View
214
Download
0
Category
Preview:
Citation preview
1
CAPACIDADE DE ABSORCcedilAtildeO DO INVESTIMENTO DIRETO ESTRANGEIRO NO BRASIL
E SUA RELACcedilAtildeO COM O CRESCIMENTO ECONOcircMICO DO PAIacuteS
Geraldo Moreira Bittencourt (Professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de
Juiz de ForaCampus Governador Valadares ndash UFJFGV)
Leonardo Bornacki de Mattos (Professor do Departamento de Economia Rural da Universidade Federal
de Viccedilosa ndash UFV)
Resumo O investimento direto estrangeiro (IDE) eacute considerado um dos principais canais de transferecircncia
de tecnologia para paiacuteses em desenvolvimento o que pode gerar importantes contribuiccedilotildees para o
crescimento econocircmico destas naccedilotildees Diante deste aspecto o presente estudo se propocircs a averiguar de
que forma as condiccedilotildees iniciais e a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira
influenciaram os efeitos deste investimento externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes entre 1996 e
2014 Para tanto foram feitas estimaccedilotildees com base no modelo VAR estrutural Os principais resultados
obtidos indicam que para o ingresso de IDE alcanccedilar um efeito positivo sobre o crescimento do produto
interno bruto (PIB) brasileiro eacute necessaacuterio que sejam atingidos niacuteveis adequados das condiccedilotildees locais de
infraestrutura qualidade do ambiente institucional e desenvolvimento do capital humano
Palavras-chave crescimento econocircmico investimento capital humano ambiente institucional infraestrutura
FOREIGN DIRECT INVESTMENT ABSORPTION CAPACITY IN BRAZIL AND ITS
RELATIONSHIP WITH ECONOMIC GROWTH OF THE COUNTRY
Abstract The foreign direct investment (FDI) is considered one of the leading technology transfer
channels for developing countries which can generate important contributions to the economic growth of
these nations Given this aspect the present study aimed to evaluate how the initial conditions and the
FDI absorption capacity by the Brazilian economy influenced the effects of this foreign investment on
economic growth in the period from 1996 to 2014 Therefore estimates were made based on structural
VAR model The main results indicate that for the FDI inflow reach a positive effect on gross domestic
product growth (GDP) is necessary to achieve appropriate levels of the local conditions of infrastructure
quality of the institutional environment and developing human capital
Keywords economic growth investment human capital institutional environment infrastructure
Aacuterea ANPEC 6 - Crescimento Desenvolvimento Econocircmico e Instituiccedilotildees
Coacutedigo JEL E22 F43 O16 O40
1 INTRODUCcedilAtildeO
O fluxo de investimento direto estrangeiro (IDE) aumentou de forma expressiva para os paiacuteses em
desenvolvimento ao longo das uacuteltimas duas deacutecadas Esta elevaccedilatildeo significativa tem recebido atenccedilatildeo
especial em descobrir a relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o crescimento econocircmico no paiacutes receptor
Alfaro et al (2004) Girma (2005) e Elboiashi (2015) destacam a importacircncia de averiguar natildeo soacute os
fatores que impactam o volume ingressante de IDE em determinada economia mas quais os efeitos desse
capital sobre o crescimento econocircmico da naccedilatildeo receptora uma vez que estes impactos podem estar
condicionados agrave capacidade de absorccedilatildeo1 deste mercado hospedeiro
A literatura prevecirc uma seacuterie de canais atraveacutes dos quais o IDE afeta positivamente o crescimento
econocircmico O IDE pode afetar diretamente a taxa de crescimento do produto ao aumentar a taxa de
poupanccedila e indiretamente ao afetar a produccedilatildeo e a renda ao elevar o estoque de capital fiacutesico ao
aumentar a forccedila de trabalho pela criaccedilatildeo de emprego ao fomentar o capital humano pela transferecircncia de
tecnologia conhecimento novas praacuteticas de gestatildeo e arranjos organizacionais entre outros aspectos
caracterizados na literatura como externalidades e spillovers (ROMER 1990 BARRO SALA-I-
1 Conforme Elboiashi (2015) a geraccedilatildeo de externalidade com o ingresso de IDE depende da capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes
hospedeiro O termo capacidade de absorccedilatildeo leva em conta fatores como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura qualidade institucional grau de abertura comercial entre outros Para que um paiacutes de acolhimento do IDE possa
exploraacute-lo de forma eficiente eacute preciso que o mesmo apresente niacuteveis adequados desses fatores
2
MARTIN 1995 DE JAGER 2004) No entanto em estudos empiacutericos o efeito do IDE sobre o
crescimento econocircmico tem apresentado resultados ambiacuteguos sugerindo que os efeitos deste
investimento estrangeiro sobre o crescimento estatildeo relacionados com as caracteriacutesticas preacutevias de
infraestrutura e conjuntura dos paiacuteses de destino (BORENSZTEIN et al 1998 DE MELLO 1999
ALFARO et al 2004 LI LIU 2005 HOANG et al 2010)
No caso do Brasil conforme Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de
1990 a concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e
aquisiccedilotildees seja pela privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal
fato levou agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que
grande parte dos investimentos natildeo foram feitos para construccedilatildeo de novas plantas industriais
De acordo com estudo do IEDI (2006) passadas as privatizaccedilotildees e o periacuteodo de forte investimento
no setor de intermediaccedilatildeo financeira a induacutestria ganhou proeminecircncia na diversificaccedilatildeo setorial do IDE
destinado agrave economia brasileira principalmente a partir do ano 2001 A meacutedia de participaccedilatildeo da
induacutestria na entrada do IDE subiu de 18 na segunda metade da deacutecada de 1990 para 38 na primeira
deacutecada dos anos 2000 (BCB 2015)
Lacerda e Oliveira (2009) salientam que o IDE direcionado agraves operaccedilotildees greenfield possibilita
expandir a capacidade instalada da produccedilatildeo industrial atendendo a demanda aquecida do paiacutes e assim
arrefecendo pressotildees inflacionaacuterias Neste contexto conforme dados do World Investment Report 2015
publicado pela UNCTAD (2015) e de acordo com Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013) destaca-se
que os projetos de IDE do tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro aumentaram
consideravelmente no periacuteodo entre 2005 e 2011 Tal resultado pode ser considerado um importante
indicador da contribuiccedilatildeo do IDE para o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo mencionado uma
vez que os investimentos greenfield principalmente no setor industrial possibilitam a expansatildeo da
capacidade instalada das empresas geram empregos aleacutem de uma possiacutevel reduccedilatildeo da importaccedilatildeo e
elevaccedilatildeo da exportaccedilatildeo de produtos manufaturados Vale ressaltar segundo dados do BCB (2015) que o
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e o volume ingressante de IDE como porcentagem do PIB
apresentaram uma ascensatildeo meacutedia nas uacuteltimas deacutecadas2
Contudo diante das particularidades da trajetoacuteria do IDE no Brasil natildeo eacute possiacutevel afirmar com
certeza que exista uma relaccedilatildeo direta entre a entrada de IDE e o crescimento da economia nacional visto
que estes efeitos podem depender tanto do modo de estabelecimento e direcionamento deste investimento
como principalmente da capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor onde fatores como infraestrutura
disponibilidade de recursos (inclusive capital humano) e qualidade do ambiente institucional satildeo
apontados como decisivos para a atraccedilatildeo e retorno do IDE (ALFARO et al 2004 ELBOIASHI 2015)
Considerando o cenaacuterio de evoluccedilatildeo do IDE na economia brasileira e os potenciais efeitos que
este investimento externo causa no paiacutes de destino o objetivo deste estudo eacute averiguar de que forma os
ingressos de IDE associados agraves condiccedilotildees iniciais (locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo pela
economia brasileira impactaram o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 20143
Por hipoacutetese assume-se que o IDE tenha efeito direto sobre o crescimento da atividade econocircmica
no Brasil desde que condicionado ao adequado desenvolvimento dos fatores locacionais que compotildeem a
capacidade de absorccedilatildeo da economia brasileira tais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano
infraestrutura e qualidade do ambiente institucional brasileiro
Na literatura internacional a exemplo dos trabalhos de Durham (2004) Alfaro et al (2004) e
Elboiashi (2015) os resultados encontrados evidenciaram que o IDE desempenha papel importante na
contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do conjunto de paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento
investigados Contudo os autores destes estudos destacam a necessidade de que outros fatores locais
ligados a aspectos institucionais de infraestrutura e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aconteccedilam para que a
interaccedilatildeo com o IDE garanta a eficiecircncia das externalidades geradas e o impacto positivo seja concretizado
2 De acordo com dados do BCB (2015) a taxa real meacutedia de crescimento do PIB brasileiro foi de 16 na deacutecada de 1980
elevou-se para 18 nos anos de 1990 e avanccedilou para 33 entre 2001 e 2014 Em relaccedilatildeo agrave razatildeo do ingresso de IDE sobre o
PIB esta subiu de uma meacutedia de 06 na deacutecada de 1980 para 19 nos anos de 1990 e atingiu 255 entre 2001 e 2014 3 A escolha do periacuteodo levou em consideraccedilatildeo a elevada entrada de IDE no mercado brasileiro principalmente a partir do
programa de privatizaccedilotildees do governo brasileiro em 1996 aleacutem da disponibilidade de dados
3
Em relaccedilatildeo agrave literatura nacional alguns trabalhos tambeacutem trataram da relaccedilatildeo IDE-Crescimento
na economia brasileira Por meio de uma modelagem de dados em painel considerando o Brasil e vaacuterios
outros paiacuteses em desenvolvimento Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Damasceno (2013) avaliaram a
relaccedilatildeo entre o IDE e o crescimento da atividade econocircmica das diversas naccedilotildees e natildeo encontraram
evidecircncias de que os investimentos externos estimulem o crescimento econocircmico Por outro lado
Mortatti (2011) Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) realizaram anaacutelises da relaccedilatildeo IDE-
Crescimento para o mercado brasileiro em especiacutefico Entre estas pesquisas Fraga et al (2013)
estimaram um modelo empiacuterico de dados em painel para os estados brasileiros e os resultados
encontrados evidenciaram a existecircncia de uma relaccedilatildeo positiva entre investimento direto estrangeiro e
crescimento econocircmico no Brasil No caso dos estudos de Carminati e Fernandes (2013) e Mortatti
(2011) ambos utilizaram uma modelagem autorregressiva vetorial estrutural (VAR estrutural) para
avaliar a relaccedilatildeo existente entre o IDE e o crescimento do PIB na economia brasileira sendo que o
primeiro identificou um reduzido impacto positivo do IDE sobre o PIB e o segundo encontrou um efeito
negativo poreacutem pouco significativo
Diante dos resultados destas anaacutelises especiacuteficas para a economia brasileira eacute importante destacar
que estes trabalhos natildeo levaram em conta variaacuteveis que captassem a interaccedilatildeo do IDE com as condiccedilotildees
locais ou seja a capacidade de absorccedilatildeo do mercado brasileiro o que pode ser uma das justificativas para
os resultados distintos e algumas vezes natildeo significativos Apesar de existirem trabalhos que analisaram o
assunto natildeo eacute possiacutevel estabelecer uma posiccedilatildeo definitiva de qual eacute a verdadeira influecircncia do IDE no
crescimento da economia nacional Tal fato abre espaccedilo para esforccedilos que possam contribuir nesse
sentido realizando um estudo para a economia brasileira que leve em consideraccedilatildeo caracteriacutesticas
preacutevias4 de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional Em adiccedilatildeo vale destacar
a relevacircncia deste estudo para o mercado brasileiro em especiacutefico visto que investigaccedilotildees que consideram
grupos (paineacuteis) de paiacuteses acabam apresentando uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento
Econocircmico (OZTURK 2007)
O presente trabalho se justifica sendo importante para o fornecimento de informaccedilotildees mais
precisas aos agentes econocircmicos envolvidos aleacutem de contribuir com a ampliaccedilatildeo do debate a respeito dos
impactos gerados pelo ingresso de IDE em paiacuteses emergentes como o Brasil Esta pesquisa se diferencia
dos demais estudos realizados para a economia brasileira ao empregar um conjunto distinto de variaacuteveis
de interaccedilatildeo do IDE com as condiccedilotildees locais do ambiente institucional capital humano e infraestrutura
que auxiliam na captura dos potenciais efeitos diretos e indiretos do IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro levando em consideraccedilatildeo a capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
Este artigo estaacute estruturado em outras cinco seccedilotildees aleacutem desta introduccedilatildeo a segunda seccedilatildeo
apresenta as bases teoacutericas que fundamentam a pesquisa a terceira aborda algumas evidecircncias empiacutericas
a respeito da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico a quarta descreve a metodologia de estimaccedilatildeo do
modelo VAR estrutural aplicado ao estudo dos fatores condicionantes do crescimento do PIB e indica a
fonte dos dados utilizados a quinta seccedilatildeo expotildee e discute os resultados encontrados e por fim a uacuteltima
seccedilatildeo traz as conclusotildees do trabalho
2 ASPECTOS TEOacuteRICOS SOBRE A RELACcedilAtildeO IDE-CRESCIMENTO ECONOcircMICO
Sob o acircmbito da teoria do crescimento endoacutegeno [Romer (1986 e 1990) Lucas (1988) Mankiw et
al (1992) Aghion e Howitt (1992) Coe e Helpman (1993) e Barro e Sala-I-Martin (1995)] o impacto do
IDE na taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ocorre devido agrave possibilidade de haver
rendimentos crescentes na produccedilatildeo por meio dos efeitos de difusatildeo (spillovers) e externalidades Desse
modo o IDE consegue gerar crescimento de longo prazo e segundo alguns autores pode ser o principal
motor da transferecircncia de tecnologia para os paiacuteses em desenvolvimento aleacutem de se constituir em
importante fonte de incrementos no estoque de capital humano ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva
transmissatildeo de novas teacutecnicas empresariais e criaccedilatildeo de outras externalidades (BLOMSTROumlM et al
1992 DE MELLO 1997 BORENSZTEIN et al 1998)
4 Na literatura internacional os trabalhos de Borensztein et al (1998) Kohpaiboon (2003) Durham (2004) Alfaro et al
(2004) Girma (2005) Elboiashi (2015) entre outros satildeo exemplos de estudos que avaliaram a influecircncia do IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses levando em conta diferentes aspectos representativos das condiccedilotildees locais que
pudessem impactar na capacidade de absorccedilatildeo do IDE
4
A principal contribuiccedilatildeo dos trabalhos da teoria do crescimento endoacutegeno estaacute no fato de que eles
procuraram construir um modelo de crescimento no qual fossem incluiacutedos os determinantes do progresso
tecnoloacutegico De acordo com Barro e Sala-I-Martin (1995) para que haja tal tipo de crescimento eacute
necessaacuterio apenas que a tendecircncia decrescente dos retornos do capital seja eliminada em que fatores
como inovaccedilatildeo tecnoloacutegica endoacutegena (que surgem como resultado dos esforccedilos dos agentes produtivos
para maximizar seus lucros) capital humano (estoque de conhecimento dos agentes econocircmicos) e os
arranjos institucionais (que incluem a poliacutetica governamental e a organizaccedilatildeo da sociedade) passam a
assumir um papel crucial no crescimento contiacutenuo da renda em qualquer sistema econocircmico Nesse
sentido o estudo de Mankiw et al (1992) foi um dos pioneiros em introduzir o capital humano nos
modelos de crescimento econocircmico A hipoacutetese baacutesica dos autores eacute que a funccedilatildeo de produccedilatildeo expandida
com a inclusatildeo do capital humano explica melhor as diferenccedilas de renda entre os paiacuteses Assim a
produccedilatildeo no tempo t eacute dada por
(1)
em que eacute a produccedilatildeo A representa a tecnologia disponiacutevel eacute a forccedila de trabalho representa o
capital fiacutesico e eacute o capital humano Conforme Mankiw et al (1992) mesmo com tecnologia uma
populaccedilatildeo natildeo conseguiraacute ser muito produtiva se natildeo tiver capital humano suficiente agrave sua disposiccedilatildeo Tal
fato indica portanto que o niacutevel de produccedilatildeo de certa economia tambeacutem eacute influenciado pela qualificaccedilatildeo
dos trabalhadores e natildeo apenas por sua quantidade
Segundo Borensztein et al (1998) outro papel fundamental do capital humano no processo de
crescimento econocircmico eacute sua atuaccedilatildeo como determinante crucial da capacidade de absorccedilatildeo das
externalidades geradas pelo ingresso de IDE em uma determinada economia Como exemplo desses
efeitos tecircm-se a transferecircncia de conhecimento novas teacutecnicas administrativas e publicitaacuterias entre
outros ativos intangiacuteveis vinculados agraves empresas multinacionais estrangeiras instaladas no paiacutes receptor
do investimento externo
A interaccedilatildeo entre o investimento direto estrangeiro e o capital humano surge entatildeo como um dos
principais canais que explicam a influecircncia do IDE sobre o crescimento econocircmico de certa naccedilatildeo
Seguindo as especificaccedilotildees da obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) Borensztein et al (1998)
desenvolveram uma formulaccedilatildeo teoacuterica baacutesica para explicar esta relaccedilatildeo na qual esta pesquisa se ampara
Os autores consideraram uma economia em que o progresso teacutecnico eacute resultado da acumulaccedilatildeo de capital
na forma de um aumento no nuacutemero de variedades de bens de capital disponiacuteveis Portanto em
conformidade com a derivaccedilatildeo teoacuterica realizada no estudo de Borensztein et al (1998) e no capiacutetulo 6 da
obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) considera-se uma economia produzindo um uacutenico bem de consumo
com a tecnologia expressa pela seguinte equaccedilatildeo
(2)
em que β eacute uma constante com ou seja retorno constante A representa as condiccedilotildees
referentes ao ambiente5 analisado - satildeo variaacuteveis de poliacuteticas e de controle que afetam o niacutevel de
produtividade (eficiecircncia) da economia e que capturam os efeitos natildeo contabilizados pelo incremento dos
outros fatores de produccedilatildeo considerados H representa o capital humano ndash a dotaccedilatildeo deste insumo eacute dada
para fins de anaacutelise e K ilustra o capital fiacutesico - consiste na agregaccedilatildeo de diferentes variedades de bens de
capital e desse modo a acumulaccedilatildeo de capital ocorre atraveacutes da ampliaccedilatildeo do nuacutemero de variedades
Com isso a cada instante no tempo o estoque de capital domeacutestico eacute dado por
sum
frasl ou int
frasl (3)
sendo j a j-eacutesima variedade de bens de capital ( N eacute o nuacutemero total de variedades de bens de
capital e x(j) eacute a demanda para cada variedade de bem de capital j Portanto a equaccedilatildeo (2) pode ser
expressa por exemplo como sum
5 Conforme Barro e Sala-i-Martin (1995) e Borensztein et al (1998) o termo A eacute determinado pelos fatores locais de determinada economia esses fatores incluem medidas conjunturais institucionais de infraestrutura desenvolvimento
financeiro entre outros aspectos relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo da economia em questatildeo
5
Considera-se a existecircncia de dois tipos de firmas que produzam bens de capital denominadas
como firma domeacutestica e firma estrangeira A firma domeacutestica produz n e a estrangeira que realiza IDE na
economia receptora produz n variedades de bens de capital de um total de N logo N = n + n Ademais
assume-se que a firma que produz bens de capital aluga-os para a firma que produz bens finais a uma taxa
de aluguel igual a m(j) A demanda para cada variedade de bem de capital x(j) decorre da condiccedilatildeo de
escolha oacutetima que iguala a taxa de aluguel agrave produtividade marginal do bem de capital na produccedilatildeo do
bem final
(4)
Destaca-se que o aumento da variedade do nuacutemero de bens de capital estaacute atrelado agrave adaptaccedilatildeo da
tecnologia disponiacutevel em paiacuteses mais avanccedilados Assume-se que esta adaptaccedilatildeo da tecnologia seja um
processo custoso implicando um custo fixo (F) de instalaccedilatildeo que ocorre antes da produccedilatildeo do novo tipo
de capital no paiacutes hospedeiro Este custo (F) tem relaccedilatildeo inversa com a razatildeo nN Nesse sentido as firmas
estrangeiras trazem para as economias emergentes vantagens na produccedilatildeo de bens de capital - conhecimento
- jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses Logo as firmas estrangeiras podem ser consideradas o principal canal de
progresso tecnoloacutegico
Adicionalmente assume-se a existecircncia de um efeito catch-up do progresso tecnoloacutegico pois eacute
mais barato a imitaccedilatildeo de um processo de produccedilatildeo existente do que a criaccedilatildeo de novos produtos Isto
pode ser feito considerando que o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo depende positivamente do nuacutemero de
variedades de bens capital produzidos pela economia hospedeira em comparaccedilatildeo com a variedade total de
bens de capital produzidos nos paiacuteses mais avanccedilados (N) Com isso paiacuteses com menor NN tecircm
grandes possibilidades de imitaccedilatildeo e os custos de se adotar novas tecnologias satildeo menores Logo tem-se
a seguinte funccedilatildeo para o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo
fraslfrasl onde
frasl e
frasl (5)
A equaccedilatildeo (5) diz que o aumento do nuacutemero de variedades pode ser interpretado como uma
melhoria da qualidade dos bens existentes Se a presenccedila de empresas estrangeiras reduz o custo de
melhorar a qualidade de bens de capital existentes ela iraacute gerar a mesma relaccedilatildeo negativa entre o IDE e
os custos de instalaccedilatildeo Aleacutem disso a suposiccedilatildeo de catch-up pode ser reinterpretada no sentido de que o
custo para melhorar um bem de capital existente eacute tanto menor quanto menor for sua qualidade
Portanto conforme derivaccedilatildeo teoacuterica realizada por Borensztein et al (1998) para avaliar o efeito
do IDE no crescimento econocircmico utiliza-se a seguinte formulaccedilatildeo baacutesica para a taxa de crescimento da
economia (g)
[ frasl frasl frasl ] (6)
Esta equaccedilatildeo mostra que o IDE que eacute medido pela fraccedilatildeo de bens produzidos por empresas
estrangeiras no nuacutemero total de produtos (nN) reduz os custos de introduccedilatildeo de novas variedades de
bens de capital assim elevando a taxa na qual estes bens satildeo introduzidos O custo da introduccedilatildeo de
novos bens de capital tambeacutem eacute menor para os paiacuteses mais atrasados pois paiacuteses que produzem menores
variedades de bens de capital em relaccedilatildeo aos paiacuteses liacutederes - paiacuteses com menor NN - desfrutam de
menores custos de adoccedilatildeo (imitaccedilatildeo) da tecnologia e tenderatildeo a crescer mais rapidamente O efeito do
IDE sobre a taxa de crescimento da economia tambeacutem estaacute diretamente associado agrave interaccedilatildeo com o niacutevel
de capital humano assim quanto maior o niacutevel de capital humano no paiacutes hospedeiro maior o efeito do
IDE na taxa de crescimento da economia Ademais o termo A compreende as variaacuteveis de controle como
aspectos conjunturais institucionais de infraestrutura entre outros que podem capturar outros efeitos de
difusatildeo ligados agrave interaccedilatildeo com o IDE
Vale destacar que o presente estudo partilha das ideias desta teoria ressaltando que o IDE pode
ser uma importante fonte de crescimento do PIB de determinada economia Poreacutem diante de condiccedilotildees
inadequadas de desenvolvimento do capital humano entre outros aspectos conjunturais institucionais e
de infraestrutura que caracterizam a economia de destino do IDE podem ocorrer duacutevidas a respeito da
eficaacutecia e do impacto positivo deste investimento estrangeiro sobre o crescimento econocircmico da naccedilatildeo
receptora Em vez de estimular o crescimento o IDE pode causar maior repatriamento dos lucros das
6
subsidiaacuterias aumento da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes de destino entre outros aspectos negativos
(VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007) Portanto a depender das condiccedilotildees locais que
determinaratildeo a capacidade de absorccedilatildeo do IDE em determinada economia o efeito deste investimento
sobre o crescimento do PIB natildeo seraacute necessariamente positivo
3 IDE E CRESCIMENTO ECONOcircMICO EVIDEcircNCIAS EMPIacuteRICAS RELACIONADAS
Existe uma variedade de estudos empiacutericos que buscam avaliar a influecircncia do IDE no
crescimento econocircmico dos paiacuteses receptores Estes trabalhos compreendem paineacuteis de paiacuteses com
mesmo niacutevel de desenvolvimento ou natildeo como tambeacutem anaacutelises para economias especiacuteficas
considerando diferentes variaacuteveis e periacuteodos de tempo distintos Apesar dos alegados benefiacutecios do IDE
no crescimento do paiacutes de destino a literatura empiacuterica ainda natildeo obteve consenso para estabelecer um
impacto positivo definitivo (CAMPOS KINOSHITA 2002 DURHAM 2004)
Na literatura encontram-se diversos trabalhos que consideram anaacutelises para conjuntos de paiacuteses
desenvolvidos e ou em desenvolvimento A grande maioria destes estudos evidencia empiricamente
uma relaccedilatildeo positiva entre o investimento direto estrangeiro e a taxa de crescimento econocircmico das
naccedilotildees analisadas sendo que este resultado ocorre principalmente quando satildeo levadas em consideraccedilatildeo
as interaccedilotildees do IDE com os aspectos conjunturais institucionais e de infraestrutura que compotildeem os
fatores representativos da capacidade de absorccedilatildeo das economias (BALASUBRAMANYAM et al 1996
DE MELLO 1999 CARKOVIC LEVINE 2005 CAMPOS KINOSHITA 2002 BENGOA
SANCHEZndashROBLES 2003 ALFARO et al 2004 DURHAM 2004 LI LIU 2005 ELBOIASHI
2015) Por outro lado quando se consideram os efeitos do IDE dentro de determinados paiacuteses a literatura
indica que embora o efeito meacutedio6 possa ser positivo em estudos para conjunto de naccedilotildees nem sempre o
IDE gera efeitos diretos sobre a taxa de crescimento econocircmico Em trabalhos com amostras mais
desagregadas e para paiacuteses especiacuteficos que levam em conta as particularidades das economias a ausecircncia
de relaccedilatildeo ou impacto negativo do IDE sobre o crescimento podem ocorrer com maior frequecircncia
(ZHANG 2001a MENCINGER 2003 MORTATTI 2011 JORDAAN OREGGIA 2012)
De acordo com De Mello (1997) e Blomstroumlm e Kokko (1998) o IDE gerado pelas firmas estran-
geiras traz para as economias emergentes vantagens (transferecircncia de novas tecnologias e know-how) na
produccedilatildeo de bens e serviccedilos jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses aleacutem de proporcionar efeitos de difusatildeo e
externalidades que reduzem custos de investigaccedilatildeo e desenvolvimento nas empresas locais tornando-as
mais competitivas e com melhorias na qualidade dos bens e serviccedilos existentes No entanto segundo os
trabalhos De Mello (1999) OECD (2002) Saggi (2002) Bengoa e SanchezndashRobles (2003) Akinlo
(2004) Li e Liu (2005) e Khamfula (2007) para que este processo de avanccedilo tecnoloacutegico via efeitos
difusores do IDE gere benefiacutecios cada vez maiores eacute importante que as economias receptoras
apresentem infraestrutura adequada forccedila de trabalho com boa capacitaccedilatildeo instituiccedilotildees qualificadas
com direitos de propriedade bens definidos sistema financeiro bem desenvolvido entre outros aspectos
Do contraacuterio os efeitos positivos do ingresso de IDE seratildeo pequenos podendo acarretar alguns aspetos
contraproducentes como por exemplo elevaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes receptor o que
acabaria eliminando as firmas internas menores e menos eficientes ao inveacutes de induzi-las ao aumento de
eficiecircncia concentraccedilatildeo pelas multinacionais estrangeiras dos trabalhadores mais qualificados
retirando-os das empresas locais repatriamento dos lucros das subsidiaacuterias o que provoca saiacuteda de
fundos do paiacutes e aumento das importaccedilotildees em patamar superior ao das exportaccedilotildees geradas (ZHANG
2001b MENCINGER 2003 SYLWESTER 2005 VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007)
Em siacutentese com base nos resultados destes trabalhos e em conformidade com os aspectos teoacutericos
mencionados anteriormente verifica-se que as diferenccedilas no impacto que o IDE pode causar em
diferentes paiacuteses estatildeo ligadas a fatores locacionais que fazem com que o IDE afete positivamente ou natildeo
o crescimento econocircmico de uma dada regiatildeo Paiacuteses com maior dotaccedilatildeo de fatores que auxiliam na
absorccedilatildeo dos investimentos satildeo provaacuteveis candidatos a se beneficiar com a presenccedila do capital externo
6 Segundo Ozturk (2007) estudos que consideram grupos de paiacuteses apresentam uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico Desta forma podem ocorrer situaccedilotildees em que um uacutenico efeito positivo muito elevado pode anular muitos efeitos
negativos de reduzida dimensatildeo e vice-versa
7
Ao contraacuterio em paiacuteses com baixa capacidade de absorccedilatildeo os benefiacutecios do IDE satildeo contidos adversos
ou natildeo existem (OZTURK 2007) Sendo assim o consenso que existe na literatura eacute que a investigaccedilatildeo
do impacto do IDE sobre o crescimento econocircmico deve levar em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais
(fatores locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor tais como o desenvolvimento do
capital humano qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e outros (OZTURK 2007 LEE CHANG 2009)
4 METODOLOGIA
41 Modelo empiacuterico da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico no Brasil
A literatura sobre crescimento econocircmico tem desenvolvido meacutetodos avanccedilados de estimaccedilatildeo
usando seacuteries temporais Esses meacutetodos contribuem para que os pesquisadores eliminem os problemas
ligados a erros de mensuraccedilatildeo omissatildeo de variaacuteveis e endogeneidade dos regressores os quais acarretam
vieses de estimaccedilatildeo e perdas qualitativas das estimativas Com essa perspectiva o modelo de
autorregressatildeo vetorial (VAR) tem sido largamente utilizado na anaacutelise de questotildees macroeconocircmicas7
surgindo como alternativa aos modelos de equaccedilotildees simultacircneas A principal vantagem no uso do VAR eacute
que se trata de um modelo multivariado dinacircmico que permite analisar a relaccedilatildeo entre as variaacuteveis ao
longo do tempo levando em consideraccedilatildeo a interdependecircncia destas
Outro fator importante eacute o fato de se pressupor que todas as variaacuteveis no modelo sejam endoacutegenas
eliminando assim a possibilidade do vieacutes de simultaneidade (SIMS 1980)
Apesar de o modelo VAR ser um instrumental bastante eficaz sua principal limitaccedilatildeo eacute a estrutura
recursiva das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis Para superar essa restriccedilatildeo Bernanke (1986)
desenvolve o VAR estrutural (SVAR) que permite estabelecer relaccedilotildees contemporacircneas utilizando a
teoria econocircmica como referecircncia Formalmente o VAR passa a ser considerado uma forma reduzida
para o qual existe uma forma estrutural que especifica relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis de
acordo com a teoria
Diante do exposto este trabalho realiza a estimaccedilatildeo de um modelo VAR estrutural para examinar
o efeito do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo entre o primeiro
trimestre de 1996 e o quarto trimestre de 2014 Para o alcance desse objetivo e tomando como base os
aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 o modelo estimado eacute estruturado de forma a avaliar o
crescimento do PIB brasileiro (CPIB) considerando natildeo apenas o impacto das variaacuteveis relativas ao
capital fiacutesico (investimento domeacutestico ndash ID) e trabalho (Lab) mas tambeacutem o niacutevel de qualificaccedilatildeo da
forccedila de trabalho (capital humano - CH) e a capacidade de absorccedilatildeo das externalidades e spillovers
gerados pelo IDE que influenciam a tecnologia disponiacutevel do paiacutes e satildeo captados no modelo pela
inserccedilatildeo da variaacutevel representativa do proacuteprio ingresso de investimento direto estrangeiro (IDE) e por
variaacuteveis formadas pela interaccedilatildeo do IDE com o capital humano (IDECH) e com os termos
representativos da qualidade institucional (IDEQInst) e infraestrutura (IDEInfra)
Eacute importante ressaltar que as estimaccedilotildees do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram
feitas considerando trecircs especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo
apenas uma das trecircs variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Portanto tomando como base os aspectos teoacutericos
apresentados na seccedilatildeo 2 em cada modelo a relaccedilatildeo teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada
adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst
e Modelo 2 - IDEInfra e e Modelo 3 - IDECH
e Este ordenamento mostra que o CPIB eacute influenciado por todas as variaacuteveis anteriores a ele
Feitas estas consideraccedilotildees cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR8 estrutural a ser
estimado assumiu a seguinte forma
(7)
7 Os trabalhos de Zhang (2001a) Akinlo (2004) Gunaydin e Tatoglu (2005) Ramirez (2006) Kogid et al (2010) entre
outros satildeo exemplos de estudos que utilizaram a modelagem VARVEC para avaliar o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses 8 Para mais detalhes acerca do modelo VAR consultar Enders (1995) e Bueno (2008)
8
em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de
termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques
(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma
matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que
compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente
eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como
nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)
eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no
mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti
(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)
representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo
brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o
capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento
econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et
al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e
Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)
eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira
definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na
classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por
Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)
representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do
PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang
(2001b) e Hoang et al (2010)
IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na
economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou
capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser
estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a
variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para
foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10
(GWh) nos trecircs setores da economia
nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da
interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a
proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11
institucionais propostos
por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial
e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil
Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12
A
restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que
segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo
(8)
em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave
identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser
estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees
9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)
Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas
com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de
energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas
governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que
valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)
9
Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo
VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo
que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a
taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o
procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1
Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural
Efeito de rarr
Sobre darr
IDEX
IDE Lab CH ID CPIB
IDEX
1 0 0 0 0 0
IDE 1 0 0 0 0
Lab 1 0 0 0
CH 1 0 0
ID 1 0
CPIB 1
Fonte Resultados da pesquisa
Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X
pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs
especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH
Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees
contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)
capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que
estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o
crescimento econocircmico do paiacutes
No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura13
natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o
crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre
o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no
caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61
sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB
As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas
estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso
de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e
capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon
(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel
desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da
averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no
crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE
apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for
negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo
isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel
superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade
institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos
absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes
Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos
usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por
13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo
10
meio de testes de raiz unitaacuteria14
avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de
autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes
defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees
necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-
ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas
42 Fonte dos dados
Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis
endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre
de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares
(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central
do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares
(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia
eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave
escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de
dados disponibilizado no site do IPEADATA
Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto
Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo
na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou
mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco
de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale
ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15
para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro
Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite
satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR
estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do
PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste
investimento externo
O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do
teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural
baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o
criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos
nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries
Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da
hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas
da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como
natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-
as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto
estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital
humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo
precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)
Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2
do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software
economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a
14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado
(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes
procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)
11
hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as
variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo
estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram
estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e
em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo
O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas
mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas
quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente
agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa
para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como
efeito do estouro da bolha especulativa16
no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir
esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o
periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o
segundo trimestre do ano 2000
Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir
o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que
estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs
especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs
variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o
detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo
teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a
mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra
e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de
defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para
cada modelo
Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que
minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de
Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo
Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um
VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado
No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio
do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um
dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese
nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a
autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o
Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para
sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o
VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos
que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica
defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas
A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da
anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se
dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados
Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e
estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado
anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17
e a anaacutelise dos resultados os sinais dos
coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2
16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de
capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio
daqueles obtidos na estimaccedilatildeo
12
Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees
do modelo VAR estrutural
Relaccedilotildees
Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
Efeito de Sobre Coeficiente Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo
ID CPIB
0100
0018
0110
0017
0150
0014
CH CPIB
2380
0598
2051
0395
3352
0351
Lab CPIB
0992
0595
1057
0658
1632
0414
IDE CPIB
-0004
0002
-0062
0019
-0065
0013
IDEQInst CPIB
0028
0012
- -
- -
IDEInfra CPIB
- -
0057
0019
- -
IDECH CPIB
- -
- -
0010
0002
Fonte Resultados da pesquisa
Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro
= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre
o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano
( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam
significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica
Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas
expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18
sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de
interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os
resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando
significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis
observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural
A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB
brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e
estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o
preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al
(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral
os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo
entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em
bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e
melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o
resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia
brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores
condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil
No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas
apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de
probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o
estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de
conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o
efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que
contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale
dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos
18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por
fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes
13
O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos
estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)
Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou
da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica
comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da
escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais
importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)
No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia
brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo
esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e
ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a
relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado
brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento
econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)
avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e
China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho
em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os
fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta
entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos
nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos
mercados observados
Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o
crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes
Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute
importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso
deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel
IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra
para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3
Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE
no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE
e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo
modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o
crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for
positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste
mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia
brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator
em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE
apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro
Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente
significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de
probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo
1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves
variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de
1 de probabilidade
Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do
coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de
absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash
Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente
14
estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando
considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta
relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via
criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade
institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento
do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na
infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis
adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE
sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao
impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes
Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com
sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como
consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos
anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na
sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o
ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram
sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes
por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes
De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a
concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja
por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou
agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte
dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso
tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos
como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades
de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena
contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes
Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da
deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e
crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em
grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que
aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da
vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave
internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos
fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses
Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves
privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais
especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro
lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave
busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a
determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria
quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na
construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por
recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos
naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua
quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)
Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na
capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas
filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do
tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO
SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
2
MARTIN 1995 DE JAGER 2004) No entanto em estudos empiacutericos o efeito do IDE sobre o
crescimento econocircmico tem apresentado resultados ambiacuteguos sugerindo que os efeitos deste
investimento estrangeiro sobre o crescimento estatildeo relacionados com as caracteriacutesticas preacutevias de
infraestrutura e conjuntura dos paiacuteses de destino (BORENSZTEIN et al 1998 DE MELLO 1999
ALFARO et al 2004 LI LIU 2005 HOANG et al 2010)
No caso do Brasil conforme Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de
1990 a concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e
aquisiccedilotildees seja pela privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal
fato levou agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que
grande parte dos investimentos natildeo foram feitos para construccedilatildeo de novas plantas industriais
De acordo com estudo do IEDI (2006) passadas as privatizaccedilotildees e o periacuteodo de forte investimento
no setor de intermediaccedilatildeo financeira a induacutestria ganhou proeminecircncia na diversificaccedilatildeo setorial do IDE
destinado agrave economia brasileira principalmente a partir do ano 2001 A meacutedia de participaccedilatildeo da
induacutestria na entrada do IDE subiu de 18 na segunda metade da deacutecada de 1990 para 38 na primeira
deacutecada dos anos 2000 (BCB 2015)
Lacerda e Oliveira (2009) salientam que o IDE direcionado agraves operaccedilotildees greenfield possibilita
expandir a capacidade instalada da produccedilatildeo industrial atendendo a demanda aquecida do paiacutes e assim
arrefecendo pressotildees inflacionaacuterias Neste contexto conforme dados do World Investment Report 2015
publicado pela UNCTAD (2015) e de acordo com Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013) destaca-se
que os projetos de IDE do tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro aumentaram
consideravelmente no periacuteodo entre 2005 e 2011 Tal resultado pode ser considerado um importante
indicador da contribuiccedilatildeo do IDE para o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo mencionado uma
vez que os investimentos greenfield principalmente no setor industrial possibilitam a expansatildeo da
capacidade instalada das empresas geram empregos aleacutem de uma possiacutevel reduccedilatildeo da importaccedilatildeo e
elevaccedilatildeo da exportaccedilatildeo de produtos manufaturados Vale ressaltar segundo dados do BCB (2015) que o
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e o volume ingressante de IDE como porcentagem do PIB
apresentaram uma ascensatildeo meacutedia nas uacuteltimas deacutecadas2
Contudo diante das particularidades da trajetoacuteria do IDE no Brasil natildeo eacute possiacutevel afirmar com
certeza que exista uma relaccedilatildeo direta entre a entrada de IDE e o crescimento da economia nacional visto
que estes efeitos podem depender tanto do modo de estabelecimento e direcionamento deste investimento
como principalmente da capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor onde fatores como infraestrutura
disponibilidade de recursos (inclusive capital humano) e qualidade do ambiente institucional satildeo
apontados como decisivos para a atraccedilatildeo e retorno do IDE (ALFARO et al 2004 ELBOIASHI 2015)
Considerando o cenaacuterio de evoluccedilatildeo do IDE na economia brasileira e os potenciais efeitos que
este investimento externo causa no paiacutes de destino o objetivo deste estudo eacute averiguar de que forma os
ingressos de IDE associados agraves condiccedilotildees iniciais (locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo pela
economia brasileira impactaram o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 20143
Por hipoacutetese assume-se que o IDE tenha efeito direto sobre o crescimento da atividade econocircmica
no Brasil desde que condicionado ao adequado desenvolvimento dos fatores locacionais que compotildeem a
capacidade de absorccedilatildeo da economia brasileira tais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano
infraestrutura e qualidade do ambiente institucional brasileiro
Na literatura internacional a exemplo dos trabalhos de Durham (2004) Alfaro et al (2004) e
Elboiashi (2015) os resultados encontrados evidenciaram que o IDE desempenha papel importante na
contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do conjunto de paiacuteses desenvolvidos e em desenvolvimento
investigados Contudo os autores destes estudos destacam a necessidade de que outros fatores locais
ligados a aspectos institucionais de infraestrutura e qualificaccedilatildeo da matildeo de obra aconteccedilam para que a
interaccedilatildeo com o IDE garanta a eficiecircncia das externalidades geradas e o impacto positivo seja concretizado
2 De acordo com dados do BCB (2015) a taxa real meacutedia de crescimento do PIB brasileiro foi de 16 na deacutecada de 1980
elevou-se para 18 nos anos de 1990 e avanccedilou para 33 entre 2001 e 2014 Em relaccedilatildeo agrave razatildeo do ingresso de IDE sobre o
PIB esta subiu de uma meacutedia de 06 na deacutecada de 1980 para 19 nos anos de 1990 e atingiu 255 entre 2001 e 2014 3 A escolha do periacuteodo levou em consideraccedilatildeo a elevada entrada de IDE no mercado brasileiro principalmente a partir do
programa de privatizaccedilotildees do governo brasileiro em 1996 aleacutem da disponibilidade de dados
3
Em relaccedilatildeo agrave literatura nacional alguns trabalhos tambeacutem trataram da relaccedilatildeo IDE-Crescimento
na economia brasileira Por meio de uma modelagem de dados em painel considerando o Brasil e vaacuterios
outros paiacuteses em desenvolvimento Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Damasceno (2013) avaliaram a
relaccedilatildeo entre o IDE e o crescimento da atividade econocircmica das diversas naccedilotildees e natildeo encontraram
evidecircncias de que os investimentos externos estimulem o crescimento econocircmico Por outro lado
Mortatti (2011) Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) realizaram anaacutelises da relaccedilatildeo IDE-
Crescimento para o mercado brasileiro em especiacutefico Entre estas pesquisas Fraga et al (2013)
estimaram um modelo empiacuterico de dados em painel para os estados brasileiros e os resultados
encontrados evidenciaram a existecircncia de uma relaccedilatildeo positiva entre investimento direto estrangeiro e
crescimento econocircmico no Brasil No caso dos estudos de Carminati e Fernandes (2013) e Mortatti
(2011) ambos utilizaram uma modelagem autorregressiva vetorial estrutural (VAR estrutural) para
avaliar a relaccedilatildeo existente entre o IDE e o crescimento do PIB na economia brasileira sendo que o
primeiro identificou um reduzido impacto positivo do IDE sobre o PIB e o segundo encontrou um efeito
negativo poreacutem pouco significativo
Diante dos resultados destas anaacutelises especiacuteficas para a economia brasileira eacute importante destacar
que estes trabalhos natildeo levaram em conta variaacuteveis que captassem a interaccedilatildeo do IDE com as condiccedilotildees
locais ou seja a capacidade de absorccedilatildeo do mercado brasileiro o que pode ser uma das justificativas para
os resultados distintos e algumas vezes natildeo significativos Apesar de existirem trabalhos que analisaram o
assunto natildeo eacute possiacutevel estabelecer uma posiccedilatildeo definitiva de qual eacute a verdadeira influecircncia do IDE no
crescimento da economia nacional Tal fato abre espaccedilo para esforccedilos que possam contribuir nesse
sentido realizando um estudo para a economia brasileira que leve em consideraccedilatildeo caracteriacutesticas
preacutevias4 de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional Em adiccedilatildeo vale destacar
a relevacircncia deste estudo para o mercado brasileiro em especiacutefico visto que investigaccedilotildees que consideram
grupos (paineacuteis) de paiacuteses acabam apresentando uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento
Econocircmico (OZTURK 2007)
O presente trabalho se justifica sendo importante para o fornecimento de informaccedilotildees mais
precisas aos agentes econocircmicos envolvidos aleacutem de contribuir com a ampliaccedilatildeo do debate a respeito dos
impactos gerados pelo ingresso de IDE em paiacuteses emergentes como o Brasil Esta pesquisa se diferencia
dos demais estudos realizados para a economia brasileira ao empregar um conjunto distinto de variaacuteveis
de interaccedilatildeo do IDE com as condiccedilotildees locais do ambiente institucional capital humano e infraestrutura
que auxiliam na captura dos potenciais efeitos diretos e indiretos do IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro levando em consideraccedilatildeo a capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
Este artigo estaacute estruturado em outras cinco seccedilotildees aleacutem desta introduccedilatildeo a segunda seccedilatildeo
apresenta as bases teoacutericas que fundamentam a pesquisa a terceira aborda algumas evidecircncias empiacutericas
a respeito da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico a quarta descreve a metodologia de estimaccedilatildeo do
modelo VAR estrutural aplicado ao estudo dos fatores condicionantes do crescimento do PIB e indica a
fonte dos dados utilizados a quinta seccedilatildeo expotildee e discute os resultados encontrados e por fim a uacuteltima
seccedilatildeo traz as conclusotildees do trabalho
2 ASPECTOS TEOacuteRICOS SOBRE A RELACcedilAtildeO IDE-CRESCIMENTO ECONOcircMICO
Sob o acircmbito da teoria do crescimento endoacutegeno [Romer (1986 e 1990) Lucas (1988) Mankiw et
al (1992) Aghion e Howitt (1992) Coe e Helpman (1993) e Barro e Sala-I-Martin (1995)] o impacto do
IDE na taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ocorre devido agrave possibilidade de haver
rendimentos crescentes na produccedilatildeo por meio dos efeitos de difusatildeo (spillovers) e externalidades Desse
modo o IDE consegue gerar crescimento de longo prazo e segundo alguns autores pode ser o principal
motor da transferecircncia de tecnologia para os paiacuteses em desenvolvimento aleacutem de se constituir em
importante fonte de incrementos no estoque de capital humano ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva
transmissatildeo de novas teacutecnicas empresariais e criaccedilatildeo de outras externalidades (BLOMSTROumlM et al
1992 DE MELLO 1997 BORENSZTEIN et al 1998)
4 Na literatura internacional os trabalhos de Borensztein et al (1998) Kohpaiboon (2003) Durham (2004) Alfaro et al
(2004) Girma (2005) Elboiashi (2015) entre outros satildeo exemplos de estudos que avaliaram a influecircncia do IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses levando em conta diferentes aspectos representativos das condiccedilotildees locais que
pudessem impactar na capacidade de absorccedilatildeo do IDE
4
A principal contribuiccedilatildeo dos trabalhos da teoria do crescimento endoacutegeno estaacute no fato de que eles
procuraram construir um modelo de crescimento no qual fossem incluiacutedos os determinantes do progresso
tecnoloacutegico De acordo com Barro e Sala-I-Martin (1995) para que haja tal tipo de crescimento eacute
necessaacuterio apenas que a tendecircncia decrescente dos retornos do capital seja eliminada em que fatores
como inovaccedilatildeo tecnoloacutegica endoacutegena (que surgem como resultado dos esforccedilos dos agentes produtivos
para maximizar seus lucros) capital humano (estoque de conhecimento dos agentes econocircmicos) e os
arranjos institucionais (que incluem a poliacutetica governamental e a organizaccedilatildeo da sociedade) passam a
assumir um papel crucial no crescimento contiacutenuo da renda em qualquer sistema econocircmico Nesse
sentido o estudo de Mankiw et al (1992) foi um dos pioneiros em introduzir o capital humano nos
modelos de crescimento econocircmico A hipoacutetese baacutesica dos autores eacute que a funccedilatildeo de produccedilatildeo expandida
com a inclusatildeo do capital humano explica melhor as diferenccedilas de renda entre os paiacuteses Assim a
produccedilatildeo no tempo t eacute dada por
(1)
em que eacute a produccedilatildeo A representa a tecnologia disponiacutevel eacute a forccedila de trabalho representa o
capital fiacutesico e eacute o capital humano Conforme Mankiw et al (1992) mesmo com tecnologia uma
populaccedilatildeo natildeo conseguiraacute ser muito produtiva se natildeo tiver capital humano suficiente agrave sua disposiccedilatildeo Tal
fato indica portanto que o niacutevel de produccedilatildeo de certa economia tambeacutem eacute influenciado pela qualificaccedilatildeo
dos trabalhadores e natildeo apenas por sua quantidade
Segundo Borensztein et al (1998) outro papel fundamental do capital humano no processo de
crescimento econocircmico eacute sua atuaccedilatildeo como determinante crucial da capacidade de absorccedilatildeo das
externalidades geradas pelo ingresso de IDE em uma determinada economia Como exemplo desses
efeitos tecircm-se a transferecircncia de conhecimento novas teacutecnicas administrativas e publicitaacuterias entre
outros ativos intangiacuteveis vinculados agraves empresas multinacionais estrangeiras instaladas no paiacutes receptor
do investimento externo
A interaccedilatildeo entre o investimento direto estrangeiro e o capital humano surge entatildeo como um dos
principais canais que explicam a influecircncia do IDE sobre o crescimento econocircmico de certa naccedilatildeo
Seguindo as especificaccedilotildees da obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) Borensztein et al (1998)
desenvolveram uma formulaccedilatildeo teoacuterica baacutesica para explicar esta relaccedilatildeo na qual esta pesquisa se ampara
Os autores consideraram uma economia em que o progresso teacutecnico eacute resultado da acumulaccedilatildeo de capital
na forma de um aumento no nuacutemero de variedades de bens de capital disponiacuteveis Portanto em
conformidade com a derivaccedilatildeo teoacuterica realizada no estudo de Borensztein et al (1998) e no capiacutetulo 6 da
obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) considera-se uma economia produzindo um uacutenico bem de consumo
com a tecnologia expressa pela seguinte equaccedilatildeo
(2)
em que β eacute uma constante com ou seja retorno constante A representa as condiccedilotildees
referentes ao ambiente5 analisado - satildeo variaacuteveis de poliacuteticas e de controle que afetam o niacutevel de
produtividade (eficiecircncia) da economia e que capturam os efeitos natildeo contabilizados pelo incremento dos
outros fatores de produccedilatildeo considerados H representa o capital humano ndash a dotaccedilatildeo deste insumo eacute dada
para fins de anaacutelise e K ilustra o capital fiacutesico - consiste na agregaccedilatildeo de diferentes variedades de bens de
capital e desse modo a acumulaccedilatildeo de capital ocorre atraveacutes da ampliaccedilatildeo do nuacutemero de variedades
Com isso a cada instante no tempo o estoque de capital domeacutestico eacute dado por
sum
frasl ou int
frasl (3)
sendo j a j-eacutesima variedade de bens de capital ( N eacute o nuacutemero total de variedades de bens de
capital e x(j) eacute a demanda para cada variedade de bem de capital j Portanto a equaccedilatildeo (2) pode ser
expressa por exemplo como sum
5 Conforme Barro e Sala-i-Martin (1995) e Borensztein et al (1998) o termo A eacute determinado pelos fatores locais de determinada economia esses fatores incluem medidas conjunturais institucionais de infraestrutura desenvolvimento
financeiro entre outros aspectos relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo da economia em questatildeo
5
Considera-se a existecircncia de dois tipos de firmas que produzam bens de capital denominadas
como firma domeacutestica e firma estrangeira A firma domeacutestica produz n e a estrangeira que realiza IDE na
economia receptora produz n variedades de bens de capital de um total de N logo N = n + n Ademais
assume-se que a firma que produz bens de capital aluga-os para a firma que produz bens finais a uma taxa
de aluguel igual a m(j) A demanda para cada variedade de bem de capital x(j) decorre da condiccedilatildeo de
escolha oacutetima que iguala a taxa de aluguel agrave produtividade marginal do bem de capital na produccedilatildeo do
bem final
(4)
Destaca-se que o aumento da variedade do nuacutemero de bens de capital estaacute atrelado agrave adaptaccedilatildeo da
tecnologia disponiacutevel em paiacuteses mais avanccedilados Assume-se que esta adaptaccedilatildeo da tecnologia seja um
processo custoso implicando um custo fixo (F) de instalaccedilatildeo que ocorre antes da produccedilatildeo do novo tipo
de capital no paiacutes hospedeiro Este custo (F) tem relaccedilatildeo inversa com a razatildeo nN Nesse sentido as firmas
estrangeiras trazem para as economias emergentes vantagens na produccedilatildeo de bens de capital - conhecimento
- jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses Logo as firmas estrangeiras podem ser consideradas o principal canal de
progresso tecnoloacutegico
Adicionalmente assume-se a existecircncia de um efeito catch-up do progresso tecnoloacutegico pois eacute
mais barato a imitaccedilatildeo de um processo de produccedilatildeo existente do que a criaccedilatildeo de novos produtos Isto
pode ser feito considerando que o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo depende positivamente do nuacutemero de
variedades de bens capital produzidos pela economia hospedeira em comparaccedilatildeo com a variedade total de
bens de capital produzidos nos paiacuteses mais avanccedilados (N) Com isso paiacuteses com menor NN tecircm
grandes possibilidades de imitaccedilatildeo e os custos de se adotar novas tecnologias satildeo menores Logo tem-se
a seguinte funccedilatildeo para o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo
fraslfrasl onde
frasl e
frasl (5)
A equaccedilatildeo (5) diz que o aumento do nuacutemero de variedades pode ser interpretado como uma
melhoria da qualidade dos bens existentes Se a presenccedila de empresas estrangeiras reduz o custo de
melhorar a qualidade de bens de capital existentes ela iraacute gerar a mesma relaccedilatildeo negativa entre o IDE e
os custos de instalaccedilatildeo Aleacutem disso a suposiccedilatildeo de catch-up pode ser reinterpretada no sentido de que o
custo para melhorar um bem de capital existente eacute tanto menor quanto menor for sua qualidade
Portanto conforme derivaccedilatildeo teoacuterica realizada por Borensztein et al (1998) para avaliar o efeito
do IDE no crescimento econocircmico utiliza-se a seguinte formulaccedilatildeo baacutesica para a taxa de crescimento da
economia (g)
[ frasl frasl frasl ] (6)
Esta equaccedilatildeo mostra que o IDE que eacute medido pela fraccedilatildeo de bens produzidos por empresas
estrangeiras no nuacutemero total de produtos (nN) reduz os custos de introduccedilatildeo de novas variedades de
bens de capital assim elevando a taxa na qual estes bens satildeo introduzidos O custo da introduccedilatildeo de
novos bens de capital tambeacutem eacute menor para os paiacuteses mais atrasados pois paiacuteses que produzem menores
variedades de bens de capital em relaccedilatildeo aos paiacuteses liacutederes - paiacuteses com menor NN - desfrutam de
menores custos de adoccedilatildeo (imitaccedilatildeo) da tecnologia e tenderatildeo a crescer mais rapidamente O efeito do
IDE sobre a taxa de crescimento da economia tambeacutem estaacute diretamente associado agrave interaccedilatildeo com o niacutevel
de capital humano assim quanto maior o niacutevel de capital humano no paiacutes hospedeiro maior o efeito do
IDE na taxa de crescimento da economia Ademais o termo A compreende as variaacuteveis de controle como
aspectos conjunturais institucionais de infraestrutura entre outros que podem capturar outros efeitos de
difusatildeo ligados agrave interaccedilatildeo com o IDE
Vale destacar que o presente estudo partilha das ideias desta teoria ressaltando que o IDE pode
ser uma importante fonte de crescimento do PIB de determinada economia Poreacutem diante de condiccedilotildees
inadequadas de desenvolvimento do capital humano entre outros aspectos conjunturais institucionais e
de infraestrutura que caracterizam a economia de destino do IDE podem ocorrer duacutevidas a respeito da
eficaacutecia e do impacto positivo deste investimento estrangeiro sobre o crescimento econocircmico da naccedilatildeo
receptora Em vez de estimular o crescimento o IDE pode causar maior repatriamento dos lucros das
6
subsidiaacuterias aumento da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes de destino entre outros aspectos negativos
(VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007) Portanto a depender das condiccedilotildees locais que
determinaratildeo a capacidade de absorccedilatildeo do IDE em determinada economia o efeito deste investimento
sobre o crescimento do PIB natildeo seraacute necessariamente positivo
3 IDE E CRESCIMENTO ECONOcircMICO EVIDEcircNCIAS EMPIacuteRICAS RELACIONADAS
Existe uma variedade de estudos empiacutericos que buscam avaliar a influecircncia do IDE no
crescimento econocircmico dos paiacuteses receptores Estes trabalhos compreendem paineacuteis de paiacuteses com
mesmo niacutevel de desenvolvimento ou natildeo como tambeacutem anaacutelises para economias especiacuteficas
considerando diferentes variaacuteveis e periacuteodos de tempo distintos Apesar dos alegados benefiacutecios do IDE
no crescimento do paiacutes de destino a literatura empiacuterica ainda natildeo obteve consenso para estabelecer um
impacto positivo definitivo (CAMPOS KINOSHITA 2002 DURHAM 2004)
Na literatura encontram-se diversos trabalhos que consideram anaacutelises para conjuntos de paiacuteses
desenvolvidos e ou em desenvolvimento A grande maioria destes estudos evidencia empiricamente
uma relaccedilatildeo positiva entre o investimento direto estrangeiro e a taxa de crescimento econocircmico das
naccedilotildees analisadas sendo que este resultado ocorre principalmente quando satildeo levadas em consideraccedilatildeo
as interaccedilotildees do IDE com os aspectos conjunturais institucionais e de infraestrutura que compotildeem os
fatores representativos da capacidade de absorccedilatildeo das economias (BALASUBRAMANYAM et al 1996
DE MELLO 1999 CARKOVIC LEVINE 2005 CAMPOS KINOSHITA 2002 BENGOA
SANCHEZndashROBLES 2003 ALFARO et al 2004 DURHAM 2004 LI LIU 2005 ELBOIASHI
2015) Por outro lado quando se consideram os efeitos do IDE dentro de determinados paiacuteses a literatura
indica que embora o efeito meacutedio6 possa ser positivo em estudos para conjunto de naccedilotildees nem sempre o
IDE gera efeitos diretos sobre a taxa de crescimento econocircmico Em trabalhos com amostras mais
desagregadas e para paiacuteses especiacuteficos que levam em conta as particularidades das economias a ausecircncia
de relaccedilatildeo ou impacto negativo do IDE sobre o crescimento podem ocorrer com maior frequecircncia
(ZHANG 2001a MENCINGER 2003 MORTATTI 2011 JORDAAN OREGGIA 2012)
De acordo com De Mello (1997) e Blomstroumlm e Kokko (1998) o IDE gerado pelas firmas estran-
geiras traz para as economias emergentes vantagens (transferecircncia de novas tecnologias e know-how) na
produccedilatildeo de bens e serviccedilos jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses aleacutem de proporcionar efeitos de difusatildeo e
externalidades que reduzem custos de investigaccedilatildeo e desenvolvimento nas empresas locais tornando-as
mais competitivas e com melhorias na qualidade dos bens e serviccedilos existentes No entanto segundo os
trabalhos De Mello (1999) OECD (2002) Saggi (2002) Bengoa e SanchezndashRobles (2003) Akinlo
(2004) Li e Liu (2005) e Khamfula (2007) para que este processo de avanccedilo tecnoloacutegico via efeitos
difusores do IDE gere benefiacutecios cada vez maiores eacute importante que as economias receptoras
apresentem infraestrutura adequada forccedila de trabalho com boa capacitaccedilatildeo instituiccedilotildees qualificadas
com direitos de propriedade bens definidos sistema financeiro bem desenvolvido entre outros aspectos
Do contraacuterio os efeitos positivos do ingresso de IDE seratildeo pequenos podendo acarretar alguns aspetos
contraproducentes como por exemplo elevaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes receptor o que
acabaria eliminando as firmas internas menores e menos eficientes ao inveacutes de induzi-las ao aumento de
eficiecircncia concentraccedilatildeo pelas multinacionais estrangeiras dos trabalhadores mais qualificados
retirando-os das empresas locais repatriamento dos lucros das subsidiaacuterias o que provoca saiacuteda de
fundos do paiacutes e aumento das importaccedilotildees em patamar superior ao das exportaccedilotildees geradas (ZHANG
2001b MENCINGER 2003 SYLWESTER 2005 VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007)
Em siacutentese com base nos resultados destes trabalhos e em conformidade com os aspectos teoacutericos
mencionados anteriormente verifica-se que as diferenccedilas no impacto que o IDE pode causar em
diferentes paiacuteses estatildeo ligadas a fatores locacionais que fazem com que o IDE afete positivamente ou natildeo
o crescimento econocircmico de uma dada regiatildeo Paiacuteses com maior dotaccedilatildeo de fatores que auxiliam na
absorccedilatildeo dos investimentos satildeo provaacuteveis candidatos a se beneficiar com a presenccedila do capital externo
6 Segundo Ozturk (2007) estudos que consideram grupos de paiacuteses apresentam uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico Desta forma podem ocorrer situaccedilotildees em que um uacutenico efeito positivo muito elevado pode anular muitos efeitos
negativos de reduzida dimensatildeo e vice-versa
7
Ao contraacuterio em paiacuteses com baixa capacidade de absorccedilatildeo os benefiacutecios do IDE satildeo contidos adversos
ou natildeo existem (OZTURK 2007) Sendo assim o consenso que existe na literatura eacute que a investigaccedilatildeo
do impacto do IDE sobre o crescimento econocircmico deve levar em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais
(fatores locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor tais como o desenvolvimento do
capital humano qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e outros (OZTURK 2007 LEE CHANG 2009)
4 METODOLOGIA
41 Modelo empiacuterico da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico no Brasil
A literatura sobre crescimento econocircmico tem desenvolvido meacutetodos avanccedilados de estimaccedilatildeo
usando seacuteries temporais Esses meacutetodos contribuem para que os pesquisadores eliminem os problemas
ligados a erros de mensuraccedilatildeo omissatildeo de variaacuteveis e endogeneidade dos regressores os quais acarretam
vieses de estimaccedilatildeo e perdas qualitativas das estimativas Com essa perspectiva o modelo de
autorregressatildeo vetorial (VAR) tem sido largamente utilizado na anaacutelise de questotildees macroeconocircmicas7
surgindo como alternativa aos modelos de equaccedilotildees simultacircneas A principal vantagem no uso do VAR eacute
que se trata de um modelo multivariado dinacircmico que permite analisar a relaccedilatildeo entre as variaacuteveis ao
longo do tempo levando em consideraccedilatildeo a interdependecircncia destas
Outro fator importante eacute o fato de se pressupor que todas as variaacuteveis no modelo sejam endoacutegenas
eliminando assim a possibilidade do vieacutes de simultaneidade (SIMS 1980)
Apesar de o modelo VAR ser um instrumental bastante eficaz sua principal limitaccedilatildeo eacute a estrutura
recursiva das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis Para superar essa restriccedilatildeo Bernanke (1986)
desenvolve o VAR estrutural (SVAR) que permite estabelecer relaccedilotildees contemporacircneas utilizando a
teoria econocircmica como referecircncia Formalmente o VAR passa a ser considerado uma forma reduzida
para o qual existe uma forma estrutural que especifica relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis de
acordo com a teoria
Diante do exposto este trabalho realiza a estimaccedilatildeo de um modelo VAR estrutural para examinar
o efeito do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo entre o primeiro
trimestre de 1996 e o quarto trimestre de 2014 Para o alcance desse objetivo e tomando como base os
aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 o modelo estimado eacute estruturado de forma a avaliar o
crescimento do PIB brasileiro (CPIB) considerando natildeo apenas o impacto das variaacuteveis relativas ao
capital fiacutesico (investimento domeacutestico ndash ID) e trabalho (Lab) mas tambeacutem o niacutevel de qualificaccedilatildeo da
forccedila de trabalho (capital humano - CH) e a capacidade de absorccedilatildeo das externalidades e spillovers
gerados pelo IDE que influenciam a tecnologia disponiacutevel do paiacutes e satildeo captados no modelo pela
inserccedilatildeo da variaacutevel representativa do proacuteprio ingresso de investimento direto estrangeiro (IDE) e por
variaacuteveis formadas pela interaccedilatildeo do IDE com o capital humano (IDECH) e com os termos
representativos da qualidade institucional (IDEQInst) e infraestrutura (IDEInfra)
Eacute importante ressaltar que as estimaccedilotildees do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram
feitas considerando trecircs especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo
apenas uma das trecircs variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Portanto tomando como base os aspectos teoacutericos
apresentados na seccedilatildeo 2 em cada modelo a relaccedilatildeo teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada
adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst
e Modelo 2 - IDEInfra e e Modelo 3 - IDECH
e Este ordenamento mostra que o CPIB eacute influenciado por todas as variaacuteveis anteriores a ele
Feitas estas consideraccedilotildees cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR8 estrutural a ser
estimado assumiu a seguinte forma
(7)
7 Os trabalhos de Zhang (2001a) Akinlo (2004) Gunaydin e Tatoglu (2005) Ramirez (2006) Kogid et al (2010) entre
outros satildeo exemplos de estudos que utilizaram a modelagem VARVEC para avaliar o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses 8 Para mais detalhes acerca do modelo VAR consultar Enders (1995) e Bueno (2008)
8
em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de
termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques
(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma
matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que
compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente
eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como
nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)
eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no
mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti
(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)
representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo
brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o
capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento
econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et
al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e
Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)
eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira
definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na
classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por
Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)
representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do
PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang
(2001b) e Hoang et al (2010)
IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na
economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou
capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser
estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a
variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para
foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10
(GWh) nos trecircs setores da economia
nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da
interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a
proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11
institucionais propostos
por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial
e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil
Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12
A
restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que
segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo
(8)
em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave
identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser
estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees
9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)
Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas
com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de
energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas
governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que
valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)
9
Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo
VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo
que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a
taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o
procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1
Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural
Efeito de rarr
Sobre darr
IDEX
IDE Lab CH ID CPIB
IDEX
1 0 0 0 0 0
IDE 1 0 0 0 0
Lab 1 0 0 0
CH 1 0 0
ID 1 0
CPIB 1
Fonte Resultados da pesquisa
Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X
pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs
especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH
Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees
contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)
capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que
estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o
crescimento econocircmico do paiacutes
No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura13
natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o
crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre
o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no
caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61
sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB
As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas
estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso
de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e
capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon
(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel
desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da
averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no
crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE
apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for
negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo
isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel
superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade
institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos
absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes
Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos
usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por
13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo
10
meio de testes de raiz unitaacuteria14
avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de
autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes
defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees
necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-
ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas
42 Fonte dos dados
Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis
endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre
de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares
(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central
do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares
(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia
eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave
escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de
dados disponibilizado no site do IPEADATA
Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto
Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo
na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou
mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco
de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale
ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15
para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro
Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite
satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR
estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do
PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste
investimento externo
O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do
teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural
baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o
criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos
nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries
Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da
hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas
da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como
natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-
as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto
estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital
humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo
precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)
Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2
do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software
economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a
14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado
(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes
procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)
11
hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as
variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo
estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram
estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e
em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo
O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas
mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas
quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente
agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa
para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como
efeito do estouro da bolha especulativa16
no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir
esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o
periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o
segundo trimestre do ano 2000
Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir
o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que
estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs
especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs
variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o
detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo
teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a
mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra
e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de
defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para
cada modelo
Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que
minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de
Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo
Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um
VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado
No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio
do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um
dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese
nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a
autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o
Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para
sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o
VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos
que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica
defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas
A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da
anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se
dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados
Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e
estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado
anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17
e a anaacutelise dos resultados os sinais dos
coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2
16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de
capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio
daqueles obtidos na estimaccedilatildeo
12
Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees
do modelo VAR estrutural
Relaccedilotildees
Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
Efeito de Sobre Coeficiente Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo
ID CPIB
0100
0018
0110
0017
0150
0014
CH CPIB
2380
0598
2051
0395
3352
0351
Lab CPIB
0992
0595
1057
0658
1632
0414
IDE CPIB
-0004
0002
-0062
0019
-0065
0013
IDEQInst CPIB
0028
0012
- -
- -
IDEInfra CPIB
- -
0057
0019
- -
IDECH CPIB
- -
- -
0010
0002
Fonte Resultados da pesquisa
Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro
= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre
o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano
( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam
significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica
Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas
expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18
sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de
interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os
resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando
significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis
observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural
A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB
brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e
estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o
preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al
(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral
os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo
entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em
bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e
melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o
resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia
brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores
condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil
No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas
apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de
probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o
estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de
conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o
efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que
contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale
dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos
18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por
fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes
13
O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos
estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)
Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou
da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica
comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da
escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais
importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)
No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia
brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo
esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e
ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a
relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado
brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento
econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)
avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e
China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho
em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os
fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta
entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos
nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos
mercados observados
Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o
crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes
Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute
importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso
deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel
IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra
para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3
Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE
no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE
e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo
modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o
crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for
positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste
mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia
brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator
em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE
apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro
Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente
significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de
probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo
1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves
variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de
1 de probabilidade
Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do
coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de
absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash
Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente
14
estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando
considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta
relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via
criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade
institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento
do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na
infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis
adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE
sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao
impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes
Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com
sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como
consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos
anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na
sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o
ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram
sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes
por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes
De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a
concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja
por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou
agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte
dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso
tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos
como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades
de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena
contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes
Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da
deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e
crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em
grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que
aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da
vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave
internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos
fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses
Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves
privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais
especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro
lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave
busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a
determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria
quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na
construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por
recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos
naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua
quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)
Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na
capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas
filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do
tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO
SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
3
Em relaccedilatildeo agrave literatura nacional alguns trabalhos tambeacutem trataram da relaccedilatildeo IDE-Crescimento
na economia brasileira Por meio de uma modelagem de dados em painel considerando o Brasil e vaacuterios
outros paiacuteses em desenvolvimento Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Damasceno (2013) avaliaram a
relaccedilatildeo entre o IDE e o crescimento da atividade econocircmica das diversas naccedilotildees e natildeo encontraram
evidecircncias de que os investimentos externos estimulem o crescimento econocircmico Por outro lado
Mortatti (2011) Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) realizaram anaacutelises da relaccedilatildeo IDE-
Crescimento para o mercado brasileiro em especiacutefico Entre estas pesquisas Fraga et al (2013)
estimaram um modelo empiacuterico de dados em painel para os estados brasileiros e os resultados
encontrados evidenciaram a existecircncia de uma relaccedilatildeo positiva entre investimento direto estrangeiro e
crescimento econocircmico no Brasil No caso dos estudos de Carminati e Fernandes (2013) e Mortatti
(2011) ambos utilizaram uma modelagem autorregressiva vetorial estrutural (VAR estrutural) para
avaliar a relaccedilatildeo existente entre o IDE e o crescimento do PIB na economia brasileira sendo que o
primeiro identificou um reduzido impacto positivo do IDE sobre o PIB e o segundo encontrou um efeito
negativo poreacutem pouco significativo
Diante dos resultados destas anaacutelises especiacuteficas para a economia brasileira eacute importante destacar
que estes trabalhos natildeo levaram em conta variaacuteveis que captassem a interaccedilatildeo do IDE com as condiccedilotildees
locais ou seja a capacidade de absorccedilatildeo do mercado brasileiro o que pode ser uma das justificativas para
os resultados distintos e algumas vezes natildeo significativos Apesar de existirem trabalhos que analisaram o
assunto natildeo eacute possiacutevel estabelecer uma posiccedilatildeo definitiva de qual eacute a verdadeira influecircncia do IDE no
crescimento da economia nacional Tal fato abre espaccedilo para esforccedilos que possam contribuir nesse
sentido realizando um estudo para a economia brasileira que leve em consideraccedilatildeo caracteriacutesticas
preacutevias4 de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional Em adiccedilatildeo vale destacar
a relevacircncia deste estudo para o mercado brasileiro em especiacutefico visto que investigaccedilotildees que consideram
grupos (paineacuteis) de paiacuteses acabam apresentando uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento
Econocircmico (OZTURK 2007)
O presente trabalho se justifica sendo importante para o fornecimento de informaccedilotildees mais
precisas aos agentes econocircmicos envolvidos aleacutem de contribuir com a ampliaccedilatildeo do debate a respeito dos
impactos gerados pelo ingresso de IDE em paiacuteses emergentes como o Brasil Esta pesquisa se diferencia
dos demais estudos realizados para a economia brasileira ao empregar um conjunto distinto de variaacuteveis
de interaccedilatildeo do IDE com as condiccedilotildees locais do ambiente institucional capital humano e infraestrutura
que auxiliam na captura dos potenciais efeitos diretos e indiretos do IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro levando em consideraccedilatildeo a capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
Este artigo estaacute estruturado em outras cinco seccedilotildees aleacutem desta introduccedilatildeo a segunda seccedilatildeo
apresenta as bases teoacutericas que fundamentam a pesquisa a terceira aborda algumas evidecircncias empiacutericas
a respeito da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico a quarta descreve a metodologia de estimaccedilatildeo do
modelo VAR estrutural aplicado ao estudo dos fatores condicionantes do crescimento do PIB e indica a
fonte dos dados utilizados a quinta seccedilatildeo expotildee e discute os resultados encontrados e por fim a uacuteltima
seccedilatildeo traz as conclusotildees do trabalho
2 ASPECTOS TEOacuteRICOS SOBRE A RELACcedilAtildeO IDE-CRESCIMENTO ECONOcircMICO
Sob o acircmbito da teoria do crescimento endoacutegeno [Romer (1986 e 1990) Lucas (1988) Mankiw et
al (1992) Aghion e Howitt (1992) Coe e Helpman (1993) e Barro e Sala-I-Martin (1995)] o impacto do
IDE na taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) ocorre devido agrave possibilidade de haver
rendimentos crescentes na produccedilatildeo por meio dos efeitos de difusatildeo (spillovers) e externalidades Desse
modo o IDE consegue gerar crescimento de longo prazo e segundo alguns autores pode ser o principal
motor da transferecircncia de tecnologia para os paiacuteses em desenvolvimento aleacutem de se constituir em
importante fonte de incrementos no estoque de capital humano ampliaccedilatildeo da capacidade produtiva
transmissatildeo de novas teacutecnicas empresariais e criaccedilatildeo de outras externalidades (BLOMSTROumlM et al
1992 DE MELLO 1997 BORENSZTEIN et al 1998)
4 Na literatura internacional os trabalhos de Borensztein et al (1998) Kohpaiboon (2003) Durham (2004) Alfaro et al
(2004) Girma (2005) Elboiashi (2015) entre outros satildeo exemplos de estudos que avaliaram a influecircncia do IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses levando em conta diferentes aspectos representativos das condiccedilotildees locais que
pudessem impactar na capacidade de absorccedilatildeo do IDE
4
A principal contribuiccedilatildeo dos trabalhos da teoria do crescimento endoacutegeno estaacute no fato de que eles
procuraram construir um modelo de crescimento no qual fossem incluiacutedos os determinantes do progresso
tecnoloacutegico De acordo com Barro e Sala-I-Martin (1995) para que haja tal tipo de crescimento eacute
necessaacuterio apenas que a tendecircncia decrescente dos retornos do capital seja eliminada em que fatores
como inovaccedilatildeo tecnoloacutegica endoacutegena (que surgem como resultado dos esforccedilos dos agentes produtivos
para maximizar seus lucros) capital humano (estoque de conhecimento dos agentes econocircmicos) e os
arranjos institucionais (que incluem a poliacutetica governamental e a organizaccedilatildeo da sociedade) passam a
assumir um papel crucial no crescimento contiacutenuo da renda em qualquer sistema econocircmico Nesse
sentido o estudo de Mankiw et al (1992) foi um dos pioneiros em introduzir o capital humano nos
modelos de crescimento econocircmico A hipoacutetese baacutesica dos autores eacute que a funccedilatildeo de produccedilatildeo expandida
com a inclusatildeo do capital humano explica melhor as diferenccedilas de renda entre os paiacuteses Assim a
produccedilatildeo no tempo t eacute dada por
(1)
em que eacute a produccedilatildeo A representa a tecnologia disponiacutevel eacute a forccedila de trabalho representa o
capital fiacutesico e eacute o capital humano Conforme Mankiw et al (1992) mesmo com tecnologia uma
populaccedilatildeo natildeo conseguiraacute ser muito produtiva se natildeo tiver capital humano suficiente agrave sua disposiccedilatildeo Tal
fato indica portanto que o niacutevel de produccedilatildeo de certa economia tambeacutem eacute influenciado pela qualificaccedilatildeo
dos trabalhadores e natildeo apenas por sua quantidade
Segundo Borensztein et al (1998) outro papel fundamental do capital humano no processo de
crescimento econocircmico eacute sua atuaccedilatildeo como determinante crucial da capacidade de absorccedilatildeo das
externalidades geradas pelo ingresso de IDE em uma determinada economia Como exemplo desses
efeitos tecircm-se a transferecircncia de conhecimento novas teacutecnicas administrativas e publicitaacuterias entre
outros ativos intangiacuteveis vinculados agraves empresas multinacionais estrangeiras instaladas no paiacutes receptor
do investimento externo
A interaccedilatildeo entre o investimento direto estrangeiro e o capital humano surge entatildeo como um dos
principais canais que explicam a influecircncia do IDE sobre o crescimento econocircmico de certa naccedilatildeo
Seguindo as especificaccedilotildees da obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) Borensztein et al (1998)
desenvolveram uma formulaccedilatildeo teoacuterica baacutesica para explicar esta relaccedilatildeo na qual esta pesquisa se ampara
Os autores consideraram uma economia em que o progresso teacutecnico eacute resultado da acumulaccedilatildeo de capital
na forma de um aumento no nuacutemero de variedades de bens de capital disponiacuteveis Portanto em
conformidade com a derivaccedilatildeo teoacuterica realizada no estudo de Borensztein et al (1998) e no capiacutetulo 6 da
obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) considera-se uma economia produzindo um uacutenico bem de consumo
com a tecnologia expressa pela seguinte equaccedilatildeo
(2)
em que β eacute uma constante com ou seja retorno constante A representa as condiccedilotildees
referentes ao ambiente5 analisado - satildeo variaacuteveis de poliacuteticas e de controle que afetam o niacutevel de
produtividade (eficiecircncia) da economia e que capturam os efeitos natildeo contabilizados pelo incremento dos
outros fatores de produccedilatildeo considerados H representa o capital humano ndash a dotaccedilatildeo deste insumo eacute dada
para fins de anaacutelise e K ilustra o capital fiacutesico - consiste na agregaccedilatildeo de diferentes variedades de bens de
capital e desse modo a acumulaccedilatildeo de capital ocorre atraveacutes da ampliaccedilatildeo do nuacutemero de variedades
Com isso a cada instante no tempo o estoque de capital domeacutestico eacute dado por
sum
frasl ou int
frasl (3)
sendo j a j-eacutesima variedade de bens de capital ( N eacute o nuacutemero total de variedades de bens de
capital e x(j) eacute a demanda para cada variedade de bem de capital j Portanto a equaccedilatildeo (2) pode ser
expressa por exemplo como sum
5 Conforme Barro e Sala-i-Martin (1995) e Borensztein et al (1998) o termo A eacute determinado pelos fatores locais de determinada economia esses fatores incluem medidas conjunturais institucionais de infraestrutura desenvolvimento
financeiro entre outros aspectos relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo da economia em questatildeo
5
Considera-se a existecircncia de dois tipos de firmas que produzam bens de capital denominadas
como firma domeacutestica e firma estrangeira A firma domeacutestica produz n e a estrangeira que realiza IDE na
economia receptora produz n variedades de bens de capital de um total de N logo N = n + n Ademais
assume-se que a firma que produz bens de capital aluga-os para a firma que produz bens finais a uma taxa
de aluguel igual a m(j) A demanda para cada variedade de bem de capital x(j) decorre da condiccedilatildeo de
escolha oacutetima que iguala a taxa de aluguel agrave produtividade marginal do bem de capital na produccedilatildeo do
bem final
(4)
Destaca-se que o aumento da variedade do nuacutemero de bens de capital estaacute atrelado agrave adaptaccedilatildeo da
tecnologia disponiacutevel em paiacuteses mais avanccedilados Assume-se que esta adaptaccedilatildeo da tecnologia seja um
processo custoso implicando um custo fixo (F) de instalaccedilatildeo que ocorre antes da produccedilatildeo do novo tipo
de capital no paiacutes hospedeiro Este custo (F) tem relaccedilatildeo inversa com a razatildeo nN Nesse sentido as firmas
estrangeiras trazem para as economias emergentes vantagens na produccedilatildeo de bens de capital - conhecimento
- jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses Logo as firmas estrangeiras podem ser consideradas o principal canal de
progresso tecnoloacutegico
Adicionalmente assume-se a existecircncia de um efeito catch-up do progresso tecnoloacutegico pois eacute
mais barato a imitaccedilatildeo de um processo de produccedilatildeo existente do que a criaccedilatildeo de novos produtos Isto
pode ser feito considerando que o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo depende positivamente do nuacutemero de
variedades de bens capital produzidos pela economia hospedeira em comparaccedilatildeo com a variedade total de
bens de capital produzidos nos paiacuteses mais avanccedilados (N) Com isso paiacuteses com menor NN tecircm
grandes possibilidades de imitaccedilatildeo e os custos de se adotar novas tecnologias satildeo menores Logo tem-se
a seguinte funccedilatildeo para o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo
fraslfrasl onde
frasl e
frasl (5)
A equaccedilatildeo (5) diz que o aumento do nuacutemero de variedades pode ser interpretado como uma
melhoria da qualidade dos bens existentes Se a presenccedila de empresas estrangeiras reduz o custo de
melhorar a qualidade de bens de capital existentes ela iraacute gerar a mesma relaccedilatildeo negativa entre o IDE e
os custos de instalaccedilatildeo Aleacutem disso a suposiccedilatildeo de catch-up pode ser reinterpretada no sentido de que o
custo para melhorar um bem de capital existente eacute tanto menor quanto menor for sua qualidade
Portanto conforme derivaccedilatildeo teoacuterica realizada por Borensztein et al (1998) para avaliar o efeito
do IDE no crescimento econocircmico utiliza-se a seguinte formulaccedilatildeo baacutesica para a taxa de crescimento da
economia (g)
[ frasl frasl frasl ] (6)
Esta equaccedilatildeo mostra que o IDE que eacute medido pela fraccedilatildeo de bens produzidos por empresas
estrangeiras no nuacutemero total de produtos (nN) reduz os custos de introduccedilatildeo de novas variedades de
bens de capital assim elevando a taxa na qual estes bens satildeo introduzidos O custo da introduccedilatildeo de
novos bens de capital tambeacutem eacute menor para os paiacuteses mais atrasados pois paiacuteses que produzem menores
variedades de bens de capital em relaccedilatildeo aos paiacuteses liacutederes - paiacuteses com menor NN - desfrutam de
menores custos de adoccedilatildeo (imitaccedilatildeo) da tecnologia e tenderatildeo a crescer mais rapidamente O efeito do
IDE sobre a taxa de crescimento da economia tambeacutem estaacute diretamente associado agrave interaccedilatildeo com o niacutevel
de capital humano assim quanto maior o niacutevel de capital humano no paiacutes hospedeiro maior o efeito do
IDE na taxa de crescimento da economia Ademais o termo A compreende as variaacuteveis de controle como
aspectos conjunturais institucionais de infraestrutura entre outros que podem capturar outros efeitos de
difusatildeo ligados agrave interaccedilatildeo com o IDE
Vale destacar que o presente estudo partilha das ideias desta teoria ressaltando que o IDE pode
ser uma importante fonte de crescimento do PIB de determinada economia Poreacutem diante de condiccedilotildees
inadequadas de desenvolvimento do capital humano entre outros aspectos conjunturais institucionais e
de infraestrutura que caracterizam a economia de destino do IDE podem ocorrer duacutevidas a respeito da
eficaacutecia e do impacto positivo deste investimento estrangeiro sobre o crescimento econocircmico da naccedilatildeo
receptora Em vez de estimular o crescimento o IDE pode causar maior repatriamento dos lucros das
6
subsidiaacuterias aumento da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes de destino entre outros aspectos negativos
(VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007) Portanto a depender das condiccedilotildees locais que
determinaratildeo a capacidade de absorccedilatildeo do IDE em determinada economia o efeito deste investimento
sobre o crescimento do PIB natildeo seraacute necessariamente positivo
3 IDE E CRESCIMENTO ECONOcircMICO EVIDEcircNCIAS EMPIacuteRICAS RELACIONADAS
Existe uma variedade de estudos empiacutericos que buscam avaliar a influecircncia do IDE no
crescimento econocircmico dos paiacuteses receptores Estes trabalhos compreendem paineacuteis de paiacuteses com
mesmo niacutevel de desenvolvimento ou natildeo como tambeacutem anaacutelises para economias especiacuteficas
considerando diferentes variaacuteveis e periacuteodos de tempo distintos Apesar dos alegados benefiacutecios do IDE
no crescimento do paiacutes de destino a literatura empiacuterica ainda natildeo obteve consenso para estabelecer um
impacto positivo definitivo (CAMPOS KINOSHITA 2002 DURHAM 2004)
Na literatura encontram-se diversos trabalhos que consideram anaacutelises para conjuntos de paiacuteses
desenvolvidos e ou em desenvolvimento A grande maioria destes estudos evidencia empiricamente
uma relaccedilatildeo positiva entre o investimento direto estrangeiro e a taxa de crescimento econocircmico das
naccedilotildees analisadas sendo que este resultado ocorre principalmente quando satildeo levadas em consideraccedilatildeo
as interaccedilotildees do IDE com os aspectos conjunturais institucionais e de infraestrutura que compotildeem os
fatores representativos da capacidade de absorccedilatildeo das economias (BALASUBRAMANYAM et al 1996
DE MELLO 1999 CARKOVIC LEVINE 2005 CAMPOS KINOSHITA 2002 BENGOA
SANCHEZndashROBLES 2003 ALFARO et al 2004 DURHAM 2004 LI LIU 2005 ELBOIASHI
2015) Por outro lado quando se consideram os efeitos do IDE dentro de determinados paiacuteses a literatura
indica que embora o efeito meacutedio6 possa ser positivo em estudos para conjunto de naccedilotildees nem sempre o
IDE gera efeitos diretos sobre a taxa de crescimento econocircmico Em trabalhos com amostras mais
desagregadas e para paiacuteses especiacuteficos que levam em conta as particularidades das economias a ausecircncia
de relaccedilatildeo ou impacto negativo do IDE sobre o crescimento podem ocorrer com maior frequecircncia
(ZHANG 2001a MENCINGER 2003 MORTATTI 2011 JORDAAN OREGGIA 2012)
De acordo com De Mello (1997) e Blomstroumlm e Kokko (1998) o IDE gerado pelas firmas estran-
geiras traz para as economias emergentes vantagens (transferecircncia de novas tecnologias e know-how) na
produccedilatildeo de bens e serviccedilos jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses aleacutem de proporcionar efeitos de difusatildeo e
externalidades que reduzem custos de investigaccedilatildeo e desenvolvimento nas empresas locais tornando-as
mais competitivas e com melhorias na qualidade dos bens e serviccedilos existentes No entanto segundo os
trabalhos De Mello (1999) OECD (2002) Saggi (2002) Bengoa e SanchezndashRobles (2003) Akinlo
(2004) Li e Liu (2005) e Khamfula (2007) para que este processo de avanccedilo tecnoloacutegico via efeitos
difusores do IDE gere benefiacutecios cada vez maiores eacute importante que as economias receptoras
apresentem infraestrutura adequada forccedila de trabalho com boa capacitaccedilatildeo instituiccedilotildees qualificadas
com direitos de propriedade bens definidos sistema financeiro bem desenvolvido entre outros aspectos
Do contraacuterio os efeitos positivos do ingresso de IDE seratildeo pequenos podendo acarretar alguns aspetos
contraproducentes como por exemplo elevaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes receptor o que
acabaria eliminando as firmas internas menores e menos eficientes ao inveacutes de induzi-las ao aumento de
eficiecircncia concentraccedilatildeo pelas multinacionais estrangeiras dos trabalhadores mais qualificados
retirando-os das empresas locais repatriamento dos lucros das subsidiaacuterias o que provoca saiacuteda de
fundos do paiacutes e aumento das importaccedilotildees em patamar superior ao das exportaccedilotildees geradas (ZHANG
2001b MENCINGER 2003 SYLWESTER 2005 VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007)
Em siacutentese com base nos resultados destes trabalhos e em conformidade com os aspectos teoacutericos
mencionados anteriormente verifica-se que as diferenccedilas no impacto que o IDE pode causar em
diferentes paiacuteses estatildeo ligadas a fatores locacionais que fazem com que o IDE afete positivamente ou natildeo
o crescimento econocircmico de uma dada regiatildeo Paiacuteses com maior dotaccedilatildeo de fatores que auxiliam na
absorccedilatildeo dos investimentos satildeo provaacuteveis candidatos a se beneficiar com a presenccedila do capital externo
6 Segundo Ozturk (2007) estudos que consideram grupos de paiacuteses apresentam uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico Desta forma podem ocorrer situaccedilotildees em que um uacutenico efeito positivo muito elevado pode anular muitos efeitos
negativos de reduzida dimensatildeo e vice-versa
7
Ao contraacuterio em paiacuteses com baixa capacidade de absorccedilatildeo os benefiacutecios do IDE satildeo contidos adversos
ou natildeo existem (OZTURK 2007) Sendo assim o consenso que existe na literatura eacute que a investigaccedilatildeo
do impacto do IDE sobre o crescimento econocircmico deve levar em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais
(fatores locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor tais como o desenvolvimento do
capital humano qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e outros (OZTURK 2007 LEE CHANG 2009)
4 METODOLOGIA
41 Modelo empiacuterico da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico no Brasil
A literatura sobre crescimento econocircmico tem desenvolvido meacutetodos avanccedilados de estimaccedilatildeo
usando seacuteries temporais Esses meacutetodos contribuem para que os pesquisadores eliminem os problemas
ligados a erros de mensuraccedilatildeo omissatildeo de variaacuteveis e endogeneidade dos regressores os quais acarretam
vieses de estimaccedilatildeo e perdas qualitativas das estimativas Com essa perspectiva o modelo de
autorregressatildeo vetorial (VAR) tem sido largamente utilizado na anaacutelise de questotildees macroeconocircmicas7
surgindo como alternativa aos modelos de equaccedilotildees simultacircneas A principal vantagem no uso do VAR eacute
que se trata de um modelo multivariado dinacircmico que permite analisar a relaccedilatildeo entre as variaacuteveis ao
longo do tempo levando em consideraccedilatildeo a interdependecircncia destas
Outro fator importante eacute o fato de se pressupor que todas as variaacuteveis no modelo sejam endoacutegenas
eliminando assim a possibilidade do vieacutes de simultaneidade (SIMS 1980)
Apesar de o modelo VAR ser um instrumental bastante eficaz sua principal limitaccedilatildeo eacute a estrutura
recursiva das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis Para superar essa restriccedilatildeo Bernanke (1986)
desenvolve o VAR estrutural (SVAR) que permite estabelecer relaccedilotildees contemporacircneas utilizando a
teoria econocircmica como referecircncia Formalmente o VAR passa a ser considerado uma forma reduzida
para o qual existe uma forma estrutural que especifica relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis de
acordo com a teoria
Diante do exposto este trabalho realiza a estimaccedilatildeo de um modelo VAR estrutural para examinar
o efeito do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo entre o primeiro
trimestre de 1996 e o quarto trimestre de 2014 Para o alcance desse objetivo e tomando como base os
aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 o modelo estimado eacute estruturado de forma a avaliar o
crescimento do PIB brasileiro (CPIB) considerando natildeo apenas o impacto das variaacuteveis relativas ao
capital fiacutesico (investimento domeacutestico ndash ID) e trabalho (Lab) mas tambeacutem o niacutevel de qualificaccedilatildeo da
forccedila de trabalho (capital humano - CH) e a capacidade de absorccedilatildeo das externalidades e spillovers
gerados pelo IDE que influenciam a tecnologia disponiacutevel do paiacutes e satildeo captados no modelo pela
inserccedilatildeo da variaacutevel representativa do proacuteprio ingresso de investimento direto estrangeiro (IDE) e por
variaacuteveis formadas pela interaccedilatildeo do IDE com o capital humano (IDECH) e com os termos
representativos da qualidade institucional (IDEQInst) e infraestrutura (IDEInfra)
Eacute importante ressaltar que as estimaccedilotildees do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram
feitas considerando trecircs especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo
apenas uma das trecircs variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Portanto tomando como base os aspectos teoacutericos
apresentados na seccedilatildeo 2 em cada modelo a relaccedilatildeo teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada
adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst
e Modelo 2 - IDEInfra e e Modelo 3 - IDECH
e Este ordenamento mostra que o CPIB eacute influenciado por todas as variaacuteveis anteriores a ele
Feitas estas consideraccedilotildees cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR8 estrutural a ser
estimado assumiu a seguinte forma
(7)
7 Os trabalhos de Zhang (2001a) Akinlo (2004) Gunaydin e Tatoglu (2005) Ramirez (2006) Kogid et al (2010) entre
outros satildeo exemplos de estudos que utilizaram a modelagem VARVEC para avaliar o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses 8 Para mais detalhes acerca do modelo VAR consultar Enders (1995) e Bueno (2008)
8
em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de
termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques
(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma
matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que
compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente
eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como
nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)
eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no
mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti
(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)
representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo
brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o
capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento
econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et
al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e
Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)
eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira
definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na
classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por
Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)
representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do
PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang
(2001b) e Hoang et al (2010)
IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na
economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou
capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser
estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a
variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para
foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10
(GWh) nos trecircs setores da economia
nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da
interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a
proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11
institucionais propostos
por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial
e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil
Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12
A
restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que
segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo
(8)
em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave
identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser
estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees
9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)
Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas
com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de
energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas
governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que
valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)
9
Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo
VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo
que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a
taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o
procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1
Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural
Efeito de rarr
Sobre darr
IDEX
IDE Lab CH ID CPIB
IDEX
1 0 0 0 0 0
IDE 1 0 0 0 0
Lab 1 0 0 0
CH 1 0 0
ID 1 0
CPIB 1
Fonte Resultados da pesquisa
Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X
pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs
especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH
Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees
contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)
capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que
estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o
crescimento econocircmico do paiacutes
No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura13
natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o
crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre
o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no
caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61
sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB
As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas
estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso
de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e
capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon
(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel
desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da
averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no
crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE
apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for
negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo
isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel
superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade
institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos
absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes
Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos
usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por
13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo
10
meio de testes de raiz unitaacuteria14
avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de
autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes
defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees
necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-
ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas
42 Fonte dos dados
Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis
endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre
de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares
(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central
do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares
(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia
eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave
escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de
dados disponibilizado no site do IPEADATA
Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto
Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo
na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou
mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco
de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale
ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15
para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro
Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite
satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR
estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do
PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste
investimento externo
O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do
teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural
baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o
criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos
nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries
Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da
hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas
da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como
natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-
as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto
estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital
humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo
precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)
Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2
do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software
economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a
14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado
(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes
procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)
11
hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as
variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo
estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram
estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e
em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo
O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas
mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas
quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente
agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa
para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como
efeito do estouro da bolha especulativa16
no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir
esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o
periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o
segundo trimestre do ano 2000
Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir
o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que
estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs
especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs
variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o
detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo
teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a
mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra
e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de
defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para
cada modelo
Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que
minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de
Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo
Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um
VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado
No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio
do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um
dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese
nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a
autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o
Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para
sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o
VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos
que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica
defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas
A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da
anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se
dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados
Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e
estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado
anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17
e a anaacutelise dos resultados os sinais dos
coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2
16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de
capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio
daqueles obtidos na estimaccedilatildeo
12
Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees
do modelo VAR estrutural
Relaccedilotildees
Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
Efeito de Sobre Coeficiente Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo
ID CPIB
0100
0018
0110
0017
0150
0014
CH CPIB
2380
0598
2051
0395
3352
0351
Lab CPIB
0992
0595
1057
0658
1632
0414
IDE CPIB
-0004
0002
-0062
0019
-0065
0013
IDEQInst CPIB
0028
0012
- -
- -
IDEInfra CPIB
- -
0057
0019
- -
IDECH CPIB
- -
- -
0010
0002
Fonte Resultados da pesquisa
Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro
= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre
o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano
( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam
significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica
Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas
expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18
sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de
interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os
resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando
significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis
observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural
A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB
brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e
estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o
preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al
(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral
os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo
entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em
bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e
melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o
resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia
brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores
condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil
No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas
apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de
probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o
estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de
conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o
efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que
contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale
dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos
18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por
fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes
13
O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos
estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)
Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou
da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica
comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da
escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais
importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)
No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia
brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo
esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e
ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a
relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado
brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento
econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)
avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e
China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho
em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os
fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta
entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos
nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos
mercados observados
Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o
crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes
Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute
importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso
deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel
IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra
para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3
Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE
no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE
e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo
modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o
crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for
positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste
mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia
brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator
em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE
apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro
Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente
significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de
probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo
1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves
variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de
1 de probabilidade
Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do
coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de
absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash
Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente
14
estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando
considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta
relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via
criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade
institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento
do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na
infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis
adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE
sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao
impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes
Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com
sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como
consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos
anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na
sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o
ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram
sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes
por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes
De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a
concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja
por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou
agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte
dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso
tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos
como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades
de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena
contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes
Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da
deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e
crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em
grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que
aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da
vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave
internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos
fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses
Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves
privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais
especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro
lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave
busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a
determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria
quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na
construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por
recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos
naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua
quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)
Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na
capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas
filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do
tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO
SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
4
A principal contribuiccedilatildeo dos trabalhos da teoria do crescimento endoacutegeno estaacute no fato de que eles
procuraram construir um modelo de crescimento no qual fossem incluiacutedos os determinantes do progresso
tecnoloacutegico De acordo com Barro e Sala-I-Martin (1995) para que haja tal tipo de crescimento eacute
necessaacuterio apenas que a tendecircncia decrescente dos retornos do capital seja eliminada em que fatores
como inovaccedilatildeo tecnoloacutegica endoacutegena (que surgem como resultado dos esforccedilos dos agentes produtivos
para maximizar seus lucros) capital humano (estoque de conhecimento dos agentes econocircmicos) e os
arranjos institucionais (que incluem a poliacutetica governamental e a organizaccedilatildeo da sociedade) passam a
assumir um papel crucial no crescimento contiacutenuo da renda em qualquer sistema econocircmico Nesse
sentido o estudo de Mankiw et al (1992) foi um dos pioneiros em introduzir o capital humano nos
modelos de crescimento econocircmico A hipoacutetese baacutesica dos autores eacute que a funccedilatildeo de produccedilatildeo expandida
com a inclusatildeo do capital humano explica melhor as diferenccedilas de renda entre os paiacuteses Assim a
produccedilatildeo no tempo t eacute dada por
(1)
em que eacute a produccedilatildeo A representa a tecnologia disponiacutevel eacute a forccedila de trabalho representa o
capital fiacutesico e eacute o capital humano Conforme Mankiw et al (1992) mesmo com tecnologia uma
populaccedilatildeo natildeo conseguiraacute ser muito produtiva se natildeo tiver capital humano suficiente agrave sua disposiccedilatildeo Tal
fato indica portanto que o niacutevel de produccedilatildeo de certa economia tambeacutem eacute influenciado pela qualificaccedilatildeo
dos trabalhadores e natildeo apenas por sua quantidade
Segundo Borensztein et al (1998) outro papel fundamental do capital humano no processo de
crescimento econocircmico eacute sua atuaccedilatildeo como determinante crucial da capacidade de absorccedilatildeo das
externalidades geradas pelo ingresso de IDE em uma determinada economia Como exemplo desses
efeitos tecircm-se a transferecircncia de conhecimento novas teacutecnicas administrativas e publicitaacuterias entre
outros ativos intangiacuteveis vinculados agraves empresas multinacionais estrangeiras instaladas no paiacutes receptor
do investimento externo
A interaccedilatildeo entre o investimento direto estrangeiro e o capital humano surge entatildeo como um dos
principais canais que explicam a influecircncia do IDE sobre o crescimento econocircmico de certa naccedilatildeo
Seguindo as especificaccedilotildees da obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) Borensztein et al (1998)
desenvolveram uma formulaccedilatildeo teoacuterica baacutesica para explicar esta relaccedilatildeo na qual esta pesquisa se ampara
Os autores consideraram uma economia em que o progresso teacutecnico eacute resultado da acumulaccedilatildeo de capital
na forma de um aumento no nuacutemero de variedades de bens de capital disponiacuteveis Portanto em
conformidade com a derivaccedilatildeo teoacuterica realizada no estudo de Borensztein et al (1998) e no capiacutetulo 6 da
obra de Barro e Sala-I-Martin (1995) considera-se uma economia produzindo um uacutenico bem de consumo
com a tecnologia expressa pela seguinte equaccedilatildeo
(2)
em que β eacute uma constante com ou seja retorno constante A representa as condiccedilotildees
referentes ao ambiente5 analisado - satildeo variaacuteveis de poliacuteticas e de controle que afetam o niacutevel de
produtividade (eficiecircncia) da economia e que capturam os efeitos natildeo contabilizados pelo incremento dos
outros fatores de produccedilatildeo considerados H representa o capital humano ndash a dotaccedilatildeo deste insumo eacute dada
para fins de anaacutelise e K ilustra o capital fiacutesico - consiste na agregaccedilatildeo de diferentes variedades de bens de
capital e desse modo a acumulaccedilatildeo de capital ocorre atraveacutes da ampliaccedilatildeo do nuacutemero de variedades
Com isso a cada instante no tempo o estoque de capital domeacutestico eacute dado por
sum
frasl ou int
frasl (3)
sendo j a j-eacutesima variedade de bens de capital ( N eacute o nuacutemero total de variedades de bens de
capital e x(j) eacute a demanda para cada variedade de bem de capital j Portanto a equaccedilatildeo (2) pode ser
expressa por exemplo como sum
5 Conforme Barro e Sala-i-Martin (1995) e Borensztein et al (1998) o termo A eacute determinado pelos fatores locais de determinada economia esses fatores incluem medidas conjunturais institucionais de infraestrutura desenvolvimento
financeiro entre outros aspectos relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo da economia em questatildeo
5
Considera-se a existecircncia de dois tipos de firmas que produzam bens de capital denominadas
como firma domeacutestica e firma estrangeira A firma domeacutestica produz n e a estrangeira que realiza IDE na
economia receptora produz n variedades de bens de capital de um total de N logo N = n + n Ademais
assume-se que a firma que produz bens de capital aluga-os para a firma que produz bens finais a uma taxa
de aluguel igual a m(j) A demanda para cada variedade de bem de capital x(j) decorre da condiccedilatildeo de
escolha oacutetima que iguala a taxa de aluguel agrave produtividade marginal do bem de capital na produccedilatildeo do
bem final
(4)
Destaca-se que o aumento da variedade do nuacutemero de bens de capital estaacute atrelado agrave adaptaccedilatildeo da
tecnologia disponiacutevel em paiacuteses mais avanccedilados Assume-se que esta adaptaccedilatildeo da tecnologia seja um
processo custoso implicando um custo fixo (F) de instalaccedilatildeo que ocorre antes da produccedilatildeo do novo tipo
de capital no paiacutes hospedeiro Este custo (F) tem relaccedilatildeo inversa com a razatildeo nN Nesse sentido as firmas
estrangeiras trazem para as economias emergentes vantagens na produccedilatildeo de bens de capital - conhecimento
- jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses Logo as firmas estrangeiras podem ser consideradas o principal canal de
progresso tecnoloacutegico
Adicionalmente assume-se a existecircncia de um efeito catch-up do progresso tecnoloacutegico pois eacute
mais barato a imitaccedilatildeo de um processo de produccedilatildeo existente do que a criaccedilatildeo de novos produtos Isto
pode ser feito considerando que o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo depende positivamente do nuacutemero de
variedades de bens capital produzidos pela economia hospedeira em comparaccedilatildeo com a variedade total de
bens de capital produzidos nos paiacuteses mais avanccedilados (N) Com isso paiacuteses com menor NN tecircm
grandes possibilidades de imitaccedilatildeo e os custos de se adotar novas tecnologias satildeo menores Logo tem-se
a seguinte funccedilatildeo para o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo
fraslfrasl onde
frasl e
frasl (5)
A equaccedilatildeo (5) diz que o aumento do nuacutemero de variedades pode ser interpretado como uma
melhoria da qualidade dos bens existentes Se a presenccedila de empresas estrangeiras reduz o custo de
melhorar a qualidade de bens de capital existentes ela iraacute gerar a mesma relaccedilatildeo negativa entre o IDE e
os custos de instalaccedilatildeo Aleacutem disso a suposiccedilatildeo de catch-up pode ser reinterpretada no sentido de que o
custo para melhorar um bem de capital existente eacute tanto menor quanto menor for sua qualidade
Portanto conforme derivaccedilatildeo teoacuterica realizada por Borensztein et al (1998) para avaliar o efeito
do IDE no crescimento econocircmico utiliza-se a seguinte formulaccedilatildeo baacutesica para a taxa de crescimento da
economia (g)
[ frasl frasl frasl ] (6)
Esta equaccedilatildeo mostra que o IDE que eacute medido pela fraccedilatildeo de bens produzidos por empresas
estrangeiras no nuacutemero total de produtos (nN) reduz os custos de introduccedilatildeo de novas variedades de
bens de capital assim elevando a taxa na qual estes bens satildeo introduzidos O custo da introduccedilatildeo de
novos bens de capital tambeacutem eacute menor para os paiacuteses mais atrasados pois paiacuteses que produzem menores
variedades de bens de capital em relaccedilatildeo aos paiacuteses liacutederes - paiacuteses com menor NN - desfrutam de
menores custos de adoccedilatildeo (imitaccedilatildeo) da tecnologia e tenderatildeo a crescer mais rapidamente O efeito do
IDE sobre a taxa de crescimento da economia tambeacutem estaacute diretamente associado agrave interaccedilatildeo com o niacutevel
de capital humano assim quanto maior o niacutevel de capital humano no paiacutes hospedeiro maior o efeito do
IDE na taxa de crescimento da economia Ademais o termo A compreende as variaacuteveis de controle como
aspectos conjunturais institucionais de infraestrutura entre outros que podem capturar outros efeitos de
difusatildeo ligados agrave interaccedilatildeo com o IDE
Vale destacar que o presente estudo partilha das ideias desta teoria ressaltando que o IDE pode
ser uma importante fonte de crescimento do PIB de determinada economia Poreacutem diante de condiccedilotildees
inadequadas de desenvolvimento do capital humano entre outros aspectos conjunturais institucionais e
de infraestrutura que caracterizam a economia de destino do IDE podem ocorrer duacutevidas a respeito da
eficaacutecia e do impacto positivo deste investimento estrangeiro sobre o crescimento econocircmico da naccedilatildeo
receptora Em vez de estimular o crescimento o IDE pode causar maior repatriamento dos lucros das
6
subsidiaacuterias aumento da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes de destino entre outros aspectos negativos
(VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007) Portanto a depender das condiccedilotildees locais que
determinaratildeo a capacidade de absorccedilatildeo do IDE em determinada economia o efeito deste investimento
sobre o crescimento do PIB natildeo seraacute necessariamente positivo
3 IDE E CRESCIMENTO ECONOcircMICO EVIDEcircNCIAS EMPIacuteRICAS RELACIONADAS
Existe uma variedade de estudos empiacutericos que buscam avaliar a influecircncia do IDE no
crescimento econocircmico dos paiacuteses receptores Estes trabalhos compreendem paineacuteis de paiacuteses com
mesmo niacutevel de desenvolvimento ou natildeo como tambeacutem anaacutelises para economias especiacuteficas
considerando diferentes variaacuteveis e periacuteodos de tempo distintos Apesar dos alegados benefiacutecios do IDE
no crescimento do paiacutes de destino a literatura empiacuterica ainda natildeo obteve consenso para estabelecer um
impacto positivo definitivo (CAMPOS KINOSHITA 2002 DURHAM 2004)
Na literatura encontram-se diversos trabalhos que consideram anaacutelises para conjuntos de paiacuteses
desenvolvidos e ou em desenvolvimento A grande maioria destes estudos evidencia empiricamente
uma relaccedilatildeo positiva entre o investimento direto estrangeiro e a taxa de crescimento econocircmico das
naccedilotildees analisadas sendo que este resultado ocorre principalmente quando satildeo levadas em consideraccedilatildeo
as interaccedilotildees do IDE com os aspectos conjunturais institucionais e de infraestrutura que compotildeem os
fatores representativos da capacidade de absorccedilatildeo das economias (BALASUBRAMANYAM et al 1996
DE MELLO 1999 CARKOVIC LEVINE 2005 CAMPOS KINOSHITA 2002 BENGOA
SANCHEZndashROBLES 2003 ALFARO et al 2004 DURHAM 2004 LI LIU 2005 ELBOIASHI
2015) Por outro lado quando se consideram os efeitos do IDE dentro de determinados paiacuteses a literatura
indica que embora o efeito meacutedio6 possa ser positivo em estudos para conjunto de naccedilotildees nem sempre o
IDE gera efeitos diretos sobre a taxa de crescimento econocircmico Em trabalhos com amostras mais
desagregadas e para paiacuteses especiacuteficos que levam em conta as particularidades das economias a ausecircncia
de relaccedilatildeo ou impacto negativo do IDE sobre o crescimento podem ocorrer com maior frequecircncia
(ZHANG 2001a MENCINGER 2003 MORTATTI 2011 JORDAAN OREGGIA 2012)
De acordo com De Mello (1997) e Blomstroumlm e Kokko (1998) o IDE gerado pelas firmas estran-
geiras traz para as economias emergentes vantagens (transferecircncia de novas tecnologias e know-how) na
produccedilatildeo de bens e serviccedilos jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses aleacutem de proporcionar efeitos de difusatildeo e
externalidades que reduzem custos de investigaccedilatildeo e desenvolvimento nas empresas locais tornando-as
mais competitivas e com melhorias na qualidade dos bens e serviccedilos existentes No entanto segundo os
trabalhos De Mello (1999) OECD (2002) Saggi (2002) Bengoa e SanchezndashRobles (2003) Akinlo
(2004) Li e Liu (2005) e Khamfula (2007) para que este processo de avanccedilo tecnoloacutegico via efeitos
difusores do IDE gere benefiacutecios cada vez maiores eacute importante que as economias receptoras
apresentem infraestrutura adequada forccedila de trabalho com boa capacitaccedilatildeo instituiccedilotildees qualificadas
com direitos de propriedade bens definidos sistema financeiro bem desenvolvido entre outros aspectos
Do contraacuterio os efeitos positivos do ingresso de IDE seratildeo pequenos podendo acarretar alguns aspetos
contraproducentes como por exemplo elevaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes receptor o que
acabaria eliminando as firmas internas menores e menos eficientes ao inveacutes de induzi-las ao aumento de
eficiecircncia concentraccedilatildeo pelas multinacionais estrangeiras dos trabalhadores mais qualificados
retirando-os das empresas locais repatriamento dos lucros das subsidiaacuterias o que provoca saiacuteda de
fundos do paiacutes e aumento das importaccedilotildees em patamar superior ao das exportaccedilotildees geradas (ZHANG
2001b MENCINGER 2003 SYLWESTER 2005 VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007)
Em siacutentese com base nos resultados destes trabalhos e em conformidade com os aspectos teoacutericos
mencionados anteriormente verifica-se que as diferenccedilas no impacto que o IDE pode causar em
diferentes paiacuteses estatildeo ligadas a fatores locacionais que fazem com que o IDE afete positivamente ou natildeo
o crescimento econocircmico de uma dada regiatildeo Paiacuteses com maior dotaccedilatildeo de fatores que auxiliam na
absorccedilatildeo dos investimentos satildeo provaacuteveis candidatos a se beneficiar com a presenccedila do capital externo
6 Segundo Ozturk (2007) estudos que consideram grupos de paiacuteses apresentam uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico Desta forma podem ocorrer situaccedilotildees em que um uacutenico efeito positivo muito elevado pode anular muitos efeitos
negativos de reduzida dimensatildeo e vice-versa
7
Ao contraacuterio em paiacuteses com baixa capacidade de absorccedilatildeo os benefiacutecios do IDE satildeo contidos adversos
ou natildeo existem (OZTURK 2007) Sendo assim o consenso que existe na literatura eacute que a investigaccedilatildeo
do impacto do IDE sobre o crescimento econocircmico deve levar em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais
(fatores locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor tais como o desenvolvimento do
capital humano qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e outros (OZTURK 2007 LEE CHANG 2009)
4 METODOLOGIA
41 Modelo empiacuterico da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico no Brasil
A literatura sobre crescimento econocircmico tem desenvolvido meacutetodos avanccedilados de estimaccedilatildeo
usando seacuteries temporais Esses meacutetodos contribuem para que os pesquisadores eliminem os problemas
ligados a erros de mensuraccedilatildeo omissatildeo de variaacuteveis e endogeneidade dos regressores os quais acarretam
vieses de estimaccedilatildeo e perdas qualitativas das estimativas Com essa perspectiva o modelo de
autorregressatildeo vetorial (VAR) tem sido largamente utilizado na anaacutelise de questotildees macroeconocircmicas7
surgindo como alternativa aos modelos de equaccedilotildees simultacircneas A principal vantagem no uso do VAR eacute
que se trata de um modelo multivariado dinacircmico que permite analisar a relaccedilatildeo entre as variaacuteveis ao
longo do tempo levando em consideraccedilatildeo a interdependecircncia destas
Outro fator importante eacute o fato de se pressupor que todas as variaacuteveis no modelo sejam endoacutegenas
eliminando assim a possibilidade do vieacutes de simultaneidade (SIMS 1980)
Apesar de o modelo VAR ser um instrumental bastante eficaz sua principal limitaccedilatildeo eacute a estrutura
recursiva das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis Para superar essa restriccedilatildeo Bernanke (1986)
desenvolve o VAR estrutural (SVAR) que permite estabelecer relaccedilotildees contemporacircneas utilizando a
teoria econocircmica como referecircncia Formalmente o VAR passa a ser considerado uma forma reduzida
para o qual existe uma forma estrutural que especifica relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis de
acordo com a teoria
Diante do exposto este trabalho realiza a estimaccedilatildeo de um modelo VAR estrutural para examinar
o efeito do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo entre o primeiro
trimestre de 1996 e o quarto trimestre de 2014 Para o alcance desse objetivo e tomando como base os
aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 o modelo estimado eacute estruturado de forma a avaliar o
crescimento do PIB brasileiro (CPIB) considerando natildeo apenas o impacto das variaacuteveis relativas ao
capital fiacutesico (investimento domeacutestico ndash ID) e trabalho (Lab) mas tambeacutem o niacutevel de qualificaccedilatildeo da
forccedila de trabalho (capital humano - CH) e a capacidade de absorccedilatildeo das externalidades e spillovers
gerados pelo IDE que influenciam a tecnologia disponiacutevel do paiacutes e satildeo captados no modelo pela
inserccedilatildeo da variaacutevel representativa do proacuteprio ingresso de investimento direto estrangeiro (IDE) e por
variaacuteveis formadas pela interaccedilatildeo do IDE com o capital humano (IDECH) e com os termos
representativos da qualidade institucional (IDEQInst) e infraestrutura (IDEInfra)
Eacute importante ressaltar que as estimaccedilotildees do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram
feitas considerando trecircs especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo
apenas uma das trecircs variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Portanto tomando como base os aspectos teoacutericos
apresentados na seccedilatildeo 2 em cada modelo a relaccedilatildeo teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada
adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst
e Modelo 2 - IDEInfra e e Modelo 3 - IDECH
e Este ordenamento mostra que o CPIB eacute influenciado por todas as variaacuteveis anteriores a ele
Feitas estas consideraccedilotildees cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR8 estrutural a ser
estimado assumiu a seguinte forma
(7)
7 Os trabalhos de Zhang (2001a) Akinlo (2004) Gunaydin e Tatoglu (2005) Ramirez (2006) Kogid et al (2010) entre
outros satildeo exemplos de estudos que utilizaram a modelagem VARVEC para avaliar o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses 8 Para mais detalhes acerca do modelo VAR consultar Enders (1995) e Bueno (2008)
8
em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de
termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques
(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma
matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que
compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente
eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como
nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)
eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no
mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti
(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)
representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo
brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o
capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento
econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et
al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e
Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)
eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira
definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na
classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por
Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)
representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do
PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang
(2001b) e Hoang et al (2010)
IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na
economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou
capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser
estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a
variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para
foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10
(GWh) nos trecircs setores da economia
nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da
interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a
proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11
institucionais propostos
por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial
e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil
Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12
A
restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que
segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo
(8)
em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave
identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser
estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees
9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)
Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas
com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de
energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas
governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que
valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)
9
Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo
VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo
que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a
taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o
procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1
Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural
Efeito de rarr
Sobre darr
IDEX
IDE Lab CH ID CPIB
IDEX
1 0 0 0 0 0
IDE 1 0 0 0 0
Lab 1 0 0 0
CH 1 0 0
ID 1 0
CPIB 1
Fonte Resultados da pesquisa
Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X
pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs
especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH
Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees
contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)
capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que
estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o
crescimento econocircmico do paiacutes
No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura13
natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o
crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre
o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no
caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61
sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB
As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas
estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso
de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e
capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon
(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel
desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da
averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no
crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE
apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for
negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo
isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel
superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade
institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos
absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes
Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos
usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por
13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo
10
meio de testes de raiz unitaacuteria14
avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de
autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes
defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees
necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-
ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas
42 Fonte dos dados
Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis
endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre
de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares
(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central
do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares
(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia
eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave
escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de
dados disponibilizado no site do IPEADATA
Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto
Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo
na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou
mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco
de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale
ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15
para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro
Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite
satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR
estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do
PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste
investimento externo
O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do
teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural
baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o
criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos
nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries
Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da
hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas
da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como
natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-
as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto
estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital
humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo
precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)
Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2
do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software
economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a
14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado
(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes
procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)
11
hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as
variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo
estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram
estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e
em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo
O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas
mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas
quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente
agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa
para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como
efeito do estouro da bolha especulativa16
no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir
esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o
periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o
segundo trimestre do ano 2000
Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir
o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que
estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs
especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs
variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o
detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo
teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a
mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra
e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de
defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para
cada modelo
Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que
minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de
Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo
Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um
VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado
No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio
do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um
dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese
nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a
autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o
Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para
sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o
VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos
que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica
defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas
A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da
anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se
dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados
Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e
estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado
anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17
e a anaacutelise dos resultados os sinais dos
coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2
16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de
capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio
daqueles obtidos na estimaccedilatildeo
12
Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees
do modelo VAR estrutural
Relaccedilotildees
Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
Efeito de Sobre Coeficiente Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo
ID CPIB
0100
0018
0110
0017
0150
0014
CH CPIB
2380
0598
2051
0395
3352
0351
Lab CPIB
0992
0595
1057
0658
1632
0414
IDE CPIB
-0004
0002
-0062
0019
-0065
0013
IDEQInst CPIB
0028
0012
- -
- -
IDEInfra CPIB
- -
0057
0019
- -
IDECH CPIB
- -
- -
0010
0002
Fonte Resultados da pesquisa
Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro
= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre
o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano
( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam
significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica
Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas
expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18
sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de
interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os
resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando
significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis
observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural
A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB
brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e
estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o
preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al
(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral
os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo
entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em
bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e
melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o
resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia
brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores
condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil
No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas
apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de
probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o
estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de
conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o
efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que
contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale
dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos
18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por
fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes
13
O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos
estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)
Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou
da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica
comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da
escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais
importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)
No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia
brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo
esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e
ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a
relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado
brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento
econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)
avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e
China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho
em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os
fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta
entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos
nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos
mercados observados
Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o
crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes
Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute
importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso
deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel
IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra
para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3
Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE
no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE
e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo
modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o
crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for
positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste
mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia
brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator
em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE
apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro
Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente
significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de
probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo
1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves
variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de
1 de probabilidade
Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do
coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de
absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash
Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente
14
estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando
considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta
relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via
criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade
institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento
do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na
infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis
adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE
sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao
impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes
Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com
sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como
consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos
anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na
sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o
ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram
sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes
por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes
De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a
concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja
por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou
agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte
dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso
tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos
como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades
de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena
contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes
Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da
deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e
crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em
grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que
aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da
vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave
internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos
fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses
Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves
privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais
especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro
lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave
busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a
determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria
quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na
construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por
recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos
naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua
quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)
Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na
capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas
filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do
tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO
SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
5
Considera-se a existecircncia de dois tipos de firmas que produzam bens de capital denominadas
como firma domeacutestica e firma estrangeira A firma domeacutestica produz n e a estrangeira que realiza IDE na
economia receptora produz n variedades de bens de capital de um total de N logo N = n + n Ademais
assume-se que a firma que produz bens de capital aluga-os para a firma que produz bens finais a uma taxa
de aluguel igual a m(j) A demanda para cada variedade de bem de capital x(j) decorre da condiccedilatildeo de
escolha oacutetima que iguala a taxa de aluguel agrave produtividade marginal do bem de capital na produccedilatildeo do
bem final
(4)
Destaca-se que o aumento da variedade do nuacutemero de bens de capital estaacute atrelado agrave adaptaccedilatildeo da
tecnologia disponiacutevel em paiacuteses mais avanccedilados Assume-se que esta adaptaccedilatildeo da tecnologia seja um
processo custoso implicando um custo fixo (F) de instalaccedilatildeo que ocorre antes da produccedilatildeo do novo tipo
de capital no paiacutes hospedeiro Este custo (F) tem relaccedilatildeo inversa com a razatildeo nN Nesse sentido as firmas
estrangeiras trazem para as economias emergentes vantagens na produccedilatildeo de bens de capital - conhecimento
- jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses Logo as firmas estrangeiras podem ser consideradas o principal canal de
progresso tecnoloacutegico
Adicionalmente assume-se a existecircncia de um efeito catch-up do progresso tecnoloacutegico pois eacute
mais barato a imitaccedilatildeo de um processo de produccedilatildeo existente do que a criaccedilatildeo de novos produtos Isto
pode ser feito considerando que o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo depende positivamente do nuacutemero de
variedades de bens capital produzidos pela economia hospedeira em comparaccedilatildeo com a variedade total de
bens de capital produzidos nos paiacuteses mais avanccedilados (N) Com isso paiacuteses com menor NN tecircm
grandes possibilidades de imitaccedilatildeo e os custos de se adotar novas tecnologias satildeo menores Logo tem-se
a seguinte funccedilatildeo para o custo fixo (F) de instalaccedilatildeo
fraslfrasl onde
frasl e
frasl (5)
A equaccedilatildeo (5) diz que o aumento do nuacutemero de variedades pode ser interpretado como uma
melhoria da qualidade dos bens existentes Se a presenccedila de empresas estrangeiras reduz o custo de
melhorar a qualidade de bens de capital existentes ela iraacute gerar a mesma relaccedilatildeo negativa entre o IDE e
os custos de instalaccedilatildeo Aleacutem disso a suposiccedilatildeo de catch-up pode ser reinterpretada no sentido de que o
custo para melhorar um bem de capital existente eacute tanto menor quanto menor for sua qualidade
Portanto conforme derivaccedilatildeo teoacuterica realizada por Borensztein et al (1998) para avaliar o efeito
do IDE no crescimento econocircmico utiliza-se a seguinte formulaccedilatildeo baacutesica para a taxa de crescimento da
economia (g)
[ frasl frasl frasl ] (6)
Esta equaccedilatildeo mostra que o IDE que eacute medido pela fraccedilatildeo de bens produzidos por empresas
estrangeiras no nuacutemero total de produtos (nN) reduz os custos de introduccedilatildeo de novas variedades de
bens de capital assim elevando a taxa na qual estes bens satildeo introduzidos O custo da introduccedilatildeo de
novos bens de capital tambeacutem eacute menor para os paiacuteses mais atrasados pois paiacuteses que produzem menores
variedades de bens de capital em relaccedilatildeo aos paiacuteses liacutederes - paiacuteses com menor NN - desfrutam de
menores custos de adoccedilatildeo (imitaccedilatildeo) da tecnologia e tenderatildeo a crescer mais rapidamente O efeito do
IDE sobre a taxa de crescimento da economia tambeacutem estaacute diretamente associado agrave interaccedilatildeo com o niacutevel
de capital humano assim quanto maior o niacutevel de capital humano no paiacutes hospedeiro maior o efeito do
IDE na taxa de crescimento da economia Ademais o termo A compreende as variaacuteveis de controle como
aspectos conjunturais institucionais de infraestrutura entre outros que podem capturar outros efeitos de
difusatildeo ligados agrave interaccedilatildeo com o IDE
Vale destacar que o presente estudo partilha das ideias desta teoria ressaltando que o IDE pode
ser uma importante fonte de crescimento do PIB de determinada economia Poreacutem diante de condiccedilotildees
inadequadas de desenvolvimento do capital humano entre outros aspectos conjunturais institucionais e
de infraestrutura que caracterizam a economia de destino do IDE podem ocorrer duacutevidas a respeito da
eficaacutecia e do impacto positivo deste investimento estrangeiro sobre o crescimento econocircmico da naccedilatildeo
receptora Em vez de estimular o crescimento o IDE pode causar maior repatriamento dos lucros das
6
subsidiaacuterias aumento da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes de destino entre outros aspectos negativos
(VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007) Portanto a depender das condiccedilotildees locais que
determinaratildeo a capacidade de absorccedilatildeo do IDE em determinada economia o efeito deste investimento
sobre o crescimento do PIB natildeo seraacute necessariamente positivo
3 IDE E CRESCIMENTO ECONOcircMICO EVIDEcircNCIAS EMPIacuteRICAS RELACIONADAS
Existe uma variedade de estudos empiacutericos que buscam avaliar a influecircncia do IDE no
crescimento econocircmico dos paiacuteses receptores Estes trabalhos compreendem paineacuteis de paiacuteses com
mesmo niacutevel de desenvolvimento ou natildeo como tambeacutem anaacutelises para economias especiacuteficas
considerando diferentes variaacuteveis e periacuteodos de tempo distintos Apesar dos alegados benefiacutecios do IDE
no crescimento do paiacutes de destino a literatura empiacuterica ainda natildeo obteve consenso para estabelecer um
impacto positivo definitivo (CAMPOS KINOSHITA 2002 DURHAM 2004)
Na literatura encontram-se diversos trabalhos que consideram anaacutelises para conjuntos de paiacuteses
desenvolvidos e ou em desenvolvimento A grande maioria destes estudos evidencia empiricamente
uma relaccedilatildeo positiva entre o investimento direto estrangeiro e a taxa de crescimento econocircmico das
naccedilotildees analisadas sendo que este resultado ocorre principalmente quando satildeo levadas em consideraccedilatildeo
as interaccedilotildees do IDE com os aspectos conjunturais institucionais e de infraestrutura que compotildeem os
fatores representativos da capacidade de absorccedilatildeo das economias (BALASUBRAMANYAM et al 1996
DE MELLO 1999 CARKOVIC LEVINE 2005 CAMPOS KINOSHITA 2002 BENGOA
SANCHEZndashROBLES 2003 ALFARO et al 2004 DURHAM 2004 LI LIU 2005 ELBOIASHI
2015) Por outro lado quando se consideram os efeitos do IDE dentro de determinados paiacuteses a literatura
indica que embora o efeito meacutedio6 possa ser positivo em estudos para conjunto de naccedilotildees nem sempre o
IDE gera efeitos diretos sobre a taxa de crescimento econocircmico Em trabalhos com amostras mais
desagregadas e para paiacuteses especiacuteficos que levam em conta as particularidades das economias a ausecircncia
de relaccedilatildeo ou impacto negativo do IDE sobre o crescimento podem ocorrer com maior frequecircncia
(ZHANG 2001a MENCINGER 2003 MORTATTI 2011 JORDAAN OREGGIA 2012)
De acordo com De Mello (1997) e Blomstroumlm e Kokko (1998) o IDE gerado pelas firmas estran-
geiras traz para as economias emergentes vantagens (transferecircncia de novas tecnologias e know-how) na
produccedilatildeo de bens e serviccedilos jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses aleacutem de proporcionar efeitos de difusatildeo e
externalidades que reduzem custos de investigaccedilatildeo e desenvolvimento nas empresas locais tornando-as
mais competitivas e com melhorias na qualidade dos bens e serviccedilos existentes No entanto segundo os
trabalhos De Mello (1999) OECD (2002) Saggi (2002) Bengoa e SanchezndashRobles (2003) Akinlo
(2004) Li e Liu (2005) e Khamfula (2007) para que este processo de avanccedilo tecnoloacutegico via efeitos
difusores do IDE gere benefiacutecios cada vez maiores eacute importante que as economias receptoras
apresentem infraestrutura adequada forccedila de trabalho com boa capacitaccedilatildeo instituiccedilotildees qualificadas
com direitos de propriedade bens definidos sistema financeiro bem desenvolvido entre outros aspectos
Do contraacuterio os efeitos positivos do ingresso de IDE seratildeo pequenos podendo acarretar alguns aspetos
contraproducentes como por exemplo elevaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes receptor o que
acabaria eliminando as firmas internas menores e menos eficientes ao inveacutes de induzi-las ao aumento de
eficiecircncia concentraccedilatildeo pelas multinacionais estrangeiras dos trabalhadores mais qualificados
retirando-os das empresas locais repatriamento dos lucros das subsidiaacuterias o que provoca saiacuteda de
fundos do paiacutes e aumento das importaccedilotildees em patamar superior ao das exportaccedilotildees geradas (ZHANG
2001b MENCINGER 2003 SYLWESTER 2005 VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007)
Em siacutentese com base nos resultados destes trabalhos e em conformidade com os aspectos teoacutericos
mencionados anteriormente verifica-se que as diferenccedilas no impacto que o IDE pode causar em
diferentes paiacuteses estatildeo ligadas a fatores locacionais que fazem com que o IDE afete positivamente ou natildeo
o crescimento econocircmico de uma dada regiatildeo Paiacuteses com maior dotaccedilatildeo de fatores que auxiliam na
absorccedilatildeo dos investimentos satildeo provaacuteveis candidatos a se beneficiar com a presenccedila do capital externo
