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Curso de Gestão Financeira para Pequenas empresas.
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Seja Bem Vindo!
Curso
Gesto Financeira para
Pequenas e Mdias Empresas
Carga horria: 35hs
Dicas importantes
Nunca se esquea de que o objetivo central aprender o contedo, e no apenas
terminar o curso. Qualquer um termina, s os determinados aprendem!
Leia cada trecho do contedo com ateno redobrada, no se deixando dominar
pela pressa.
Explore profundamente as ilustraes explicativas disponveis, pois saiba que
elas tm uma funo bem mais importante que embelezar o texto, so fundamentais
para exemplificar e melhorar o entendimento sobre o contedo.
Saiba que quanto mais aprofundaste seus conhecimentos mais se diferenciar
dos demais alunos dos cursos.
Todos tm acesso aos mesmos cursos, mas o aproveitamento que cada aluno faz
do seu momento de aprendizagem diferencia os alunos certificados dos alunos
capacitados.
Busque complementar sua formao fora do ambiente virtual onde faz o curso,
buscando novas informaes e leituras extras, e quando necessrio procurando
executar atividades prticas que no so possveis de serem feitas durante o curso.
Entenda que a aprendizagem no se faz apenas no momento em que est
realizando o curso, mas sim durante todo o dia-a-dia. Ficar atento s coisas que
esto sua volta permite encontrar elementos para reforar aquilo que foi
aprendido.
Critique o que est aprendendo, verificando sempre a aplicao do contedo
no dia-a-dia. O aprendizado s tem sentido quando pode efetivamente ser
colocado em prtica.
LISTA DE QUADRO
QUADRO 1
Frmulas para gerenciamento do caixa ........................................................... 16
QUADRO 2
Frmulas para clculo dos indicadores financeiros dos estoques................... 18
QUADRO 3
Frmulas para clculo dos indicadores financeiros das duplicatas a receber.. 22
SUMRIO
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAO FINANCEIRA ................................... 4
1. Administrao Financeira........................................................................... 4
2. Responsabilidades do Administrador Financeiro ........................................ 4
2.1 Atribuies do administrador financeiro.................................................. 4
3. Aplicao dos conceitos de Economia e de Contabilidade na Gesto
Financeira ....................................................................................................... 6
3.1 Administrao Financeira e a Economia ................................................. 6
3.2 Administrao Financeira e a Contabilidade: .......................................... 8
4. Funes da Administrao Financeira ....................................................... 8
4.1 Planejamento e Anlise das Necessidades Financeiras ......................... 8
4.2 Administrao da Estrutura do Ativo da Empresa ................................... 9
4.3 Administrao da Estrutura Financeira da Empresa ............................. 10
4.4 Sntese das Responsabilidades do Administrador Financeiro.............. 10
4.5 Aes que devem ser evitadas, pelos gestores, para garantir a sade
financeira da empresa:............................................................................... 11
ADMINISTRAO DO CAPITAL DE GIRO .................................................... 12
1. Introduo................................................................................................ 12
2. Gerenciando os Componentes do Capital de Giro ................................... 13
2.1 Administrao do Caixa........................................................................ 13
2.2 Administrao Financeira de Estoques ................................................. 16
2.3 Administrao de Duplicatas a Receber............................................... 19
FLUXO DE CAIXA ........................................................................................... 25
1. Introduo................................................................................................ 25
2. Funo do Fluxo de Caixa ........................................................................ 25
2.1 Fluxo de Caixa Realizado ..................................................................... 25
2.2 Fluxo de Caixa Projetado ...................................................................... 25
3. Caractersticas do Fluxo de Caixa ........................................................... 26
4. Estrutura do Demonstrativo do Fluxo de Caixa ........................................ 26
5. Gerenciando o Fluxo de Caixa ................................................................. 27
6. Elaborao do Fluxo de Caixa ................................................................. 27
6.1 Rotinas do Gerenciamento do Fluxo de Caixa ...................................... 28
6.2 Anlise do Fluxo de Caixa ..................................................................... 29
7. Classificao dos Fluxos de Caixa ........................................................... 30
7.1 Fluxo de Caixa Operacional .................................................................. 30
7.2 Fluxo de Caixa de Investimento ............................................................ 31
7.3 Fluxo de Caixa de Financiamento ......................................................... 31
