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Curso de Pós-Graduação em
“Polícia e Segurança Pública”
Estudos de Violência e
Criminalidade
Corpo Docente:Alex Jorge Das Neves; Aline Hubaide Rosa; Ana Carolina Cravo Martins; Bárbara
Dumas Santos Silva ; Cesar Augustos Adorno Ferreira Lima; Cláudio Antônio de
Oliveira Gomes Júnior; Cristiane Bianco Panatieri; Cristiane Bianco Panatieri; Edna
Rodrigues Araújo; Eduardo Nascimento de Moura; Eduardo Santos de Jesus; Fernanda
Do Carmo Rodrigues Alves; Gustavo Batista de Castro Souza; Ionilde de Oliveira; Jay
Eric das Graças Nunes ; Jhonatha Junio Lopes Costa; Marcos Cesar Silva Valverde;
Nilton de Almeida Santos; Raphael Caixeta Serpa; Ricardo da Silva Neves
ESTUDO DA CRIMINOLOGIA
COMO FUNDAMENTO PARA A
COMPREENSÃO DOS
FENÔMENOS DA VIOLÊNCIA E
CRIMINALIDADE
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
INTRODUÇÃO
Direito Penal Criminologia Política Criminal
Analisa os fatos humanosindesejados, define quaisdevem ser rotuladoscomo crime oucontravenção penal,anunciando as penas.
Ciência empírica queestuda o crime, ocriminoso, a vítima e ocomportamento dasociedade.
Trabalha as estratégias emeios de controle socialda criminalidade.
Trata do crime enquantoNORMA.
Trata do crime enquantoFATO.
Trata do crime enquantoVALOR.
Ex.: define como crimelesão no ambientedoméstico e familiar.
Ex.: quais fatorescontribuem para aviolência doméstica efamiliar
Ex.: estuda como diminuira violência doméstica efamiliar.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
O direito penal estabelece as normas de conduta ecomina sanções para a prevenção e reprovaçãodas infrações penais (crimes e contravenções).Assim, o legislador ao criar o tipo penal tem emmente a proteção de um bem jurídico relevante,cuja lesão possa vir a causar uma desarmoniasocial;
Neste procedimento, a criminologia pode auxiliar olegislador, pois é a ciência que cuida da causa(etiologia) do comportamento criminoso e de seusmeios preventivos.
Conceito de Criminologia
Criminologia: é uma ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da
pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo, e que trata de se
subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese (a causa), dinâmica e
variáveis principais do crime – contemplado este como problema individual e como problema
social -, assim como sobre os programas de prevenção eficaz do mesmo e técnicas de
intervenção positiva no home delinquente e nos diversos modelos ou sistemas de resposta ao
delito (SANCHEZ, R.);
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
• A criminologia é uma ciência social, filiada à Sociologia, e não uma ciência
social independente, desorientada. Em relação ao seu objeto — a
criminalidade — a criminologia é ciência geral porque cuida dela de um
modo geral. Em relação a sua posição, a Criminologia é uma ciência
particular, porque, no seio da Sociologia e sob sua égide, trata,
particularmente, da criminalidade. É uma ciência empírica e interdisciplinar
que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do
controle social do comportamento delitivo, que trata de atestar uma
informação válida e contrastada sobre o gênese, dinâmica e variáveis do
crime, contemplando este como problema individual e social, buscando
programas de prevenção eficazes e técnicos de intervenção positiva no
homem delinquente conforme os diversos modelos ou sistemas de
respostas ao delito. (Herculano, A.);
A criminologia como ciência;
Método empírico;
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Criminologia: Objetos de estudo
Crime; Delinquente; Vítima;
Controle social.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Criminologia: História
A história da criminologia pode ser contada atravésde períodos. Neste sentido, o período daantiguidade é marcado por grandes pensadoresrelacionados ao estudo criminológico, como osdelitos, e as respectivas penas.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA – ANTIGUIDADE
• Protágoras (485-415 A. C.) compreendia a
pena como meio de evitar a prática de
novas infrações pelo exemplo que deveria
