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COLÉGIO ESTADUAL PRESIDENTE LAMENHA LINS –
ENSINO MÉDIO E PROFISSIONAL
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO
CURITIBA
2012
3
SUMÁRIO
1.0 - APRESENTAÇÃO ............................................................................................... 2
2.0 - IDENTIFICAÇÃO ................................................................................................ 3
3.0 - HISTÓRICO DO ESTABELECIMENTO .............................................................. 5
4.0 - CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO .............................................................. 7
5.0 - OBJETIVOS ...................................................................................................... 14
5.1 - OBJETIVO GERAL .......................................................................... 14
5.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................ 14
6.0 - MARCO SITUACIONAL .................................................................................... 15
7.0 - MARCO CONCEITUAL ..................................................................................... 22
7.1 - CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE, HOMEM, CIDADANIA ................. 22
7.2 - CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E CURRÍCULO ........... 23
7.3 - CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA .................................................... 28
7.4 - CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO ...................................................... 29
7.5 - CONCEPÇÃO DE ADOLESCÊNCIA ............................................... 33
7.6. - CONCEPÇÃO DE DISCIPLINA ...................................................... 34
7.7. - CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO ........................................................ 35
7.8 - CONCEPÇÃO DE GESTÃO ............................................................ 36
8.0 - MARCO OPERACIONAL .................................................................................. 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 42
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1.0 - APRESENTAÇÃO
Ao longo da história, a educação passou por diversas transformações.
Nesse contexto, a instituição de ensino, cuja função se resumia apenas em
transmitir conhecimentos, agora se encontra frente aos desafios de uma sociedade
que exige a formação de um sujeito autônomo, crítico, que saiba buscar novos
conhecimentos, trabalhar em equipe, entre outros.
Partindo desse pressuposto, apresenta-se o Projeto Político Pedagógico
do Colégio Estadual Presidente Lamenha Lins, que se baseia na premissa de que
reflexão e construção coletiva é o recurso mais apropriado para enfrentar os
desafios de formar cidadãos atuantes em uma sociedade plural cujo objetivo se
resume em organizar e ressignificar o trabalho pedagógico desenvolvido nessa
Instituição, estabelecendo princípios, propostas e diretrizes de ação que visem
intervir na realidade de maneira pontual e objetiva acarretando assim na melhoria da
qualidade do processo ensino e aprendizagem.
A função precípua do Ensino Médio e da Educação Profissional vai além
da formação e atinge a construção da cidadania. É preciso oferecer aos
adolescentes, jovens e adultos novas perspectivas culturais para que possam
expandir seus horizontes e dotá-los de autonomia intelectual, assegurando-lhes o
acesso ao conhecimento historicamente acumulado e à produção coletiva de novos
conhecimentos, sem perder de vista que a educação também é, em grande medida,
uma chave para o exercício dos demais direitos sociais.
3
2.0 - IDENTIFICAÇÃO
Nome da instituição: Colégio Estadual Presidente Lamenha Lins – Ensino Médio e
Profissional.
Endereço: Rua Lamenha Lins, nº 2.185.
Bairro: Rebouças.
Cidade: Curitiba – PR
CEP: 80220-080
Telefone: (41) 3332-6634
Fax: (41) 3332-2752
E-mail: col_lamenha_lins@hotmail.com
Entidade Mantenedora: Governo do Estado do Paraná – Secretaria de Estado da
Educação.
Núcleo Regional de Educação de Curitiba: Setor Portão.
Reconhecimento do Estabelecimento: Resolução nº 3098/81 DOE 15/01/82.
Turnos e horário de funcionamento: Manhã (7h30min – 11h50min)
Tarde (13h10min – 17h30min)
Noite (19h – 22h40min)
Cursos e Atividades de Complementação Curricular ofertados:
Ensino Médio:
Ensino Médio Regular – Reconhecimento do Curso: Resolução nº 4667/87
DOE 13/11/86.
Educação Profissional:
Técnico em Administração em Nível Médio Integrado – Autorização de
funcionamento: Resolução nº 651/06.
Técnico em Logística em Nível Médio Integrado – Autorização de
funcionamento: Resolução nº 3230/10.
4
Técnico em Recursos Humanos em Nível Médio Integrado – Autorização de
funcionamento: Resolução nº 3229/10.
Técnico em Secretariado em Nível Médio Integrado – Autorização de
funcionamento: Resolução nº 852/06.
Técnico em Administração em Nível Médio Subseqüente – Autorização de
funcionamento: Resolução nº 3346/06.
Técnico em Logística em Nível Médio Subsequente – Autorização de
funcionamento: Resolução nº 3231/10.
Técnico em Recursos Humanos em Nível Médio Subsequente – Autorização
de funcionamento: Resolução nº 2860/10.
CELEM:
Centro de Língua Estrangeira Moderna – Espanhol Básico.
5
3.0 - HISTÓRICO DO ESTABELECIMENTO
O Colégio Estadual Presidente Lamenha Lins foi criado pelo decreto nº
19.473 de 14 de setembro de 1965, com o nome de Ginásio Estadual. Nessa época,
a instituição era anexo ao Centro Educacional Guaíra.
No ano de 1966, seu trabalho pedagógico foi iniciado com sete turmas e
pelo decreto nº 1752 de 29/12/1965 foi designada a Diretora Annizia Jacomel Fanini,
à qual coube a titulação de diretora fundadora.
Pelo decreto nº 7939 de 09/12/1967 o então Ginásio Estadual, passou a
se chamar Ginásio Estadual Presidente Lamenha Lins.
Em 1972, de acordo com a Lei 5692/71 foi – juntamente com Grupo
Escolar Barão do Rio Branco, Grupo Escolar Doracy Cesarino, Centro Educacional
Guaíra, Centro Social Imaculado Coração de Maria e Grupo Escolar São Luiz, que
em seguida recebeu a denominação de “Agrupamento 5S2” – proposto o plano de
implantação do Ensino de 1º Grau, cuja aprovação efetivou-se pelo parecer nº
007/74.
Na sequência, o “Agrupamento 5S2” foi desmembrado pela Resolução nº
3601/74. Com o parecer nº 02/74, aprovou-se em caráter provisório a implantação
do Ensino de 2º Grau.
Através do parecer nº 219/74, foram implantadas no Ensino de 2º grau as
habilitações: Assistente Administrativo, Secretariado, Tradutor e Intérprete (nível
técnico) e Auxiliar Sanitarista.
O Colégio passa a ter os cursos devidamente regulamentados por meio
do decreto 1579/76 e pelo parecer nº 153/77 são aprovadas novas habilitações:
básico em Créditos e Finanças e Desenhista de Arquitetura.
Com a resolução nº 3098/81, foram reconhecidos os Cursos do 2º Grau
com as habilitações plenas: Assistente em Administração, Secretariado e Tradutor e
Intérprete e as habilitações parciais: Auxiliar Sanitarista, Desenhista de Arquitetura e
Básico em Crédito e Finanças.
Em 1982, a resolução 2969/82 autoriza a instituição a implantar o CELEM
– Centro de Línguas Estrangeiras Modernas.
6
A resolução nº 2358/83 altera a denominação desta instituição para
Colégio Presidente Lamenha Lins – Ensino de 2º Grau de Curitiba.
Em 1984, com o parecer nº 471/84, encerram-se as habilitações de
Desenhista de Arquitetura e Auxiliar Sanitarista. Com o parecer nº 018/85 da SEED
é aprovado o projeto de implantação do Curso de 2º Grau Regular.
Através da resolução nº 4644/86 é encerrado, a partir de 1986, as
habilitações dos cursos: Tradutor e Intérprete, Crédito e Finanças e Técnico em
Turismo.
A partir do ano 2000, todos os cursos profissionais ofertados pela
instituição foram extintos.
Após o decreto nº 2208 de 17/04/1997, Artigo 3º, Inciso II, permitir a
Educação Profissional em nível médio concomitante com o Ensino Regular, foram
aprovados, através do parecer nº 024/99, os Cursos de Técnico em Informática e
Técnico em Gestão. Estes cursos foram ofertados aos alunos que concluíram o
Ensino Médio. A resolução nº 1652/99 autorizou o funcionamento desses cursos.
No ano de 1999, este estabelecimento de ensino passou a denominar-se
Colégio Estadual Presidente Lamenha Lins – Ensino Médio e Profissionalizante.