8. Equivalncia de Fluxo de Caixa............................................................... 33
8.1 Planos Equivalentes de Financiamento ................................................ 34
9. Coeficiente de Financiamento .................................................................. 36
CUSTOS PARA TOMADA DE DECISES..................................................... 38
1. Margem de Contribuio.......................................................................... 38
2. Ponto de Equilbrio Break-Even Point.................................................... 40
2.1 ndice do Ponto de Equilbrio ................................................................ 41
3. Formao do Preo de Vendas ................................................................ 43
3.1 Formao de Preos baseada em Custos ............................................ 43
3.1.1 Formao de Preo de Venda para Indstria ..................................... 44
ANLISE DE INVESTIMENTO....................................................................... 50
1. Introduo................................................................................................ 50
1.1 Valor presente lquido VPL ................................................................. 51
1.2 Taxa interna de retorno TIR ............................................................... 52
1.3 Perodo de recuperao de capital PAYBACK ................................... 54
1.4 ndice de Lucratividade ......................................................................... 59
2. Fluxo de Caixa de um Projeto.................................................................. 62
2.1 Receita Bruta Operacional .................................................................... 62
2.2 Dedues .............................................................................................. 63
2.3 Receita Lquida Operacional ................................................................. 63
2.4 Custos e Despesas Operacionais ......................................................... 63
2.5 Depreciao .......................................................................................... 63
2.6 Lucro Bruto Operacional LBO ............................................................ 64
2.7 Impostos sobre o Lucro ........................................................................ 64
2.8 Investimento Bruto ................................................................................ 64
2.9 Necessidade de Capital de Giro........................................................... 64
2.10 Valor Residual ..................................................................................... 65
3. Custo do Capital do Credor e do Acionista ............................................... 72
3.1 Taxa de Desconto do Projeto ................................................................ 72
3.2 Custo do Capital do Credor............................................................... 72
3.3 Custo do Capital do Acionista ............................................................ 73
REFERNCIAS ............................................................................................ 75
4
FUNDAMENTOS DA ADMINISTRAO FINANCEIRA
1. Administrao Financeira
A Funo Financeira teve seu incio a partir do momento que iniciaram as
trocas (escambo), entretanto foi a partir do Sculo XVIII em conseqncia da
Revoluo Industrial que ela passa a ser reconhecida como cincia.
Finanas a aplicao de uma srie de princpios econmicos para maximizar a
riqueza ou valor total de um negcio (GROPPELLI, 2002).
Finanas a arte e a cincia de administrar fundos. Praticamente todos os
indivduos e organizaes obtm receitas ou levantam fundos, gastam ou
investem. A Administrao Financeira ocupa-se do processo, instituies,
mercados e instrumentos envolvidos na transferncia de fundos entre pessoas,
empresas e governos (GITMAN, 1997)
2. Responsabilidades do Administrador Financeiro
O administrador financeiro tem como responsabilidade principal gerenciar os
recursos aplicados no ativo e no passivo, de forma a aumentar o valor da empresa e,
assim, gerar riqueza para os seus acionistas.
2.1 Atribuies do administrador financeiro
Para atender as exigncias do cargo o administrador financeiro dever
desempenhar as seguintes atribuies1:
previso e planejamento coordena, juntamente, com os demais setores
o planejamento de toda a empresa;
1 BRIGHAM; GAPENSKI e EHRHARDT, 2001, p. 27
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
5
decises de investimento e financiamento decises sobre a compra
de ativos equipamentos, estoques, instalaes e outros e de que
maneira tais aquisies sero financiadas capital de terceiros, capital
prprio ou ambos. O administrador financeiro deve acompanhar com
cuidado:
saldo de caixa INATIVO: observar as oportunidades de investimento e
de aplicao do saldo disponvel, pois dinheiro parado gera custos;
excesso de ESTOQUES: os estoques devem ser planejados para
atender a demanda. Manter estoques altos e sem controle alm de
gerar custos, pode comprometer o capital de giro da empresa,
deixando-a em uma situao de aperto financeiro;
especulao financeira pode trazer vantagens econmicas,
proporcionando RENTABILIDADE, porm pode prejudicar a LIQUIDEZ,
lanando a empresa num processo de dificuldades financeiras;
RENTABILIDADE indica o percentual de remunerao do capital investido
na empresa.
