..................................................................................... 74
2. Considerações Regionais Sobre a Flora................................................................................... 78
2.1. Diagnóstico Florístico...................................................................................................... 84
2.2. Áreas de Preservação Permanente e Remanescentes Florestais Nativos do
Município de Taquaritinga – SP........................................................................................... 84
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3. Caracterização da Fauna Regional............................................................................................ 89
3.1. Avifauna............................................................................................................................. 89
3.2. Mastofauna....................................................................................................................... 95
3.3. Herpetofauna................................................................................................................... 98
2.3.1. Afíbios.................................................................................................................. 98
2.3.2. Répteis................................................................................................................. 101
4. Diagnóstico da fauna..................................................................................................................... 103
VII. MANEJO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO MUNICÍPIO............................................................ 104
1. RECOMENDAÇÕES....................................................................................................................... 116
1.1. Análise crítica..................................................................................................................... 116
1.2. Recomendações de manejo.......................................................................................... 117
VIII. CONCLUSÃO........................................................................................................................................... 118
IX. EQUIPE TÉCNICA........................................................................................................... ............................119
X. COLABORADORES.................................................................................................................................... 119
XI. REFERÊNCIAS............................................................................................................................................. 120
ANEXOS
– MAPAS
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CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE
TAQUARITINGA – SP
I. IDENTIFICAÇÃO
1. Interessada
Prefeitura Municipal de Taquaritinga
CNPJ: 72.130.818/0001-30
Endereço: Praça Dr. Horácio Ramalho, 160.
CEP 15.900-000 – Taquaritinga-SP
Fone/Fax: (16) 32539100
Prefeito: Dr. Fúlvio Zuppani
Secretário do Meio Ambiente: Fabiano Alexandre Dantes Bellam
2. Responsabilidade Técnica
ECOPLANS – Ecologia Planejada Sustentável
CNPJ: 06.063.664/0001-86 Registro IBAMA nº 2531413
Endereço: Avenida Dr. Flávio Rocha, nº 4.753.
Parque dos Pinhais – Franca – SP - CEP 14405-600
Responsável legal: Eng.º Agrº. Dr. Célio Bertelli
CREA – 060.106.512-1 Registro IBAMA nº 2379684
E-mail: ecoplansbrasil@hotmail.com Tel.: (016) 37049933
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II. CONTEXTO
1. Histórico do Município
A fundação da cidade deu-se em 1868, segundo registro no Livro de
Tombo da Paróquia de Araraquara, a respeito da doação do patrimônio da então Fazenda Boa
Vista do Ribeirão dos Porcos, em favor de São Sebastião dos Coqueiros, primeira denominação da
localidade. Foram doadores do patrimônio Bernardino José de Sampaio, irmãos Sebastião e José
Domingos da Silva e outros. O povoado que aí se formou, ficou conhecido por Ribeirãozinho,
originário do córrego que banha a cidade. O fato de ser ele afluente regular do Ribeirão dos
Porcos deu origem entre os primitivos habitantes do lugar, à denominação de Ribeirãozinho,
como ligação entre a designação do córrego com o ribeirão. Daí a corruptela Ribeirãozinho. O
Distrito de Ribeirãozinho nos seus primórdios compreendia vastíssima região tendo como linhas
de limites, entre outras, os Ribeirões dos Porcos, Cubatão, Três Barras (ou Água Limpa) e o Rio da
Onça. Em 1892, Ribeirãozinho foi elevado à vila, com o nome de São Sebastião do Ribeirãozinho.
Na ocasião da criação da comarca, em 1907, foi alterada sua denominação para Taquaritinga, de
origem tupi-guarani, que significa taquara branca e fina. Gentílico: Taquaritinguense Formação
Administrativa Distrito criado com a denominação de Ribeirãozinho, por lei provincial nº 9, de 16-
031880, subordinado ao município de Jaboticabal. Elevado à categoria de município com a
denominação de Ribeirãozinho, por lei estadual nº 60, de 16-08-1892, desmembrado de
Jaboticabal. Sede na antiga vila de Ribeirãozinho. Constituído do distrito sede. Instalado em 22-
12-1892. Elevado à condição de cidade, por lei estadual nº 1038, de 19-12-1906. Tomou a
denominação de Taquaritinga, por lei estadual nº 1102-A, de 25-11-1907. Pela lei estadual nº
1240, de 23-12-1910, é criado o distrito de Santa Adélia e anexado ao município de Taquaritinga.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município de Taquaritinga é constituído de
2 distritos: Taquaritinga e Santa Adélia. Pela lei estadual nº 1315, 03-08-1912, é criado o distrito
de Jurema e anexado ao município de Taquaritinga. Pela lei estadual nº 1441, de 19-12-1914, é
criado o distrito de Santa Ernestina e anexado ao município de Taquaritinga. Lei Estadual nº 1499,
de 22-03-1916, desmembra do município de Taquaritinga o distrito de Santa Adélia. Elevado à
categoria de município. Pela lei estadual nº 1602, de 10-12-1918, é criado o distrito de Cândido
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Rodrigues e anexado ao município de Taquaritinga. Pela lei estadual nº 1606, de 31-10-1918, é
criado o distrito de Guariroba e anexado ao município de Taquaritinga. Em divisão administrativa
referente ao ano de 1933, o município de Taquaritinga é constituído de 5 distritos: Taquaritinga,
Cândido Rodrigues, Guariroba, Jurema e Santa Ernestina. Pelo decreto-lei estadual nº 14334, de
30-11-1944, o distrito de Jurema passou a denominar-se Jurupema. No quadro fixado para
vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de 5 distritos: Taquaritinga, Cândido
Rodrigues, Guariroba, Jurupema ex-Jurema e Santa Ernestina. Em divisão territorial datada de 1-
VII-1955, o município é constituído de 5 distritos: Taquaritinga, Cândido Rodrigues, Guariroba,
Jurupema e Santa Ernestina. Pela lei estadual nº 5285, de 18-02-1959, desmembra do município
de Taquaritinga o distrito de Cândido Rodrigues. Elevado à categoria de município. Em divisão
territorial datada de 01-VII-1960 o município de Taquaritinga é constituído de 4 Distritos:
Taquaritinga, Guariroba, Jurupema e Santa Ernestina. Pela lei estadual nº 8092, de 28-02-1964,
desmembra do município de Taquaritinga o distrito de Santa Ernestina. Elevado à categoria de
município. Em divisão territorial datada de 31-XII-1968, o município é constituído de 3 distritos,
Taquaritinga, Guariroba e Jurupema. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 14-V-
2001. Alteração Toponímica Municipal Ribeirãozinho para Taquaritinga alterado, pela lei estadual
nº 1102-A, de 25-11-1907.
2. Localização
2.1. Localização Regional
O Município de Taquaritinga localiza-se a uma latitude 21º24'21”sul e a
uma longitude 48º30'18" oeste, estando a uma altitude de 565 metros. O ponto mais alto é o
Monte do Broa, na Serra do Jabuticabal, com 718 metros. Possui uma área de 595,84 km². O clima
é tropical de altitude com inverno moderado e seco e, verão quente e chuvoso. Temperatura
média anual de 24 graus centígrados e precipitação pluviométrica de 1 600 mm O terreno é
ondulado e a formação do solo predominante é o Arenito Bauru datado da era cenozoica.
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Figura 1. Localização do município Fonte: IBGE, 2014.
Figura 2. Localização do município de Taquaritinga no Estado de São Paulo, indicado pela seta vermelha.
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Figura 3. Localização do município de Taquaritinga na UGRHI-16 destacado com a seta vermelha.
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3. Roteiro de Acesso
O Município de Taquaritinga encontra-se na mesorregião de Ribeirão
Preto e na região central do Estado de São Paulo. A partir da cidade de Ribeirão Preto seguindo a
rodovia SP 333, sentido oeste, por aproximadamente 81 km, até o trevo de acesso, defletindo a
direito e acessando a cidade de Taquaritinga – SP.
Imagem 1. Roteiro de acesso ao município de Taquaritinga.
Imagem 2. Vista aérea da área urbana no Município de Taquaritinga Fonte: Google Earth
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III. OBJETIVOS
1. Objetivo Específico
O Projeto objetiva a caracterização do município de Taquaritinga – SP,
desenvolvendo pesquisas do meio abiótico e biótico, através de um levantamento secundário e
detalhado.
IV. MATERIAIS MÉTODOS
Os materiais utilizados para o desenvolvimento do estudo foram: GPS,
câmera digital fotográfica, computadores, softwares do tipo AutoCAD e ArcGis, imagens de
satélite Landsat 5 cenas 2011, banda 1, 2, 3 e 5, associado ao Google Earth 2008, cartas do IBGE
1:50.000 de 1972, fotografias aéreas IBC 1972, escalímetro, curvímetro e plotes.
O método utilizado foi de comparação de imagem de satélite Landsat 5
atualizada contrasteando com as cartografias oficiais do IBGE e imagens do Google Earth em
escala de 1:3.000; levantamento com GPS para determinar o georeferenciamento das nascentes
como também pontos de divisas do município e aferimento com cartas oficiais com referência no
DATUM SIRGAS 2000 georeferenciamento da cobertura vegetal nativa remanescente, bem como
a ausência de cobertura nativa nas áreas de preservação permanente de acordo com o Código
Florestal no seu artigo 2°, que define as APPs dos corpos d’água e declividade superior a 45% de
topos de morro e demais inclinações. A referência sobre cobertura vegetal e suas fisionomias
estão de acordo com nomenclatura do Manual Técnico da Vegetação Brasileira IBGE e
levantamento do Instituto Florestal de São Paulo. Para melhor interpretação e conhecimento do
município, foi incluído neste trabalho um estudo secundário sobre o meio biótico e abiótico.
Para mensuração das APPs e remanescentes foram aplicados software
AutoCAD e ArcGIS, fotointerpretação de imagens e posteriormente elaboração de cartas
temáticas sobre a flora e recursos hídricos.
Concluído os levantamentos, foram verificadas bibliografias consultadas
em livros e via internet, que estão relacionados no final do trabalho, obtendo resultados com
discussões técnicas e recomendações para plano de manejo de bacia hidrográfica no território do
município de Taquaritinga.
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V. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO ABIÓTICO
1. Geologia
Neste item estão incluídas a história geológica e a descrição das camadas
rochosas ou unidades litoestratigráficas do município.
Se na História da Humanidade a contagem temporal é feita em séculos,
anos etc., na História da Terra marca-se o tempo em eras, períodos, etc. Neste texto segue-se a
contagem temporal clássica, partindo-se das camadas rochosas mais antigas para as mais atuais,
acompanhando o sentido evolutivo destas Eras e períodos geológicos têm durações variadas,
sendo como os livros que, conforme os números de páginas são mais ou menos volumosos.
Assim, quando o nosso planeta iniciou o processo de resfriamento, entre
4500 a 570 milhões de anos atrás, na Era Pré-cambriana, formaram-se as primeiras camadas
rochosas. A partir delas, por meio de processos de erosão, sedimentação, erupções vulcânicas,
movimentos da crosta terrestre, etc., sucederam-se as eras: Paleozoica (570 a 230 milhões de
anos), a Mesozoica (230 a 65 milhões de anos) e a Cenozoica (65 milhões de anos até a
atualidade) com suas respectivas unidades litoestratigráficas e períodos geológicos.
Submetidas aos inúmeros processos de erosão, as camadas rochosas
foram sendo entalhadas, sucessivamente, das mais recentes para as mais antigas, fazendo com
que aflorassem e pudessem ser estudadas.
As camadas rochosas que afloram no município formaram-se,
predominantemente, na Era Mesozoica e pertencem à unidade geotectônica chamada Bacia
Intracratônica do Paraná, que se desenvolveu sobre as rochas cristalinas da Era Pré-cambriana do
Escudo Atlântico.
Na figura a seguir é mostrada a evolução da primeira fase desta bacia
que é explicada pelo movimento de subsidência ou de afundamento da zona central ou eixo,
permitindo a acumulação de grande espessura de sedimentos, lavas basálticas, soleiras e diques
de diabásio (SINÉCLISE), enquanto as partes periféricas elevadas foram às fornecedoras dos
referidos sedimentos (ANTÉCLISES).
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Figura 4. Evolução da bacia Intracratônica do Paraná
A origem destas camadas de rochas sedimentares dependeu dos
processos de erosão, transporte e sedimentação, que envolveram agentes como: as águas da
chuva (origem pluvial); os cursos de águas superficiais (origem fluvial); as águas dos lagos (origem
lacustre); ventos (origem eólica) e os gelos (origem glacial). Todos estes agentes, condicionados
ao clima, determinaram e determinam, ainda hoje, os tipos de depósitos formados.
Também o movimento de subsidência é o responsável pela inclinação
das camadas e pela composição das unidades litoestratigráficas, considerando-se, especialmente,
as antéclises.
Em consequência das variações climáticas, das oscilações no
afundamento da área central da bacia e dos tipos de rochas das zonas de fornecimento, a
intensidade dos processos de erosão, transporte e acumulação aumentava ou diminuía.
Assim, da Era Paleozoica até o fim da Era Mesozoica, houve mais
acumulação de material, constituindo-se a primeira fase de formação da bacia.
As unidades geológicas predominantes que ocupam a região de
Taquaritinga do estado de São Paulo são as rochas mesozoicas pertencentes ao Grupo São Bento
da Bacia do Paraná. Este Grupo é composto da base para o topo, pelas Formações Piramboia,
Botucatu e as rochas ígneas basálticas da Formação Serra Geral.
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2. A Era Mesozoica
2.1. A Formação Piramboia
Uma das camadas sedimentar mais antiga que aflora no Estado de São
Paulo chama-se Formação Piramboia, originada entre os períodos Jurássico-Triássico, a partir de
230 milhões de anos.
As características litológico-estruturais desta camada revelam que o
depósito de seus sedimentos foi realizado em clima continental úmido, especialmente por cursos
d'água com meandros (curvas) e planícies de inundação, contendo pequenas lagoas esparsas.
No fim do período de formação desta camada, os clásticos grosseiros
(conglomerados) que nela aparecem indicam que o clima foi se tornando árido e que as correntes
de água temporárias transportavam este material. Sua presença revela ter ocorrido um
soerguimento mais intenso, somado à diminuição da cobertura vegetal das areias aluviais que
passaram a ser retrabalhadas pelo vento (origem eólica).
De modo geral, a formação Piramboia apresenta as seguintes
características: arenitos de finos a médios, avermelhados, síltico-argilosos, de estratificação
cruzada ou plano-paralela; níveis de folhelho e de arenitos argilosos de cores variadas e raras
intercalações de natureza areno-conglomerática.
2.2. A Formação Botucatu
Continuando a história geológica do Município de Taquaritinga, jamais se
poderia imaginar que este território já foi um deserto do tipo do atual Saara africano.
Os estudos comprovam que do Período Jurássico Superior ao Cretáceo
Inferior, os arenitos foram depositados em dunas desérticas pelos ventos, originando a Formação
Eólica Botucatu.
Esta unidade litoestratigráficas constitui-se quase inteiramente de arenitos
de granulação fina a média, uniforme, com boa seleção de grãos foscos com alta esfericidade.
São avermelhados e exibem estratificação cruzada, tangencial de médio a grande porte,
característica das dunas caminhantes, condicionadas aos ventos que sopravam, principalmente, de
Norte a Nordeste.
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2.3. A Formação Serra Geral
Ao mesmo tempo em que o deserto se desenvolvia na plataforma Sul-
Americana, da qual fazia parte o Escudo Atlântico ou Embasamento Cristalino Brasileiro, que é a
base da Bacia Sedimentar do Paraná, iniciaram-se os processos téctono-magmáticos de
reativação da referida plataforma. Em outras palavras, este vulcanismo, que corresponde ao maior
derrame de lavas básicas do mundo, em extensão, foi provocado pela ruptura da Placa
Gondwânica, associada à separação da América do Sul e África.
O magma oriundo das profundezas da Terra, por meio de fendas,
espalhou-se sobre as superfícies dunares, originando as rochas basálticas.
Muitas vezes, a ação das lavas sobre o arenito desértico Botucatu,
em formação ou já formado, provocou a sua silicificação, conferindo-lhe resistência maior do que
a do próprio basalto, aos processos erosivos, criando, no relevo, escarpas abruptas.
Quando o magma não atingia a superfície, consolidava-se entre as
camadas das rochas sedimentares pré-existentes e nas próprias fendas, formando as rochas
intrusivas básicas, que aparecem sob as formas de soleiras (sill) ou de diques.
Tanto as rochas extrusivas como as intrusivas originaram a Formação
Serra Geral, entre 147 e 119 milhões de anos passados, ou seja, do Jurássico Superior ao Cretáceo
Inferior.
2.4. A Formação Bauru
No fim da Era Mesozoica, ou seja, no Período Cretáceo Superior, tendo
cessado os fenômenos desérticos e vulcânicos, iniciou-se a sedimentação da Formação Bauru, de
cuja subdivisão estratigráfica resultou para o município em estudo, os sedimentos correlatos à
Formação Itaqueri.
Esta sedimentação foi realizada em clima semiárido; como a área em
questão estava próxima da zona de fornecimento de material, onde se realizava um movimento
epirogenético positivo, houve aí grande retomada de erosão pelos cursos d'água.
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2.5. A Formação Adamantina
Os sedimentos da formação Adamantina compreendem arenitos finos a
muito finos que podem conter cimentação e nódulos carbonáticos, além de lentes de siltitos
arenosos e argilitos, na forma de bancos maciços. Exibem grande variedade de estruturas
sedimentares, caraterizadas pela presença de estratificações plano-paralela e cruzada de pequeno
porte. A existência de variações regionais significativas fizeram com que muitos estudiosos
dividissem a formação Adamantina em subunidades de mapeamento, baseadas em diferenças
petrográficas e estruturais.
A formação é a de mais ampla distribuição entre as unidades geológicas
encontradas na Bacia do Baixo Tietê, sendo encontrada nos níveis mais elevados do relevo, uma
vez que foi totalmente removida pela erosão nos baixos vales dos principais rios.
Suas rochas são em geral pouco alteradas, destacando-se pela coloração
bege ou creme, às vezes amarronzada clara, sendo por isto de fácil distinção das demais unidades
do Grupo Bauru.
As maiores espessuras são encontradas nos espigões aonde chegam a
alcançar dezenas de metros, adelgaçando-se nas porções mais erodidas e em direção as regiões
leste e nordeste da bacia.
A Formação Adamantina é a que aflora em toda área do Município em
pauta, sendo que as cotas altimétricas mais baixas estão a 565 metros e as mais elevadas a 718
metros no Monte do Broa na Serra do Jaboticabal.
3. A Era Cenozoica
A segunda fase da história geológica da bacia intracratônica do Paraná,
inicia-se após o período Cretáceo, ou seja, no princípio da era Cenozoica, com a epirogênese
ascensional da borda da referida bacia, e dos terrenos pré-cambrianos orientais mineiros.
Tal acontecimento acelerou os processos erosivos nestes locais em
elevação, entalhando e embutindo os vales dos cursos d'água, esboçando o atual relevo.
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Figura 5. Epirogênese ascensional da borda da bacia.
3.1. As Cascalheiras
Associado ao levantamento regional, o clima semiárido proporcionava
chuvas torrenciais, com grandes escoamentos difusos e concentrados, capazes de transportar
material dos mais variados tamanhos, que se depositavam ao longo das encostas, formando a
"Stone line" (linha de pedra), cascalheiras ou paleopavimentos, alguns deles diamantíferos.
3.2. Os Depósitos de Cobertura
Em períodos posteriores, geralmente as cascalheiras foram capeadas
pelos chamados Depósitos de Cobertura ou materiais transportados, por efeito da gravidade, de
um lugar para outro e que acompanham o relevo atual, ficando neles contidos os horizontes
superficiais dos solos.
Geralmente, estes depósitos coluvionares refletem, em sua granulometria
e composição mineralógica, uma certa correspondência com os produtos de alteração das rochas
predominantes. Assim, os depósitos que capeiam os basaltos e os diabásios são mais argilosos em
relação aos das litologias sedimentares arenosas.
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Nas encostas baixas das serras e nos sopés aparecem matacões ou
pedras grandes, tanto de basalto como de arenito silicificado, imersos em matriz arenosa, com até
10 metros de espessura.
O estudo das cascalheiras e dos depósitos de cobertura é de suma
importância, não só porque através de pesquisas locais pode-se chegar a um conhecimento mais
efetivo da gênese, concentração e dispersão de pedras preciosas, mas também porque
apresentam estreita relação com as tentativas para a melhor compreensão das modificações
paleogeográficas e paleoclimáticas ocorridas no Período Quaternário.
3.3. Os Depósitos Aluvionares
O movimento epirogenético ascensional da região continua até os nossos
dias e a sedimentação é realizada ao longo dos rios, nas margens rasas e nas vertentes, onde há a
diminuição da velocidade do escoamento superficial. No município em estudo, destacam-se os
aluviões recentes, acumulados nas planícies fluviais do Ribeirão dos Porcos, constituídos de argilas
com ou sem matéria orgânica, siltes, areias e cascalhos.
4. Geologia de Taquaritinga
A Formação Adamantina aflora de modo generalizado em praticamente
toda a área de ocorrência do Grupo Bauru, onde se encontra o Município de Taquaritinga.
Esta Formação é constituída por um conjunto de fácies cuja principal
característica é a presença de bancos de arenitos de granulação de fina a muito fina, cor de róseo
a castanho, portando estratificação cruzada, com espessuras variando entre 2 a 20 metros,
alternados com bancos de lamitos, siltitos e arenitos lamíticos, de cor castanho-avermelhado a
cinza castanha, maciça ou com acamamento plano-paralelo grosseiro, frequentemente com
marcas de onda a micro-estratificação cruzada (Soares et allii, 1980 ). São comuns a ocorrência de
eixos de argilito da própria unidade, cimento e nódulos carbonáticos. O contato inferior da
Formação Adamantina normalmente se dá com a Formação Santo Anastácio, ou diretamente com
o embasamento basáltico. Ocorre por vasta extensão do oeste do Estado de São Paulo,
constituindo os terrenos da maior parte do Planalto Ocidental, só deixando de aparecer nas
porções mais rebaixadas dos vales dos principais rios, onde já foi removida pela erosão. A
espessura desta formação chega a atingir 190m.
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Figura 6. Mapa geológico, seta vermelha destacando Taquaritinga.
Fonte: relatório de situação dos recursos hídricos da bacia hidrográfica do tietê/batalha – UGRHI-16, 1999.
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Figura 7: Mapa geológico, sem escala, do Município de Taquaritinga – SP. Mapa com escala anexo.
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5. Geomorfologia
A geomorfologia é a ciências que estuda a gênese e a evolução das
formas de relevo sobre a superfície da terra. Essas formas são resultantes dos processos atuais e
pretéritos ocorridos sobre a litologia e origina-se a partir de forças endógenas, resultado da
dinâmica da Terra e responsável por esculpir as formas de relevo, e exógenas, resultado da
interação sol, água e litologia que modelam a superfície terrestre. A partir da ação dessas duas
forças, a superfície da Terra está em constante mudança. As formas de relevo se alteram entre as
regiões como resultadas da ação conjunta dos componentes da natureza, que por sua vez,
também são influenciados em diferentes proporções pelas formas de relevo. O Estado de São
Paulo está dividido em cinco províncias geomorfológicas: Planalto Atlântico, Província Costeira,
Depressão Periférica, Cuestas Basálticas e Planalto Ocidental de acordo com a proposta de
Almeida (1964:20).
Figura 8. Mapa geomorfológico do Estado de São Paulo (IPT, 1981).
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O trabalho de Almeida (1964) serviu de suporte ao primeiro mapeamento
sistemático do relevo no Estado, elaborado por Ponçano et. al. (1981). Os autores utilizaram
metodologia desenvolvida pelo "Commnonwealth Scientific and Industrial Research Organization -
CSIRO" e identificaram as regiões no Estado a partir de padrões recorrentes de topografia, solos e
vegetação, resultando em um mapa sintético que enfatizou os padrões morfológicos do relevo.
