View
218
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
Castelo Branco Científi ca - Ano III - Nº 06 - julho/dezembro de 2014 - www.castelobrancocientifi ca.com.br 1
Faculdade Castelo Branco ISSN 2316-4255
CONSTRUÇÃO DA LEITURA E DA ESCRITA NO PRIMEIRO CICLO DE
ALFABETIZAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL
Celi Teixeira Cruz Garcia de Oliveira ¹
Fabiana Bonatto Maffioletti ²
Marissol Coradini Spalemsa ³
RESUMO
Falar em alfabetização é falar em construção de habilidades de ler e escrever para interpretação do
mundo real, seja para diversão, informação ou instrução. Na alfabetização, a leitura e a escrita são
formas de linguagens que possibilitam expressão, comunicação e criatividade. Nesse processo faz-se
necessário oportunizar educador e educando a sistematizarem a aprendizagem de forma autônoma,
crítica e ética. Este tema tem como proposta estimular atitudes reflexivas por parte dos educadores para
que possam incorporar-se de uma postura investigativa sobre metodologias que oriente sua prática
alfabetizadora, promovendo mudanças significativas que superem problemas na aquisição da leitura e
escrita no decorrer do processo de alfabetização, contribuindo para a melhoria da educação.
PALAVRAS–CHAVE: Alfabetização. Leitura. Escrita. Aprendizagem.
INTRODUÇÃO
Sabemos que no momento histórico social presente, a alfabetização tem sido objeto de estudos e
intervenções por parte de profissionais e estudiosos da área da educação. Questionamentos feitos em
relação à alfabetização remetem a reflexões acerca das concepções de alfabetização no cenário
educacional brasileiro. Justificando a escolha e evidenciando sua importância, são propostos
Celi Teixeira Cruz Garcia de Oliveira ¹ Graduanda do 8º período do curso de Pedagogia, professora da EMEF “Antonio
Nicchio”, Colatina-ES. celitcruz@gmail.com
Fabiana Bonatto Maffioletti ² Graduanda do 8º período do curso de Pedagogia da Faculdade Castelo Branco – Colatina –
ES. fabianabmaffioletti@hotmail.com
Marissol Coradini Spalemsa ³ Administradora com Ênfase em Análise de Sistemas, Graduanda do 8º período do curso de
Pedagogia da Faculdade Castelo Branco, professora do “Colégio Passionista João XXIII” – Colatina – ES.
marissol.cspalemsa@hotmail.com
Faculdade Castelo Branco ISSN 2316-4255
caminhos norteados por fundamentos teóricos de autores que dialogam com o tema para que os
profissionais da área possam refletir e a partir desses pressupostos buscarem uma prática mais
consciente em relação à alfabetização.
Nosso estudo objetiva analisar o processo de aquisição da língua escrita, enfocando seus papéis na
escola e na sociedade, bem como mostrar dificuldades e insucessos encontrados pelos educadores e
educandos sobre como se processa a aquisição da leitura e da escrita no decorrer do processo de
alfabetização e possibilitar o diagnóstico e identificação de possíveis causas das falhas no
desenvolvimento das habilidades leitora e escritora das crianças. Diante dos problemas da educação,
especialmente a alfabetização, sentimos necessidade de realizar esse trabalho como forma de mostrar
que a alfabetização é muito mais do que - codificar/decodificar- como sempre foi vista.
Considerando que a criança, quando vem para a escola, fala e usa a linguagem como forma de
comunicação nas diversas situações da vida, tendo em vista a aquisição da leitura e da escrita é algo
mais complexo como afirma alguns estudiosos. Lembrando ainda, que esse aprendizado envolve o
professor e o aluno em situações de interação.
No contexto atual professores encontram dificuldades para fazer um trabalho efetivo e qualitativo para
o desenvolvimento de práticas pedagógicas que atendam reais necessidades dos alfabetizandos e com
que eles avancem em relação à leitura e a escrita.
Diante disso, verificam-se problemas em relação à alfabetização dos alunos do 1º ciclo de do Ensino
Fundamental, enormes dificuldades apresentadas por parte dos alunos para desenvolverem habilidades
de leitura e escrita satisfatória. Por isso muitos alunos apresentam sérios problemas de aprendizagem,
acarretando consequências graves como a reprovação no 3º ano.
Neste trabalho há oportunidade de repensarmos a prática em relação ao processo de aprendizagem do
mundo letrado pelos alunos em fase de alfabetização. Este artigo propõe reflexões e conhecimentos
baseados em princípios teóricos e práticos com enfoque em diferentes caminhos, por meio de uma
abordagem histórico-cultural para analisar questões metodológicas na construção da leitura e da escrita
no decorrer do processo de alfabetização.