dar a todos os membro de um corpo social
(é uma forma de estudo criminológico);
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA – ANTIGUIDADE
• Sócrates (470-399 A. C.) informa a
importância da ressocialização. Trata
disto quando afirmava a necessidade de
ensinar os delinquentes a não reiterar a
conduta delitiva;
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HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA – ANTIGUIDADE
Platão (427-347 A. C.) estuda a etiologia docrime, associando a prática delituosa afatores de ordem econômica. Elesustentava que a ganância, a cobiça oucupidez geravam a criminalidade.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA – ANTIGUIDADE
• Aristóteles (388-322 A. C.) assim como
Platão, imputava a prática de crimes aos
fatores de ordem econômica;
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HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA – IDADE MÉDIA
No período da Idade Média vigorava na Europa osistema feudal, e o cristianismo era a ideologia religiosadominante da época. Nesta fase, a doutrina cita SãoTomás de Aquino (1226-1274), percursor da JustiçaDistributiva, isto é, de se dar a cada um o que é seusegundo certa igualdade;
São Tomás de Aquino sustentava que a pobrezadesencadeava o roubo, e defendia o furto famélico. Estaé a origem da excludente do estado de necessidade,presente hoje na nossa legislação. Este também é umestudo criminológico, pois São Tomás de Aquino estudaa etiologia do roubo.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
HISTÓRIA DA CRIMINOLOGIA – IDADE MÉDIA
Santo Agostinho: é também umestudioso da criminologia, trabalhando afinalidade da pena, pois avaliava que apena de Talião era uma injustiça, porquepara ele a pena deveria assumir umpapel de defesa social e promover aressocialização do delinquente, evitandoa prática de novos crimes;
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
ESCOLA CLÁSSICA
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
ESCOLA CLÁSSICA (Séc. XVIII)
A Escola Clássica procurou construir os limites do poderpunitivo do Estado em face da liberdade individual
- Escola baseada no iluminismo;
- Surge contra as torturas e desrespeitos aos direitosfundamentais praticados pelo antigo regimeabsolutista;
- A Escola Clássica entende que o Direito Penal temum fim de tutela e a pena é o meio desta proteção(pena = instrumento de proteção), porque a penabusca restabelecer a ordem alterada pelo crime;
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ESCOLA CLÁSSICA
- A pena deve ser proporcional ao delito, deve ser certa,conhecida, proporcional e justa;
- O fundamento da responsabilidade penal encontra-se nolivre arbítrio e na imputabilidade moral. (Para EscolaClássica, o homem criminoso sendo livre para escolherentre o bem e o mal, escolhe este último. Os partidáriosdesta Escola concentram seu estudo na vontade livre econsciente do indivíduo);
- A pena é uma resposta objetiva a prática do delitorevelando seu cunho retribucionista.
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ESCOLA CLÁSSICA
O principal nome dessa escola é Beccaria:
Fez surgir o chamado movimento humanitário emrelação ao Direito de punir estatal. (Mostra-se contra aspenas de caráter cruel e principalmente a desigualdadesocial das penas determinada pela classe social dodelinquente – contra a situação: quanto mais pobre, maiscruel a pena e quanto mais rico, mais benevolente);
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ESCOLA CLÁSSICA
Inspirando-se na filosofia estrangeira,sobretudo em Montesquieu, Hume eRosseau, Beccaria baseou seu pensamentonos princípios do contrato social, do direitonatural e do utilitarismo;
Beccaria foi um contratualista, igualitário,liberal e individualista.
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ESCOLA CLÁSSICA
Beccaria escreveu o livro Dei delitti e dele pene(1764) (Do Delito e Das Penas), e foi um marcopara o sistema punitivo;
Apesar da abordagem filosófica, a obra se voltacontra os excessos punitivos, marca dosregimes absolutistas, pretendendo humanizar aresposta do Estado à infração penal.
