View
0
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
Caros alunos
Esse ebook é um pdf interativo. Para conseguir acessar todos os seus recursos, é recomendada a utilização do programa Adobe Reader 11.
Caso não tenha o programa instalado em seu computador, segue o link para download:
http://get.adobe.com/br/reader/
Para conseguir acessar os outros materiais como vídeos e sites, é necessário também a conexão com a internet.
O menu interativo leva-os aos diversos capítulos desse ebook, enquanto a barra superior ou inferior pode lhe redirecionar ao índice ou às páginas anteriores e posteriores.
Nesse pdf, o professor da disciplina, através de textos próprios ou de outros autores, tece comentários, dis-ponibiliza links, vídeos e outros materiais que complementarão o seu estudo.
Para acessar esse material e utilizar o arquivo de maneira completa, explore seus elementos, clicando em botões como flechas, linhas, caixas de texto, círculos, palavras em destaque e descubra, através dessa interação, que o conhecimento está disponível nas mais diversas ferramentas.
Boa leitura!
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO
Possibilitar uma visão ampliada do corpo humano, para além dos aspectos biológicos. Entender que o corpo é dotado de fatores culturais, sociais, representacionais e simbólicos. Além disso, compreender o processo saúde-doença e o papel da cultura nessa relação. Este são os objetivos deste material.
Oserhumanoéumsercomplexoeemconstanteevolução/reconfiguração.Suaformadeperceber e compreender seu corpo não foi vista da mesma maneira sempre. No decorrer da históriadahumanidade,identificam-seváriasformasdeentender,usaretratarocorpo.Damesmaforma, o processo de perceber, reabilitar e prevenir doenças ao corpo é algo complexo, observado emodificadoaolongodahistória,dassociedadesedasculturas.
Paraisso,aAntropologiacontribuiaoidentificarosprocessosculturaisenvolvidosnaformadeperceberetratarocorpodoente,possibilitandoumavisãoparaalémdabiomédica(queverificaascausasfisiológicasdasdoenças).Percebeocorpodoenteemseusaspectosculturais,sociais,psicológicos, emocionais, religiosos, entre outros.
DasrepresentaçõesdocorpoàsconcepçõesepráticasnocampodaAntropologiadaSaúde,estematerialpoderáauxiliarosdiversosprofissionaisdaáreadasaúdeaperceberocorpodoente/saudávelemseusmaisdiversosaspectos,tornandoaspráticasemsaúdecadavezmaishumanasem nossa sociedade.
INTRODUÇÃO
Estematerialestáorganizadoemtrêspartes:AParteI,intitulada“Corpo,culturaehistória”,abordaráaspectoshistórico-culturaisnasrepresentaçõesdocorpo,buscandocompreendertaisfatoresnasrepresentaçõesdocorpoemsociedade. JánaParte II,denominada“Cultura,saúdeedoença”serão tratadososaspectosculturaisnarelaçãosaúde-doença,noentendimentoqueasrelaçõesentresaúdeedoençaenvolvemprocessosculturais.Porfim,naParteIII, intitulada“Antropologiaesaúde”apresentam-seasrelaçõesentreocampodaAntropologiaeaspráticasemsaúde,ressaltandoaimportânciadoolharantropológiconasaçõesqueenvolvemasaúdehumana.
NOTAS
ApartirdosestudosdeCosta(2011)eSantos(2011),estapartedomaterialvisaapresentarasvisõessobreocorpoesuasrelaçõescomahistória,culturaesociedade.Estáorganizadaemcincotópicos,cadaumdelesestruturadoemesquemasdeestudosobreastemáticas:
•Visão dualista do corpo
•História do corpo
•Concepçõesteóricassobreocorpo
•Relação corpo e cultura
•Configuraçõescontemporâneassobreocorpo:
a) Visão dualista do corpo:
-Avisãodualdecorpoéaquelaqueorapriorizaamente,oraamaterialidadedocorpo.
-Aformadualdepensarocorpoéembasadaemduasciências:aFisiologiaeaPsicanálise.
-Avertentefisiológicaéválidaenecessáriaparaexplicarabasebiológicadocorpo,sobretudoda expressão corporal.
-Avertentepsicanalíticaconcebeocorpocomosuportefísicodamente,todavia,explicaoseuaspectoimaterialdeinteligência,emoçãoesentimento.
