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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA INFORMAÇÃO
Luís Cavalcante Fonseca Júnior
CONDIÇÕES DE CONFORTO AMBIENTAL PARA USUÁRIOS:
ESTUDO DE CASO NA BCZM/UFRN.
Orientadora: Profa. Dra. Andréa Vasconcelos Carvalho
Co-orientadora: Profa. Ma. Daniela Estaregue Alves
NATAL / RN
2012.2
LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR
CONDIÇÕES DE CONFORTO AMBIENTAL PARA USUÁRIOS:
ESTUDO DE CASO NA BCZM/UFRN
Monografia apresentada ao Curso de graduação em Biblioteconomia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do diploma de bacharel em Biblioteconomia.
NATAL / RN
2012.2
Fonseca Júnior, Luís Cavalcante.
Condições de conforto ambiental para usuários: estudo de caso na
BCZM/UFRN / Luís Cavalcante Fonseca Júnior. – Natal, RN, 2012.
84 f.: il.
Orientador: Profa. Dra. Andrea Vasconcelos Carvalho. Co-orientador: Profa. Msa. Daniela Estaregue Alves.
Monografia (Graduação em Biblioteconomia) - Universidade Federal do
Rio Grande do Norte. Centro de Ciências Sociais Aplicadas. Departamento
de Ciências da Informação.
1. Biblioteconomia - Monografia. 2. Conforto ambiental - Monografia. 3.
Biblioteca universitária - Monografia. 4. Ergonomia ambiental - Monografia.
I. Carvalho, Andréa Vasconcelos. II. Universidade Federal do Rio Grande
do Norte. III. Título.
CDU 027.7:331.101.1
LUÍS CAVALCANTE FONSECA JÚNIOR
CONDIÇÕES DE CONFORTO AMBIENTAL PARA USUÁRIOS:
ESTUDO DE CASO NA BCZM/UFRN
Monografia apresentada ao Curso de graduação em Biblioteconomia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como requisito parcial para obtenção do diploma de bacharel em Biblioteconomia.
MONOGRAFIA APRESENTADA EM: __/__/2012
BANCA EXAMINADORA
Profª. Dra. Andréa Vasconcelos Carvalho Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
(Orientadora)
Profª Dra. Eliane Ferreira da Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
(Membro)
Profº Esp. Joeldes Matias Damasceno Universidade Potiguar – UnP
(Membro)
DEDICATÓRIA
Dedico ao SENHOR dos exércitos, ao
altíssimo, ao magnífico e glorioso, o todo
poderoso DEUS. Eis a razão da minha
sabedoria, da minha existência, da minha vida.
Tudo por aquele que me deu força e sapiência
para alcançar o sucesso desta pesquisa.
Obrigado meu pai!
AGRADECIMENTOS
Ao meu pai, querido e amado DEUS. Eis o responsável direto da minha existência.
Capaz de me ajudar, me orientar, me guiar, me sustentar e me colocar nos caminhos
certos sempre. Eis a razão do meu viver, e sua presença és o que tenho de mais precioso.
Aos meus pais, Seu Luís e Dona Lúcia, responsáveis direitos pela minha formação
como ser humano, por me educarem e me incentivarem ao longo da minha vida. As
minhas irmãs, Luciana Mendes e Laísa Mendes, pela ajuda e apoio de sempre.
Aos amigos, Heverton Thiago e Helder Balbino, que foram mais que companheiros,
mais que colegas, mais que amigos, foram verdadeiros irmãos ao longo desses 4 anos de
curso. Obrigado por todos os momentos de estudos, pesquisas, resenhas, brincadeiras, e
momentos marcantes que jamais serão esquecidos, e ficarão guardados na mente e no
coração.
A Professora Daniela Estaregue, essencial para o desenvolvimento desta
pesquisa. Confesso que sem ela, o resultado final deste trabalho não seria o mesmo. Os
direcionamentos dados pela professora na co-orientação foram primordiais, e a gentileza,
a consideração, a atenção, a paciência e o respeito demonstrados por ela, serão eternos.
A Professora Andrea Carvalho, como orientadora, demonstrou a competência e o
profissionalismo de sempre, no que permitiu a construção de um trabalho sólido e
“interessante”. A paciência, o carinho e o respeito demonstrados por essa orientadora
foram fundamentais, e contribui bastante para desenrolar desse longo período... Grato!
A Samya Queiroz e Aniolly Queiroz, que colaboraram para a realização deste
estudo.
A toda Equipe da BCZM, no que concerne aos que me ajudaram, e deram total
abertura e suporte para a aplicação da pesquisa, em especial a Diretora Ana Cristina
Tinôco Cavalcanti, que foi bastante solicita e amigável em conceder o espaço para a
realização desse trabalho.
A Professora Eliane e o Professor Joeldes, em aceitarem o convite de participar da
banca examinadora. Obrigado.
E a todos os amigos, colegas, companheiros, ex - companheiros de trabalho e
jornadas, e todas aquelas pessoas que de alguma forma contribuíram para o meu
desenvolvimento como cidadão, como aluno, como profissional, e que também, de alguma
forma, contribuíram para o desenvolvimento desta monografia. Muito Obrigado!!
RESUMO
Considera que as instalações físicas de uma biblioteca devem
proporcionar às pessoas um ambiente confortável para o desenvolvimento de
suas atividades, bem como oferecer condições favoráveis à preservação do
acervo. Neste sentido, objetiva analisar as condições de conforto térmico,
acústico e lumínico da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), através da percepção dos usuários e
da gestora, além de identificar os valores térmicos, acústicos e lumínicos da
referida unidade de informação. Aborda as características, a importância, os
usuários, os profissionais da informação da Biblioteca Universitária. Informa
que a ergonomia ambiental busca propor um ambiente agradável aos usuários,
harmonicamente organizado e bem planejado, procurando a interação dos
seres humanos (usuários) com os sistemas (bibliotecas). Caracteriza os
condicionantes ambientais: térmico, lumínico e acústico. Analisa os dados
coletados no questionário realizado com os usuários, na entrevista com a
Gestora da BCZM e no estudo empírico com as medições dos condicionantes
pesquisados revelam que há conforto lumínico e não há conforto térmico nem
conforto acústico. Assim, conclui que não existe conforto ambiental na BCZM,
com algumas ressalvas. Finaliza sugerindo melhorias para o conforto ambiental
na Biblioteca Central Zila Mamede e considerando a importância do
bibliotecário no contexto da pesquisa em questão.
Palavras - chave: Bibliotecas Universitárias. Ergonomia Ambiental. Conforto
Ambiental. Biblioteca Central Zila Mamede.
ABSTRACT
This study considers that the facilities of a library must provide people
with a comfortable environment for the development of its activies as well as
offer propitious conditions to the preservation of its collection. Moreover, it aims
to analyse the conditions of thermal comfort, acoustic and lighting of Biblioteca
Central Zila Mamede (BCZM) at Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN) through the perception of its users and manager, besides identifying
thermal, acoustic and luminous values of the aforementioned unit of
information. It also approaches the characteristics, the importance, the users
and the library professionals at the university library. This research also informs
that the environmental ergonomics seeks to propose a pleasant ambiance to
the users, harmonically organised and well planned, looking for the interaction
of human beings (users) with the systems (libraries). It characterises the
constraints of thermal, lighting and acoustic of the environment. The analysis of
data collected from a questionnaire conducted with users during an interview
with the manager of BCZM and empirical study with the measurements of the
constraints analysis, reveals that there is luminous comfort, but there is no
thermal nor acoustic comfort. Therefore, we conclude, with some caveats, that
there is no environmental comfort at BCZM. It finalises advising improvements
to the environmental comfort at Biblioteca Central Zila Mamede and considering
the importance of the librarian in the context of this research.
Key Words: University Libraries. Environmental Ergonomics. Environmental
Comfort. Biblioteca Central Zila Mamede.
LISTA DE QURADROS E TABELAS
Quadro 1 – Ações preventivas de segurança ............................................................. 41
Tabela 1- Medição Empírica 1 - Prédio Antigo .................................................................... 67
Tabela 2 - Medição Empírica 2 - Prédio Antigo ................................................................... 67
Tabela 3 - Medição Empírica 3 - Prédio Anexo ................................................................... 68
Tabela 4 - Medição Empírica 4 - Prédio Anexo ................................................................... 68
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Termo-Higro-Anemômetro ................................................................................... 49
Figura 2 - Decibelímetro .......................................................................................................... 50
Figura 3 - Luxímetro ................................................................................................................. 50
Figura 4 - Ambiente da BCZM - Prédio Antigo .................................................................... 62
Figura 5 - Climatização – Prédio Antigo ............................................................................... 62
Figura 6 - Climatização - Prédio Anexo ................................................................................ 62
Figura 7 - Iluminação artificial - Prédio Antigo ..................................................................... 63
Figura 8 - Iluminação natural - Prédio Anexo ...................................................................... 64
Figura 9 - Iluminação artificial - Prédio Anexo ..................................................................... 64
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Como você sente a temperatura – Prédio Antigo ............................................ 51
Gráfico 2 - Como você sente a temperatura – Prédio Anexo ............................................ 51
Gráfico 3 - Como você sente a temperatura – BCZM ........................................................ 52
Gráfico 4 - Como você sente a ventilação - Prédio Antigo ................................................ 53
Gráfico 5 - Como você sente a ventilação - Prédio Anexo ................................................ 53
Gráfico 6 - Como você sente a ventilação - BCZM ............................................................. 53
Gráfico 7 - Como você gostaria que o ambiente estivesse – Prédio Antigo ................... 54
Gráfico 8 - Como você gostaria que o ambiente estivesse – Prédio Anexo ................... 54
Gráfico 9 - Como você gostaria que o ambiente estivesse – BCZM ............................... 55
Gráfico 10 - O que deveria melhorar – Prédio Antigo......................................................... 55
Gráfico 11 - O que deveria melhorar – Prédio Anexo......................................................... 55
Gráfico 12 - O que deveria melhorar – BCZM ..................................................................... 56
Gráfico 13 - Avaliação da iluminação – Prédio Antigo ....................................................... 57
Gráfico 14 - Avaliação da iluminação – Prédio Anexo ....................................................... 57
Gráfico 15 - Avaliação da iluminação natural e artificial - BCZM ...................................... 58
Gráfico 16 - Nível de ruído – Prédio Antigo .......................................................................... 59
Gráfico 17 - Nível de ruído – Prédio Anexo .......................................................................... 59
Gráfico 18 - Nível de ruído – interno e externo - BCZM ..................................................... 60
LISTA DE SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
BCZM - Biblioteca Central Zila Mamede
BU – Biblioteca Universitária
CAENE - Comissão Permanente Núcleo de Apoio ao Estudante com Necessidades
Educacionais Especiais
CONSEPE - Conselho de Ensino Pesquisa e Extensão
CONSUNI - Conselho Universitário
IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia
MEC – Ministério da Educação e Cultura
NBR – Norma Brasileira
NR – Norma Regulamentadora
SISBI - Sistema de Bibliotecas
TICs - Tecnologias de Informação e Comunicação
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UI – Unidade de Informação
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 12
2 BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS.......................................................................................... 15
2.1 CARACTERÍSTICAS E IMPORTÂNCIA DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA ...................... 17
2.2 OS USUÁRIOS DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS ....................................................... 19
2.3 PROFISSIONAIS DA INFORMAÇÃO NAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS .................. 20
2.4 AVALIAÇÃO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS ............................................................ 23
3 ESTRUTURA FÍSICA E ACESSIBILIDADE ........................................................................... 26
3.1 ACESSIBILIDADE ................................................................................................................. 28
3.2 ERGONOMIA ........................................................................................................................ 31
3.2.1 Conforto Térmico (Temperatura, Umidade e Ventilação) ............................................ 33
3.2.2 Conforto Acústico ............................................................................................................ 35
3.3.3 Conforto Lumínico ........................................................................................................... 36
3.2.4 Outros Fatores .................................................................................................................. 38
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................................ 43
3.1 TIPO DA PESQUISA ............................................................................................................. 43
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA ..................................................................................................... 44
3.2.1 Biblioteca Central Zila Mamede ...................................................................................... 45
3.2.2 Sujeitos.............................................................................................................................. 47
3.3 PROCEDIMENTOS INSTRUMENTAIS E COLETA DE DADOS ......................................... 48
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: EXISTE CONFORTO AMBIENTAL NA BCZM? ........................................................................................................................................ 51
5.1 PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS ........................................................................................... 51
5.2 PERCEPÇÃO DA DIREÇÃO DA BCZM ............................................................................... 61
5.3 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO EMPÍRICA DOS CONDICIONANTES AMBIENTAIS ...... 66
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES .............................................................. 71
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................... 74
APÊNDICES ................................................................................................................................ 79
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO COM OS USUÁRIOS DA BCZM ......................................... 80
APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA COM A GESTORA DA BCZM ........................... 82
12
1 INTRODUÇÃO
A capacidade que uma biblioteca tem em aproximar pessoas,
desenvolver processos, oferecendo produtos e serviços de excelência, e
trabalhando com o desenvolvimento do conhecimento, a torna um espaço
multicultural e informativo, essencial na sociedade. Contudo, a biblioteca vem
perdendo seu valor cultural e científico com a chegada das novas tecnologias
da informação e comunicação, quando na verdade estas deveriam ser
agregadas aos produtos e serviços já existentes. Outro ponto a ser
considerado traria em discussão o espaço físico da biblioteca.
Além dos aspectos relacionados ao acervo, a falta de uma boa estrutura
física, com iluminação inadequada, climatização inapropriada, mobiliários
velhos e antigos, falta de manutenção e estruturação ergonômica ajustada
resulta em um mau uso dos equipamentos, e acaba interferindo no
desempenho intelectual do usuário. Assim, pode-se considerar que as
instalações físicas de uma biblioteca devem proporcionar às pessoas um
ambiente confortável para o desenvolvimento de suas atividades, bem como
oferecer condições favoráveis à preservação do acervo.
Para tanto, faz-se necessário um bom planejamento em todas as
instalações do edifício, levando-se em consideração as necessidades humanas
físicas e psicológicas, como também as características dos materiais do acervo
geral. Preferencialmente, as edificações para bibliotecas devem ser
construídas para esse fim, para ser uma unidade de informação com ótimo
espaço, bem arejada, de fácil acesso, e que colabore para uma ampliação
futura e ofereça qualidade e praticidade aos seus usuários. Porém, a realidade
é bem diferente. Em muitos casos as bibliotecas são improvisadas em espaços
pequenos, que não permitem mobilidade em seu acervo, e apresenta
problemas de acessibilidade ao seu usuário. Além disso, alguns fatores
ergonômicos antes mencionados influenciam para o desgaste da biblioteca.
As informações obtidas concorrem para um resultado o qual deve ser
observada uma preocupação, devido ao valor histórico e cultural dos acervos
13
que constituem as bibliotecas, além do bem-estar e conforto das pessoas que
trabalham e frequentam o local.
Esta pesquisa tem por objetivo geral analisar as condições de conforto
térmico, acústico e lumínico da Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Apresenta como
objetivos específicos: identificar a percepção do usuário em relação a
existência de conforto ambiental na BCZM; verificar a percepção do gestor na
BCZM sobre existência de conforto ambiental da biblioteca; identificar os
valores térmicos, acústicos e lumínicos da BCZM.
A real motivação para a concretização deste estudo foi a não existência,
por parte da maioria das organizações, de uma preocupação em relação às
condições de conforto ambiental. Outro fator determinante é a existência de
poucos estudos, na área da Biblioteconomia, que abordem o tema. A grande
maioria destes estudos é realizada por profissionais de outras áreas, como a
Engenharia e a Arquitetura e dificilmente são aplicadas a unidades de
informação, como as bibliotecas. Assim, consideramos esta uma pesquisa
pertinente, pois pode contribuir para aumentar a consciência sobre a
importância de se ter uma maior adequação dos espaços, entender o que o
usuário “pensa” sobre esses espaços, e medir as condições de
“confortabilidade” na biblioteca.