MATERIAL E MÉTODOS
Diante disso, desenvolvemos uma pesquisa qualitativa na busca de esclarecimentos e de melhor
Castelo Branco Científi ca - Ano III - Nº 06 - julho/dezembro de 2014 - www.castelobrancocientifi ca.com.br 2
Castelo Branco Científi ca - Ano III - Nº 06 - julho/dezembro de 2014 - www.castelobrancocientifi ca.com.br 3
Faculdade Castelo Branco ISSN 2316-4255
compreensão do tema abordado, através de uma entrevista semiestruturada. Essa entrevista
possibilitará conhecer a atuação das pesquisadas nas classes de alfabetização e investigar se as mesmas
estão favorecendo o desenvolvimento das competências necessárias para que os alunos dominem a
linguagem de maneira eficaz. Estabeleceram-se alguns requisitos na coleta de dados, isso contribuiu
para uma análise sobre o tema da pesquisa.
Para a realização da pesquisa, foi indispensável entrevista com três professoras alfabetizadoras do 1º
ciclo do Ensino Fundamental da EMEF “Benildo Bragatto”, que pertence à rede pública municipal de
ensino da cidade de Colatina, Espírito Santo. Está situada em um bairro de alto risco social que atende
alunos da Educação Infantil ao 3º ano do Ensino Fundamental.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Várias teorias mostram que a alfabetização é um processo ativo que a criança constrói em contato com
diferentes manifestações de escrita nas práticas sociais criando hipóteses sobre o funcionamento da
língua escrita como um sistema de representação. Segundo Cagliari,
“O processo de alfabetização inclui muitos fatores e quanto mais ciente estiver o professor de como se
dá o processo de aquisição de conhecimento, de como uma criança se situa em termos de
desenvolvimento emocional, de como vem evoluindo o processo de interação social, da natureza da
realidade linguística envolvida no momento em que está acontecendo a alfabetização, mais condição
terá esse professor de encaminhar de forma agradável e produtiva o processo de aprendizagem, sem
sofrimentos habituais” (CAGLIARI, 1993, p.9).
De acordo com Freire o ser humano faz uma leitura do mundo antes mesmo dos códigos linguísticos,
por isso para ele a alfabetização é muito mais do que dominar o código de escrita,
[...] possibilita uma leitura crítica da realidade, constitui-se como um importante instrumento de resgate
da cidadania e reforça o engajamento do cidadão nos movimentos sociais que lutam pela melhoria da
qualidade de vida e pela transformação social [...] (FREIRE apud GADOTTI, 2011, p. 11).
Gontijo diz que a alfabetização “[...] é o processo de inserção no mundo da linguagem escrita”
(GONTIJO, 2002, p. 7). Esse conceito nos remete a ideia de que o educando possui conhecimentos e
vivências construídas nas relações sociais e demonstram habilidades de interpretação desse contexto
demonstrando que sua alfabetização inicia mesmo antes de ir para a escola.
Castelo Branco Científi ca - Ano III - Nº 06 - julho/dezembro de 2014 - www.castelobrancocientifi ca.com.br 4
Faculdade Castelo Branco ISSN 2316-4255
O referido trabalho foi realizado com objetivo de repensar sobre os métodos de alfabetização, e discutir
as novas abordagens teóricas para a construção da leitura e escrita em crianças no primeiro ciclo do
Ensino Fundamental. Constatou-se a importância da conscientização por parte dos educadores quanto
à necessidade de repensar a prática pedagógica direcionada às crianças em fase de alfabetização.
No trabalho de alfabetização é preciso e necessário levar em conta o processo de ensino e aprendizagem
de maneira equilibrada e adequada para o desenvolvimento das habilidades do indivíduo na
interpretação do contexto sociocultural em que vive.
É preciso ampliar o universo da leitura e da escrita como forma de valorização do ser pensante. É
necessário que os educadores se preocupem com a formação integral do educando mediando o
conhecimento dos alunos para exercerem sua cidadania, como cita CAGLIARI “Ser um mediador é
ajudar o aprendiz a construir seu conhecimento, passando a ele as informações adequadas, explicando
o que tem de ser explicado” (CAGLIARI 1998 p. 55).
A partir do momento que a criança sistematiza conhecimento, ela aprende a usar a língua nas diversas
práticas sociais de leitura e escrita e adquire a compreensão do que lê. Assim, as práticas educativas
deverão desenvolver na criança habilidades para aprender a ler e a escrever, levando-a a conviver com
práticas reais de leitura e escrita. Esta compreensão inicia-se muito antes da criança chegar à escola, na
sua convivência diária e nas relações sociais. No contexto escolar ela tem a oportunidade de
sistematizar o conhecimento enriquecendo-o dando-lhe sentido, com a mediação do professor.