LUCRATIVIDADE indica o percentual de ganho obtido sobre as vendas
realizadas.
LIQUIDEZ a capacidade de pagar em dia os compromissos assumidos
valores a receber em aberto: programao das entradas, bem como
a sistemtica fiscalizao desta parcela to importante de fonte de
recursos da empresa;
mquinas paralisadas: deve-se controlar a vida til das mquinas e
equipamentos, evitando assim a concentrao de recursos
subaproveitados que aumentariam sensivelmente o custo de
oportunidade.
coordenao e controle dever ter conhecimento e manter o devido
controle sobre as decises de outros departamentos que implicam
gastos;
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
6
lidar com os mercados financeiros escolha das melhores opes
no mercado financeiro para captao e aplicao de recursos;
administrao de risco eliminar, o mximo possvel, o risco de a
empresa ter perda financeira: compra de seguros, diluir as aplicaes
financeiras entre vrios segmentos e outros;
O gestor financeiro decide quais ativos devem ser adquiridos pela empresa, como esses ativos devem ser financiados, e como a empresa deve
gerenciar seus recursos. Se essas responsabilidades forem desempenhadas eficientemente, isso ajudar a maximizar os valores das empresas e tambm ir contribuir para o bem-estar dos consumidores e
empregados (BRIGHAM; GAPENSKI e EHRHARDT, 2001, p. 28).
3. Aplicao dos conceitos de Economia e de Contabilidade na
Gesto Financeira
A Administrao Financeira considerada por alguns autores como a
Economia Aplicada, o que implica que suas aes dependem do conhecimento dos
conceitos Econmicos. J a Contabilidade uma das principais fontes de
informao que Administrao Financeira utiliza para a tomada de decises.
3.1 Administrao Financeira e a Economia
A importncia da Economia para o ambiente financeiro pode ser mais bem
descrita em funo de suas reas mais amplas - Macroeconomia e Microeconomia.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
7
3.1.1 Macroeconomia
A Macroeconomia estuda o ambiente global, institucional e internacional em que a
empresa precisa operar. Exemplos de fatores macroeconmicos: a renda mdia, a
produo nacional, desemprego (causa e conseqncia), taxa de inflao e poltica
monetria, sistemas bancrios, polticas econmicas de governo,
(GITMAN, 1978, p. 4)
Se a empresa opera no mbito macroeconmico preciso que o
administrador financeiro esteja atento a:
estrutura institucional da empresa;
s conseqncias que as mudanas na poltica econmica podem afetar o
seu prprio ambiente de deciso;
prever ameaas e oportunidades para o seu negcio;
conhecer as instituies financeiras e saber como estas funcionam, para
ter como avaliar as fontes de financiamento da empresa.
O administrador financeiro precisa enfrentar no s outros competidores de sua
empresa, mas tambm as condies econmicas vigentes que podem ser favorveis
ou desfavorveis.
3.1.2 Microeconomia
A Microeconomia e suas teorias se interessam pela operao eficiente da
empresa. Visam definir aes que permitiro empresa atingir sucesso
financeiro, tais como: as relaes de oferta e demanda, estratgias de
maximizao de lucro, composio de fatores de produo, nveis timos
de venda, estratgias de precificao e outros, GITMAN, 1978, p. 4).
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
8
3.2 Administrao Financeira e a Contabilidade:
A funo financeira e a funo contbil tem sido consideradas por alguns
empresrios como sendo a mesma coisa. Entretanto so distintas, embora a
Administrao Financeira tenha como principal insumo os dados fornecidos pela
Contabilidade. Ao contador, cabe desenvolver e fornecer dados que possibilitem
avaliar o desempenho da empresa em suas situaes econmicas, financeiras e
patrimoniais, com base nos quais o Administrador traar seu plano de:
anlise e planejamento financeiro;
estimativas de entradas e sadas de caixa;
levantamento, emprego e distribuio de fundos e seu controle financeiro,
detalhados em suas funes.