Para realizar o mapeamento, utilizaram Imagens Landsat (1:250.000 e 1:500.000), mosaicos semi-
controlados de radar do Projeto RADAMBRASIL (1:250.000) e cartas topográficas (1:50.000 e
1:100.000). (PONÇANO et. al. 1981:12,13)
Seguindo esta metodologia, os autores identificaram as províncias
geomorfológicas do Estado e realizaram a subdivisão em zonas (mapeando os sistemas de relevo)
e em subzonas (as unidades de relevo). A proposta de Ross e Moroz (1997), posterior ao trabalho
de Ponçano et. al. (1981), levou em consideração que cada unidade geomorfológica de grande
dimensão se distingue na paisagem pelas suas características fisionômicas (morfologia), mas
também pela gênese e idade. Utilizou os conceitos de morfoestrutura e morfoescultura e
enfatizou que "o estrutural e o escultural estão presentes em qualquer tamanho de forma, embora
suas categorias de tamanhos, idades, gêneses e formas, são possíveis de serem identificadas e
cartografadas separadamente e, portanto em categorias distintas". (ROSS & MOROZ, 1997:17)
As principais características dos tipos de relevo da área correspondente
aos domínios da ABAG/RP puderam ser identificadas, com base no Mapa Geomorfológico do
Estado de São Paulo proposto por Ross e Moroz (1997) e editado pelo Instituto de Pesquisas
Tecnológicas (IPT). Como resultado preliminar do diagnóstico na área de estudo, baseado em
levantamento bibliográfico, verifica-se a ocorrência dos seguintes tipos principais de relevo,
conforme a Tabela abaixo:
UNIDADES
MORFOESTRUTURAIS
UNIDADES
MORFOESCULTURAIS TIPOS DE RELEVO
Bacia Sedimentar do
Paraná
Planalto Ocidental Paulista
Planalto Centro Ocidental
Patamares Estruturais de Ribeirão Preto
Planaltos Residuais de Franca/Batatais
Planalto Residual de São Carlos
Depressão Periférica
Paulista Depressão de Mogi-Guaçu
Bacias Sedimentares
Cenozoicas
Depressão Periférica
Paulista Planícies Fluviais Diversas
Tabela 1. Unidades morfoestruturais e tipos de relevo identificados na área de estudo (ABAG-RP)
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5.1. Unidades Morfoestruturais da Bacia Sedimentar no Paraná
De acordo com Ross (1985), essa morfoestrutura é caracterizada pela
presença de terrenos sedimentares do Devoniano ao Cretáceo e com forte ocorrência de rochas
vulcânicas, preferencialmente do sul da bacia formadas no Jurássico-Cretáceo. O contato desta
unidade é marcadamente formado pela presença de Cuestas. Durante a Era Cenozoica, esta
região sofreu processo de epirogênese, que resultou no soerguimento desigual da Plataforma
Sul-americana, iniciando novos processos erosivos, sob diferentes condições climáticas e
ocasionando as diferenciações entre o Planalto Ocidental e a Depressão Periférica. (ROSS &
MOROZ, 1997:41).
Figura 9: Mapa de altimetria e unidades Morfoestruturais do Município de Taquaritinga, em vermelho.
ABAG/RP 2005.
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5.1.1. Planalto Ocidental Paulista
Possui o relevo levemente ondulado onde predominam as colinas amplas
e baixas com topos aplainados. (ROSS & MOROZ, 1997:42).
a. Planalto Centro Ocidental
Segundo Ross & Moroz (1997:42), nesta unidade predominam as formas
de relevo denudacionais, marcadamente formadas por colinas amplas e baixas com topos
convexos, aplanados ou tabulares. Os entalhamentos médios dos vales apresentam-se inferiores a
20 metros, as dimensões interfluviais médias estão entre 1.750 e 3.750 metros, as altitudes variam
entre 400 e 700 metros e as declividades médias das vertentes entre 2% e 10%. Os rios
apresentam padrão paralelo com traçados ligeiramente inclinados em direção ao rio Paraná. A
densidade de drenagem é baixa e os vales são pouco entalhados, apresentando baixa dissecação.
Em geral, apresenta-se com baixo nível de fragilidade potencial, no entanto, as vertentes mais
inclinadas são extremamente susceptíveis aos processos erosivos.
As planícies são terrenos planos, de natureza sedimentar fluvial
quaternária, geradas por processos de agradação (decomposição de sedimentos), que
correspondem às áreas sujeitas a inundações periódicas. Os terraços fluviais também são áreas
planas ou levemente inclinadas, poucos metros mais elevados que as planícies fluviais e, portanto,
quase sempre livres de inundações.
As planícies fluviais apresentam declividades inferiores a 2% e
posicionam-se em diferentes níveis altimétricos. São formadas por sedimentos fluviais arenosos e
argilosos inconsolidados e os solos são do tipo Glei Húmico e Glei Pouco Húmico.
O potencial de fragilidade destas planícies é muito alto por serem áreas
sujeitas a inundações periódicas, com lençol freático pouco profundo e sedimentos inconsolidados
sujeitos a acomodações constantes.
b. Planalto residual de São Carlos
Segundo Ross & Moroz (1997:43) esta unidade encontra-se no reverso
da cuesta no interflúvio Tietê/Mogi-Guaçu. As formas de relevo predominante são as
denudacionais, basicamente formadas por colinas de topos convexos e tabulares. O entalhamento
dos vales varia em torno de 20 a 80 metros e a dimensão média dos interflúvios de 250 a 3.750
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metros. As altitudes predominantes estão entre 600 e 900 metros, a declividade das vertentes com
valores de 2 a 30% (nos setores mais dissecados, que apresentam um alto e até muito alto nível
de fragilidade). A densidade de drenagem é classificada como média a alta.
c. Patamares Estruturais de Ribeirão Preto
Segundo Ross & Moroz (1997:42,43), as formas de relevo desta unidade
são predominantemente denudacionais, marcadamente formadas por colinas amplas e baixas
com topos tabulares. Os vales possuem entalhamento médio com valores inferiores a 20 metros,
as dimensões dos interflúvios variam de 750 até 3.750 metros, sendo os principais cursos d'água
formados pelos rios Pardo e Mogi-Guaçu e seus tributários. As altitudes encontram-se entre 500 e
700 metros e as declividades médias variam em torno de 2% a 10%.
d. Planaltos Residuais de Franca/Batatais ou Cuestas Basálticas
Esta Província caracteriza-se morfologicamente por apresentar um relevo
escarpado nos limites com a Depressão Periférica e segundo Ross & Moroz (1997:43) esta
unidade encontra-se no reverso da cuesta no interflúvio Mogi-Guaçu/Grande. Nesta classe
predominam formas de relevo denudacionais, basicamente formadas por colinas de topos
aplanados ou tabulares, com vales entalhados de 20 a 40 metros e dimensão média dos
interflúvios entre 750 a 3.750 metros. As declividades das vertentes variam em torno de 2 a 10% e
as altitudes entre 800 a 1.100 metros. Por serem áreas mais altas são também regiões dispersoras
da rede de drenagem.
Quanto à constituição litológica, tem-se que a Província é denominada
por derrames de rochas eruptivas básicas, superposto, extensos de várias dezenas até mais de
uma centena de quilômetros, e espessos de várias dezenas de metros. Os derrames recobriram
depósitos das formações Piramboia e Botucatu, basicamente formados por arenitos de origem
fluvial ou eólica, respectivamente. Lentes de arenitos eólicos, sobre os basaltos, encontram-se
muitas vezes intercaladas nos derrames.
Dada a heterogeneidade litológica nas áreas dos planaltos residuais, a
cartografia de detalhe permite individualizar de forma detalhada alguns sistemas de relevo (IPT,
1981b), que se caracterizam por formas diferenciadas.
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5.1.2. Depressão Periférica Paulista
Com base em Ross (1990), a depressão periférica está localizada quase
que totalmente nos sedimentos Paleo-mesozóicos da bacia do Paraná. Apresenta vários
modelados devido à ação do tectonismo, diversidade de litologias e diferenciações
paleoclimáticas. No geral, as altitudes oscilam entre 600 e 750 metros, possui densa rede de
drenagem (os principais rios são: Tietê, Paranapanema, Mogi-Guaçu e Pardo) que possuem curso
consequente em direção ao Rio Paraná, o maior deles.
a. Depressão de Mogi-Guaçu
Segundo Ross e Moroz (1997:46), as formas de relevo denudacionais que
se apresentam com modelados de colinas em topos tabulares amplos predominam nesta
unidade. O entalhamento dos vales é de até 20 metros e a dimensão dos interflúvios varia entre
1.750 a 3.750 metros. A rede de drenagem apresenta-se com padrão dendrítico. As altitudes
encontram-se entre 500 e 650 metros e as declividades entre 5 a 10%.
5.2. Unidades Morfoestruturais das Bacias Sedimentares Cenozoicas
De acordo com Ross e Moroz (1997:49) estas morfoestruturas ocorrem
de forma restrita e descontínua em praticamente todas as outras unidades morfoestruturais.
5.2.1. Planícies Fluviais
Estas unidades ocorrem "em áreas restritas, associadas aos depósitos a
montante de níveis de base locais e regionais. Corresponde às áreas essencialmente planas,
geneticamente geradas por deposição de origem fluvial, onde atualmente predominam os
processos agradacionais". (ROSS & MOROZ, 1997:49)
a. Planícies Fluviais Diversas
Segundo Ross e Moroz (1997:52) os terrenos que, devido a baixa
declividade (inferiores a 2%) são formadas por sedimentos fluviais de idade geológica recente
(quaternário) e encontram-se às margens dos rios estando sujeitos a inundações periódicas onde
ocorrem sedimentos formados principalmente por areia e argila. A região central do Estado de
São Paulo está inserida em sua maior parte na Província Geomorfológica na Província do Planalto
Ocidental Paulista.
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Figura 10: Mapa de declividade, sem escala, do Município de Taquaritinga. Mapa com escala anexo.
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5.3 A rede de drenagem
No estudo das aerofotos e das imagens de radar e de satélites, o que
mais chama atenção é o controle estrutural exercido sobre a drenagem da área em foco, das
camadas rochosas e diques, fraturas nelas contidas. Tal fato é refletido no paralelismo e na
retilinidade de certos seguimentos da rede de drenagem.
O Município de Taquaritinga é drenado por várias sub-bacias, onde as
mais importantes são: Ribeirão dos Porcos e seus tributários, Córrego do Rumo e seus tributários,
Córrego da onça e seus tributário, Ribeirão da Jurema e seus Tributários, Córrego da Capivara e
seus Tributários, Córrego Água limpa e seus Tributários e o Ribeirãozinho.
5.4. As formas de relevo e a densidade de drenagem
Esta rede de drenagem e o relevo por ela esculpido apresentam certas
individualidades dentro da área municipal. As características individuais de cada sistema de relevo
podem ser melhores entendidas comparando-se os Mapas Geológicos e Geomorfológicos.
Destacam-se as seguintes formas de relevo:
5.4.1. Colinas Amplas
Este é o tipo de relevo dominante nas áreas de arenito Piramboia e de
intrusivas básicas das partes mais baixas. Estas colinas são amplas, apresentando topos extensos e
aplainados e vertentes com perfis de retilíneos a convexos e com declividade baixa. A densidade
de drenagem é baixa, com padrão de subdendrítico a retangular, resultando vales abertos, às
vezes com planícies aluviais restritas, como as dos rios Santa Bárbara, São Francisco e Capanema.
5.4.2. Colinas Médias
Esculpidas nos sedimentos correlatos à Formação Itaqueri e nos
Depósitos de Cobertura. As áreas entre os cursos d’água, ou interflúvios, variam de 1 e 4 km²,
com topos planos e perfis de vertentes de convexos a retilíneos. A densidade de drenagem varia
de média a baixa, com padrão sub-retangular, sendo que os vales podem ser abertos ou
fechados.
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5.4.3. Colinas Arredondadas
Este tipo de topografia caracteriza-se pelos morros de topos
arredondados e localmente achatados, vertentes com perfis variando de convexos a retilíneos,
declividades superiores a 15% e localmente bastante revinados, ou erodidos. Há algumas
exposições locais de rochas nos espigões curtos. A densidade de drenagem é média, de padrão
que varia de dendrítico a subdendrítico, apresentando vales fechados, o que confere ao relevo um
aspecto mais movimentado. Os morrotes desenvolvem-se em rochas basálticas e diabásicas da
Formação Serra Geral e nos arenitos Piramboia e Botucatu.
5.4.4. Morrotes Alongados e Espigões
Predominam interflúvios sem orientação preferencial, com topos
angulosos a achatados e vertentes ravinadas com perfis retilíneos, são notados principalmente
onde os basaltos se acham mais entalhados, na região entre cuestas internas e externas.
Drenagem de média a alta densidade, com padrão dendrítico e vales fechados, ocorre em áreas
restritas na cabeceira do Ribeirão São Pedro, sobre substrato arenoso das formações Marília e
Adamantina. Esta formação é encontrada ao norte e nordeste do Município.
5.4.5 Encostas Sulcadas por Vales Subparalelos
Desfeitos em interflúvios lineares de topos angulosos a arredondados,
vertentes de perfis retilíneos. Drenagem de média densidade, padrão subparalelo a dendrítico,
vales fechados. Restrito ao flanco sul do Planalto de Marília, sustentado por arenitos e
conglomerados com cimento carbonático.
5.4.6 Planícies Aluviais
Este tipo de relevo apresenta terrenos baixos e mais ou menos planos
junto às margens do Ribeirão dos Porcos e Córrego da Onça, no limite de Taquaritinga e Matão.
5.5. Descrição Geomorfológica do Município de Taquaritinga
O município de Taquaritinga esta localizado em uma área onde
predominam características geomorfológica de relevo colinoso com predomínio de baixas
declividades e amplitudes locais inferiores a 100m, sendo composto por colinas médias com
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predomino de interflúvios com áreas de 1 a 4 km, topos aplainados vertentes com perfis convexos
retilíneos, vertentes ravinadas com perfis convexos e retilíneos. Drenagem de média a baixa
densidade, vales fechados, planícies aluviais inferiores.
Há também uma área de predominância de relevos de encosta de
transição onde amplitudes são maiores que 100 m e médias declividades, esta área é composto
por encostas sulcadas por vales subparalelos desfeitas em interflúvios lineares de topos angulosos
e arredondado, vertente de perfis retilíneos. Drenagem de média densidade, vales fechados.
Figura 11. Mapa geomorfológico, seta vermelhando indicando o Município de Taquaritinga - SP.
Fonte: Relatório de Situação dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Tietê/Batalha – UGRHI-16, 1999.
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Figura 12: Mapa geomorfológico, sem escala, do Município de Taquaritinga – SP. Mapa com escala anexo.
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6. Pedologia
Conforme estudos da ABAG-RP, em sua área de abrangência situada na
área central e Nordeste do Estado de São Paulo, por sua extensão apresenta grande variabilidade
de classes de solos. São identificadas segundo o “Mapa Pedológico do Estado de São Paulo”
principalmente as seguintes classes de solos: Argissolos Vermelho-Amarelos, Cambissolos
Háplicos, Gleissolos Háplicos, Gleissolos Melânicos, Latossolos Amarelos, Latossolos Vermelho-
Amarelos, Latossolos Vermelhos, Neossolos Flúvicos, Neossolos Litólicos, Neossolos
Quartzarênicos, Nitossolos Vermelhos, Organossolos e Planossolos Háplicos. As unidades de
mapeamento são as mesmas do trabalho de Oliveira et al. (1999).
Figura 13. Mapa pedológico da região de atuação da ABAG/RP, 2005.
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O relevo pode apresentar diferentes declividades, predominado as
classes de relevo suave ondulado (3-8% de declive) e plano (<3% de declive). Predominam na
região solos distróficos, com exceção de inclusões por toda a área e da porção oeste, que
apresenta solos predominantemente eutróficos. Tal característica indica que a maioria dos solos
necessita de calagem para neutralizar a acidez e elevar os teores de Ca2++ e Mg2++, como
também de fertilizantes. Porém, como o relevo local dominante favorece a mecanização, estas
práticas são de execução relativamente simples, quando adotadas as tecnologias adequadas.
A classe de solos dominante é a dos Latossolos, em relevo pouco
declivoso. Esses solos geralmente possuem propriedades morfológicas e físicas que facilitam o
manejo agrícola, facilitando a aplicação de corretivos e fertilizantes que garantam elevadas
produtividades. Apresentam baixa erodibilidade quando comparados a outras classes de solos,
como é o caso dos Argissolos e Neossolos Quartzarênicos. Estes últimos requerem atenção mais
cuidadosa quanto ao manejo, para evitar a degradação dos solos. Os Latossolos pelas condições
físicas e de relevo, quando bem manejados podem refletir em elevada produtividade agrícola.
Ocorrem solos mais rasos em regiões mais declivosas como os
Cambissolos e os Neossolos Litólicos. Tais solos apresentam limitações para trafegabilidade e alta
erodibilidade, tendo baixa aptidão agrícola quando comparados aos Latossolos, Nitossolos e
Argissolos de relevo pouco declivoso.
Nos fundos dos vales e nas várzeas podem ser encontrados
principalmente Gleissolos, Organossolos, Cambissolos, Neossolos Flúvicos e Planossolos. Os
Gleissolos e os Organossolos apresentam como principal limitação o excesso de água,
necessitando de sistemas de drenagem para seu manejo agrícola.
Na área da ABAG-RP existem muitos perímetros com agricultura irrigada,
localizados em um eixo sudeste-noroeste, com maior densidade na porção noroeste. Em uma
análise simples pode ser verificado que os projetos foram bem locados quanto à aptidão agrícola
dos solos e seus potenciais produtivos. A Tabela a seguir apresenta que 95% da área irrigada
localizam-se em solos profundos, bem drenados e com relevo plano ou suave ondulado das
classes dos Latossolos ou Nitossolos.
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CLASSE DE SOLO ÁREA IRRIGADA (%)
Latossolos Vermelhos 80
Latossolos Amarelos 6
Latossolos Vermelho-Amarelos 4
Nitossolo Vermelho 5
Gleissolos 4
Argissolos Vermelho-Amarelos 1
Tabela 2. Área percentual dos perímetros irrigados segundo as principais classes de solos.
Estas são as principais classes de solos encontradas na região da ABAG-
RP, seus atributos principais e as unidades de mapeamento segundo os trabalhos Oliveira (1999),
Oliveira et al. (1999) e Embrapa (1999), onde se localiza o município de Taquaritinga.
6.1. Descrição dos Solos
6.1.1. Cambissolos
Definição: Tipo de solos constituídos por material mineral, que
apresentam horizonte A ou hístico com espessura < 40 cm, seguido de horizonte B incipiente e
satizfazendo os seguintes requisitos:
• B incipiente não coincidente com horizonte glei dentro de 50 cm da
superfície do solo;
• B incipiente não coincidente com horizonte plíntico;
• B incipiente não coincidente com horizonte vértico dentro de 100 cm
da superfície do solo; e não apresentar a conjugação de horizonte A chernozêmico e horizonte B
incipiente com alta saturação por bases e argila de atividade alta.
Sub-ordens registradas:
- Cambissolos Háplicos
Atributos principais: Os Cambissolos da área de estudo estão situados em
relevo ondulado. Apresentam restrições ao uso agrícola, pois possuem elevada erodibilidade, forte
risco de degradação, forte limitação à trafegabilidade, à qual é aumentada com a pedregosidade
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e afloramentos de rocha. São solos pobres em nutrientes e ácidos, apresentando elevados teores
de alumínio trocável, condição difícil de ser corrigida pelas limitações de trafegabilidade. É comum
a presença de solos apresentando horizonte Cr (saprolito) constituído por rocha parcialmente
intemperizada a profundidades inferiores a 1,5m. Geralmente, tais saprolitos apresentam
significativo estádio de intemperismo, sendo, portanto, de consistência branda, não oferecendo
limitações ao sistema radicular das plantas.
Devido aos solos serem relativamente pouco evoluídos, os Cambissolos
apresentam, em geral, significativos teores de minerais primários facilmente intemperizáveis, os
quais podem constituir apreciável reserva de nutrientes para as plantas, particularmente de K+
lábil.
6.1.2. Gleissolos
Definição: São solos constituídos por material mineral com horizonte glei
imediatamente abaixo de horizonte A, ou de horizonte hístico com menos de 40 cm de espessura;
ou horizonte glei começando dentro de 50 cm da superfície do solo. Não apresentam horizonte
plíntico ou vértico, acima do horizonte glei ou coincidente com este, nem horizonte B textural com
mudança textural abrupta coincidente com horizonte glei, nem qualquer tipo de horizonte B
diagnóstico acima do horizonte glei.
Sub-ordens registradas:
- Gleissolos Melânicos: solos com horizonte H hístico com menos de
40cm de espessura ou horizonte A húmico, proeminente ou chernozêmico;
- Gleissolos Háplicos: outros Gleissolos.
Atributos principais: Os Gleissolos apresentam sérias limitações impostas
pela presença de lençol freático a pouca profundidade. A aeração inadequada aumenta a
resistência da difusão dos gases do solo para a atmosfera e vice-versa, consumindo rapidamente
o oxigênio do solo pelos microrganismos e plantas, inibindo o crescimento das raízes. Além disso,
há importante perda de N mineralizado e o ambiente redutor facilita a formação de compostos
bivalentes de Fe e Mn os quais são tóxicos. A utilização de tais solos com plantas mesófilas requer,
portanto, que sejam drenados a fim de melhorar as condições de aeração na zona da rizosfera.
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Devido à formação em sedimentos aluviais, os Gleissolos apresentam
geralmente textura errática ao longo do perfil, às vezes com variações texturais muito grandes
entre os horizontes.
A maioria dos Gleissolos são distróficos e bastante ácidos requerendo a
aplicação de corretivos e fertilizantes para a obtenção de colheitas satisfatórias. Exceção dos solos
com A chernozêmico. Os gleissolos, principalmente os melânicos podem apresentar problemas de
trafegabilidade tanto pelo alto lençol freático, como pelos elevados teores de material orgânico,
que diminuem sua capacidade de suporte. Por estarem situados em várzeas, os Gleissolos
apresentam elevado risco de inundação.
6.1.3. Latossolos
Definição: São solos constituídos por material mineral, apresentando
horizonte B latossólico imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200cm
da superfície do solo ou dentro de 300cm, se o horizonte A apresenta mais que 150cm de
espessura.
Sub-ordens registradas
- Latossolos Amarelos – Solos com matiz mais amarelo que 5YR na maior
parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
- Latossolos Vermelhos – Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelho na
maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (inclusive BA).
- Latossolos Vermelho-Amarelo – Outros solos com matiz 5YR ou mais
vermelhos e mais amarelos que 2,5YR na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B
(inclusive BA).
Atributos principais: A classe dos Latossolos constitui o agrupamento de
solos mais extenso do Estado de São Paulo. São, em geral, solos com boas propriedades físicas e
situados, na maioria dos casos, em relevo favorável ao uso intensivo de máquinas agrícolas,
exceção dos solos em regiões serranas. Os Latossolos tendem a apresentar elevada porosidade e
friabilidade, o que facilidade seu manejo agrícola. O relevo com declividade geralmente inferior a
5% qualifica os Latossolos como os mais adequados para a agricultura extensiva no Estado de São
Paulo. Sua principal limitação é a baixa disponibilidade de nutrientes nos solos distróficos e a
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toxicidade por alumínio trocável. Porém, o relevo favorecendo a mecanização, torna tais
deficiências de fácil correção quando aplicada a tecnologia adequada.