7
4.0 - CARACTERIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO
O Colégio Estadual Presidente Lamenha Lins - Ensino Médio e
Profissional dispõe de uma área de 3.560 m², dos quais 1.925,72 m² são
construídos. Sua estrutura conta com 13 salas de aula que funcionam durante os
turnos matutino, vespertino e noturno, 01 Laboratório de Química, Física, Biologia,
02 Laboratórios de Informática (Proinfo e PR Digital), 01 Biblioteca e 01 quadra
poliesportiva coberta.
A seguir estão descritos os espaços físicos da escola e suas respectivas
metragens.
ESPAÇO METRAGEM
Terreno 3.560 m2
Total de área construída 1.925,72 m2
Total de área construída pavilhão superior 656,88 m2
Total de área construída pavilhão inferior 707,28 m2
Total de área construída pavilhão dos fundos 314,21 m2
Total de área construída unidade administrativa 159,16 m2
Sala Da Direção 18,59 m2
Sala de Apoio a Direção 14,02 m2
Sala da Equipe Pedagógica 19,79 m2
Sala da Secretaria 28,68 m2
Sala da Equipe Pedagógica 14,02 m2
Sala da Coordenação De Curso 14,02 m2
Sala dos Professores 33,25 m2
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Sala do Arquivo Inativo 16,79 m2
Sala da Biblioteca 48,51 m2
Sala de Informática 72,80 m2
Escadaria 8,55 m2
Cantina da Associação de Pais e Mestres 57 m2
Residência do caseiro 57 m2
Laboratório de física, química e biologia 42,68 m2
Cobertura da cantina da Associação de Pais e Mestres 70,35 m2
Quadras desportivas 4,708,69 m 2
Sala de aula nº 1 42,68 m2
Sala de aula nº 2 44,04 m2
Sala de aula nº 3 49,56 m2
Sala de aula nº 4 43,92 m2
Sala de aula nº 5 44,03 m2
Sala de aula nº 6 49,98 m2
Sala de aula nº 7 50,26 m2
Sala de aula nº 8 43,95 m2
Sala de aula nº 9 43,93 m2
Sala de aula nº 10 50,05 m2
Sala de aula nº 11 43,29 m2
Sala de aula nº 12 42,36 m2
Sala de aula nº 13 42,36 m2
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A instituição dispõe também de acervo bilbiográfico e multimídia,
aparelhos de DVD, televisões multimídias, rádios, retroprojetores, projetores
multimídia, computadores e impressoras, filmadora e máquina fotográfica.
Composição de profissionais do Estabelecimento:
Direção, Equipe Pedagógica, Coordenação de Curso e Funcionários
SERVIDOR FUNÇÃO LOTADO NA
ESCOLA
Angelita Pedroso 9132 - Diretora Auxiliar Sim
Luiz Scremin Filho 9131 - Diretor Sim
Vera Lucia Haus 9132 - Diretora Auxiliar Sim
Patricia Xavier 9731 - Secretario/Escola Sim
Joana Maria Dian Dos Santos 9316 - Equipe Pedagogica Não
Luciane Paolini Del Valle 9316 - Equipe Pedagógica Sim
Ana Claudia Mroz 9316 - Equipe Pedagogica Não
Telma Dos Santos 9316 - Equipe Pedagogica Sim
Maria Regina Schreiber 9220 - Coordenador De Curso Sim
Patricia Tissi Della Zuana 9314 - Cat. Func.-Apoio/Tec Adminis Sim
Simone De Lima 9314 - Cat. Func.-Apoio/Tec Adminis Sim
Adelaide Maria Cadilhe 9012 - Cat. Func.-Apoio/Tec Adminis Sim
Anderson Luiz C. Batista 9314 - Cat. Func.-Apoio/Tec Adminis Sim
Daniele Cristina C. Negrao 9314 - Cat. Func.-Apoio/Tec Adminis Sim
Delia Khristiane Lenzi Gill 9314 - Cat. Func.-Apoio/Tec Administ Sim
10
Elisa Maria De Souza Padilha 9314 - Cat. Func.-Apoio/Tec Adminis Sim
Maria Das Gracas P. Lopes 9314 - Cat. Func.-Apoio/Tec Adminis Sim
Marilda Da Rocha Guidolin 9313 - Cat. Func.-Aux.Servicos Gerais Sim
Marina Machado Da Silva 9313 - Cat. Func.-Aux.Servicos Gerais Sim
Neuza Lopes De Oliveira 9313 - Cat. Func.-Aux.Servicos Gerais Sim
Sandra Regina De Oliveira 9313 - Cat. Func.-Aux.Servicos Gerais Sim
Suely Parizoto Furtado 9313 - Cat. Func.-Aux.Servicos Gerais Sim
Terezinha Delmonico De Almeida 9313 - Cat. Func.-Aux.Servicos Gerais Sim
Wilson Cogitskei 9313 - Cat. Func.-Aux.Servicos Gerais Sim
Berenice Da Silva Ferreira 9313 - Cat. Func.-Aux.Servicos Gerais Sim
Professores
NOME CH
SEMANAL
CAPACITAÇÃO MÁX.
(LICENCIATURA)
LOTADO NA
ESCOLA
Alessandra Vanessa De Souza 6 Licenciatura Plena Não
Alexandre Henrique Silva 8 Licenciatura Plena Não
Ana Claudia Miranda 8 Licenciatura Plena Não
Ana Emilia Staben 16 Licenciatura Plena Não
Andre Fernandes Da Rosa 2 Licenciatura Plena Não
Angela Maria Carneiro Da Silva 15 Licenciatura Plena Não
Antonio Leodir De Oliveira 16 Licenciatura Plena Sim
Celso Luiz Cunha Dos Santos (A) 12 Licenciatura Plena Sim
Christina Leonor Machado Requiao 16 Licenciatura Plena Sim
11
Cintia Muller Angulski 16 Licenciatura Plena Não
Cristiano Ferreira Caldas 6 Licenciatura Plena Não
Dinara Maria Zanon 32 Licenciatura Plena Sim
Edimeri Stadler Vasco 4 Licenciatura Plena Não
Eliete De Lourdes Bettega 16 Licenciatura Plena Sim
Elizeu Rolim De Moura Neto 36 Licenciatura Plena Não
Eloise Santos Franze 12 Licenciatura Plena Não
Emerson Cesar Rossari 16 Licenciatura Plena Não
Fernando Machado Vieira Filho 17 Licenciatura Plena Não
Fernando Schneider 17 Licenciatura Plena Não
Flavio Kulevicz Bartoszeck 2 Licenciatura Plena Não
Gianna Valeria Mortella (A) 32 Licenciatura Plena Sim
Gleybson De Assis E Silva 4 Licenciatura Plena Não
Hilosi Jose Nunes Miamoto 2 Licenciatura Plena Não
Ines Do Carmo Silva 16 Licenciatura Plena Sim
Iracema Cristina Urbanetz De Assis Pauli 18 Licenciatura Plena Sim
Jefferson Do Nascimento 12 Licenciatura Plena Não
Josiane Ferreira Mendes 23 Licenciatura Plena Não
Jovani Comiran 8 Licenciatura Plena Não
Katia Camargo De Franca Schmidt 10 Licenciatura Plena Não
Luciana Badeluk Cettina 4 Licenciatura Plena Não
Luciana Machado 8 Licenciatura Plena Não
12
Lucilene Martins Borges Assuncao 15 Licenciatura Plena Não
Lucimara Zacarias Dos Santos 32 Licenciatura Plena Sim
Magno Luiz Polak 25 Licenciatura Plena Não
Maria Regina Schreiber 15 Licenciatura Plena Sim
Marilei Aparecida Biscaia Da Luz 16 Licenciatura Plena Não
Nelson De Assis Ferreira 8 Licenciatura Plena Não
Nelson Rodrigues (A) 32 Licenciatura Plena Sim
Newton Nunes Da Silva Filho 16 Licenciatura Plena Sim
Nilda Maria Saldanha Senra 32 Licenciatura Plena Não
Osiris Jose Ribeiro 32 Licenciatura Plena Sim
Osni Aniceto De Souza 15 Licenciatura Plena Não
Paulo Henrique Soares Barone 8 Licenciatura Plena Não
Pedro Liss 16 Licenciatura Plena Não
Regina Riter 12 Licenciatura Plena Não
Roberto Carlos Da Rocha Santos 21 Licenciatura Plena Não
Robson Stigar 16 Licenciatura Plena Sim
Rodrigo Pedroso Da Silva 11 Licenciatura Plena Não
Rosmeri Maria Pereira 16 Licenciatura Plena Sim
Sebastiao Da Silva Camargo 22 Licenciatura Plena Não
Sergio Henrique Schultz 30 Licenciatura Plena Sim
Sirlei Aparecida Vieira 8 Licenciatura Plena Não
Sonia Mara Maneira 34 Licenciatura Plena Sim
13
Thiago Bonfim Melo 6 Licenciatura Plena Não
Valeria Teresa Fogaca 16 Licenciatura Plena Sim
Valmir Azevedo 9 Licenciatura Plena Sim
Vera Lucia Penteado 20 Licenciatura Plena Não
Viviane Maria Olivo 20 Licenciatura Plena Não
Wagner Camargo Antunes 6 Licenciatura Plena Não
Wilson Roberto Nogueira Junior 32 Licenciatura Plena Sim
Wiviam Costa Lima 14 Licenciatura Plena Não
Zecliz Stadler 32 Licenciatura Plena Sim
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5.0 - OBJETIVOS
5.1 - OBJETIVO GERAL
A Instituição tem o objetivo de formar indivíduos críticos e atuantes na
sociedade e no mundo do trabalho.