4. Funes da Administrao Financeira
As principais funes da Administrao Financeira, na perspectiva de Gitman
(1978) so:
anlise e planejamento das necessidades financeiras;
determinao da estrutura de ativo da empresa;
determinao da estrutura financeira da empresa.
4.1 Planejamento e Anlise das Necessidades Financeiras
Elaborao de planos ou oramentos de forma a orientar a posio financeira
da empresa, possibilitando assim a tomada de deciso no que diz respeito :
necessidade de aumento da produo e/ou venda; determinao de aumento de
capital de giro; captao de recursos para suprir o dficit ou investimento dos
recursos excedentes.
As entradas de sadas de recursos financeiros de uma empresa podem ser
controladas utilizando o fluxo de caixa, comumente so representadas pelas
seguintes contas:
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
9
Entradas: faturamento (vendas) capital prprio capital de terceiros
vendas de imobilizado e alugueis;
Sadas: fornecedores, despesas operacionais, compras de
equipamentos, pagamento de emprstimos.
4.2 Administrao da Estrutura do Ativo da Empresa
A determinao da estrutura do ativo de uma empresa significa definir qual o
montante que dever ser investido em ativos circulantes e fixos. Este planejamento
dever ser estratgico, de forma a evitar alta imobilizao com comprometimento do
capital de giro da empresa.
A FIG. 1 traz a demonstrao das fontes e das aplicaes financeiras de uma
empresa.
FIGURA 1 Demonstrao das fontes e das aplicaes financeiras da empresa
ATIVO PASSIVO
APLICAES FONTES DE RECURSOS Curto Prazo
Longo Prazo
Fixo
Capital de Terceiros
Capital Prprio
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
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4.3 Administrao da Estrutura Financeira da Empresa
Esta funo determina a maneira de captao de recursos para formar a
estrutura financeira da empresa. Deve-se definir se a empresa utilizar capital
prprio ou capital de terceiros com financiamento de curto e/ou de longo prazo.
Essa definio afeta tanto a lucratividade quanto a liquidez da empresa.
A FIG. 2 mostra as fontes de recursos comumente utilizadas pelas empresas.
FIGURA 2 Fontes de recursos financeiros das empresas
Recursos de capital de
A
BANCOS terceiros Fontes de
Financiamento
T
Estrutura de de Ativos I
Capital
Fonte: Vieira (2005, p. 4)
ACIONISTAS
Recursos de capital
prprio
V O S
Vencer obstculos com energia e firmeza, so requisitos de um
bom Administrador Financeiro.
4.4 Sntese das Responsabilidades do Administrador Financeiro
estimar os recursos que sero necessrios para executar os planos
operacionais da empresa;
determinar o montante de tais recursos que poder ser obtido na prpria
empresa ou de fontes externas;
identificar os melhores meios e fontes para a obteno de recursos
adicionais, quando se fizerem necessrios;
estabelecer o melhor mtodo para aplicao de todos os recursos para
executar os planos operacionais.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
11
4.5 Aes que devem ser evitadas, pelos gestores, para garantir a sade
financeira da empresa:
confundir gastos pessoais com gastos da empresa. O patrimnio da
empresa no pode ser misturado ao patrimnio dos donos;
elaborar plano de negcio incompatvel com a realidade do mercado;
investir e fixar metas sem uma avaliao precisa das necessidades
operacionais investimento no planejado;
ausncia de controle dos custos, bem como de outros controles internos
ligados capacidade de gerenciamento de uma empresa: compras,
vendas, estoques, finanas, contabilidade, recursos humanos, etc.;
estabelecer prazos de venda sem levar em conta o capital de giro;
acumular dvidas e utilizar recursos emprestados a uma alta taxa de juros
para suportar os gastos da empresa;
fazer vendas a prazo sem adotar uma anlise de crdito criteriosa
(comprovante de renda ou residncia, referncias, consultas de crdito,
etc.);
inexperincia dos scios no ramo de atividade escolhido para o
empreendimento;
remunerao dos scios incompatvel com a situao financeira da
empresa.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
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ADMINISTRAO DO CAPITAL DE GIRO
1. Introduo
Na perspectiva de Vieira (2005), a Administrao do Capital de Giro pode ser
caracterizada como o campo de estudo que trata da gesto dos ativos e passivos
que compem os grupos circulantes do Balano Patrimonial ativo circulante e
passivo circulante.
