COM 11 - Teoria Geral Dos Contratos Mercantis

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DIREITO COMERCIAL

11 Teoria Geral dos

Contratos Mercantis

Introdução

Noções Gerais

Noções Iniciais:O empresário individual ou a sociedade empresária, em sua atividade, celebram diversos contratosconsiderados mercantis que constituem hoje possivelmente, a mais importante fonte das obrigaçõesno âmbito do Direito Comercial.

!  Contratos Mercantis:Os contratos serão mercantis se os dois contratantes são empresários. Há de se distinguir hojeentre os contratos comuns, firmados entre particulares, de igual ou equivalente posiçãoeconômica, dos contratos entre empresários, e dos contratos dos particulares com os empresários.Estes últimos estão sujeitos ao chamado direito do consumidor, assim como também o contratoentre empresários quando estiverem em situação de considerável desigualdade.

A Obrigação e seus Elementos:Substancialmente, a obrigação é o vínculo em razão da qual, alguém, sujeito passivo, está sujeito acumprir uma prestação de dar, fazer ou não fazer alguma coisa, em favor de outrem - sujeito ativo.Constituem elementos fundamentais das obrigações: o sujeito, o objeto e o vínculo jurídico.O objetoda obrigação é a prestação, ou seja, o ato de fazer, não fazer, ou dar, não se confundindoevidentemente com a coisa sobre a qual incide. Cumprir a obrigação é, pois, realizar a prestação, oque pode ser feito de maneira positiva, dando ou fazendo alguma coisa, ou de maneira negativa,abstendo-se da prática de algum ato; daí a distinção entre obrigações positivas e negativas. O objetoda obrigação, além de ser lícito e possível, há também de ter conteúdo patrimonial.

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O Contrato Mercantil

Conceito:Contrato mercantil é o acordo de vontade de duas ou mais pessoas para o fim de adquirir, resguardar,modificar ou extinguir direitos tendo por objeto ato empresarial.

!  O contrato mercantil é, em regra, oneroso, porque a gratuidade não se presume na atividadecomercial, cujo móbil é a especulação, isto é, o interesse ou lucro.

Requisitos:São requisitos do contrato mercantil: capacidade dos contratantes, objeto lícito, declaração oumanifestação de vontade e forma em conformidade com a lei, ou não proibida por ela.

1) Capacidade: 

A capacidade é a aptidão para o pleno exercício dos direitos próprios. Essa aptidão vem-nos, emregra, com a maioridade que se alcança aos dezoito anos completos, ou, antes dela, com aemancipação que ocorre nos casos enumerados no Código Civil. Em se tratando de contratosmercantis, a capacidade se presume na pessoa do empresário que o celebra, se é individual, ou se nãoindica, se é sociedade.

2) Objeto Lícito: A liceidade do objeto visa a que seja lícita a matéria do contrato. Quer dizer: as obrigaçõesreciprocamente assumidas pelas partes hão de ser permitidas pelo direito. Assim, não pode haver contrato quando duas pessoas se obrigam a eliminar mutuamente outrem, ou a promover furto ouroubo.

3) Declaração ou Manifestação de Vontade: A declaração ou manifestação de vontade é a anuência dada pelas partes à formação do contrato. Adisposição de vontade da parte precisa ser livre. São considerados nulos os contratos que foremeivados de fraude, dolo ou simulação.

4) Forma: A forma do contrato é a maneira pelo qual este se celebra, pode ser por escritura pública, instrumento

 particular, tácito ou verbal. A validade das declarações de vontade não dependerá de forma especial,senão quando a lei expressamente a exigir.

Força de Lei:

Ao realizarem um contrato, as partes assumem obrigações, podendo exigir umas das outras a prestação avençada. Pelo princípio “pacta sunt servanda”, implícito em todos os contratos, as suascláusulas têm força de lei entre as partes.