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ESCOLA CLÁSSICA
Principais ideias defendidas por Beccaria:
“(...) para que cada pena não seja uma violência deum ou de muitos contra um cidadão privado, deveser essencialmente pública, rápida, necessária, amínima possível nas circunstâncias dadas,proporcional aos delitos e ditadas pelas leis”.
Este trecho, Beccaria insurge-se contra as penas cruéis,deve ser conhecia, rápida e necessária, ou seja, a penadeve ser a mínima necessária e proporcional.
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ESCOLA CLÁSSICA
“Entre as penalidades e no modo de aplica-las proporcionalmente aos delitos, énecessário, portanto, escolher os meios quedevem provocar no espírito público aimpressão mais eficaz e mais durável e,igualmente, menos cruel no corpo doculpado”.
Obs.: Beccaria é contra a pena de morte, salvo emtempo de guerra.
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ESCOLA CLÁSSICA
“Se a intenção fosse punida, seria necessário ter nãoapenas um Código particular para cada cidadão, masuma nova lei penal para cada crime”.
Beccaria dizia isto porque o regime absolutista anterior àestas ideias punia não apenas os atos, mas também puniaintenções. Beccaria repudia tipificação do desejo, dopensamento, incentivando a tipificação de condutas.
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ESCOLA CLÁSSICA
“Ponde o texto sagrado das leis nas mãos do povo e,quantos mais homens o lerem, menos delito haverá;pois não é possível duvidar que, no espírito do quepensa cometer um crime, o conhecimento e a certezadas penas coloquem um freioà eloquência das paixões”.
Um tipo penal claro, certo e determinado acaba sendo umfator de inibição de comportamentos criminosos. Beccariadefende a taxatividade (Princípio da taxatividade).Beccaria defende lei anterior, conhecida, certa e necessária.
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ESCOLA CLÁSSICA
Beccaria defende que o réu não deve ser julgadopor um tribunal parcial (defendendo aimparcialidade do julgador);
Defende que deve preponderar a publicidade doprocesso (mostra-se contra julgamentos secretos);
É contra acusações secretas (Naquela época eramuito comum testemunhas ouvidas de formasecretas).
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ESCOLA
POSITIVISTA
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
ESCOLA POSITIVISTA
Fase Antropológica: CesareLombroso (O homem delinquente);
Fase Jurídica: Rafael Garofalo(Criminologia) e Enrico Ferri(Sociologia Criminale);
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ESCOLA POSITIVISTA
Para todos eles, a criminalidade é considerada umfenômeno natural de causa determinada.
Para eles (autores), a criminologia deve explicar as causasdo delito, utilizando-se de método científico capaz deprever meios de combatê-lo;
A criminologia assume o papel de defesa no corpo social;
A criminologia combatendo a criminalidade (reação emfavor da defesa social);
Para os positivistas, a pena não deve ser aplicada com ofim de retribuição (que é o que sustenta a EscolaClássica), mas em razão da periculosidade do delinquente,como um instrumento de defesa social;
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ESCOLA POSITIVISTA
Pensador positivista - Cesare Lombroso;
Obs.: Neste período positivista, o estudo da criminalidadeabandona as ideias da Escola Clássica (defensora do livrearbítrio) e migra para o terreno do concretismo, daverificação prática do delito, e do delinquente
Lombroso não acredita no livre arbítrio, ele acredita nodeterminismo, acredita que já tem pessoas determinadasdesde o nascimento para a prática de crimes;
A criminologia para combater a criminalidade, defendendopenas indeterminadas;
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ESCOLA POSITIVISTA
Marco científico da Criminologia se dá com apublicação da obra “L’Uomo Deliquente” deLombroso, no final do século XIX.
Obs.: chama-se de marco científico porque atéentão, diversas investigações sobre o crime, suacausa e o criminoso foram conduzidas porpseudociências ou ciências ocultas. (Era uma fasepré-científica).
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
PSEUDOCIÊNCIAS QUE CONTRIBUÍRAM COM A CRIAÇÃO DA CIÊNCIA
CRIMINOLOGIA
• Demologia;
• Fisionomia;
• Frenologia.