6 Segundo Ozturk (2007) estudos que consideram grupos de paiacuteses apresentam uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico Desta forma podem ocorrer situaccedilotildees em que um uacutenico efeito positivo muito elevado pode anular muitos efeitos
negativos de reduzida dimensatildeo e vice-versa
7
Ao contraacuterio em paiacuteses com baixa capacidade de absorccedilatildeo os benefiacutecios do IDE satildeo contidos adversos
ou natildeo existem (OZTURK 2007) Sendo assim o consenso que existe na literatura eacute que a investigaccedilatildeo
do impacto do IDE sobre o crescimento econocircmico deve levar em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais
(fatores locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor tais como o desenvolvimento do
capital humano qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e outros (OZTURK 2007 LEE CHANG 2009)
4 METODOLOGIA
41 Modelo empiacuterico da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico no Brasil
A literatura sobre crescimento econocircmico tem desenvolvido meacutetodos avanccedilados de estimaccedilatildeo
usando seacuteries temporais Esses meacutetodos contribuem para que os pesquisadores eliminem os problemas
ligados a erros de mensuraccedilatildeo omissatildeo de variaacuteveis e endogeneidade dos regressores os quais acarretam
vieses de estimaccedilatildeo e perdas qualitativas das estimativas Com essa perspectiva o modelo de
autorregressatildeo vetorial (VAR) tem sido largamente utilizado na anaacutelise de questotildees macroeconocircmicas7
surgindo como alternativa aos modelos de equaccedilotildees simultacircneas A principal vantagem no uso do VAR eacute
que se trata de um modelo multivariado dinacircmico que permite analisar a relaccedilatildeo entre as variaacuteveis ao
longo do tempo levando em consideraccedilatildeo a interdependecircncia destas
Outro fator importante eacute o fato de se pressupor que todas as variaacuteveis no modelo sejam endoacutegenas
eliminando assim a possibilidade do vieacutes de simultaneidade (SIMS 1980)
Apesar de o modelo VAR ser um instrumental bastante eficaz sua principal limitaccedilatildeo eacute a estrutura
recursiva das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis Para superar essa restriccedilatildeo Bernanke (1986)
desenvolve o VAR estrutural (SVAR) que permite estabelecer relaccedilotildees contemporacircneas utilizando a
teoria econocircmica como referecircncia Formalmente o VAR passa a ser considerado uma forma reduzida
para o qual existe uma forma estrutural que especifica relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis de
acordo com a teoria
Diante do exposto este trabalho realiza a estimaccedilatildeo de um modelo VAR estrutural para examinar
o efeito do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo entre o primeiro
trimestre de 1996 e o quarto trimestre de 2014 Para o alcance desse objetivo e tomando como base os
aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 o modelo estimado eacute estruturado de forma a avaliar o
crescimento do PIB brasileiro (CPIB) considerando natildeo apenas o impacto das variaacuteveis relativas ao
capital fiacutesico (investimento domeacutestico ndash ID) e trabalho (Lab) mas tambeacutem o niacutevel de qualificaccedilatildeo da
forccedila de trabalho (capital humano - CH) e a capacidade de absorccedilatildeo das externalidades e spillovers
gerados pelo IDE que influenciam a tecnologia disponiacutevel do paiacutes e satildeo captados no modelo pela
inserccedilatildeo da variaacutevel representativa do proacuteprio ingresso de investimento direto estrangeiro (IDE) e por
variaacuteveis formadas pela interaccedilatildeo do IDE com o capital humano (IDECH) e com os termos
representativos da qualidade institucional (IDEQInst) e infraestrutura (IDEInfra)
Eacute importante ressaltar que as estimaccedilotildees do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram
feitas considerando trecircs especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo
apenas uma das trecircs variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Portanto tomando como base os aspectos teoacutericos
apresentados na seccedilatildeo 2 em cada modelo a relaccedilatildeo teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada
adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst
e Modelo 2 - IDEInfra e e Modelo 3 - IDECH
e Este ordenamento mostra que o CPIB eacute influenciado por todas as variaacuteveis anteriores a ele
Feitas estas consideraccedilotildees cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR8 estrutural a ser
estimado assumiu a seguinte forma
(7)
7 Os trabalhos de Zhang (2001a) Akinlo (2004) Gunaydin e Tatoglu (2005) Ramirez (2006) Kogid et al (2010) entre
outros satildeo exemplos de estudos que utilizaram a modelagem VARVEC para avaliar o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses 8 Para mais detalhes acerca do modelo VAR consultar Enders (1995) e Bueno (2008)
8
em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de
termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques
(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma
matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que
compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente
eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como
nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)
eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no
mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti
(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)
representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo
brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o
capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento
econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et
al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e
Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)
eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira
definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na
classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por
Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)
representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do
PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang
(2001b) e Hoang et al (2010)
IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na
economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou
capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser
estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a
variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para
foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10
(GWh) nos trecircs setores da economia
nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da
interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a
proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11
institucionais propostos
por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial
e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil
Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12
A
restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que
segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo
(8)
em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave
identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser
estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees
9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)
Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas
com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de
energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas
governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que
valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)
9
Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo
VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo
que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a
taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o
procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1
Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural
Efeito de rarr
Sobre darr
IDEX
IDE Lab CH ID CPIB
IDEX
1 0 0 0 0 0
IDE 1 0 0 0 0
Lab 1 0 0 0
CH 1 0 0
ID 1 0
CPIB 1
Fonte Resultados da pesquisa
Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X
pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs
especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH
Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees
contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)
capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que
estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o
crescimento econocircmico do paiacutes
No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura13
natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o
crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre
o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no
caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61
sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB
As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas
estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso
de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e
capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon
(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel
desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da
averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no
crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE
apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for
negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo
isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel
superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade
institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos
absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes
Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos
usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por
13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo
10
meio de testes de raiz unitaacuteria14
avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de
autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes
defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees
necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-
ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas
42 Fonte dos dados
Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis
endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre
de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares
(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central
do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares
(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia
eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave
escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de
dados disponibilizado no site do IPEADATA
Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto
Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo
na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou
mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco
de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale
ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15
para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro
Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite
satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR
estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do
PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste
investimento externo
O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do
teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural
baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o
criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos
nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries
Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da
hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas
da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como
natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-
as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto
estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital
humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo
precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)
Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2
do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software
economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a
14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado
(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes
procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)
11
hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as
variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo
estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram
estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e
em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo
O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas
mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas
quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente
agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa
para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como
efeito do estouro da bolha especulativa16
no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir
esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o
periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o
segundo trimestre do ano 2000
Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir
o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que
estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs
especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs
variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o
detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo
teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a
mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra
e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de
defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para
cada modelo
Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que
minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de
Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo
Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um
VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado
No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio
do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um
dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese
nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a
autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o
Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para
sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o
VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos
que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica
defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas
A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da
anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se
dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados
Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e
estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado
anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17
e a anaacutelise dos resultados os sinais dos
coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2
16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de
capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio
daqueles obtidos na estimaccedilatildeo
12
Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees
do modelo VAR estrutural
Relaccedilotildees
Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
Efeito de Sobre Coeficiente Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo
ID CPIB
0100
0018
0110
0017
0150
0014
CH CPIB
2380
0598
2051
0395
3352
0351
Lab CPIB
0992
0595
1057
0658
1632
0414
IDE CPIB
-0004
0002
-0062
0019
-0065
0013
IDEQInst CPIB
0028
0012
- -
- -
IDEInfra CPIB
- -
0057
0019
- -
IDECH CPIB
- -
- -
0010
0002
Fonte Resultados da pesquisa
Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro
= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre
o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano
( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam
significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica
Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas
expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18
sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de
interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os
resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando
significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis
observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural
A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB
brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e
estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o
preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al
(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral
os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo
entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em
bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e
melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o
resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia
brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores
condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil
No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas
apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de
probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o
estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de
conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o
efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que
contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale
dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos
18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por
fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes
13
O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos
estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)
Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou
da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica
comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da
escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais
importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)
No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia
brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo
esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e
ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a
relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado
brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento
econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)
avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e
China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho
em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os
fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta
entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos
nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos
mercados observados
Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o
crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes
Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute
importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso
deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel
IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra
para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3
Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE
no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE
e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo
modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o
crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for
positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste
mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia
brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator
em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE
apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro
Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente
significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de
probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo
1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves
variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de
1 de probabilidade
Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do
coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de
absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash
Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente
14
estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando
considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta
relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via
criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade
institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento
do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na
infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis
adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE
sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao
impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes
Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com
sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como
consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos
anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na
sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o
ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram
sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes
por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes
De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a
concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja
por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou
agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte
dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso
tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos
como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades
de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena
contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes
Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da
deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e
crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em
grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que
aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da
vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave
internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos
fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses
Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves
privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais
especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro
lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave
busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a
determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria
quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na
construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por
recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos
naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua
quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)
Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na
capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas
filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do
tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO
SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
6
subsidiaacuterias aumento da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes de destino entre outros aspectos negativos
(VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007) Portanto a depender das condiccedilotildees locais que
determinaratildeo a capacidade de absorccedilatildeo do IDE em determinada economia o efeito deste investimento
sobre o crescimento do PIB natildeo seraacute necessariamente positivo
3 IDE E CRESCIMENTO ECONOcircMICO EVIDEcircNCIAS EMPIacuteRICAS RELACIONADAS
Existe uma variedade de estudos empiacutericos que buscam avaliar a influecircncia do IDE no
crescimento econocircmico dos paiacuteses receptores Estes trabalhos compreendem paineacuteis de paiacuteses com
mesmo niacutevel de desenvolvimento ou natildeo como tambeacutem anaacutelises para economias especiacuteficas
considerando diferentes variaacuteveis e periacuteodos de tempo distintos Apesar dos alegados benefiacutecios do IDE
no crescimento do paiacutes de destino a literatura empiacuterica ainda natildeo obteve consenso para estabelecer um
impacto positivo definitivo (CAMPOS KINOSHITA 2002 DURHAM 2004)
Na literatura encontram-se diversos trabalhos que consideram anaacutelises para conjuntos de paiacuteses
desenvolvidos e ou em desenvolvimento A grande maioria destes estudos evidencia empiricamente
uma relaccedilatildeo positiva entre o investimento direto estrangeiro e a taxa de crescimento econocircmico das
naccedilotildees analisadas sendo que este resultado ocorre principalmente quando satildeo levadas em consideraccedilatildeo
as interaccedilotildees do IDE com os aspectos conjunturais institucionais e de infraestrutura que compotildeem os
fatores representativos da capacidade de absorccedilatildeo das economias (BALASUBRAMANYAM et al 1996
DE MELLO 1999 CARKOVIC LEVINE 2005 CAMPOS KINOSHITA 2002 BENGOA
SANCHEZndashROBLES 2003 ALFARO et al 2004 DURHAM 2004 LI LIU 2005 ELBOIASHI
2015) Por outro lado quando se consideram os efeitos do IDE dentro de determinados paiacuteses a literatura
indica que embora o efeito meacutedio6 possa ser positivo em estudos para conjunto de naccedilotildees nem sempre o
IDE gera efeitos diretos sobre a taxa de crescimento econocircmico Em trabalhos com amostras mais
desagregadas e para paiacuteses especiacuteficos que levam em conta as particularidades das economias a ausecircncia
de relaccedilatildeo ou impacto negativo do IDE sobre o crescimento podem ocorrer com maior frequecircncia
(ZHANG 2001a MENCINGER 2003 MORTATTI 2011 JORDAAN OREGGIA 2012)
De acordo com De Mello (1997) e Blomstroumlm e Kokko (1998) o IDE gerado pelas firmas estran-
geiras traz para as economias emergentes vantagens (transferecircncia de novas tecnologias e know-how) na
produccedilatildeo de bens e serviccedilos jaacute disponiacuteveis em outros paiacuteses aleacutem de proporcionar efeitos de difusatildeo e
externalidades que reduzem custos de investigaccedilatildeo e desenvolvimento nas empresas locais tornando-as
mais competitivas e com melhorias na qualidade dos bens e serviccedilos existentes No entanto segundo os
trabalhos De Mello (1999) OECD (2002) Saggi (2002) Bengoa e SanchezndashRobles (2003) Akinlo
(2004) Li e Liu (2005) e Khamfula (2007) para que este processo de avanccedilo tecnoloacutegico via efeitos
difusores do IDE gere benefiacutecios cada vez maiores eacute importante que as economias receptoras
apresentem infraestrutura adequada forccedila de trabalho com boa capacitaccedilatildeo instituiccedilotildees qualificadas
com direitos de propriedade bens definidos sistema financeiro bem desenvolvido entre outros aspectos
Do contraacuterio os efeitos positivos do ingresso de IDE seratildeo pequenos podendo acarretar alguns aspetos
contraproducentes como por exemplo elevaccedilatildeo da concentraccedilatildeo de mercado no paiacutes receptor o que
acabaria eliminando as firmas internas menores e menos eficientes ao inveacutes de induzi-las ao aumento de
eficiecircncia concentraccedilatildeo pelas multinacionais estrangeiras dos trabalhadores mais qualificados
retirando-os das empresas locais repatriamento dos lucros das subsidiaacuterias o que provoca saiacuteda de
fundos do paiacutes e aumento das importaccedilotildees em patamar superior ao das exportaccedilotildees geradas (ZHANG
2001b MENCINGER 2003 SYLWESTER 2005 VISSAK ROOLAHT 2005 OZTURK 2007)
Em siacutentese com base nos resultados destes trabalhos e em conformidade com os aspectos teoacutericos
mencionados anteriormente verifica-se que as diferenccedilas no impacto que o IDE pode causar em
diferentes paiacuteses estatildeo ligadas a fatores locacionais que fazem com que o IDE afete positivamente ou natildeo
o crescimento econocircmico de uma dada regiatildeo Paiacuteses com maior dotaccedilatildeo de fatores que auxiliam na
absorccedilatildeo dos investimentos satildeo provaacuteveis candidatos a se beneficiar com a presenccedila do capital externo
6 Segundo Ozturk (2007) estudos que consideram grupos de paiacuteses apresentam uma visatildeo meacutedia da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico Desta forma podem ocorrer situaccedilotildees em que um uacutenico efeito positivo muito elevado pode anular muitos efeitos
negativos de reduzida dimensatildeo e vice-versa
7
Ao contraacuterio em paiacuteses com baixa capacidade de absorccedilatildeo os benefiacutecios do IDE satildeo contidos adversos
ou natildeo existem (OZTURK 2007) Sendo assim o consenso que existe na literatura eacute que a investigaccedilatildeo
do impacto do IDE sobre o crescimento econocircmico deve levar em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais
(fatores locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor tais como o desenvolvimento do
capital humano qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e outros (OZTURK 2007 LEE CHANG 2009)
4 METODOLOGIA
41 Modelo empiacuterico da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico no Brasil
A literatura sobre crescimento econocircmico tem desenvolvido meacutetodos avanccedilados de estimaccedilatildeo
usando seacuteries temporais Esses meacutetodos contribuem para que os pesquisadores eliminem os problemas
ligados a erros de mensuraccedilatildeo omissatildeo de variaacuteveis e endogeneidade dos regressores os quais acarretam
vieses de estimaccedilatildeo e perdas qualitativas das estimativas Com essa perspectiva o modelo de
autorregressatildeo vetorial (VAR) tem sido largamente utilizado na anaacutelise de questotildees macroeconocircmicas7
surgindo como alternativa aos modelos de equaccedilotildees simultacircneas A principal vantagem no uso do VAR eacute
que se trata de um modelo multivariado dinacircmico que permite analisar a relaccedilatildeo entre as variaacuteveis ao
longo do tempo levando em consideraccedilatildeo a interdependecircncia destas
Outro fator importante eacute o fato de se pressupor que todas as variaacuteveis no modelo sejam endoacutegenas
eliminando assim a possibilidade do vieacutes de simultaneidade (SIMS 1980)
Apesar de o modelo VAR ser um instrumental bastante eficaz sua principal limitaccedilatildeo eacute a estrutura
recursiva das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis Para superar essa restriccedilatildeo Bernanke (1986)
desenvolve o VAR estrutural (SVAR) que permite estabelecer relaccedilotildees contemporacircneas utilizando a
teoria econocircmica como referecircncia Formalmente o VAR passa a ser considerado uma forma reduzida
para o qual existe uma forma estrutural que especifica relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis de
acordo com a teoria
Diante do exposto este trabalho realiza a estimaccedilatildeo de um modelo VAR estrutural para examinar
o efeito do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo entre o primeiro
trimestre de 1996 e o quarto trimestre de 2014 Para o alcance desse objetivo e tomando como base os
aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 o modelo estimado eacute estruturado de forma a avaliar o
crescimento do PIB brasileiro (CPIB) considerando natildeo apenas o impacto das variaacuteveis relativas ao
capital fiacutesico (investimento domeacutestico ndash ID) e trabalho (Lab) mas tambeacutem o niacutevel de qualificaccedilatildeo da
forccedila de trabalho (capital humano - CH) e a capacidade de absorccedilatildeo das externalidades e spillovers
gerados pelo IDE que influenciam a tecnologia disponiacutevel do paiacutes e satildeo captados no modelo pela
inserccedilatildeo da variaacutevel representativa do proacuteprio ingresso de investimento direto estrangeiro (IDE) e por
variaacuteveis formadas pela interaccedilatildeo do IDE com o capital humano (IDECH) e com os termos
representativos da qualidade institucional (IDEQInst) e infraestrutura (IDEInfra)
Eacute importante ressaltar que as estimaccedilotildees do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram
feitas considerando trecircs especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo
apenas uma das trecircs variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Portanto tomando como base os aspectos teoacutericos
apresentados na seccedilatildeo 2 em cada modelo a relaccedilatildeo teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada
adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst
e Modelo 2 - IDEInfra e e Modelo 3 - IDECH
e Este ordenamento mostra que o CPIB eacute influenciado por todas as variaacuteveis anteriores a ele
Feitas estas consideraccedilotildees cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR8 estrutural a ser
estimado assumiu a seguinte forma
(7)
7 Os trabalhos de Zhang (2001a) Akinlo (2004) Gunaydin e Tatoglu (2005) Ramirez (2006) Kogid et al (2010) entre
outros satildeo exemplos de estudos que utilizaram a modelagem VARVEC para avaliar o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses 8 Para mais detalhes acerca do modelo VAR consultar Enders (1995) e Bueno (2008)
8
em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de
termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques
(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma
matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que
compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente
eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como
nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)
eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no
mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti
(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)
representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo
brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o
capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento
econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et
al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e
Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)
eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira
definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na
classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por
Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)
representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do
PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang
(2001b) e Hoang et al (2010)
IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na
economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou
capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser
estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a
variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para
foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10
(GWh) nos trecircs setores da economia
nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da
interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a
proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11
institucionais propostos
por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial
e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil
Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12
A
restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que
segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo
(8)
em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave
identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser
estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees
9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)
Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas
com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de
energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas
governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que
valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)
9
Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo
VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo
que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a
taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o
procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1
Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural
Efeito de rarr
Sobre darr
IDEX
IDE Lab CH ID CPIB
IDEX
1 0 0 0 0 0
IDE 1 0 0 0 0
Lab 1 0 0 0
CH 1 0 0
ID 1 0
CPIB 1
Fonte Resultados da pesquisa
Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X
pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs
especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH
Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees
contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)
capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que
estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o
crescimento econocircmico do paiacutes
No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura13
natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o
crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre
o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no
caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61
sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB
As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas
estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso
de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e
capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon
(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel
desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da
averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no
crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE
apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for
negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo
isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel
superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade
institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos
absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes
Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos
usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por
13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo
10
meio de testes de raiz unitaacuteria14
avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de
autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes
defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees
necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-
ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas
42 Fonte dos dados
Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis
endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre
de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares
(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central
do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares
(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia
eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave
escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de
dados disponibilizado no site do IPEADATA
Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto
Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo
na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou
mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco
de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale
ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15
para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro
Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite
satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR
estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do
PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste
investimento externo
O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do
teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural
baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o
criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos
nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries
Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da
hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas
da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como
natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-
as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto
estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital
humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo
precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)
Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2
do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software
economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a
14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado
(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes
procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)
11
hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as
variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo
estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram
estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e
em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo
O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas
mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas
quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente
agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa
para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como
efeito do estouro da bolha especulativa16
no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir
esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o
periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o
segundo trimestre do ano 2000
Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir
o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que
estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs
especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs
variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o
detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo
teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a
mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra
e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de
defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para
cada modelo
Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que
minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de
Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo
Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um
VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado
No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio
do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um
dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese
nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a
autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o
Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para
sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o
VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos
que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica
defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas
A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da
anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se
dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados
Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e
estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado
anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17
e a anaacutelise dos resultados os sinais dos
coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2
16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de
capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio
daqueles obtidos na estimaccedilatildeo
12
Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees
do modelo VAR estrutural
Relaccedilotildees
Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
Efeito de Sobre Coeficiente Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo
ID CPIB
0100
0018
0110
0017
0150
0014
CH CPIB
2380
0598
2051
0395
3352
0351
Lab CPIB
0992
0595
1057
0658
1632
0414
IDE CPIB
-0004
0002
-0062
0019
-0065
0013
IDEQInst CPIB
0028
0012
- -
- -
IDEInfra CPIB
- -
0057
0019
- -
IDECH CPIB
- -
- -
0010
0002
Fonte Resultados da pesquisa
Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro
= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre
o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano
( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam
significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica
Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas
expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18
sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de
interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os
resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando
significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis
observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural
A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB
brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e
estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o
preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al
(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral
os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo
entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em
bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e
melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o
resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia
brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores
condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil
No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas
apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de
probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o
estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de
conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o
efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que
contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale
dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos
18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por
fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes
13
O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos
estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)
Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou
da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica
comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da
escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais
importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)
No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia
brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo
esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e
ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a
relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado
brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento
econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)
avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e
China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho
em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os
fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta
entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos
nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos
mercados observados
Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o
crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes
Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute
importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso
deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel
IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra
para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3
Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE
no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE
e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo
modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o
crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for
positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste
mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia
brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator
em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE
apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro
Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente
significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de
probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo
1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves
variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de
1 de probabilidade
Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do
coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de
absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash
Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente
14
estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando
considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta
relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via
criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade
institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento
do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na
infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis
adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE
sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao
impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes
Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com
sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como
consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos
anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na
sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o
ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram
sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes
por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes
De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a
concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja
por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou
agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte
dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso
tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos
como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades
de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena
contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes
Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da
deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e
crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em
grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que
aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da
vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave
internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos
fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses
Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves
privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais
especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro
lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave
busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a
determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria
quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na
construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por
recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos
naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua
quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)
Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na
capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas
filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do
tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO
SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
7
Ao contraacuterio em paiacuteses com baixa capacidade de absorccedilatildeo os benefiacutecios do IDE satildeo contidos adversos
ou natildeo existem (OZTURK 2007) Sendo assim o consenso que existe na literatura eacute que a investigaccedilatildeo
do impacto do IDE sobre o crescimento econocircmico deve levar em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais
(fatores locais) que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do paiacutes receptor tais como o desenvolvimento do
capital humano qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e outros (OZTURK 2007 LEE CHANG 2009)
4 METODOLOGIA
41 Modelo empiacuterico da relaccedilatildeo IDE-Crescimento Econocircmico no Brasil
A literatura sobre crescimento econocircmico tem desenvolvido meacutetodos avanccedilados de estimaccedilatildeo
usando seacuteries temporais Esses meacutetodos contribuem para que os pesquisadores eliminem os problemas
ligados a erros de mensuraccedilatildeo omissatildeo de variaacuteveis e endogeneidade dos regressores os quais acarretam
vieses de estimaccedilatildeo e perdas qualitativas das estimativas Com essa perspectiva o modelo de
autorregressatildeo vetorial (VAR) tem sido largamente utilizado na anaacutelise de questotildees macroeconocircmicas7
surgindo como alternativa aos modelos de equaccedilotildees simultacircneas A principal vantagem no uso do VAR eacute
que se trata de um modelo multivariado dinacircmico que permite analisar a relaccedilatildeo entre as variaacuteveis ao
longo do tempo levando em consideraccedilatildeo a interdependecircncia destas
Outro fator importante eacute o fato de se pressupor que todas as variaacuteveis no modelo sejam endoacutegenas
eliminando assim a possibilidade do vieacutes de simultaneidade (SIMS 1980)
Apesar de o modelo VAR ser um instrumental bastante eficaz sua principal limitaccedilatildeo eacute a estrutura
recursiva das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis Para superar essa restriccedilatildeo Bernanke (1986)
desenvolve o VAR estrutural (SVAR) que permite estabelecer relaccedilotildees contemporacircneas utilizando a
teoria econocircmica como referecircncia Formalmente o VAR passa a ser considerado uma forma reduzida
para o qual existe uma forma estrutural que especifica relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis de
acordo com a teoria
Diante do exposto este trabalho realiza a estimaccedilatildeo de um modelo VAR estrutural para examinar
o efeito do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico do Brasil no periacuteodo entre o primeiro
trimestre de 1996 e o quarto trimestre de 2014 Para o alcance desse objetivo e tomando como base os
aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 o modelo estimado eacute estruturado de forma a avaliar o
crescimento do PIB brasileiro (CPIB) considerando natildeo apenas o impacto das variaacuteveis relativas ao
capital fiacutesico (investimento domeacutestico ndash ID) e trabalho (Lab) mas tambeacutem o niacutevel de qualificaccedilatildeo da
forccedila de trabalho (capital humano - CH) e a capacidade de absorccedilatildeo das externalidades e spillovers
gerados pelo IDE que influenciam a tecnologia disponiacutevel do paiacutes e satildeo captados no modelo pela
inserccedilatildeo da variaacutevel representativa do proacuteprio ingresso de investimento direto estrangeiro (IDE) e por
variaacuteveis formadas pela interaccedilatildeo do IDE com o capital humano (IDECH) e com os termos
representativos da qualidade institucional (IDEQInst) e infraestrutura (IDEInfra)
Eacute importante ressaltar que as estimaccedilotildees do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram
feitas considerando trecircs especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo
apenas uma das trecircs variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Portanto tomando como base os aspectos teoacutericos
apresentados na seccedilatildeo 2 em cada modelo a relaccedilatildeo teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada
adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst
e Modelo 2 - IDEInfra e e Modelo 3 - IDECH
e Este ordenamento mostra que o CPIB eacute influenciado por todas as variaacuteveis anteriores a ele
Feitas estas consideraccedilotildees cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR8 estrutural a ser
estimado assumiu a seguinte forma
(7)
7 Os trabalhos de Zhang (2001a) Akinlo (2004) Gunaydin e Tatoglu (2005) Ramirez (2006) Kogid et al (2010) entre
outros satildeo exemplos de estudos que utilizaram a modelagem VARVEC para avaliar o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento econocircmico de diversos paiacuteses 8 Para mais detalhes acerca do modelo VAR consultar Enders (1995) e Bueno (2008)
8
em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de
termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques
(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma
matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que
compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente
eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como
nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)
eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no
mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti
(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)
representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo
brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o
capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento
econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et
al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e
Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)
eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira
definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na
classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por
Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)
representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do
PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang
(2001b) e Hoang et al (2010)
IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na
economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou
capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser
estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a
variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para
foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10
(GWh) nos trecircs setores da economia
nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da
interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a
proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11
institucionais propostos
por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial
e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil
Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12
A
restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que
segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo
(8)
em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave
identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser
estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees
9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)
Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas
com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de
energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas
governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que
valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)
9
Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo
VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo
que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a
taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o
procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1
Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural
Efeito de rarr
Sobre darr
IDEX
IDE Lab CH ID CPIB
IDEX
1 0 0 0 0 0
IDE 1 0 0 0 0
Lab 1 0 0 0
CH 1 0 0
ID 1 0
CPIB 1
Fonte Resultados da pesquisa
Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X
pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs
especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH
Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees
contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)
capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que
estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o
crescimento econocircmico do paiacutes
No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura13
natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o
crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre
o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no
caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61
sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB
As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas
estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso
de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e
capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon
(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel
desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da
averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no
crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE
apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for
negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo
isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel
superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade
institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos
absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes
Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos
usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por
13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo
10
meio de testes de raiz unitaacuteria14
avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de
autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes
defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees
necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-
ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas
42 Fonte dos dados
Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis
endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre
de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares
(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central
do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares
(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia
eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave
escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de
dados disponibilizado no site do IPEADATA
Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto
Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo
na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou
mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco
de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale
ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15
para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro
Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite
satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR
estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do
PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste
investimento externo
O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do
teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural
baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o
criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos
nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries
Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da
hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas
da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como
natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-
as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto
estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital
humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo
precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)
Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2
do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software
economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a
14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado
(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes
procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)
11
hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as
variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo
estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram
estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e
em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo
O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas
mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas
quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente
agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa
para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como
efeito do estouro da bolha especulativa16
no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir
esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o
periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o
segundo trimestre do ano 2000
Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir
o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que
estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs
especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs
variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o
detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo
teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a
mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra
e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de
defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para
cada modelo
Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que
minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de
Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo
Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um
VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado
No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio
do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um
dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese
nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a
autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o
Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para
sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o
VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos
que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica
defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas
A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da
anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se
dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados
Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e
estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado
anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17
e a anaacutelise dos resultados os sinais dos
coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2
16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de
capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio
daqueles obtidos na estimaccedilatildeo
12
Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees
do modelo VAR estrutural
Relaccedilotildees
Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
Efeito de Sobre Coeficiente Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo
ID CPIB
0100
0018
0110
0017
0150
0014
CH CPIB
2380
0598
2051
0395
3352
0351
Lab CPIB
0992
0595
1057
0658
1632
0414
IDE CPIB
-0004
0002
-0062
0019
-0065
0013
IDEQInst CPIB
0028
0012
- -
- -
IDEInfra CPIB
- -
0057
0019
- -
IDECH CPIB
- -
- -
0010
0002
Fonte Resultados da pesquisa
Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro
= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre
o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano
( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam
significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica
Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas
expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18
sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de
interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os
resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando
significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis
observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural
A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB
brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e
estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o
preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al
(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral
os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo
entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em
bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e
melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o
resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia
brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores
condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil
No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas
apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de
probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o
estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de
conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o
efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que
contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale
dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos
18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por
fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes
13
O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos
estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)
Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou
da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica
comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da
escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais
importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)
No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia
brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo
esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e
ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a
relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado
brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento
econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)
avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e
China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho
em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os
fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta
entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos
nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos
mercados observados
Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o
crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes
Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute
importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso
deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel
IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra
para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3
Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE
no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE
e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo
modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o
crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for
positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste
mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia
brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator
em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE
apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro
Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente
significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de
probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo
1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves
variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de
1 de probabilidade
Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do
coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de
absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash
Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente
14
estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando
considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta
relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via
criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade
institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento
do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na
infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis
adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE
sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao
impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes
Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com
sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como
consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos
anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na
sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o
ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram
sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes
por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes
De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a
concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja
por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou
agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte
dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso
tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos
como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades
de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena
contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes
Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da
deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e
crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em
grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que
aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da
vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave
internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos
fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses
Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves
privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais
especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro
lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave
busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a
determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria
quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na
construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por
recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos
naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua
quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)
Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na
capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas
filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do
tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO
SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
8
em que satildeo matrizes (k x k) com sendo a matriz de relaccedilotildees contemporacircneas eacute um vetor de
termos determiniacutesticos com vetor de coeficientes eacute um vetor (k x 1) ortogonal de choques
(inovaccedilotildees) ocorrendo no tempo t com distribuiccedilatildeo multinormal e ausecircncia de correlaccedilatildeo serial eacute uma
matriz (k x k) e eacute o vetor com as variaacuteveis endoacutegenas (IDEX e ) que
compotildeem a anaacutelise do presente estudo especificamente
eacute a taxa de crescimento do PIB brasileiro medida em relaccedilatildeo ao periacuteodo anterior assim como
nos trabalhos de Borensztein et al (1998) Zhang (2001b) Hoang et al (2010) e Adeleke (2014)
eacute o investimento domeacutestico representado pelo valor da formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) no
mercado brasileiro como fraccedilatildeo do PIB do Brasil Esta medida tambeacutem foi empregada por Mortatti
(2011) Zhang (2001b) Damasceno (2013) e Elboiashi (2015)
representa o capital humano definido como a escolaridade (anos de estudo) meacutedia da populaccedilatildeo
brasileira com 25 anos de idade ou mais A utilizaccedilatildeo da escolaridade (schooling) como proxy para o
capital humano eacute um procedimento bastante difundido na literatura empiacuterica sobre crescimento
econocircmico sendo adotado por vaacuterios trabalhos como por exemplo nos estudos de Borensztein et
al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Silva e Marinho (2008) Dalchiavon e
Baccedilo (2016) e Damasceno (2013)
eacute o trabalho representado pela taxa de participaccedilatildeo na forccedila de trabalho da economia brasileira
definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou mais de idade que se enquadra na
classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa Este procedimento tambeacutem foi utilizado por
Kohpaiboon (2003) Roy e Van Den Berg (2006) Akinlo (2004) e Vu (2008)
representa o ingresso de investimento direto estrangeiro na economia brasileira como fraccedilatildeo do
PIB brasileiro assim como fizeram Li e Liu (2005) Elboiashi (2015) Damasceno (2013) Zhang
(2001b) e Hoang et al (2010)
IDEX eacute o termo de interaccedilatildeo que representa a proxy9 para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na
economia brasileira em que X pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou
capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser
estimado foi incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo que representa a
variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) no Brasil como proxy para
foi utilizada a soma do consumo de energia eleacutetrica10
(GWh) nos trecircs setores da economia
nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) que eacute a variaacutevel representativa da
interaccedilatildeo entre o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) poliacutetico-social do Brasil tendo a
proxy para sido mensurada por meio da meacutedia dos seis indicadores11
institucionais propostos
por Kaufmann et al (2009) que compotildeem o Worldwide Governance Indicators do Banco Mundial
e que representa a variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano ( ) no Brasil
Existem diferentes tipos de restriccedilotildees que podem ser impostas ao modelo VAR estrutural12
A
restriccedilatildeo utilizada no presente estudo foi o modelo recursivo exatamente identificado do tipo AB que
segundo Amisano e Giannini (1997) consiste na estimaccedilatildeo da seguinte equaccedilatildeo
(8)
em que (resiacuteduo observado) e (inovaccedilatildeo estrutural natildeo observada com matriz de covariacircncia igual agrave
identidade) satildeo vetores de tamanho k Eacute importante salientar que e satildeo matrizes (k x k) e podem ser
estimadas Para a estimaccedilatildeo de e devem ser impostas as seguintes restriccedilotildees
9 Assim tambeacutem procederam Carkovic e Levine (2005) Li e Liu (2005) Durham (2004) Elboiashi (2015) Damasceno (2013)
Adeleke (2014) entre outros estudos 10 Na literatura que trata da relaccedilatildeo entre infraestrutura IDE e crescimento econocircmico diversas variaacuteveis proxies satildeo utilizadas
com o intuito de representar a infraestrutura Como exemplo destaca-se a utilizaccedilatildeo da disponibilidade ou o consumo de
energia eleacutetrica (NONNENBERG MENDONCcedilA 2005 MOOSA CARDAK 2006 SAHOO et al 2010 ONAKOYA et al 2013) 11 Esses indicadores medem aspectos como niacutevel de democracia estabilidade poliacutetica efetividade das poliacuteticas
governamentais qualidade regulatoacuteria cumprimento da lei e controle da corrupccedilatildeo e variam entre -25 e 25 sendo que
valores mais elevados estatildeo associados agrave maior qualidade institucional (KAUFMANN et al 2009) Como exemplo de trabalhos que utilizaram esta medida podem ser citados os estudos de Adeleke (2014) e Jude e Levieuge (2015) 12 Para mais detalhes ver Amisano e Giannini (1997) e Luumltkepohl e Kraumltzig (2004)
9
Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo
VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo
que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a
taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o
procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1
Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural
Efeito de rarr
Sobre darr
IDEX
IDE Lab CH ID CPIB
IDEX
1 0 0 0 0 0
IDE 1 0 0 0 0
Lab 1 0 0 0
CH 1 0 0
ID 1 0
CPIB 1
Fonte Resultados da pesquisa
Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X
pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs
especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH
Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees
contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)
capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que
estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o
crescimento econocircmico do paiacutes
No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura13
natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o
crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre
o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no
caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61
sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB
As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas
estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso
de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e
capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon
(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel
desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da
averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no
crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE
apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for
negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo
isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel
superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade
institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos
absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes
Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos
usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por
13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo
10
meio de testes de raiz unitaacuteria14
avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de
autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes
defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees
necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-
ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas
42 Fonte dos dados
Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis
endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre
de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares
(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central
do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares
(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia
eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave
escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de
dados disponibilizado no site do IPEADATA
Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto
Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo
na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou
mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco
de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale
ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15
para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro
Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite
satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR
estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do
PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste
investimento externo
O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do
teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural
baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o
criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos
nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries
Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da
hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas
da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como
natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-
as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto
estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital
humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo
precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)
Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2
do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software
economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a
14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado
(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes
procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)
11
hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as
variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo
estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram
estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e
em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo
O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas
mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas
quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente
agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa
para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como
efeito do estouro da bolha especulativa16
no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir
esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o
periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o
segundo trimestre do ano 2000
Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir
o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que
estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs
especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs
variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o
detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo
teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a
mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra
e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de
defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para
cada modelo
Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que
minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de
Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo
Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um
VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado
No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio
do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um
dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese
nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a
autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o
Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para
sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o
VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos
que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica
defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas
A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da
anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se
dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados
Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e
estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado
anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17
e a anaacutelise dos resultados os sinais dos
coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2
16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de
capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio
daqueles obtidos na estimaccedilatildeo
12
Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees
do modelo VAR estrutural
Relaccedilotildees
Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
Efeito de Sobre Coeficiente Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo
ID CPIB
0100
0018
0110
0017
0150
0014
CH CPIB
2380
0598
2051
0395
3352
0351
Lab CPIB
0992
0595
1057
0658
1632
0414
IDE CPIB
-0004
0002
-0062
0019
-0065
0013
IDEQInst CPIB
0028
0012
- -
- -
IDEInfra CPIB
- -
0057
0019
- -
IDECH CPIB
- -
- -
0010
0002
Fonte Resultados da pesquisa
Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro
= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre
o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano
( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam
significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica
Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas
expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18
sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de
interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os
resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando
significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis
observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural
A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB
brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e
estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o
preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al
(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral
os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo
entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em
bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e
melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o
resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia
brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores
condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil
No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas
apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de
probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o
estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de
conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o
efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que
contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale
dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos
18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por
fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes
13
O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos
estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)
Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou
da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica
comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da
escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais
importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)
No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia
brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo
esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e
ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a
relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado
brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento
econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)
avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e
China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho
em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os
fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta
entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos
nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos
mercados observados
Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o
crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes
Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute
importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso
deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel
IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra
para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3
Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE
no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE
e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo
modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o
crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for
positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste
mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia
brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator
em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE
apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro
Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente
significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de
probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo
1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves
variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de
1 de probabilidade
Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do
coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de
absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash
Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente
14
estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando
considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta
relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via
criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade
institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento
do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na
infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis
adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE
sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao
impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes
Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com
sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como
consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos
anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na
sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o
ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram
sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes
por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes
De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a
concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja
por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou
agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte
dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso
tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos
como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades
de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena
contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes
Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da
deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e
crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em
grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que
aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da
vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave
internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos
fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses
Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves
privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais
especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro
lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave
busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a
determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria
quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na
construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por
recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos
naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua
quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)
Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na
capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas
filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do
tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO
SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
9
Na matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) para cada uma das trecircs especificaccedilotildees do modelo
VAR estrutural com seis variaacuteveis (k = 6) os paracircmetros de interesse neste trabalho satildeo
que resultaratildeo respectivamente nos efeitos das variaacuteveis IDEX e sobre a
taxa de crescimento do PIB brasileiro (CPIB) Dessa forma a matriz desenvolvida segundo o
procedimento de Bernanke (1986) pode ser representada de acordo com a Tabela 1
Tabela 1 ndash Matriz de relaccedilotildees contemporacircneas ( ) do modelo VAR estrutural
Efeito de rarr
Sobre darr
IDEX
IDE Lab CH ID CPIB
IDEX
1 0 0 0 0 0
IDE 1 0 0 0 0
Lab 1 0 0 0
CH 1 0 0
ID 1 0
CPIB 1
Fonte Resultados da pesquisa
Nota o termo de interaccedilatildeo IDEX representa a proxy para a capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira em que X
pode ser a qualidade institucional infraestrutura ou capital humano (CH) Portanto em cada uma das trecircs
especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural a ser estimado seraacute incluiacutedo apenas um dos seguintes termos de interaccedilatildeo IDEQInst IDEInfra ou IDECH
Na Tabela 1 conforme a investigaccedilatildeo de interesse do presente estudo os paracircmetros das relaccedilotildees
contemporacircneas a63 a64 e a65 representam respectivamente os impactos da forccedila de trabalho (Lab)
capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) sobre o crescimento do PIB brasileiro Espera-se que
estes coeficientes assumam valores positivos implicando que quanto maior o ID CH e Lab maior seraacute o
crescimento econocircmico do paiacutes
No que tange ao coeficiente estimado a62 o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura13
natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva a respeito do efeito do IDE sobre o
crescimento do PIB Portanto para um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre
o PIB eacute importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no
caso deste estudo eacute feito pela averiguaccedilatildeo conjunta dos resultados dos coeficientes estimados a62 e a61
sendo este uacuteltimo relativo ao impacto das varaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEX) sobre o crescimento do PIB
As variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e cada uma das variaacuteveis QInst Infra e CH entraratildeo nas
estimaccedilotildees das diferentes especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural para testar como o efeito do ingresso
de IDE sobre o crescimento do PIB eacute afetado pelos niacuteveis de qualificaccedilatildeo institucional infraestrutura e
capital humano da economia brasileira Desse modo conforme Borensztein et al (1998) Kohpaiboon
(2003) Alfaro et al (2004) Elboiashi (2015) entre outros estudos da aacuterea e de acordo com o papel
desempenhado pelos fatores que compotildeem a capacidade de absorccedilatildeo do IDE trecircs resultados possiacuteveis da
averiguaccedilatildeo conjunta dos coeficientes a62 e a61 poderatildeo indicar a contribuiccedilatildeo final do IDE no
crescimento econocircmico do paiacutes Satildeo eles se a62 e a61 apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE
apresenta efeito positivo (negativo) sobre o crescimento econocircmico se a62 for positivo mas a61 for
negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do PIB do paiacutes de destino poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se a62 for negativo e a61 for positivo
isso significa que o paiacutes hospedeiro do IDE (Brasil no caso deste estudo) tem que atingir um niacutevel
superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator em questatildeo (qualidade
institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE apresente impactos positivos
absolutos sobre o crescimento do PIB do paiacutes
Deve-se destacar que neste estudo foram utilizados os seguintes procedimentos economeacutetricos
usuais para avaliaccedilatildeo de seacuteries temporais e do modelo VAR anaacutelise da estacionariedade das seacuteries por
13 Nas seccedilotildees 2 e 3 deste artigo eacute apresentada uma discussatildeo sobre esta questatildeo
10
meio de testes de raiz unitaacuteria14
avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de
autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes
defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees
necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-
ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas
42 Fonte dos dados
Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis
endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre
de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares
(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central
do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares
(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia
eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave
escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de
dados disponibilizado no site do IPEADATA
Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto
Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo
na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou
mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco
de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale
ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15
para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro
Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite
satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR
estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do
PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste
investimento externo
O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do
teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural
baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o
criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos
nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries
Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da
hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas
da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como
natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-
as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto
estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital
humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo
precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)
Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2
do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software
economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a
14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado
(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes
procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)
11
hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as
variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo
estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram
estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e
em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo
O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas
mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas
quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente
agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa
para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como
efeito do estouro da bolha especulativa16
no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir
esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o
periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o
segundo trimestre do ano 2000
Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir
o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que
estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs
especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs
variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o
detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo
teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a
mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra
e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de
defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para
cada modelo
Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que
minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de
Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo
Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um
VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado
No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio
do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um
dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese
nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a
autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o
Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para
sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o
VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos
que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica
defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas
A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da
anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se
dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados
Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e
estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado
anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17
e a anaacutelise dos resultados os sinais dos
coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2
16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de
capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio
daqueles obtidos na estimaccedilatildeo
12
Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees
do modelo VAR estrutural
Relaccedilotildees
Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
Efeito de Sobre Coeficiente Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo
ID CPIB
0100
0018
0110
0017
0150
0014
CH CPIB
2380
0598
2051
0395
3352
0351
Lab CPIB
0992
0595
1057
0658
1632
0414
IDE CPIB
-0004
0002
-0062
0019
-0065
0013
IDEQInst CPIB
0028
0012
- -
- -
IDEInfra CPIB
- -
0057
0019
- -
IDECH CPIB
- -
- -
0010
0002
Fonte Resultados da pesquisa
Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro
= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre
o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano
( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam
significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica
Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas
expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18
sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de
interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os
resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando
significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis
observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural
A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB
brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e
estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o
preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al
(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral
os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo
entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em
bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e
melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o
resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia
brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores
condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil
No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas
apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de
probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o
estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de
conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o
efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que
contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale
dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos
18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por
fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes
13
O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos
estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)
Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou
da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica
comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da
escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais
importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)
No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia
brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo
esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e
ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a
relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado
brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento
econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)
avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e
China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho
em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os
fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta
entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos
nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos
mercados observados
Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o
crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes
Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute
importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso
deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel
IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra
para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3
Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE
no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE
e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo
modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o
crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for
positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste
mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia
brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator
em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE
apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro
Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente
significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de
probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo
1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves
variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de
1 de probabilidade
Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do
coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de
absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash
Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente
14
estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando
considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta
relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via
criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade
institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento
do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na
infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis
adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE
sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao
impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes
Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com
sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como
consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos
anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na
sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o
ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram
sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes
por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes
De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a
concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja
por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou
agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte
dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso
tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos
como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades
de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena
contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes
Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da
deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e
crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em
grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que
aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da
vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave
internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos
fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses
Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves
privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais
especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro
lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave
busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a
determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria
quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na
construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por
recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos
naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua
quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)
Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na
capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas
filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do
tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO
SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
10
meio de testes de raiz unitaacuteria14
avaliaccedilatildeo dos criteacuterios de seleccedilatildeo do nuacutemero defasagens teste de
autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos e verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes
defasagens Apoacutes a utilizaccedilatildeo destes procedimentos economeacutetricos e a obtenccedilatildeo das informaccedilotildees
necessaacuterias as trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural foram estimadas de onde surgem os coe-
ficientes das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis consideradas
42 Fonte dos dados
Os dados referentes agraves variaacuteveis utilizadas neste estudo especificadas no vetor de variaacuteveis
endoacutegenas da equaccedilatildeo (7) foram coletados considerando o intervalo de tempo entre o primeiro trimestre
de 1996 e o quarto trimestre de 2014 A seacuterie temporal relativa ao PIB do Brasil expresso em doacutelares
(US$) foi coletada junto agraves estatiacutesticas econocircmicas disponibilizadas na base de dados do Banco Central
do Brasil Em relaccedilatildeo aos dados do ingresso de IDE no mercado brasileiro tambeacutem expresso em doacutelares
(US$) agrave formaccedilatildeo bruta de capital fixo (FBCF) na economia brasileira (US$) ao consumo de energia
eleacutetrica (GWh) nos trecircs setores da economia nacional (industrial agropecuaacuterio e de serviccedilos) e agrave
escolaridade meacutedia da populaccedilatildeo com 25 ou mais anos de idade eles estes foram obtidos no banco de
dados disponibilizado no site do IPEADATA
Os indicadores institucionais poliacutetico-sociais foram coletados na base de dados do projeto
Worldwide Governance Indicators (WGI) disponiacutevel no site do Banco Mundial A taxa de participaccedilatildeo
na forccedila de trabalho da economia brasileira definida como a proporccedilatildeo da populaccedilatildeo com 15 anos ou
mais de idade que se enquadra na classificaccedilatildeo de populaccedilatildeo economicamente ativa foi obtida no banco
de dados do World Development Indicators (WDI) tambeacutem disponiacutevel no site do Banco Mundial Vale
ressaltar que todas as variaacuteveis foram logaritmizadas e que foi utilizado o procedimento de interpolaccedilatildeo15
para obtenccedilatildeo dos dados trimestrais das variaacuteveis e
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Impactos do IDE sobre o crescimento econocircmico brasileiro
Sabe-se que uma economia necessita de certas condiccedilotildees miacutenimas para que aproveite
satisfatoriamente a entrada de investimento direto estrangeiro Em linha com este aspecto o modelo VAR
estrutural aqui proposto possibilita inferecircncias a respeito das relaccedilotildees existentes entre o crescimento do
PIB o IDE e outras variaacuteveis selecionadas fundamentais para o aproveitamento satisfatoacuterio deste
investimento externo
O primeiro procedimento foi verificar a estacionariedade das seacuteries Isso foi feito por meio do
teste de raiz unitaacuteria de Dickey-Fuller Aumentado (ADF) e do teste de raiz unitaacuteria com quebra estrutural
baseado em Lanne et al (2002) Quanto agrave definiccedilatildeo do nuacutemero de defasagens para os testes foi seguido o
criteacuterio de informaccedilatildeo de Schwarz Em relaccedilatildeo agrave escolha dos termos determiniacutesticos a serem incluiacutedos
nos testes seguiu-se o procedimento de anaacutelise graacutefica das seacuteries
Os resultados do teste ADF apresentados na Tabela A1 do anexo indicam para a natildeo rejeiccedilatildeo da
hipoacutetese nula de presenccedila de raiz unitaacuteria ao niacutevel de 1 de significacircncia para as seacuteries representativas
da forccedila de trabalho (Lab) capital humano (CH) e investimento domeacutestico (ID) o que as determina como
natildeo estacionaacuterias em niacutevel No entanto tornam-se estacionaacuterias apoacutes a primeira diferenccedila caracterizando-
as como I(1) As seacuteries relativas ao crescimento do produto interno bruto (CPIB) ao investimento direto
estrangeiro (IDE) e agraves variaacuteveis de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura (IDEInfra) capital
humano (IDECH) e o niacutevel da qualidade institucional poliacutetico-social no Brasil (IDEQinst) natildeo
precisaram ser diferenciadas pois se apresentaram estacionaacuterias em niacutevel ou seja I(0)
Em relaccedilatildeo ao teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural apresentado na Tabela A2
do anexo ele confirma os resultados obtidos com o teste ADF O teste foi realizado por meio do software
economeacutetrico J-Multi que segue os valores criacuteticos preconizados por Lanne et al (2002) e considera a
14 Esta avaliaccedilatildeo foi feita por meio da anaacutelise graacutefica das seacuteries e posteriormente pelo teste de Dickey-Fuller Aumentado
(ADF) e pelo teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural baseado em Lanne et al (2002) Os resultados destes
procedimentos economeacutetricos estatildeo expostos no anexo deste trabalho e satildeo discutidos na seccedilatildeo 5 Para mais detalhes acerca destes testes consultar Enders (1995) Lanne et al (2002) e Bueno (2008) 15 Outros estudos tambeacutem realizaram este procedimento tais como Silva e Marinho (2008) e Dalchiavon e Baccedilo (2016)
11
hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as
variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo
estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram
estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e
em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo
O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas
mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas
quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente
agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa
para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como
efeito do estouro da bolha especulativa16
no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir
esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o
periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o
segundo trimestre do ano 2000
Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir
o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que
estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs
especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs
variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o
detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo
teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a
mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra
e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de
defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para
cada modelo
Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que
minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de
Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo
Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um
VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado
No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio
do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um
dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese
nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a
autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o
Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para
sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o
VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos
que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica
defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas
A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da
anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se
dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados
Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e
estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado
anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17
e a anaacutelise dos resultados os sinais dos
coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2
16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de
capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio
daqueles obtidos na estimaccedilatildeo
12
Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees
do modelo VAR estrutural
Relaccedilotildees
Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
Efeito de Sobre Coeficiente Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo
ID CPIB
0100
0018
0110
0017
0150
0014
CH CPIB
2380
0598
2051
0395
3352
0351
Lab CPIB
0992
0595
1057
0658
1632
0414
IDE CPIB
-0004
0002
-0062
0019
-0065
0013
IDEQInst CPIB
0028
0012
- -
- -
IDEInfra CPIB
- -
0057
0019
- -
IDECH CPIB
- -
- -
0010
0002
Fonte Resultados da pesquisa
Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro
= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre
o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano
( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam
significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica
Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas
expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18
sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de
interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os
resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando
significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis
observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural
A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB
brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e
estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o
preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al
(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral
os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo
entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em
bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e
melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o
resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia
brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores
condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil
No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas
apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de
probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o
estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de
conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o
efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que
contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale
dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos
18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por
fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes
13
O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos
estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)
Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou
da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica
comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da
escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais
importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)
No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia
brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo
esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e
ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a
relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado
brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento
econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)
avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e
China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho
em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os
fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta
entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos
nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos
mercados observados
Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o
crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes
Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute
importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso
deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel
IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra
para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3
Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE
no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE
e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo
modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o
crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for
positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste
mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia
brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator
em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE
apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro
Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente
significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de
probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo
1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves
variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de
1 de probabilidade
Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do
coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de
absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash
Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente
14
estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando
considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta
relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via
criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade
institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento
do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na
infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis
adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE
sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao
impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes
Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com
sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como
consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos
anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na
sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o
ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram
sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes
por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes
De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a
concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja
por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou
agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte
dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso
tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos
como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades
de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena
contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes
Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da
deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e
crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em
grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que
aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da
vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave
internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos
fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses
Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves
privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais
especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro
lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave
busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a
determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria
quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na
construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por
recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos
naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua
quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)
Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na
capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas
filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do
tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO
SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
11
hipoacutetese nula de que a seacuterie tenha raiz unitaacuteria Os resultados desse procedimento mostraram que as
variaacuteveis CPIB IDE IDEInfra IDEQinst e IDECH satildeo I(0) e que as variaacuteveis Lab CH ID natildeo satildeo
estacionaacuterias em niacutevel Apoacutes a primeira diferenciaccedilatildeo destas seacuteries observou-se que todas se tornaram
estacionaacuterias em primeira diferenccedila (I(1)) Portanto dada a existecircncia de seacuteries estacionaacuterias em niacutevel e
em primeira diferenccedila o modelo VAR em diferenccedilas foi utilizado nas estimaccedilotildees deste estudo
O teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural tambeacutem possibilitou identificar algumas
mudanccedilas estruturais nas seacuteries individualmente sendo que na relaccedilatildeo entre elas foram identificadas duas
quebras que devem ser levadas em consideraccedilatildeo uma para os trecircs primeiros trimestres de 1999 referente
agraves alteraccedilotildees ocorridas em funccedilatildeo da mudanccedila da taxa de cacircmbio vigente no Brasil que passou de fixa
para flutuante e outra no primeiro semestre do ano 2000 referente agraves oscilaccedilotildees nos investimentos como
efeito do estouro da bolha especulativa16
no mercado de accedilotildees de alta tecnologia em 2000 Para corrigir
esse problema de mudanccedila estrutural foram adicionadas duas dummies do tipo impulse uma para o
periacuteodo entre o primeiro e o terceiro trimestre de 1999 e outra englobando o intervalo entre o primeiro e o
segundo trimestre do ano 2000
Feita a anaacutelise da estacionariedade das seacuteries utilizadas e dos termos determiniacutesticos resta definir
o nuacutemero de defasagens (ordem do VAR) para as estimaccedilotildees da equaccedilatildeo (7) Eacute importante ressaltar que
estas estimaccedilotildees por meio do modelo VAR estrutural com seis variaacuteveis foram feitas considerando trecircs
especificaccedilotildees diferentes do vetor de varaacuteveis endoacutegenas cada uma contendo apenas uma das trecircs
variaacuteveis de interaccedilatildeo com o IDE Conforme os aspectos teoacutericos apresentados na seccedilatildeo 2 e o
detalhamento metodoloacutegico feito na seccedilatildeo 4 deste estudo em cada modelo a ser estimado a relaccedilatildeo
teoacuterica entre as variaacuteveis analisadas foi especificada adotando a seguinte ordem da mais exoacutegena para a
mais endoacutegena Modelo 1 - IDEQInst e Modelo 2 - IDEInfra
e e Modelo 3 - IDECH e Desse modo os resultados da seleccedilatildeo de
defasagens e das relaccedilotildees contemporacircneas entre as variaacuteveis foram avaliados de forma separada para
cada modelo
Quanto ao nuacutemero de defasagens utilizado a escolha foi feita com base na anaacutelise dos valores que
minimizaram os criteacuterios do Erro de Prediccedilatildeo Final (FPE) Informaccedilatildeo de Akaike (AIC) Informaccedilatildeo de
Schwarz (SC) e Hannan-Quinn (HQ) Com os resultados obtidos e dado que o criteacuterio de SC segundo
Enders (1995) eacute o mais parcimonioso procedeu-se agrave utilizaccedilatildeo de uma defasagem e desse modo um
VAR de ordem um representado por VAR(1) foi estimado para cada modelo especificado
No entanto ao estimar o VAR(1) e realizar o teste de autocorrelaccedilatildeo serial nos resiacuteduos por meio
do teste do Multiplicador de Lagrange (LM) constatou-se presenccedila de autocorrelaccedilatildeo serial em cada um
dos trecircs modelos estimados Por este motivo aumentou-se o nuacutemero de defasagens ateacute que a hipoacutetese
nula de ausecircncia de autocorrelaccedilatildeo serial natildeo fosse mais rejeitada Com cinco defasagens foi eliminada a
autocorrelaccedilatildeo do Modelo 1 sendo o VAR(5) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Para o
Modelo 2 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com seis defasagens sendo o VAR(6) a ordem indicada para
sua especificaccedilatildeo Em relaccedilatildeo ao Modelo 3 a autocorrelaccedilatildeo foi eliminada com sete defasagens sendo o
VAR(7) a ordem indicada para a especificaccedilatildeo deste modelo Vale ressaltar que por se tratar de modelos
que envolvem a especificaccedilatildeo das relaccedilotildees determinantes do crescimento do PIB a escolha de uma uacutenica
defasagem poderia natildeo ser razoaacutevel para captar as relaccedilotildees existentes entre as variaacuteveis utilizadas
A verificaccedilatildeo da estabilidade dos modelos nas correspondentes defasagens foi feita por meio da
anaacutelise das raiacutezes do polinocircmio caracteriacutestico Para cada modelo VAR todas as raiacutezes localizaram-se
dentro do ciacuterculo unitaacuterio comprovando assim a estabilidade dos trecircs modelos estimados
Definidos o nuacutemero de defasagens e a estabilidade dos modelos procedeu-se agrave construccedilatildeo e
estimaccedilatildeo da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas (matriz ) conforme detalhamento apresentado
anteriormente na Tabela 1 A fim de facilitar a interpretaccedilatildeo17
e a anaacutelise dos resultados os sinais dos
coeficientes estimados foram modificados e podem ser observados na Tabela 2
16 Segundo Bullio et al (2011) no primeiro semestre do ano 2000 ocorreu o pico da bolha especulativa nos mercados de
capitais dos Estados Unidos da Ameacuterica concentrada nas novas empresas de tecnologia da informaccedilatildeo e da comunicaccedilatildeo 17 No modelo VAR estrutural os coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas devem ser analisados com sinal contraacuterio
daqueles obtidos na estimaccedilatildeo
12
Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees
do modelo VAR estrutural
Relaccedilotildees
Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
Efeito de Sobre Coeficiente Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo
ID CPIB
0100
0018
0110
0017
0150
0014
CH CPIB
2380
0598
2051
0395
3352
0351
Lab CPIB
0992
0595
1057
0658
1632
0414
IDE CPIB
-0004
0002
-0062
0019
-0065
0013
IDEQInst CPIB
0028
0012
- -
- -
IDEInfra CPIB
- -
0057
0019
- -
IDECH CPIB
- -
- -
0010
0002
Fonte Resultados da pesquisa
Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro
= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre
o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano
( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam
significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica
Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas
expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18
sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de
interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os
resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando
significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis
observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural
A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB
brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e
estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o
preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al
(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral
os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo
entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em
bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e
melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o
resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia
brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores
condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil
No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas
apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de
probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o
estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de
conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o
efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que
contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale
dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos
18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por
fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes
13
O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos
estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)
Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou
da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica
comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da
escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais
importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)
No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia
brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo
esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e
ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a
relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado
brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento
econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)
avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e
China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho
em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os
fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta
entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos
nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos
mercados observados
Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o
crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes
Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute
importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso
deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel
IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra
para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3
Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE
no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE
e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo
modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o
crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for
positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste
mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia
brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator
em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE
apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro
Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente
significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de
probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo
1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves
variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de
1 de probabilidade
Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do
coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de
absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash
Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente
14
estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando
considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta
relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via
criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade
institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento
do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na
infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis
adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE
sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao
impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes
Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com
sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como
consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos
anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na
sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o
ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram
sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes
por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes
De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a
concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja
por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou
agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte
dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso
tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos
como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades
de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena
contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes
Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da
deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e
crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em
grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que
aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da
vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave
internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos
fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses
Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves
privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais
especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro
lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave
busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a
determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria
quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na
construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por
recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos
naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua
quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)
Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na
capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas
filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do
tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO
SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
12
Tabela 2 ndash Estimativa dos coeficientes da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas para as trecircs especificaccedilotildees
do modelo VAR estrutural
Relaccedilotildees
Contemporacircneas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3
Efeito de Sobre Coeficiente Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo Coeficiente
Erro
Padratildeo
ID CPIB
0100
0018
0110
0017
0150
0014
CH CPIB
2380
0598
2051
0395
3352
0351
Lab CPIB
0992
0595
1057
0658
1632
0414
IDE CPIB
-0004
0002
-0062
0019
-0065
0013
IDEQInst CPIB
0028
0012
- -
- -
IDEInfra CPIB
- -
0057
0019
- -
IDECH CPIB
- -
- -
0010
0002
Fonte Resultados da pesquisa
Nota = investimento domeacutestico = capital humano = forccedila de trabalho = investimento direto estrangeiro
= variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de infraestrutura ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre
o IDE e o iacutendice da qualidade institucional ( ) = variaacutevel de interaccedilatildeo entre o IDE e o niacutevel de capital humano
( ) e = taxa de crescimento produto interno bruto Asterisco simples () duplo () e triplo () denotam
significacircncia ao niacutevel de 10 5 e 1 respectivamente enquanto ns indica ausecircncia de significacircncia estatiacutestica
Considerando os resultados dos coeficientes estimados da matriz de relaccedilotildees contemporacircneas
expressos na Tabela 2 podem ser feitas inferecircncias18
sobre o efeito do IDE e das demais variaacuteveis de
interesse sobre o crescimento do PIB brasileiro no periacuteodo entre 1996 e 2014 De maneira geral os
resultados obtidos corresponderam agraves expectativas com todos os coeficientes estimados apresentando
significacircncia estatiacutestica e mostrando-se similares em termos dos sinais esperados para todas as variaacuteveis