São solos com boa drenagem interna, mesmo os argilosos. Os Latossolos
Férricos devido ao elevado teor de óxidos de ferro apresentam elevada capacidade de adsorção
de fósforo. Tal fato pode ser de importância na planificação de emprego de insumos em áreas
porventura ainda não agricultadas.
Esses solos, quando ácricos, apresentam virtual ausência de alumínio ao
longo do perfil, o que constitui fator positivo, mas natureza oxídica do material desses solos
permite que se manifeste a pouca profundidade, a predominância de cargas positivas sobre as
negativas. Consequentemente, a retenção de ânions (sulfatos, fosfatos, nitratos) é maior que a de
cátions, fato que demanda práticas específicas de manejo.
Na região de Guaíra, no norte do estado, foram registradas significativas
áreas de Latossolos Vermelhos e Latossolos Amarelos, ambos acriférricos. Tais solos podem
apresentar horizonte pretoplíntico contínuo (bancada laterítica) à profundidade que varia de 80-
200 cm. Nesses solos, especialmente nos Latossolos Amarelos, devido a situarem-se em relevo
praticamente plano, na época chuvosa, chega a formar-se temporariamente um “lençol d’água”
pelo fato de este tipo de horizonte petroplíntico ser praticamente impermeável, exceção das
fendas existentes.
Nos Latossolos de textura média, o teor relativamente elevado de areias,
confere-lhes uma geometria de poros onde os macroporos são preponderantes. Nesta situação a
capacidade de retenção de água é baixa e a permeabilidade do solo alta, favorecendo a déficits
hídricos nos períodos de veranicos.
A baixa atividade das argilas dos Latossolos confere-lhes diminuta
expansibilidade e contratilidade, qualificando, os de textura argilosa, como excelente material para
piso de estradas. Por serem solos fáceis de serem escavados e ainda bastante profundos e
porosos são bastante apropriados para aterros sanitários.
6.1.4. Nitossolos
Definição: São solos constituídos por material mineral que apresentam
horizonte B nítico, com argila de atividade baixa imediatamente abaixo do horizonte A ou dentro
dos primeiros 50 cm do horizonte B.
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Sub-ordens registradas:
- Nitossolos Vermelhos – Solos com matiz 2,5YR ou mais vermelho na
maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B (exclusive BA).
Atributos principais: Os Nitossolos apresentam sempre estrutura em
blocos ou prismática bem desenvolvida no horizonte B. As principais limitações desses solos se
relacionam à erosão, pois tem sido notada maior susceptibilidade à erosão desses solos quando
comparados aos Latossolos Vermelhos de textura argilosa.
São solos com discreto aumento de argila em profundidade,
apresentando, apesar de argilosos, boa drenagem interna. Os Nitossolos Férricos apresentam alta
capacidade de adsorção de fósforo, o que deve ser considerado no manejo da adubação
fosfatada. Em alguns ambientes de ocorrência desses solos a declividade é mais acentuada, o que
limita a produção agrícola de culturas anuais. Os Nitossolos latossólicos apresentam propriedades
físicas semelhantes aos Latossolos. Quando em relevo plano ou suave ondulado, podem ser
manejados também de maneira semelhante.
6.1.5. Argissolos
Definição: São solos constituídos por material mineral, apresentando
horizonte B textural com argila de atividade baixa imediatamente abaixo do horizonte A ou E, e
satisfazendo, ainda, os seguintes requisitos:
• Horizonte plíntico, se presente, não está acima e nem é coincidente
com a parte superior do horizonte B textural;
• Horizonte glei, se presente, não está acima e nem é coincidente com a
parte superior do horizonte B textural.
Sub-ordens registradas
- Argissolos Vermelho-Amarelos – Solos com matiz 5YR ou mais
vermelho e mais amarelo que 2,5YR na maior parte dos primeiros 100cm do horizonte B (inclusive
BA).
Atributos principais: O acréscimo de argila em profundidade e a
capacidade de troca de cátions inferior a 27cmol/kg de argila, são os principais atributos
diagnósticos para todos os Argissolos.
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Na área da ABAG-RP os Argissolos na sua maioria apresentam caráter
eutrófico, indicando maior fertilidade do que a maioria desses solos. Os Argissolos quando
apresenta elevado gradiente textural são muito susceptíveis à erosão, sendo necessários cuidados
especiais, principalmente nos arênicos e espessarênicos.
Nas regiões serranas é comum a presença de afloramentos rochosos
associadas a esses solos. Essas características estão geralmente associadas a relevos forte
ondulado e montanhoso, o que limita tais solos ao uso agrícola.
6.1.6. Neossolos
Definição: Solos pouco evoluídos e sem horizonte B diagnóstico.
Sub-ordens registradas:
- Neossolos Litólicos (Solos Litólicos) – Solos com horizonte A ou O
hístico com menos de 40 cm de espessura, assente diretamente sobre a rocha ou sobre um
horizonte C ou Cr, ou sobre material com 90% (por volume), ou mais de sua massa constituída
por fragmentos de rocha com diâmetro maior que 2 mm (cascalhos, calhaus e matacões) e que
apresentam um contato lítico dentro de 50 cm de superfície do solo. Admite um horizonte B, em
início de formação cuja espessura não satisfaz a qualquer tipo de horizonte B diagnóstico.
- Neossolos Flúvicos (Solos Aluviais) – Solos derivados de sedimentos
aluviais com horizonte A assente sobre horizonte C, constituídos de camadas estratificadas, sem
relação pedogenética entre si, apresentando ambos ou um destes requisitos:
• Decréscimo irregular do conteúdo de carbono orgânico em
profundidade, dentro de 200 cm da superfície do solo;
• Camadas estratificadas em 25% ou mais do volume do solo, dentro de
200 cm da superfície do solo.
- Neossolos Quartzarênicos (Areias Quartzosas) – Outros solos com
sequência de horizontes A-C, sem contato lítico dentro de 50 cm de profundidade, apresentando
textura areia ou areia franca nos horizontes até, no mínimo, a profundidade de 150 cm a partir da
superfície do solo ou até um contato lítico. São essencialmente quartzosos, tendo nas frações
areia grossa e areia fina 95% ou mais de quartzo, calcedônia e opala e, praticamente, ausência de
minerais primários alteráveis (menos resistentes ao intemperismo).
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Atributos principais: Os Neossolos Litólicos são por definição solos que
apresentam reduzida profundidade efetiva. Essa condição limita seu uso com agricultura devido
ao reduzido volume de terra disponível para o ancoramento das plantas e para a retenção de
umidade. A maioria desses solos ocorre em relevos acidentados, portanto muito susceptíveis à
erosão e apresentam sérias limitações de trafegabilidade. Seu uso requer cuidados especiais
quanto aos tratos conservacionistas.
Os Neossolos Quartzarênicos são, em geral, essencialmente areno-
quartzosos. Isso determina que sejam virtualmente desprovidos de minerais primários
intemperizáveis, que apresentem atividade coloidal muito baixa, além de baixa capacidade de
retenção de nutrientes e de água. Devido à baixa adesão e coesão apresentam elevada
erodibilidade; são, contudo em geral solos profundos. Sua pobreza de nutrientes torna
imprescindível a aplicação de insumos para que sejam possíveis produções satisfatórias. Seu baixo
poder tampão demanda que as aplicações de insumos sejam efetuadas parceladamente de forma
a minimizar as perdas e evitar saturação do complexo sortivo. Em consequência da textura
grosseira, são muito porosos e com elevada permeabilidade. Tal atributo, juntamente com a baixa
capacidade adsortiva, caracteriza-os como material pouco adequado para receber efluentes que
contenham produtos tóxicos devido à facilidade de contaminação dos aquíferos. Durante o
período seco podem apresentar limitações quanto a trafegabilidade. Os Neossolos Flúvicos
situam-se em planícies aluviais e em função do relevo apresentam profundidades efetivas
variadas. Em média, porém, pode-se dizer que predominam os solos profundos, sendo o fator
limitante a presença de lençol freático, o qual está sempre bem mais profundo que nos Gleissolos,
com os quais se associam na paisagem. São geralmente de fácil preparo e ricos em minerais
primários, principalmente micas. Por serem formados por sedimentos aluviais é comum textura
errática no perfil. É solo estratificado, com camadas de diferentes naturezas.
6.1.7. Planossolos
Definição: Solos constituídos por material mineral com horizonte A ou E
seguido por B plânico e satisfazendo, ainda, os seguintes requisitos:
• Horizonte plíntico, se presente, coincide com um destes dois horizontes;
• Horizonte glei, se presente, coincide com o B plânico.
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-Sub-ordens registradas:
- Planossolos Háplicos – Solos que não apresentam caráter sódico ou
hidromorfismo.
Atributos principais: Os Planossolos estão situados em planícies aluviais e
no terço inferior das vertentes. Apesar do relevo pouco declivoso, requer atenção quanto à
erodibilidade, pois o grande gradiente textural entre o horizonte A ou E e o B, torna-os altamente
susceptíveis à erosão hídrica.
O horizonte B plânico apresenta densidade do solo relativamente elevada
e porosidade total em geral baixa, podendo dificultar o desenvolvimento de raízes de plantas
pouco agressivas e a permeabilidade nesse horizonte. Fato que pode limitar a produção agrícola
no período chuvoso por falta de aeração do solo.
Quanto à mecanização, se o horizonte B estiver à pequena profundidade
pode dificultar o trabalho e formar grandes torrões que necessitam de destorroamento.
6.1.8. Organossolos
Definição: Solos constituídos por material orgânico, que apresentam
horizonte O ou H hístico com teor de matéria orgânica 0,2kg/kg de solo ( 20% em massa), com
espessura mínima de 40cm, quer se estendendo em seção única a partir da superfície, quer
tomado, cumulativamente, dentro de 80cm da superfície do solo, ou com no mínimo 30cm de
espessura, quando sobrejacente a contato lítico.
Atributos principais: Os Organossolos são caracterizados por
apresentarem elevados teores de material orgânico, e podem localizar-se nas várzeas em
ambientes muito mal drenados, necessitando de drenagem para seu uso agrícola. Ocorrem como
componentes secundários de associações com Gleissolos, Planossolos e Neossolos
Quartzarênicos.
Os elevados teores de material orgânico conferem alta capacidade de
troca de cátions e poder tampão, porém muitas vezes o predomínio no complexo sortivo é de
cátions como H+ e Al3+, e não de bases como Ca2+ e Mg2+, sendo em muitos casos solos
relativamente de baixa fertilidade.
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A drenagem necessária para o manejo agrícola favorece o processo de
subsidência dos Organossolos, que significa perder volume, se contrair. A secagem pura e simples
de um Organossolo pode levar a uma contração natural com perda de volume de mais de 50%, a
drenagem e consequente oxidação, favorece a mineralização da matéria orgânica. Estes solos
quando secos podem se inflamar, o que também aumenta o processo de subsidência. O tipo de
material orgânico, a profundidade dos drenos e o manejo agrícola podem influenciar no potencial
de subsidência de um Organossolo. Além dos fatores citados os Organossolos oferecem pequena
resistência mecânica e podem ser facilmente compactados por máquinas agrícolas ou pisoteio
animal. Porém, segundo alguns autores, essa compactação pode ser até benéfica no sentido de
diminuir a mineralização da matéria orgânica. Parece que 30 cm de profundidade do lençol
freático é a melhor situação para minimizar a subsidência dos Organossolos e sua destruição.
Áreas com Organossolos têm sido exploradas para venda de turfa, que
pode ter muita utilidade nos setores agrícola, energético e químico. Organossolos podem
apresentar diferentes tipos de material orgânico, fíbrico, hêmico ou sáprico, onde o fíbrico é o
material menos transformado, rico em restos vegetais e o sáprico o mais transformado e
humificado. O material fíbrico tende a ser menos pegajoso e reter maior umidade quando
comparado ao material sáprico. A cor desses solos tende a ser predominantemente escura, porém
existem solos ou horizonte orgânicos de coloração mais clara, cinzenta ou brunada clara.
7. O Solo do Município de Taquaritinga
Considera-se como solo a camada de terra arável possuidora de vida
microbiana que nasce com a alteração das rochas. É um complexo vivo existente no contato da
litosfera, que lhe fornece os minerais, com a hidrosfera que contribui com a água, assim como a
atmosfera, com o ar, e a biosfera, que através dos animais e plantas dá a matéria orgânica.
Um conjunto de processos mecânicos, químicos e biológicos provocam a
destruição física e a decomposição química dos minerais e rochas, originando o regolito, material
de origem dos solos. Por sua vez, o regolito, submetido à ação do clima e de organismos vivos
em determinado relevo durante certo tempo, transforma-se em solo.
A Comissão de Solos Central Nacional de ensino e Pesquisas
Agronômicas (1960) classificou os solos paulistas através da ação do clima sobre as rochas.
Considerando estes dois fatores, os solos da área em pauta são:
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Latossolo Roxo
O latossolo roxo (ou terra roxa legítima) é originado da decomposição de
rochas intrusivas (diabásios) e extrusivas (basaltos) da formação Serra Geral e cobre 266 km² da
área municipal. Este solo tem baixo teor de sílica e teores elevados de óxido de ferro, titânio e
manganês. Às vezes, a parte superficial deles corresponde aos depósitos coluvionares, de
natureza argilosa e coloração vermelha.
O solo de alteração do basalto é geralmente argiloso, com espessura de
até 15 metros, e o solo de alteração do diabásio é mais siltoso, de cor amarelada e com espessura
de até 7 metros.
Podzólico Vermelho Amarelo – Variação Laras (PVls)
Os solos provenientes das outras formações geológicas, que perfazem
345 km² do município, caracterizam-se pelo alto teor de areia em relação às demais frações.
O arenito Piramboia origina os solos Podzólicos Vermelho Amarelo –
variação Laras, que são amarelados, de cores pálidas, areno-argiloso, com pequena retenção de
água, por tanto, sujeitos a secas de inverno além de facilmente erodidos.
Regosol
O arenito eólico Botucatu gera um solo quimicamente paupérrimo
chamado Regosol (R). Tem textura arenosa, é profundo e muito friável, sendo sujeito à falta
d’água.
A parte superficial dos PVls e R é espessa, correspondendo na sua maior
parte aos depósitos coluvionares de areia fina, solta, e argila.
Latosol Vermelho Amarelo
Este tipo de solo pode ser gerado tanto pelo arenito Botucatu como pelo
arenito Bauru, sendo ácido, de fertilidade baixa e facilmente erodida. As suas partes mais
superficiais também podem corresponder a depósitos coluvionares.
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Litosol (Li)
Quando os solos são pouco desenvolvidos, com espessura em torno de
35 cm, capeando afloramentos rochosos, recebem o nome de Litosol (Li).
No município de Taquaritinga o Litosol pode apresentar substrato de
basalto ou de arenito Botucatu silicificado, que ocorrem nas áreas escarpadas das serras, com
declives de 40%, aproximadamente.
Solo Aluvial
Quando ao solo Aluvial (A), que aparece ao longo de alguns trechos dos
rios Ribeirão dos Porcos e Córrego da Onça, geralmente é superficial, pouco desenvolvido e com
predominância de argila orgânica. Argilas, siltes e cascalhos apresentam estrutura típica de
aluvião, ou seja, estratificação e diferenciação granulométrica das camadas.
Classes de capacidades de uso de Terra
Para fins de planejamento agrícola, a classificação de solos mais usada é
a das “Classes de Capacidade de Uso da Terra”, dando-se destaque à aptidão de uso, capacidade
produtiva e limitações, considerado através de levantamentos pedológicos e apreciação de
aspectos físicos, como declividade, erosão, pedregosidade, drenagem, etc.
As limitações de capacidades de uso dos solos Taquaringuenense são
pequenas, pois a maior parte da área municipal está na categoria A desta classificação,
englobando as terras próprias para culturas, pastagens e florestas. Os solos de Categoria B
apresentam-se impróprios para culturas, porém próprios para pastagens e florestas, enumerando-
se como limitações à capacidade de uso: a declividade das encostas (acima de 40%); os sérios
problemas de fertilidade e a falta d’água dos solos PVls e r; os solos aluvionares sujeitos a
inundações periódicas e os solos pedregosos.
Apenas pequenas áreas de afloramentos rochosos estão na categoria C,
isto é, terras impróprias para a exploração agrícola; porém, esta categoria aparece no município
apenas nas partes de paredões, Serra de Jaboticabal, onde as rochas basálticas ou os arenitos
silicificados afloram.
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7.1 Caracterização pedológica do Município de Taquaritinga
Os solos na região de Taquaritinga são Argissolos, constituídos por
material mineral, apresentando horizonte B textural com argila de atividade baixa imediatamente
abaixo do horizonte A ou E, e satisfazendo, ainda os seguintes requisitos: horizonte plíntico, se
presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superior do horizonte B textural;
horizonte glei, se presente, não está acima nem é coincidente com a parte superior do horizonte
B textural. Os Argissolos podem ser Argissolos Vermelho-Amarelos, solos com matiz 5YR ou mais
vermelho e mais amarelo que 2,5YR na maior parte dos primeiros 100 cm do horizonte B
(inclusive BA).
O acréscimo de argila em profundidade e a capacidade de troca de
cátions inferior a 27 cmol/kg de argila são os principais atributos diagnósticos para todos os
Argissolos.
Figura 14. Mapa pedológico de Taquaritinga.
Fonte: Relatório de Situação Dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Tietê/Batalha – UGRHI-16, 1999.
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Figura 15: Mapa pedológico, sem escala, do município de Taquaritinga – SP. Mapa com escala anexo.
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8. Clima
As características atmosféricas de um determinado local são influenciadas
pelas condições reinantes no lugar resultantes da combinação de algumas grandezas físicas
denominadas elementos climáticos. Tais condições são chamadas de tempo meteorológico,
popularmente chamado de “condições do tempo”. O clima seria a síntese; a generalização das
diferentes condições de tempo prevalecentes nesse lugar, e considera um número bem maior de
dados, como a frequência de ocorrência de alguns fenômenos meteorológicos mais comuns no
local, além das condições médias de tempo. O tempo varia em curto espaço de tempo
cronológico, por exemplo, um dia. O clima, entretanto, varia de um local para outro
principalmente devido às variações da intensidade, quantidade e distribuição dos elementos
climáticos entre os quais, os mais simples de serem obtidos, e mais importantes são a temperatura
e a precipitação que também são os de maior interesse no âmbito dos incêndios florestais. Desta
forma, para caracterização do clima, foram utilizados a série de dados de temperatura e
precipitação, coletados em estações meteorológicas pelo CIIAGRO/CEB/IAC e INMET entre os
anos de 1961 e 1990, os quais foram cartografados em mapas da área de abrangência da ABAG-
RP na forma de isolinhas das diferentes variáveis consideradas.
Enquanto os elementos climáticos variam no tempo e no espaço, os
fatores climáticos podem ser estáticos e dinâmicos, externos e internos, e modificam os elementos
do clima.
Fatores como a circulação atmosférica global normalmente sobrepõe-se
a fatores locais como (altitude, proximidade do mar, cadeias de montanhas, exposição aos ventos
dominantes, natureza e revestimento do solo etc.) os quais são mais importantes em sub-regiões
climáticas diferenciadas.
Apesar de grande parte da região apresentar elevada evapotranspiração
potencial anual, as chuvas são normalmente abundantes, principalmente no verão, favorecendo a
agricultura e a pecuária.
8.1. Regime Pluviométrico
A distribuição das chuvas no Estado de São Paulo está associada ao
domínio das massas tropicais (continental e marítima) e polares, com correntes de sul a leste; à
disposição do relevo e à proximidade ou não do mar.
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Devido a essas características, conforme MONTEIRO (1973) e
SANT’ANNA NETO (1995), cerca de 70 a 80% das chuvas no Estado de São Paulo são originadas
dos sistemas extra tropicais, gerados pela Frente Polar Atlântica.
O Estado de São Paulo recebe grande quantidade de chuvas, com índices
anuais que variam de 1.100 a 2.000 mm. Existem pequenas manchas isoladas com índices
inferiores a 1.100 mm, e outras (áreas serranas do litoral) com os índices mais elevados do País,
em torno de 4.500 mm (MONTEIRO, op. cit.).
As chuvas se concentram, de maneira geral, de outubro a março, com
diferenciações quanto ao trimestre mais chuvoso, o período de menor pluviosidade ocorre de
abril a setembro, com o trimestre mais seco entre junho e agosto, como acontece praticamente
em todo o Estado. Isto ocorre porque a Massa Polar Atlântica (dominante) gera estabilidade do
tempo e ocorre a dissipação das frentes para o nordeste do país.
As precipitações do Estado de São Paulo diminuem do litoral para o
interior, em função da continentalidade, não prevalecendo essa constatação para aquelas áreas
com relevo mais elevado, como as linhas de cuestas e a Serra da Mantiqueira (SANT’ANNA NETO,
1995).
A frequência de ocorrência de precipitação em determinadas faixas pode
ser visualizada mensalmente, assim como a distribuição de precipitação mensal caracterizando a
área de atuação da ABAG-RP como região de estação de verão chuvoso e de inverno seco.
Os municípios com maiores e menores médias anuais de precipitação
encontram-se na tabela a seguir:
MAIORES PRECIPITAÇÕES (MM) MENORES PRECIPITAÇÕES (MM)
Franca 1.545 Boa Esperança do Sul 1.197
Jeriquara 1.530 Ibitinga 1.222
Ribeirão Preto 1.529 Borborema 1.226
Buritizal 1.524 Barretos 1.250
Igarapava 1.524 Ribeirão Bonito 1.291
Altinópolis 1.517 Colina 1.295
Tabela 3. Relação dos municípios pertencentes à área de atuação da ABAG-RP com maiores e
menores médias de precipitação.
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Tabela 4. Média de chuvas mensais no município de Taquaritinga – SP.
MÊS TEMPERATURA DO AR (°C)
CHUVA (mm) Mínima média Máxima média Média
JAN 19.1 30.4 24.7 251.8
FEV 19.3 30.5 24.9 186.3
MAR 18.6 30.3 24.4 161.4
ABR 16.0 29.0 22.5 74.9
MAI 13.4 27.2 20.3 58.0
JUN 12.1 26.2 19.2 29.1
JUL 11.6 26.5 19.0 25.1
AGO 13.1 29.0 21.0 24.6
SET 15.2 30.1 22.6 58.0
OUT 16.8 30.3 23.6 119.2
NOV 17.5 30.3 23.9 137.2
DEZ 18.6 30.0 24.3 237.6
Ano 15.9 29.1 22.5 1363.2
Min 11.6 26.2 19.0 24.6
Max 19.3 30.5 24.9 251.8
Fonte: http://www.cpa.unicamp.br/outras-informacoes/clima_muni_601.html
Figura 16: Mapa de chuvas no estado de São Paulo.
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Figura 17. Gráfico de chuvas no município de Taquaritinga – SP.
8.2. Regime Térmico
Com relação ao regime térmico da área da ABAG, a distribuição das
temperaturas médias anuais e extremas que ocorrem na estação do verão e inverno, as quais são
obtidas com base nas temperaturas médias diárias coletadas nas estações meteorológicas nos
horários sinópticos de 12, 15 e 21 h (GMT).
Na Figura 12, visualiza-se que a distribuição dos valores médios de
temperaturas mínimas, que ocorrem na estação do inverno, os quais variam próximo de 21 °C na
porção noroeste da área de atuação da ABAG-RP. Já quando se caminha na direção sul, há
redução dos valores médios, chegando-se a valores próximo de 18 °C. Nesse caso, associa-se a
distribuição da temperatura a influência da variação de latitude, ou seja, maiores latitudes,
menores temperaturas médias.
Na Figura 13, visualiza-se que na porção oeste da área da ABAG as
regiões com as temperaturas médias máximas alcançadas na estação do verão, em torno de 25
°C, e quando se caminha em direção ao nordeste encontram-se temperaturas próximo de 23 °C
em média. Tal comportamento da temperatura pode estar associado a influência da
continentalidade, ou seja, a variação longitudinal da temperatura alcançando menores valores
quando caminha-se em direção ao oceano.