As crianças precisam tornar-se leitoras e, consequentemente, escritoras que consigam expor suas
ideias. A leitura e escrita devem ser um objeto de ensino e também de aprendizagem na escola, para isso
precisam ser vistas como habilidades fundamentais e serem redefinidas no ambiente escolar para que
esse ato seja repleto de sentido, isto é, a atividade de leitura e escrita deve responder os objetivos de
realização imediata.
Por isso, faz se necessário que seja realizado um trabalho de alfabetização transformadora que valoriza
e permite o indivíduo, interpretar o mundo e ser um sujeito autônomo construtor da própria história.
Sendo a alfabetização um meio de possibilitar o desenvolvimento integral do indivíduo inserido em sua
realidade, capaz de questionar, refletir, investigar, descobrir, criticar e intervir no mundo em que vive.
CONCLUSÂO
Castelo Branco Científi ca - Ano III - Nº 06 - julho/dezembro de 2014 - www.castelobrancocientifi ca.com.br 5
Faculdade Castelo Branco ISSN 2316-4255
Que, através deste trabalho dar oportunidade aos educadores e graduandos de repensar o processo de
aprendizagem pelos alunos em fase de alfabetização e espera-se que ocorra reflexão que possibilite
mudança de foco, para que a discussão teórico-prática seja utilizada como agente transformador das
práticas pedagógicas.
Através da realização desta pesquisa, conclui-se que nos diferentes caminhos em um mundo em
constante evolução é imprescindível que a aprendizagem ajude os alunos a reconhecerem que a leitura
e a escrita têm que ter sentido tanto para aquele que escreve quanto para aquele que lê sendo práticas
que se completam e são caracterizados como fatores fundamentais para transformar o homem em
sujeito-reflexivo capaz de atuar na sociedade tornando-se capazes de interpretar fatos que acontecem
no mundo em que vive, podendo contribuir, durante o seu crescimento, para mudanças significativas
em si, nos outros e na sociedade.
A ação pedagógica do professor precisa ser significativa, sistematizada para permitir que as crianças
tenham oportunidades de comparar, observar, levantar hipóteses no meio de tantas incertezas,
busquem descobrir mecanismos que as ajudem vencer desafios, experimentando e utilizando-os para
construir conhecimentos, que lhes permitirão o uso efetivo do ler e escrever em diferentes situações
sociais.
Os métodos não são a essência da alfabetização é apenas uma ferramenta. É fundamental conhecer
suas vantagens e desvantagens para saber definir oque é bom em cada um para tirar proveito. Por isso,
é preciso ter ideias claras a respeito do que significa assumir um ou outro comportamento
metodológico no processo escolar. Cabe às escolas e aos professores alfabetizadores ter consciência
sobre a alfabetização e assumir posturas e definir ações metodológicas claras para que esse processo se
aprofunde e seja satisfatório.
Podemos perceber que as mudanças do ponto de vista teórico-metodológico para o desenvolvimento
das novas propostas alfabetizadoras provocou e têm provocado uma desorientação na prática
pedagógica do professor alfabetizador. Isso tem interferido no seu papel na sala de aula, e na
adequação e aplicabilidade de novas propostas.
Apesar dos avanços significativos nas discussões nos estudos e formações sobre o processo de
alfabetização, observa-se o distanciamento entre o discurso e a prática a escrita ofertada pela escola
parece estar distante e não ter funcionalidade no contexto social da sociedade, interesse nos alunos,
limitando-se apenas ao seu uso mecanizado.
Castelo Branco Científi ca - Ano III - Nº 06 - julho/dezembro de 2014 - www.castelobrancocientifi ca.com.br 6
Faculdade Castelo Branco ISSN 2316-4255
REFERÊNCIAS
CAGLIARI, Luis Carlos Soares, Saberes Lingüísticos, 2ª Edição Scipione, São Paulo, 1993.
________________. Alfabetizando sem o ba-be-bi-bo-bu. São Paulo: Scipione, 1998.
GONTIJO, Claudia Maria Mendes, O processo de alfabetização: novas contribuições. São Paulo:
M.Fontes, 2002.
GADOTTI, Moacir. Prefácio: alfabetização e letramento – como negar nossa história? In: ZACCUR,
Edwiges Guiomar dos Santos. (Org.). Alfabetização e letramento: o que muda quando muda o nome?
Rio de Janeiro: Rovelle, 2011.
Recommended