5.2 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Atender alunos com necessidades educativas especiais em um espaço
favorável à inclusão.
Construir por meio do processo pedagógico, o conhecimento científico.
Desenvolver a aprendizagem tendo como meios básicos o pleno domínio da
leitura, da escrita e do cálculo.
Desenvolver a autonomia intelectual e o pensamento crítico, participativo,
responsável e construtivo do aluno, historicamente adaptado à realidade onde
vive como agente de mudança e de resgate dos valores existentes na cultura.
Estimular a capacidade de analisar problemas, buscar suas causas e
descobrir meios para solucioná-los, contribuindo para a inserção consciente
do seu papel transformador no mundo atual.
Fortalecer os vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de
tolerância recíproca.
Identificar qualidades comunitárias e valores individuais e sociais, utilizando-
os adequadamente, a fim de reconhecer e valorizar a diversidade sócio-
cultural brasileira e de outras nações e povos.
Incentivar a tomada de decisão e a realização de ações transformadoras e
emancipadoras.
15
6.0 - MARCO SITUACIONAL
A ação educativa do Colégio Estadual Presidente Lamenha Lins está
baseada no entendimento do aluno como um ser humano histórico e ativo que
produz cultura. Ter clareza dos limites, possibilidades e impossibilidades que o
próprio sistema impõe no interior da Escola pressupõe a superação das relações de
poder e a construção de práticas democráticas. Em um sistema excludente e injusto,
é função dos profissionais da educação pensar a realidade, perceber as relações e
analisar criticamente a totalidade.
O Colégio conta com uma Gestão pautada na democracia que se
preocupa em melhorar a qualidade de ensino e de trabalho na instituição.
Entretanto, construir as relações de igualdade e de liberdade numa Escola não é
tarefa fácil. Práticas educativas rotineiras, tradicionais, repetitivas, centradas muitas
vezes na figura do professor, utilizando os conteúdos mais como mecanismo de
controle da indisciplina do que como instrumentos de efetiva aprendizagem, ainda
fazem parte da ação pedagógica de alguns poucos professores. Entende-se que é
na sala de aula que se fundamenta toda ação democrática e onde começa a
verdadeira luta pela transformação das desigualdades e das exclusões.
O corpo discente é formado por jovens na faixa etária compreendida entre
14 e 24 anos, nos cursos Técnicos Integrados e no Ensino Médio Regular. Nos
cursos de nível Médio Subsequente, além dos jovens que acabaram de concluir o
Ensino Médio Regular, matriculam-se adultos até 55 anos que retomam seus
estudos em busca de aperfeiçoamento profissional e melhoria nas condições de
trabalho e salário.
Dessa forma, sabe-se que o trabalho em uma Escola pública, construída
a partir da luta e das experiências dos sujeitos que nela convivem, demanda tempo,
persistência, comprometimento e superação de uma educação subjugada aos
interesses da economia e do mercado.
18
Conforme dados do rendimento escolar, constata-se que o maior número
de evasão do ensino regular apresenta-se nas turmas do período noturno e o maior
número de reprovação encontra-se nas primeiras séries. Embora os índices tenham
melhorado no ano de 2011, os mesmos ainda permanecem altos. A fragmentação
do currículo, o excessivo número de disciplinas, tendo como conseqüência a
redução do número de aulas por disciplina, indica um dos determinantes que
contribui com o baixo rendimento escolar dos alunos. Também se percebe as
lacunas de conteúdos apresentadas pelos alunos que iniciam o ensino médio e que
necessitam de atendimento em contra-turno, uma vez que as poucas aulas
semanais não são suficientes para a superação das mesmas.
A análise dos índices tem sido motivo de reflexão durante os encontros
pedagógicos para a tomada de decisão que venha melhorar o processo de ensino e
aprendizagem. No entanto, este processo é histórico e nem sempre é solucionado
em curto prazo. Entende-se que algumas decisões ultrapassam o interior da escola,
entrando na esfera de políticas públicas.
Outro dado relevante é o número expressivo de abandono nas turmas dos
cursos técnicos subsequentes do período noturno, sendo que muitos alunos
matriculam-se e nem iniciam o curso, outros iniciam e relatam a dificuldade em
19
continuar a frequentar devido principalmente as exigências do trabalho como
viagens, horas extras e outras atividades.
O corpo discente se origina da classe trabalhadora que investe no estudo
como forma de ascensão social e entrada no mundo de trabalho. O nível de
instrução dos pais ou responsáveis em sua maior parte é o Ensino Médio.
Muitas vezes as famílias reportam à escola a tarefa de educar e instruir os
jovens e alguns poucos pais participam do cotidiano escolar. Entretanto, um grupo
emergente de pais está à disposição da escola para atuar como parceiros visando à
melhoria da educação e formação de seus filhos. Outros, ainda, procuram a
instituição de ensino ou telefonam solicitando para serem informados mensalmente
sobre o desempenho escolar de seus filhos.
A questão da violência que assola o país também está presente no
cotidiano dos estudantes oriundos de diversos bairros de Curitiba e Região
Metropolitana. Nesse contexto, o corpo discente enfrenta diariamente problemas
relacionados às violências de todas as formas, entre elas, assaltos, assédios e
venda/consumo de drogas nas regiões próximas a escola e a sua residência.
As violências são caracterizadas por relações de poder e domínio, e
nascem da desinformação, “materializam-se através de julgamentos, constroem
estereótipos, são multifacetadas e multidimensionais, exigem poder-dominação e
relações de mando e sujeição, são destrutivas, emblemáticas” (SOUSA, 2001, p.43-
44). O preconceito, as rotulações e estigmas geram e nutrem essas violências e são
práticas diárias nas relações humanas, mesmo que a maioria delas seja realizada de
forma involuntária. Portanto, cabe à escola, como um lugar de cuidado, zelar, ouvir e
amparar crianças e adolescentes que estejam inseridos em contextos de violência e
são por ela atingidos.
Todos esses problemas se materializam nas relações escolares e podem
ser percebidos no processo de ensino-aprendizagem quando alunos demonstram
dificuldades em se adequar as normas e regras definidas pelo Regimento Escolar,
no pouco vínculo com a aprendizagem, no desrespeito com professores e
funcionários, no baixo rendimento recebido com descaso.
As dificuldades de relação intrafamiliar também podem ser observadas no
contexto escolar, já que enfrenta-se constantemente situações relacionadas a
20
negligência, abuso sexual, dificuldades de aceitação quanto a orientação sexual dos
jovens, indícios de violência física, falta de diálogo, entre outros.
Os alunos do Colégio Estadual Presidente Lamenha Lins sofrem com a
crise de valores do mundo moderno e se deparam com a dificuldade em formar seus
próprios valores num universo em que são tantas as demandas de seu grupo: falta
de perspectiva de empregos, dificuldades de acesso a programas de saúde, cultura
e lazer. Diante deste panorama sócio-cultural, a escola acaba se tornando um local
de encontro e relações sociais, sendo sua função de formação e construção do
conhecimento deixada em segundo plano.