A BCZM foi escolhida por ser a maior biblioteca do estado do Rio
Grande do Norte, por ser um dos grandes símbolos da comunidade
acadêmica da UFRN, e por apresentar alguns aspectos ambientais que
despertaram a curiosidade do pesquisador responsável por esse estudo. Com
isso, procurou-se aprofundar mais sobre o assunto estudado, e constatações
concretas do ambiente a ser pesquisado.
Para o aprofundamento e preparação desta pesquisa, foi feita uma
revisão de literatura nas áreas de Ciência da Informação, Arquitetura,
Ambientação, Ergonomia, no intuito de conseguir maior embasamento teórico
a respeito do assunto.
14
Esta monografia está estruturada da seguinte forma: o capítulo que
sucede a introdução abordará os conceitos de biblioteca universitária,
trazendo suas características e a importância da mesma para o mundo
acadêmico, além de caracterizar a sua comunidade de usuários. Aborda
também os profissionais da informação nessas unidades de informação e a
incumbência dos mesmos para o gerenciamento de tais UI (Unidade de
Informação), constando também uma breve avaliação das bibliotecas
universitárias.
No capítulo 3, veremos a importância da estrutura física de uma
biblioteca, com tópicos específicos sobre acessibilidade e ergonomia, focando
principalmente nas características ergonômicas que se pretende abordar na
análise de conforto no ambiente, onde limitaremos o entendimento dos
conceitos de conforto térmico, acústico e lumínico, que compõe o leque de
preocupações contempladas na concepção de ambientes ergonomicamente
adequados. Por fim, serão mostrados outros fatores que também fazem parte
de uma análise ergonômica, mas que não serem aprofundados.
No capítulo 4, discorre-se sobre a metodologia da pesquisa, tratando
com mais precisão do ambiente a ser estudado, no caso, a BCZM, o tipo de
estudo realizado, se caracterizado como estudo de caso, e especificando os
instrumentos de coleta de dados, os questionários, juntamente com a
população e amostra.
Posteriormente, no capítulo 5 analisa-se os resultados da pesquisa,
averiguando se existe ou não conforto ambiental na BCZM. No capítulo 6
tece-se as considerações finais e sugestões da pesquisa.
15
2 BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
Percebe-se que há uma quantidade incalculável de informações geradas
nos dias atuais. As constantes transformações nas formas de comunicação,
principalmente devido ao avanço das tecnologias da informação, geram
algumas mudanças culturais e sociais que acarretam em fluxos de informações
que geram grandes fontes informacionais, ricas em conhecimento.
O espaço mais tradicional de troca de informação e conhecimento ainda
é a biblioteca. Mesmo com tantas ferramentas tecnológicas, com tanto afinco
aos sistemas digitais e virtuais de disseminação e aquisição de informação, as
bibliotecas conseguem abranger, além dos objetivos clássicos (de organizar,
gerenciar, classificar, catalogar, indexar e disseminar informações), maior
dinamização e atenção com os usuários da referida unidade de informação,
algo como propor uma “doação” de si mesma mais intensificada. Além disso, a
biblioteca sugere um ambiente diferenciado de aprendizagem e assimilação de
conhecimento.
A princípio, antes mesmo de uma maior caracterização a respeito de
bibliotecas, veremos a significado do seu principal produto, já citado algumas
vezes no texto: a informação. Dessa forma, March (1983, apud GOUVEIA,
2008, p.33) a definem como o “fluxo de mensagens ou significado que pode
adicionar, reestruturar ou modificar conhecimento [...] matéria prima para a
produção de conhecimento...”, e formação de inteligência, a partir de uma idéia
( ou conhecimento) já instaurado em mente.
Para Miranda e Simeão (2002, apud 2005, p.21) a “informação é
matéria prima de todas as áreas do conhecimento que entendem conforme sua
forma de apropriação, teorização, dependente do estágio de desenvolvimento
de teorias e práticas metodológicas”. O que nos leva a afirmar que dependendo
da forma que a informação é passada, e para quem ela é disseminada, ela se
torna pertinente, gerando conhecimento. Outro fator preponderante é a forma
de armazenamento e organização dessa informação, sobre isso trataremos
logo a seguir, ao abordarmos a biblioteca, como unidade de informação.
16
A biblioteca, de forma geral, é uma instituição social, que objetiva a
conservação e disseminação de determinados valores, que venham contribuir
para o desenvolvimento de uma cultura, de uma sociedade. É através dela que
a formação do profissional se torna mais eficiente, e com ela também o
desenvolvimento do cidadão se torna mais completo. Para Lemos (2005, p.
102) a definição de biblioteca pode ser explicada como:
[...] um acervo de materiais impressos (livros, periódicos, cartazes, mapas, etc.), ou não-impressos, como filmes cinematográficos, fotografias, fitas sonoras, discos, microformas, cederrons, devedês, programas de computador, etc. organizados e mantidos para leitura, visualização e consulta.
Esta UI tem por finalidade tornar úteis seus materiais, e seu acervo, e
projetando este último de acordo com as necessidades de seu público alvo,
independentemente de qualquer que seja esse último.
Para Fonseca (1992) podemos afirmar que:
[...] não há, concretamente, biblioteca no singular e sim bibliotecas, na pluralidade, que se impõe em nossos dias. [...] diferentes categorias não existiam na antiguidade, sendo uma exigência da nossa época: em que o planejamento se impôs como condição sine qua non (condição necessária) do desenvolvimento. (FONSECA, 1992, p.59, tradução nossa).
Essas categorias citadas por Fonseca correspondem aos diferentes
tipos de bibliotecas existentes. Neste estudo aborda-se apenas a biblioteca
universitária.
A Biblioteca Universitária (BU) objetiva o fornecimento de base
bibliográfica e documental a todos os cursos da instituição de ensino, espaço
para desenvolvimento de pesquisas e serviços mantidos pela universidade. Ela
exerce uma função social importante no universo acadêmico, pois além de ser
uma grande disseminadora de informação, funciona como órgão da instituição
de ensino, e deve fornecer todo apoio científico para cumprimento de missão e
objetivos da referida instituição. Segundo o Glosario ALA (1988, p. 360) o
17
conceito de biblioteca universitária refere-se a uma “Biblioteca estabelecida,
mantida e administrada por uma Universidade para cobrir as necessidades de
informação de seus estudantes e apoiar seus programas educativos, de
investigação e demais serviços.” As bibliotecas universitárias devem
compartilhar de posicionamentos e ideias da sua respectiva universidade, e
estabelecer uma missão em cima das decisões da entidade de ensino.
Veremos a seguir, suas características e importância, como se distinguem seus
usuários e os profissionais da informação que atuam na mesma, e uma
avaliação num todo desta referida unidade de informação.
2.1 CARACTERÍSTICAS E IMPORTÂNCIA DA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA
A biblioteca universitária do séc. XXI tem um papel ainda mais forte em
comparação a outras épocas, além de guardar e disseminar a informação, ela
ainda deve estimular, fomentar, apoiar, amparar e desenvolver o conhecimento
e o saber sob todos os aspectos, e todas as suas relações, existentes na
organização (LEITÃO, 2005).
Percebe-se que a partir deste ponto, a biblioteca universitária passa a
sintetizar bem suas anuências dentro do contexto universitário, e construindo
um objetivo principal, que visa participar das atividades de ensino, pesquisa e
extensão realizadas pela instituição a qual está vinculada, seja com
treinamento dos usuários, seja com a organização e disseminação da
informação, ou com alguma pratica útil ao desenvolvimento dos programas
acadêmicos, sempre buscando o papel de mediação entre o usuário e a
informação (RIBEIRO, 2006).
Vale lembrar que a missão maior da biblioteca universitária é de estar,
exatamente, em função do usuário, propondo o melhor acesso, o melhor
conforto, e a maior disponibilização de recursos para os usuários
desenvolverem pesquisas, ideias e estudos de suas preferências.
Podemos considerar que as características das bibliotecas universitárias
estão nas entre linhas de seus conceitos, visto a clareza de suas importâncias
e missão (TARGINO, 1988), ficando nítida a intenção de ter serviços e
atividades voltadas a práticas acadêmicas, contando com um vasto acervo
18
bibliográfico das mais diversas áreas de conhecimento, que supra as
necessidades dos usuários, dos mais diversos cursos da instituição.
Tais características estão também bem vivas nos objetivos gerais das
BU, como bem descritas por Targino:
[...] cooperar com os programas escolares, satisfazendo as necessidades dos docentes e discentes; orientar os docentes e discentes na utilização dos recursos bibliográficos e audiovisuais da universidade; cooperar com os docentes na seleção e emprego de todos os tipos de materiais que sirvam aos programas de ensino; orientar os docentes e discentes quanto a instituições de pesquisa e fontes de informação; participar, com a administração das Instituições de Ensino Superior (IES), na elaboração de programas de aperfeiçoamento do corpo docente; cooperar com outras instituições no planejamento e execução de atividades para toda a comunidade ou zona em que se encontre a universidade. [...] posicionam, basicamente, a biblioteca universitária como suporte de apoio ao ensino, à pesquisa e à extensão [...]. (FONSECA, 1967 apud TARGINO, 1988, p.4).
Desta forma, percebe-se o quanto a biblioteca universitária é importante
para a academia, sendo o órgão principal de acesso e disponibilização de
informações, que geram conhecimento cientifico para pesquisadores, docentes,
servidores e discentes da instituição. O sucesso acadêmico e administrativo da
instituição passa pelas estantes e prateleiras do conhecimento da biblioteca,
não apenas nas referidas paradas, como também em outros tipos de matérias
de suporte “não-físico”, como o caso dos materiais digitais.
A biblioteca também acompanhou o avanço tecnológico. Nos dias atuais,
os antigos catálogos empoeirados estão disponíveis na web, mais práticos e
rápidos, num formato mais dinâmico e de fácil acesso. Não somente os
catálogos, as bases de dados digitais são um grande exemplo da inserção
tecnológica nas unidades de informação. Com uma visão bastante peculiar do
assunto, Phipps (1993, p. 19) ressalta este avanço:
As bibliotecas acadêmicas estão sendo transformadas de organizações centradas em coleções para organizações centradas no acesso à informação; de depositárias de formatos impressos para organizações menos atadas à idéia de lugar e a documentos impressos. Estão relacionando usuários com
19
informações disponíveis localmente ou acessíveis remotamente e capacitando usuários para tornarem-se mais auto-suficientes como pessoas em busca da informação. A missão das bibliotecas não estaria mudando – mas os meios disponíveis para ampliar o sucesso da missão estão mudando dramaticamente [...].
As mudanças que ocorreram foram significativas para o maior acesso da
informação, de forma mais clara e precisa, e com um menor gasto de tempo
feito pelo usuário. O foco no usuário passou a ser maior, e este passou a ser
cada vez mais estudado. São eles que iremos nos aprofundar mais nos
próximos parágrafos.
2.2 OS USUÁRIOS DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
O ser humano tem necessidade por informação para realizar uma
grande quantidade e variedade de ações. A busca pelo conhecimento,
proveniente da informação, torna-o mais pesquisador e idealizador de suas
ações, de seus pensamentos e do seu autoconhecimento. Por ser um espaço
edificante de informação e conhecimento, a biblioteca torna-se uma grande
fonte de informações, procurada por pessoas que objetivam suprir suas
necessidades informacionais. Assim, começamos a caracterizar os usuários de
bibliotecas, mais precisamente, os das BU, que constituem em sua totalidade
de alunos de graduação e pós-graduação, professores, pesquisadores,
servidores da universidade e comunidade em geral.
Algumas características são atribuídas aos usuários. Em recente artigo,
Brito (2011) caracteriza alguns tipos de usuários, diferenciando-os entre interno
e externo. Quando são usuários internos, agem utilizando a unidade como
complemento de suas funções na instituição; e quando são usuários externos,
caracterizam-se pela diversidade de necessidades de informação que
procuram satisfazer nos centros de informação.
No ambiente de biblioteca universitária, os usuários apresentam
características de cunho científico, de investigador profissional intelectual, que
procuram soluções em embasamento científico, para problemas práticos do
cotidiano. Vale ressaltar a importância dessa “busca informacional”, que ela
20
possa ser transformada em conhecimento pratico, dessa forma, Leitão (2005)
afirma que:
Os usuários de biblioteca, normalmente, desconhecem na totalidade os recursos provenientes e todos os resultados que podem ser obtidos por meio das fontes de informação. Esses recursos devem ser transformados em benefícios para a comunidade que deles necessita. Caso não sejam devidamente aproveitados, correm também o risco de não justificar os investimentos realizados pela organização maior. (LEITAO, 2005, p.22).
A biblioteca tem papel preponderante quanto a essa situação, visto que
ela deve estar atenta aos anseios de seus usuários, procurando propor a
melhor forma de acesso, e auxiliando-os em suas pesquisas gerais. Assim,
colabora para a melhor gestão do tempo do usuário, gera maior comodidade
para ele, e contribui para que seus estudos sejam realizados da melhor forma
possível. Sobre isso Lancaster (1996) afirma também que a biblioteca deve
satisfazer às necessidades do usuário de forma mais eficiente possível, para o
tempo do usuário ser melhor aproveitado, mais produtivo e que as tecnologias
contribuam bastante para valer a lei do menor esforço, citando o exemplo dos
catálogos, antes em fichas e que, hoje em dia estão na web.
2.3 PROFISSIONAIS DA INFORMAÇÃO NAS BIBLIOTECAS
UNIVERSITÁRIAS
A figura do profissional bibliotecário é o principal símbolo dos recursos
humanos de uma biblioteca universitária. Pois este profissional é o
encarregado das principais atividades técnicas da UI, porém nem só de
bibliotecários a BU constitui seu quadro de servidores. Em recente pesquisa
Barcelos e Gomes (2004) discorrem sobre o assunto, fazendo uma relação do
tamanho da biblioteca, com a quantidade de usuários e seu quadro de
funcionários:
Para se ter noção da quantidade de pessoal que deve prestar serviços na Biblioteca, deve-se levar em consideração o
21
horário de funcionamento, a quantidade de usuários atendidos, tipo e quantidade do acervo, serviços oferecidos e área física da Biblioteca, que devem contar com Bibliotecários em número e qualificação apropriados, e durante todo seu horário de funcionamento. Ele se incumbirá do desempenho de tarefas básicas, tais como: administração da Biblioteca, desenvolvimento de coleções e controle bibliográfico, serviços de referência e atendimento ao usuário (inclusive pesquisas). (BARCELOS; GOMES, 2004, p. 3).
Assim, afirmamos que a quantidade de servidores é proporcional a de
serviços oferecidos pela UI. Vale lembrar que nem sempre o ideal é cumprido,
visto a situação administrativa e financeira da biblioteca em questão, que
muitas vezes apresentam problemas, contribuindo para um mau funcionamento
da UI. Normalmente, os auxiliares, técnico-administrativos e bolsistas são
responsáveis por tarefas operacionais, como: atendimento no setor de
empréstimo, preparação do material que irá compor o acervo, reposição de
livros e periódicos nas estantes, atividades rotineiras no guarda-volumes, e
atividades administrativas em geral (BARCELOS; GOMES, 2004). O bom
funcionamento da biblioteca é resultado de uma serie de fatores, incluindo a
missão da BU atrelada a da instituição (citada anteriormente), acarretando
numa realização de trabalho em conjunto, que favorece boa situação
administrativa e financeira, que possa valorizar os trabalhos desempenhados
pela biblioteca. Dessa forma Ribeiro (2006) aborda o assunto, descrevendo
que:
Organização e administração são elementos indispensáveis para garantir o desenvolvimento adequado e satisfatório das funções desempenhadas pela biblioteca universitária. Nas atividades administrativas incluem-se o planejamento, estabelecimento de políticas, estudo de comunidade e usuários, execução de projetos, cooperação com outras bibliotecas, estabelecimento de padrões e regulamentos, conservação e preservação de acervo, supervisão e avaliação de pessoal e serviços, treinamento de pessoal e estudos referentes ao espaço físico, equipamentos e conforto ambiental. (RIBEIRO, 2006, p. 19).