CORPO, CULTURA E HISTÓRIA
NOTAS
b) História do corpo:
-A história do corpo se apresenta sob uma ordem cronológica, em que a intenção é destacar a forma como o corpo é concebido ao longo da história.
-Asposturaseposiçõescorporais,expressadasnosdesenhos,dãoalgumasinformaçõesdecomo os homens primitivos concebiam o corpo.
-Háumenormesaltotemporalparaencontraraculturaasiática,umaentreasmaisantigasdomundoaconceberocorpoemduasdimensõesquesefundem:aespiritualidadeeapolítica.
-Aculturagrega,emgeral,cultuavaabelezadocorpoforteousuave,oscontornosedefiniçõesdocorpo,femininoemasculino,deveriamlevá-lomaispróximopossíveldaperfeição.
-AIdadeMédiamostraumperíodoinócuo,porémemquemuitoconhecimentofoiproduzido,mesmocomasameaçasdaSantaInquisiçãoeuropeia.
NOTAS
c) Concepções teóricas sobre o corpo:
-ParaMichelFoucault(1994)ocorpoéumobjetocontroladosocialmente,subjugadopornormas e códigos, com a capacidade de rebelar-se frente ao controle social, justamente por estarorganizado.
- KarlMarx (1867) define o corpo como objeto e, nas relaçõesmercado-capital, o corpoadquireatributosnegociáveisnomercadodetrabalho.
-MerleauPonty(1941)apresentaasíntesedocorpoprópriocomosinergiaexistenteentreconsciênciaecorpo,emqueaconsciênciaécorpo(sujeitoeobjeto)sepercebendocomtal.
-LevSemenovichVygotsky(1986)trazaodiálogoaideiadequecorpousainstrumentosemediação para desenvolver e aprender, aprender sobre si, sobre os outros e sobre o mundo.
Sugestão de LeituraMENDES, 2008
Dê duplo clique para abrir
R E S E N H A
O corpo humano: objeto de intervenções e sujeito da existência1
Maria Isabel Brandão de Souza Mendes Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte
Refletir sobre o corpo humano como condição ontológica e epistemológica é essencial para os debates acadêmicos e para as práticas sociais na contemporaneidade, haja vista que mesmo prevalecendo na tradição ocidental a visão dualista, também existem linhas de fuga que se contrapõem à fragmentação do ser humano e do conhecimento. Essa discussão configura as idéias apresentadas por Terezinha Petrucia da Nóbrega de forma brilhante por meio do rigor filosófico e de uma linguagem clara e envolvente, no livro de sua autoria intitulado Corporeidade e Educação Física: do corpo-objeto ao corpo-sujeito. A análise apresentada do pensamento de René Descartes (1596-1650) e de Maurice Merleau-Ponty (1908-1961) contribui com indagações sobre como a visão dualista tem influenciado a concepção de corpo e o fazer pedagógico em Educação Física; além de considerar as possibilidades de superação do dualismo e de uma nova ação pedagógica pautada numa concepção ontológica do corpo.
Nóbrega é professora da Universidade Federal do Rio Gran-de do Norte (UFRN), atua no Departamento de Educação Física e no Programa de Pós-Graduação em Educação e é pesquisadora do Grupo de Pesquisa Corpo e Cultura de Movimento. Em sua obra, a autora traz contribuições não somente para a área da Educação Física, mas para todos os estudiosos e profissionais de diversas áreas do conhecimento que se interessam pelos estudos do corpo, da mente, da fenomenologia, da educação e da sensibilidade. Essa segunda edição publicada em 2005 pela Editora da UFRN mantém o sentido da primeira, mas é revista pela autora, que brinda o leitor com o acréscimo de reflexões tecidas nos anos posteriores à primeira publicação, fruto de sua prática pedagógica e de pesquisa.
No primeiro capítulo do livro, Nóbrega apresenta “o olhar dos filósofos sobre o corpo” e demonstra que as idéias de sepa-ração e oposição entre corpo e alma; de privilégio do espírito, do intelecto e da razão no processo de conhecimento da verdadeira realidade marcam o dualismo ocidental e o corpo é considerado elemento inferior em relação ao próprio ser humano e ao conhe-cimento que produz. A autora ressalta que a visão dicotômica do ser humano assume diferentes formas ao longo da história da filosofia e enfatiza o dualismo platônico e cartesiano. Concomi-tantemente, vislumbra possibilidades de superação do dualismo, seja na Pólis grega na Antigüidade, seja nos pensamentos de Nietzche e Merleau-Ponty na filosofia contemporânea.