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Na Figura 14, visualiza-se que a leste da área de atuação da ABAG-RP
encontram-se as áreas de ocorrência das temperaturas médias anuais, próxima de 21 °C,
enquanto os maiores valores são alcançados quando se caminha em direção à porção oeste da
mesma área.
Figuras 18,19 e 20. Temperaturas mínimas, máximas e médias anuais. Fonte: ABAG/RP – EMBRAPA, 2005.
Deve-se considerar que além da continentalidade e da latitude, a altitude
é outro fator que influencia na temperatura de uma determinada localidade.
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8.3. Balanço Hídrico
Em um determinado volume de solo em estudo, pode-se contabilizar a
variação de água em um determinado espaço de tempo. De maneira bem simples pode-se dizer
que o balanço entre o volume de água que entrou e o que saiu num determinado volume,
denominado volume de controle, representa a variação do armazenamento de água nesse
volume. No estudo do clima de determinada região, o limite do volume a ser considerado está
normalmente definido pelo maior alcance do sistema radicular das plantas predominantes
naquele solo representativo da região na qual deve estar localizado o ponto de coleta dos
elementos climáticos, em especial a chuva. Pode-se dizer então, que o Balanço Hídrico
Climatológico é a contabilização da água no solo representativo da região.
Esse método climatológico é considerado simples, prático e fisicamente
consistente. Foi introduzido primeiramente por Thornthwaite em 1948 como recurso para superar
as limitações da classificação climática proposta por Wladimir Köppen em 1901, que até então se
baseava exclusivamente na vegetação natural como a melhor forma de expressão do clima.
A determinação do balanço hídrico auxilia a determinação dos valores e
coeficientes ponderadores na execução da cobrança, bem como orienta a atuação do CBH-TB no
que diz respeito às políticas de gestão dos recursos hídricos.
Tabela 5. Balanço Hídrico Semanal: Matão no período de 19/10/2009 até 23/01/2011
Período (Semana) Temperatura
Média (ºC) Precipitação Armazenamento
Evapotranspiração
Real
Déficit
Hídrico
Excedente
Hídrico
(mm)
19/10/2009 a 25/10/2009 26,2 48,9 93 33 0 0
26/10/2009 a 01/11/2009 25,4 19,2 86 27 4 0
02/11/2009 a 08/11/2009 26 44,5 95 35 0 0
09/11/2009 a 15/11/2009 27 39,6 96 38 0 0
16/11/2009 a 22/11/2009 26,6 4 74 26 12 0
23/11/2009 a 29/11/2009 25,7 39,5 79 35 0 0
30/11/2009 a 06/12/2009 25,4 82,1 125 33 0 3
07/12/2009 a 13/12/2009 24,5 102,8 125 31 0 72
14/12/2009 a 20/12/2009 25,1 14,1 107 32 1 0
21/12/2009 a 27/12/2009 25,8 50,9 122 36 0 0
28/12/2009 a 03/01/2010 25,6 108,7 125 35 0 70
04/01/2010 a 10/01/2010 25,3 8,9 103 31 2 0
11/01/2010 a 17/01/2010 25,8 41,4 109 35 0 0
18/01/2010 a 24/01/2010 24,9 19,4 98 30 3 0
25/01/2010 a 31/01/2010 24,1 52,6 120 30 0 0
01/02/2010 a 07/02/2010 27,6 0,5 87 33 8 0
08/02/2010 a 14/02/2010 25,7 28 84 31 3 0
15/02/2010 a 21/02/2010 25,8 44,5 95 34 0 0
22/02/2010 a 28/02/2010 26 75,2 125 34 0 41
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01/03/2010 a 07/03/2010 24,7 63,6 125 28 0 36
08/03/2010 a 14/03/2010 25 40,8 125 28 0 13
15/03/2010 a 21/03/2010 25,1 9,2 107 27 1 0
22/03/2010 a 28/03/2010 26,5 78,5 125 33 0 28
29/03/2010 a 04/04/2010 25,8 44 125 30 0 14
05/04/2010 a 11/04/2010 20,4 21,8 125 18 0 4
12/04/2010 a 18/04/2010 22,8 0 107 18 2 0
19/04/2010 a 25/04/2010 25,3 5 92 20 4 0
26/04/2010 a 02/05/2010 23,1 10 84 18 2 0
03/05/2010 a 09/05/2010 23,5 3 75 12 5 0
17/05/2010 a 23/05/2010 19 7 71 11 3 0
24/05/2010 a 30/05/2010 21,5 0 54 7 9 0
31/05/2010 a 06/06/2010 18,9 10,2 52 12 2 0
07/06/2010 a 13/06/2010 18,3 0 48 4 8 0
14/06/2010 a 20/06/2010 19,9 0 43 5 8 0
21/06/2010 a 27/06/2010 22 0 38 5 9 0
28/06/2010 a 04/07/2010 21,5 0 34 4 10 0
05/07/2010 a 11/07/2010 20,8 0 30 4 10 0
12/07/2010 a 18/07/2010 24,1 5,1 28 8 9 0
19/07/2010 a 25/07/2010 25,7 0 23 5 15 0
26/07/2010 a 01/08/2010 22,7 0 21 2 14 0
02/08/2010 a 08/08/2010 20,8 0 18 3 14 0
09/08/2010 a 15/08/2010 21,6 0 16 2 15 0
16/08/2010 a 22/08/2010 19,2 0 14 2 13 0
23/08/2010 a 29/08/2010 24,3 0 12 2 19 0
30/08/2010 a 05/09/2010 25,1 0 10 2 20 0
06/09/2010 a 12/09/2010 22,9 7,5 9 9 13 0
13/09/2010 a 19/09/2010 25,9 0 7 2 27 0
20/09/2010 a 26/09/2010 25,1 9 6 10 17 0
27/09/2010 a 03/10/2010 21,5 172 125 21 0 32
04/10/2010 a 10/10/2010 23,1 9 110 24 1 0
11/10/2010 a 17/10/2010 23,8 6 93 23 4 0
18/10/2010 a 24/10/2010 23,9 7 79 21 6 0
25/10/2010 a 31/10/2010 23,9 24,6 77 27 0 0
01/11/2010 a 07/11/2010 24,2 22,3 72 27 3 0
08/11/2010 a 14/11/2010 23,9 7 60 19 10 0
15/11/2010 a 21/11/2010 24,6 31 60 31 1 0
22/11/2010 a 28/11/2010 26,4 25 55 30 6 0
29/11/2010 a 05/12/2010 26,5 58,2 76 37 0 0
06/12/2010 a 12/12/2010 27,1 12,3 61 27 12 0
13/12/2010 a 19/12/2010 24,9 62,5 91 33 0 0
20/12/2010 a 26/12/2010 25,7 45 100 36 0 0
27/12/2010 a 02/01/2011 25,6 47,4 112 35 0 0
03/01/2011 a 09/01/2011 25,2 153,9 125 33 0 108
10/01/2011 a 16/01/2011 24,9 79,6 125 33 0 47
17/01/2011 a 23/01/2011 25 7 125 5 0 2
Fonte: Seção de Climatologia Agrícola – IAC.
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Figuras 21 a 32. Mapas de precipitação em mm, mês a mês, na área de atuação da ABAG/RP (2005), em
vermelho está o Município de Taquaritinga – SP.
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8.4 O Clima no Contexto da Bacia do Tietê / Batalha
De acordo com SETZER (1966), com base na classificação climática
propostas por Köeppen, existem na Bacia dois tipos climáticos com predomínio do tipo Cwa, e
áreas de ocorrência do tipo Aw:
a) o clima Aw é tropical úmido com estiagem no inverno. O total de
chuva no período seco é inferior a 30 mm, a temperatura média no mês mais quente é superior a
22°C, e no mês mais frio superior a 18 °C;
b) o clima Cwa é quente úmido, com inverno seco. Apresenta no mês
mais seco totais de chuvas inferiores a 30 mm; temperaturas médias superiores a 22 °C no mês
mais quente, e temperaturas menores que 18 °C no mês mais frio.
Figura 33. Mapa de Classificação climática da UGRHI-16.
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Apesar da pequena variação no clima e das diferenças dos subtipos
climáticos, o clima na totalidade na região é conhecido popularmente como clima de cerrado, ou
da Savana Brasileira, associado principalmente à vegetação nativa de Cerrado e Mata Atlântica
anteriormente predominante na área. Quando falamos do clima, nos referimos ao clima ao longo
de toda a história de um lugar. Resumidamente, pode-se assumir que o clima atua direta e
indiretamente sobre as condições topográficas de um lugar. O clima é um elemento que exerce
forte influência no solo, vegetação e consequentemente na própria paisagem de um local. Logo,
torna-se imprescindível o uso sistemático do conhecimento do clima na área de interesse para a
melhor orientação de produtores e agronegócios.
MONTEIRO (1973), em seu trabalho sobre a dinâmica das chuvas no
Estado de São Paulo, identificou para o Estado nove unidades climáticas. Essa unidade é
caracterizada por clima tropical alternadamente seco e úmido, sendo controlada por massas
equatoriais e tropicais.
SANT’ANNA NETO (1995), com base na variação espacial das chuvas, no
período de 1971-1993, identificou três grandes conjuntos. Destes, a Bacia do Tietê / Batalha está
inserida, em sua maior parte no terceiro conjunto com pluviosidade média anual entre 1.100 e
1.500 mm.
Com base na classificação climática proposta por MONTEIRO (1973) e
nas análises dos dados obtidos em 394 postos pluviométricos (1971-1993), além de considerar a
dinâmica atmosférica e a configuração do relevo, SANT’ANNA NETO (1995) apresentou uma carta
síntese da variação têmporo-espacial das chuvas, definindo oito “unidades regionais” e 25
“subunidades homogêneas” para o Estado de São Paulo.
Destas unidades, a área de estudo compreendida na unidade Cuestas
Basálticas, subunidade São Carlos/São Pedro; e na unidade oeste, subunidade Vale Médio do Rio
Tietê.
a) unidade Cuestas Basálticas – corresponde à região central até nordeste
do Estado, no limite com o Estado de Minas Gerais, onde está inserido o município de
Taquaritinga. Na região central está inserida a subunidade São Carlos/São Pedro, com altitudes
entre 300 e 500 m, apresentando totais de chuvas médias anuais entre 1.300 e 1.500 mm. As
chuvas concentram-se nos meses de outubro a março, representando de 75% a 80% do total
anual. O trimestre mais chuvoso é de novembro a janeiro, por influência dos sistemas tropicais
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provenientes do centro oeste do Brasil. O período mais seco se distribui de junho a agosto,
abrangendo cerca de 20% a 25% das chuvas anuais.
Na Bacia, como na maior parte do Estado, o período chuvoso ocorre de
outubro a março, recebendo cerca de 80% das chuvas anuais, com o trimestre mais chuvoso de
dezembro a fevereiro. O período mais seco vai de abril a setembro, com o trimestre mais seco
entre junho e agosto, onde ocorrem cerca de 20% das chuvas.
Quanto à variação temporal, SANT’ANNA NETO (op. cit.) observou em
23 anos (1971-1993), sendo que dez anos se mostraram dentro do padrão normal (habitual), oito
se apresentaram chuvosos e cinco secos, para as duas subunidades.
O autor citado utilizou os seguintes valores de precipitação anual para
definir os anos secos e chuvosos:
a) anos normais / habituais: 1.423 a 1.628 mm;
b) anos com tendência a chuvosos: 1.628 a 1.730 mm;
c) anos chuvosos: superiores a 1.730 mm;
d) anos com tendência a secos: 1.320 a 1.423 mm; e
e) anos secos: inferiores a 1.320 mm.
Quanto às temperaturas, estas são condicionadas pela altitude e latitude
de cada lugar. No Estado de São Paulo, as temperaturas diminuem de norte/noroeste para
sul/sudoeste, sendo mais baixas nas porções serranas e aumentando em direção à baixada
litorânea.
Assim, na Bacia, as temperaturas médias anuais se apresentam em torno
de 22°C; a média das máximas em janeiro é de 30°C no interflúvio, e 20°C no altiplano; e a média
das mínimas em julho de 12°C no interflúvio, e 10°C no altiplano (IPT, 1987).
SANT’ANNA NETO (1995) observou um aumento de cerca de 10% na
pluviosidade do Estado, em 53 anos analisados. Acrescenta que a tendência de elevação dos
totais pluviais não ocorre de maneira uniforme em todo o território paulista.
Assim, como o clima exerce influência sobre as atividades humanas,
acredita-se que ações antrópicas inadequadas provocam alterações nas condições climáticas,
interferindo no ciclo hidrológico e na disponibilidade de água superficial, através de
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desmatamentos em grandes extensões, das queimadas, da urbanização e industrialização, do
desencadeamento de processos erosivos, assoreamento dos corpos d’água, etc.
Estudos detalhados sobre os atributos locais do clima possibilitam o
gerenciamento dos recursos hídricos, o planejamento regional, a produção econômica etc., de
forma mais adequada, com a finalidade de prevenir e minimizar efeitos adversos do clima.
8.5 O Clima e o Comportamento Hídrico
O ar atmosférico que nos envolve (e sem o qual não vivemos) sofre
constantes variações que são registradas pelos nossos sentidos, como as de temperatura (quente
e frio), de umidade (seco e úmido) etc., além de ter movimentação contínua, com velocidades e
direções variadas expressas, especialmente, pela dança cadenciada das folhagens vegetais.
A variação sucessiva das características do ar ou dos estados de tempo,
com peculiaridades locais, comandadas pela circulação atmosférica das massas de ar, é que
origina os diversos tipos de clima.
O Município de Taquaritinga é composto basicamente por um tipo
climático distinto, o clima CWA, que é quente e úmido e com inverno seco. Apresenta no mês
mais seco totais de chuvas inferiores a 30 mm; temperaturas médias superiores a 22°C no mês
mais quente, e temperaturas menores que 18°C no mês mais frio.
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Figura 34: Mapa de Clima, sem escala, do Município de Taquaritinga-SP. Mapa com escala anexo.
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8.6 O Mecanismo das Massas de Ar
O povo taquaritinguense pode sentir, praticamente, o ano todo, uma
corrente de ar vinda comumente da direção nordeste. É a chamada massa de ar Tropical Atlântica
(mTa), que no verão, tendo a sua base aquecida, provoca tempo instável, sujeito a chuvas. No
inverno, a base da referida massa de ar é resfriada, o que colabora para o bom tempo.
No verão, além da ação da massa de ar Tropical Atlântica que
proporciona fortes aguaceiros com trovoadas e chuvas convectivas, duas correntes penetram no
município, pelo noroeste: a massa de ar Equatorial Continental, que provoca um acréscimo na
temperatura, e a massa de ar Tropical Continental, que, além de fazer subir a temperatura,
aumenta a umidade, que é acompanhada de chuvas.
Ainda no verão, podem ocorrer incursões da Frente Polar, que vem do
Sul, ocasionando abaixamentos rápidos da temperatura e chuvas.
No inverno, quando há maior permanência da massa de ar Tropical
Atlântica, que motiva o deslocamento da massa de ar Polar Atlântica para o Sul, o tempo é
relativamente quente, com raras chuvas. Porém, nos anos de grande atividade e permanência da
massa de ar Polar Atlântica na área em questão, aparecem as “ondas de frio”, às vezes
acompanhadas de geadas, que ocorrem de 1 a 4 dias ao ano. Quando há aquecimento pré-
frontal de massa Polar Atlântica, reforçam-se as chuvas.
Portanto, as variações da temperatura e as precipitações atmosféricas
anuais dependem, diretamente, da movimentação ou dinâmica destas massas de ar, das
modificações de propriedades sofridas durante a sua passagem por áreas variadas e dos
mecanismos de desenvolvimento de suas frentes.
8.7. O Clima e as Atividades Humanas
O planejamento agrícola (lavoura e pecuária) está em estreita
dependência do clima no decurso anual, regendo os períodos de cultivo das plantas.
O calendário agrícola, geralmente, tem início em setembro, com o
começo do umedecimento do solo, aproveitado para o semeio. Conforme o clico vegetativo de
cada tipo de planta (soja, feijão, arroz, milho etc.), estabelece-se o calendário agrícola municipal.
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Segundo as condições topoclimáticas (do clima de um lugar), podem-se
prever as limitações das possibilidades do estabelecimento desta ou daquela cultura.
Conhecendo-se bem as condições climáticas, consegue-se adaptar certas espécies a um
determinado tipo de clima, através de técnicas genéticas. Já observamos que, nas partes de clima
tropical de altitude do Município, podem-se cultivar frutas, antes consideradas apenas de áreas
temperadas.
Relacionando-se clima e relevo, constata-se que os terrenos côncavos
acumulam mais ar frio e mais geada nas noites frias e mais orvalho nas noites quentes.
Também alguns elementos de microclima favorecem o desenvolvimento
de doenças. Assim, a neblina é favorável ao desenvolvimento de determinados fungos nas
plantas. A ferrugem do café não se desenvolve sem um mínimo de condições de umidade
favoráveis para completar o ciclo na mesma noite, sendo, portanto, o café arejado menos sujeito a
esta doença. Os cafeicultores podem observar que o vento, provocando o atrito das folhagens,
assim como as chuvas de pedras que as ferem, colabora para o desenvolvimento de bactérias nos
tecidos feridos, aparecendo às manchas aureoladas.
Assim, plantas, meio ambiente e hóspedes devem ser bem conhecidos
para organizar-se o controle fitossanitário e a escolha das áreas mais convenientes, ou menos
susceptíveis, aos organismos patogênicos que limitam ou anulam o trabalho e os investimentos
dos agricultores.
Embora vários elementos do clima constituam recursos naturais
aproveitados pelo homem, a água da chuva que abastece os solos, os lençóis subterrâneos, os
cursos d’água etc., é o de maior destaque.
Os recursos hídricos, tendo em vista os seus inúmeros aproveitamentos,
são regidos pelo Código de Águas do Estado, sendo que o Departamento de Águas e Energia
Elétrica – DAEE, ligado à Secretaria de Obras e do Meio Ambiente, presta, quando solicitado,
assistência técnica aos municípios.
Os recursos hídricos municipais são abundantes e bem aproveitados,
devendo-se apenas evitar a poluição dos mesmos. As águas poluídas devem ser tratadas antes de
retornarem aos cursos normais, como fazem os países desenvolvidos.
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9. Hidrologia
A água, elemento formador da bacia hidrográfica, não é somente
importante como recurso natural, mas também desempenha um papel crítico, por exemplo, na
determinação da produção agropecuária.
Os rios são as principais unidades morfológicas da bacia hidrográfica e
interagem diretamente com a atmosfera e seu entorno, exibindo um constante intercâmbio de
energia e matéria, portanto, sendo afetados, em um primeiro momento, por alterações
microclimáticas locais e regionais ou por atividades humanas, como a agricultura e o
desenvolvimento urbano, os quais alteram, por vezes, a morfologia dos rios e seu fluxo hidráulico.
Por sua vez, as bacias hidrográficas são unidades naturais da paisagem,
refletindo os recursos presentes e as atividades interligadas e interdependentes, não sendo
delimitadas por limites políticos. É fato que seu equilíbrio dinâmico pode ser rompido devido a
mudanças no uso da terra ou pela falta de manejo e/ou planejamento ambiental.
O estudo da hidrografia é fundamental para a identificação dos
componentes naturais e antropogênicos envolvidos no fluxo hidráulico. Este estudo permite
quantificar cada um dos componentes envolvidos na dinâmica da bacia, identificando suas
magnitudes, frequências e durações, sempre considerando sua importância geográfica e
ecológica e a determinação do volume mínimo requerido para um pré-determinado estado de
conservação.
Figura 35. Representação de uma bacia hidrográfica Fonte: Unicamp 2005
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O conceito de planejamento de bacias hidrográficas tem evoluído nas
últimas décadas para uma concepção de integração de fatores ambientais e socioeconômicos. As
características biogeofísicas de uma bacia tendem a formar sistemas hidrológicos e ecológicos
relativamente coerentes, e assim, as bacias hidrográficas têm sido utilizadas como unidades de
planejamento de desenvolvimento.
As bacias hidrográficas são unidades naturais da paisagem, que contém
uma organização de recursos e atividades interligadas e interdependentes, e não relacionados
com limites políticos. Seu equilíbrio dinâmico pode ser rompido com mudanças no uso da terra,
pela falta de manejo ou planejamento.
Atualmente, foram definidas pelo Conselho Estadual de Recursos Hídricos
(CERH), pela lei 9034/94 que dispôs sobre o Plano Estadual de Recursos Hídricos, as 22 Unidades
de Gerenciamento de Recursos Hídricos (UGRHI) para o Estado de São Paulo.
A UGRHI 16 localiza-se na região centro-oeste do Estado de São Paulo. É
definida por uma série de bacias hidrográficas de cursos d’água que desembocam, pelas margens
esquerda e direita, no reservatório formado no rio Tietê pela barragem da UHE de Promissão,
cujo estirão atinge no extremo de montante, a barragem da UHE de Ibitinga. Entre tais cursos
d’água destacam-se os rios Batalha, Dourado e São Lourenço. Ela limita-se ao norte com a UGRHI
18, da Bacia do Rio São José dos Dourados, e UGRHI 15, da Bacia do Turvo/Grande, a leste com a
UGRHI 9, da Bacia do Rio Mogi-Guaçu, a sudeste com a UGRHI 13, da Bacia do Tietê/Jacaré, ao
sul com a UGRHI 17, da Bacia do Médio Rio Paranapanema, a sudoeste com a UGRHI 20, da Bacia
do Rio Aguapeí e a oeste com a UGRHI 19, da Bacia do Baixo Tietê.
A Bacia Hidrográfica do Tietê / Batalha ocupa uma área de 1.339.400 ha,
de acordo com seus limites físicos, apresentando 75.927 ha de vegetação natural remanescente
que correspondem a 5,7% de sua superfície.
A cobertura vegetal natural representa apenas 5,78% do total da área
ocupada pela UGRHI e culturas perenes (café e citrus) e semiperenes (principalmente cana-de-
açúcar) que representam 22,6%.
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Figura 36 Unidades de Gerenciamento de Recursos Hídricos no Estado de São Paulo.
Figura 37. Delimitação da bacia Hidrográfica Tietê/Batalha – UGRHI-16
UGRHI 16
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Existem 33 municípios que se inserem na UGRHI-16. Os municípios de
Matão, Dobrada, Santa Ernestina e Taquaritinga se situam na UGRHI-16, mas, parte de suas áreas
se localizam na UGRHI-9; e os municípios de Fernando Prestes e Cândido Rodrigues se dividem
com a UGRHI-15 e Itápolis, Tabatinga, Ibitinga com UGRHI-13. Confira na tabela abaixo:
Tabela 6. Tabela mostrando os municípios com sede na UGRHI-16.
10. Rede de Drenagem
O Município de Taquaritinga é drenado por várias sub-bacias
hidrográficas, onde a maioria delas conflui para o Ribeirão dos Porcos, tributário do rio Tietê: a
sub-bacia do Córrego Santo Antônio e sub-bacia do Ribeirão da Dobrada confluem para o
Ribeirão dos Porcos em sua margem esquerda, enquanto a sub-bacia do Rio Jurema, a sub-bacia
do Córrego Itagaçaba, sub-bacia do Córrego Santa Maria e a sub-bacia do Córrego da Fazenda
Maria são contribuintes pela margem direita do Ribeirão dos Porcos. Há, também, algumas outras
sub-bacias importantes para o município que não são contribuintes do Ribeirão dos Porcos, sub-
bacia do Córrego das Areias, sub-bacia do Córrego do Rumo, sub-bacia do Córrego do Vivã,
sub-bacia do Córrego do Carretão e sub-bacia do Córrego do Coco.
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Imagem 3. Rede de drenagem Fonte: ABAG/RP-EMBRAPA 2005.