Tem como objetivo a manuteno do equilbrio financeiro da empresa que
pode ser alcanado com a administrao criteriosa do quanto deve ser investido nas
contas do ativo circulante e como esses investimentos devem ser financiados.
Cerca de 60% do tempo de um gestor financeiro tpico dedicado ao
gerenciamento do capital de giro.
Capital de Giro Bruto: Capital total investido no ativo circulante
Capital de Giro = AC
Capital de Giro Lquido ou Capital Circulante Lquido
CCL = AC - PC
OBS:
- Quando o CCL positivo significa a existncia de recursos de longo prazo aplicados nas contas de curto prazo do ativo;
- Quando o CCL for negativo indica a existncia de aplicaes de longo prazo sendo financiadas por recursos de curto prazo.
(VIEIRA, 2005)
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
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2. Gerenciando os Componentes do Capital de Giro
O Capital de Giro Bruto consiste em quatro componentes principais: caixa,
ttulos financeiros, estoques e contas a receber. As empresas geralmente seguem
um ciclo no qual elas compram estoques, vendem os produtos a prazo, e ento
acumulam contas a receber. Uma poltica correta de capital de giro destina-se
minimizar o tempo entre os desembolsos de caixa para matrias-primas e o
recebimento em dinheiro das vendas.
2.1 Administrao do Caixa
O caixa pode ser considerado um ativo no lucrativo. Embora necessrio
para pagar as despesas operacionais, deve ser bem administrado para no
ocasionar dinheiro parado, pois o caixa em si no recebe juros.
A Administrao de Caixa eficiente inclui gerenciamento correto das entradas e sadas de caixa, que abrange:
melhorar as previses de fluxos de caixa;
sincronizar as entradas e sadas de caixa;
acelerar os recebimentos;
deslocar os fundos disponveis para onde so necessrios;
controlar os desembolsos.
2.1.1 Ciclo Operacional
o perodo que vai da compra de matrias-primas at o recebimento das vendas
dos produtos acabados.
Nas empresas industriais a durao do ciclo operacional depende:
do prazo de estocagem de matrias-primas;
da extenso do ciclo produtivo;
do prazo de estocagem dos produtos acabados;
do prazo de crdito concedido aos clientes.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
14
Graficamente tem-se:
Ciclo Operacional
Compra Venda Recebimento
PME PMC ou PMRV
Ciclo Operacional = PME + PMC Ou CO = PME + PMC
2.1.2 Ciclo de converso de caixa ou ciclo de caixa
O ciclo de converso de caixa representa o perodo mdio compreendido entre
os pagamentos e os recebimentos operacionais.
Graficamente tem-se:
Ciclo Operacional
Compra de Matria-Prima Venda de Prod. Acabado Cobrana Dupl. a Receber
PME = 85 dias PMC = 70 dias
0 D=35 D=85 D=155
PMP=35 dias
Pgto.Duplicatas Recebimento
Ciclo de Converso de Caixa
Fonte: Vieira, 2005.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Ciclo de Converso de Caixa = CO - PMP
Ciclo de Converso de Caixa = PME + PMC - PMP
15
CO = Ciclo Operacional PMC = Perodo Mdio de Cobrana PME = Perodo Mdio de Estoque PMP = Perodo Mdio de Pagamento
- Quanto maior o Ciclo de Converso de Caixa, maior o custo para a empresa, pois representa maior tempo de utilizao de financiamento ou
mesmo do Capital Prprio;
- Ciclo de Converso de Caixa positivo significa que a empresa precisa se utilizar de recursos de origem no operacional (emprstimos de curto prazo) para o financiamento das suas atividades operacionais.
2.1.3 Giro de Caixa
O giro de caixa representa o nmero de vezes em que o caixa girou no perodo de
anlise. Quanto maior for o giro de caixa, menor ser a necessidade de caixa para
suportar as operaes.