A análise minuciosa da concepção de corpo nos estudos de
René Descartes centra-se no segundo capítulo, quando Nóbrega faz alusão à “perspectiva cartesiana: o corpo-objeto” e sua influ-ência para diferentes áreas do conhecimento, como a Filosofia, a Ciência e a Educação, sem estabelecer um reducionismo das idéias deste filósofo, embasadas na sua Metafísica, na Ciência Médica e na Moral. Ao direcionar-se à Educação Física, chama a atenção para a fragmentação do saber lógico e sensível, para a racionalização das práticas corporais pautadas na lógica do controle, do rendimento e da produtividade.
Para confrontar o dualismo, a autora articula argumentos de forma surpreendente e diante do terceiro capítulo assume “a atitude fenomenológica: o corpo-sujeito”, interrogando o esta-belecido e invertendo o instituído, alicerçada pelo pensamento de Maurice Merleau-Ponty. A fenomenologia existencial deste filósofo busca superar a filosofia da consciência e o positivismo na ciência e tem como base a integração do corpo e da mente. A concepção do corpo-próprio e de motricidade presente no pensamento de Merleau-Ponty contribui com a compreensão de que o ser humano visto como totalidade está atado ao mundo em que vive. Como destaca Nóbrega, o corpo entrelaça o mundo biológico e o cultural, expressa a unidade na diversidade e quebra com o dualismo entre os níveis físicos e psíquicos.
Os conceitos de corporeidade, corpo-sujeito e consciência corporal são abordados e trazem também contribuições para o entendimento do ser humano enquanto corpo situado num con-texto histórico e para a compreensão de suas diversas maneiras de se movimentar e atuar no mundo em vive. Nesse cenário de discussões, a autora revela contribuições significativas para a Educação Física, demonstrando outras possibilidades de intervir sobre o corpo e movimento, a partir de uma releitura das práticas corporais, tendo como fundamento a expressão e comunicação da complexidade dos sujeitos.
No quarto e último capítulo, a autora traz à tona uma série de discursos, intervenções, práticas corporais e impedimentos visualizados na contemporaneidade, capazes de modelar o cor-po, reforçando a necessidade de reflexões sobre a temática em questão. “O corpo revisitado” demonstra que o interesse pelo corpo é antigo e vai se transformando de acordo com as estraté-gias de pensamento a que está vinculado e ao período histórico em que está inserido. Com a proposta de superar a compreensão cartesiana de corpo, representada pela metáfora do corpo-máquina, a autora retoma os estudos da percepção e da relação corpo-consciência de Merleau-Ponty, trazendo ainda no campo
ISSN (versão eletrônica): 1678-4669 Acervo disponível em: www.scielo.br/epsic
Estudos de Psicologia 2008, 13(2), 185-186
186
das ciências cognitivas, o estudo de Francisco Varela sobre a abordagem da auto-organização, que se aproxima dos estudos sobre a percepção, de Merleau-Ponty. Diante dessas reflexões, Nóbrega ressalta a idéia de que o organismo e o ambiente são interdependentes e a cognição não está separada do corpo, pois é compreendida como uma interpretação que emerge da relação entre o ser humano e o mundo vivido.
Na contramão da filosofia da consciência, a noção de carne é enfatizada para mostrar a possibilidade de uma reflexão cor-porificada, reforçar a idéia de que não existe separação entre os aspectos físicos, orgânicos e sociais do corpo humano e que este é, ao mesmo tempo, objeto de intervenções e sujeito da
existência. Desse modo, a autora ressalta que os olhares frag-mentados sobre o corpo não são suficientes e as análises sobre o corpo estão sempre sujeitas a interrogações, pois são abertas e inacabadas.
Desde 2000, quando foi publicada a primeira edição, Cor-poreidade e Educação Física: do corpo-objeto ao corpo-sujeito tem sido uma referência relevante para diversas instituições universitárias brasileiras que o adotam em cursos de graduação e pós-graduação. Considerando-se que atualmente esse livro encontra-se esgotado e que possui delineamentos teóricos sóli-dos, esperamos ansiosos pela próxima edição e pelas surpresas que poderão ser apresentadas pela autora em nova publicação.