Apesar disso, existe um número de alunos interessados em estudar, pois
consideram o estudo uma possibilidade de ascensão social. Esses alunos
questionam seus professores e a equipe pedagógica quando discordam com os
métodos de ensino e reivindicam constantemente qualidade do processo de ensino-
aprendizagem, assim como domínio do conteúdo ministrado pelos professores.
Os docentes do Colégio Estadual Presidente Lamenha Lins aceitam
convites e convocações para reflexão acerca dos problemas e desafios que são
vivenciados pela comunidade escolar. Participam das reuniões propostas sem
esquivar-se de posicionamentos nas questões educativas, mas nem todos, porém,
demonstram comprometimento com as questões discutidas e acordadas em
reuniões.
Em sua maioria, os docentes preocupam-se com os educandos,
reportando à equipe pedagógica situações que precisam de atenção mais específica
e encaminhamento de diversas ordens. A hora-atividade é utilizada para realização
de trabalho pedagógico, estando de acordo com a proposta original concebida para
este fim.
Enfrentam-se diversos problemas com as faltas excessivas dos
professores, seja por compromissos particulares, seja por licença médica, o que
compromete a qualidade da educação ofertada e a organização pedagógica da
instituição.
Percebe-se por meio do acompanhamento dos Planos de Trabalho
Docente que existe, por parte de alguns professores, uma dificuldade em utilizar
21
recursos tecnológicos e metodologias diferenciadas para enriquecer o trabalho
pedagógico e a prática docente.
Embora se perceba grupos com focos de resistência e descrença na
melhoria da educação pública, temos em nosso corpo docente, bons exemplos de
profissionais dedicados, competentes, comprometidos e motivados para o trabalho.
É importante ressaltar que a rotatividade dos professores e a demora na
substituição de docentes pela mantenedora prejudica o planejamento coletivo e a
continuidade do trabalho pedagógico.
22
7.0 - MARCO CONCEITUAL
7.1 - CONCEPÇÃO DE SOCIEDADE, HOMEM, CIDADANIA
A sociedade vive um momento de transformações estruturais:
globalização, formação de blocos econômicos e revolução tecnológica. Atualmente
as mudanças ocorrem com tamanha velocidade que muitas vezes a dimensão
humana fica relegada a um segundo plano. Por essa razão, é necessário o repensar
constante das atitudes em uma perspectiva mais humana, propiciando a inclusão
social com vistas ao momento histórico em que se vive. Uma sociedade global que
silenciosamente convive com a morte de inocentes, a crescente concentração de
renda, o desemprego e o desprezo pelo meio ambiente é uma sociedade doente.
Vive uma profunda crise ética. No entanto, deve-se sempre acreditar na imensa
capacidade da espécie humana de reverter suas próprias mazelas. Uma das mais
profícuas, sublimes e duradoura forma de modificar essa realidade é, sem dúvida, a
educação. Uma educação capaz de contribuir para a formação de uma nova ética
planetária, em que o humano e tudo o que é vivo se sobreponha à exploração
irracional do capital.
Dentro dessa ótica muito tem sido feito com base na Constituição Federal
de 1988, que tem como fundamento a construção de uma sociedade livre, justa e
solidária: o combate à pobreza e à exclusão social. Segundo Pedro Demo, a
participação é conquista social. Assim, o homem vai se constituindo cidadão quando
desenvolve seu papel na sociedade de forma consciente. Então, para interferir com
o intuito de transformar a sociedade se faz necessário uma educação voltada à
prática da cidadania.
O desenvolvimento da cidadania numa sociedade autônoma reflete um
conjunto de políticas adequadas ao ambiente econômico, político e social existente.
Conforme Gadotti, educar significa formar para a autonomia. Um processo
educacional somente será verdadeiramente autônomo e libertador se for capaz de
formar um cidadão crítico, dotado das condições que lhe permita entender os
contextos históricos, sociais e econômicos em que estão inseridos. Nossos tempos
23
requerem a formação desse novo cidadão, sensível e responsável, que pense global
e aja localmente, sendo capaz de intervir e modificar a realidade social excludente a
partir de sua comunidade, tornando-se sujeito da sua história.
A concepção de homem está voltada à formação de um sujeito histórico,
cultural e sabiamente crítico, com visão clara de mundo e de sociedade, pois só
assim poderá ser um agente transformador daquilo que o cerca.
Para promover a formação do cidadão dentro da possibilidade
apresentada, concebe-se que, é a escola o espaço por excelência para que a
educação e para que a cidadania ocorra.
A escola insere-se em uma realidade dialética numa perspectiva histórico-
crítica, pois seu intento é formar sujeitos que busquem uma sociedade mais justa, de
forma consciente, percebendo, refletindo e agindo sobre ela, respeitando os
preceitos éticos adquiridos através da historicidade critico social, na qual se
engendra e se constitui um ser também histórico.
A escola em toda a sua prática busca desenvolver ações que conduzam o
indivíduo a desempenhar sua cidadania. Engloba-a tanto na parte voltada à
aquisição de conhecimentos, quanto na convivência social, trabalhando atitudes e
valores que proporcionam ao individuo uma convivência justa e ética.
7.2 - CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO, CULTURA E CURRÍCULO
Por muito tempo, a escola se preocupou com a reprodução do saber
abstrato. Ao se preocupar demasiadamente com esse aspecto, conduziu-o a um
desenvolvimento transitório de aprendizagem pouco relevante, classificadora e
legitimadora, distante da rotina cotidiana, distante dos sujeitos, sobretudo aqueles
pertencentes a grupos sociais e culturais desfavorecidos da aprendizagem e da
busca do conhecimento.
A cultura escolar se encontra num momento delicado, pois vive uma
tensão preocupante e inevitável entre as exigências de um contexto social móvel,
mutável, flexível e incerto. Para Gómez (2001) a cultura escolar é influenciada por
diversos aspectos. De um lado, pela complexidade tecnológica, pluralidade cultural e
dependência dos movimentos do livre mercado mundial. De outro, pelas rotinas,
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convenções, costumes estáticos e monolíticos de um sistema escolar sem
flexibilidade, opaco e burocrático. Em meio a este dilema, num momento atual de
transição paradigmática, encontra-se o professor, buscando por novos papéis,
mesmo de maneira ainda confusa.
Professores e alunos nem sempre conseguem seguir à risca as normas
escolares, sejam suas prioridades, currículo e expectativas. A vida neste ambiente é
bastante instável, complexo, às vezes até mesmo contraditório, pois vai
modificando-se e aperfeiçoando-se dentro de um projeto ilimitado. Por isso,
concorda-se com Gómez (2001) a idéia de repensar urgentemente a função da
escola como uma facilitadora do pensamento autônomo e crítico de atitudes e
capacidades de intervenção reflexiva:
Viver a cultura na escola, interpretá-la, reproduzi-la e recriá-la, mais do que aprendê-la academicamente, requer a mesma amplitude e flexibilidade que a vida, isto é, conceber a sala de aula como um foro aberto e democrático de debate, contraste e recriação das diferentes perspectivas presentes com maior ou menor implantação na comunidade multicultural da sociedade pós-moderna (GÓMEZ, 2001, p.266).
Há sempre uma margem, maior ou menor, de liberdade para autonomia,
resistência e diversidade. Apesar da longínqua distância entre a escola que temos e
a escola que queremos, acredita-se que ela se encontra nesse estado, não tanto por
ignorância ou por deficiências formativas dos professores, afinal de contas,
“sabemos muito mais do que aplicamos” (GÓMEZ, 2001, p.295). Encontra-se sim,
neste estado devido à força dos padrões, das rotinas e dos rituais de uma cultura
escolar que responde a proposições bem diferentes e que, no entanto, não é
utilizada com total naturalidade.
A cultura do professor é carregada de crenças, hábitos, valores e normas
dominantes que determinam o que é valioso em seu contexto profissional, os modos
politicamente corretos de pensar, sentir, atuar e se relacionar. Porém, vive-se em um
momento de tensão em que reina a insegurança e a confusão, devido às rápidas
mudanças de nosso tempo. As certezas morais e ideológicas de ontem, recaem
sobre incertezas e questionamentos de hoje.