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Figura 38: Rede de Drenagem do Município de Taquaritinga – SP. Mapa sem escala.
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10.1. Principais Drenagens e Nascentes do Município
O Município de Taquaritinga possui um total de 277 nascentes e tem
como principais drenagens, o Ribeirão dos Porcos, que corta quase todo município, com
aproximadamente 41,82 km de extensão, o Córrego do Rico com aproximadamente 15,62 km de
extensão, o Ribeirão da Jurema com aproximadamente 11,19 km de extensão, o Córrego do Coco
com aproximadamente 8,55 km de extensão, o Córrego São João com aproximadamente 8,34 km
de extensão, o Córrego água Limpa com aproximadamente 7,87 km de extensão, O Córrego do
Carretão com aproximadamente 7,55 km de extensão, o Ribeirãozinho com aproximadamente
7,41 km de extensão, o Córrego do Rumo com aproximadamente 7,36 km de extensão e o
Córrego da capivara com aproximadamente 7,26 km de extensão.
10.2. Georreferenciamento dos Cursos d’água e Nascentes
A relação das principais drenagens com suas extensões e número de
nascentes se encontra a seguir (melhor visualizadas no mapa em anexo de georreferenciamento
de nascentes do Município).
TABELA 7: Georeferenciamento das Principais Nascentes do Município de Taquaritinga-SP.
Nascente Coordenada
(E)
Coordenada
(n) Tributário
Extensão
(km) Nascente
Coordenada
(E)
Coordenada
(n) Tributário
Extensão
(km)
1 777.773,9679 7.636.138,8038 Córrego do
Coco 8,55 144 751.548,7745 7.624.193,6336
Riacho Santa
Rosa 3,79
2 770.229,2662 7.631.967,5846 Córrego do
Pimenta 3,19 149 752.710,4569 7.631.768,4107
Córrego da
Itagaçaba 6,44
8 769.981,6717 7.634.893,9309 Córrego do
Carretão 7,55 153 756.189,1982 7.636.481,1613
Ribeirão da
Jurema 11,19
9 773.032,2809 7.635.499,1765 Córrego São
Domingos 3,91 160 753.707,7436 7.638.112,4133
Córrego do
Barro Preto 4,74
12 776.516,9470 7.637.534,2156 Córrego do
Rico 15,62 171 749.979,5150 7.636.238,4904
Córrego da
Pata 2,37
15 768.778,9780 763.435,8780 Córrego do
Vivã 6,52 186 743.850,3772 7.632.991,5259
Córrego do
André 5,26
22 768.173,8165 7.631.856,2209 Córrego do
Rumo 7,36 193 746.994,9641 7.622.813,7921
Córrego da
Barra Mansa 6,08
36 762.247,1511 7.635.711,6480 Córrego das
Areias 2,97 200 744.460,4715 7.621.705,3068
Córrego da
Esplanada 4,23
38 763.153,3182 7.637.984,9372 Córr. Da Faz.
Amélia 2,98 203 741.866,4232 7.621.869,1119
Córrego da
Barra Mansa 6,08
39 762.708,9077 7.638.095,5602 Córr. Da Faz.
Paulo Correia 1,64 210 739.278,8353 7.621.862,5909
Córrego
Santo
Antônio
5,68
43 756.877,8903 7.635.698,8065 Córr. Da Faz.
Da Glória 6,96 216 742.589,7882 7.634.285,7982
Córrego da
Capivara 7,26
50 757.683,5071 7.637.710,6307 Córr. Da
Serrinha 2,63 223 736.204,1008 7.620.809,4770
Córrego São
João 8,34
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61 769.154,4185 7.631.447,3893 Córrego da
Faz. S. Maria 6,72 234 741.446,1713 7.621.036,0524
Córrego
Seco 6,25
85 761.902,7394 7.629.820,1095 Córrego
Santa Maria 2,68 245 743.976,8599 7.614.796,3553
Córrego da
Agulha 2,55
95 758.943,2813 7.635.154,9145 Córrego da
Água 3,32 255 745.215,8273 7.620.997,8932
Córrego
Santa Maria 3,94
102 763.237,3499 7.632.097,8159 Ribeirãozinho 7,41 260 755.196,4776 7.623.067,8981 Córrego da
Agua Limpa 7,87
111 757.075,8046 7.633.448,1798
Córrego da
Água
Espalhada
4,92 268 755.008,0817 7.619.759,2886 Córrego do
Pavão 3,75
136 754.160,5858 7.632.278,9390 Córrego da
Bolinha 5,43 271 756.940,8990 7.620.561,2855
Riacho do
Palmital 2,51
139 753.326,1662 7.624.207,9436 Córrego do
João Valério 3,00 275 759.370,7314 7.619.932,2182
Córrego da
Onça 6,41
A seguir é apresentada a síntese da relação das nascentes no Município
de Taquaritinga e o mapa de georreferenciamento (melhores visualizados no mapa em anexo de
georreferenciamento de nascentes do Município).
Tabela 8: Síntese das nascentes do Município de Taquaritinga – SP.
Síntese da relação das nascentes do Município de Taquaritinga - SP
Nascente Coordenada
(E)
Coordenada
(n)
Tributário Nascente Coordenada
(E)
Coordenada
(n)
Tributário
1 777.773,9679 7.636.138,8038 Córrego do
Coco
140 752.212,9983 7.625.116,0309 trib. 120
2 770.229,2662 7.631.967,5846 Córrego do
Pimenta
141 752.795,5963 7.629.983,2051 trib. 121
3 771.349,0323 7.631.676,3449 trib. 1 142 751.562,1784 7.629.550,5227 trib. 122
4 769.467,1084 7.632.903,0178 trib. 2 143 751.031,4421 7.624.058,4664 trib. 123
5 770.771,9799 7.634.061,1548 trib. 3 144 751.548,7745 7.624.193,6336 Riacho Santa
Rosa
6 755.644,2468 7.633.994,4727 trib. 4 145 750.408,2680 7.624.822,9736 trib. 124
7 776.205,5509 7.634.818,3927 trib. 5 146 750.007,6959 7.624.928,5892 trib. 125
8 769.981,6717 7.634.893,9309 Córrego do
Carretão
147 749.419,9343 7.625.448,0363 trib. 126
9 773.032,2809 7.635.499,1765 Córrego São
Domingos
148 748.733,1321 7.626.318,8306 trib. 127
10 774.612,1804 7.635.354,1920 trib. 6 149 752.710,4569 7.631.768,4107 Córrego da
Itagaçaba
11 775.482,8862 7.636.789,8799 trib. 7 150 752.319,1953 7.632.382,0503 trib. 128
12 776.516,9470 7.637.534,2156 Córrego do
Rico
151 750.169,4124 7.631.356,7470 trib. 129
13 771.769,9374 7.638.383,4096 trib. 7 152 751.373,8799 7.630.755,6411 trib. 130
14 770.479,0558 7.639.205,6064 trib. 8 153 756.189,1982 7.636.481,1613 Ribeirão da
Jurema
15 768.778,9780 763.435,8780 Córrego do
Vivã
154 755.773,4077 7.635.458,8330 trib. 131
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16 768.102,8185 7.636.544,9531 trib. 9 155 755.264,1830 7.636.462,5412 trib. 132
17 767.768,4726 7.637.527,0148 trib. 10 156 754.811,3278 7.636.617,6427 trib. 133
18 770.142,4997 7.636.902,8800 trib. 11 157 754.495,4490 7.636.572,1081 trib. 134
19 769.622,3971 7.638.336,7525 trib. 12 158 753.603,5532 7.632.601,6956 trib. 135
20 767.691,6916 7.638.841,8920 trib. 13 159 752.961,7201 7.633.640,7770 trib. 136
21 766.911,3079 7.638.038,3242 trib.14 160 753.707,7436 7.638.112,4133 Córrego do
Barro Preto
22 768.173,8165 7.631.856,2209 Córrego do
Rumo
161 753.709,8491 7.637.583,1640 trib. 137
23 767.873,1426 7.632.705,2020 trib. 15 162 752.401,3751 763.837,7257 trib. 138
24 768.037,9425 7.633.358,6942 trib. 16 163 751.745,8698 7.637.879,4843 trib. 139
25 767.018,9629 7.633.827,9895 trib. 17 164 753.900,9272 7.636.926,7660 trib. 140
26 765.643,9522 7.632.805,3829 trib. 18 165 754.183,4041 7.636.626,1030 trib. 141
27 763.664,5629 7.632.605,4725 trib. 19 166 751.571,7522 7.637.856,8757 trib. 142
28 763.063,8105 7.633.795,2037 trib. 20 167 751.310,3373 7.637.729,9925 trib. 143
29 762.897,8864 7.635.120,2316 trib. 21 168 751.043,0006 7.637.908,7174 trib. 144
30 764.757,0990 7.635.834,3739 trib. 22 169 751.849,0266 7.633.791,2732 trib. 145
31 765.023,4677 7.636.250,5878 trib. 23 170 75.805,3683 7.633.581,1605 trib. 146
32 767.617,4660 7.634.465,5148 trib. 24 171 749.979,5150 7.636.238,4904 Córrego da
Pata
33 767.511,8494 7.635.754,2632 trib. 25 172 750.443,0960 7.632.917,6597 trib. 147
34 767.034,8372 7.636.778,7610 trib. 26 173 749.683,7066 7.632.303,6408 trib. 148
35 766.458,9879 7.637.714,3457 trib. 27 174 748.862,7574 7.631.528,7679 trib. 149
36 762.247,1511 7.635.711,6480 Córrego das
Areias
175 748.062,6525 7.631.383,7743 trib. 150
37 763.052,1581 7.637.033,2314 trib. 28 176 746.190,5933 7.632.003,0765 trib. 151
38 763.153,3182 7.637.984,9372 Córr. Da Faz.
Amélia
177 748.634,6292 7.630.676,3112 trib. 152
39 762.708,9077 7.638.095,5602 Córr. Da Faz.
Paulo Correia
178 746.016,5193 7.630.657,1360 trib. 153
40 761.578,2686 7.637.008,4873 trib. 29 179 747.928,5138 7.629.398,1941 trib. 154
41 761.924,3508 7.637.132,7074 trib. 30 180 747.551,8794 7.624.624,3972 trib. 155
42 762.320,8081 7.637.562,7223 trib. 31 181 748.236,0135 7.625.629,5175 trib. 156
43 756.877,8903 7.635.698,8065 Córr. Da Faz.
Da Glória
182 745.842,0648 7.628.281,7926 trib. 157
44 757.278,6501 7.637.045,8862 trib. 32 183 746.019,7853 7.626.114,8135 trib. 158
45 758.253,2420 7.635.773,4405 trib. 33 184 745.259,2358 7.625.723,1250 trib. 159
46 759.388,5803 7.635.640,3405 trib. 34 185 744.597,3874 7.628.235,4251 trib. 160
47 761.415,2504 7.634.738,9181 trib. 35 186 743.850,3772 7.632.991,5259 Córrego do
André
48 761.232,9025 7.636.312,0791 trib. 36 187 743.273,1796 7.631.675,9801 trib. 161
49 760.715,0685 7.637.173,6986 trib. 37 188 744.785,2926 7.631.187,3353 trib. 162
50 757.683,5071 7.637.710,6307 Córr. Da
Serrinha
189 745.012,5921 7.630.910,1695 trib. 163
51 740.766,7369 7.633.013,9360 trib. 38 190 745.013,4683 7.630.455,5285 trib. 164
52 740.665,3890 7.632.329,5172 trib. 39 191 745.181,9645 7.629.487,9138 trib. 165
53 740.076,5809 7.631.426,4111 trib. 40 192 743.047,3872 7.628.960,4285 trib. 166
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Figura 39: Mapa, sem escala, do Georreferenciamento das nascentes do Município de Taquaritinga – SP. Mapa com escala anexo
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11. Águas Subterrâneas
O “Estudo de Águas Subterrâneas das Regiões Administrativas 7 (Bauru),
8 (São José do Rio Preto) e 9 (Araçatuba)”, desenvolvido pelo DAEE em 1976 classifica as unidades
lito-estratigráficas que ocorrem na área da Bacia do Tietê/Batalha em três grandes sistemas
aquíferos: Aquífero Bauru, Aquífero Serra Geral e Aquífero Botucatu ou Guarani.
O Aquífero Bauru engloba as formações Adamantina, onde se encontra o
município de Taquaritinga-SP, e Marília. Nos 3 sistemas aquíferos, além da marcante diferenciação
litológica e estratigráfica, esses aquíferos são caracterizados pelas condições de armazenamento e
circulação das águas em seus arcabouços. De acordo com esses estudos, os aquíferos Bauru e
Botucatu são classificados como aquíferos “permeáveis por porosidade granular” e o aquífero
Serra Geral é classificado como “permeável por porosidade de fissuras”. O Quadro abaixo contém
uma síntese das características hidrogeológicas gerais das três unidades aquíferas.
Tabela 9: Características Hidrogeológicas dos aquíferos.
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Figura 40. Mapa dos aquíferos do Estado de São Paulo
Fonte: CETESB Relatório de Qualidade das Águas Subterrâneas do Estado de São Paulo – 2001/2003
Figura 41. Águas subterrâneas na UGRHI-16. 2008.
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O aquífero Bauru ocorre aflorando de forma predominante por toda a
área da Bacia do Tietê/Batalha. De acordo com Campos (1987), o pacote de sedimentos do
Cretáceo que constitui o sistema aquífero Bauru, comporta-se como um aquífero livre ou freático,
em toda a sua extensão regional e está assentado sobre um substrato impermeável formado pelo
topo dos derrames de basalto da formação Serra Geral.
Portanto, a superfície de contato entre os sedimentos e o basalto
sotoposto, que constitui o limite basal do aquífero Bauru, mostra-se de forma irregular, com uma
descontinuidade resultante tanto de falhamentos como do paleo-relevo esculpido pelo ciclo
erosivo anterior a deposição do Bauru. A tendência geral do mergulho do contato entre os dois
aquíferos é de um caimento suave de Leste para Noroeste, em direção à calha do Rio Paraná.
A espessura saturada dos arenitos do Grupo Bauru, na maior parte de
sua área de ocorrência, varia desde poucos metros nos fundos dos vales das principais drenagens
da bacia, próximo ao contato com o basalto sotoposto, até pouco mais de 150 metros nas áreas
mais elevadas situadas próximas aos divisores de água entre as principais sub-bacias.
Figura 42: Vazão explorável do Aquífero Bauru (com destaque para a UGRHI 16).
Fonte: Mapa de águas subterrâneas do Estado de São Paulo 2005, Conselho Estadual de Recursos Hídricos.
Assim, a variação da espessura saturada revela a existência de um duplo
controle nas condições de potencialidade do aquífero Bauru na região. O primeiro se deve a
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morfologia da superfície e atua de forma transversal aos principais rios da bacia, com as
espessuras variando em “ondulações", mais espessas nos espigões, ou divisores de água, e
adelgaçando em direção aos vales. O segundo controle é exercido pela morfologia do
paleorelevo basáltico impondo um caimento regional de Sudeste para Noroeste na porção de
montante da bacia e de para Leste para Oeste na porção mais à jusante da área da bacia, além de
alterações localizadas na espessura do aquífero, condicionadas pela ocorrência de estruturas
tectônicas secundárias que afetaram a região.
As condições de circulação de água subterrânea e o comportamento
hidráulico do aquífero Bauru indicam uma situação de recarga natural se dando diretamente a
partir das precipitações pluviais que ocorrem na própria bacia e a superfície potenciométrica
apresenta uma configuração nitidamente associada à morfologia dos terrenos, com os divisores
da superfície potenciométrica da água subterrânea seguindo um posicionamento muito próximo,
em subsuperfície, aos divisores do escoamento superficial de água das sub-bacias hidrográficas.
Desta forma, as isopiezas (linhas de mesma cota do nível freático da
água) apresentam-se alongadas, acompanhando a topografia dos espigões e planaltos. As linhas
de fluxo do escoamento subterrâneo convergem naturalmente em direção as calhas dos rios que
tem caráter efluente, ou seja, recebem contribuição direta das águas subterrâneas.
Os gradientes hidráulicos da superfície potenciométrica do aquífero
Bauru são elevados, variando de 8 a 12 metros/km nas áreas de montante das sub-bacias
hidrográficas e de 3 a 6 metros/km, nas áreas de jusante das mesmas. A velocidade média da
água subterrânea nas direções predominantes de fluxo, estimada com base no gradiente
hidráulico, na permeabilidade e na porosidade eficaz dos arenitos, apresenta uma variação, em
escala regional, da ordem de 4 cm/dia nas áreas de domínio da Formação Adamantina.
Do ponto de vista da produtividade do aquífero Bauru é utilizado o
conceito de capacidade específica com valores obtidos a partir de testes de bombeamento
realizados nos poços tubulares da região quando do desenvolvimento do estudo do DAEE em
1976. Cabe relembrar a capacidade específica como parâmetro definido pelo quociente resultante
da divisão da vazão (Q) do poço, em m³/h, pelo rebaixamento (Δs) do nível de água, em metros,
verificado no poço em questão. Segundo Rocha et al. (1982), os valores médios da capacidade
específica variam, geralmente, de 0,5 a 1,0 m³/h/m nas áreas de domínio da Formação
Adamantina, unidade predominante na Bacia do Tietê/Batalha.
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VI. CARACTERIZAÇÃO DO MEIO BIÓTICO
1. Caracterização Vegetacional Regional
Pelo Inventário Florestal do Estado de São Paulo realizado pelo Instituto
Florestal (IFSP, 2002) verificou-se que restam 13,7 % de cobertura vegetal nativa (34,6 mil km2),
localizada principalmente, em áreas com pouca possibilidade de aproveitamento agrícola.
Analisando alguns trabalhos realizados na região da ABAG de Ribeirão Preto (SILVA e SOARES,
2003; KOTCHETKOFF-HENRIQUES, 2003; PROGRAMA BIOTA/FAPESP, 2004) pode-se concluir que
hoje, os fragmentos remanescentes estão sob frequente perturbação e são de diferentes unidades
fitogeográficas: Floresta Estacional Semidecidual; Floresta Paludosa, Floresta Estacional Decidual e
fisionomias de Cerrados (Mapa Programa Biota/FAPESP). Kotchetkoff-Henriques (2003) em um
levantamento da vegetação natural do município de Ribeirão Preto (651 km2) encontrou 102
remanescentes florestais (sendo 99 com vegetação natural correspondendo a 3,8% da área do
município), enquadrados em quatro grupos de vegetação: Floresta Estacional Semidecidual
(1,37%), Floresta Estacional Decidual (1,06%), Floresta Estacional Semidecidual com Influência
Fluvial Permanente (Mata Paludícola – 0,64%) e Cerrado (0,83%), estando estes tipos vegetacionais
estreitamente correlacionados com as características edáficas ocorrentes, respectivamente, em
Latossolo Roxo, Litossolo, Solo Hidromórfico e Latossolo Vermelho Escuro ou Latossolo Vermelho
Amarelo. A maioria dos fragmentos eram pequenos e isolados, sugerindo a criação de Áreas de
Proteção Ambiental (APA), para potencializar as ações de conservação de muitos fragmentos
situados em área de expansão urbana (expostos a maior pressão antrópica) e para conservação
de fragmentos grandes e próximos entre si, que apresentam elevado valor de conservação na
região sul do município, ao longo do Ribeirão da Onça.
1.1 Floresta Estacional Semidecidual (IBGE, 1991): como o nome diz, este tipo de
vegetação está condicionado a estacionalidade climática (verão chuvoso e inverno seco ou clima
subtropical sem seca, mas com intenso frio, temperaturas médias abaixo de 15ºC) e pela queda
das folhas durante o período seco, em 20 a 50% das árvores caducifólias da floresta. Na região da
ABAG-RP esta vegetação aparece com formações: Aluvial (vegetação em zona ciliar com
encharcamento temporário do solo); Submontana (na faixa de 50 a 500m entre 16º até 24º
latitude S) e Montana (acima de 16º de latitude Sul entre 400 a 1500 m de altitude). Hoje, as
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pequenas extensões de florestas estacionais semidecíduas correspondem às Unidades de
Conservação e a matas residuais em propriedades privadas.
1.2 Floresta Estacional em Contato com a Savana: originalmente ocupava 14% da
superfície total do Estado de SP, incluindo fitofisionomias variáveis desde campo limpo, avançando
para campo sujo (savana gramíneo-lenhosa), campo cerrado (savana arborizada), cerrado sensu
strictu até cerradão (savana florestada), com manchas dispersas no interior do planalto, sobretudo
na margem oriental do planalto ocidental e na depressão interior (região da ABAG-RP), localizado
nos solos mais pobres. Atualmente, pouco restou dessa cobertura vegetal original, menos de 1%
em todo Estado (SMA, 2000). Os cerrados permaneceram preservados na região da ABAG-RP até
por volta de 1960-70 quando foram substituídos pela cultura da cana-de-açúcar. Mas mesmo
assim, a região possui a maior área remanescente preservada do Estado, que é a Estação
Ecológica do Jataí, no Município de Luís Antônio (IFSP, 2002). A instituição do ICMS ecológico
(Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) nos Estados que fazem parte da região do
Cerrado, como o Estado de SP, tem incentivado a criação de áreas protegidas com planejamento
ambiental e manejo sustentável dos sistemas produtivos da região.
1.3. Mata Ciliar: adensamento da vegetação localizada ao longo do curso dos rios,
formando a mata que protege a margem dos rios da erosão e abriga os animais silvestres. O
Código Florestal Brasileiro (Lei 4771 de 21 de agosto de 1965) determina que seja respeitada a
vegetação ciliar em cada margem (metragem de 30 a mais de 200 metros, de acordo com a
largura do rio). Mas sabe-se, que atualmente no Estado de SP, perto de um milhão de hectares de
áreas ciliares não possuem vegetação devido ao desmatamento principalmente, para uso
agropastoril e que 120 mil km de cursos de água estão sem proteção, aumentando a erosão.
1.4. Floresta Secundária: vegetação que surge após a destruição da cobertura vegetal
primitiva (ação antrópica) para uso agrícola ou pecuário, e posterior abandono, obedecendo a
uma sucessão natural, dividida em fases de colonização. Assim, com a expansão da agricultura, as
Florestas Estacionais Semideciduais da região da ABAG-RP foram sumindo, restando pequenos
fragmentos na forma de capoeiras principalmente, ou como pequenas áreas residuais.
O Cerrado, que apresenta em algumas áreas do município, ocupa as
partes elevadas do relevo com solos mais pobres, compreende uma vasta área (cerca de 25% do
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território brasileiro) e comporta dentro de seus limites diversos tipos de formações vegetais
nativas, tais como as matas de galeria (matas ciliares), as florestas estacionais semideciduais e o
próprio bioma de cerrado, com suas diferentes fisionomias. Também inclui as zonas de contato
entre a vegetação de savana (cerrado) e a floresta ombrófila.
Quando há contato entre duas ou mais regiões fitoecológicas, com suas
floras justapondo-se ou interpenetrando-se, formam-se áreas de tensão ecológica. Estas áreas são
às vezes, coincidentes com o contato de duas formações geológicas e com faixas de transição
climática (IBGE, 1993).
Os encraves são cada mosaico de vegetação que guarda a sua
identidade florística e fisionômica sem se misturar, permitindo a definição da formação ou
subformação dominante. No caso dos ecótonos, a identidade florística passa a ser a nível de
espécies, não se determinando a dominância de uma região sobre a outra. Frequentemente
ocorrem endemismos que melhor as identificam.
Grande parte do Estado de São Paulo está inserida dentro do limite
fitogeográfico dos cerrados e sua transição com outros domínios. No município de Taquaritinga,
verifica-se a presença das formações vegetais encontradas no Domínio de Floresta estacional
semi-decídual em contato com Cerrados.