Notas 1 Resenha do livro Corporeidade e Educação Física: do corpo objeto ao corpo-sujeito, de Terezinha Petrucia da Nóbrega,
publicado em 2000 e reeditado em 2005, em Natal, pela Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(ISBN 85-7273-139-3).
Maria Isabel Brandão de Souza Mendes, doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte, é professora no Centro Federal de Educação Tecnológica do Rio Grande do Norte (CEFET/RN). Endereço para correspondência: Rua das Algas, 2190 (Ponta Negra); Natal, RN; CEP: 50090-410. Tel.: (84) 8816-4255. Fax: (84) 4005-2639. E-mail: isabel@cefetrn.br
Recebido em 26.nov.07 Aceito em 30.maio.08
M.I.B.S. Mendes
Dê duplo clique para abrir1. Resenha - Mendes 2008.pdf
NOTAS
d) Relação corpo e cultura:
-Paracadaépocaexisteumtipoespecíficodecorpoidealizado.
-Asrepresentaçõessociaisquesefazemdocorponemsempreforamasmesmasparatodasas épocas, espaços e culturas.
-Cadaculturatemsuamaneiraprópriadepensareevidenciarocorpo,dar-lheumsentidoeatribuir-lhe um lugar na esfera social.
- A identidade corporal é inventada e construída em determinados contextos culturais e em certas circunstâncias.
-Ocorpoobedeceàlógicadastransformaçõessociais,daculturaedaciêncianumdeterminadotempo e espaço.
- O corpo não é somente uma coleção de órgãos arranjados segundo leis da anatomia e da fisiologia.
-Ocorpoésocialmenteconstruídodeacordocommodeloserepresentaçõesvigentes.
NOTAS
e) Configurações contemporâneas sobre o corpo:
Fonte: Wikimedia
-Areconfiguraçãodosmeiosdetransporte:osespaçosdeacomodaçãointernos,acapacidadede velocidade e os dispositivos de segurança, acomodação e conforto são cada vezmaisprojetadosparaatenderàsnecessidadesdeumnovocorpo idealizado,umcorpopadrão,uniforme, esbelto e belo.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f0/Venus_Consoling_Love,_Fran%C3%A7ois_Boucher,_1751.jpg
NOTAS
- A reconfiguração do espaço de trabalho: projetado com um caráter ergonômico, capazde atender e explorar as forças e potencialidades do corpo da melhor maneira possível em relaçãoàformadesentar,decircularedeseportarnarelaçãocomotrabalhoécontroladatantopelocaráterarquitetônicodoespaçoquantopelomonitoramentodeprofissionaisdesegurança do trabalho.
-Areconfiguraçãoparaatenderàsnecessidadesdecorposquedevemcircular livrementesem barreiras e impedimentos: crescente preocupação com a adequação de espaços queatendamàsexigênciasdecirculaçãofísica,comadequaçãodeespaçosparaportadoresdenecessidades especiais.
-Areconfiguraçãodaecologiaambientalacompanhadadaideiadequalidadedevida:nosúltimosanostemsidograndeapreocupaçãocomáreasqueoferecemopçõesdelazer,ausênciade poluição sonora, visual ou olfativa.
- Atualmente parece ter nascido um novo modelo de pensamento sobre o corpo. Estamos, semdúvida,vivendohojeuma“mutaçãoantropológicadocorpo”.
- Uma nova epistemologia do corpo parece estar em curso, por meio da qual se concebe o corpo como uma matéria-prima a ser modelada segundo o ambiente do momento.
-Atualmenteoambienteculturalcaracteriza-sepeloprogressodatécnica,daciênciaedosmeios de comunicação.
NOTAS
-Nesseambientedapós-modernidade,altamentetecnológicoemidiático,ocorpodeixoudeserosubstratodanaturezahumana.
-Ocorpopassouaseroprincipalalvodapublicidade,daciênciamédicaedatécnica.
- Os ocidentais lutam contra o excesso de colesterol ou planejam modelarem os genes para “fabricar”umhomemperfeito,semdefeitosfísicosoupsicológicos.
- Busca-se, nos dias atuais, a perfeição do corpo e a eterna juventude. A terceira idade é, de certamaneira,medicadaparaamenizarosefeitoseasmarcasdotempo.
-Avidacontemporâneatorna-se,cadavezmais,controladaeadministradapelafarmacologia.