Atividades gerenciais em bibliotecas universitárias são primordiais para o
bibliotecário, o profissional da informação capacitado para tal função. Entende-
22
se que este profissional ideal, realizador de funções direcionadas à sua área,
que se consolida ao longo do tempo, evoluindo e desenvolvendo técnicas que
contribuam para a qualificação do seu trabalho, tornando-se mais eficiente e
prático, e contribuindo para um gerenciamento de bibliotecas mais consistente,
focando cada vez mais os usuários e uma disseminação da informação mais
rápida. Aliando as funções de gestor, com a técnica e os conhecimentos gerais
sobre diversas áreas, faz do bibliotecário um profissional praticamente
completo, que corresponde à maioria dos requisitos necessários de sua área
de atuação (SCHEID, 2008).
Ainda sobre as funções do bibliotecário, Ribeiro (2006) comenta que, de
acordo com a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), as atividades
profissionais exercidas pelo bibliotecário são as seguintes:
a) disponibilizar informações em qualquer suporte;
b) gerenciar unidades, redes e sistemas de informação;
c) tratar tecnicamente os recursos informacionais;
d) desenvolver recursos informacionais;
e) disseminar informação;
f) desenvolver estudos e pesquisas;
g) prestar serviços de assessoria e consultoria;
h) promover ações culturais.
Constata-se que este profissional consegue nortear bem as atividades
relacionadas à gestão, organização, planejamento, estruturação e
disseminação da informação, mesmo com as mudanças que ocorreram com o
advento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs). Sobre as
iniciativas do bibliotecário, Wilhelms (2009) indica que:
O bibliotecário, enquanto gestor de pessoas pode promover melhorias nas condições de trabalho a partir de uma perspectiva ergonômica, em busca de maior conforto, saúde, segurança e eficiência no trabalho, tanto para o trabalhador como para o usuário da biblioteca. [...] É importante que os administradores tenham conhecimento sobre o assunto para poderem opinar nos projetos, nas alterações de espaço físico,
23
nas compras de máquinas, equipamentos e mobiliários, etc. (WILHELMS, 2009, p.24).
O bibliotecário tem que estar atento a tudo que se refere ao seu
ambiente de trabalho, principalmente nas bibliotecas de universidades que
apresentam uma rotina maior, que exige maior versatilidade e dinâmica de
trabalho. Não somente isso, como também a uma noção geral das áreas do
conhecimento e saber lidar com os recursos e as tecnologias que estão a sua
disposição. Além disso, saber bem seu papel de gestor na biblioteca, com
maior olho critico sobre os serviços e o espaço físico, propondo as melhores
condições, inclusive de conforto, aos seus companheiros de trabalho e,
principalmente, aos seus usuários.
2.4 AVALIAÇÃO DE BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS
A prática de avaliar é uma forma de comprovar a real situação de setor
ou organização e, consequentemente, propor melhorias. A avaliação
geralmente contempla sucessivas melhorias, que se iniciam com a realização
do planejamento, que atuará “como meio de comparar os resultados
alcançados com as metas estabelecidas e fornecendo elementos para as
ações corretivas, quando necessárias, ou para a manutenção do padrão
obtido” (LUBISCO, 2011, p. 9).
No que se refere à biblioteca, e especificamente a biblioteca acadêmica,
ela ainda é vista como instrumento parcial, como recurso de infraestrutura no
ensino superior e no de processo ensino-aprendizagem. Essa avaliação é feita
pelo Ministério da Educação (MEC), através do Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais (INEP).
O INEP conduz todo o sistema de avaliação de cursos superiores no País, produzindo indicadores e um sistema de informações que subsidia tanto o processo de regulamentação, exercido pelo Ministério, como garante transparência dos dados sobre qualidade da educação superior a toda sociedade (BRASIL, 2004 apud LOSS, 2009, p. 28).
24
Esse sistema de avaliação aplica critérios em relação às bibliotecas, que
atribuem analise critica principalmente a tais elementos listados abaixo,
retirados do artigo 16, do Decreto nº 5.773, de 9 de maio de 2006:
VII - infra-estrutura física e instalações acadêmicas, especificando:
a) com relação à biblioteca: acervo de livros, periódicos acadêmicos e
científicos e assinaturas de revistas e jornais, obras clássicas, dicionários e
enciclopédias, formas de atualização e expansão, identificado sua correlação
pedagógica com os cursos e programas previstos; vídeos, DVD, CD, CD-
ROMS e assinaturas eletrônicas; espaço físico para estudos e horário de
funcionamento, pessoal técnico administrativo e serviços oferecidos; (BRASIL,
2006).
A pesquisadora e professora Nídia Maria L. Lubisco, em seu recente
estudo afirma que tal avaliação está muito a quem do que deveria ser, tendo
em vista que as bibliotecas acadêmicas vem assumindo valiosas atribuições,
em relação ao que representa hoje a sociedade do conhecimento, assumindo
muitas vezes novas competências, e que tais processos avaliativos devem
promover melhoria contínua, de modo a assegurar qualidade total em seus
serviços (LUBISCO, 2011). A autora afirma também:
Que a biblioteca não seja vista como um órgão à parte, mas como parte do todo, como elemento essencial para o desenvolvimento do ensino e da pesquisa, inclusive com a exploração de todas as suas potencialidades como efetivo
recurso acadêmico-pedagógico dentro da universidade. (LUBISCO, 2011, p. 14).1
As BUs devem estar preparadas, equipadas e atualizadas
adequadamente, para que possa atender seus usuários da melhor forma
possível. A avaliação na BU sendo feita de forma mais crítica, a torna mais
construtiva e capaz de oferecer melhores condições para planejar, organizar e
dispor-se ao sucesso, além de que a biblioteca constitui a pluralidade das
1 Esta citação consta do trabalho “O SEMINÁRIO AVALIAÇÃO DA BIBLIOTECA
UNIVERSITÁRIA BRASILEIRA: contexto, dinâmica e resultados, concluído em março de 2009, onde a professora doutora fornece critérios aguçados e críticos para avaliações em bibliotecas universitárias.
25
áreas de conhecimento, de todos os cursos, onde o aluno, o pesquisador e o
docente obtêm acesso às informações desejadas, nos mais diferentes
suportes, tornando possível a produção de conhecimento e inteligência.
(BAPTISTA; RUEDA; SANTOS, 2008).
Ressalta-se também que as bibliotecas universitárias devem estar
atentas a outras atividades de sua gestão, como: orçamento, pessoal, área,
acomodação, acervo, processos técnicos e referência, colocando propostas
avaliativas com maior continuidade para melhorar seu planejamento. Sobre
isso, Lubisco (2011, p. 19) aborda que:
A conclusão a que se chegara impunha a continuidade da pesquisa numa direção que deveria objetivar o propósito que a motivara: a biblioteca universitária deve dispor de um instrumento que não só revele com fidedignidade seus status dentro da instituição (avaliação diagnóstica), mas que subsidie suas atividades de planejamento e gestão (avaliação corretiva).
Para planejar, se faz necessário avaliar. O bom planejamento começa
numa boa avaliação, quanto melhor a avaliação, mais preciso será o
planejamento, em todos os setores e níveis, desde seu espaço físico, a um
trabalho em equipe pelos bibliotecários. O escritor Faulkner-Brown (1999)
comenta que, a estrutura física do prédio, assunto que tratamos nesta
monografia, deve ser flexível; suscetível de ampliação; compacto; variado;
organizado; acessível; confortável; seguro e econômico.
No próximo capítulo, serão abordadas as características ergonômicas da
BU, iniciando com o entendimento de estrutura arquitetônica, abordando
também a acessibilidade e a ergonomia em bibliotecas universitárias para
maior aprofundamento do tema principal desta pesquisa relacionada às
condições ambientais que devem ser respeitadas para o bem-estar dos
usuários.
26
3 ESTRUTURA FÍSICA E ACESSIBILIDADE
Para um bom desempenho dos fatores que condicionam o ambiente, se
faz necessário, além do planejamento eficiente do espaço físico, padrões que
compreendam as necessidades dos usuários não somente com conforto
ambiental em si, mas também que reflitam estruturas formais e estéticas, que
objetivem o uso de um espaço agradável.
A biblioteca tem que ser mais que mero recinto de leitura, ou deposito de
livros. Ela deve ser um espaço cultural de múltiplos usos, aprazível aos olhos,
onde as pessoas se sintam bem, satisfeitas. E que gere bem estar, sem deixar
de lado o objetivo de subsidiar ao conhecimento científico.
Neste capítulo, pretende-se discutir sobre a melhor forma de se
organizar fisicamente uma biblioteca, neste caso, universitária. A princípio, se
explicará sobre a importância da estrutura física para a biblioteca, e em
seguida, da acessibilidade física aplicada a unidades de informação,
especificando a biblioteca universitária. Logo após será abordada a ergonomia,
e os condicionantes ambientais que serão aqui estudados, relacionados a:
conforto térmico, conforto acústico e conforto lumínico, concluindo com uma
breve abordagem sobre outros fatores que também interferem no conforto do
usuário, como mobiliário, sinalização e segurança. Para finalizar o capítulo,
será abordada a acessibilidade física no ambiente de biblioteca.
Uma biblioteca universitária deve contemplar a ideia de possuir conforto
ambiental para seus usuários, como já foi dito em outros momentos. E sobre
isso, Faulkner-Brown (1999) criou alguns fatores que refletem bem o que se faz
necessário num projeto desta natureza:
a) layouts flexíveis, adaptados de acordo com a estrutura e os serviços,
sendo fáceis de modificar;
b) facilitar a circulação dos leitores, do pessoal e do acervo;
c) acessível do exterior para o interior do prédio e da entrada para todas
as partes do prédio, com um plano global que necessite o mínimo de
direções complementares;
27
d) permitir o crescimento futuro com o mínimo transtorno;
e) variado na sua oferta de espaços para o leitor, oferecendo ampla
liberdade de escolha;
f) organizado para impor máximo conforto entre acervo e leitores;
g) confortável para promover a utilização eficaz;
h) constante nas condições ambientais para a preservação dos materiais
da biblioteca;
i) econômico para ser construído e mantido com recursos mínimos, tanto
financeiro quanto pessoal (FAULKNER-BROWN, 1999).
Vemos que um ótimo ambiente de biblioteca deve ser bem planejado e
projetado, de modo que ele consiga atender todas as necessidades de seus
usuários, e que contemple bem seus objetivos de grande disseminadora de
informação.
Recomenda-se que toda a área deixe espaço livre para instalação
futura de estantes, em decorrência da expansão do acervo; além disso, os
livros não podem ficar tão apertados para que possam ser arejados; espaço
livre entre as estantes de no mínimo 1,20 cm, por questões de mobilidade e
conforme a NBR 9050 (ABNT, 1997) inclusive para os usuários de cadeiras de
rodas (RIBEIRO, 2006).
A carência de um espaço físico bem delineado, com uma organização
bem elaborada, interfere diretamente nos usuários e nos funcionários da
biblioteca, como afirma Almeida (2000):
A falta de espaço ou o espaço inadequado para as pessoas afeta funcionários e usuários, podendo ser a causa de conflitos e relacionamentos difíceis, baixa produtividade, baixa qualidade de atendimento, alta rotatividade de funcionários e baixa freqüência de usuários. (ALMEIDA, 2000, p. 88)
As áreas para cada setor devem ser bem divididas, de tal maneira que
possibilite maior dinamização do trabalho, favoreça a maior rapidez nas ações.
Os revestimentos de pisos, segundo Trinkley (2001), devem atribuir não
somente o conforto, mas também a preservação do ambiente. Dessa maneira
28
ele afirma que os pisos não devem exalar nenhum poluente nocivo; não
contribuir para a poluição geral da biblioteca; não favorecer a infestação por
insetos; o piso deve ser impermeável ou pelo menos resistente à água; tem
que ser a prova de fogo, auto-extinguível e fácil de limpar.
Os projetos de edificações definem o grau de penetração da energia
solar e a influência do calor radiante no edifício. O tipo de isolamento que será
feito, principalmente da cobertura, tem uma grande influência na troca de calor
entre a edificação e o ambiente externo (IIDA, 2005). Ainda sobre a cobertura,
Trinkley (2001) adverte que a estrutura escolhida deve ser uma que tenha
demonstrado bom desempenho na região onde o edifício foi construído, e que
tenha um tempo longo de vida.
Além disso, o autor recomenda que tenha baixo custo de manutenção, e
que possua assistência técnica local, caso haja necessidade de reparos
futuros. A intenção evitar infiltrações, entre outros agentes que causem danos
ao acervo e aos usuários de maneira geral.
3.1 ACESSIBILIDADE
Como centros disseminadores de informação, as bibliotecas
universitárias, estão destinadas a toda comunidade acadêmica, atendendo as
necessidades informacionais dos usuários de forma igualitária. Segundo
Antunes (2000), independente da faixa etária, profissão e condição social, as
bibliotecas devem ser abertas a todas as pessoas que, por qualquer motivo,
queiram frequentá-las.
Corroborando com o referido conceito destaca-se ainda, o fato de que
a biblioteca deve proporcionar aos usuários um espaço no qual possam buscar
e assimilar informações, tendo em vista não só o acervo e componente
humano, como também o ambiente físico do local. Uma vez que a biblioteca é
um espaço educativo que tem como propósito disseminar a informação, ela
deve ser um espaço acessível e preparado para atender e dar suporte ao
usuário, satisfazendo sua necessidade informacional.
29
Assim, as instalações físicas de uma biblioteca devem proporcionar às
pessoas um ambiente confortável para o desenvolvimento de suas atividades,
bem como oferecer condições favoráveis à preservação do acervo. Partindo
deste pressuposto buscou-se apresentar os aspectos que se destacam no
espaço físico da biblioteca os quais contribuem na acessibilidade dos
frequentadores.
Acessibilidade é o meio de proporcionar ao deficiente ou pessoa com
mobilidade reduzida condição necessária para a utilização do que lhe é de
direito. Tornando acessível tudo o que está no seu meio fazendo com que
tenham o direito de usar os espaços públicos e os serviços oferecidos. Para
isso, ressaltam-se as necessidades de mudanças na estrutura física e
investimentos em equipe multidisciplinar de profissionais qualificados para
suporte a esse público. Guimarães (1999, apud PRADO, 2003, p. 1) descreve:
Um ambiente com acessibilidade atende, diferentemente, uma variedade de necessidades dos usuários, tornando possível uma maior autonomia e independência. Entendendo autonomia como a capacidade do indivíduo de desfrutar dos espaços e elementos espontaneamente, segundo sua vontade. E independência como a capacidade de usufruir os ambientes, sem precisar de ajuda. (GUIMARÃES, 1999 apud PRADO, 2003).
De acordo com a NBR 9050, (2004, p. 2), entende-se que:
“Acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance, percepção e
entendimento para a utilização, com segurança e autonomia, de edificações,
espaço, mobiliário, equipamentos e elementos urbanos”.
Previsão de espaços necessários para os deslocamentos, tanto em pé
quanto sentado, e o alcance manual de toda e qualquer pessoa portadora de
algum tipo de deficiência, estão indicados nessa norma, incluindo
especificações quanto ao mobiliário, aos equipamentos, às edificações, aos
dispositivos de comando, além das áreas internas e externas de circulação,
sanitários e vestiários. Na NBR 9050 (2004, p. 88), há a seguinte descrição
sobre o tema:
30
Nas bibliotecas e centros de leitura, os locais de pesquisa, fichários, salas para estudo e leitura, terminais de consulta, balcões de atendimento e áreas de convivência devem ser acessíveis. Deve existir pelo menos uma rota acessível interligando o acesso de alunos às áreas administrativas, de prática esportiva, de recreação, de alimentação, salas de aula, laboratórios, bibliotecas, centros de leitura e demais ambientes pedagógicos. Todos estes ambientes devem ser acessíveis.