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• A DEMOLOGIA, por exemplo, procurou explicar o mal(conduta criminosa) por meio do estudo dos demônios etal foi o desenvolvimento desta que se chegou a umnúmero de 7 milhões de diabos.
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PSEUDOCIÊNCIAS QUE CONTRIBUÍRAM COM A CRIAÇÃO DA CIÊNCIA
CRIMINOLOGIA
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
PSEUDOCIÊNCIAS QUE CONTRIBUÍRAM COM A CRIAÇÃO DA CIÊNCIA
CRIMINOLOGIA
• A FISIONOMIA, pseudociência que mais seaproxima do positivismo criminológico deLombroso. Como o próprio nome enuncia,esta ciência oculta foca suas pesquisas naaparência do indivíduo como ponto deconexão entre o externo e o interno, entre ofísico e o psíquico;
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
• A FRENOLOGIA, é a ciência oculta que tem
por objetiva identificar a localização física de
cada função anímica do cérebro (teoria da
localização).
PSEUDOCIÊNCIAS QUE CONTRIBUÍRAM COM A CRIAÇÃO DA CIÊNCIA
CRIMINOLOGIA
• Essas pseudociências foram importantes
para o nascimento do movimento científico
da criminologia nos fins do século XIX.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
PSEUDOCIÊNCIAS QUE CONTRIBUÍRAM COM A CRIAÇÃO DA CIÊNCIA
CRIMINOLOGIA
ESCOLA POSITIVISTA: Surgimento da Criminologia enquanto ciência
•Lombroso incorpora o método experimental em todos os seus
trabalhos, derivando da aplicação desta orientação a figura do
criminoso nato (expressão criada por Ferri).
•Lombroso aplicando e incorporando método experimental,
trabalhando com milhares de dados, estudando o crânio e na
fisionomia da pessoa, distinguia o “estuprador nato” o “homicida
nato”, etc. Examinando o crânio de um criminoso multireincidente,
Lombroso encontra uma série de anomalias, e daí, à vista desta
estranha característica do crânio do criminoso examinado, pensava
ter resolvido o problema da origem do comportamento criminoso.
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• Lombroso e sua defesa de pena de prisão
perpétua e de morte como modelo de política-
criminal a ser adotado;
• Lombroso chega a defender inclusive que a pena
poderia ser aplicada inclusive antes da prática do
crime, para prevenir que o crime não
acontecesse.
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ESCOLA POSITIVISTA: Surgimento da Criminologia enquanto ciência
• Principal contribuição de Lombroso: Método
Empírico indutivo;
• Sua teoria foi construída com base em
resultados de mais de 400 autópsias de
delinquentes, 6000 análises de delinquentes
vivos e 25000 presos de prisões Europeias.
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ESCOLA POSITIVISTA: Surgimento da Criminologia enquanto ciência
ESCOLA POSITIVISTA – ENRICO FERRI
•Enrico Ferri (1856 – 1929) é o criador da expressão“CRIMINOSO NATO”;
•Sua obra contribuiu para a evolução da Criminologia;
•Autor da Obra Sociologia Criminal (publicada em1914)
•Apontava os fatores antropológicos, sociais e físicoscomo as causas do delito.
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•Ferri não admite crime como produto da liberdadede escolha do delinquente (defende aresponsabilidade social);
•Ferri acredita que todo criminoso deve serafastado do convívio social (pena como instrumentode defesa social).
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ESCOLA POSITIVISTA – ENRICO FERRI
• Lei da Saturação Criminal: da mesma
forma que um líquido em determinada
temperatura dilua em parte, assim também
ocorre com o fenômeno criminal, pois em
determinadas condições sociais, seriam
produzidos determinados delitos.
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ESCOLA POSITIVISTA – ENRICO FERRI
ESCOLA POSITIVISTA – Raphael Garofalo
•Criador do termo CRIMINILOGIA;
•Compreendia a Criminologia como ciência
da criminalidade, do delito e da pena;
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Garofalo sustentava que se se havia o criminoso nato
também haveria de existir o delito desta mesma natureza.