-Enquantoisso,emváriasoutraspartesdomundo,criançasmorremdefome,desnutriçãooupor falta de medicamentos essenciais para combater seus males.
NOTAS
ApartirdosestudosdeLangdoneWiik(2010)estaparteobjetivaapresentarasrelaçõesentreaculturaeoprocessosaúde-doença.Estádivididaemduaspartesestruturadasemesquemasacercadastemáticas:
•Conceitodecultura
•Relação cultura e doença
a) Conceito de cultura
-Emseusentidocorriqueiro,afirma-sequeumapessoa“temcultura”quandotemformaçãoescolaravançada,origina-sedeumafamíliadealtonívelsocioeconômico,conheceasarteseafilosofia.
-Corriqueiramenteafirma-sequeum“bompaciente”éaqueleque“possuicultura”,culturasuficienteparacompreendereseguirasorientaçõesecuidadostransmitidospelomédicoouenfermeiro.
-Damesmaforma,afirma-sequeopaciente“semcultura”éumpacientemais“difícil”,queageerroneamentepor“ignorância”ouguiadopor“superstições”.
CULTURA, SAÚDE E DOENÇA
NOTAS
-Todosospacientestêmcultura, independentedeclassessociais,religiões,regiõesouatémesmo grupos étnicos e são, principalmente, os aspectos sociais e culturais que determinam os comportamentos e pensamentos quanto à experiência da doença, assim como noçõesparticularessobresaúdeeterapêutica.
-Culturapodeserdefinidacomoumconjuntodeelementosquemediamequalificamqualqueratividadefísicaoumental,quesejadeterminadapelabiologiaequesejacompartilhadapordiferentes membros de um grupo social.
-Aoseafirmarqueaculturaéaprendida,profere-sequenãosepodeexplicarasdiferençasdo comportamento humano por meio da biologia de forma isolada.
-Aculturaécompartilhadaepadronizada,poisconsisteemumacriaçãohumana,partilhadaporgrupossociaisespecíficos.
- A cultura oferece uma visão do mundo, isto é, uma explicação sobre como o mundo é organizado,comoatuaremummundoqueganhasentidoeévaloradopormeiodacultura.
NOTAS
b) Relação cultura e doença
- Na sociedade moderna, o papel da cultura popular, seus significantes e significados,somatizamoselementosdecrençasecostumesdeváriosgrupos,acompanhadosdamídiaedeumavariedadedeinformaçõesresponsáveisporinterpretaçõesdiscursivasdosmédicosdedicadosàcausa.
-Osignodeestardoenteéentendidocomoapercepçãodesensaçõesesintomasdesagradáveis:cansaço;dordecabeça;dornocorpo;sono;fraqueza;faltadeapetite;febre,etc.
-Identificadospelomédicooupelopaciente,representamadoençacomoumaconstruçãosocial,traduzidaeculturalmenteassumidapelossimpatizantes.
-DoençascomoaAIDS,câncer,hanseníase(lepra)outuberculosesãoencaradasdiferentementepor homens e mulheres de um mesmo grupo, com ou sem diagnóstico biomédico.
http://www.portalamazonia.com.br/secao/amazoniadeaz/interna.php?id=869
NOTAS
ApartirdosestudosdeCustódio(2008)eSantoset al(2012)estaterceiraeúltimapartedestematerialvisaapresentarasrelaçõesentreocampodaAntropologiaeaspráticasemsaúde, ressaltandoa importânciadoolharantropológiconasaçõesqueenvolvemasaúdehumana.Estáorganizadaemquatro tópicos, cadaumdeles estruturadoemesquemasdeestudosobreastemáticas:
•ConceitosdaAntropologiadaSaúde
•Práticaspopularesepráticasbiomédicas
•AAntropologiadaSaúde
•Antropologianaformaçãodoprofissionaldesaúde
a) Conceitos da Antropologia da Saúde:
-Relativismocultural:partedaperspectivaantropológicaquerequerque,quandosedepararcom culturas diferentes, não se faça julgamentos de valor tomados com base no próprio sistema cultural, passando a olhar as outras culturas segundo seus próprios valores e conhecimentos.
-SistemasdeAtençãoàSaúde:gruposqueseorganizamcoletivamente–atravésdemeiosmateriais, pensamento e elementos culturais – para compreender e desenvolver técnicasemrespostaàsexperiências,ouepisódiosdedoençaeinfortúnios,sejamelesindividuaisoucoletivos.