Para as bibliotecas, inseridas na seção Espaços Urbanos da Norma
9050, foram previstos os seguintes parâmetros técnicos: a) distância entre
estantes de livros: 0,90m de largura; b) a cada 15m de corredor de estantes
deve haver espaço para manobra de 180º graus para pessoa em cadeira de
rodas (1,50m x 1,20m); c) 5% do total de terminais de consulta a
computadores, no mínimo, devem ser acessíveis às pessoas com mobilidade
reduzida e cadeirantes, ou 10% que sejam possíveis de serem adaptados; d)
5% do total de mesas de estudo, no mínimo, devem ser acessíveis às pessoas
com mobilidade reduzida e cadeirantes, ou 10% que sejam possíveis de serem
adaptados; e) disponibilização de obras em Braille e outros recursos
audiovisuais (ABNT, 2004).
Para promover o acesso universal, o mobiliário e o acesso aos
ambientes devem ser adaptados e sinalizados, para que qualquer pessoa,
portadora de algum tipo de deficiência ou com mobilidade reduzida, consiga se
movimentar de forma livre, segura e independente. Os obstáculos
arquitetônicos, que impedem ou dificultam essa mobilidade, devem ser
eliminados ou evitados. Neste sentido, as portas estreitas e pesadas, os pisos
escorregadios, as escadas, as áreas de circulação estreitas, a sinalização
incompreensível ou inacessível devem ser eliminados.
Diante do exposto, o layout destaca-se como um elemento essencial
na acessibilidade da biblioteca, visto que diz respeito à disposição física de
materiais, móveis e equipamentos em um ambiente, de forma a facilitar e
aperfeiçoar os fluxos existentes, racionalizando o aproveitamento dos espaços
e dos recursos materiais disponíveis. De acordo com Cury (2007, p. 396):
Layout corresponde ao arranjo dos diversos postos de trabalho nos espaços existentes na organização, envolvendo além da
31
preocupação de melhor adaptar as pessoas ao ambiente de trabalho, segundo a natureza da atividade desempenhada, a arrumação dos móveis, máquinas, equipamentos e matérias primas.
Para Araújo (2001) no processo do estudo e planejamento do layout
recomenda-se realizar cálculo da área, elaborar planta baixa, verificar fluxo de
pessoas e papéis, quantidade e natureza dos móveis e equipamentos,
extensão e localização das instalações elétricas e hidráulicas e, por fim,
apresentar proposta do novo layout, implantar e avaliar a sua funcionalidade,
com vistas a corrigir possíveis falhas.
Ao depararmos com um assunto que visa propor as melhores
condições possíveis para os usuários realizarem suas pesquisas e estudos,
faz-se necessário o conhecimento sobre ergonomia, área que visa estabelecer
normas para melhorar a qualidade de vida do homem, através da intervenção
de vários componentes, entre eles os condicionantes ambientais como
temperatura, umidade, acústica, ventilação e iluminação. A seguir, serão
apresentados aspectos teóricos referentes a essas características.
3.2 ERGONOMIA
A ergonomia surgiu em 1949, na Inglaterra, quando alguns cientistas e
pesquisadores se reuniram para abordar assuntos que ligavam o ser humano e
o trabalho, de acordo com suas particularidades e complexidades. Na segunda
reunião do grupo, em 1950, foi proposto o neologismo Ergonomia, onde ergo
(do grego ergon), significa trabalho e nomos (também de origem grega), que
significa regras, normas, leis naturais (IIDA, 2001, p.5).
A Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO) adota a definição
oficial proposta, em agosto de 2000, pela Associação Internacional de
Ergonomia (IEA):
A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do
32
sistema. Os ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de tarefas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas. (ABERGO, 2012).2
Percebe-se que a ergonomia vai muito além de propor melhores
condições de trabalho para um determinado grupo de pessoas. Para isso,
Grandjean (1998, p.5) afirma que a ergonomia “[...] é a ciência da configuração
de trabalho adaptada ao homem.” Essa ideia é reiterada por Wilhelms (2009)
que considera a ergonomia como sendo a ciência do conforto. E ainda nessa
perspectiva, Karwowski (2006) descreve que a ergonomia vem evoluindo, e se
consolidando como uma disciplina que se concentra na natureza humana
(artefatos, interações), e apresenta uma visão agregada para a ciência,
engenharia, design, tecnologia e sistemas de gestão de recursos humanos,
com uma gama de produtos naturais e artificiais, processos e ambientes. Essa
evolução vem sendo percebida com a constante expansão para outras áreas
do conhecimento: a antropotecnologia, a macroergonomia e a ergonomia
ambiental são exemplos de novos segmentos na ergonomia.
Tendo em vista essa realidade, esta monografia está centrada na
ergonomia ambiental. E é no ponto onde se aborda a interação dos seres
humanos (usuários) com os sistemas (bibliotecas) que ocorrerá um maior foco.
Sobre isso, Vasconcelos et al. (2009) afirmam que:
A ergonomia do ambiente construído, também conhecida como ergonomia ambiental, corresponde a mais uma vertente que se insere nas pesquisas da relação do homem com o ambiente, a partir dos aspectos sociais, psicológicos, culturais e organizacionais. (VASCONCELOS et al., 2009, p.7)
Percebe-se a importância da integração das áreas de conhecimento
para a presente pesquisa, tendo em vista que uma analise ergonômica no
ambiente de biblioteca demanda uma investigação maior entre o
relacionamento dos usuários com o ambiente físico da biblioteca, a fim de
propor maior adaptação desse último com as pessoas que o frequentam.
2 Documento eletrônico não paginado.
33
A ergonomia ambiental busca propor um ambiente agradável aos
usuários, harmonicamente organizado e bem planejado, misturando cores e
mobiliário que gerem um ambiente prazeroso e que inspirem positividade,
mesmo que seja para que as pessoas passem horas ou minutos (PRADO,
2003). Para tanto, Vasconcelos et al. (2009) relata que se o ambiente da
biblioteca apresenta boas condições, que favoreçam um bom desempenho de
suas atividades, que seja agradável aos seus usuários, certamente eles se
sentirão como no habitar de suas próprias casas.
Para melhor compor a concepção de conforto no ambiente de biblioteca,
veremos a seguir alguns conceitos sobre conforto térmico, pois deve existir um
controle para não prejudicar não somente o acervo, como também a saúde dos
usuários; conforto acústico, que deve ser isolada, objetivando a não interrupção
da concentração dos usuários; e conforto lumínico, para boas atividades de
leitura e estudos em geral. A seguir, veremos com mais detalhes cada uma
destas características ambientais.
3.2.1 Conforto Térmico (Temperatura, Umidade e Ventilação)
Um dos fatores condicionantes do conforto num ambiente é o conforto
térmico. Fatores como temperatura, umidade relativa do ar e ventilação
refletem bastante na interação das pessoas com o ambiente em que elas
executam atividades de estudos e pesquisas. Certamente o clima local, de
cada cidade ou região, requerer uma atenção a mais no planejamento do
espaço a ser construído ou modificado, pois, além de promover melhor
sensação térmica nos usuários, também condicionará uma melhor preservação
do acervo.
Recomenda-se que as características térmicas de temperatura, umidade
e ventilação devem ser planejadas ao mesmo tempo, para que não ocorram
oscilações térmicas. Algumas práticas são recomendadas como a abertura de
janelas num determinado horário do dia; uso de ventiladores e aparelhos de
condicionamento de ar, e estes com uma boa manutenção e limpeza de ordem
frequente; e ações que promovam a renovação do ar no ambiente, para a
34
evaporação do calor no local. Além disso, a utilização de um higrômetro, que
mede a umidade relativa do ar, e um termo-higrômetro, que mede a
temperatura e a umidade, servem para melhor controle térmico, além de um
desumidificador, para retirada da umidade do ambiente (RIBEIRO, 2006).
É preciso acentuar que atividades realizadas com temperaturas
elevadas diminuem o rendimento e causam fadiga, propiciando a frequência de
erros (RIBEIRO, 2006). Reforçando esta afirmação, Grandjean (2005) revela
que o calor em excesso provoca cansaço e sonolência, e reduz a prontidão de
resposta, aumentando a tendência a falhas. Com o aumento das falhas,
ocasiona a diminuição da atenção, e principalmente da concentração para o
trabalho intelectual. Em função disso, podemos considerar que um ambiente
com condições térmicas elevadas, causa desconforto, aumentando a
probabilidade de acontecer falhas.
De acordo com a NR17/Ergonomia (BRASIL, 1990), o índice de
temperatura efetiva deve estar entre 20ºC e 23ºC, a velocidade do ar não pode
ser acima de 0,75 m/s, e a umidade relativa do ar não deve ser abaixo de 40%.
Desta forma se terá condições térmicas agradáveis aos usuários da biblioteca.
Iida (2005) revela que existe uma zona de conforto térmico que:
[...] é delimitada entre as temperaturas efetivas de 20 a 24 ºC, com umidade relativa de 40 a 80%, com uma velocidade do ar moderada, da ordem de 0,2 m/s [...]. As diferenças de temperatura (gradiente térmico) presentes no mesmo ambiente não devem ser superiores a 4ºC. Essa zona se refere ao organismo adaptado ao calor. Nos países temperados, durante o inverno, com o organismo adaptado ao frio, essa zona de conforto situa-se entre 18 e 22 ºC para a mesma taxa de umidade e velocidade do vento. (IIDA, 2005, p. 499).
Vale ressaltar que por mais que se busque o conforto humano, não se
deve deixar de lado a concepção de preservação do acervo, chamada por
Trinkley (2001) de “zona de conforto da coleção”. O autor postula algumas
ações para não haver tanto desgaste e interferência da climatização no acervo:
Manutenção de uma UR (umidade relativa) entre 45 e 55% por todo ano, permitindo flutuações sazonais entre os dois valores
35
extremos, mas minimizando as flutuações diárias; Manutenção da temperatura entre 18 e 24º C por todo o ano, permitindo flutuações sazonais entre os dois valores externos, mas minimizando as flutuações diárias; Um projeto de filtragem para remover pelo menos 50% das partículas em suspensão utilizando-se o Dust spot efficiency test da ASHRAE; Um projeto de filtragem gasosa para manter padrões de preservação por toda a instalação, ou a utilização da filtragem por via aérea, conforme seja necessário; Fornecimento de uma ventilação adequada para evitar bolsões de ar estagnado, zonas mortas nas extremidades dos corredores e cantos das áreas de armazenamentos de livros e problemas similares condizentes com o desenvolvimento de mofo. (TRINKLEY, 2001, p. 56).
Promover o conforto térmico numa biblioteca não é fácil. Faz-se
necessária a adoção de ações que permitam estabelecer um ambiente de
ótima climatização para o trabalho intelectual e que, ao mesmo tempo,
promovam a preservação de suas obras.
3.2.2 Conforto Acústico
Um ótimo ambiente para desenvolver ideias, estudos e pesquisas, tem
que apresentar condições de conforto acústico favoráveis aos seus usuários.
Segundo a NBR 10152 (ABNT, 2000), os índices considerados aceitáveis de
ruídos em bibliotecas estão entre 35 e 45 dB(A) .
Num ambiente como a biblioteca, normalmente os usuários mantém um
alto nível de concentração para compreender, gerar e expressar idéias, com
isso, todo e qualquer ruído em alta intensidade interfere negativamente.
Geralmente as conversas paralelas e até mesmo as atividades rotineiras da
biblioteca (inserção dos livros nas prateleiras, atendimento ao usuário) causam
ruídos que interferem no desempenho intelectual dos usuários, e tais ruídos
podem ser controlados.
Para o Ministério da Saúde (2012)3, “O termo ruído é usado para
descrever sons indesejáveis ou desagradáveis.” Normalmente são estímulos
que não apresentam informações relevantes para determinadas tarefas.
Quando submetido a níveis elevados, pode causar danos:
3 Documento eletrônico não paginado.
36
Além da perda da audição, o ruído pode causar problemas cardiovasculares e digestivos. Níveis elevados de ruído podem provocar transtornos do sono, irritabilidade e cansaço. O ruído também diminui o nível de atenção e aumenta o tempo de reação do indivíduo frente a estímulos diversos e isso favorece o crescimento do número de erros cometidos e de acidentes que repercute negativamente na qualidade e produtividade. (FUNDACENTRO, 2012).4
Verifica-se que certos danos podem ser irreversíveis para a saúde e que
a prevenção é o melhor caminho para se evitar tantos problemas. Para a
resolução de tais problemas, Ribeiro (2006) aponta algumas soluções:
[...] primeiramente, é necessário identificar as fontes externas, provenientes do entorno do prédio (trânsito, indústrias, obras) e as fontes internas (conversas, campainhas de telefone, impressoras). Em segundo lugar, deve-se classificar as fontes como de ruído aéreo ou de impacto (RIBEIRO, 2006, p.35).
Dessa forma, haverá maior controle por parte dos que gerenciam a
biblioteca, em aplicar medidas de prevenção do surgimento de ruídos. Algumas
implementações ou adaptações importantes são, por exemplo, salas de estudo
em grupo e individual; pisos de características flutuantes, para amenizar os
ruídos provenientes do arrastar de móveis e passos; materiais que absorvam
os ruídos dos dutos e tubulações; assim como um isolamento acústico com o
meio exterior.
3.3.3 Conforto Lumínico
Fator preponderante para um ótimo funcionamento da biblioteca, a luz
favorece ao usuário boa localização e identificação de materiais, e auxilia
(dependendo da intensidade) em atividades de leitura e compreensão textual.
Desse modo, Trinkley (2001) aponta que:
A iluminação é o fator fundamental no projeto de novas instalações de bibliotecas porque não apenas permite que os objetos sejam vistos, mas também exerce influência psicológica sobre funcionários e usuários. O projetista estará
4 Documento eletrônico não paginado.
37
preocupado com uma ampla gama de tópicos, incluindo o brilho refletido e direto, contraste, rendimento de cores e temperatura, reflexos, intensidade e constância de cor. Estas questões incluem estética, escala, forma, consumo de energia, expectativa de vida, facilidade de limpeza, disponibilidade de partes sobressalentes e custos de substituição de vários componentes usados (TRINKLEY, 2001, p. 47).
Nesse sentido, Iida (2005) comenta que:
A iluminação [...] deve ser cuidadosamente planejada desde as etapas iniciais de projeto do edifício, fazendo-se aproveitamento adequado da luz natural e suplementando-a com a luz artificial, sempre que for necessário. [...] Um bom sistema de iluminação, com o uso adequado de cores e a criação dos contrastes, pode produzir em ambiente de [...] agradável, onde as pessoas trabalhem confortavelmente, com pouca fadiga, monotonia e acidentes, e produzam com maior eficiência. (IIDA, 2005, p. 470).
Segundo a NBR 5413 (ABNT, 1992) os níveis de iluminação adequada
em lux, para bibliotecas se dividem em sala de leitura, com valores de 300 a
750 lux, média de 500 lux; recinto das estantes, que seriam os espaços
reservados ao acervo, com valores de 200 à 500 lux, média de 300 lux.
A referida norma ainda aponta as áreas denominadas de “fichário”, com
valores de 200 a 500 lux, média de 300 lux, porém, visto o constante avanço
das tecnologias de informação e comunicação e à automação de bibliotecas,
essa área de fichário está quase extinta, pois os catálogos com os nomes e as
localizações das obras na biblioteca se encontram disponíveis na web. Ainda
sobre os níveis ideais de iluminação, Oregon (2001 apud Loss, 2009) afirma
que:
Os níveis de luz sobre o acervo também devem ser consideradas, sendo possível admitir 55 lux, para materiais mais sensíveis à luz (obras raras) e um intervalo entre 165 lux e 300 lux para o acervo corrente, e até 500 lux para as pessoas. Para a medição desses níveis de luz, utiliza-se de um equipamento denominado de luxímetro. Filtros ou películas, cortinas, persianas devem ser utilizados nas janelas para evitar que a luz do sol incida sobre o acervo. As lâmpadas fluorescentes também devem ser protegidas por películas (OREGON 2001, apud LOSS, 2009, p. 38).
