Conhecendo paulo freire uma introdução à vida e à obra do patrono da educação brasileira

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CONHECENDO PAULO FREIRE: UMA INTRODUÇÃO À VIDA E À OBRA DO PATRONO DA EDUCAÇÃO BRASILEIRA

Nomes: Ângela Trevisol Gonçalves, Giovane Fernandes Oliveira, Izabel Maria da Silva Lopes e Júlia Prates da Silva.

“A LEITURA DO MUNDO PRECEDE A LEITURA DA PALAVRA.” PAULO FREIRE

.

BIOGRAFIA

1921: Paulo Freire nasce em Recife (PE). 1929: Aos oito anos, muda-se com a família para

Jaboatão (PE). 1934: Aos treze, perde o pai. 1937: Aos dezesseis, ingressa no ginásio. 1941: Aos vinte, consegue uma vaga na Faculdade de

Direito do Recife. Enquanto cursa Direito, conhece a professora Elza Maia

Costa Oliveira, com a qual se casa, tem cinco filhos e passa a lecionar no Colégio Oswaldo Cruz, também em Recife.

Forma-se advogado, mas não segue carreira, tornando-se professor de língua portuguesa.

BIOGRAFIA

1947: Torna-se diretor do Departamento de Educação e Cultura do SESI, onde entra em contato com a alfabetização de adultos.

1958: Participa de um congresso educacional no Rio de Janeiro, no qual apresenta um importante trabalho sobre educação e princípios de alfabetização. De acordo com suas ideias, a alfabetização de

adultos deve estar diretamente relacionada ao cotidiano do trabalhador. Desta forma, o adulto deve conhecer sua realidade para poder inserir-se de forma crítica e atuante na vida social e política. 

BIOGRAFIA

1961: Torna-se diretor do Departamento de

Extensões Culturais da Universidade do Recife.

1963: Realiza um dos seus feitos mais famosos – em

Angicos (RN), chefia um programa que alfabetiza

mais de 300 trabalhadores em 45 dias.

Seu trabalho chama a atenção do então presidente João

Goulart, que o convida a coordenar o Programa Nacional

de Alfabetização.

BIOGRAFIA

1964: O golpe militar é desferido, e Paulo Freire, preso. Os novos governantes veem as suas ideias

revolucionárias como uma ameaça à ordem, mantendo-o cativo durante 70 dias, para depois enviá-lo ao exílio.

O educador passa brevemente pela Bolívia, antes de ganhar asilo político no Chile, onde trabalha durante cinco anos para o Movimento de Reforma Agrária da Democracia Cristã e para a Organização das Nações Unidades para a Agriculta e Alimentação.

BIOGRAFIA

1967: Publica o livro “Educação como prática da liberdade”.

1969: É convidado para ser professor visitante na Universidade de Harvard.

1970: Publica a sua obra-prima - “Pedagogia do oprimido”. Nos anos seguintes, lecionou nos EUA e na

Suíça, mudando-se em seguida para o continente africano, onde organizou planos de alfabetização em colônias portuguesas.

BIOGRAFIA

1979: A Lei da Anistia permite o seu retorno do exílio.

1980: Volta ao Brasil, integrando-se à vida universitária e ao Partido dos Trabalhadores. Na década de 80, leciona na PUC-SP e da UNICAMP,

sendo nomeado secretário da Educação de São Paulo durante o mandato de Luiza Erundina (1989-1991).

Sua gestão é marcada pela criação do MOVA – Movimento de Alfabetização, um modelo de programa público que até hoje é adotado por numerosas prefeituras e outras instâncias do governo.

Biografia

1986: Morre sua esposa Elza. 1988: Casa-se com Ana Maria Araújo,

sua orientada de mestrado na PUC-SP. 1991: O Instituto Paulo Freire é fundado

em São Paulo, para estender e elaborar as ideias do pensador.

1997: Paulo Freire morre em 2 de maio, no Hospital Albert Einstein, vítima de um ataque cardíaco.

OBRA

Paulo Freire é autor de uma vasta obra, composta por livros que foram traduzidos em mais de 20 idiomas.

Ganhou 41 títulos de doutor honoris causa de universidades como Harvard, Cambridge e Oxford, sendo o brasileiro mais homenageado da história.

Sua prática didática centra-se tanto na escolarização quanto na formação da consciência política do aluno.

OBRA

Propõe o diálogo entre o conhecimento ensinado ao aluno e a realidade na qual este está inserido, opondo-se à educação por ele denominada bancária, tecnicista e alienante.

Defende a criação do método de ensino pelo próprio educando e não o seguimento de um previamente imposto.

Três títulos merecem destaque em sua obra: Pedagogia do Oprimido (1970), Pedagogia da Esperança (1992) e Pedagogia da Autonomia (1997).

PEDAGOGIA DO OPRIMIDO

“Aprender a dizer a sua palavra.”