ANTROPOLOGIA E SAÚDE
NOTAS
-Sistemaculturaldesaúde:ressaltaadimensãosimbólicadoentendimentoquesetemsobresaúdeeincluiosconhecimentos,percepçõesecogniçõesutilizadasparadefinir,classificar,percebereexplicaradoença.Cadaetodasasculturaspossuemconceitossobreoqueéserdoenteousaudável.
-Sistemasocialdesaúde:compostopelasinstituiçõesrelacionadasàsaúde,àorganizaçãodepapéisdosprofissionaisdesaúdeneleenvolvidos,suasregrasdeinteração,assimcomoasrelaçõesdepoderaeleinerentes.
b) Práticas populares e práticas biomédicas:
Fonte:Wikimedia
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/b/b3/Market_Pharmacy_Tana_MS5179.jpg/1024px-Market_Pharmacy_Tana_MS5179.jpg
NOTAS
-Aspráticasdecurapopularesnãopodemservistasisoladamentedeoutrosfenômenosquese estruturam na sociedade brasileira.
-Apesardabiomedicinaaindasejustificarcomosaberhegemônico,ossaberesepráticasdequalquersistemamédicodevemserpercebidoscomoconstruçõessocioculturais.
- O fenômeno saúde-doença não pode ser entendido à luz unicamente de instrumentosanatomofisiológicos da medicina, mas deve considerar a visão de mundo dos diferentessegmentos da sociedade, bem como suas crenças e cultura.
- O sistema cultural de saúde inclui especialistas não reconhecidos pela biomedicina, como porexemplo:benzedeiras,curandeiros,xamãs,pajés,pastores,padres,paisdesanto,dentreoutros.
NOTAS
c) A Antropologia da Saúde:
- Estuda a saúde considerando o homem, seus relacionamentos socioculturais, sua maneira de lidar com o mundo e consigo próprio, com sua psique e comportamento em seu meio.
-Estudaasquestõesdasaúdepública/coletivadestacandoapessoa,ocorpoeadoença.Oenfoque desse estudo é a construção do indivíduo, do corpo e dos sentimentos ligados aos distúrbios da saúde.
-Contacomapluralidadedasdiversasdisciplinas(filosofia,comasociologia,comapsicologia,comahistória)pensandoumcaminhomelhorparaosproblemasdasaúdecoletiva.
-AAntropologiadaSaúdepropõeumanovamaneiradepensareagiremrelaçãoaocorpo,acultura e individualidade de cada ser humano.
- Cada sociedade assimila as encenações do corpo e da doença de maneira peculiar,considerando os aspectos socioculturais da população atendida.
- Se entendida como fenômeno social, a doença estabelece uma relação entre as ordensbiológica e social, abrangendo o indivíduo corporalmente e socialmente.
- O papel da antropologia da saúde é tratar a doença superando os limites biológicos do corpo easexplicaçõesbiomédicasdohomem.
- A Antropologia da Saúde analisa os relatos dos informantes, estruturando um perfilresponsávelpelascausalidades,considerandoavivênciadapessoa,suadoençaeosenvolvidos.
NOTAS
-AocontráriodaopiniãofechadadasCiênciasSociaisnadécadade70,aantropologiasocial,ébem-vindahoje,nocampodasciênciasmédicasemproldaconstruçãodesoluçõesparasanar as demandas sociais da saúde pública.
- A criação de mecanismos viabilizadores da práxis das ciências sociais no cotidiano dapopulação inerente às ciências médicas, abordando questões como: gênero, sexualidade,formaçãodecidadania,AIDS,saúdemental;controledenatalidade,etc.
- Novas metodologias de avaliação nos cursos de graduação e pós-graduação, oportunidades demercadoeditorialnaproduçãoacadêmica.
-Apoioàspesquisaspelasagênciasnacionaiseaospesquisadorespormeiodefinanciamentosnasáreasdasciênciasmédicasehumanas.
d) Antropologia na formação do profissional de saúde:
-Reflexõesemtornodoprocessosaúde/doença,culturaesociedadesãofundamentaisparase repensar em formulação de políticas públicas e planejamento dos serviços de saúde.
-EstudosemAntropologiasãofundamentaisparasecomeçarapensarempráticasdesaúdemais humanas.