Maximizao do giro do caixa
Existem maneiras de maximizar o giro do caixa, minimizando, por conseguinte, as
necessidades de caixa:
aumentar o giro do estoque por meio de: aumento do giro das matrias-
primas; diminuio do ciclo de produo; aumento do giro de produtos
acabados;
acelerar o processo de recebimento;
reduzir o prazo concedido nas vendas a prazo;
aumentar o prazo de pagamento a fornecedores.
O QUADRO 1 traz as principais frmulas utilizadas para o gerenciamento do caixa.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Frmulas para gerenciamento do caixa
16
QUADRO 1
2.2 Administrao Financeira de Estoques
O Estoque representa um investimento importante em Ativo Circulante para a
maioria das empresas industriais.
A Gesto de Estoque geralmente controlada pelas reas de Compras, de
Produo e Vendas. O Gestor Financeiro no exerce controle direto, apenas
contribui na tomada de deciso, pois tem a responsabilidade tanto de levantar o
capital necessrio para manter estoques quanto pela lucratividade geral da empresa.
Objetivos Financeiros x Objetivos de Produo x Objetivo da Empresa:
objetivo financeiro: alcanar o maior giro de estoque possvel, porque
quanto maior for o giro de estoque menor ser a necessidade de
investimento que a empresa far;
objetivo de produo: manter estoques suficientes para satisfazer a
demanda de produo;
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Giro de Caixa no Ano
Pagamento Anual de Duplicatas ---------------------------------------------
Saldo Mdio de Caixa
Saldo Mdio de Caixa
ou Caixa Mnimo
Pagamento Anual de Duplicatas -------------------------------------------------
Giro de Caixa
Giro de Caixa
360
---------------------------------------- Ciclo de converso de caixa
17
objetivo da empresa: determinar o nvel timo de estoque que reconcilie
esses objetivos conflitantes;
2.2.1 Mensurao de Desempenho Financeiro dos Estoques
De um ponto de vista financeiro, o estoque um ativo e representa dinheiro
preso, que no pode ser utilizado para outros propsitos. Alm disso, manter
estoques gera custos de capital, de armazenagem e de risco.
A rea de finanas deseja o menor estoque possvel e precisa de alguma
mensurao do nvel de estoque. O investimento total em estoques uma boa
medida, mas em si mesmo no se relaciona s vendas.
Duas medidas que efetivamente se relacionam com as vendas so:
Giro de Estoque ou Rotatividade;
Cobertura de Estoque ou Perodo Mdio de Estocagem
2.2.2 Rotatividade ou Giro de Estoque
A Rotatividade ou o Giro de Estoque a relao existente entre o consumo anual
e o estoque mdio do produto. Em princpio, quanto maior o Giro dos Estoques
melhor ser a situao da empresa, uma vez que tal acontecimento estar indicando
um alto grau de comercializao de seus produtos (grande demanda, boa aceitao,
etc.). Todavia, a rotao elevada poder exprimir um subinvestimento em estoque,
revelando que a empresa opera com estoques inferiores suas necessidades,
perdendo, portanto, oportunidades de vendas e, conseqentemente, de gerar
maiores lucros. Da mesma forma, uma baixa rotao pode denotar
superinvestimento em estoques, ou seja, a empresa estaria investindo em estoques,
quantidades superiores s suas necessidades.
2.2.3 Cobertura de estoque ou perodo mdio de estoque (PME)
A Cobertura de Estoque, tambm conhecida por Perodo Mdio de Estoque ou
Perodo de Renovao dos Estoques indica o nmero de meses ou de dias durante
os quais poder o estoque movimentar-se, sem que haja necessidade de nova
encomenda. o prazo decorrido entre a compra (efetivo recebimento) e a venda ou
consumo do material.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
18
QUADRO 2
Giro de Estoque de Produto Acabado
(consumo em unidades)
Consumo Mdio Anual (un.)
------------------------------------------ Estoque Mdio (un.)