A aprendizagem relevante de cada estudante requer a integração do
conhecimento, de vivência e criação cultural. Esta integração pode ser facilitada pela
seleção dos conteúdos do currículo de ensino que, por sua vez, deve ser sempre
25
contextualizado, correspondente à capacidade do professor compreender o que
cada aluno e/ou grupo necessita. Esse aspecto visa provocar o estudante à cultura
crítica do pensamento elaborado. Trata-se de um projeto cultural comum vivido em
comunidade. Docentes e estudantes, ao organizarem-se cooperativamente,
aprendem e recriam a cultura crítica de seus antepassados e de seus
contemporâneos, partilhando responsabilidades.
Nesse sentido, a escola necessita refletir sobre o seu lugar no trabalho
docente, como profissão sociocultural, com base de formação e centrada em
saberes sociais. Para isso, há necessidade de compromisso dos professores, como
atores sociais em melhorar a qualidade dos processos educativos. Os professores
devem estar ligados às comunidades, recriarem concepções diferentes do trabalho e
organização e serem capazes de estabelecer novas relações com as diferentes
formas de conhecimento. O professor constitui o eixo fundamental da educação e
deve, por isso, assumir a responsabilidade das mudanças não somente em nível
cultural, mas também social e tecnológico.
Com relação à prática pedagógica, PARO, 1997 reforça que “A educação
é algo construído pelo homem à medida que constrói sua própria humanidade”.
Acredita-se ser a perspectiva da concepção histórico-crítica uma práxis
educativa mais apropriada à educação da contemporaneidade que coloca o homem
como sujeito de sua história. Uma história dialética, que está permanentemente
acontecendo e pode e deve ser alterada pelos sujeitos. FREIRE (1997) destaca:
O mundo não é. O mundo está sendo. Como subjetividade curiosa, inteligente, interferidora na objetividade com que dialeticamente me relaciono, meu papel no mundo não é só o de quem constata o que ocorre, mas também o de quem intervém como sujeito de ocorrências. Não sou apenas objeto da história, mas seu sujeito igualmente. No mundo da história, da cultura, da política, constato não para me adaptar, mas para mudar.
A educação precisa, neste contexto, ser tomada por todas as suas
dimensões, não mais somente como há muito vem sendo feito, pela dimensão de
transmissora de informações. Educar é algo profundo e dinâmico, não é a mera
transferência de conhecimentos, mas sim conscientização e testemunho de vida.
Segundo (FREIRE,1997) “a educação é um ato político, sem neutralidade, deve ter
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como objetivo maior desvelar as relações de opressão vivenciadas pelas pessoas,
transformando-as para que elas possam transformar o mundo”.
Considerando importante o papel da educação que se estabelece no
aprender e no ensinar, no desafio de conhecer, de mudar conceitos, de recriá-los, de
fazer história, de ser história. Para FREIRE (1998),
É no jogo dessas relações do homem com o mundo e do homem com os homens, desafiando e respondendo ao desafio, alterando, criando, que não permite a imobilidade, a não ser em termos de relativa preponderância, nem das sociedades nem das culturas. E, na medida em que cria, recria e decide, vão se conformando as épocas históricas. É também criando e decidindo que o homem deve participar destas épocas.
Em meio há tantas urgências, faz-se necessário redefinir o papel da
escola, principalmente da escola pública. Cabe a escola formar o cidadão, para que
possa atuar no mundo em que vive nos preceitos da ética e da democracia. É
urgente o resgate da escola pública de qualidade, que educa para o exercício da
cidadania e que atua como instrumento alavancador da transformação social
almejada. Compreende-se, como GADOTTI (1997) que sem o esforço da
coletividade nesta direção, pouco ou nada se dará.
Mudar a educação requer participação ativa e direta de seus agentes (pais, mestres, alunos, comunidade...). Um plano de ação nesse sentido é tão importante quanto o aumento de recursos públicos. Para mudar, a escola precisa apoiar-se na sociedade, através da criação de uma esfera pública de decisão não-estatal, como o emblemático “orçamento participativo” e a “constituinte escolar”. Para mudar, não basta que a análise dos governantes e as soluções apontadas estejam corretas. É preciso que elas sejam legitimadas pela discussão coletiva. Quem opera a mudança é o coletivo.
Um processo de autonomia responsável permite a professores, alunos,
pedagogos, coordenadores e direção geral dos estabelecimentos de ensino, uma
articulação de estruturas metodológicas flexíveis, sujeitas a recomeçar, reinventar ou
rearticular, sempre que se julgue necessário. Neste contexto a relação professor
aluno ultrapassa as barreiras de horários e disciplinas e torna-se fundamentalmente
de crescimento e construção.
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O aluno formado dentro deste preceito crítico, não aceita tudo pronto, mas
analisa, modifica e cria. O mesmo não é somente uma parte do processo educativo,
é o próprio processo.
A escola precisa respeitar os saberes do aluno e de seu grupo social. Na
perspectiva da diversidade cultural, o respeito ao grupo social a que o aluno
pertence, significa também um acolhimento a pessoa que ele é. Não são aceitas
propostas de ensino que unifiquem os estudantes, a questão que se apresenta é o
respeito às diferenças e o crescimento de todos, cada um ao seu modo, no seu
querer, no seu fazer. A concepção histórico-crítica pressupõe que uma educação de
qualidade parta da realidade concreta do homem e durante o processo, esse
indivíduo se reconheça como sujeito histórico e transformador.
Nesta perspectiva o currículo necessita oferecer ao estudante, a formação
necessária para o enfrentamento com vistas à transformação da realidade social,
econômica e política de seu tempo. Então, o conhecimento que identifica uma
ciência e uma disciplina escolar é histórico, não é estanque, nem está cristalizado, o
que caracteriza a natureza dinâmica e processual do currículo. Nesse sentido, as
Diretrizes Curriculares Estaduais do Estado do Paraná pontua:
Nessa concepção de currículo, as disciplinas da Educação Básica terão, em seus conteúdos estruturantes, os campos de estudo que as identificam como conhecimento histórico. Dos conteúdos estruturantes organizam-se os conteúdos básicos a serem trabalhados por série, compostos tanto pelos assuntos mais estáveis e permanentes da disciplina quanto pelos que se apresentam em função do movimento histórico e das atuais relações sociais. Esses conteúdos, articulados entre si e fundamentados nas respectivas orientações teórico-metodológicas, farão parte da proposta pedagógica curricular das escolas.
A partir da proposta pedagógica curricular, o professor elaborará seu plano de trabalho docente, documento de autoria, vinculado à realidade e às necessidades de suas diferentes turmas e escolas de atuação. No plano, se explicitarão os conteúdos específicos a serem trabalhados nos bimestres, trimestres ou semestres letivos, bem como as especificações metodológicas que fundamentam a relação ensino/aprendizagem, além dos critérios e instrumentos que objetivam a avaliação no cotidiano escolar.( PARANÁ,2008 p.24)
A utopia de sobrepujar um presente intolerável e caótico, marcado pela
violência, pelo autoritarismo, pela corrupção, precisa estar concretizada, estética e
eticamente, na prática escolar. Não abandonar o sonho de um mundo determinado
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pela justiça econômica e social é tarefa essencial dos educadores inspirados pela
crença na capacidade de transformar e recriar o mundo.
7.3 - CONCEPÇÃO DE TECNOLOGIA
A LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei nº
9.394/96 ao propor a formação tecnológica como eixo do currículo assume, segundo
KUERGER (2000), a concepção que a aponta como a síntese, entre conhecimento
geral e o específico, determinando novas formas de selecionar, organizar e tratar
metodologicamente os conteúdos. A tecnologia dever ser entendida como uma
ferramenta sofisticada e alternativa no contexto educacional, pois a mesma pode
contribuir para o aumento das desigualdades, ou para a inserção social, se vista
como uma forma de estabelecer mediações entre o aluno e o conhecimento em
todas as áreas.
Apesar de sua importância, a tecnologia é apenas um meio facilitador do
processo educacional; o fundamental é a qualidade a ser alcançada no processo de
aprendizagem. Nesse aspecto, Moran (2000, p. 12) apresenta uma definição simples
e ao mesmo tempo abrangente, segundo a qual educar está além de apenas
ensinar: “Educar é ajudar a integrar todas as dimensões da vida, a encontrar nosso
caminho intelectual, emocional, profissional, que nos realize e que contribua para
modificar a sociedade”.
As novas tecnologias são instrumentos que necessitam de escolhas
adequadas, planejadas e usadas de forma integrada, atendendo aos objetivos
previstos, de modo que a aprendizagem significativa aconteça. Essas novas
tecnologias têm como característica essencial serem instrumentos de apoio ao
processo ensino-aprendizagem, portanto, não substituem a presença e a ação do
professor. Aliás, para que sejam de fato mediadoras da aprendizagem, é necessário
que o professor assuma uma nova perspectiva para seu papel: ser um mediador.