Portanto, acreditava na existência de duas espécies de
delitos: delitos legais e delitos naturais.
•Delitos legais: sofriam variações conforme o local, pois não ofendiam o
senso de moralidade comum (Ex.: os delitos tributários);
•Delitos naturais: lesavam sentimentos de altruísmo, ou de piedade
inerente á própria condição humana, independentemente de onde se
encontrassem (Ex.: delitos contra a vida, homicídio);
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
ESCOLA POSITIVISTA – Raphael Garofalo
Diferença entre Escola Clássica e Escola Positiva
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Escola Clássica Escola Positiva
Crime É um ente jurídico, pois consiste
na violação de um direito;
Decorre de fatores
naturais e sociais;
Delinquente É um ser livre que pratica o delito
por escolha moral, alheia a
fatores externos;
Não é dotado de livre-
arbítrio; é um ser
anormal sob as óticas
biológica e psíquica;
Pena É forma de prevenção de novos
crimes;
Funda-se na defesa
social; deve ser
indeterminada;
Obs.: Se funda nos ensinamentos de
Cesare Beccaria (Do Delito e das
Penas); é uma reação ao
Absolutismo;
É uma doutrina
determinista, tendo
introduzido a ideia do
“criminoso nato”;
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
TEORIAS
SOCIOLÓGICAS
Controle Social
É a sociedade a responsável pelo nascimento do crime e docriminoso?
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
•Conceito de Controle Social: conjunto de
mecanismos e sanções sociais que pretendem
submeter o indivíduo aos modelos e normas da
sociedade
•O controle social se divide em:
Controle Social Formal;
Controle Social Informal.
Controle Social
Controle Social FORMAL: mecanismos de
controle oficiais, atuação do aparelho político do
Estado (polícia, a Justiça, a Administração
Penitenciária, o Ministério Público, o Exército
entre outros).
Controle Social INFORMAL: mecanismos de
controle casuais. Tem como agentes a família, a
escola, profissão e religião.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Controle Social
• Os mecanismos de controle social formal são
utilizados subsidiariamente, especialmente o
direito penal, que é a ultima ratio (FRASE
MINHA). Apenas quando os controles sociais
informais não logram êxito é que o controle
formal entra em ação, atuando de modo
coercitivo e impondo sanções (que não são
inicialmente necessariamente penais, as
sanções podem ser cíveis ou administrativas).
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Controle Social
Controle Social – Teorias Sociológicas
• Com base neste aspecto sociológico, dois subgrupos
aparecem:
teorias do consenso;
teorias do conflito.
• Esta dicotomia (consenso X conflito), forma-se a
partir do questionamento sobre o significado dos
valores sociais e o papel que eles desempenham na
sociedade.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Teorias Sociológicas - Teoria do Consenso
• A finalidade da sociedade é atingida quandosuas instituições obtêm perfeito funcionamento,os cidadãos aceitam as regras vigentes ecompartilham as regras sociais dominantes.
Obs.: quando a sociedade diverge sobre valores eregras, nasce campo fértil para o crime e para ocriminoso.
Escola de Chicago .
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Teorias Sociológicas - Teoria do Conflito
• A ordem na sociedade é fundada na força e na
coerção, ou seja, na dominação por alguns e
obediência de outros;
Obs.: este sistema de opressão gera o crime e o
criminoso. Esta é a linha de pensamento, por
exemplo, da Teoria Crítica Radical de fundo
Marxista.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
ESCOLA DE
CHICAGO
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
• A escola de Chicago inicia um processo que abrange
estudos em antropologia urbana, tem no meio urbano seu
foco de análise principal, constatando a influência do meio
ambiente na conduta delitiva fazendo um paralelo entre o
crescimento das cidades e o consequente aumento da
criminalidade. Envolve estudos relacionados ao
surgimento de favelas e à proliferação do crime e da
violência ante o aumento populacional, marcante no início
do século XX.