observadas nas trecircs especificaccedilotildees do modelo VAR estrutural
A respeito da relaccedilatildeo contemporacircnea entre investimento domeacutestico (ID) e o crescimento do PIB
brasileiro (CPIB) o coeficiente estimado para os trecircs modelos testados apresentou efeito positivo e
estatisticamente significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade Tal resultado estaacute consonante com o
preconizado pela teoria sendo semelhante agraves relaccedilotildees encontradas em estudos como os de Mankiw et al
(1992) Zhang (2001b) Roy e Van Den Berg (2006) e Elboiashi (2015) Nestes trabalhos de modo geral
os autores argumentam que a elevaccedilatildeo do investimento domeacutestico comumente representado pela razatildeo
entre a FBCF e o PIB eacute fator importante no crescimento das economias pois ao elevar o investimento em
bens de capital como maacutequinas equipamentos e novas tecnologias criam-se externalidades positivas e
melhorias na produtividade das firmas Em linha com estes aspectos eacute interessante ressaltar que o
resultado do impacto positivo de variaccedilotildees no investimento domeacutestico sobre o crescimento da economia
brasileira tambeacutem eacute coerente com o estudo de Mortatti (2011) que realizou anaacutelise de alguns fatores
condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil
No caso dos coeficientes para a variaacutevel capital humano (CH) observa-se que as estimativas
apresentaram sinal positivo esperado e foram estatisticamente significativas ao niacutevel de 1 de
probabilidade para os trecircs modelos estimados Diante desse resultado eacute importante destacar que o
estoque de capital humano eacute composto pela acumulaccedilatildeo voluntaacuteria que corresponde agrave acumulaccedilatildeo de
conhecimentos (schooling) e agrave acumulaccedilatildeo involuntaacuteria (learning by doing) (LUCAS 1988) Portanto o
efeito positivo encontrado para a variaacutevel CH mostra que variaccedilotildees no niacutevel de educaccedilatildeo e profissionalizaccedilatildeo da
populaccedilatildeo brasileira estatildeo relacionadas com incrementos no estoque de capital humano do paiacutes o que
contribui positivamente para a melhoria da produtividade e o crescimento da economia nacional vale
dizer ainda que a produtividade privada do capital humano gera efeitos difusores positivos
18 Pelo fato de algumas variaacuteveis serem mensuradas por meio de proxies e natildeo serem diretamente controladas optou-se por
fazer as inferecircncias sem associar variaccedilotildees percentuais do crescimento do PIB a alteraccedilotildees percentuais nos seus determinantes
13
O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos
estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)
Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou
da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica
comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da
escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais
importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)
No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia
brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo
esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e
ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a
relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado
brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento
econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)
avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e
China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho
em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os
fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta
entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos
nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos
mercados observados
Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o
crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes
Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute
importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso
deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel
IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra
para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3
Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE
no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE
e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo
modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o
crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for
positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste
mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia
brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator
em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE
apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro
Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente
significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de
probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo
1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves
variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de
1 de probabilidade
Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do
coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de
absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash
Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente
14
estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando
considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta
relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via
criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade
institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento
do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na
infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis
adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE
sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao
impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes
Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com
sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como
consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos
anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na
sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o
ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram
sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes
por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes
De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a
concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja
por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou
agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte
dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso
tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos
como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades
de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena
contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes
Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da
deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e
crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em
grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que
aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da
vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave
internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos
fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses
Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves
privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais
especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro
lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave
busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a
determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria
quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na
construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por
recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos
naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua
quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)
Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na
capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas
filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do
tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO
SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
13
O resultado para a variaacutevel CH segue os encontrados em outros trabalhos como por exemplo nos
estudos de Borensztein et al (1998) Carkovic e Levine (2005) Alfaro et al (2004) Li e Liu (2005)
Mortatti (2011) e Fraga et al (2013) sendo que a investigaccedilatildeo feita por estes dois uacuteltimos tambeacutem tratou
da economia brasileira Ademais Krugman (1997) destaca enfaticamente que a anaacutelise estatiacutestica
comparando as taxas de crescimento econocircmico de diferentes paiacuteses indica que a elevaccedilatildeo da
escolaridade com seus efeitos sobre a produtividade eacute um determinante do crescimento ainda mais
importante que o aumento de capital fiacutesico (investimentos)
No que se refere ao efeito da forccedila de trabalho (Lab) sobre o crescimento do PIB da economia
brasileira os resultados relativos ao coeficiente estimado para esta variaacutevel revelaram impacto positivo
esperado e foram estatisticamente significativos ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso do Modelo 3 e
ao niacutevel de 10 de probabilidade no caso dos Modelos 1 e 2 Este resultado evidencia a importacircncia e a
relaccedilatildeo direta de variaccedilotildees da forccedila de trabalho sobre a produccedilatildeo de bens e serviccedilos do mercado
brasileiro Outros estudos tambeacutem encontraram efeito semelhante para a relaccedilatildeo entre crescimento
econocircmico e trabalho Por exemplo Akinlo (2004) Vu (2008) Kohpaiboon (2003) e Zhang (2001b)
avaliaram o impacto de diversas variaacuteveis no crescimento econocircmico da Nigeacuteria Vietnatilde Tailacircndia e
China respectivamente e evidenciaram efeito positivo para a variaacutevel representativa da forccedila de trabalho
em cada paiacutes Adicionalmente Balasubramanyam et al (1996) e Hoang et al (2010) que averiguaram os
fatores determinantes do crescimento econocircmico para diversos paiacuteses tambeacutem encontraram relaccedilatildeo direta
entre forccedila de trabalho e crescimento das economias e destacaram a importacircncia de que choques positivos
nesta relaccedilatildeo sejam acompanhados por avanccedilos tecnoloacutegicos e aumento do niacutevel de investimento nos
mercados observados
Em relaccedilatildeo aos resultados para o IDE o sinal esperado eacute ambiacuteguo podendo ser positivo ou
negativo dado que na literatura natildeo haacute uma posiccedilatildeo definitiva geral a respeito do impacto do IDE sobre o
crescimento do PIB Tal fato torna necessaacuterio um estudo detalhado das particularidades de cada paiacutes
Portanto para que se tenha um posicionamento mais adequado a respeito do efeito do IDE sobre o PIB eacute
importante que sejam levadas em consideraccedilatildeo as condiccedilotildees iniciais de cada economia o que no caso
deste estudo eacute feito ao averiguar de forma conjunta os resultados dos coeficientes estimados da variaacutevel
IDE e da variaacutevel de interaccedilatildeo considerada em cada modelo IDEQInst para o Modelo 1 IDEInfra
para o Modelo 2 e IDECH para o Modelo 3
Trecircs resultados possiacuteveis indicaratildeo a avaliaccedilatildeo a ser feita a respeito da contribuiccedilatildeo final do IDE
no crescimento econocircmico do Brasil se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE
e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo
modelo apresentarem sinal positivo (negativo) entatildeo o IDE apresenta efeito positivo (negativo) sobre o
crescimento do PIB brasileiro se em determinado modelo o coeficiente estimado da variaacutevel IDE for
positivo mas o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste
mesmo modelo for negativo entatildeo o IDE tem um efeito positivo sobre o crescimento do paiacutes poreacutem este
efeito decresce com as melhorias no fator de absorccedilatildeo em questatildeo e se em determinado modelo o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE for negativo e o coeficiente da variaacutevel de interaccedilatildeo (IDEQInst IDEInfra ou IDECH) considerada neste mesmo modelo for positivo isso significa que a economia
brasileira tem que atingir um niacutevel superior em termos de adequaccedilatildeo da capacidade de absorccedilatildeo do fator
em questatildeo (qualidade institucional infraestrutura ou capital humano) para que o ingresso do IDE
apresente impactos positivos absolutos sobre o crescimento do PIB brasileiro
Eacute importante destacar que o coeficiente estimado da variaacutevel IDE foi estatisticamente
significativo ao niacutevel de 1 de probabilidade no caso dos Modelos 2 e 3 e ao niacutevel de 5 de
probabilidade no caso do Modelo 1 Aleacutem disso o coeficiente estimado da variaacutevel IDEQInst (Modelo
1) foi estatisticamente significativo ao niacutevel de 5 de probabilidade e os coeficientes relativos agraves
variaacuteveis IDEInfra (Modelo 2) e IDECH (Modelo 3) foram estatisticamente significativos ao niacutevel de
1 de probabilidade
Feita estas consideraccedilotildees verifica-se para os trecircs modelos estimados (Tabela 2) que o sinal do
coeficiente da variaacutevel IDE foi negativo Em contrapartida ao levar em consideraccedilatildeo a capacidade de
absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira por meio da inclusatildeo das variaacuteveis de interaccedilatildeo (IDEQInst ndash
Modelo 1 IDEInfra ndash Modelo 2 IDECH ndash Modelo 3) observa-se em cada modelo que o coeficiente
14
estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando
considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta
relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via
criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade
institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento
do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na
infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis
adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE
sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao
impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes
Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com
sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como
consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos
anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na
sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o
ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram
sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes
por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes
De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a
concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja
por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou
agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte
dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso
tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos
como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades
de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena
contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes
Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da
deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e
crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em
grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que
aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da
vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave
internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos
fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses
Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves
privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais
especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro
lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave
busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a
determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria
quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na
construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por
recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos
naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua
quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)
Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na
capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas
filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do
tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO
SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
14
estimado da variaacutevel de interaccedilatildeo apresentou sinal positivo Tal constataccedilatildeo evidencia que o IDE quando
considerado de forma isolada exerce impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional sendo esta
relaccedilatildeo adversa minimizada pelos efeitos positivos do IDE sobre o crescimento da economia brasileira via
criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital humano e qualidade
institucional Portanto para que o ingresso de IDE alcance efeito positivo absoluto sobre o crescimento
do PIB brasileiro eacute necessaacuterio que ocorram avanccedilos destas condiccedilotildees locais O progresso na
infraestrutura capital humano e qualidade institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis
adequados de desenvolvimento destes aspectos em que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE
sejam totalmente absorvidas gerando maior produtividade para a economia brasileira e levando ao
impacto positivo efetivo do IDE sobre o crescimento econocircmico do paiacutes
Considerando que esta anaacutelise compreende o periacuteodo de 1996 a 2014 os resultados obtidos com o
coeficiente estimado da variaacutevel IDE com sinal negativo e os coeficientes das variaacuteveis de interaccedilatildeo com
sinal positivo contornando em parte os efeitos negativos da primeira podem ser explicados como
consequecircncia de alguns efeitos adversos do ingresso de IDE na economia brasileira principalmente nos
anos entre 1996 e 2002 (LAPLANE et al 2001 LIMA JUacuteNIOR 2005 SARTI LAPLANE 2002) Na
sequecircncia agrave medida que houve uma consideraacutevel expansatildeo dos projetos de IDE do tipo greenfield apoacutes o
ano de 2005 [Lacerda e Oliveira (2009) Silva (2013) e Ribeiro e Silva Filho (2013)] estes efeitos foram
sendo reduzidos mesmo que ainda em niacutevel abaixo do ideal para reverter os aspectos contraproducentes
por meio da elevaccedilatildeo do potencial de absorccedilatildeo e contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes
De acordo com Laplane et al (2001) e Lima Juacutenior (2005) ao longo da deacutecada de 1990 a
concentraccedilatildeo dos investimentos externos na economia domeacutestica foi atraveacutes de fusotildees e aquisiccedilotildees seja
por meio da privatizaccedilatildeo dos serviccedilos puacuteblicos ou pela venda de empresas privadas locais Tal fato levou
agrave reduccedilatildeo do potencial de contribuiccedilatildeo do IDE na capacidade produtiva do paiacutes uma vez que grande parte
dos investimentos natildeo foram direcionados para a construccedilatildeo de novas plantas industriais Aleacutem disso
tambeacutem se observou ao longo do periacuteodo mencionado uma crescente participaccedilatildeo do setor de serviccedilos
como principal setor de atraccedilatildeo ao capital estrangeiro o que refletiu o maior investimento em atividades
de bens natildeo comercializaacuteveis com maior propensatildeo a importar do que a exportar e com pequena
contribuiccedilatildeo das empresas estrangeiras para o saldo comercial do paiacutes
Segundo Sarti e Laplane (2002) a elevaccedilatildeo do ingresso de IDE ocorrida na segunda metade da
deacutecada de 1990 natildeo mostrou contribuiccedilatildeo significativa para o aumento do niacutevel de investimento e
crescimento do produto no Brasil Para os autores a maior entrada de IDE neste periacuteodo constituiu-se em
grande parte na transferecircncia da propriedade de empresas nacionais para investidores estrangeiros o que
aprofundou o grau de internacionalizaccedilatildeo produtiva da economia brasileira e contribuiu para o agravamento da
vulnerabilidade externa do paiacutes Conforme Sarti e Laplane (2002) esta restriccedilatildeo externa se deveu agrave
internacionalizaccedilatildeo produtiva ldquointrovertidardquo natildeo tendo resultado em maior presenccedila mundial dos produtos
fabricados no Brasil mas aumentado o consumo interno de bens intermediaacuterios produzidos em outros paiacuteses
Conforme Castro (2012) passado o periacuteodo de forte investimento estrangeiro associado agraves
privatizaccedilotildees fusotildees e aquisiccedilotildees o elevado incremento do ingresso de IDE no Brasil mais
especificamente apoacutes o ano de 2003 ainda manteve maior relaccedilatildeo com o setor de serviccedilos mas por outro
lado houve maior diversificaccedilatildeo setorial do ingresso deste capital no paiacutes uma vez que motivos ligados agrave
busca por recursos naturais (resource seeking) e busca por mercado (market seeking) passaram a
determinar a entrada do IDE A forccedila do mercado interno atraiu investimentos externos na induacutestria
quiacutemica farmacecircutica automobiliacutestica de alimentos bebidas e produtos eletrocircnicos como tambeacutem na
construccedilatildeo civil transporte serviccedilos de tecnologia da informaccedilatildeo entre outros Jaacute em relaccedilatildeo agrave busca por
recursos passaram a se destacar as atividades econocircmicas relacionadas ao aproveitamento dos recursos
naturais quais sejam manufaturas com base nestes recursos serviccedilos relativos agrave eletricidade gaacutes e aacutegua
quente agronegoacutecio produccedilatildeo de biocombustiacuteveis metalurgia e extraccedilatildeo mineral (CASTRO 2012)
Diante dessas mudanccedilas no perfil de entrada do IDE na economia brasileira houve incremento na
capacidade produtiva das atividades mencionadas principalmente com a criaccedilatildeo de novas faacutebricas pelas
filiais das multinacionais estrangeiras dado o aumento consideraacutevel do nuacutemero de projetos de IDE do
tipo greenfield destinados ao mercado brasileiro no periacuteodo apoacutes 2005 (SILVA 2013 RIBEIRO
SILVA FILHO 2013) Vale destacar que estes resultados foram importantes para a economia brasileira
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
15
uma vez que uma consequente maior produccedilatildeo de produtos manufaturados possibilitou uma menor
importaccedilatildeo destes bens aleacutem dos ganhos de produtividade com os efeitos de transbordamento
externalidades geraccedilatildeo de empregos e melhores salaacuterios
Com base nestas constataccedilotildees e nos resultados obtidos que evidenciaram a inadequaccedilatildeo da
capacidade de absorccedilatildeo do IDE na economia brasileira fica evidente a necessidade de os agentes puacuteblicos
e privados juntarem esforccedilos no intuito de promover melhorias na infraestrutura baacutesica do paiacutes na
qualificaccedilatildeo da matildeo de obra e no desenvolvimento do ambiente institucional brasileiro Pois com estes
avanccedilos os efeitos contraproducentes do ingresso do IDE no mercado nacional podem ser evitados e ou
amenizados aleacutem de contribuir para a potencializaccedilatildeo na geraccedilatildeo e absorccedilatildeo eficaz dos efeitos de
difusatildeo externalidades entre outros aspectos positivos
Vale salientar que outros estudos que avaliaram o impacto do ingresso de IDE sobre o crescimento
do PIB brasileiro obtiveram resultados distintos Mortatti (2011) identificou efeito negativo poreacutem pouco
significativo Nonnemberg e Mendonccedila (2005) e Rodrigues et al (2012) evidenciaram a ausecircncia de
relaccedilatildeo direta entre o IDE e o PIB Fraga et al (2013) e Carminati e Fernandes (2013) encontraram
evidecircncias de um impacto positivo do IDE sobre o crescimento da economia brasileira poreacutem este efeito
foi pequeno Diante dos resultados destes trabalhos verifica-se que natildeo haacute um consenso a respeito da
influecircncia do ingresso de IDE sobre o crescimento do PIB do Brasil
Contudo ao realizar uma investigaccedilatildeo que levou em consideraccedilatildeo a interaccedilatildeo entre o IDE e as
caracteriacutesticas preacutevias de infraestrutura capital humano e qualidade do ambiente institucional brasileiro o
presente estudo mostra a relevacircncia da inclusatildeo nos modelos a serem estimados de variaacuteveis relativas agrave
capacidade de absorccedilatildeo do IDE Aleacutem disso a atual pesquisa complementa a literatura nacional
evidenciando que o alcance do efeito positivo absoluto da entrada de IDE sobre o crescimento do PIB
brasileiro depende que niacuteveis adequados dos fatores locais considerados sejam atingidos
Considerando que grande parte do ingresso de IDE no Brasil eacute proveniente de economias
desenvolvidas como da Alemanha Franccedila Paiacuteses Baixos EUA Suiacuteccedila Reino Unido Japatildeo
Luxemburgo entre outras para que ocorra incremento da capacidade de absorccedilatildeo deste investimento
estrangeiro deve-se considerar que os niacuteveis adequados de infraestrutura capital humano e qualidade do
ambiente institucional sejam os mais proacuteximos possiacuteveis daqueles encontrados nas economias dos paiacuteses
de origem mencionados Neste contexto eacute importante que os agentes econocircmicos brasileiros puacuteblicos e
privados trabalhem no sentido de gerar esta adequaccedilatildeo do niacutevel de desenvolvimento dos fatores
considerados promovendo por exemplo melhorias e expansatildeo da malha ferroviaacuteria e rodoviaacuteria
modernizaccedilatildeo da estrutura portuaacuteria e aeroportuaacuteria aleacutem da construccedilatildeo de novos portos e aeroportos
interligados por canais de rodovias e ferrovias ampliaccedilatildeo e diversificaccedilatildeo da matriz energeacutetica do paiacutes
qualificaccedilatildeo e capacitaccedilatildeo da matildeo de obra com incremento na formaccedilatildeo de trabalhadores ligados a
setores das engenharias e tecnologia da informaccedilatildeo reduccedilatildeo da corrupccedilatildeo estabilidade poliacutetica
efetividade das leis e poliacuteticas governamentais e regulatoacuterias entre outros aspectos
Em adiccedilatildeo vale destacar conforme dados do World Investment Report 2016 publicado pela
UNCTAD (2016) que dificilmente um paiacutes foi capaz de alcanccedilar a industrializaccedilatildeo e uma transformaccedilatildeo
estrutural bem-sucedida sem a sinalizaccedilatildeo e o impulso visionaacuterio de poliacuteticas governamentais especiacuteficas
e seletivas que criassem matildeo de obra qualificada infraestrutura baacutesica maior abertura comercial
elevaccedilatildeo nas taxas de investimento e poupanccedila controle do endividamento interno e externo entre outros
fatores No caso do Brasil conforme Carneiro (2002) e Sicsuacute (2007) observa-se no periacuteodo poacutes-plano
Real que o paiacutes seguiu um caminho diferente adotando poliacuteticas com o propoacutesito principal de controlar a
inflaccedilatildeo e atrair investidores internacionais Tais medidas acabaram por evidenciar a expectativa do
governo brasileiro de que o capital externo por si soacute fosse desenvolver o trabalho de promoccedilatildeo do ganho
de competitividade e eficiecircncia da economia domeacutestica No entanto segundo Carneiro (2002) Sicsuacute
(2007) e Vieira e Veriacutessimo (2009) embora a estabilidade de preccedilos tenha sido alcanccedilada ela natildeo foi
capaz de estimular adequadamente o investimento privado as privatizaccedilotildees e o investimento estrangeiro
natildeo removeram os gargalos de oferta na induacutestria e infraestrutura e a abertura comercial junto com a
valorizaccedilatildeo cambial natildeo foi suficiente para disciplinar os produtores domeacutesticos conduzindo a ganhos de
eficiecircncia e competitividade Aleacutem disso para garantir a manutenccedilatildeo da estabilidade inflacionaacuteria
conforme o sistema de metas adotado as taxas de juros reais brasileiras vecircm sendo mantidas em
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
16
patamares elevados o que tem dificultado a obtenccedilatildeo de creacutedito e a formaccedilatildeo de expectativas de longo
prazo pelos empresaacuterios afora a elevaccedilatildeo da diacutevida puacuteblica do paiacutes
Diante dos aspectos mencionados verifica-se que as medidas adotadas na economia brasileira
acabaram por limitar um maior desenvolvimento dos fatores locais que compotildeem a capacidade de
absorccedilatildeo das externalidades geradas pelo ingresso de IDE no mercado brasileiro restringindo assim o
potencial de crescimento econocircmico do paiacutes
6 CONCLUSOtildeES
Nas uacuteltimas deacutecadas o investimento direto estrangeiro tem aumentado sua participaccedilatildeo e
importacircncia em muitos paiacuteses do mundo seja como forma de buscar novos mercados no caso dos paiacuteses
investidores ou pela oportunidade de transferecircncia de tecnologias para os paiacuteses receptores Desta
maneira este tipo de investimento tem se tornado ainda mais importante para a anaacutelise do processo de
crescimento econocircmico dos paiacuteses emergentes como eacute o caso do Brasil que ocupa posiccedilatildeo de destaque nos
fluxos internacionais de capitais sobretudo como receptor de IDE feito por companhias multinacionais
Diante deste cenaacuterio o presente estudo se propocircs a averiguar de que forma as condiccedilotildees iniciais e
a capacidade de absorccedilatildeo do IDE pela economia brasileira influenciaram os efeitos deste investimento
externo sobre o crescimento econocircmico do paiacutes no periacuteodo de 1996 a 2014 Para o alcance desse
objetivo foi utilizado o modelo VAR estrutural pelo qual se buscou identificar os coeficientes das
relaccedilotildees contemporacircneas existentes entre o PIB brasileiro e as variaacuteveis representativas do niacutevel de
capital humano investimento domeacutestico forccedila de trabalho investimento direto estrangeiro aleacutem dos
termos representativos da capacidade de absorccedilatildeo do IDE
Os resultados obtidos por esta anaacutelise evidenciaram a existecircncia de efeitos positivos do capital
humano investimento domeacutestico e da forccedila de trabalho sobre o PIB brasileiro implicando que quanto
maior o niacutevel destes fatores maior seraacute a contribuiccedilatildeo para o crescimento econocircmico do paiacutes
No que diz respeito agrave relaccedilatildeo entre o ingresso de IDE e o PIB os resultados indicaram que o IDE
quando considerado de forma isolada exerceu impacto negativo sobre o crescimento do PIB nacional
tendo esta relaccedilatildeo adversa sido minimizada pelos efeitos positivos deste investimento sobre o crescimento
da economia brasileira via criaccedilatildeo de externalidades junto agraves condiccedilotildees locais de infraestrutura capital
humano e qualidade institucional Sendo assim o progresso na infraestrutura capital humano e qualidade
do ambiente institucional devem ocorrer ateacute que sejam atingidos niacuteveis adequados destes aspectos em
que as externalidades geradas pelo ingresso do IDE sejam totalmente absorvidas gerando maior
produtividade para a economia brasileira e levando ao impacto positivo efetivo do IDE sobre o
crescimento econocircmico do paiacutes Conclui-se portanto que natildeo se pode rejeitar a hipoacutetese de que o
ingresso de IDE exerccedila efeito positivo sobre o PIB nacional desde que condicionado ao adequado
desenvolvimento de fatores locais como o niacutevel de desenvolvimento do capital humano infraestrutura e
ambiente institucional brasileiro
Em relaccedilatildeo agrave poliacutetica brasileira de atraccedilatildeo de IDE deve-se destacar que esta foi utilizada por
vaacuterios governos como instrumento para resolver problemas de financiamento e falta de investidores
internos principalmente em setores de infraestrutura baacutesica e induacutestria de bens de capital Contudo os
resultados deste trabalho datildeo suporte ao fato de que as poliacuteticas consideradas para atrair maior volume de
IDE natildeo foram satisfatoacuterias em gerar externalidades e spillovers de crescimento econocircmico Aleacutem disso
eacute importante salientar que a poliacutetica econocircmica brasileira considerando o periacuteodo de anaacutelise do estudo
(1996 a 2014) esteve muito preocupada com o controle inflacionaacuterio e que por muitas vezes acabou
deixando em segundo plano as poliacuteticas voltadas para a criaccedilatildeo de infraestrutura e desenvolvimento
educacional Neste contexto a melhoria do ambiente de investimento por meio do desenvolvimento dos
fatores relativos agrave capacidade de absorccedilatildeo do IDE no paiacutes deve ser uma prioridade para os formuladores de
poliacuteticas puacuteblicas do Brasil caso queiram explorar o investimento direto estrangeiro de forma eficiente
Para aumentar a confianccedila dos investidores no sistema econocircmico e financeiro do Brasil a
melhoria na qualidade do ambiente institucional tambeacutem eacute extremamente importante criando condiccedilotildees
para que as instituiccedilotildees possam desempenhar corretamente suas funccedilotildees no sentido de contribuir na reduccedilatildeo
dos custos incertezas e riscos caracteriacutesticos de ambientes com qualidade institucional inadequada
Ao mesmo tempo a falta de planejamento se faz sentir no acircmbito da capacitaccedilatildeo da forccedila de
trabalho nacional e em diversos aspectos da infraestrutura do paiacutes como por exemplo pela insuficiecircncia
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
17
e deterioraccedilatildeo das rodovias ferrovias portos aeroportos e tambeacutem da capacidade de geraccedilatildeo e de oferta
de energia num patamar seguro e sustentaacutevel Diante destes gargalos da economia brasileira a criaccedilatildeo de
medidas que estimulem o desenvolvimento do capital humano e da infraestrutura nacional eacute de extrema
relevacircncia para alcanccedilar maiores efeitos de difusatildeo decorrentes da entrada de IDE potencializando os
impactos positivos deste investimento sobre o PIB brasileiro
Portanto eacute necessaacuterio que as poliacuteticas puacuteblicas sejam estrategicamente construiacutedas no sentido de
atrair o IDE para setores chave da economia principalmente com projetos greenfield direcionados agraves
induacutestrias com maior propensatildeo a exportar pois contribuem para reduccedilatildeo de custos geraccedilatildeo de mais
empregos externalidades positivas e dinamizaccedilatildeo da economia como um todo
REFEREcircNCIAS
ADELEKE A I FDI-Growth Nexus in Africa Does Governance Matter Journal of Economic
Development v 39 n 1 p 111-135 2014
AGHION P HOWITT P A model of growth through creative destruction Econometrica v 60 n 2
p 323-351 1992
AKINLO A E Foreign direct investment and growth in Nigeria An empirical investigation Journal of
Policy Modeling v 26 n 1 p 627ndash639 2004
ALFARO L CHANDA A KALEMLI-OZCAN S SAYEK S FDI and economic growth the role of
local financial markets Journal of international economics v 64 n 1 p 89-112 2004
AMISANO G GIANNINI C Topics in Structural VAR Econometrics Berlin Springer 2nd edition 1997
BALASUBRAMANYAM V SALISU M SAPSFORD D Foreign direct investment as an engine of
growth Journal of International Trade amp Economic Development v 8 n 1 p 27 ndash 40 1996
BARRO R SALA-I-MARTIN X Economic growth McGraw-Hill New York 1995
BCB - BANCO CENTRAL DO BRASIL Sistema de seacuteries temporais Disponiacutevel em
lthttpwwwbcgovbrgt Acesso em 14 set 2015
BENGOA M SANCHEZ-ROBLES B Foreign direct investment economic freedom and growth new
evidence from Latin America European Journal of Political Economy v 19 p 520-545 2003
BERNANKE B S Alternative explanations of the money-income correlation Carnegie Rochester
Conference Series on Public Policy v 25 n 1 p 49-100 1986
BLOMSTROumlM M LIPSEY R E ZEJAN M What explains developing country growth NBER
Working Paper n 4132 1992
BLOMSTROumlM M KOKKO A Multinational corporations and spillovers Journal of Economic
Surveys v 12 n 3 p 247 ndash 277 1998
BORENSZTEIN E DE GREGORIO J LEE J-W How does foreign direct investment affect
economic growth Journal of International Economics v 45 p 115-135 1998
BUENO R L S Econometria de seacuteries temporais Satildeo Paulo Cengage Learning 2008
BULLIO O FERRARA D N CUNHA P CARVALHO C E A atuaccedilatildeo do Fed antes e depois do
estouro da bolha imobiliaacuteria discricionariedade e mandato de bancos centrais em contexto de
desregulamentaccedilatildeo financeira Economia e Sociedade v 20 n 2 p 329-364 2011
CAMPOS N F KINOSHITA Y Foreign direct investment as technology transferred some panel
evidence from the transition economies The Manchester School v 70 n 3 p 398-419 2002
CARKOVIC M LEVINE R Does Foreign Direct Investment Accelerate Economic Growth In
MORAN T H GRAHAM E M BLOMSTROumlM M Does Foreign Direct Investment Promote
Development Washington Institute for International Economics 2005
CARMINATI J G O FERNANDES E A O impacto do investimento direto estrangeiro no cres-
cimento da economia brasileira Planejamento e Poliacuteticas Puacuteblicas v 41 n 2 p 141-172 2013
CARNEIRO R Desenvolvimento em crise a economia brasileira no uacuteltimo quarto do seacuteculo XX
Satildeo Paulo Editora UnespIE Unicamp 2002
CASTRO P G Os determinantes do IDE no Brasil e no Meacutexico uma anaacutelise empiacuterica para o
periacuteodo de 1990 a 2010 2012 p 100 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) Universidade Federal de
Viccedilosa Viccedilosa 2012
COE D HELPMAN E International RampD spillovers NBER Working Paper n 4444 1993
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
18
DALCHIAVON E C BACcedilO F M B Crescimento econocircmico dos estados brasileiros anaacutelise a partir
da diferenccedila de capital humano entre os gecircneros Perspectiva Econocircmica v 12 n 1 p 42-55 2016
DAMASCENO A O Fluxos de Capitais e Crescimento Econocircmico nos Paiacuteses em Desenvolvimento
Estudos Econocircmicos v 43 n 4 p 773-811 2013
DE JAGER J Exogenous and Endogenous Growth University of Pretoria ETD 2004
DE MELLO L R Foreign direct investment in developing countries and growth A selective survey
Journal of Development Studies v 34 p 1ndash34 1997
DE MELLO L R Foreign direct investment- led growth evidence from time series and panel data
Oxford Economic Papers v 51 n1 p 133-151 1999
DURHAM J B Absorptive Capacity and the Effects of Foreign Direct Investment and Equity Foreign
Portfolio Investment on Economic Growth European Economic Review v 48 n 2 p 285-306 2004
ELBOIASHI H The effect of FDI on economic growth and the importance of host country
characteristics Journal of Economics and International Finance v 7 n 2 p 25-41 2015
ENDERS W Applied econometric time series New York John Wiley 1995
FRAGA G J PARRE J L SILVA R R Investimento estrangeiro direto nos estados brasileiros
efeitos diretos e indiretos sobre o crescimento econocircmico In XVI ENCONTRO DE ECONOMIA DA
REGIAtildeO SUL Anais Curitiba PR ANPECSUL 2013
GIRMA S Absorptive Capacity and Productivity Spillovers from FDI A Threshold Regression
Analysis Oxford Bulletin of Economics and Statistics v 67 n 3 p 281-306 2005
GUNAYDIN I TATOGLU E Does Foreign Direct Investment Promote Economic Growth Evidence
from Turkey Multinational Business Review v 13 n 2 p 89-106 2005
HOANG T T WIBOONCHUTIKULA P TUBTIMTONG B Does Foreign Direct Investment
Promote Economic Growth in Vietnam ASEAN Economic Bulletin v 27 n 3 p 295-311 2010
IEDI - INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL Investimento
Direto Estrangeiro no Brasil Um Panorama (2006) Disponiacutevel em
lthttpwwwiediorgbradmin_oripdf20060804_idepdfgt Acesso em 15 jul 2013
JORDAAN J A RODRIGUEZ-OREGGIA E Regional growth in Mexico under trade liberalization
how important are agglomeration and FDI Annals of Regional Science v 48 n 1 p 179-202 2012
JUDE C LEVIEUGE G Growth Effect of FDI in Developing Economies The Role of Institutional
Quality Banque de France Working Paper n 559 2015
KAUFMANN D KRAAY A MASTRUZZI M Governance matters VIII aggregate and individual governance indicators 1996-2008 Washington DC World Bank Policy Research (Working Paper 4978) 2009
KHAMFULA Y Foreign Direct Investment and Economic Growth in EP and IS Countries The Role of
Corruption World Economy v 30 n 12 p 1843-1854 2007
KOGID M MULOK D BEATRICE L F Y MANSUR K Determinant factors of economic growth
in malaysia Multivariate cointegration and causality analysis European Journal of Economics
Finance and Administrative Sciences v 24 p 123ndash137 2010
KOHPAIBOON A Foreign trade regimes and the FDIndashGrowth Nexus a case study of Thailand The
Journal of Development Studies v 40 n 2 p 55-69 2003
KRUGMAN P Vendendo prosperidade sensatez e insensatez econocircmica na era do conformismo
Rio de Janeiro Campus 1997
LACERDA A OLIVEIRA A Influxos de investimento direto estrangeiro (IDE) no Brasil uma anaacutelise
da desnacionalizaccedilatildeo da estrutura produtiva nos anos 2000 In VII Ciclo de Debates em Economia
Industrial Trabalho e Tecnologia Satildeo Paulo 18 a 19 de maio de 2009 Anais Satildeo Paulo 2009
LANNE M LUumlTKEPOHL H SAIKKONEN P Comparison of unit root tests for time series with
level shifts Journal of Time Series Analysis v23 p667-685 2002
LAPLANE M et al La inversioacuten extranjera directa en el MERCOSUR el caso brasilentildeo In
CHUDNOVSKY D (Org) El boom de inversioacuten extranjera directa em el Mercosur Buenos Aires
Siglo Veintiuno de Argentina p123-208 2001
LEE C-C CHANG C-P FDI financial development and economic growth international evidence
Journal of Applied Economics v 12 n 2 p 249- 271 2009
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
19
LI X LIU X Foreign Direct Investment and Economic Growth An Increasingly Endogenous
Relationship World Development v 33 n 3 p 393-407 2005
LIMA JUacuteNIOR A J Determinantes do investimento direto estrangeiro no Brasil 2005 p 81
Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Universidade Federal de Minas Gerais Belo Horizonte 2005
LUCAS R E On the mechanics of economic development Journal of monetary economics v 22 n
1 p 3-42 1988
LUumlTKEPOHL H KRAumlTZIG M Applied time series econometrics Cambridge Cambridge
University Press 323p 2004
MANKIW N G ROMER D WEIL D N A contribution to the empirics of economic growth The
Quarterly Journal of Economics v 107 n 2 p 407-437 1992
MENCINGER J Does foreign direct investment always enhance economic growth Kilkos v 56 n 4
p 491 ndash 508 2003
MOOSA I A CARDAK B A The determinants of foreign direct investment an extreme bounds
analysis Journal of Multinational Financial Management v16 n 2 p 199-211 2006
MORTATTI C M Fatores condicionantes do crescimento econocircmico no Brasil um estudo
empiacuterico 2011 p 74 Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Economia) - Faculdade de Economia Administraccedilatildeo e
Contabilidade de Ribeiratildeo Preto da Universidade de Satildeo Paulo Ribeiratildeo Preto 2011
NONNENBERG M J B MENDONCcedilA M J C Determinantes dos investimentos diretos externos em
paiacuteses em desenvolvimento Estudos econocircmicos Satildeo Paulo v 35 n 4 p 631-655 2005
OECD - ORGANIZATION FOR ECONOMIC COOPERATION AND DEVELOPMENT Foreign
direct investment for development maximising benefits minimizing costs Paris OECD 2002
ONAKOYA A B et al Energy Consumption and Nigerian Economic Growth An Empirical Analysis
European Scientific Journal v 9 n4 p 25-40 2013
OZTURK I Foreign direct investment ndash growth nexus a review of the recent literature International
Journal of Applied Econometrics and Quantitative Studies v 4 n 2 p 79 ndash 98 2007
RAMIREZ M D Is Foreign Direct Investment Beneficial for Mexico An Empirical Analysis 1960ndash
2001 World Development v 34 n 5 p 802ndash817 2006
RIBEIRO E J J SILVA FILHO E B Investimento Externo Direto no Brasil no Periacuteodo 2003-2012
aspectos regionais e setoriais Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional (BEPI) n14 p29-46 2013
RODRIGUES L A NEVES M C R MATTOS L B Relaccedilotildees entre Crescimento Econocircmico
Exportaccedilotildees e Investimento Direto Estrangeiro no Brasil Anaacutelise Econocircmica v 30 n 58 p 149-166 2012
ROMER P Increasing returns and long-run growth Journal of Political Economy v94 n5 p1002-10371986
ROMER P Endogenous Technological Change The Journal of Political Economy v 98 n5 p 71-102 1990
ROY G A VAN DEN BERG H F Foreign Direct Investment and Economic Growth A Time-Series
Approach Global Economy Journal v 6 n 1 p 1-19 2006
SAGGI K On technology transfer from trade and foreign direct investment World Bank Research
Observer v 17 p 191ndash236 2002
SAHOO P DASH R K NATARAJ G Infrastructure development and economic growth in China
Institute of Developing Economies (IDE) Disscussion paper n261 p 1-16 2010
SARTI F LAPLANE M F O investimento direto estrangeiro e internacionalizaccedilatildeo da economia
brasileira nos anos 1990 Economia e Sociedade v11 n1 p 63-94 2002
SICSUacute J Rumos e definiccedilotildees da poliacutetica econocircmica brasileira do plano A de FHC para o plano A+ de
Lula In SICSUacute J Emprego juros e cacircmbio ndash Financcedilas globais e desemprego Rio de Janeiro
Elsevier Cap 14 2007
SILVA A B MARINHO E Capital Humano e Crescimento Econocircmico um Reexame da Abordagem
Minceriana para Grupos de Paiacuteses Revista Anaacutelise Econocircmica v 26 n 49 p 115-131 2008
SILVA S T Padrotildees de inserccedilatildeo do Brasil nas cadeias globais de valor uma anaacutelise do investimento
direto estrangeiro no paiacutes no periacuteodo 2003-2012 Boletim de Economia e Poliacutetica Internacional
(BEPI) n 15 p 47-81 setdez 2013
SIMS C A Macroeconomics and reality Econometrica v48 p1-48 1980
SYLWESTER K Foreign direct investment growth and income inequality in less developed countries
International Review of Applied Economics v 19 n 3 p 289 ndash 300 2005
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
20
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2015 - Reforming International Investment Governance United Nations Nova York and Geneva 2015 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2015_enpdfgt Acesso 15 set 2015
UNCTAD ndash UNITED NATIONS CONFERENCE ON TRADE AND DEVELEOPMENT World
Investment Report 2016 - Investor Nationality Policy Challenges United Nations Nova York and Geneva
2016 Disponiacutevel em lthttpunctadorgenPublicationsLibrarywir2016_enpdfgt Acesso em 15 nov 2016
VIEIRA F V VERIacuteSSIMO M P Crescimento econocircmico em economias emergentes selecionadas
Brasil Ruacutessia Iacutendia China (BRIC) e Aacutefrica do Sul Economia e Sociedade v 18 n 3 p 513-546 2009
VISSAK T ROOLAHT T The negative impact of foreign direct investment on the Estonian economy
Problems of Economic Transition v 48 n 2 p 43 ndash 66 2005
VU T B Foreign direct investment and endogenous growth in Vietnam Applied Economics v 40 n
9 p 1165-1173 2008
ZHANG K Does foreign direct investment promote economic growth Evidence from East Asia and
Latina America Contemporary Economic Policy v 19 n 2 p 175 ndash 185 2001a
ZHANG K How does foreign direct investment affect economic growth in China Economics of
Transition v 9 n 3 p 679 ndash 693 2001b
ANEXO
Tabela A1 ndash Teste ADF de raiz unitaacuteria para as seacuteries de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Termos
determiniacutesticos
Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5
CPIB - 0 -7920
-2596 -1945 IDE ct 0 -5776
-4085 -3470
IDEQInst c 4 -4343
-3525 -2902
IDEInfra c 0 -5828
-3520 -2900
IDECH ct 0 -5940
-4085 -3470 Lab ct 1 -2871 -4086 -3471
∆Lab - 0 -4544
-2596 -1945
CH ct 5 -1139 -4094 -3475 ∆CH c 0 -3725
-3521 -2901
ID ct 4 -2268 -4092 -3474
∆ID - 3 -4408
-2596 -1945 Fonte Resultados da pesquisa Nota c - equaccedilatildeo com intercepto e sem tendecircncia ct - equaccedilatildeo com intercepto e com tendecircncia Asteriscos duplo () e triplo () denotam significacircncia a 5 e 1 respectivamente
Tabela A2 ndash Teste de raiz unitaacuteria com presenccedila de quebra estrutural (Lanne et al (2002)) para as seacuteries
de tempo das variaacuteveis selecionadas
Seacuterie Nuacutemero de
defasagens
Estatiacutestica do
teste
Valor criacutetico
1 5 10
CPIB 0 -7002
-348 -288 -258 IDE 0 -5638
-348 -288 -258
IDEQInst 0 -4660
-348 -288 -258
IDEInfra 0 -6514
-348 -288 -258 IDECH 0 -4357
-348 -288 -258
Lab 2 -1620 -348 -288 -258
∆Lab 0 -5328
-348 -288 -258 CH 0 -2025 -348 -288 -258
∆CH 2 -4858
-348 -288 -258
ID 4 -1752 -348 -288 -258
∆ID 3 -3560
-348 -288 -258 Fonte Resultados da pesquisa
Nota Asteriscos simples () duplo () e triplo () denotam significacircncia a 10 5 e 1 respectivamente
Recommended