Ao assumir o papel de mediador pedagógico, o professor torna-se
provocador, contraditor, facilitador, orientador. Torna-se também unificador do
conhecimento cotidiano e científico de seus alunos, assumindo sua responsabilidade
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social na construção/reconstrução do conhecimento científico das novas gerações,
em função da transformação da realidade. O processo de aquisição do
conhecimento científico realiza-se através da aprendizagem significativa. Esta
envolve não apenas os processos cognitivos dos alunos, mas também suas relações
subjetivas, relacionais e de existência, no contexto em que vivem.
Embora os recursos tecnológicos sejam cada vez maiores, existem dois
aspectos que devem ser observados na implementação dessas tecnologias na
educação. Primeiro, o domínio do técnico e do pedagógico não deve acontecer de
modo estanque, um separado do outro. É irrealista pensar em primeiro ser um
especialista em informática ou em mídia digital para depois tirar proveito desse
conhecimento nas atividades pedagógicas. O melhor é quando os conhecimentos
técnicos e pedagógicos crescem juntos, simultaneamente, um demandando novas
idéias do outro. O domínio das técnicas acontece por necessidades e exigências do
pedagógico e as novas possibilidades técnicas criam novas aberturas para o
pedagógico, construindo uma verdadeira espiral de aprendizagem ascendente na
sua complexidade técnica e pedagógica. O segundo aspecto diz respeito à
especificidade de cada tecnologia com relação às aplicações pedagógicas. O
educador deve conhecer o que cada uma dessas facilidades tecnológicas tem a
oferecer e como pode ser explorada em diferentes situações educacionais. Em uma
determinada situação, a TV pode ser mais apropriada do que o computador. Mesmo
com relação ao computador, existem diferentes aplicações que podem ser
exploradas dependendo do que está sendo estudado ou dos objetivos que o
professor pretende atingir. As facilidades técnicas oferecidas pelos computadores
possibilitam a exploração de um leque ilimitado de ações pedagógicas, permitindo
uma ampla diversidade de atividades que professores e alunos podem realizar. Por
outro lado, essa ampla gama de atividades pode ou não estar contribuindo para o
processo de construção do conhecimento.
7.4 - CONCEPÇÃO DE AVALIAÇÃO
A avaliação escolar é concebida não para culpar ou absolver o aluno, mas
para acompanhar seus progressos e mapear suas dificuldades, proporcionando um
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repensar da prática pedagógica com a intenção de realinhar os esforços e as ações,
tornando a aprendizagem efetiva. Neste sentido. LUCKESI (2002) afirma que “a
avaliação deverá ser assumida como um instrumento de compreensão do estágio de
aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e
satisfatórias para que possa avançar no seu processo de aprendizagem”.
A avaliação da aprendizagem deve assumir caráter educativo,
viabilizando ao estudante a condição de analisar seu percurso e, ao professor e à
escola, identificar dificuldades e potencialidades individuais e coletivas. Essa
afirmação constitui um dos principais desafios do Ensino Médio, etapa da Educação
Básica que, devido as suas condições atuais, está longe de atender às
necessidades dos estudantes, tanto nos aspectos da formação para a cidadania
como para o mundo do trabalho.
Possibilitar o acesso dos adolescentes, jovens e adultos ao sistema
educativo sem assegurar sua permanência, com proveito, até a conclusão do Ensino
Médio, mostra a necessidade de essa etapa educacional adotar procedimentos que
guardem maior relação com o projeto de vida destes estudantes como forma de
sucesso dos mesmos na escola. Assim sendo, é importante ressaltar que a
avaliação tem papel relevante nesse processo e deve destacar os aspectos
qualitativos e não quantitativos, pois a mesma permeia o processo de ensino e
aprendizagem como principal recurso para repensar a prática pedagógica.
A avaliação do Colégio Estadual Presidente Lamenha Lins pretende
superar a prática da verificação e da classificação, conceitos excludentes
manifestados numa educação seletiva. Libâneo, em seu estudo sobre a prática
pedagógica dos professores das escolas públicas, reconhece que a avaliação da
aprendizagem é o âmbito da ação pedagógica em que os professores são mais
resistentes à mudança. No entanto, pretende-se assumir neste Projeto Político
Pedagógico alguns cuidados necessários para a superação de práticas arraigadas e
autoritárias:
propiciar a autocompreensão, tanto do educando quanto do educador, no
nível e nas condições em que se encontram;
motivar o crescimento pelo reconhecimento de onde está e pela
consequente visualização de possibilidades;
31
aprofundar a aprendizagem;
estar atento às necessidades dos educandos.
Para auxiliar nesse processo conta-se com dois documentos elaborados
pela Secretaria de Estado da Educação: o Caderno de Expectativas de
Aprendizagem, subsidiando o trabalho docente e o Caderno de Subsídios para
Acompanhamento Pedagógico, fomentando ações para a prática pedagógica.
Na prática da aferição do aproveitamento escolar e, de acordo com o
sistema estadual, utiliza-se o registro com notas. No Ensino Médio Regular e na
Educação Profissional de Nível Médio Integrado a avaliação é trimestral. Na
Educação Profissional de Nível Médio Subsequente a avaliação é semestral e, em
ambos os casos, a atribuição de notas é realizada por meio do registro cumulativo
dos resultados alcançados no decorrer do período.
O sistema de avaliação referendado pela comunidade escolar e registrado
no Regimento Escolar é organizado por instrumentos formais e informais. Aos
instrumentos formais são aferidos 80% da nota, ficando a critério do professor a
distribuição dos mesmos, sendo proibido possibilitar um único momento avaliativo.
Constituem-se instrumentos formais: prova oral, prova descritiva, prova objetiva,
prova com consulta, produções individuais ou coletivas, seminários, produção de
textos, análise de filmes, músicas e obras de arte, confecção de cartazes e
maquetes, apresentação de pesquisas e peças teatrais. Configuram-se formais pois
são realizados em sala de aula com a mediação do Professor.
Aos instrumentos informais são atribuídos 20% da nota e poderão ser
realizados sem a presença do Professor. Cabe ressaltar que, apesar da
denominação informal, trata-se de um subsídio significativo da prática educativa cuja
finalidade é propiciar a autonomia de pesquisa, o estudo independente e a atividade
cooperativa, porém sempre com rigor científico e metodológico, orientado pelo
Professor.
Em consonância com o Regimento Escolar, a recuperação de estudos é
direito dos alunos, independentemente do nível de apropriação dos conhecimentos
básicos. A recuperação de estudos, concomitante ao processo letivo, tem por lógica
pedagógica recuperar os conteúdos não apropriados e não os instrumentos de
avaliação. Os diferentes instrumentos de avaliação, já citados, serão vias para
32
perceber os conteúdos que não foram apreendidos e que deverão ser retomados no
processo de recuperação de estudos. O peso da recuperação de estudos será
proporcional ao da avaliação trimestral/semestral, ou seja, 0 a 100% de apreensão,
diagnóstico e retomada dos conteúdos.
Três dimensões norteiam a avaliação e a reavaliação:
compreensão dos conteúdos por parte do aluno – ele entendeu de
fato?;
capacidade de fazer relações entre o conteúdo com outros e com a
sua vida - contextualizar;
capacidade de posicionar-se, emitir julgamento, criticar, argumentar.
Esses elementos devem estar claros para o Professor no seu Plano de
Trabalho Docente, para a Equipe Pedagógica que acompanha o processo e,
principalmente, para o aluno. Critérios claros de avaliação permitem analisar a
atividade crítica, a capacidade de síntese e a elaboração pessoal sobre a
memorização.
O Livro Registro de Classe é o documento no qual se registram todas as
atividades do Professor, pontuadas, discriminadas e datadas com legibilidade. O seu
preenchimento correto é de extrema importância para garantir os direitos do corpo
docente e discente. Torna-se imprescindível que o Professor se utilize do Livro
Registro de Classe como um documento oficial, que constitua a perfeita escrituração
da vida escolar do aluno, garantindo a qualquer tempo a integridade das
informações.