• A escola de Chicago é considerada a principal escola
criminológica do Brasil.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Escola de Chicago
Escola de Chicago
• Aspecto ECOLÓGICO do crime
Teoria pertencente ao grupo das teorias do
consenso, surgiu no início do século XX por meio
de membros do Departamento de Sociologia da
Universidade de Chicago.
A Escola de Chicago atribuem à sociedade e
não ao indivíduo (criminoso) as causas do
fenômeno criminal;
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
•Contextualização do início da Escola de Chicago:
EUA experimentavam um enorme
desenvolvimento econômico e industrial;
•Milhares de pessoas vindas de todas as partes
do país, como descendentes de escravos,
irlandeses, eslavos, italianos, e minorias étnicas
habitavam as periferias em condições precárias
de higiene, segurança, iluminação pública, etc.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Escola de Chicago
•Neste meio cercado por miséria e desigualdades sociais,
uma parcela da população passa a ter dificuldades de se
adaptar aos valores do corpo social dominante gerando
violência e sensível aumento da criminalidade.
•A Escola de Chicago diz o seguinte: você quer estudar os
fenômenos criminais, não estude o criminoso, estude onde
ele está inserido. É isso que vai fazer com que haja a
compreensão do crime.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Escola de Chicago
• Dentro da perspectiva da Escola de Chicago, a
compreensão do crime sistematiza-se a partir da
observação de que a gênese delitiva relacionava-se
diretamente com o conglomerado urbano.
• Quando se fala em conglomerado urbano, destaca-se
que este é muitas vezes estruturado de modo
desordenado e radial, o que favorecia a decomposição
da solidariedade das estruturas sociais. (locais carentes
de saneamento básico, de postos de primeira
necessidade, carentes de igreja, de políticas sociais,
etc.).
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Escola de Chicago
• Dentre os precursores da Escola de Chicago convém
destacar Robert. E. Park que apontou a influência do
entorno urbano sobre a conduta humana, Concebeu o
meio urbano como um organismo dividido em zonas de
trabalho, de moradia, lazer, público e privado, dentre os
vários existentes com distinção ainda dos níveis de
criminalidade.
• Nestes espaços não seria importante entender o fato
criminoso, e sim, como as pessoas reagiam a ele.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Escola de Chicago
• Percebe-se que a Escola de Chicago constitui uma
sociologia da cidade ou ecologia social da cidade.
• Concentra no estudo da distribuição das zonas de
trabalho e residência, distribuição de serviços, estrutura
dos lugares públicos e privados e na profusão de
doenças.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Escola de Chicago
defende a prioridade da ação preventiva e a minimização da
atuação repressiva.
as ações interventivas nas cidades devem ser planejadas,
limitando-se a bairros e setores.
na prevenção, é de fundamental importância a participação da
sociedade através do seus diversos segmentos.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Escola de Chicago
TEORIA DA
ASSOCIAÇÃO
DIFERENCIAL
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
A Teoria da Associação Diferencial parte da ideia segundo a
qual o crime não pode ser definido simplesmente como
disfunção ou inadaptação das pessoas de classes menos
favorecidas, não sendo ele exclusividade dessas. A
vantagem dessa teoria é que, ao contrário do positivismo,
que estava centrado no perfil biológico do criminoso, tal
pensamento traduz uma grande discussão dentro da
perspectiva social. O homem aprende a conduta desviada e
a associa como referência.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Teoria da Associação Diferencial
Teoria da Associação Diferencial
• Edwin Sutherland;
• Para esta teoria, o indivíduo é convertido em
delinquente no momento em que os valores
predominantes no grupo do qual faz parte
ensinam o crime (e isto acontece quando as
considerações favoráveis ao proceder desviante
superam as desfavoráveis).