!  O princípio “pacta sunt servanda” não possui, porém, caráter absoluto. Há situações em que é possível a revisão contratual diante de alterações econômicas substanciais que atingem uma das partes contratantes durante a vigência do contrato. Trata-se da cláusula “rebus sic stantibus”, quesintetiza a teoria da imprevisão.

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Classificação dos Contratos Mercantis

Bilaterais e Unilaterais:Bilaterais são os contratos que fazem nascer obrigações recíprocas para as partes que os celebram,vinculando as de uma destas ao cumprimento das da outra. Por isso, no contrato bilateral, nenhumdos contratantes, antes de cumprida sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. Se, depoisde concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio,capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a parte, até que aoutra satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la. A parte lesada, no contrato

 bilateral pelo inadimplemento, pode requerer a rescisão do contrato com perdas e danos. A compra evenda, a locação, a troca, são contratos bilaterais. Unilaterais, são aqueles contratos em que asobrigações pactuadas recaem apenas sobre uma das partes. A outra parte não se atribui no contratounilateral, nenhum encargo, nenhuma obrigação, consistindo sua manifestação de vontade só emaceitar a prestação convencionada. A doação é contexto unilateral.

Gratuitos e Onerosos:Gratuito é o contrato que encerra uma benemerência, um benefício concedido por uma das partes emfavor da outra. É chamado por isso mesmo contrato benéfico. A fiança, a constituição do dote, ousufruto, o depósito e o comodato são contratos gratuitos.Chama-se oneroso o contrato em que cada uma das partes suporta um sacrifício (empobrecimento)com a correspondente compensação (enriquecimento); nele há ônus para ambas as partes e umavantagem equivalente. A compra e venda é contrato oneroso, porque o vendedor entrega a coisa e ocomprador paga o preço. Também o é a doação com encargo.

Comutativos e Aleatórios:Se há real ou presumida equivalência na prestação a que cada parte se obriga no contrato, diz-se ser este comutativo; a compra, venda e troca. Se, porém, o lucro ou proveito de uma ou de ambas as

 partes, para ser maior ou menor, depende de circunstâncias determinadas ou de acontecimento futuroe incerto, temos o contrato aleatório. Ao passo que no comutativo a prestação é certa e determinada,no aleatório pode ela ficar sujeita a um risco. No contrato aleatório desaparece a noção deequivalência das prestações recíprocas, que está presente no comutativo. O jogo, a aposta e o segurosão contratos aleatórios.

Nominados e Inominados:São nominados os contratos cuja denominação lhes vem de lei, que os regula, traçando-lhes oscaracteres gerais: compra e venda, locação, mandato, fiança, doação, empréstimo, comodato,empreitada, etc. Inominados são os contratos não previstos na lei, que é silenciosa sobre eles. Oscontratos inominados surgem de acordo com as necessidades da vida.

Consensuais, Formais e Reais:Dizem-se consensuais os contratos que se formam pelo simples e só consentimento das partesdispensando outra qualquer formalidade. Os contratos mercantis, são, em regra, consensuais. Formaissão os contratos cuja validade depende de observância de formas ou formalidades prescritas em lei: acompra e venda de imóveis e a hipoteca, que dependem, para valer, de escritura pública. Reais sãoaqueles contratos que só se completam quando há entrega da coisa constitutiva de seu objeto. Aentrega da coisa, que passa das mãos de um contratante para as de outro contratante, dá-se o nome detradição.

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Principais e Acessórios:Principal é o contrato cuja existência e validade, independe da de outro contrato: a locação deimóveis. Acessório é o contrato que está vinculado, subordinado, a outro que só existe em funçãodeste: a fiança.

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Bibliografia

• Curso de Direito Comercial

Rubens Requião São Paulo: Editora Saraiva, 1998. 

• Direito Comercial II

Waldirio Bulgarelli São Paulo: Editora Atlas, 1999. 

• Manual de Direito Comercial

Fábio Ulhoa Coelho São Paulo: Editora Saraiva, 2002. 

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