Próximo à área urbanizada, apresenta-se a vegetação do tipo savânica,
sendo verificada a categoria fisionômica que caracteriza a vegetação de cerrado, em estágio
médio e avançado de regeneração, sendo área de tensão ecológica com floresta estacional
semidecidual, segundo Goodland & Ferri (1979): campo limpo, campo sujo, campo cerrado,
cerrado sensu stricto e cerradão. As quatro primeiras caracterizam-se por serem formações
predominantemente campestres, enquanto a última, os chamados cerradões, constituem uma
formação florestal conforme representado na Imagem 10.
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Figura 43. Ilustração com as 5 categorias fisionômicas de cerrado (Coutinho, 1978).
Ao contrário do que se possa imaginar, o cerrado (nome aqui
empregado em sua forma mais ampla) é condicionado pela pobreza relativa dos solos que o
sustentam e não pela escassez de água nos mesmos. Prova disso é o fato de diversas espécies
arbustivas e arbóreas encontradas nos ambientes de cerrado serem capazes de rebrotar, crescer e
até mesmo florescer em plena estação seca. Assim, o alto grau de escleromorfismo evidenciado
na maioria destas espécies (esclerofilia, xilopódios e caules tortuosos com cobertura espessa) é
atribuído à deficiência nutricional e à acidez dos latossolos presentes em áreas onde ocorre o
referido bioma.
Nestes locais as formações vegetais originam um mosaico ambiental
integrado, tanto do ponto de vista florístico quanto paisagístico. Nas zonas de contato entre as
diferentes fitofisionomias é comum encontrar-se espécies típicas de ambientes de cerrado, de
floresta estacional e mesmo de floresta ombrófila, habitando numa mesma localidade. Alguns
fragmentos de mata podem abrigar espécies arbóreas que caracterizam a vegetação savânica, tais
como Tabebuia ochracea e Caryocar brasiliense e, por outro lado, áreas que apresentam
fisionomia de cerrado, onde há o predomínio de uma vegetação constituída originalmente por
formações herbáceas, intercaladas por plantas arbustivas lenhosas, de folhas coriáceas e
xilopódios, também comportam espécies pioneiras da mata semidecídua e da floresta ombrófila
(exemplo: Tapirira guianensis e Trema micrantha).
O que se vê atualmente são muito poucos remanescentes de vegetação
original, estando estes restritos a fragmentos de cerrados localizados dentro de propriedades
particulares e também a fragmentos de matas ciliares. Provavelmente, a preservação dos mesmos
deve-se às medidas legais incidentes, que viabilizaram a manutenção das Áreas de Preservação
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Permanente (APP) e sua vegetação nativa, além das características impeditivas do solo aos
processos de ocupação humana, para prática agrícola, principalmente nas zonas de encraves
latossólicos.
O mapa, representado na Figura 11, indica os fragmentos de cerrado
remanescentes do Estado de São Paulo, ajudando a compreender melhor os efeitos da pressão
antrópica sobre esse bioma, não só na região de Taquaritinga, mas em todo o Estado de São
Paulo.
As áreas de Mata Atlântica se restringem às encostas, partes baixas e
áreas ripárias. A formação florestal predominante é a floresta estacional com as fasciações
semidecidual e perenifólia, sobre solos hidromórficos ou drenados.
Figura 44. Remanescentes florestais na área de atuação da ABAG-RP. Fonte: ABAG-RP 2005
2. Considerações Regionais Sobre a Flora
A Bacia Hidrográfica do Tietê / Batalha ocupa uma área de 1.339.400 ha,
de acordo com seus limites físicos, apresentando 75.927 ha de vegetação natural remanescente
que correspondem a 5,7% de sua superfície.
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As categorias de maior ocorrência são a Floresta Estacional Semidecidual
(21.299 ha) e sua correspondente formação de Vegetação Secundária (13.378 ha); Floresta
Estacional em Contato Savana / Floresta Estacional (7.892 ha) e sua correspondente formação
com Vegetação Secundária (11.832 ha). Destacam-se também as categorias Formação Arbórea /
Arbustivo-Herbácea em Região de Várzea (8.393 ha) e Savana (6.088 ha). A vegetação
remanescente (75.927 ha) está dividida em 4.370 fragmentos, sendo que deste total 2.762 (63,2%)
apresentam superfície até 10 ha e 763, até 20 ha. Observa-se, portanto, que 3.525 fragmentos
(80,7%) apresentam superfície entre 0 e 20 ha.
Figura 45. Remanescentes florestais UGRHI-16 e parte da UGRHI-09 com destaque para o município de Taquaritinga – SP
Fonte: Relatório de Situação dos Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Tietê/Batalha – UGRHI-16, 1999.
UGRHI - 16
UGRHI - 09
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O bioma Cerrado apresenta vegetação cujas fisionomias englobam
formações florestais, savânicas e campestres. Em sentido fisionômico, floresta é a área com
predominância de espécies arbóreas, onde há formação de dossel, contínuo ou descontínuo. As
formações florestais são representadas por Mata Ciliar, Mata de Galeria, Mata Seca e Cerradão.
Savana é a área com árvores e arbustos espalhados sobre um estrato graminoso onde não há
formação de dossel contínuo. As formações savânicas são representadas por Cerrado: denso,
típico, ralo e rupestre; Vereda, Parque de Cerrado e Palmeiral. O termo campo designa áreas com
predomínio de espécies herbáceas e algumas arbustivas, observando-se a inexistência de árvores
na paisagem. As formações campestres são representadas por Campo: sujo, limpo e rupestre
(Ribeiro et al., 1983 e Ribeiro & Walter, 1998).
Figura 46. Inventário Florestal do Instituto Florestal 2010.
Na Figura 47 abaixo é apresentada espacialmente a distribuição das
diferentes categorias de vegetação para o município de Taquaritinga – SP.
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Figura 47: Mapa, sem escala, dos tipos de vegetação do Município de Taquaritinga – SP. Mapa com escala anexo.
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As florestas classificadas como Floresta Estacional Semidecidual, são
caracteristicamente descontínuas, entremeadas, em alguns trechos, por cerrados, campos
rupestres e matas ciliares. Ocorrem em áreas de clima e solo variados, porém com a constância
climática de invernos secos e frios e verões úmidos e quentes. São também sazonais, com um
período de perda de folhas nos meses mais frios (Leitão Filho, 1982).
Para se obter dados sobre as espécies da flora ocorrentes na região
foram realizadas consultas ao Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação e Uso
Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA-FAPESP), às coleções
disponibilizadas on-line pelo Cria/Splink e pesquisa bibliográfica para todos os municípios da
bacia hidrográfica do Tietê/Batalha. Foram considerados apenas bibliografia atualizada e registros
confiáveis e recentes em coleções, dos últimos dez anos.
As categorias de ameaça de cada espécie são fornecidas de acordo com
as listas oficiais da flora ameaçada do Estado de São Paulo (Resolução SMA - 8, de 31-1-2008) e
do Brasil (Instrução Normativa n° 6, de 23 de setembro de 2008).
Tabela 10 – Lista das espécies florísticas caracterizadas no Município
Família Nome científico Nome popular AMEAÇA
Classe Sucessional SP BR
Anacardiaceae Astronium graveolens Guaritá NC NC Não Pioneira
Tapirira guianensis Pau pombo NC NC Não Pioneira
Annonaceae
Annona cacans Araticum de paca NC NC Pioneira
Rollinia sylvatica Araticum do mato NC NC Pioneira
Xylopia aromática Pimenta de macaco NC NC Não Pioneira
Xylopia brasiliensis Pindaíba NC NC Não Pioneira
Apocynaceae Aspidosperma polyneuron Peroba rosa QA NC Não Pioneira
Peschiera fuchsiaefolia Leiteiro NC NC Pioneira
Arecaceae Acrocomia aculeata Macaúba NC NC Não Pioneira
Asteraceae Gochnatia polymorpha Cambará NC NC Pioneira
Bignoniaceae Handroanthus serratifolius Ipê-amarelo NC NC Não Pioneira
Boraginaceae
Cordia ecalyculata Café de Bugre QA NC Não Pioneira
Cordia trichotoma Louro-pardo NC NC
NC
Não Pioneira
Patagonuda americana Guaiuvira NC NC Não Pioneira
Burseraceae Protium heptaphyllum Almecega-de-cheiro NC DD Não Pioneira
Cannabaceae Trema micranta Pau-pólvora NC NC Pioneira
Caricaceae Jacaratia spinosa Jacaratiá NC NC Não Pioneira
Combretaceae Terminalia argentea Capitão do campo NC NC Pioneira
Euphorbiaceae
Alchornea triplinervia Tapiá NC NC Pioneira
Croton floribundus Capixingui NC NC Pioneira
Hevea brasiliensis Seringueira NC NC Não Pioneira
Fabaceae- Copaifera langsdorfii Óleo de copaíba QA NC Não Pioneira
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Família Nome científico Nome popular AMEAÇA
Classe Sucessional SP BR
Caesalpinioideae Holocalyx balansae Alecrim-de-campinas NC NC Não Pioneira
Peltophorum dubium Canafístula QA NC Pioneira
Fabaceae-Cercideae Bauhinia fusconervis Pata de vaca VU NC Não Pioneira
Fabaceae-Faboideae
Ormosia arborea Olho de cabra NC NC Não Pioneira
Centrolobium tomentosum Araribá NC NC Não Pioneira
Lonchocarpus guilleminianus Imbira-de-sapo NC NC Não Pioneira
Lonchocarpus leucanthus Embira NC NC Não Pioneira
Machaerium stipitatum Sapuvussu NC NC Não Pioneira
Myroxylon balsamum Cabreúva-vermelha VU NC Não Pioneira
Sweetia fruticosa Guaiçara NC NC Não Pioneira
Fabaceae-Mimosoideae
Senegalia polyphylla Monjoleiro NC NC Pioneira
Parapiptadenia rigida Angico-vermelho NC NC Não Pioneira
Piptadenia gonoacantha Jacaré NC NC Pioneira
Pithecellobium edwallii Farinha-seca NC NC Não Pioneira
Lauraceae
Endlicheria paniculata Canela-fedida NC NC Não Pioneira
Ocotea catharinensis Canela-preta NC A Não Pioneira
Ocotea velutina Canelão NC NC Não pioneira
Lamiaceae Aegiphila sellowiana Tamanqueira NC NC Pioneira
Lecythidaceae Cariniana estrellensis Jequitibá-branco QA NC Não Pioneira
Malvaceae
Ceiba speciosa Paineira NC NC Não Pioneira
Luehea divaricata Acoita-cavalo NC NC Não Pioneira
Luehea speciosa Acoita-cavalo NC NC Não Pioneira
Christiana macrodon Algodoeiro NC DD -
Meliaceae
Guarea guidonia Marinheiro QA NC Não Pioneira
Cedrela fissilis Cedro rosa QA NC Não Pioneira
Trichilia catigua Catiguá NC NC Não Pioneira
Trichilia lagoensis Goiaba-do-mato NC NC Não Pioneira
Monimiaceae Mollinedia widgrenii - NC NC Não Pioneira
Moraceae Chlorophora tinctoria Taiuvá NC NC Não Pioneira
Myristicaceae Virola sebifera Ucuúba NC NC Não Pioneira
Myrsinaceae Ardisia ambigua Lustroso NC NC Não Pioneira
Myrtaceae
Campomanesia guaviroba Gabiroba NC NC Não Pioneira
Myrcianthes pungens Fura-olho NC NC Não Pioneira
Psidium guajava Araça-goiaba NC NC Não Pioneira
Nyctaginaceae Pisonia ambigua Maria faceira NC NC Não Pioneira
Phytolaccaceae Gallesia gorarema Pau-d’álho NC NC Não Pioneira
Proteaceae Roupala brasiliensis Carne-de-vaca NC NC Não Pioneira
Rhamnaceae Rhamnidium elaeocarpum Saguariji NC NC Não Pioneira
Rubiaceae Coutarea hexandra Quina-branca NC NC Não Pioneira
Rudgea jasminoides Jasmim-do-campo NC DD Não Pioneira
Rutaceae
Balfourodendron riedellianum Marfim QA NC Não Pioneira
Metrodorea nigra Carrapateiro NC NC Não Pioneira
Zanthoxylum pohlianum Juvá NC NC Não Pioneira
Salicaceae Casearia gossypiosperma Pau-espeto NC NC Pioneira
Casearia sylvestris Língua-de-lagarto NC NC Pioneira
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Família Nome científico Nome popular AMEAÇA
Classe Sucessional SP BR
Sapindaceae Diatenopteryx sorbifolia Correeiro NC NC Pioneira
Sapotaceae Chrysophyllum gonocarpum Caixeta amarela NC NC Não Pioneira
Solanaceae Solanum granulo-leprosum Cuvitinga NC NC Pioneira
Solanum lycocarpum Lobeira NC NC Pioneira
Urticaceae Urera bacifera Urtiga NC NC -
Verbenaceae Aloysia virgata Lixa NC NC
Pioneira
Vochysiaceae Qualea jundiahy Pau-terra NC NC Não Pioneira
SP= Resolução SMA 08, de 2008 – NC=não consta; QA=quase ameaçada; VU=vulnerável e BR=Instrução Normativa no de
2008 – NC= não consta; DD- Dados Deficientes e A=ameaçada.
2.1. Diagnóstico Florístico
No total foram caracterizadas 74 espécies divididas em 39 famílias e 65
gêneros, na qual, de acordo com a Resolução SMA 08/2008 e Portaria IBAMA nº 37-N, de 3 de
abril de 1992, 8 espécies se encontram em estado de Quase Ameaça (QA), que são:
Balfourodendron riedellianum (Marfim), Cedrela fissilis (Cedro rosa), Guarea guidonia (Marinheiro),
Cariniana estrellensis (Jequitibá-branco), Peltophorum dubium (Canafistula), Copaifera langsdorfii
(Óleo de copaiba), Cordia ecalyculata (Café de Bugre) e Aspidosperma polyneuron (Peroba rosa),
2 espécie Vulnerável (VU) que são: Myroxylon balsamum (Cabreúva-vermelha), Bauhinia
fusconervis (Pata de vaca), 1 espécie Ameaçada (A) que é a Ocotea catharinensis (Canela-preta) e
3 espécies com Dados Deficientes (DD) que são: Rudgea jasminoides (Jasmim-do-campo),
Christiana macrodon (Algodoeiro), e Protium heptaphyllum (Almecega-de-cheiro).
2.2. Áreas de Preservação Permanente e Remanescentes Florestais Nativos do
Município de Taquaritinga – SP
De acordo com as Leis n° 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19
de dezembro de 1996, 11.428, de 22 de dezembro de 2006, 12.651, de 25 de maio de 2012,
7.754, de 14 de abril de 1989, Medida Provisória n° 2.166-67, de 24 de agosto de 2001 e
Resolução CONAMA 303, de 20 de março de 2002.
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Figura 48: Mapa, sem escala, de remanescentes e APPs do Município de Taquaritinga – SP. Mapa com escala anexo.
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Foto 1: Remanescente florestal entre cultura de cana de açúcar.
Foto 2: Remanescente florestal próximo a pastagem e culturas de cana de açúcar e citros.
O Município de Taquaritinga – SP, com área de 594 km² ou 59.400 ha,
possui um total de APP com vegetação de 7.327,02 ha, 12,34% da área do município, e uma área
de remanescentes florestais fora das APPs de 4.942,58 ha, 8,32% da área do município,
totalizando uma Área de Preservação Permanente vegetada com essências nativas para o
Município de Taquaritinga de 2.384,44 ha ou 4,02% da área total do Município.
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Foi apresentado à Câmara legislativa estadual o PROJETO DE LEI Nº 177,
2001, que ainda não foi apreciado, onde se pretende a implantação de área de proteção de
grande valor ambiental, na serra do Jaboticabal, região que abrange Taquaritinga, Jaboticabal,
Monte Alto, Pirangi e Taiúva de acordo com os termos do Projeto:
“DECLARA COMO ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL A SERRA DE
JABOTICABAL”
A ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SÃO PAULO decreta:
Artigo 1º - É declarada Área de Proteção Ambiental (APA) a Serra de
Jaboticabal, situada no Estado de São Paulo.
Artigo 2º - A área compreende as cuestas, as escarpas, as encostas e
as matas adjacentes da Serra de Jaboticabal, bem como seus mananciais e a
vida silvestre que inclui toda a flora e fauna remanescentes dentro de seu
perímetro.
Artigo 3º - A Área da Serra de Jaboticabal fica assim demarcada:
Abrangendo os municípios de Jaboticabal, Taquaritinga, Monte Alto, Pirangi
e Taiúva, (...).
O referido projeto já foi reformulado 2 vezes e reapresentado e a
população aguarda a apreciação legislativa para poder resguardar a referida área, de grande
interesse ecológico.
Foto 3: Detalhe da vegetação de Taquaritinga. Ao fundo, a Serra do Jaboticabal.
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Foto 4: Monte do Broa, na serra do Jaboticabal, ponto mais alto do município de Taquaritinga.
Foto 5: Detalhe da Serra do Jaboticabal ao fundo.
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3. Caracterização da Fauna Regional
A fragmentação de áreas naturais provoca a perda de habitat original
pela diminuição e isolamento da vegetação original. Quando a proporção do habitat favorável
diminui na paisagem, os efeitos resultantes do tamanho e isolamento da área influenciam as
populações que nele habitam, contribuindo para o declínio da diversidade biológica dentro do
habitat original. As populações que passam a viver nos fragmentos podem ser drasticamente
afetadas, não só pelo tamanho da área, mas também pela distância entre um fragmento e outro,
pelas mudanças físicas e bióticas que neles ocorrem e pela paisagem circundante (Andrén, 1994).
As atividades agrícolas e silviculturais, assim como o desenvolvimento
urbano, são predominantes no Estado de São Paulo, de forma que a cobertura vegetal do interior,
composta por Mata Semidecidual e manchas de Cerrado, é hoje quase totalmente modificada e
fragmentada, sendo que áreas naturais extensas e pouco perturbadas são cada vez mais raras
(Morellato & Leitão-Filho, 1995), fato que torna preocupante o status das espécies com ocorrência
no Estado.
Apesar de abrigar fauna e flora muito diversas, apenas 25% das áreas de
vegetação natural remanescente no Estado de São Paulo encontra-se protegida (Rodrigues &
Bononi, 2008). O nordeste paulista é um exemplo de região especialmente prejudicada pelo
avanço da monocultura canavieira. Este fato, aliado a quase ausência de estudos faunísticos,
geram conhecimento limitado da biota local (Pozza, 2002).
O município de Taquaritinga tem uma área total de 59.400 (ha) sendo
7.327,02 (ha) de vegetação nativa.
3.1. Avifauna
As aves pertencem a um grupo zoológico extremamente diverso se
comparado com os demais tetrápodes. Além disso, são encontradas em praticamente todos
ambientes terrestres, existindo diversas espécies que ocupam somente alguns ambientes. Alguns
exemplos destas espécies são as espécies florestais insetívoras de sub-bosque (espécies e gêneros
das famílias Formicariidae, Dendrocolaptidae e da sub-familia Philydorinae) e algumas frugívoras
(espécies e gêneros das famílias Pipridae, Cracidae, Trogonidae, Cotingidae).
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Segundo o CBRO (2014), existem no Brasil 1.901 espécies de aves, sendo
234 endêmicas. No Estado de São Paulo são registradas aproximadamente de 793 espécies
(Silveira & Uezu, 2011), representando 41,7% das espécies brasileiras.
Como esperado para um Estado com vocação florestal, a grande maioria
das espécies está associada a, pelo menos, um tipo fisionômico deste ambiente, principalmente
mata atlântica e mata mesófila. Juntos, estes dois biomas abrigam aproximadamente dois terços
da avifauna do Estado (Silva, 1998). O avançado processo de substituição de florestas por
ambientes antropizados, associado ao fato de que muitas das espécies de aves não ocorrem em
habitats perturbados, colocam o grupo como um dos mais ameaçados do planeta (Brooks &
Balmford 1996).
A fragmentação e modificação estrutural das formações florestais causam
drástica modificação na composição específica da comunidade de aves, sendo que diversos
estudos sobre o tema apontam as aves florestais de sub-bosque e algumas frugívoras como as
mais afetadas por tais processos (Willis 1979, Aleixo e Vielliard 1995, Galleti e Aleixo 1998,
Bierregaard, 1989, Aleixo 2001, Pizo 2001, Protomastro 2001). Além da fragmentação e da
modificação na estrutura dos fragmentos florestais, a matriz em que estes estão inseridos se
mostra muito importante para a manutenção da avifauna local, uma vez que ela pode facilitar ou
dificultar a dispersão das aves florestais e a recolonização de alguns fragmentos por elas (Aleixo
2001). Existem evidências de que pastagens e canaviais dificultam tais processos, ao passo que
paisagens mais “sujas”, com arbustos e árvores, os facilitam (Aleixo, op cit.).
Além de excelentes bioindicadores (Ramos, 1997), as aves ocupam
ambientes variados e são, em geral, facilmente detectáveis pelos pesquisadores, o que faculta o
uso de listagens desse grupo como uma das ferramentas para avaliação ambiental (Furness &
Greenwood, 1993). Porém, a falta de dados sobre a situação da avifauna regional dificulta a
tomada de decisões conservacionistas, contribuindo para a continuidade da perda de espécies
durante o tempo (Simon & Ribon, 1997).
Tabela 11. Lista das espécies da avifauna do Município.
FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR AMEAÇA GUILDA
TRÓFICA ENDEMISMO
SENSIBILIDADE
A DISTÚRBIOS SP BR
Accipitridae
Buteo brachyurus Gavião-de-cauda-curta LC NC Ca N M
Elanus leucurus Gavião-peneira LC NC Ca N B
Gampsonyx swainsonii Gaviãozinho LC NC Ca N B
Geranoaetus
albicaudatus Gavião-de-rabo-branco LC NC Ca N M
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FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR AMEAÇA GUILDA
TRÓFICA ENDEMISMO
SENSIBILIDADE
A DISTÚRBIOS SP BR
Ictinia plumbea Sovi LC NC Ca / In N M
Rupornis magnirostris Gavião-carijó LC NC Ca / In N B
Alcedinidae Chloroceryle amazona Martim-pescador-verde LC NC Ca N B
Megaceryle torquata Martim-pescador-grande LC NC Ca N B
Anatidae Amazonetta brasiliensis Pé-vermelho LC NC On N B
Dendrocygna viduata Irerê LC NC On N B
Aramidae Aramus guarauna Carão LC NC On N M
Ardeidae
Ardea alba Garça-branca-grande LC NC On N B
Ardea cocoi Garça-moura LC NC Ca N B
Bubulcus ibis Garça-vaqueira X* NC In N B
Butorides striata Socozinho LC NC Ca / In N B
Egretta thula Garça-branca-pequena LC NC Ca N B
Nycticorax nycticorax Savacu LC NC Ca N B
Syrigma sibilatrix Maria-faceira LC NC Ca / In N M
Tigrisoma lineatum Socó-boi LC NC Ca / In N M
Caprimulgidae
Chordeiles acutipennis Bacurau-de-asa-fina LC NC In N B
Chordeiles nacunda Corucão LC NC In N B
Hydropsalis albicollis Bacurau LC NC In N B
Hydropsalis torquata Bacurau-tesoura LC NC In N B
Cardinalidae Piranga flava Sanhaçu-de-fogo LC NC On N B
Cariamidae Cariama cristata Seriema LC NC Ca / In C M
Cathartidae Coragyps atratus Urubu-de-cabeça-preta LC NC Ca N B
Charadriidae Vanellus chilensis Quero-quero LC NC Ca / In N B
Columbidae
Columba livia Pombo-doméstico X* NC On N B
Columbina picui Rolinha-picui LC NC Gr N B
Columbina squammata Fogo-apagou LC NC Fr N B
Columbina talpacoti Rolinha-roxa LC NC Gr / On N B
Patagioenas picazuro Pombão LC NC Fr N M
Zenaida auriculata Pomba-de-bando LC NC Fr / Gr N B
Corvidae Cyanocorax cristatellus Gralha-do-campo LC NC On C M
Cuculidae Crotophaga ani Anu-preto LC NC Ca / In N B
Guira guira Anu-branco LC NC Ca / In N B
Dendrocolaptidae Lepidocolaptes
angustirostris Arapaçu-de-cerrado LC NC In N M
Donacobiidae Donacobius atricapilla Japacanim LC NC In N M
Falconidae
Caracara plancus Caracará LC NC Ca N B
Falco sparverius Quiriquiri LC NC Ca N B
Milvago chimachima Carrapateiro LC NC Ca B
Fringillidae Euphonia chlorotica Fim-fim LC NC Fr N B
Furnariidae
Certhiaxis cinnamomeus Curutié LC NC In N M
Furnarius rufus João-de-barro LC NC In N B
Phacellodomus ruber Graveteiro LC NC In N B
Hirundinidae
Progne chalybea Andorinha-doméstica-
grande LC NC In N B
Progne tapera Andorinha-do-campo LC NC In N B
Pygochelidon cyanoleuca Andorinha-pequena-de-
casa LC NC In N B
Stelgidopteryx ruficollis Andorinha-serradora LC NC In N B
Tachycineta albiventer Andorinha-do-rio LC NC In N B
Tachycineta leucorrhoa Andorinha-de-sobre-
branco LC NC In N B
Icteridae Chrysomus ruficapillus Garibaldi LC NC On N B
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FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR AMEAÇA GUILDA
TRÓFICA ENDEMISMO
SENSIBILIDADE
A DISTÚRBIOS SP BR
Icterus pyrrhopterus Encontro LC NC In/ Fr/ Ne N M
Molothrus bonariensis Vira-bosta LC NC Gr N B
Pseudoleistes guirahuro Chopim-do-brejo LC NC On N B
Sturnella superciliaris Polícia-inglesa-do-sul LC NC In N B
Jacanidae Jacana jacana Jaçanã LC NC On N B
Mimidae Mimus saturninus Sabiá-do-campo LC NC On N B
Nyctibiidae Nyctibius griseus Mãe-da-lua LC NC In N B
Passerellidae Ammodramus humeralis Tico-tico-do-campo LC NC Gr N B
Zonotrichia capensis Tico-tico LC NC Fr / In N B
Passeridae Passer domesticus Pardal X* NC On N B
Phalacrocoracidae Phalacrocorax brasilianus Biguá LC NC Ps N B
Picidae
Colaptes campestris Pica-pau-do-campo LC NC In N B
Colaptes melanochloros Pica-pau-verde-barrado LC NC In N B
Picumnus albosquamatus Pica-pau-anão-
escamado LC NC In N B
Polioptilidae Polioptila dumicola Balança-rabo-de-
máscara LC NC In N M
Psittacidae
Amazona aestiva Papagaio-verdadeiro NT NC Fr N M
Aratinga auricapillus Jandaia-de-testa-
vermelha LC NT Fr N M
Brotogeris chiriri Periquito-de-encontro-
amarelo LC NC Fr N M
Forpus xanthopterygius Tuim LC NC Fr N B
Psittacara
leucophthalmus Periquitão-maracanã LC NC Fr N B
Rallidae Aramides cajaneus Saracura-três-potes LC NC On N A
Ramphastidae Ramphastos toco Tucanuçu LC NC On N M
Recurvirostridae Himantopus melanurus Pernilongo-de-costas-
brancas LC NC On N M
Rhynchocyclidae Todirostrum cinereum Ferreirinho-relógio LC NC In N B
Strigidae Athene cunicularia Coruja-buraqueira LC NC Ca / In N M
Megascops choliba Corujinha-do-mato LC NC Ca N B
Thamnophilidae Herpsilochmus longirostris
Chorozinho-de-bico-
comprido EN NC In N M
Thamnophilus doliatus Choca-barrada LC NC In N B
Thraupidae
Coereba flaveola Cambacica LC NC In / Ne N
Lanio cucullatus Tico-tico-rei LC NC Gr / In N B
Nemosia pileata Saíra-de-chapéu-preto LC NC On N B
Paroaria dominicana Cardeal-do-nordeste LC NC Gr N B
Sicalis flaveola Canário-da-terra-verdadeiro LC NC Gr / In N B
Sicalis luteola Tipio LC NC Gr N B
Sporophila caerulescens Coleirinho LC NC Gr N B
Sporophila leucoptera Chorão LC NC Gr N B
Sporophila lineola Bigodinho LC NC Gr / In N / Bi B
Tangara cayana Saíra-amarela LC NC On N M
Tangara sayaca Sanhaçu-cinzento LC NC On N B
Volatinia jacarina Tiziu LC NC Gr / In N B
Threskiornithidae Mesembrinibis cayennensis Coró-coró LC NC On N M
Phimosus infuscatus Tapicuru-de-cara-pelada LC NC On N M
Tinamidae Nothura maculosa Codorna-amarela LC NC On N B
Trochilidae Amazilia fimbriata Beija-flor-de-garganta-
verde LC NC Ne N B
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FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR AMEAÇA GUILDA
TRÓFICA ENDEMISMO
SENSIBILIDADE
A DISTÚRBIOS SP BR
Chlorostilbon lucidus Besourinho-de-bico-
vermelho LC NC Ne N B
Eupetomena macroura Beija-flor-tesoura LC NC In / Ne N B
Troglodytidae Troglodytes musculus Corruíra LC NC In N B
Turdidae Turdus amaurochalinus Sabiá-poca LC NC On N B
Turdus leucomelas Sabiá-barranco LC NC On N B
Tyrannidae
Arundinicola leucocephala Freirinha LC NC In N B
Elaenia flavogaster Guaracava-de-barriga-
amarela LC NC On N B
Empidonomus varius Peitica LC NC On N B
Fluvicola albiventer Lavadeira-de-cara-branca LC NC In N M
Fluvicola nengeta Lavadeira-mascarada LC NC In N M
Griseotyrannus
aurantioatrocristatus
Peitica-de-chapéu-
preto LC NC In N B
Gubernetes yetapa Tesoura-do-brejo LC NC In N M
Hirundinea ferruginea Gibão-de-couro LC NC In N B
Machetornis rixosa Suiriri-cavaleiro LC NC In N B
Myiarchus ferox Maria-cavaleira LC NC In N B
Myiarchus swainsoni Irré LC NC In N B
Myiarchus tyrannulus Maria-cavaleira-de-
rabo-enferrujado LC NC In N B
Myiozetetes similis Bentevizinho-de-
penacho-vermelho LC NC In N B
Pitangus sulphuratus Bem-te-vi LC NC Fr / In N B
Pyrocephalus rubinus Príncipe LC NC In N B
Satrapa icterophrys Suiriri-pequeno LC NC In N B
Serpophaga subcristata Alegrinho LC NC In N B
Tyrannus melancholicus Suiriri LC NC In N B
Tyrannus savana Tesourinha LC NC In N B
Xolmis cinereus Primavera LC NC In N B
Xolmis velatus Noivinha-branca LC NC In N M
Vireonidae Cyclarhis gujanensis Pitiguari LC NC In N B
CR = Criticamente em Perigo; EN = Em Perigo; VU = Vulnerável; NT = Quase Ameaçada; RE = Regionalmente Extinta; LC = De Menor
Risco; DD = Dados Deficientes; NE = Não avaliada; Lista das espécies de mamíferos ameaçadas de extinção no Brasil e respectivas
categorias de ameaça - Ministério do Meio Ambiente, Instrução Normativa nº 3, de 27 de maio de 2003 e Machado et al. 2005) – NC:
(Não Consta); CR: (Criticamente em Perigo); EN (Em Perigo); VU (Vulnerável). Guilda Trófica; Ca= Carnívoro; Fr= Frugívoro; In= Insetívoro;
On= Onívora; Ne= Nectívoro; Gr= Granívora; Ps= Piscívoro. Endemismo; X* = espécie exótica introduzida no Estado de São Paulo; MA=
Endêmica Mata Atlântica, C= Endêmica Cerrado; N= Não Endêmica; Bi= Bioindicadora. Sensibilidade a distúrbios: A= Alto; M= Médio; B=
Baixo. Fonte: Wikiaves
Foram registradas pela caracterização 123 espécies de aves distribuídas
em 43 famílias. Dentre elas, 2 espécies se encontram em alguma categoria de ameaça para o
Estado (SMA, 2009) e 1 espécie se encontra na categoria de ameaça para o Brasil: Papagaio
verdadeiro (Amazona aestiva) na categoria quase ameaçada (NT) e Chorozinho-de-bico-
comprido (Herpsilochmus longirostris) na categoria em perigo (EN) para o estado de São Paulo, a
espécie Jandaia de testa vermelha (Aratinga auricapillus) encontra-se na categoria de quase
ameaça para o Brasil.
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A presença de espécies ameaçadas em uma determinada área pode ser
indicativa da qualidade ambiental da mesma, além de qualificar essa área como habitat crítico
para conservação dessas espécies (Meffe & Carroll, 1994).
Foto 6: Tucanuçu (Ramphastos toco) Foto 7: Quero quero (Vanellus chilensis)
Foto 8: Andorinha serradora (Stelgidopteryx ruficollis) Foto 9: Urubu de cabeça preta (Coragyps atratus)
Foto 10: Pica pau verde barrado (Colaptes melanochloros) Foto 11: Curruíra (Troglodytes musculus)
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3.2. Mastofauna
Existem no Brasil 710 espécies de mamíferos nativas e seis espécies
exóticas, introduzidas no país, voltando ao estado silvestre (Reis et al., 2011). No Estado de São
Paulo, estima-se 231 espécies. (Vivo, 2011).
Os mamíferos são comparativamente as aves, um grupo mais
heterogêneo em seus padrões de uso de habitat e modos de vida. Muitas espécies são pequenas,
noturnas e habitam lugares particulares de difícil acesso, o que torna sua captura e identificação
uma tarefa, por vezes, dificultada.
As espécies de maior porte, embora muitas delas também noturnas e
com hábitos discretos, podem ter sua presença inferida no ambiente a partir de marcas e sinais
temporários (pegadas, fezes, abrigos, restos alimentares, odores), sendo, portanto, possível a sua
identificação mesmo na ausência de observação direta.
Para os mamíferos que vivem em regiões onde ocorre o cerrado, as
matas ciliares possuem importância fundamental servindo como abrigo aos animais, que
habitualmente utilizam os habitats adjacentes para buscar alimento (Marinho- Filho & Reis, 1989;
Alho, 1990). Fornecem alimento e/ ou água pelo menos durante a seca, para espécies que em
períodos mais favoráveis exploram áreas abertas, além de permitir a manutenção da diversidade
biológica nas formações abertas onde elas ocorrem.
A caça, perda do habitat, fragmentação e isolamento dos remanescentes
florestais são atualmente as maiores ameaças para as espécies de mamíferos, principalmente os
de médio e grande porte. O grupo possui necessidade de grandes áreas de uso em comparação
com outros grupos, e pouca capacidade de dispersão por áreas abertas como pastagens ou
canaviais e/ou áreas urbanas (Biota, 2006).
Tabela 12. Lista das espécies da mastofauna no Município.
FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR
AMEAÇA GUILDA
TRÓFICA ENDEMISMO
TOLERANCIA
PRESENÇA
HUMANA SP BR
Canidae
Cerdocyon thous Cachorro-do-mato LC NC On N P
Canis familiaris Cachorro doméstico - - Ca N A
Chrysocyon brachyurus Lobo guará VU VU On C A
Caviidae Hydrochoerus hydrochaeris Capivara LC NC He N S
Cavia spp. Preá LC NC He N S
Cebidae Cebus sp Macaco-prego - - On MA A
Alouatta fusca Bugio VU CR He / Fr MA A
Cervidae Mazama americana Veado-mateiro VU EN He N A
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FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR
AMEAÇA GUILDA
TRÓFICA ENDEMISMO
TOLERANCIA
PRESENÇA
HUMANA SP BR
Cuniculidae Cuniculus paca Paca NT NC He N A
Dasypodidae
Dasypus novemcinctus Tatu galinha LC NC On / In N S
Dasypus septemcinctus Tatu galinha pequeno LC NC On / In N P
Euphractus sexcinctus Tatu peba LC NC On N S
Dasyproctidae Dasyprocta sp. Cotia LC NC He N P
Didelphidae Didelphis azarae Gambá LC NC On N S
Erethizontidae Coendou villosus Ouriço LC NC He / In N P
Felidae Leopardus pardalis Jaguatirica VU VU Ca N P
Puma concolor Onça parda VU VU Ca N P
Leporidae Sylvilagus brasiliensis Tapiti LC NC He N P
Mephitidae Conepatus semistriatus Jaritataca DD NC On N P
Procyonidae Nasua nasua Quati LC NC Fr N P
Procyon cancrivorus Mão-Pelada LC NC Ca / Fr N P
CR = Criticamente em Perigo; EN = Em Perigo; VU = Vulnerável; NT = Quase Ameaçada; RE = Regionalmente Extinta; LC = De
Menor Risco; DD = Dados Deficientes; NE = Não avaliada; X* = espécie exótica introduzida no Estado de São Paulo. Lista das
espécies de mamíferos ameaçadas de extinção no Brasil e respectivas categorias de ameaça - Ministério do Meio Ambiente,
Instrução Normativa nº 3, de 27 de maio de 2003 e Machado et al. 2005) – NC: (Não Consta); CR: (Criticamente em Perigo); EN
(Em Perigo); VU (Vulnerável). Guilda Trófica; Ca= Carnívoro; Fr= Frugívoro; In= Insetívoro; He= Herbívoro; On= Onívoro.
Endemismo; X* = espécie exótica; MA= Endêmica Mata Atlântica, C= Endêmica Cerrado; N= Não Endêmica. Tolerância à
presença humana; S= sinantrópica: bem tolerante ou exclusiva de áreas antrópicas; P= periantrópica: tolerante a baixas
densidades de presença humana; A= aloantrópica pouco tolerante a presença humana. Fonte: Plano de Bacia Hidrográfica Tietê
Batalha Ugrhi-16, 2008.
São registradas duas espécies do gênero Cebus para o Estado de São
Paulo, Cebus libidinosus que consta na categoria Dados Deficientes e Cebus nigritus, na categoria
Quase Ameaçada. Devido a incerteza de qual espécie registrada no município de Taquaritinga
(Cebus sp.), a categoria de ameaça fica também incerta.
Foram registradas 21 espécies de mamíferos distribuídas em 13 famílias,
sendo que 6 constam em alguma categoria de ameaça: Paca (Cuniculus paca) consta na categoria
Quase Ameaçada para o Estado; Veado-mateiro (Mazama americana) na categoria Vulnerável,
para o Estado de São Paulo; Bugio (Alouatta fusca) na categoria Vulnerável, para o Estado de São
Paulo e na categoria Criticamente em Perigo para o Brasil; Jaguatirica (Leopardus pardalis), Onça
parda (Puma concolor) e Lobo gurá (Chrysocyon brachyurus) na categoria Vulnerável tanto para o
Estado, quanto para o Brasil (SMA, 2009; MMA, 2003), e 1 com Dados Deficientes para o Estado
de São Paulo, Jaritataca (Conepatus semistriatus).
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Foto 12: Foto ilustrativa casal de bugio (Alouatta fusca) Foto 13: Foto ilustrativa Cachorro do mato (Cerdocyon thous).
Fonte: Wigold B. Schaffer Fonte: Pró – Carnívoros / Adriano Gambarini.
Foto 14 e 15: Fotos ilustrativas de jaguatirica (Leopardus pardalis) e Lobo Guará (Chrysocyon brachyurus)
Fonte: Pró-carnívoros / Adriano Gambarini.
Foto 16: Foto ilustrativa de Onça parda (Puma concolor) Foto 17: Foto ilustrativa de Veado mateiro (Mazama americana)
Fonte: Pró-carnívoros / Adriano Gambarini. Fonte: Maurício Duarte
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3.3. Herpetofauna
Anfíbios e répteis são negativamente afetadas pelos efeitos decorrentes
do processo de fragmentação (Gibbons et al., 2000; Stuart et al., 2004) e os possíveis riscos de
extinção e empobrecimento dessas comunidades estão associados à essa fragmentação, além das
mudanças climáticas e patógenos (Gibbons et al., 2000; Dixo, 2005; Eterovick et al., 2005; Carnaval
et al., 2006).
Os padrões de diversidade, uso de habitat e distribuição das espécies da
herpetofauna, ainda são pouco conhecidos, principalmente em áreas alteradas (Vasconcelos &
Rossa-Feres, 2005). Porém sabe-se que fatores espaciais e temporais podem determinar o
delineamento amostral com implicações nos métodos a serem utilizados. Em levantamentos de
curta duração, deve-se relevar a exploração de uma grande diversidade de micro-ambientes,
utilizados de maneiras diferentes pelas espécies, assim como a escolha do período de
amostragem, já que a temporada reprodutiva está diretamente relacionada à temperatura
ambiente e a disponibilidade de ambientes aquáticos temporários para certas espécies (Bernarde
& Anjos, 1999).
3.3.1. Afíbios
Anfíbios são animais ectotérmicos com pele úmida e permeável que
permite a absorção de água e a respiração cutânea, por isso mesmo, susceptível as substâncias
tóxicas contidas no meio ambiente. Tanto a água quanto os gases atravessam facilmente a pele
destes animais, tornando-os relativamente mais susceptíveis à poluição ambiental.
São conhecidas atualmente 1026 espécies de anfíbios para o território
nacional, entre elas, 988 pertencem à ordem anura, uma à ordem caudata e 33 à ordem
gymnophiona (SBH, 2014). A última lista de espécies do Estado de São Paulo foi atualizada,
totalizando 236 espécies de anfíbios, das quais 230 são anuros e seis são Gymnophiona. Foram
removidos da lista Bokermannohyla gouveai e Sphaenorhynchus surdus por não ocorrerem no
Estado de São Paulo. O número de espécies de anuros registrado representa 27% da riqueza de
espécies do país e um aumento de 31% em relação ao número de espécies registradas para o
Estado em 1998, demonstrando que, a despeito do Estado de São Paulo ser a região brasileira
onde os anuros foram mais estudados, o número de espécies conhecidas deve aumentar nos
próximos anos. (Biota Neotropica, 2011.)
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No Brasil, a ordem Anura é a mais diversificada. Reconhecidas
popularmente como sapos, rãs e pererecas, as espécies dessa ordem não possuem cauda, mas
apresentam membros posteriores adaptados ao salto. Os machos emitem vocalizações
características durante o período reprodutivo para atrair as fêmeas e/ou defender seu território de
machos rivais. A maioria das espécies possui fases larvais (girinos) aquáticas, com alimentação
ativa. De maneira geral, os anfíbios não possuem nomes populares difundidos. Somente as
espécies mais conspícuas recebem nomes que apresentam grande variação regional. Os três
nomes mais utilizados para o grupo - sapos, rãs e pererecas - referem-se a três tipos
morfológicos básicos associados, nem sempre corretamente, às famílias Bufonidae,
Leptodactylidae e Hylidae, respectivamente. São considerados sapos aquelas espécies cujos
exemplares possuem pele seca e rugosa, hábitos terrestres e locomoção por pequenos saltos. As
rãs são exemplares com pele lisa, pernas desenvolvidas e adaptadas a grandes saltos e hábitos
geralmente aquáticos. Pererecas são as espécies arborícolas, com discos digitais nas extremidades
dos dedos, olhos grandes e membros delgados e longos (Haddad & Sazima, 1992).
Dados da literatura indicam uma variedade considerável de espécies de
Anuros em áreas próximas a estudada. No entanto, os anfíbios são animais extremamente
sensíveis às variações climáticas e, em geral, concentram sua atividade reprodutiva nas estações
quentes e úmidas (outubro a março).
Anfíbios é negativamente afetados pelos efeitos decorrentes do processo
de fragmentação (Gibbons et al., 2000; Stuart et al., 2004) e os possíveis riscos de extinção e
empobrecimento dessas comunidades estão associados à essa fragmentação, além das mudanças
climáticas e patógenos (Gibbons et al. 2000; Dixo, 2005; Eterovick et al. 2005; Carnaval et al. 2006).
Tabela 13. Lista das espécies de anfíbios no Município.
FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR
AMEAÇA GUILDA
TRÓFICA ENDEMISMO
TOLERANCIA
PRESENÇA
HUMANA SP BR
Bufonidae Bufo marinus Sapo cururu LC NC In N S
Rhinella schneideri Sapo boi LC NC In N S
Hylidae
Hypsiboas faber Sapo ferreiro LC NC In MA P
Scinax fuscovarius Perereca LC NC In N S
Hypsiboas albopunctatus Rã cabra LC NC In N S
Hypsiboas lundii Perereca LC NC In C S
Dendropsophus minutus Perereca LC NC In N P
Dendropsophus nanus Perereca LC NC In N P
Dendropsophus sanborni Perereca LC NC In N P
Scinax fuscovarius Perereca de banheiro LC NC In N S
Leptodactylidae Leptodactylus Labyrinthicus Rã pimenta LC NC In N P
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FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR
AMEAÇA GUILDA
TRÓFICA ENDEMISMO
TOLERANCIA
PRESENÇA
HUMANA SP BR
Leptodactylus fuscus Rã assobiadora LC NC In N P
Physalaemus cuvieri Rã cachorro LC NC In N S
Leptodactylus latrans Rã parda LC NC In N P
Leiuperidae Eupemphix nattereri Rã quatro olhos LC NC In N P
CR = Criticamente em Perigo | EN = Em Perigo | VU = Vulnerável | NT = Quase Ameaçada | RE = Regionalmente Extinta | LC = De Menor
Risco | DD = Dados Deficientes | NE = Não avaliada | X* = espécie exótica introduzida no Estado de São Paulo. Lista das espécies de
mamíferos ameaçadas de extinção no Brasil e respectivas categorias de ameaça - Ministério do Meio Ambiente, Instrução Normativa nº 3, de
27 de maio de 2003 e Machado et al. 2005) – NC: (Não Consta); CR: (Criticamente em Perigo); EN (Em Perigo); VU (Vulnerável). Guilda Trófica;
Ca= Carnívoro; In= Insetívoro; On= Onívoro·. Endemismo; X* = espécie exótica; MA= Endêmica Mata Atlântica, C= Endêmica Cerrado; N=
Não Endêmica. Tolerância à presença humana; S= sinantrópica: bem tolerante ou exclusiva de áreas antrópicas; P= periantrópica: tolerante a
baixas densidades de presença humana; A= aloantrópica pouco tolerante a presença humana.
Foram registradas 15 espécies de anfíbios anuros, distribuídas em 4
famílias, sendo que a grande maioria é encontrada tanto em ambientes alterados quanto em
áreas de vegetação natural, sendo que nem uma das espécies caracterizadas se encontra em
alguma categoria de ameaça, tanto para o Estado de São Paulo quanto para o Brasil.
Foto 18: Rã cachorro (Physalaemus cuvieri) Foto 19: Rã cabra (Hypsiboas albopunctatus)
Foto 20: Rã Pimenta (Leptodactylus Labyrinthicus) Foto 21: Perereca (Hypsiboas lundii)
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3.3.2 Répteis
Tradicionalmente chamamos de répteis um grupo de animais que possui
em comum a ectotermia (capacidade de utilizar fontes externas de calor para regular a
temperatura corporal) e a pele recoberta por escamas. Esse grupo inclui diversas linhagens
(lagartos, serpentes, anfisbenas, quelônios e jacarés), embora algumas delas sejam pouco
aparentadas entre si. Por exemplo, sabe-se hoje que os jacarés são mais aparentados às aves (e
também aos extintos dinossauros) do que aos lagartos, às cobras e às tartarugas, embora na
prática os jacarés continuem sendo tratados junto com esses animais, dentro do grupo que
chamamos de répteis.