O Conselho de Classe é o órgão responsável pelo processo pedagógico e
não deve ser somente um instrumento para medir o desempenho dos alunos,
limitando-se a notas ou freqüência, médias suficientes ou comportamento. O
Conselho de Classe deve possibilitar a relação de profissionais e alunos,
favorecendo a integração e tornando-se um momento de reflexão.
O Pré-Conselho será feito primeiramente com o Professor Conselheiro e
os alunos. O Professor Conselheiro fará um levantamento das dificuldades e
necessidades da turma e dos alunos, individualmente, com foco nas questões de
aprendizagem e registrado em formulário próprio.
33
O Conselho de Classe contará com a participação de todos os
professores, da equipe pedagógica e da direção para a discussão dos diagnósticos
e proposições levantadas no Pré-Conselho. O Conselho de Classe deve ser um
momento privilegiado de reflexão que gera ações em benefício do processo de
ensino e aprendizagem, superando a fragmentação do trabalho escolar e
oportunizando formas diferenciadas de ensino que realmente garantam a todos os
alunos a aprendizagem.
7.5 - CONCEPÇÃO DE ADOLESCÊNCIA
Dentro de uma perspectiva sócio-histórica (Bock, 1997), só é possível
compreender qualquer fato a partir de sua inserção na totalidade, na qual este fato
foi produzido. Totalidade esta que o constitui e lhe dá sentido. Assim, a adolescência
deve ser compreendida nessa inserção. É importante perceber que a totalidade
social é constitutiva da adolescência, ou seja, sem as condições sociais, a
adolescência não existiria ou não seria essa da qual se fala. Não se refere, portanto,
às condições sociais que facilitam, contribuem ou dificultam o desenvolvimento de
determinadas características do jovem. Trata-se de condições sociais que constroem
uma determinada adolescência.
Clímaco (1991) considera que, na sociedade moderna, o trabalho, com
sua sofisticação tecnológica, passou a exigir um tempo prolongado de formação,
adquirida na escola. Além disso, o desemprego crônico/estrutural da sociedade
capitalista trouxe a exigência de retardar o ingresso dos jovens no mercado e
aumentar os requisitos para esse ingresso. A ciência, por outro lado, resolveu muitos
problemas do homem e ele teve a sua vida prolongada, o que trouxe desafios para a
sociedade, em termos de mercado de trabalho e formas de sobrevivência.
Estavam dadas as condições para que se mantivesse a criança mais
tempo sob a tutela dos pais, sem ingressar no mercado de trabalho. Mantê-las na
escola foi a solução. A extensão do período escolar, o distanciamento dos pais e da
família, e a aproximação de um grupo de iguais foram as consequências dessas
exigências sociais. A sociedade assiste, então, à criação de um novo grupo social
com padrão coletivo de comportamento – a juventude/a adolescência. Outro fator
34
importante é que a adolescência pode ser entendida também como forma de
justificativa da burguesia para manter seus filhos longe do trabalho.
A adolescência refere-se, assim, a esse período de latência social
constituída a partir da sociedade capitalista, gerada por questões de ingresso no
mercado de trabalho e extensão do período escolar, da necessidade do preparo
técnico e da necessidade de justificar o distanciamento do trabalho de um
determinado grupo social.
Essas questões sociais e históricas vão constituindo uma fase de
afastamento do trabalho e de preparo para a vida adulta. As marcas do corpo e as
possibilidades na relação com os adultos vão sendo pinçadas para a construção das
significações, para a qual é básica a contradição, que se configura nesta vivência
entre as necessidades dos jovens, as condições pessoais e as possibilidades sociais
de satisfação delas. É dessa relação e de sua vivência, enquanto contradição, que
se retirará grande parte das significações que compõem a adolescência: a rebeldia,
a moratória, a instabilidade, a busca da identidade e os conflitos. Essas
características, tão bem anotadas pela Psicologia, ao contrário da naturalidade que
se lhes atribui, são históricas, isto é, foram geradas como características dessa
adolescência que aí está. Entende-se, assim, a adolescência como constituída
socialmente a partir de necessidades sociais e econômicas e de características que
vão se constituindo no processo.
7.6. - CONCEPÇÃO DE DISCIPLINA
Os antigos critérios que baseavam a disciplina na imobilidade e no
silêncio estão ultrapassados. Isso não impede que o jovem e o adolescente
assumam responsabilidades ou posturas e atitudes, como parte da prática
educativa. Também estão ultrapassados princípios e aspectos da educação não
diretiva, que deixa ao aluno a decisão no agir.
O processo educacional prevê um planejamento conjunto, entre alunos e
professores, com regras entre eles estabelecidas e que devem ser cumpridas de
parte a parte. Essa é a base da formação do cidadão. É importante que os sujeitos
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dessa relação tenham consciência de seus atos, que estejam cientes de suas
conseqüências e que reflitam sobre eles.
A disciplina é conseqüência de um processo educacional bem formulado
e da competência para encaminhá-lo na conquista da autonomia do aluno. A pessoa
autônoma não é aquela que faz tudo o que deseja, que se governa sem se importar
com as pessoas a sua volta. Pelo contrário, o sujeito autônomo sabe coordenar as
regras, idéias, decisões e preferências de seu grupo social, agindo de forma
harmônica. Colocar a autonomia como objetivo da educação significa conduzi-la
para transformações amplas que ultrapassam o aprendizado de conteúdos sem
significado para a vida dos alunos.
Na conquista da participação do aluno e de suas corretas atitudes sociais,
não se pode permitir que o direito à dignidade do aluno e ao respeito humano sejam
atingidos. Direitos e deveres do aluno devem existir como processo de educação,
sendo compatíveis com os direitos da pessoa humana em desenvolvimento,
previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente.
O ECA reforça os modernos conceitos sobre disciplina e impede os
desvirtuamentos na ação pedagógica e o autoritarismo, que agride e desrespeita a
dignidade da pessoa em desenvolvimento. Não protege desrespeitos, apenas
defende direitos inalienáveis. A disciplina é uma aprendizagem necessária na
formação da pessoa, sem a qual ela terá dificuldade em qualquer atividade de sua
vida.
7.7. - CONCEPÇÃO DE INCLUSÃO
Os principais dispositivos legais e político-filosóficos que possibilitam
estabelecer o horizonte das políticas educacionais asseguram o atendimento
educacional especializado, com oferta preferencial na rede regular de ensino, de
modo a promover a igualdade de oportunidades e a valorização da diversidade no
processo educativo. A oferta de atendimento educacional aos educandos com
necessidades educacionais especiais no Estado vem sendo orientada de acordo
com a legislação vigente, com destaque aos documentos:
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• Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96 –Capítulo V –
Art. 58, 59 e 60;
• Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básico 73–
Parecer nº 17/01 CNE e Resolução CNE nº 02/01;
• Deliberação nº 02/03/ - CEE.
Conceitua-se inclusão social como o processo pelo qual a sociedade se
adapta para poder incluir, em seus sistemas sociais gerais, pessoas com
necessidades especiais e, simultaneamente, estas se preparam para assumir seus
papéis na sociedade. A inclusão social constitui então um processo bilateral em que
as pessoas, ainda excluídas, e a sociedade buscam, em parceira, equacionar
problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação de oportunidades para
todos.
Cabe, portanto, à escola eliminar todas as barreiras físicas, programáticas
e atitudinais para que as pessoas com necessidades especiais possam ter acesso
aos serviços, lugares, informações e bens necessários ao seu desenvolvimento
pessoal, social, educacional e profissional.
A prática da inclusão social repousa em princípios até então considerados
incomuns, tais como: a aceitação das diferenças individuais, a valorização de cada
pessoa, a convivência dentro da diversidade humana, a aprendizagem através da
cooperação. A inclusão social, portanto, é um processo que contribui para a
construção de um novo tipo de sociedade através de transformações, pequenas e
grandes, nos ambientes físicos (espaços internos e externos, equipamentos,
aparelhos e utensílios, mobiliário e meios de transporte), nos procedimentos
técnicos e na mentalidade de todas as pessoas, portanto também da própria pessoa
com necessidades especiais.
7.8 - CONCEPÇÃO DE GESTÃO
Diante de um novo olhar para a escola, importante se faz (re) construir o
conceito de gestão democrática onde a escola é convidada a determinar as
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melhores ações a partir de experiências próprias e assim tornar realidade o alcance
da excelência. A gestão democrática se estrutura na escola e não sobre ela.