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Fatores do processo pelo qual o indivíduo seria
conduzido a cometer um delito:
O comportamento criminoso é um
comportamento aprendido, quer dizer, aprende-
se a praticar um crime como se aprende a
praticar uma boa ação;
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Teoria da Associação Diferencial
O comportamento criminoso é aprendido mediante a
comunicação com outras pessoas; (tem um processo de
imitação com o início inclusive no seio familiar);
O grau de aprendizado do comportamento criminoso varia
conforme a proximidade entre as pessoas (quanto mais
íntimas as relações sociais entre os indivíduos, maior
será a influência criminógena).
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Teoria da Associação Diferencial
O aprendizado do comportamento criminoso
contém o aprendizado das técnicas de
cometimento do crime, sendo em alguns casos
simples, e em outros complexas;
A motivação e impulsos para o cometimento de
crimes se aprende com as definições favoráveis
ou desfavoráveis da lei ;
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Teoria da Associação Diferencial
A conversão do indivíduo em criminoso ocorre
quando aas definições favoráveis a violação da
norma superam as definições desfavoráveis;
As associações diferenciais podem varia em
frequência, duração, prioridade e intensidade;
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Teoria da Associação Diferencial
A prevalência das definições favoráveis ou
desfavoráveis a norma denotam um conflito
cultural responsável pela associação diferencial;
A desorganização social causada pela perda da
origem e raízes pessoais, e a inexistência de
controle social informal fomentam a prática de
crimes.
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Teoria da Associação Diferencial
TEORIA DA ANOMIA
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
A Teoria da Anomia é uma das mais tradicionais
explicações de cunho sociológico acerca da
criminalidade é a teoria da Anomia, de Merton
(1938). Segundo essa abordagem, a motivação
para a delinquência decorreria da impossibilidade
de o indivíduo atingir metas desejadas por ele,
como sucesso econômico ou status social. É uma
situação social onde falta coesão e ordem,
especialmente no tocante a normas e valores.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Teoria da Anomia
Teoria da Anomia
Anomia significa uma incapacidade de atingir os
fins culturais. Ocorre quando o insucesso em
atingir metas culturais, devido à insuficiência dos
meios institucionalizados (sistema de normas),
gera conduta desviante.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
As desigualdades sociais, a escassez de
oportunidades, e os contrates de uma sociedade
heterogênea e de consumo, incentivam o
surgimento de uma mentalidade de anomia.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Teoria da Anomia
• O crime pode ser considerado um fenômeno natural
dentro da sociedade, no entanto, a deve permanecer
dentro de limites de tolerância sob pena de instalação do
caos do estado de desorganização generalizada a ponto
de subverter valores e desacreditar o sistema normativo
de condutos, e é justamente neste ponto que surge a
anomia;
• O aumento da criminalidade está diretamente
relacionado, sob esta ótica, ao descrédito de
determinado sistema normativo.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Teoria da Anomia
• No Brasil, a ideia do crescimento da criminalidade
e da corrupção no aparelho Estatal está
associada ao discurso da impunidade.
• Percebe-se que dentro desse espaço anômico
(sentimento de fracasso do sistema), o indivíduo
passa a agir de forma criminosa, livre dos
regramentos e de vínculos com a sociedade a
qual pertence.
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
Teoria da Anomia
Bibliografia
Pós-graduação em “Polícia e Segurança Pública”
BARATTA, A. Criminologia crítica e crítica do Direito Penal: introdução à Sociologia
do Direito. 6ª ed. Rio de Janeiro: Editora Revan), 2001.
FOUCAULT, M. Vigiar e Punir: Nascimento da prisão. 42ª ed. Petrópolis: Vozes, 2014.
LIMA JR, J.C.N. Manual de Criminologia. 4ª ed. Salvador: Juspoivm, 2017.
ROSA, A. Criminologia. Curso de Criminologia Renato Saraiva. 03 de fev-20 de jun. de
2014. 50 f. Notas de aula.
SHECAIRA, S. Criminologia. 6ª ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2014.
SUMARIVA, P. Criminologia: Teoria e Prática. 4ª ed. São Paulo: Editora Impetus,
2017.
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