38
Entende-se então que fatores de iluminação interferem na rotina da
biblioteca, e que a mesma deve planejar com muito esmero o fator
“iluminação”, tendo em vista que um dos objetivos da biblioteca universitária é
oferecer um ótimo espaço para o desenvolvimento intelectual. Além disso, é
necessário considerar que os diferentes espaços de uma biblioteca e as
diferentes atividades desenvolvidas requerem iluminação diferenciada.
3.2.4 Outros Fatores
Além dos condicionantes ambientais citados, existem outros fatores a
serem considerados na analise ergonômica de um ambiente. Nesta pesquisa,
como dito anteriormente, o foco será nos condicionantes de iluminação,
temperatura e ruído, porém vale ressaltar aqui informações breves sobre
mobiliário, sinalização e segurança, que também são importantes no contexto
deste trabalho.
a) Mobiliário
Na biblioteca, o mobiliário deve atender certos padrões, de modo que
possa respeitar a postura corporal das pessoas, e promover mobilidade,
variabilidade e conforto para seus usuários. A escolha do mobiliário deve
objetivar também o impedimento de futuros problemas relacionados à saúde.
Ainda sobre escolha de mobiliário, Costa (2011[?], p.9, grifo do autor) aborda
que:
A escolha do mobiliário deve ser pautada pelos seguintes
critérios: qualidade (da matéria prima e do acabamento),
funcionalidade (adequada ao uso), estética, flexibilidade e
modularidade (que possam ser juntados ou separados),
ergonomia, praticidade de manutenção e durabilidade.
O material deve atender as necessidades daqueles que os usam, e
apresentar conforto e estabilidade, para não existir nenhum incômodo nos
usuários, mesmo sabendo que tal afirmação é subjetiva, partindo da idéia que
39
as pessoas apresentam estruturas corporais e pensamentos diferentes em
relação ao mobiliário.
A literatura indica que as estantes sejam preferencialmente de metal,
para evitar a proliferação de insetos e por serem mais resistentes; com
prateleiras medindo “95 cm de comprimento; 25 cm de profundidade e 2,5 cm
de espessura. Quanto à altura entre uma prateleira e outra, o padrão é acima
de 25 cm e abaixo de 35 cm, dependendo do tipo de livro.” (COSTA, 2011[?],
p.11). Sobre a capacidade, a autora define:
Em geral ocupamos 75% da capacidade de uma prateleira o que representa em média 25 livros. Considerando 33 livros (uma prateleira cheia), pesando cada um 1000gr, cada prateleira terá um peso de 33 kg. Assim, uma estante de aço com 2 m de altura, 95 cm de largura e 25 cm de profundidade, com livros, pesa em média 680 kg. (COSTA, 2011[?], p.12, grifo do autor).
Orienta-se que as mesas e cadeiras corroborem as normas
ergonômicas, e proporcionem conforto. As mesas devem ser espalhadas, com
tanto que o ambiente respeite as instruções de condicionamento ambiental,
comentadas anteriormente.
Existem tipos de mesas e cadeiras adequadas para cada situação
específica, como exemplo, as mesas menores, para a sala de estudos
individual, e mesas arredondadas e maiores, para serem colocadas no setor de
circulação ou na sala de estudo em grupo. Costa (2011[?]) comenta:
Considerando o padrão de altura de 1,70 m (adultos), as mesas e cadeiras podem ter as seguintes medidas: mesa individual = 71 cm de altura; 75/90 cm de largura e 60/90 cm de profundidade; mesa coletiva retangular = 060 cm de largura mesa coletiva redonda = 1,20 cm de diâmetro cadeiras = 45 cm de altura; 60/70 cm de largura e 70/75 cm de profundidade (COSTA, 2011[?], p.13).
É recomendável nas cadeiras um suporte lombar móvel, com estofados
não tão duros, porém nem tão macios, com preferência de poliéster, podendo
apresentar braços reguláveis assim como sua altura. Para os computadores, é
40
mais viável a não instalação próximo a aparelhos de ar condicionado e em
áreas que apanham sol o dia inteiro. (MINUZZO, 2004). Dessa forma, torna o
mobiliário mais flexível e acessível a todos.
b) Sinalização
A explanação sobre sinalização no ambiente de biblioteca universitária
também é relevante no contexto desta pesquisa, visto que toda unidade de
informação deve ter um bom sistema de sinalização, tanto informacional, no
que se refere à localização de obras no acervo; como na sinalização geral do
espaço, norteando avisos e informações a respeito de direcionamento. Sobre
sinalização, Ribeiro (2006, p. 25) afirma que:
Os sinais de um sistema de sinalização podem ser divididos em quatro categorias: direcionais (conduzem para destinos específicos por meio de setas); de identificação (indicam o nome de um destino); instrucionais (indicam procedimentos adequados para a utilização mais eficiente e eficaz de determinado local) e; informacionais (deixam a par da disponibilidade dos recursos e serviços do local e sobre suas condições especiais e/ou restrições de uso).
É importante para o usuário a otimização do tempo em que ele procura
livros, revistas, setores ou qualquer tipo de produto e serviço na biblioteca.
Desta forma ele poupa seu tempo, e passa a ter um período maior para
atividades mais importantes dentro da biblioteca.
Hermann (2004) aponta que um bom sistema de sinalização para
biblioteca deve estar atento ao zelo nas informações com clareza e bem
objetivas, com pictogramas e símbolos de fácil interpretação. É agregada a
essa informação a idéia de que o usuário possa ter conhecimento do sistema,
para que o mesmo possa saber usá-lo da forma mais correta possível,
permitindo maior autonomia dele na unidade de informação, e possibilitando
maior dinamização dos usuários com o ambiente da biblioteca.
41
c) Segurança
Em todo ambiente de biblioteca, deve-se instituir ações preventivas, e de
preferência inserir em seu planejamento estratégico anual, conteúdo
informacional com essa finalidade. A segurança se aplica a riscos contra
quedas e acidentes com estantes ou outro mobiliário, risco de incêndio,
inundações, furtos entre outros. Vassão (2005) adverte que numa boa
prevenção contra inundações devem ser notados alguns cuidados importantes
como a impermeabilização e drenagem prévia das estruturas da biblioteca
abaixo do nível do solo; identificar as válvulas de fechamento de água, e
recomendar aos funcionários suas localizações, para desligamento em caso de
emergência; além de evitar que as tubulações de água passem sobre o acervo.
Em estudo recente, Costa (2011[?]) aborda algumas questões sobre
segurança:
Quadro 1 – Ações preventivas de segurança
AÇÕES PREVENTIVAS DE SEGURANÇA
Impedir o consumo de alimentos no ambiente;
Manter o local sempre limpo;
Manter o acervo longe das áreas que possuam tubulações e outras fontes de água como banheiros, cozinhas ou equipamentos de controle de clima;
Observar alguns dispositivos para segurança pessoal e patrimonial, tais como: segurança eletrônica e circuito interno de TV e vigilância;
Monitorar as condições do ambiente examinando com freqüência alisares, peitoris e outras partes das estruturas de madeira, assim como o acervo e as prateleiras, para prevenir infestações e observar o estado de conservação;
Manter determinados materiais de consumo, como: luvas (de algodão, borracha ou couro), máscaras descartáveis (de algodão ou isopor), jalecos/aventais de algodão e “kit” de primeiros socorros;
Utilizar dispositivos de segurança (desumidificadores, extintores de incêndio, detectores de fumaça, alarmes etc.);
Observar necessidades de saídas de emergências; porta corta-fogo e de escadas de incêndio.
Fonte: Costa, 2011[?].
Toda a prevenção começa com o projeto arquitetônico. Desde a
prevenção de incêndios, onde Trinkley (2001)
recomenda medidas de
segurança, tais como: compartimentalizar a biblioteca com instalação de
42
paredes e portas corta-fogo; construir edifício resistente ao fogo ou à prova de
fogo; eliminar condições de correntes de ar verticais; instalar um bom sistema
de detecção de incêndio e boa sinalização; colocar extintores de incêndio bem
localizados e portas amplas para rota de fuga.
Problemas decorrentes de furtos devem ser pensados igualmente.
Sistemas de segurança eletrônica ajudam muito no combate a essa pratica.
Porém, ele só funciona bem quando há dedicação e presteza eficiente dos
funcionários, que devem observar bem os fatores que se relacionam com isso,
como a ativação do alarme, averiguar se usuários estão tentando retirar
etiquetas, etc.
A segurança dos usuários influencia na satisfação final. As pessoas se
sentem bem em lugares que ofereçam além do conforto físico, a segurança. A
importância de um layout seguro interfere positivamente na divisão dos setores,
os quais devem estar localizados estrategicamente, de modo a permitir maior
visualização do público e do acervo (setores de referência, circulação e
similares).
A inserção de um guarda-volumes, antes da entrada da biblioteca
favorece o controle dos objetos pessoais que adentram no espaço. Para
garantir o funcionamento destes preceitos, é imprescindível que os servidores
fiquem sempre atentos a todo comportamento dos usuários (TRINKLEY, 2001).
Percebe-se a importância do mobiliário, da sinalização e da segurança
no âmbito da biblioteca, e o quanto estes elementos interferem na vida do
usuário, de tal forma que não existindo planejamento voltado para esses
elementos, interferem negativamente na vida dos usuários, provocando até
mesmo desconforto. No próximo capítulo veremos os procedimentos
metodológicos utilizados para esta pesquisa.
43
4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A metodologia é um fator importante no trabalho, pois é necessário
escolher os procedimentos metodológicos adequados que serão aplicados no
alcance dos resultados. Neste capítulo, veremos o tipo de pesquisa, o universo
e a amostra, além dos procedimentos instrumentais e coleta de dados, que
serão baseados na pesquisa exploratória e descritiva, de caráter quanti-
qualitativa.
3.1 TIPO DA PESQUISA
A pesquisa é empírica, perante sua natureza é aplicada por gerar
conhecimentos para aplicação prática dirigida a problemas específicos que
envolve interesses locais. Sua abordagem será de ordem quanti- qualitativa,
que será utilizada para analisar de forma mais abrangente os resultados
obtidos pela pesquisa, para que pudessem apresentar dados reais e atuais
sobre a organização estudada (DENCKER, 2001).
Consiste numa pesquisa exploratória e descritiva, já que irá
proporcionar maior familiaridade com o tema tornando-o explícito e irá
descrever as características da Biblioteca Central Zila Mamede. Para Gil
(2007), as pesquisas exploratórias são desenvolvidas com o objetivo de
proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato. E
descritiva, pois tem como objetivo primordial a descrição das características de
determinada população ou fenômeno, ou o estabelecimento de relação entre
variáveis.
Nesta pesquisa utilizou-se também a pesquisa quantitativa, pois
segundo Ethos (2010), é apropriada para medir opiniões, atitudes e
preferências dos questionados. É utilizada quando se sabe exatamente o que
deve ser perguntado para atingir os objetivos da pesquisa, por meio de
questionários. Ela também possui aspectos qualitativos, pois foram
44
interpretadas de forma global e individualizada as respostas obtidas,
analisando os condicionantes ambientais, da BCZM.
Os procedimentos metodológicos adotados incluem pesquisa
bibliográfica e de campo. A pesquisa bibliográfica envolve o levantamento
bibliográfico de livros, periódicos, estudos de casos e artigos científicos. De
acordo com Lakatos (2007), a pesquisa bibliográfica implica em um apanhado
geral sobre o tema da pesquisa fornecendo dados atuais para embasar o
referencial teórico. Já a pesquisa de campo consistiu na aplicação de
questionários in loco e na realização de um estudo empírico detalhado com a
medição dos condicionantes ambientais – térmico, acústico e lumínico - da
Biblioteca Central Zila Mamede - UFRN.
O estudo realizado caracteriza-se também como um estudo de caso,
pois se delimita a estudar uma única instituição, consistindo em um estudo
profundo e exaustivo do objeto, permitindo o detalhamento do conhecimento,
de acordo com o exposto por GIL (2002).
3.2 UNIVERSO E AMOSTRA
A pesquisa foi realizada na Biblioteca Central Zila Mamede – UFRN. O
universo foi formado pelos usuários da referida biblioteca. A amostragem da
pesquisa foi não probabilística por acessibilidade, analisando os aspectos
condicionantes do ambiente da BCZM relacionando as características
referentes à temperatura, acústica e luminosidade do ambiente. Optou-se em
estudar os aspectos citados diante das condições ambientais tão questionadas
por amigos e colegas ao se sentirem incomodados com o barulho produzido
dentro da biblioteca, além do calor, mais precisamente no prédio antigo.
Durante a pesquisa foram constatadas reclamações na ouvidoria da biblioteca
a este respeito.
Para atender aos objetivos da pesquisa optou-se em estudar a
comunidade universitária e os gestores envolvidos com a instituição analisada,
pois estes configuram-se o público alvo a ser atingido, devendo ser fornecido
45
aos mesmo a excelência na prestação de serviço e qualidade tanto do acervo
quanto no espaço físico.
Compreende-se numa amostra aleatória simples. Diante da população
de aproximadamente dois mil usuários diários da Biblioteca (BCZM, 2012),
optou-se por entrevistar apenas nos setores de circulação (prédio antigo e
anexo) e de coleções especiais do prédio antigo. Foram aplicados 30 (trinta)
questionários com os usuários, tendo em vista a falta de disponibilidade dos
mesmos e do ambiente não ser propicio a tal atividade.
3.2.1 Biblioteca Central Zila Mamede
A Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM) teve como o ano de 1959 a
sua fundação, quando o então Serviço Central de Bibliotecas (SCB)
coordenava as atividades técnicas e administrativas das Bibliotecas das
Faculdades Isoladas. Em 1985, a poetisa e bibliotecária Zila Mamede, primeira
diretora da Biblioteca Central, receberam uma homenagem póstuma por ter
sido idealizadora e organizadora do Sistema de Bibliotecas
Resolução120/CONSUNI de 09 de dezembro de 1985) e também por seu
admirável conhecimento profissional. Na homenagem, a Biblioteca Central foi
nomeada passando a se chamar Biblioteca Central Zila Mamede (BCZM).
A BCZM é uma unidade suplementar que vinculada à Reitoria, sendo
inteiramente subordinada ao reitor. É considerada como um órgão central
executivo, com responsabilidades de: a administração, o planejamento, a
coordenação e a fiscalização do leque de atividades que compõem o Sistema
de Bibliotecas – SISBI da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN). O SISBI tem mais de 53 anos de serviços prestados.
A missão da BCZM é fornecer aos seus usuários suporte informacional
nos mais variados suportes, a fim de atender as atividades de ensino, pesquisa
e extensão da UFRN. Ela possui em sua estrutura física, uma área de 4.937,32
m², videoteca com 30 lugares, auditório com capacidade de 140 lugares, hall
para exposições, sala de autores norte-rio-grandense, sala de máquinas
leitoras, copiadoras e de multimeios, uma sala climatizada de estudo individual
46
com 36 cabines, seis salas para estudo em grupos, cantina e jardins internos.
(EUGÊNIO, 2011).
A Biblioteca Central Zila Mamede inaugurou no ano de 2010 um prédio
anexo, denominado “Anexo da BCZM”, como parte de seu projeto de
ampliação. O novo edifício tem área física igual a 3.587,97 m², totalmente
climatizada, com mini auditório com 50 lugares, hall para Exposições, a sala de
obras raras que foi transferida para o anexo, laboratório de Informática com 20
máquinas, laboratório de acessibilidade, ambiente com 89 cabines para estudo
individual, mesas para estudo em grupo com 75 lugares, junto ao acervo,
quatro tótens para acesso ao catálogo on-line. (BCZM, 2012).
A BCZM possui um acervo com mais de 300 mil exemplares, de todas
as áreas do conhecimento que abrange os cursos da UFRN. Apresenta um
fluxo de empréstimos e renovações em torno de 25 mil por mês, entretanto,
esse quantitativo cai para o patamar dos oito mil nos períodos de recesso.