Os répteis ocorrem em praticamente todos os ecossistemas brasileiros e,
por serem ectotérmicos são especialmente diversos e abundantes nas regiões mais quentes do
país. Assim, nossa maior diversidade de répteis é encontrada na Amazônia (cerca de 350
espécies), na Mata Atlântica (quase 200 espécies), no Cerrado (mais de 150 espécies) e na
Caatinga (mais de 110 espécies). É possível encontrar até mais de uma centena de espécies de
répteis coexistindo na mesma área. Em uma mesma floresta da região de Manaus, por exemplo,
são encontradas mais de 110 espécies de répteis, a maioria delas de serpentes e lagartos.
A maioria dos répteis é especialista em habitat, ou seja, só consegue
sobreviver em um ou em poucos ambientes distintos. A grande maioria das espécies de lagartos e
serpentes das florestas tropicais brasileiras não consegue sobreviver em ambientes alterados,
como pastos, plantações de diversos tipos e até de florestas monoespecíficas para extração de
madeira e celulose, como eucaliptais e pinheirais. Por outro lado, algumas espécies parecem se
beneficiar da alteração de habitats pela ação humana, como é o caso da cascavel. Ao contrário do
que ocorre com a imensa maioria dos répteis brasileiros, a distribuição geográfica da cascavel está
aumentando, pois essa espécie é capaz de invadir áreas abertas criadas pela derrubada de
florestas tropicais (Marques et al., 2004).
Tabela 14. Lista das espécies de répteis no Município.
FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR
AMEAÇA GUILDA
TRÓFICA ENDEMISMO
TOLERANCIA
PRESENÇA
HUMANA SP BR
Amphisbaenidae Amphisbaena mertensii Cobra-cega LC NC Ca / In N S
Teiidae Tupinambis merianae Teiú LC NC On N S
Ameiva ameiva Lagarto esmeralda LC NC On N S
Boidae Boa constrictor amarali Jiboia LC NC Ca N P
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FAMÍLIA NOME CIENTÍFICO NOME POPULAR
AMEAÇA GUILDA
TRÓFICA ENDEMISMO
TOLERANCIA
PRESENÇA
HUMANA SP BR
Eunectes murinus Sucuri LC NC Ca N A
Colubridae
Liophis miliaris Cobra d’água LC NC Ca N P
Sibynomorphus mikanii Dormideira LC NC In N S
Spilotes pullatus Caninana LC NC Ca N P
Elapidae Micrurus frontalis Coral LC NC Ca N P
Dipsadidae Erythrolamprus aesculapii Falsa-coral LC NC Ca / In N P
Viperidae
Bothrops moojeni Caiçaca LC NC Ca N P
Bothrops jararaca Jararaca LC NC Ca N P
Crotalus durissus Cascavel LC NC Ca N P
CR = Criticamente em Perigo | EN = Em Perigo | VU = Vulnerável | NT = Quase Ameaçada | RE = Regionalmente Extinta | LC
= De Menor Risco | DD = Dados Deficientes | NE = Não avaliada | X* = espécie exótica introduzida no Estado de São Paulo.
Lista das espécies de mamíferos ameaçadas de extinção no Brasil e respectivas categorias de ameaça - Ministério do Meio
Ambiente, Instrução Normativa nº 3, de 27 de maio de 2003 e Machado et al. 2005) – NC: (Não Consta); CR: (Criticamente
em Perigo); EN (Em Perigo); VU (Vulnerável). Guilda Trófica; Ca= Carnívoro; In= Insetívoro; On= Onívoro. Endemismo; X* =
espécie exótica; MA= Endêmica Mata Atlântica, C= Endêmica Cerrado; N= Não Endêmica. Tolerância à presença humana;
S= sinantrópica: bem tolerante ou exclusiva de áreas antrópicas; P= periantrópica: tolerante a baixas densidades de presença
humana; A= aloantrópica pouco tolerante a presença humana.
Foram registradas 13 espécies de répteis, distribuídas em 7 famílias,
sendo que a grande maioria também é encontrada tanto em ambientes alterados quanto em
áreas de vegetação natural, sendo que nem uma das espécies caracterizadas se encontra em
alguma categoria de ameaça, tanto para o Estado de São Paulo quanto para o Brasil.
Foto 22: Lagarto Teiú (Tupinambis merianae) Foto 23: Cascavel (Crotalus durissus)
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4. Diagnóstico da fauna
O município possui uma riqueza faunística, sendo que há várias espécies
indicadoras de qualidade ambiental. Há a necessidade de um levantamento sistemático para a
identificação das espécies nativas que usam o território do Município para alimentação abrigo e
reprodução.
Com a caracterização da fauna no município de Taquaritinga-SP foram
levantadas, 172 espécies entre anfíbios, répteis, aves e mamíferos, sendo que nenhuma espécie de
anfíbio e réptil se encontra em alguma categoria de ameaça segundo SMA 2009 e a MMA de
2003. Na avifauna foram identificadas 2 espécies que se encontram em alguma categoria de
ameaça para o Estado (SMA, 2009): Papagaio verdadeiro (Amazona aestiva) na categoria
quase ameaçada (NT) e Chorozinho-de-bico-comprido (Herpsilochmus longirostris) na
categoria em perigo (EN) e a espécie Jandaia de testa vermelha (Aratinga auricapillus)
encontra-se na categoria de quase ameaça para o Brasil; além de 3 espécies exóticas
introduzidas no Estado de São Paulo; Pardal (Passer domesticus), Pombo doméstico (Columba
livia) e Garça vaqueira (Bubulcus ibis).
Na mastofauna foram identificadas 6 espécies que se encontram em
alguma categoria de ameaça: Paca (Cuniculus paca) consta na categoria Quase Ameaçada
para o Estado; Veado-mateiro (Mazama americana) na categoria Vulnerável, para o
Estado de São Paulo; Bugio (Alouatta fusca) na categoria Vulnerável, para o Estado de
São Paulo e na categoria Criticamente em Perigo para o Brasil; Jaguatirica (Leopardus
pardalis), Onça parda (Puma concolor) e Lobo gurá (Chrysocyon brachyurus) na categoria
Vulnerável tanto para o Estado, quanto para o Brasil (SMA, 2009; MMA, 2003), e 1 com
Dados Deficientes para o Estado de São Paulo, Jaritataca (Conepatus semistriatus).
Sob um aspecto geral a comunidade presente pode ser colocada como
relativamente preservada, porém alguns problemas envolvem a ameaça à fauna de vertebrados
terrestres da região, citando-se a expansão agro-industrial, a caça, os atropelamentos e a falta de
informações suficientes sobre as espécies.
A perda de habitat original, dado o processo de fragmentação pela
expansão agrícola, principalmente da monocultura de cana-de-açúcar, vem propiciando a
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redução das populações de espécies mais sensíveis, de ocorrência exclusiva em áreas preservadas
de vegetação natural. Estas espécies permanecem na região pela existência de alguns fragmentos
de cerrado, matas estacionais e ripárias, as quais devem ser priorizadas com medidas que visem
sua manutenção a partir da conservação dos fragmentos existentes (criação e ampliação de
unidades de conservação) e recuperação através da revegetação e adequação ambiental das
propriedades.
Quando da instalação de empreendimentos agro-industriais, recomenda-
se avaliação preliminar de impactos sobre a fauna, mais específicos e detalhados sobre as espécies
constantes em categorias de ameaças.
Registraram-se mamíferos e aves de valor cinegético na região, portanto,
Recomenda-se uma fiscalização mais efetiva.
Por fim, a pesquisa científica com as espécies de ocorrência na região
deve ser incentivada e a educação ambiental deve ser promovida, tanto no município de
Taquaritinga, como nos municípios adjacentes, para que se conheçam as necessidades e
peculiaridades da fauna regional e que a conservação e preservação venham como consequência.
VII. MANEJO DAS BACIAS HIDROGRÁFICAS DO MUNICÍPIO
O ciclo hidrológico pode ser imaginado como uma série de
armazenagens (“depósitos”) de água ligada por transferências, conforme sugerido por DREW
(1986) e esquematizado na Figura 49.
Sob tal ótica, o ciclo hidrológico pode ser encarado como um sistema de
tubulação, através do qual a água escoa constantemente em direção ao ponto inferior do sistema,
que é representado pelos oceanos. As várias saídas laterais permitem seu escape, através da
evapotranspiração (em vapor), diretamente para a atmosfera.
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Figura 49. Representação do ciclo hidrológico, mostrando grandes e pequenos pontos de intervenção
humana (DREW, 1986).
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Os vários retângulos da referida figura podem ser interpretados como
armazenagens, que poderiam ser subdivididos em unidades interligadas menores. Podem ainda
ocorrer as realimentações.
O trajeto seguido pela água, através do sistema de tubulação, desde o
ponto de entrada, ou seja, a precipitação pluvial varia de lugar para lugar na superfície terrestre,
dependendo da natureza do solo e do clima. Por outro lado, a distribuição da água, em qualquer
região, muda com o tempo.
A título de exemplo, a Figura 50 ilustra alguns trajetos fluviais, dentro de
uma mesma bacia. As áreas pontilhadas do referido fluxograma representam as armazenagens,
segundo a proporção da entrada total de água, a partir da precipitação. A espessura das linhas de
transferência é proporcional à importância dos vários mecanismos de transferência.
O modelo do fluxograma apresentado baseia-se numa bacia hidrográfica
de porte médio, sob utilização agrícola. O ciclo hidrológico está sendo considerado como um
sistema aberto, ou seja, um conjunto de componentes ligados por fluxos de energia e
funcionando como uma unidade. Trata-se de um sistema aberto, porque recebe energia do
exterior, e devolve energia, através da evapotranspiração.
Dentro do contexto adotado, a biodiversidade e, mais especificamente, a
cobertura vegetal (flora), desempenha importante papel na distribuição da água, a saber:
a) a interceptação da chuva pelas folhas das plantas, com a provável re-
evaporação de alguma parcela da água, varia de acordo com a densidade da vegetação e com as
diferentes espécies vegetais. Assim, uma cultura de cereais, com estrutura fisionômica
dominantemente vertical, intercepta menos água do que uma plantação de batatas, que possui
estrutura horizontal, espalhada pelo solo, portando folhas largas. Da mesma forma, uma floresta
tende a interceptar mais água que as terras cultivadas ou as pastagens;
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Figura 50. Fluxograma simplificado do segmento terrestre do ciclo hidrológico. As armazenagens possuem
áreas pontilhadas conforme a proporção da entrada total de água que processam. A espessura das linhas de
transferência é mais ou menos proporcional à importância dos mecanismos de transferência (DREW, 1986).
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b) desmatamento ou o reflorestamento normalmente exercem
considerável efeito nas perdas de água. A retirada da cobertura arbórea, a curto prazo, reduz a
perda de água do solo por transpiração ou evapotranspiração, graças à subtração das raízes
profundas das árvores. Esta última abrange a perda combinada da água por evaporação (através
da superfície do solo) e pela transpiração das árvores expressa em mm ou cm por dia. Tal fato
também provoca menor interceptação de água de precipitação pluviométrica, assim como
acarreta um maior escoamento das águas na superfície dos terrenos, visto que a antiga manta
amortecedora de folhas caídas foi substituída pela terra nua. Desta forma, pode-se admitir o
aumento do fluxo direto da água para os rios.
É válido o registro de que o aumento do total de água que flui por meio
dos rios não representa o único efeito hidrológico causado pelos desmatamentos; também
aumenta o ritmo e o volume da água de escoamento para o rio. Percebe-se a descarga dos rios
(hidrogramas) resultante de aguaceiros, em bacias semelhantes. Os três hidrogramas representam
a água de escoamento em três tipos diferentes de usos dos solos, a saber: em áreas com florestas
nativas (naturais), em áreas com florestas regeneradas após desmatamento, e em áreas dedicadas
à agricultura (parte com lavoura e parte com pastagens). A bacia de drenagem com lavoura reage
prontamente à precipitação pluviométrica e produz um fluxo fluvial muito maior. A bacia ocupada
por floresta natural, por sua vez, processa de modo muito diferente a mesma entrada de água,
pois a descarga do rio aumenta lentamente, após o aguaceiro, atingindo seu fluxo máximo em
nível inferior.
c) o reflorestamento reduz o volume do fluxo d’água, proveniente da
precipitação pluviométrica, e que se transfere pelos sucessivos estágios do ciclo hidrológico.
Particularmente nos trópicos, têm-se feito tentativas para reduzir as perdas de água por
transpiração sem mexer no tipo de vegetação. A pulverização da superfície das folhas com
substâncias como atrozina tem diminuído as perdas de água em até 50%, por curtos períodos e
em espaços reduzidos.
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Figura 51. Efeitos do desmatamento no fluxo de um rio, na região dos Apalaches. Em (a), a quantidade de
água proveniente de uma pequena bacia que foi desmatada em 1940 e, novamente, em 1963 (conforme
HIBBERT, 1967 in DREW, 1986); em (b) estão hidrogramas de aguaceiros em bacias da mesma área, mas
sob diferentes usos do solo: floresta natural, floresta regenerada e agricultura (conforme DIB, 1957 in DREW,
1986).
As modificações no ciclo hidrológico de uma bacia hidrográfica, após o
reflorestamento são mostradas na Figura 52.
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Figura 52. Modificações no ciclo hidrológico de uma bacia hidrográfica, após o reflorestamento.
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Outro dado a ser considerado no manejo das bacias hidrográficas, frente
à biodiversidade refere-se ao ciclo dos nutrientes minerais no solo.
Na Figura 53 observa-se um modelo simplificado do ciclo mineral,
quando os minerais são absorvidos do solo pelas plantas. Desta forma, incorporam-se ao tecido
vegetal, retornam à superfície como restolho (parte de restos vegetais ou palha que fica no campo
após a colheita) e voltam ao solo via decomposição e lixiviação. Sob esta ótica, é enfocado como
sistema fechado, sem ganhos nem perdas para o meio em geral.
Figura 53. Ciclo dos nutrientes minerais, formulado como um sistema fechado (conforme GERSMEHL, 1976 in
DREW 1986).
Dentro de uma ótica mais realista, a Figura 54 mostra o ciclo de
nutrientes minerais, formulado como um sistema aberto (segundo GERSMEHL 1976 in DREW,
1986), onde ocorrem trocas com o meio externo, onde ele está inserido. A ação atmosférica, a
precipitação pluvial, o transporte de terra e os fertilizantes artificiais são entradas externas; a
lixiviação, a água de escoamento e as colheitas representam saídas do sistema.
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Figura 54. O ciclo de nutrientes minerais formulado como um sistema aberto (conforme GERSMEHL, 1976 in
DREW 1986).
A taxa de transferência interna de nutrientes, assim como a externa,
depende da umidade, da temperatura e da quantidade e tipos de organismos presentes. Tais
fatores funcionam como válvulas de segurança nas trocas entre os depósitos ou acumuladores do
sistema (Figura 55).
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Figura 55. Válvulas de controle sobre mecanismo de transferência do ciclo de nutrientes minerais
(GERSMEHL, 1976 in DREW 1986).
Em condições ambientais estáveis, a atividade dos ciclos minerais torna-
se equilibrada, com as entradas e saídas estreitamente equiparadas, proporcionando alto grau de
conservação interna da massa e da energia. No entanto, qualquer alteração no ambiente
desestabiliza o sistema, numa amplitude que depende do grau de modificação imposta. Por
exemplo, a remoção da cobertura vegetal de certa área acarreta a redução abrupta da
transferência de nutrientes minerais do solo para a biomassa, assim como do volume acumulado
de biomassa. A água, já agora desnecessária para a transpiração, removerá mais nutrientes do
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solo por lixiviação e escoamento, ao mesmo tempo em que aumentará o aporte de águas pluviais
ao solo, devido à falta de interceptação das copas das árvores.
Como exemplos comparativos, a Figura 56 exemplifica a operação do
ciclo dos nutrientes minerais em duas regiões: em florestas deciduais e em cerrados (biomas
presentes na Bacia). A grandeza das armazenagens de nutrientes é proporcional às quantidades
absolutas e relativas dos nutrientes armazenados.
A espessura das setas de transferência é proporcional à quantidade de
nutrientes transferidos.
Figura 56. Operação do ciclo de nutrientes nas regiões de floresta semidecídua, à esquerda e cerrados, à direita
(DREW, 1986).
Mudanças no ciclo de nutrientes minerais em uma região de floresta
semidecídua podem ser visualizadas na Figura 57, causando pontos de interferências no sistema
global.
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Figura 57. Mudanças no ciclo de nutrientes minerais de uma região de floresta decídua, antes e depois do
corte das árvores (DREW, 1986).
Aplicando-se as considerações anteriormente emitidas para área do
Município, podem ser evocados os seguintes fatos:
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a) A presença de terras cultivadas e de pastagens, aliada aos
desmatamentos (evapotranspiração), pressupõe a redução da perda da água do solo por
transpiração, graças à retirada das raízes profundas da cobertura vegetal arbórea. Dessa forma, é
possível se esperar um maior escoamento das águas na superfície terrestre, provocando um
aumento do fluxo das águas para os rios e, consequentemente, um incremento no nível erosional
dos terrenos;
b) O cultivo da cana de açúcar e pastagem, na área estudada, exibindo
uma estrutura fisionômica vertical, pressupõe menor taxa de interceptação da água pluvial pelas
suas folhas alongadas, acarretando o aumento de aporte de água ao solo e a remoção de maior
quantidade de nutrientes do solo por lixiviação e escoamento;
c) A remoção da cobertura vegetal primária deve ter reduzido a
transferência de nutrientes minerais do solo para a biomassa, bem como o volume acumulado de
biomassa. Tal tipo de interferência alterará o ciclo de nutrientes minerais, afetando não apenas a
situação do solo e da vegetação, mas, por via deles, o clima local, a operação de parte do ciclo
hidrológico, e a carga de sedimentos e de material em solução.
1. RECOMENDAÇÕES
1.1 Análise crítica
O estudo da Geodiversidade paralelamente com a existência do cerrado,
floresta estacional semidecidual e matas ciliares nas áreas do Município de Taquaritinga conduz às
seguintes reflexões:
a) Os solos das áreas portadoras de cerrados são conhecidos pela sua
acentuada pobreza em cálcio, magnésio, enxofre, zinco, boro e molibdênio; são muito ácidos e
exibem baixo teor de matéria orgânica. No entanto, apresentam fixação de fósforo em grau
relativamente alto, bem como baixa ou moderada retenção de água. Na quase totalidade dos
cerrados, o balanço hídrico é deficitário nos meses de abril a setembro (SOUZA et al.,1977 in
FERRI, 1977);
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b) As reservas de água nos solos, em geral com 20 m ou mais de
profundidade, devem corresponder às precipitações médias de três anos;
c) Abaixo da superfície, os teores médios de umidade, em percentagem
de peso de solo seco, são elevados mesmo durante a estação seca (9,4%); a partir desse nível os
valores sobem muito, chegando a cerca de 40%, a 17 m, em camadas próximas do lençol freático;
d) A cultura de hortifrúti e a cultura da cana de açúcar são as principais
atividades econômicas na Bacia e tende a aumentar sua importância na economia.
e) Os aspectos positivos dessas áreas, ressaltam-se suas boas condições
para agricultura, topografia que facilita a mecanização, proximidades de áreas urbanas, boa
infraestrutura de transporte e comunicações.
1.2 Recomendações de manejo
O manejo integrado de Bacia deve considerar parâmetros do meio físico,
aliados à ocupação humana. Esta ocupação é traduzida pela pressão antrópica, materializada pela
agropecuária, pelas redes viárias e pelos vetores de expansão urbana.
a) Áreas com fragmentos remanescentes de mata ciliar devem ser
preservadas e reflorestadas as áreas degradadas de Áreas de Preservação Permanente,
priorizando o reflorestamento das APPs das bacias e sub-bacias do Município, evitando-se a
pressão antrópica, para a proteção do recurso hídrico e a biodiversidade local;
b) As áreas agricultáveis e de pecuária deverão realizar um plano de
conservação de solo para evitar erosão, com plantio direto e rotação de cultura, evitando o
transporte de sedimentos, sedimentação dos recursos hídricos e também contribuir na infiltração
das águas pluviais.
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VIII. CONCLUSÃO
A Prefeitura Municipal baseado neste levantamento de geodiversidade
do Município, e com levantamento da Flora e Fauna, poderá mensurar os projetos executivos de
Conservação de solo e Reflorestamento das Matas Ciliares, para executar um planejamento de
gestão ambiental nas propriedades rurais, atendendo os instrumentos legais e o uso múltiplos dos
recursos hídricos dentro do princípio do desenvolvimento sustentável.
Taquaritinga, 02 de fevereiro de 2015.
Prefeito Municipal Secretário do Meio Ambiente Responsável Técnico
Dr. Fúlvio Zuppani Fabiano Alexandre Dantes Bellam Engº Agrº Dr. Célio Bertelli
CREA 060.106.512-1
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IX. EQUIPE TÉCNICA
Responsável Técnico: Eng. Agrº. Dr. Célio Bertelli – CREA: 060.106.512-1
Estudo Biótico: Biólogo Tâmer de Oliveira Faleiros – CRBio: 89166/01-D
Fotointerpretação e AutoCAD: Graduanda em Eng° Civil Cecília Uehara Severiano
Fotointerpretação e Geoprocessamento: Eng° Civil Pedro Henrique Garcia Bertelli
CREA: 506.931.790-6
Eng° Ambiental Bruno Justino Morelli
CREA: 141.053.569-0
Tec. Em Meio Ambiente Carlos Roberto da Silva
Revisão Gráfica e Direito Ambiental: Dra. Márcia Garcia Bertelli
OAB: 118.221 / SP
Estagiária: Graduanda em História: Bruna Limonti
X. COLABORADORES
Zootecnista Eliana Viesi Velocci Ramia
Eng. Agrônomo Vitor Velocci Ramia
Biólogo Fabiano Alexandre Dantas Bellam
Cleber Tedd
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XI. REFERÊNCIAS
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Naturalia 8: 235-239.
AB’SABER, A. N. Os domínios de natureza no Brasil: potencialidades paisagísticas. São Paulo: Ateliê
Editorial, 2003. 159p.
ALHO, C. J. R.; PEREIRA, L. A.; PAULA, A. C., 1986. Patterns of habitat utilization by small mammals
population in cerrado of central Brazil. Mammalia. v. 4, n. 50, p. 447-460, 1986.
ALMEIDA, F.F.M de. Fundamentos Geológicos do Relevo Paulista. São Paulo: Instituto de
Geografia, Universidade de São Paulo, 1964. 99p. (Série Teses e Monografias)
ALMEIDA, F.F.M. de; BARBOSA, O. 1953. Geologia das Quadrículas de Piracicaba e Rio Claro. Bol.
Div. Geol. Min., Rio de Janeiro, DNPM, 96 p. il.
ALMEIDA, M. A. de; STEIN, D.P.; MELO, M.S. de; BISTRICHI, C.A.; PONÇANO, W. L.; HASUI, Y.;
ALMEIDA, F.F.M., de. 1980. Geologia do oeste paulista e áreas fronteiriças dos estados de
Mato Grosso do Sul e Paraná. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE GEOLOGIA, 31.
Camboriú, 1980. Anais. Camboriú, SBG. V.5, p.2799-2812.
ANDRÉN, H., 1994. Effects of habitat on birds and mammals in landscapes with different
proportions of suitable habitat: a review. Oikos, 71: 355-366.
APG II – The angiosperm phylogeny group. An update of angiosperm phylogeny group
classification for orders and families of flowering plants: APG II. Botanical journal Of the
Linnean Society, v. 141, p. 399-436, 2003.
ARAÚJO, A. R. B., 2006. Fatores edáficos condicionantes da distribuição das espécies arbóreas em
remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual e Cerrado. Tese (doutorado) -
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