Ao conceber a gestão democrática como prática na escola, entende-se
que novas posturas precisam ser adquiridas, visto a eminência de redimensionar o
trabalho conjunto. Não mais existe a perspectiva de um elemento ser mais
importante na educação que outro. Para que a gestão democrática se efetive na
escola, precisa conceber os participantes do processo educacional como sujeitos,
com importância e relevância. Segundo GADOTTI (1997)
Participar da gestão significa inteirar-se e opinar sobre os assuntos que
dizem respeito à escola, isso exige um aprendizado que é, ao mesmo
tempo, político e organizacional. A gestão democrática da escola exige,
em primeiro lugar, uma mudança de mentalidade de todos os membros
da comunidade escolar. Mudança que implica deixar de lado o velho
preconceito de que a escola pública é do estado e não da comunidade. A
gestão democrática da escola implica que a comunidade, os usuários da
escola, sejam os seus dirigentes e gestores e não apenas os seus
fiscalizadores ou meros receptores dos serviços educacionais.
Implementar a gestão democrática no ensino público é envolver os
participantes em direção a excelência educacional, num exercício de democracia. É
necessário salientar a importância de relacionar o administrativo e o pedagógico,
neste exercício de crescimento dialético que é a gestão democrática, pois a
condição para que a escola sirva como instrumento de transformação social,
perpassa pela condição de oferecer ensino de qualidade. Para ensinar com
qualidade, a escola precisa olhar para dentro, para seus métodos, suas fórmulas,
suas responsabilidades. Encarar as responsabilidades, conhecendo as ambições de
seu grupo, aceitando o desafio de crescer, de superar limites, de educar com
qualidade. Não mais aceitar o que é instituído, mas sim instituir o que deseja, o que
precisa.
Nesta perspectiva, a proposta pedagógica adquire função primordial, pois
é neste documento que residem as intenções (sustentadas pelos conteúdos
escolhidos) e metodologias propostas para a educação. No planejamento das ações,
caem por terra as propostas cartesianas, onde elementos de um mesmo processo
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são vistos em separado. A formação do sujeito pressupõe sentido no que aprende.
Isso remonta ao fato de que ao montar o planejamento do que se pretende ensinar,
busca-se uma eficácia no ensino. Tome-se GANDIM, 2000 “... o planejamento deve
alcançar não só que se façam bem as coisas que se fazem (chamaremos a isso de
eficiência), mas que se façam as coisas que realmente importa fazer, porque são
socialmente desejáveis (chamaremos a isso de eficácia)”.
Em busca da excelência na educação, reflexão e criticidade devem ser
elementos sempre presentes.
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8.0 - MARCO OPERACIONAL
INDICADORES DIAGNÓSTICO METAS AÇÕES
Projeto Político Pedagógico
- Distanciamento entre teoria e prática
- Prática fundamentada na teoria. - Melhoria da aprendizagem; - Aula mais participativa, através de problematizações.
- Refletir coletivamente acerca dos problemas e desafios da educação contemporânea para desenvolver ações mais efetivas. - Reuniões com professores e funcionários para tomadas de decisões prioritárias - Aprofundar estudos sobre aprendizagem e avaliação nos encontros pedagógicos. - Rever Proposta Pedagógica Curricular e Plano de Trabalho Docente. - Avaliação coletiva das ações. - Incentivar a formação continuada permanente. - Disponibilizar material para atualização dos profissionais. - Utilizar metodologias de ensino voltadas para a participação efetiva do aluno. - Utilizar recursos tecnológicos nas aulas, tornando-as mais interessantes. - Acompanhamento do processo de avaliação pela equipe pedagógica.
Resultados Educacionais
- Alto índice de reprovação; - Aluno desmotivado; - Desinteresse pela leitura; - Baixo índice de aproveitamento escolar.
- Diminuir índice de reprovação; - Aluno mais interessado; - Melhoria da aprendizagem
- Realizar diagnóstico da aprendizagem dos alunos. - Analisar os dados de aprendizagem a cada trimestre e propor ações para melhoria. - Incentivar a leitura através de envolvimento de todos os professores no processo de leitura. - Fundamentar e aprofundar estudos sobre a concepção de avaliação educacional.
Conselho de Classe
- Maior objetividade. - Direcionar as ações para a melhoria da aprendizagem.
- Reunir dados que subsidiem o redimensionamento do planejamento. - Acompanhar e avaliar o processo de aprendizagem e o desenvolvimento dos alunos. - Estabelecer ações pedagógicas e junto às famílias na busca pela melhoria da aprendizagem.
Gestão Participativa e Democrática
- Gestão centralizadora. - Pouco participativa. - Informações centralizadas.
- Gestão Democrática Participativa. - Acesso a todas as informações relativas ao Colégio. - Democratização dos espaços.
- Rever o Projeto Político Pedagógico estabelecendo metas e ações coletivamente. - Ouvir e dar voz a todas as Instâncias Colegiadas. - Promover encontros de avaliação do Projeto Político Pedagógico ao longo do ano. - Utilização da página da escola na internet como mais um meio de informação. - Redimensionar os mecanismos de gestão democrática, que fortalecem as Instâncias
40
Colegiadas, como espaços de tomada de decisão coletiva.
Valorização dos Profissionais da Educação
- Necessidade de valorização do profissional da educação.
- Valorizar todos os profissionais do estabelecimento.
- Viabilizar o uso do laboratório de informática para todos os profissionais. - Incentivar a participação em cursos de capacitação.
Inclusão
- Ainda existe muita discriminação.
- Escola inclusiva e sem discriminação.
- Proporcionar condições apropriadas para incluir todos os indivíduos. - Promover estudos de legislação sobre os direitos humanos. - Acompanhamento e apoio aos alunos portadores de necessidades especiais.
Integração entre a Comunidade Escolar
- Pouca integração entre as pessoas.
- Integração e valorização dos profissionais e comunidade escolar em geral.
- Proporcionar momentos de encontros e palestras. - Elogiar quando merecido. - Ouvir e dar voz a todos. - Oportunizar aos Funcionários o acesso ao laboratório de informática.
Gestão Financeira
- Adequar a aplicação de recursos financeiros às necessidades mais urgentes.
- Promover a melhoria do ambiente escolar.
- Discutir coletivamente necessidades da escola para aplicação de recursos. - Revitalização das salas de aulas. -Troca dos quadros negros, troca de cortinas, nova pintura, troca dos ventiladores. - Rede nas laterais da quadra de esporte. - Adequação de mais um espaço para ser usado como sala de aula.
Atendimento aos Pais e Público em Geral
- Necessidade de melhoria de atendimento aos pais e ao público.
- Informações precisas para todos. - Bom atendimento ao público.
- Capacitação para funcionários sobre atendimento ao público. - Organizar o trabalho de forma que se tenha informação imediata aos pais e alunos. - Fixação de organogramas visíveis para saber a quem deve se reportar.
Comunicação - Dificuldade no tramite das informações.
- Melhorar a comunicação e as informações.
- Viabilizar a comunicação interna entre os setores. - Colocar murais informativos
Grêmio Estudantil
- Não existe. - Implantação com do Grêmio Estudantil.
- Implantação do Grêmio Estudantil no segundo semestre de 2012. - Incentivar a participação dos alunos na gestão escolar.
Projetos Educativos
- Melhoria da oportunidade de vivência da interdisciplinaridade. - Melhoria das relações interpessoais.
- Apoiar os Projetos Educativos relacionados às disciplinas curriculares. - Orientar ações educativas.
- Envolver integralmente a escola em todos os níveis nos projetos das diferentes disciplinas que oportunizem o acesso a cultura, a arte, a ciência, a tecnologia e o desenvolvimento humano. - Reativar parceria com a Junior Achivement, que trata-se de uma ONG que ministra mini cursos na área de gestão, ou
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seja, uma gestão democrática visando trazer a comunidade para dentro da escola. - Organizar a Feira dos Cursos da Educação Profissional. - Promover a Semana Cultural integrando as diversas disciplinas. - Realizar os Jogos Esportivos integrando as várias modalidades do esporte. - Oportunizar atividades de reparação de danos, leituras sobre temas que envolvam ética, valores; cartas de retratação.
Estágios - Melhorar a oportunidade de estagio não obrigatório aos alunos
- Oportunizar a vivencia no mundo do trabalho.
- Divulgar oportunidade de estágio não obrigatório aos alunos de todos os cursos. - Acompanhar o desenvolvimento de estagio dos alunos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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