Os serviços oferecidos pela biblioteca são: consulta local, empréstimo
domiciliar, empréstimo entre bibliotecas, comutação bibliográfica, orientação
bibliográfica, pesquisa bibliográfica, levantamento bibliográfico, normalização
dos documentos, catalogação na fonte, ISBN, ISSN, direitos autorais, visitas
programadas, acesso a internet, reprografias de documentos, reserva de
espaço para evento. As principais atividades realizadas pelos usuários são
empréstimo e devolução de livros, consulta de exemplares e estudos
individuais.
A biblioteca é constituída por um corpo de profissionais bibliotecários,
totalizando 29, e seu quadro de servidores é complementado por mais 22
assistentes administrativos, quatro auxiliares administrativos, e cinco de outros
técnicos. A instituição consta ainda com funcionários terceirizados divididos
entre: um almoxarife, dois auxiliares operacionais, 10 auxiliares de serviços
gerais, copeira, um jardineiro, dois porteiros, tres recepcionistas, e quatro
seguranças/vigilantes. Listam-se também 77 bolsistas de apoio técnico,
estudantes da UFRN que exercem funções de apoio nas atividades da
instituição.
47
3.2.2 Sujeitos
Os sujeitos desta pesquisa foram os usuários da Biblioteca Central Zila
Mamede, os quais foram indagados a responderem um questionário a respeito
dos condicionantes ambientais estudados neste trabalho, objetivando apurar
dados relevantes do nível de satisfação deles no ambiente da BCZM.
Os sujeitos desta pesquisa foram à diretora da BCZM e os usuários da
mesma, os quais foram solicitados a responderem as perguntas a respeito dos
condicionantes ambientais estudados neste trabalho, objetivando apurar dados
relevantes do nível de satisfação deles.
A diretora da BCZM é Bibliotecária Documentalista e especialista em
Gestão da Qualidade. Ela é Diretora da Biblioteca Central Zila Mamede há
mais de dois anos.
No que se refere aos usuários, constatado que 60% dos sujeitos são do
gênero (sexo) feminino. Em relação à faixa etária, 70% têm idade entre 20 e 29
anos; 10% têm idade até 20 anos; 7% apresentam idade entre 30 e 39 anos; o
mesmo vale para os que têm 50 anos ou mais; os outros 6% representam o
quantitativo dos que tem idade entre 40 e 49 anos. Sobre a
formação/vinculação dos informantes, consta que 73% são de alunos da
UFRN; 10% são de ex-alunos da referida instituição de ensino; 7% são de
professores da UFRN, e outros 7% de servidores desta universidade; outros
3% representa o quantitativo dos que nunca tiveram vinculo algum com a
UFRN. As opções de ex-aluno e ex-professor teve 0% de sujeitos.
A identificação dos usuários é fator preponderante nas pesquisas, tendo
em vista que tal assimilação contribui para um maior conhecimento dos sujeitos
de uma pesquisa, no nosso caso, a maioria dos sujeitos são mulheres, alunos
(as) da UFRN, entre 20 e 29 anos. Isso mostra o que as pesquisas vem
apontando, que cada vez mais as mulheres estão ocupando espaço, não
somente no mercado de trabalho, como também no universo acadêmico de
forma geral. A faixa etária predominante aponta para a constatação que se
percebe diariamente nos corredores da instituição de ensino, de que os jovens
são a grande maioria entre os acadêmicos na UFRN.
48
3.3 PROCEDIMENTOS INSTRUMENTAIS E COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi realizada através de três procedimentos distintos:
a) aplicação de questionários a uma amostra de usuários; b) uma entrevista
com a diretora da Instituição; e c) um estudo empírico de medições dos
condicionantes ambientais na instituição. Os dois primeiros procedimentos
ocorreram, respectivamente, nos dias 29 e 30 de novembro de 2012, enquanto
o estudo empírico foi realizado no dia 05 de dezembro também do corrente
ano, todos realizados pelo pesquisador.
O questionário foi aplicado à comunidade de usuários, entre as
09h30min e 10h30min da manhã, em decorrência da disponibilidade de horário
do responsável pela aplicação do questionário. A entrevista com a gestora da
BCZM foi realizada às 17h30min, na sala da própria diretora, atendendo a
conveniência da mesma.
O questionário destinado aos usuários (APÊNDICE A) foi estruturado
com perguntas fechadas, totalizando 19 indagações, enquanto o roteiro da
entrevista (APÊNDICE B) realizada com a gestora da biblioteca constou de 22
perguntas abertas e fechadas, separadas por tópicos específicos, relacionados
aos condicionantes pesquisados nesta monografia.
Ambos instrumentos de coleta de dados foram baseados nas propostas
de Ribeiro (2006), Loss (2009) e Vasconcelos et al. (2009). Em ambos os
casos, as indagações foram referentes a temperatura, umidade, ventilação,
acústica e luminosidade em bibliotecas, além de outros fatores, como
mobiliário, sinalização e segurança.
Nesta pesquisa foi usada também, como instrumento, uma avaliação
empírica de medições dos condicionantes ambientais estudados nesta
monografia. Esse estudo foi realizado no dia 06 de dezembro de 2012, entre as
14h30min e 15h30min do corrente dia, nos Setores de Coleções Especiais e
Circulação, onde estão localizadas mesas para os usuários transcreverem seus
estudos e pesquisas. Foi escolhido esse horário, por se acreditar que o
49
ambiente estaria mais “quente”, estado de ambiente que mais incomoda os
usuários, e se teria um patamar de valores mais significativos. Foram extraídos
três valores medidos em três pontos distintos dentro de um mesmo ambiente,
para se ter uma média sobre a referida unidade. Foram feitas duas medições
em cada prédio, antigo e anexo.
Para as medições sobre conforto térmico foram medidas as unidades de
temperatura em grau Celsius (ºC), ventilação em metros por segundo (m/s) e
umidade, que é expressa em porcentagem (%); para medição de conforto
acústico foi medido o ruído em dB(A)e para conforto lumínico foi medida a
luminosidade no ambiente, em lux.
Para as medições das unidades relacionadas a conforto térmico foi
utilizado o Termo-Higro-Anemômetro Digital Pórtatil-Modelo Thar-185 da
Instrutherm.
Fonte: Autoria própria.
Na medição de ruído foi usado o Decibelímetro - Medidor de Nível de
Pressão Sonora-Modelo Dec-460 da Instrutherm, e na medição da
luminosidade usou-se o Luxímetro Digital Lux Meter - Modelo Itld 260 da
Instrutemp - Mini Medidor de Luz.
Figura 1 – Termo-Higro-Anemômetro
50
Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.
Vale lembrar que tais procedimentos não foram baseados em outros
modelos mais específicos, e que o objetivo dessa medição é de obter dados
objetivos das presentes unidades, a fim de constatar se os dados obtidos
conferem com os valores ideais, descritos na literatura base.
Com a realização desses levantamentos, buscava-se dispor de dados
suficientes para analisar os condicionantes ambientais da BCZM, observando
os aspectos lumínicos, acústicos e de temperatura.
Os dados foram tabulados no programa Microsoft Office Excel 2007, na
forma de gráficos e analisados a fim de obter as informações necessárias para
a pesquisa.
Figura 3 - Luxímetro Figura 2 - Decibelímetro
51
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: EXISTE CONFORTO
AMBIENTAL NA BCZM?
Neste capítulo serão discorridos os dados obtidos durante a pesquisa, a
fim de detectar se existem condições de conforto no ambiente da BCZM.
Assim, o capítulo será dividido entre: Percepção dos usuários, onde serão
analisados os resultados dos questionários aplicados aos usuários da
biblioteca; Percepção da direção da BCZM, para se ter visão crítica da própria
direção da instituição a respeito de conforto no ambiente da biblioteca; e por
fim, teremos os Resultados da avaliação empírica dos condicionantes
ambientais, no intuito de obter dados objetivos dos condicionantes ambientais,
a fim de comparar com os valores ideais, para saber se existe o conforto
ambiental na BCZM.
5.1 PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS
Na sequência iremos analisar os dados coletados sobre os
condicionantes. Estes serão vistos por categorias de condicionantes. Nesse
caso, veremos um comparativo entre os dois prédios, antigo e anexo (novo), e
consequentemente os dados de todo prédio da BCZM.
Sobre conforto térmico, os gráficos de 1 a 12 objetivam analisar como
os sujeitos interagem com as variantes de temperatura, umidade e ventilação
do ambiente da biblioteca.
Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.
Gráfico 1 - Como você sente a
temperatura – Prédio Antigo
Gráfico 2 - Como você sente a
temperatura – Prédio Anexo
Fonte: Autoria própria.
52
Percebe-se a grande diferença entre os dois ambientes, no que diz
respeito à temperatura, pois, segundo os usuários da BCZM, quase 50%
respondeu que o ambiente no prédio antigo é quente. Vale ressaltar que outros
20% o consideram muito quente. Por outro lado, no ambiente do prédio anexo,
60% consideram o ambiente fresco. Outros 27% consideram o ambiente frio.
Tudo isso é reflexo da grande disparidade em se ter um ambiente climatizado,
anexo, e o outro não climatizado, o prédio antigo.
Fonte: Autoria própria.
Quando juntamos os dados dos dois prédios, nos deparamos que 40%
dos informantes consideram o ambiente da BCZM, num todo, como fresco. O
presente questionário foi aplicado no horário matutino, o que pode ter
influenciado os sujeitos, já que nesse horário existe um clima melhor, de forma
geral.
O detalhe é o percentual de 27% dos que consideram a BCZM como
um ambiente quente, e outros 10% que consideram muito quente, reflexo da
falta de climatização no prédio antigo citado anteriormente.
Gráfico 3 - Como você sente a temperatura – BCZM
53
Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.
Sobre ventilação, os informantes foram categóricos em afirmar que tanto
no prédio antigo, como no novo, o anexo, existe pouca ventilação. São 53%
que consideram essa resposta no prédio antigo, e 73% no prédio anexo,
mesmo o ambiente apresentando um clima mais aprazível.
O que também chama atenção é a porcentagem de 0% para a resposta
“muito ventilado”, valor atribuído para os dois prédios.
Fonte: Autoria própria.
Gráfico 4 - Como você sente a ventilação - Prédio Antigo
Gráfico 5 - Como você sente a ventilação - Prédio Anexo
Gráfico 6 - Como você sente a ventilação - BCZM
54
Tendo em vista os percentuais nos gráficos isolados dos prédios,
confirma-se que os usuários da BCZM estão insatisfeitos com a ventilação, ao
considerar a biblioteca como pouco ventilada, no valor de 64%, ou seja, mais
da metade das pessoas indagadas por esta pesquisa. Verifica-se que 23%
consideram ventilado o ambiente da BCZM, outros 13% afirmam que a BCZM
não tem ventilação. Existem aparelhos ventiladores espalhados no prédio
antigo, e janelas próximas a áreas de estudo, porém ainda não é uma
“estrutura” eficaz para atender a comunidade de usuários.
Na pesquisa, os informantes foram indagados sobre a qualidade do ar
nos ambientes, antigo e anexo, e o resultado nos mostrou que 47% acham
desagradável o ambiente do prédio antigo, culminando com 53% que creem
que seja agradável. No prédio anexo, a diferença ainda é maior, com 80% dos
sujeitos afirmando ter um ambiente agradável. Reflexo desse percentual é a
climatização que existe no novo prédio. No geral 67% afirmam que a BCZM,
num todo, apresenta um ambiente agradável. Por mais que os usuários da
biblioteca afirmem que estão insatisfeitos com a ventilação, consideram mesmo
assim a BCZM como um ambiente agradável.
Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.
Os gráficos acima apresentam a constatação de que os usuários da
BCZM divergem sobre a sensação térmica nos dois prédios. Se por um lado,
67% consideram que o ambiente no prédio antigo deveria estar um pouco mais
Gráfico 8 - Como você gostaria que o ambiente estivesse – Prédio Anexo
Gráfico 7 - Como você gostaria que o ambiente estivesse – Prédio Antigo
55
frio no momento da pesquisa, no prédio anexo, 67% não mudaria em nada, o
que nos leva a crer que a climatização no prédio anexo faz total diferença, na
visão dos informantes.
Fonte: Autoria própria.
Quando analisamos a BCZM no geral, nota-se que 50% dos sujeitos
consideram que não mudaria nada o ambiente naquele momento em relação a
sensação térmica, e quase o mesmo valor, de 47%, gostaria que estivesse um
pouco mais frio. O questionário foi aplicado também a usuários que estavam
próximos a ventiladores e as janelas no prédio antigo, o que pode ter
influenciado na resposta, e levantado o percentual dos que não mudariam.
Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.
Gráfico 9 - Como você gostaria que o ambiente estivesse – BCZM
Gráfico 11 - O que deveria melhorar – Prédio Anexo
Gráfico 10 - O que deveria melhorar – Prédio Antigo
56
Quando indagados sobre o que seria necessário melhorar, fica claro que
os sujeitos apontam principalmente a ventilação, com 73% no prédio antigo, e
40% no prédio anexo.
Em segundo lugar, vem à temperatura com 13% no prédio antigo e 20%
no prédio anexo. Detalhe para a grande porcentagem de 73%, no prédio
antigo, o que já podemos constatar que seja a principal queixa entre os
usuários: a falta de ventilação.
Fonte: Autoria própria.
Como foi antecipado, a ventilação apresenta 56% de indicação como
principal ponto a ser melhorado no tocante as condições de conforto térmico.
Existindo uma maior ventilação no ambiente, o torna mais agradável e,
portanto, mais propício ao desenvolvimento de estudos e pesquisas por parte
dos usuários.
Já em relação ao conforto lumínico, que serão analisadas as
condições de iluminação na BCZM, objetiva-se interpretar as respostas dos
sujeitos frente ao questionário aplicado, frente aos gráficos de 13 a 15.
Gráfico 12 - O que deveria melhorar – BCZM
57
Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.
Segundo os sujeitos desta pesquisa, o nível de iluminação natural do
prédio antigo é considerado bom, com 60% das respostas, e de iluminação
artificial também considerado bom, com 67%. Em segundo lugar, vem a opção
“ótimo”, com 27% em iluminação natural, e 20% com a artificial. Constata-se
então uma satisfação por parte dos usuários sobre os níveis de iluminação no
prédio antigo. Entretanto, no prédio anexo os resultados já são um pouco
diferentes. A maioria, 40%, considera a iluminação natural regular, e a
iluminação artificial em comparação com o prédio antigo, ficou com um
percentual menor, com 46%, ainda assim representa a opinião da maioria.
Observa-se que houve maior crítica sobre o prédio anexo, mesmo o
ambiente apresentando paredes de vidro, o que fornece incidência de luz ainda
maior, porém é provável que a iluminação esteja sendo em excesso,
provocando desconforto nos usuários.
Gráfico 13 - Avaliação da iluminação – Natural e Artificial - Prédio Antigo
Gráfico 14 - Avaliação da iluminação –Natural e Artificial - Prédio Anexo
58
Fonte: Autoria própria.
Quando juntamos os dados dos prédios antigo e anexo, verificamos que
a resposta “bom” predomina tanto no gráfico sobre iluminação natural, 44% do
total, como no gráfico sobre iluminação artificial, com 57%. A resposta “ótimo”
veio em seguida com 23% na iluminação natural (o mesmo valendo para a
resposta “regular), e 20% na indagação sobre iluminação artificial. De fato,
como dito anteriormente, a iluminação na BCZM, é avaliada positivamente pela
grande maioria dos usuários.
Os sujeitos também foram questionados se a iluminação é fator
preponderante para o desempenho de seus estudos, e 83% deles
responderam que sim, com os outros 17% contestando que não.
As variações sobre conforto acústico apresentará as condições
acústicas neste quesito, a fim de verificar a opinião dos sujeitos, mostrados nos
gráficos de 16 a 18.
Gráfico 15 - Avaliação da iluminação natural e artificial - BCZM
59
Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.
Os gráficos acima apontam que 60% dos sujeitos apontam que o nível
de ruído interno é considerado pouco barulhento no prédio antigo, 54% tem a
mesma opinião para o prédio anexo, mais da metade do total.