-Aantropologiadasaúdeedadoençadeveficarvinculadaaoutrasdisciplinasquecompõeagradecurricular,emespecialdoscursosqueformamprofissionaisdesaúde.
NOTAS
-Aantropologiadasaúde/doençavemseconsolidandocomoespaçodereflexão,formaçãoacadêmicaeprofissionaldemédicos,enfermeiroseoutrosprofissionaisdaáreadasaúdenopaís.
-Osprofissionaisdesaúdecomeçamadesenvolverconcepçõesmenospreconceituosasemrelaçãoàspráticasdecurapopular,dirigindocuidadosmaisresponsáveisàspessoasesuasfamílias,levandoemconsideraçãoqueaatençãoàsaúdeéumsistemasocialecultural,emsuaorigem,estrutura,funçãoesignificados.
CORBAIN,A.História do Corpo.Petrópolis:Vozes,2007.
COSTA,A.M.deM.CorpoeHistória. Revista Ecos.Ed.10,jul2011,p.245-258.
CUSTÓDIO,M.I.deF.AntropologiaeSaúde.Revista Espaço Acadêmico,nº82,marçode2008.
HELMAN,CecilG.Cultura, saúde e doença.4.ed.PortoAlegre:Artmed,2003.
LANGDON,E.J.;WIIK,F.B.Antropologia,saúdeedoença:umaintroduçãoaoconceitodeculturaaplicadoàsCiênciasdaSaúde.Rev. Latino-Am. Enfermagem.18(3).mai-jun2010.
LARAIA,R.deB.Cultura:umconceitoantropológico.RiodeJaneiro:JorgeZahar,2004.
MENDES,M.I.B.deS.Ocorpohumano:objetodeintervençõesesujeitodaexistência.Estudos de Psicologia2008,13(2),185-186.
RODRIGUES,J.C.O Corpo na História.RiodeJaneiro:ED.Fiocruz,1999.
RODRIGUES,J.Tabu do Corpo.RiodeJaneiro,Achiamé,1983.
SANTOS,A.C.B.dos;et al.Antropologiadasaúdeedadoença:contribuiçõesparaaconstruçãodenovaspráticasemsaúde.Rev. NUFEN[online].v.4,n.2,julho-dezembro,11-21,2012.
SANTOS,LionêsAraújodos.Ocorponaculturaeaculturada‘reforma’docorpo.RBSE – Revista Brasileira de Sociologia da Emoção,v.10,n.30:406-414.Dezembrode2011.
Sites: http://www.portalamazonia.com.br
REFERÊNCIAS
http://www.portalamazonia.com.br
Índicerefantrop e saudecultura saudecorpo culturaintroapre
Button 19: Page 3: Off
Button 21: Page 3: Off
Button 35: Button 36: Button 37: Button 38: Button 39: Button 40: Button 16: Page 4: OffPage 51: Off
Button 17: Page 4: OffPage 51: Off
Button 18: Page 4: OffPage 51: Off
Text Field 2: Page 6: Page 71: Page 82: Page 93: Page 104: Page 115: Page 126: Page 137: Page 148: Page 159: Page 1610: Page 1711: Page 1812: Page 1913: Page 2014: Page 2115:
Button 15: Page 6: OffPage 71: OffPage 82: OffPage 93: OffPage 104: OffPage 115: OffPage 126: OffPage 137: OffPage 148: OffPage 159: OffPage 1610: OffPage 1711: OffPage 1812: OffPage 1913: OffPage 2014: OffPage 2115: Off
Button 13: Page 6: OffPage 71: OffPage 82: OffPage 93: OffPage 104: OffPage 115: OffPage 126: OffPage 137: OffPage 148: OffPage 159: OffPage 1610: OffPage 1711: OffPage 1812: OffPage 1913: OffPage 2014: OffPage 2115: Off
Button 14: Page 6: OffPage 71: OffPage 82: OffPage 93: OffPage 104: OffPage 115: OffPage 126: OffPage 137: OffPage 148: OffPage 159: OffPage 1610: OffPage 1711: OffPage 1812: OffPage 1913: OffPage 2014: OffPage 2115: Off
2: 1: 3: A: B: c: D: 4: 5: 6: Button 32: clique 4: coment vídeo 3: A 2: B 2: c 2: D 2: 7: 8: 9: Button 22: Page 22: Off
Button 23: Page 22: Off
Recommended