PEDAGOGIA DO OPRIMIDO

Opressão. Humanização. Liberdade. Comunhão. Intercomunicação. Realidade. Práxis. Diálogo.

PEDAGOGIA DO OPRIMIDO

Medo da liberdade. Sectarização:

De direita; De esquerda.

Radicalização. Perigo da conscientização. Testemunhos reais.

PEDAGOGIA DO OPRIMIDO

Justificativa da Pedagogia do Oprimido

Opressores. Oprimidos. Desumanização. Humanização.

PEDAGOGIA DO OPRIMIDO

Concepção bancária da educação como instrumento de opressão

Educador. Educando. Memorização. Intercomunicação. Educação libertadora.

PEDAGOGIA DO OPRIMIDO

A dialogicidade – essência da educação como prática da liberdade

Amor/Humildade. Práxis. O direito de dizer a sua palavra. Conteúdo programático:

Realidade (presente, cultura); Homens-mundo.

Educação problematizadora: Parto.

PEDAGOGIA DO OPRIMIDO

Antidialógica: Conquista; Dividir para

manter a opressão;

Manipulação; Invasão cultural.

Dialógica: Homens – quer

fazer; Animais – fazer; União; Colaboração; Síntese cultural.

A antidialogicidade e a dialogicidade

PEDAGOGIA DA ESPERANÇA

“É um livro assim, escrito com raiva, com amor, sem o que não há esperança. Uma defesa da tolerância, que não se confunde com a conivência, da radicalidade; uma crítica ao sectarismo, uma compreensão da pós-modernidade progressista e uma recusa à conservadora, neoliberal.”

PEDAGOGIA DA ESPERANÇA

Retoma as ideias já desenvolvidas em Pedagogia do Oprimido.

Educação como prática política. Formação de indivíduos críticos e participativos no

meio social. Educando constrói conhecimento com o educador –

Contra o despejo de informações do professor sobre o aluno.

Prática dialética atenta à realidade do educando. Educando como “senhor de sua aprendizagem”. Esperança na educação pelo respeito das diferenças

e pluralidade cultural.

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

“O Brasil foi inventado de cima para baixo, autoritariamente. Precisamos reinventá-lo em outros termos.”

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

Não há docência sem discência.

Ensinar não é transferir conhecimentos.

Ensinar é uma especificidade humana.

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

“O que me interessa agora, repito, é alinhar e discutir alguns saberes fundamentais à prática educativo-crítica ou progressista e que, por isso mesmo, devem ser conteúdos obrigatórios à organização programática da formação docente.” (FREIRE, 1996, pg. 22)

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua construção.” (FREIRE, 1996, pg. 22)

“Nas condições da verdadeira aprendizagem os educandos vão se transformando em reais sujeitos da construção e da reconstrução do saber ensinado, ao lado do educador, igualmente sujeito do processo.” (FREIRE, 1996, pg. 26)

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

A Importância do Ato de Ler

“A leitura da palavra é sempre precedida da leitura do mundo. E aprender a ler, a escrever, alfabetizar-se é, antes de mais nada, aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não uma manipulação mecânica de palavras mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade”. (FREIRE, 1989, pg. 7).

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

“Do ponto de vista crítico e democrático [...] o alfabetizando, e não analfabeto, se insere num processo criador, de que ele também é sujeito.” (FREIRE, 1989, pg. 18)

“A biblioteca popular, como centro cultural e não como depósito silencioso de livros, é vista como fator fundamental para o aperfeiçoamento e a intensificação de uma forma correta de ler o texto em relação ao contexto.” (FREIRE, 1989, pg. 20)

PEDAGOGIA DA AUTONOMIA

“Se antes a alfabetização de adultos era tratada e realizada de forma autoritária, centrada na compreensão mágica da palavra, palavra doada pelo educador aos analfabetos; se antes os textos geralmente oferecidos como leitura aos alunos escondiam muito mais do que desvelavam a realidade, agora, pelo contrário, a alfabetização como ato de conhecimento, como ato criador e como ato político é um esforço de leitura do mundo e da palavra.” (FREIRE, 1989, pg. 19)

REFERÊNCIAS

Paulo Freire. Disponível em < Wikipédia, a enciclopédia livre - http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire > Acesso em: 17/11/2012.

Paulo Freire: educador reconhecido internacionalmente pelo método de alfabetização. Sua pesquisa.com. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/paulofreire/. Acesso em: 17/11/2012.

 Paulo Freire, o mentor da educação para a consciência. Revista Nova Escola, Especial Grandes Educadores, Outubro de 2008. Disponível em: http://revistaescola.abril.com.br/historia/pratica-pedagogica/mentor-educacao-consciencia-423220.shtml. Acesso em: 14/11/2012.

REFERÊNCIAS

FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler: em três artigos que se completam. 23 Ed. São Paulo: Cortez, 1989.

 FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1970.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1992.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Editora Paz e Terra, 1996.