Em relação ao nível de ruído externo os números também são bastante
expressivos, pois 73% afirmam que o ruído externo no prédio antigo é pouco
barulhento, e no prédio anexo 53% do total afirmam que o ambiente é
silencioso.
Por ser um ambiente fechado, a interação do prédio anexo com ruídos
externos se torna difícil, o que deve ter influenciado nas respostas sobre essa
indagação.
Gráfico 17 - Nível de ruído – Prédio Anexo
Gráfico 16 - Nível de ruído – Prédio Antigo
60
Fonte: Autoria própria.
Percebe-se no gráfico acima que mais da metade dos sujeitos, 57%
consideram a BCZM como pouco barulhenta, em relação a ruído interno.
Ruídos esses causados por conversas paralelas entre usuários ou
funcionários, por decorrência do próprio trabalho, como uso de aparelhos
eletrônicos, computadores, carrinho dos livros do setor de circulação, etc.
Sobre ruído externo, 54% consideraram como um ambiente pouco barulhento.
Esses ruídos geralmente são causados pelo transito que existe nas
proximidades, construção, etc.
Os informantes também foram indagados se existe alguma interferência
dos responsáveis da biblioteca para a manutenção do silêncio, e houve uma
expressiva resposta, com 70% afirmando que não existe nenhum tipo de
interferência desse tipo. Outros 30% afirmaram que sim, que existe influencia
de alguém da BCZM para manutenção do silêncio.
Existem ainda outros fatores, que também foram analisados,
relacionados a mobiliário, sinalização e segurança, porém não serão
prolongados por não serem objetos de estudo da pesquisa.
Para os participantes do questionário, o mobiliário é considerado
confortável por 70% deles, porém 30% afirmaram que o mobiliário não
Gráfico 18 - Nível de ruído – interno e externo - BCZM
61
apresenta conforto. O bom mobiliário é importante para a eficácia do conforto
para usuários na biblioteca. Quanto à sinalização, 63% afirmam que a
sinalização da BCZM satisfaz as necessidades que eles têm, enquanto 37%
não se satisfazem com a sinalização de acordo com suas necessidades.
Em relação à segurança da BCZM, no tocante a prevenção de sinistros
entre outras circunstancias em casos de urgência, 50% dos sujeitos
consideram boa, 27% afirmam ser ótima, 13% regular, 7% asseguram ser ruim
e 3% péssimo. Tais aspectos foram indagados neste questionário para
complementar o sentido geral da pesquisa, porém tais assuntos não serão
aprofundados.
5.2 PERCEPÇÃO DA DIREÇÃO DA BCZM
No intuito de conhecer a visão da direção da instituição em relação aos
condicionantes ambientais estudados nesta pesquisa (térmico, lumínico e
acústico), foi feita uma entrevista com a diretora da BCZM.
Em relação ao condicionamento térmico, a primeira pergunta foi sobre
a existência de algum estudo sobre condições ideais de condicionamento
térmico, envolvendo temperatura, umidade e ventilação na BCZM, e segundo a
gestora existe sim esse estudo, que regularmente é feito através do
Departamento de Apoio e de Infra-Estrutura da UFRN.
Ao consultar este documento, pôde-se perceber, porém, que o mesmo
não é tão específico a essas características. É voltado para a intervenção local,
como substituição de aparelhos ar-condicionado, ou algo do gênero.
Na segunda indagação, a gestora foi questionada se tal estudo
contempla a percepção dos usuários, na ocasião foi respondido que sim, com
ressalvas, pois se aplica apenas as salas de estudo em grupo e individual de
estudo. Em perguntas fechadas (se “agradável” ou “desagradável”) sobre o
clima geral nos dois ambientes da BCZM, antigo e anexo, foi respondido que o
prédio antigo é desagradável e o novo agradável.
62
Fonte: Autoria própria.
Quando perguntada por que não existe climatização no prédio antigo, a
diretora foi solicita em afirmar que o prédio não é apropriado para tal finalidade,
e citou, por exemplo, as paredes de combogós, fixados na parte superior,
próxima à laje. A abertura desse tipo de parede acaba interferindo numa
climatização com condicionadores de ar, onde esses últimos só são instalados
em ambientes fechados, onde não existe entrada de ar permanente. Ela ainda
afirmou que sobre esse assunto, houve um planejamento de condicionamento
ambiental térmico no prédio anexo, no que melhorou integralmente problemas
sobre climatização. Já no prédio antigo, tenta-se minimizar com ventiladores
espalhados no espaço.
Figura 4 - Ambiente da BCZM - Prédio Antigo
Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.
Figura 5 - Climatização – Prédio Antigo
Figura 6 - Climatização - Prédio Anexo
63
A gestora relatou que já houve queixas feitas por usuários sobre
climatização da biblioteca na ouvidoria da UFRN. Os problemas térmicos no
prédio antigo serão minimizados com a reforma que já esta em fase de
execução, porém não há prazo certo de termino.
Nos questionamentos sobre condicionamento lumínico, a diretora
informou que acredita que o Departamento de Apoio e de Infraestrutura da
UFRN tenha um estudo sobre condições ideais de iluminação na BCZM, porém
não tem certeza. A afirmação sem certeza se deve ao fato que tal estudo é
aplicado aos servidores, e que segundo a informante, quando o foco são os
usuários tem que ser diferente, porém não definiu como.
Para ela a avaliação da iluminação natural do ambiente antigo é ruim, e
a iluminação artificial é regular, pois a estrutura antiga das instalações
compromete a luminosidade no ambiente, segundo ela. É interessante
contrastar a percepção da diretora com a dos usuários, pois segundo estes a
iluminação no ambiente antigo é considerada boa.
Fonte: Autoria própria.
No ambiente novo, o anexo, a Diretora relata que considera os dois tipos
de iluminação, natural e artificial, como boa. Porém, ela faz ressalvas que em
determinados momentos do dia existe excessos da incidência de luz no
ambiente, proveniente das paredes de vidro, e que pretende colocar películas
Figura 7 - Iluminação artificial - Prédio Antigo
64
para minimizar esse problema, entretanto tal ação ainda esta sendo estudada.
A gestora da BCZM foi indagada se a iluminação é fator preponderante para o
desempenho de estudos, pesquisas entre outras atividades na biblioteca, e a
resposta foi positiva.
Embora não existisse ainda, até o dia da entrevista, reclamações formais
sobre iluminação, implicando na constatação que a BCZM de forma geral,
apresenta uma boa iluminação, como foi confirmado pelos usuários nos
questionários. Por fim, a diretora afirma que a parte antiga deve ser melhorada,
e isso ocorrerá com a reforma já começada, por circunstancias de
redimensionamento para modificações dos espaços.
Sobre o condicionamento acústico, a gestora informou que
desconhece sobre qualquer estudo sobre condições ideais de acústica na
BCZM, porém, ela afirma que já houve algumas reclamações sobre o barulho
na biblioteca, principalmente em relação às conversas paralelas dos usuários.
Para a gestora, falta uma campanha educativa mais efetiva para a preservação
do silêncio. Na BCZM já existe essa meta estabelecida no planejamento da
Fonte: Autoria própria. Fonte: Autoria própria.
Figura 8 - Iluminação natural - Prédio Anexo
Figura 9 - Iluminação artificial - Prédio Anexo
65
instituição, porem ainda não foi aplicado. A diretora ainda avigora que na
disciplina de Metodologia do Trabalho Científico, muitas vezes lecionada em
outros cursos por professores do Departamento de Ciência da Informação,
poderia ser reforçada a ideia do “silêncio na biblioteca”, para que todos possam
usar a referida unidade de informação com maior aplicabilidade, e desenvolver
seus estudos em ambiente calmo, tranquilo, sem ruídos que atrapalhem.
Em relação ao nível de ruído interno da BCZM, a diretora qualifica como
barulhento, e o nível de ruído externo é classificado como pouco barulhento.
Na época da construção do prédio anexo existia uma inconveniência pontual, e
reclamações aconteciam pelo barulho produzido. Na visão da diretora, os
bibliotecários da instituição fazem abordagens constantes nos setores onde os
usuários produzem seus estudos, para a manutenção do silêncio. Por fim, a
diretora assegura que para melhorar a acústica da BCZM, faz-se necessário
uma maior campanha de conscientização e medidas educacionais com os
usuários para propagação do silêncio na biblioteca. Os próprios usuários
afirmam que a biblioteca apresenta esse problema, ao relatar que a BCZM é
pouco barulhenta,e termos de ruídos internos.
Tendo em vista os outros fatores que foram também questionados, a
gestora foi indagada sobre a existência de algum estudo sobre mobiliário na
BCZM, e se contempla a percepção dos usuários, a gestora informou que
existe sim, mas nada específico que a biblioteca estabelece, ou seja estudado
pela mesma. A entrevistada relatou que existiam reclamações a respeito de
desconforto do mobiliário quando havia outras cadeiras disponíveis para os
usuários, e depois da troca dessas, não houve mais reclamações. De fato, a
informação dada sobre a inexistência é pertinente, quando comparada aos
resultados dos questionários, que constata a aprovação dos usuários quando
ao mobiliário da biblioteca.
Na visão da diretora, a sinalização na BCZM é considerada insuficiente,
não satisfaz as necessidades dos usuários. Ela afirma que existe um estudo
sobre isso, elaborado pela própria BCZM, e melhorar este aspecto se insere
66
entre as metas para o ano de 2013. Os usuários, em sua maioria, pensam o
oposto. Afirmam que a sinalização satisfaz as suas necessidades.
Ela também afirmou que existe algum estudo sobre acessibilidade na
BCZM, que é voltada para usuários, e ainda reforçou falando que existe uma
equipe especializada, que trabalha com a CAENE para melhor atender os
usuários que necessitam de alguma especialidade.
Por fim, a diretora acrescentou que para existir conforto no ambiente da
biblioteca, é necessário uma pesquisa maior sobre insalubridade em
determinados ambientes, onde já foram detectadas doenças que surgiram em
alguns servidores, e segundo a equipe técnica da UFRN, que trata dessa
particularidade, não detectou insalubridade nas áreas decorrentes das
doenças.
5.3 RESULTADOS DA AVALIAÇÃO EMPÍRICA DOS CONDICIONANTES
AMBIENTAIS
Os dados expostos na Tabela 1 foram levantados no ambiente do 1º
andar, no setor de Coleções Especiais no prédio antigo. Percebe-se que a
temperatura está bem elevada para os valores ideais, tendo uma média de
29,5ºC, quando não poderia passar dos 24ºC. A ventilação teve uma variação
nula de 0,0 m/s. Para um ambiente que apresenta tal temperatura, seria
interessante haver uma ventilação efetiva.
A umidade relativa do ar girou em torno 61,5%. Não ultrapassou o valor
máximo de 80%, porém se houvesse maior ventilação no ambiente, a
qualidade do ar seria ainda melhor. O nível de ruído teve media de 55,3 dB(A),
passando do limite ideal de 45 dB(A). Isso se deve as conversas constantes
entre usuários, ao ventilador que estava no ambiente e ao trânsito de veículos
do lado de fora da biblioteca. Entretanto, a luminosidade obteve um grau
considerado bom de 468,7 lux, chegando bem próximo da margem média de
500 lux.
67
Tabela 1- Medição Empírica 1 - Prédio Antigo
AMBIENTE 1 - PRÉDIO ANTIGO
Valor 1 Valor 2 Valor 3 Média Ideal
Temperatura 29,1 29,7 29,7 29,5 de 20ºC à 24ºC
Ventilação 0 0 0 0,0 máx. de 0,75 m/s
Umidade 62,3 61,2 61,1 61,5 min. de 40%
Ruído 53 55 58 55,3 35 e 45 dB(A)
Luminosidade 435 499 472 468,7 média de 500 lux Fonte: Fonte: Autoria própria.
Para a constatação dos valores presentes na Tabela 2, o ambiente
térreo, no setor de circulação, do prédio antigo foi o local indicado para a
aplicação das medições empíricas. Constata-se que a temperatura obtém um
valor elevado de 29,1°C, passando do limite ideal. As unidades de ventilação e
umidade mantêm valores equilibrados, porém a ventilação poderia ser mais
efetiva, que melhoraria bastante o equilíbrio térmico. O ruído também obteve
valores elevados, como media de 53,6 dB(A), passando do nível imaginado. A
luminosidade manteve um bom nível, como no primeiro ambiente avaliado, e
ficou com média de 471 lux.
Tabela 2 - Medição Empírica 2 - Prédio Antigo
AMBIENTE 2 - PRÉDIO ANTIGO
Valor 1 Valor 2 Valor 3 Média Ideal
Temperatura 29,2 29,2 29 29,1 de 20ºC à 24ºC
Ventilação 0 0 0 0,0 máx. de 0,75 m/s
Umidade 64,7 63,5 64,8 64,3 min. de 40%
Ruído 55,5 52,2 53 53,6 35 e 45 dB(A)
Luminosidade 606 402 405 471,0 média de 500 lux Fonte: Autoria própria.
Para as medições que constam na Tabela 3, foi utilizado o ambiente do
1º andar no prédio anexo, próximo a escada de acesso. O valor médio da
temperatura foi de 24,5ºC, bem próximo do ideal, e ainda requer uma melhora,
embora não venha interferir tanto. A ventilação obteve média de 0,0 m/s. Neste
caso, por ser um ambiente fechado e climatizado, a ventilação fica difícil de
acontecer. A umidade teve media de 54,7%, bem menor em comparação com
68
as medias nos ambientes do prédio antigo, valor este bastante positivo. O nível
de ruído teve media de 56,9 dB(A), ainda mais elevado que no prédio antigo.
Provavelmente em decorrência do número maior de pessoas no ambiente, e
em conversas constantes. Quanto à luminosidade, a avaliação apontou que a
média é bastante positiva, obtendo 505 lux em média, um pouco maior que o
ideal.
Tabela 3 - Medição Empírica 3 - Prédio Anexo
AMBIENTE 1 - PRÉDIO ANEXO
Valor 1 Valor 2 Valor 3 Média ideal
Temperatura 24,6 25 23,8 24,5 de 20ºC à 24ºC
Ventilação 0 0 0 0,0 máx. de 0,75 m/s
Umidade 54,3 55,2 54,7 54,7 min. de 40%
Ruído 57,7 60,3 52,7 56,9 35 e 45 dB(A)
Luminosidade 723 422 370 505,0 média de 500 lux Fonte: Autoria própria.
A avaliação constante na Tabela 4 foi feita no 2º andar do prédio anexo,
e obteve os seguintes valores: a temperatura de 22,47ºC, dentro do limite ideal,
única média de temperatura que ficou dentro do limite ideal. A ventilação
obteve variação de 0,0 m/s. A umidade obteve uma boa média de 57%. O nível
de ruído teve media de 50,50 dB(A), acima do limite indicado. A luminosidade
obteve média de 904,3 lux, acima do recomendável, que é de de 750 lux. Isso
se deve ao fato desta avaliação ter sido feita nas mesas que ficam bem
próximas as paredes de vidro, onde a incidência de luz é maior.
Tabela 4 - Medição Empírica 4 - Prédio Anexo
AMBIENTE 2 - PRÉDIO ANEXO
Valor 1 Valor 2 Valor 3 Média ideal
Temperatura 22,5 22,4 22,5 22,47 de 20ºC à 24ºC
Ventilação 0 0 0 0,0 máx. de 0,75 m/s
Umidade 57,2 56,3 57,5 57 min. de 40%
Ruído 49,5 51,2 50,8 50,5 35 e 45 dB(A)
Luminosidade 900 923 890 904,3 média de 500 lux Fonte: Autoria própria.
69
Diante das percepções dos usuários e da direção e das medições feitas
no ambiente todo da biblioteca contata-se que não existe conforto térmico
desejado, tendo em vista que os níveis de temperatura variam muito entre os
ambientes, e principalmente no prédio antigo, onde não se consegue atingir o
limite de 24ºC, valor atribuído por Iida (2005), ao buscar uma zona de conforto
térmico apropriada aos padrões brasileiros. O autor determinou como ideal a
temperatura entre 20º e 24ºC, com umidade relativa de 40a, e ao mesmo
tempo, as diferenças de temperatura em um mesmo ambiente não devem ser
superiores a 4ºC. Nas comparações entre os ambientes do prédio antigo com o
prédio anexo, essa diferença passa dos 5ºC. Quando analisados em separado,
os prédios apresentam resultados diferentes. Enquanto o anexo obtém valores
próximos dos limites ideais, o antigo deixa a desejar em praticamente todas as
unidades medidas, mesmo existindo consentimento por parte dos usuários ao
considerarem o ambiente do prédio antigo como “agradável”, mas afirmam ao
mesmo tempo que o ambiente é quente e precisa de ventilação (Gráficos 1 e
4), opinião bem parecida compartilhada pela diretora da BCZM.
Sobre a acústica constata-se que não existe conforto acústico, tendo em
vista os altos níveis de ruído detectado na avaliação empírica que
acompanharia se os resultados estariam compatíveis com os índices
considerados aceitáveis pela NBR 10152 (ABNT, 2000), que estabelece índice
entre 35 e 45 dB(A) para bibliotecas, além disso, percebe-se que os usuários
avaliam, em quase todos os questionamentos, que a biblioteca é “pouco
barulhenta”, e o reconhecimento da direção da BCZM, em classificar a
biblioteca como “barulhenta”. Os níveis variam de 50,5 dB(A) a 56,9 dB(A)
acima do permitido. Percebe-se que grande parte do ruído produzido é
provocado pelos próprios usuários em conversas constantes, o que acaba
prejudicando o ambiente desejável para uma biblioteca, na qual se valoriza o
silêncio para o bom desenvolvimento de estudos científicos pelos próprios
usuários. A direção da BCZM sabe desse problema e admite que se fazem
necessárias maiores intervenções e campanhas para a valorização do
70
ambiente silencioso, e que inclusive tem como meta pra o ano de 2013,
medidas para a promoção do silêncio na BCZM.
Em relação à iluminação, percebe-se que existe sim conforto lumínico.
Por mais que a direção da BCZM reprove a iluminação em alguns momentos,
no prédio antigo, a avaliação nos dois prédios, feita pelos usuários é
extremamente positiva. E a constatação do estudo empírico que indica
variações entre 468,7 lux e 505 lux. Comparados a NBR 5413 (ABNT, 1992),
que estabelece valores de iluminância para bibliotecas, com valores de 300 a
750 lux, média de 500 lux para salas de leitura; e recinto das estantes, que
seriam os espaços reservados ao acervo, com valores de 200 à 500 lux, média
de 300 lux, os níveis estariam dentro dos padrões. Observou-se que foi obtido
um valor de 904,3 lux num dos ambientes, porém tem que haver uma
relevância, visto que este valor se deve á proximidade das paredes de vidro. A
BCZM já tem o entendimento desta situação, e pretende colocar películas para
determinadas áreas que tem excesso de incidência de luz.
Portanto, de acordo com os dados obtidos na revisão bibliográfica, nos
questionários e entrevista aplicados, e pelo estudo empírico de medições,
aponta-se que não existe conforto ambiental na Biblioteca Central Zila
Mamede, com ressalvas, visto que o conforto lumínico é positivo e demonstra
satisfação por parte dos usuários, e pelo conforto térmico no prédio anexo, que
obteve boa avaliação, mas também teve observações negativas sobre
ventilação, que não existe no local. Além disso, a iluminação no prédio anexo,
por mais que tenha avaliação positiva, carece de algum mecanismo que
impeça a forte incidência de luz em alguns locais, e em determinados horários
do dia.
71
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
Tendo em vista os resultados obtidos durante a pesquisa, quando se
objetivou analisar as condições de conforto térmico, acústico e lumínico da
BCZM, a fim de identificar a percepção do usuário em relação a existência de
conforto ambiental na BCZM, quando foram obtidas respostas relevantes,
acerca da pesquisa, nos questionários; verificar a percepção do gestor da
BCZM sobre existência de conforto ambiental na biblioteca, a partir do
momento que foi feita uma entrevista com a diretora da Biblioteca Central Zila
Mamede para saber como a direção pensa a respeito do tema; detectar os
valores térmicos, acústicos e lumínicos da BCZM, para saber se os valores
detectados correspondiam aos que a literatura base do tema apontava, com
intuito maior de apontar se existe conforto ambiental na Biblioteca Central Zila
Mamede, considera-se que o resultados foram proveitosos e alcançados.
Foi possível realizar um mapeamento eficaz sobre tais condicionantes
pesquisados, tendo em vista que se procurou saber o que os usuários
pensavam, o que a direção pensava e como estão representados, na realidade,
estes condicionantes no ambiente da BCZM. Destaque para as informações
obtidas com as respostas dos questionários aplicados aos usuários, que por
sinal, foi de extrema importância saber a opinião deles, tendo em vista que o
resultado final de averiguar a existência de conforto ambiental, é voltado para a
comunidade de usuários da biblioteca.
Um fator negativo da pesquisa foi a constatação de nunca ter havido um
estudo como este na unidade de informação analisada, tendo em vista que a
realidade constatada de mal condicionamento ambiental, interfere de forma
negativa no andamento dos trabalhos, estudos e pesquisas dos usuários.
A constatação de não existir o conforto ambiental na BCZM, com
ressalvas, remete que sejam feitas algumas recomendações, tais como: nos
aspectos relacionados a conforto térmico, que sejam feitas adaptações no
prédio antigo, até mesmo antes da grande reforma que irá acontecer, para
amenizar a sensação de calor no ambiente como, por exemplo, aumentar a
capacidade de ventilação natural e artificial no ambiente, deixando-o mais
72
agradável. Dessa forma, amenizaria as reclamações aqui constatadas sobre a
falta de ventilação no ambiente e iria contribuir para a diminuição da
temperatura para chegar ao patamar ideal de 20ºC a 24ºC como afirma Iida
(2005). Faz-se necessário um estudo ainda mais aprofundado que contemple
todas as etapas das variações térmicas, que envolva as aplicações de
correntes de ar e umidade relativa do ar.
No que diz respeito ao conforto acústico, os altos níveis detectados
revelam que a BCZM precisa com urgência de uma política de educação de
usuários para diminuir as conversas dentro dos ambientes. Segundo a diretora
já existe esse projeto e a execução do mesmo é tido como uma das metas para
o ano de 2013. Entretanto, outras medidas ajudariam no isolamento acústico,
que seriam: uso de cadeiras acolchoadas,
estantes de MDF revestida com silicone, paredes de gesso acartonado;
medidas que abafam o ruído, porém teria que existir um grande investimento
financeiro para isso. Seria muito interessante se houvesse, da equipe
responsável pela reforma da BCZM, a preocupação em aprimorar o ambiente,
colocando dentro dos padrões de 35 e 45 dB(A), da NBR 10152 (ABNT, 2000).
Sobre o conforto lumínico, único condicionante a ter avaliação positiva,
considera-se que deva existir maior controle de incidência de luz, por parte da
equipe da BCZM. Além disso, recomenda-se que deva existir uma pesquisa
mais aprofundada sobre esse condicionante, principalmente em relação às
áreas que tem maior exposição aos raios ultravioleta do sol. Sobe as películas
que se pretende colocar no prédio anexo, também deve pesquisar sobre o
assunto, para saber o melhor material a ser afixado.
De forma geral, estudos e pesquisas como este devem ser constantes
na referida instituição, ao menos uma vez por ano. Dessa forma, observa-se o
grau de satisfação da comunidade acadêmica em relação a tais
condicionantes, a visão da unidade de informação e ainda avaliam o conforto
ambiental, para cada vez mais ir melhorando os dados, ate atingir os valores
indicados pela literatura da área e, consequentemente, mantê-los.
É importante que o profissional bibliotecário fique atento a essas
variáveis de conforto, já que elas não fixam tão somente uma boa aceitação ou
73
satisfação dos usuários, mas vão além da intenção de proporcionar conforto, e
interfere até mesmo na saúde de quem frequenta o ambiente diariamente.
Pesquisas mais aprofundadas e aplicações mais efetivas no contexto de
conforto ambiental devem fazer parte com maior frequência. O bibliotecário
necessariamente não precisa fazer medições de valores, com equipamentos
específicos, ainda que tal tarefa não seja difícil, mas constituir uma equipe que
procure soluções, que promovam o bem estar e o conforto dos usuários.
Por fim, considera-se que foi de grande valia e bastante relevante a
experiência resultante da realização desta pesquisa, tendo em vista que
permitiu um maior entendimento e conhecimento sobre ergonomia ambiental,
conforto ambiental e os condicionantes estudados, térmico, acústico e lumínico
no âmbito das bibliotecas.
74
REFERÊNCIAS
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ANTUNES, Walda de Andrade; CAVALCANTE, Gildete de Albuquerque; ANTUNES, Márcia Carneiro. Curso de capacitação para dinamização e uso da biblioteca pública: Manual. São Paulo: Global, 2000. ARAÚJO, L. C. G. de. Organização, sistemas e métodos e as modernas ferramentas de gestão organizacional. São Paulo: Atlas, 2001. CURY, Antony. Organização & Métodos. São Paulo: Atlas, 2000.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5413: Iluminância de Interiores. Rio de Janeiro, 1992. ________. NBR 10152: Níveis de ruído para conforto acústico. Rio de Janeiro, 2000. ________. NBR 9050: Acessibilidade de pessoas portadoras de deficiências a edificações, espaço, mobiliário e equipamentos urbanos. 2. ed. Rio de Janeiro, 2004. Disponível em: <http://portal.mj.gov.br/corde/arquivos/ABNT/NBR15450.pdf>. Acesso em: 10
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APÊNDICES
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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO COM OS USUÁRIOS DA BCZM
QUESTIONÁRIO COM USUÁRIOS DA BCZM 5
Este questionário é um instrumento de investigação para a pesquisa de campo,
que tem como foco de estudo “AS CONDIÇÕES DE CONFORTO AMBIENTAL PARA
USUÁRIOS NA BCZM”. Tem como objetivo a elaboração do TCC – Trabalho de
Conclusão de Curso, orientanda pela Profa. Dra. Andréa Vasconcelos Carvalho, do
DECIN/UFRN. - Aluno: Luís Cavalcante Fonseca Júnior.
1 Identificação 1.1 Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
1.2 Faixa etária: ( ) Menos de 20 anos ( ) Entre 20 – 29 anos ( ) Entre 30 – 39 anos ( ) Entre 40 – 49 anos ( ) 50 anos ou mais. 1.3 Formação/Vinculação: ( ) Aluno da UFRN ( ) Professor da UFRN ( ) Servidor da UFRN ( ) Ex-aluno ( ) Ex-professor ( ) Ex-servidor ( ) Nunca tive nenhum vinculo com a UFRN 2 Conforto Térmico 2.1 Como você sente a temperatura neste ambiente? ( )Muito quente ( )Quente ( )Fresco ( )Frio ( )Muito frio
2.2 Como você sente a ventilação neste ambiente? ( )Muito ventilado ( )Ventilado ( )Pouco ventilado ( )Sem ventilação 2.3 Como você avalia a qualidade do ar neste ambiente? ( ) Agradável ( ) Desagradável 2.4 Como você gostaria que o ambiente estivesse nesse momento? ( )Um pouco mais quente ( )Não mudaria ( )Um pouco mais frio 2.5 Como você caracteriza o ambiente em relação ao conforto térmico? ( ) Ótimo ( )Bom ( )Regular ( )Ruim ( )Péssimo 2.6 O que você acharia necessário melhorar? ( ) A temperatura ( ) A ventilação ( ) A umidade ( ) Nada
5 Baseado nos modelos de Ribeiro (2006), Vasconcelos et al (2009) e Loss (2009).
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3 Conforto Lumínico 3.1 Como você avalia a iluminação natural do ambiente? ( ) Ótimo ( )Bom ( )Regular ( )Ruim ( )Péssimo 3.2 Como você avalia a iluminação artificial do ambiente? ( ) Ótimo ( )Bom ( )Regular ( )Ruim ( )Péssimo 3.3 A iluminação é fator preponderante para o desempenho de seus estudos nesse ambiente? ( )Sim ( )Não 3.4 Você está satisfeito(a) com a iluminação? ( )Sim ( )Não 4 Conforto Acústico 4.1 Com relação ao nível de ruído interno, como você qualifica este ambiente? ( )Muito barulhento ( )Barulhento ( )Pouco barulhento ( )Silencioso 4.2 Como você avalia este ambiente com relação ao nível de ruído externo? ( )Muito barulhento ( )Barulhento ( )Pouco barulhento ( )Silencioso 4.3 Existe alguma interferência dos responsáveis da biblioteca para a manutenção do silencio? ( ) Sim ( ) Não 5 Outros Fatores 5.1 O mobiliário da biblioteca é confortável para você? ( ) Sim ( ) Não 5.2 A sinalização neste ambiente é... ( ) Suficiente, satisfaz minhas necessidades ( )Insuficiente, não satisfaz minhas necessidades 5.3 Como você avalia a segurança deste ambiente? ( ) Ótima ( )Boa ( )Regular ( )Ruim ( )Péssima
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APÊNDICE B – ROTEIRO DE ENTREVISTA COM A GESTORA DA BCZM
ROTEIRO 6
1 Identificação 1.1 Nome: ________________________________________
1.2 Função: _______________________________________
2 Condicionamento Térmico 2.1 Existe algum estudo sobre condições ideais de condicionamento térmico, envolvendo temperatura, umidade e ventilação na BCZM?
2.2 Se existe, ele é contempla a percepção dos usuários? 2.3 Como avalia o clima de forma geral, no prédio antigo? ( ) Agradável ( ) Desagradável 2.4 Como avalia o clima de forma geral, no prédio anexo (novo)? ( ) Agradável ( ) Desagradável 2.5 Por que não existe climatização no prédio antigo? 2.6 Houve planejamento de condicionamento ambiental térmico no prédio anexo e no prédio antigo? 3 Condicionamento Lumínico 3.1 Existe algum estudo sobre condições ideais de iluminação na BCZM? È voltado para os usuários? 3.2 Como você avalia a iluminação natural do ambiente? ( ) Ótimo ( )Bom ( )Regular ( )Ruim ( )Péssimo 3.3 Como você avalia a iluminação artificial do ambiente? ( ) Ótimo ( )Bom ( )Regular ( )Ruim ( )Péssimo 3.4 A iluminação é fator preponderante para o desempenho de estudos, pesquisas entre outras atividades na biblioteca?
6 Baseado nos modelos de Ribeiro (2006), Vasconcelos et al (2009) e Loss (2009).
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3.5 O que precisa melhorar na iluminação da BCZM ? 4 Condicionamento Acústico 4.1 Existe algum estudo sobre condições ideais de acústica na BCZM? Contempla a percepção dos usuários? 4.2 Com relação ao nível de ruído interno, como você qualifica este ambiente? ( )Muito barulhento ( )Barulhento ( )Pouco barulhento ( )Silencioso 4.3 Como você avalia este ambiente com relação ao nível de ruído externo? ( )Muito barulhento ( )Barulhento ( )Pouco barulhento ( )Silencioso 4.4 Existe alguma interferência dos responsáveis da biblioteca para a manutenção do silencio? 4.5 Como melhorar a acústica da BCZM? 5 Outros Fatores 5.1 Existe algum estudo sobre mobiliário na BCZM? Contempla a percepção dos usuários? 5.2 Existem reclamações a respeito de desconforto do mobiliário na BCZM? 5.3 Na sua visão, a sinalização na BCZM é... ( ) Suficiente, satisfaz as necessidades dos usuários
( )Insuficiente, não satisfaz as necessidades dos usuários
5.4 Existe algum estudo sobre acessibilidade na BCZM? É voltado para os usuários? 5.3 Como você avalia a segurança deste ambiente? 6 Além dos aspectos perguntados, existe algum outro relacionado ao conforto
da biblioteca que você gostaria de comentar e/ou acrescentar?
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