Giro de Estoque de Produtos Acabados
(Consumo em R$)
Custo de Mercadoria Vendida (CMV)
----------------------------------------------------------- Estoque mdio de produto acabado (R$)
Giro de Estoque de Matria-Prima Custo dos Materiais Utilizados
----------------------------------------------------- Estoque mdio de matria-prima
Perodo Mdio de Estocagem (PME) 360 ----------------------- Giro de Estoque
Perodo Mdio de Estocagem (PME) 360 x estoque ($) -----------------------------
CVM
Perodo Mdio de Estocagem (PME) Estoque Mdio em unidades -------------------------------------------- Consumo Mdio em unidades
Lucro Bruto Vendas x Margem Bruta
Lucro Lquido Vendas x Margem Lquida
Margem Bruta Lucro Bruto -------------------------------
Vendas
Margem Lquida Lucro Lquido -------------------------------
Vendas
Frmulas para clculo dos indicadores financeiros dos estoques
Quanto menor for o perodo mdio de estoques da empresa, mais lquida ou ativa a empresa poder ser considerada.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
19
2.3 Administrao de Duplicatas a Receber
As empresas, em geral, preferem vendas a vista em vez de vendas a crdito,
porm presses competitivas foram a maioria das empresas a oferecer crdito. A
fim de conservar os clientes atuais e atrair outros, a maioria das Empresas acha
necessrio oferecer crdito.
J que para quase todas as empresas as duplicatas a receber representam uma
grande parte dos seus ativos circulantes, d-se, normalmente, muita ateno
administrao eficiente dessas duplicatas.
2.3.1 Polticas de Concesso de Crdito
A poltica de crdito o conjunto de princpios que, durante certo perodo,
norteiam o comportamento da empresa quanto concesso de crdito. Em
situaes de forte concorrncia entre empresas, a poltica de prazos de pagamento
pode ser utilizada como vantagem competitiva, para conquistar novas fatias de
mercado.
Ao estipular uma poltica de crdito a empresa estar colocando em prtica
uma estratgia mercadolgica para atrair clientes, mas se no houver recursos
financeiros para administrar um volume elevado de valores a receber, pode-se
comprometer a situao financeira da mesma, pois no haver liquidez financeira
para honrar os compromissos assumidos.
2.3.2 Tipos de Poltica de Crdito
O crdito para vendas a prazo liberado segundo trs tipos de poltica:
liberal: maior risco de no recebimento ou de impontualidade;
rgida: menor risco de no recebimento ou de impontualidade;
compatvel: risco mdio, pela utilizao simultnea das polticas
anteriormente citadas;
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
20
O risco existente na autorizao de uma venda a prazo o do recebimento
com impontualidade, o que prejudica o fluxo dirio de caixa do fornecedor, e o do
no recebimento. Ambos so prejudiciais.
2.3.3 Variveis da poltica de crdito
A Poltica de Crdito de uma empresa consiste em determinar quatro variveis:
a) O Perodo de crdito - fixao de prazos para pagamentos pelos clientes: o perodo de tempo que a empresa concede aos clientes para pagamento das compras realizadas.
A definio de prazos depende:
da poltica adotada pela concorrncia;
das caractersticas e do risco inerentes ao mercado consumidor;
da natureza do produto vendido;
do desempenho da conjuntura econmica;
do atendimento de determinadas metas gerenciais internas;
de mercadologia;
do prazo do fornecedor e outros fatores.
b) Os Padres de Crdito - fixao de critrios para aceitao (seleo)
de clientes: os padres de crdito da empresa definem os critrios mnimos
para a concesso de crdito a um cliente. O estabelecimento de padres de
crdito requer implicitamente uma medida de qualidade de crdito, que
definida em termos da probabilidade de inadimplncia de um cliente.
b.1) Processo para Avaliao de um Pedido de Crdito: a concesso de
crdito deve ser feita com muito critrio tcnico, com base em:
anlises de balanos: analisar os elementos de deciso, apoiada em
ndices de liquidez e estimativas do risco de no pagamento;
informaes comerciais junto a fornecedores;
bancos ou instituies especializadas (exemplo: Serasa).
vendedores;
visita s instalaes da empresa e entrevistas com seus executivos;
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
21
o solicitante de crdito possui casa prpria;
h quanto tempo o solicitante trabalha em seu emprego atual;
qual a dvida a pagar do solicitante em relao sua renda anual?
o cliente potencial tem o histrico de ser pontual em seus pagamentos.
b.2) Padres de crdito x vendas x recebimento: espera-se que medida
que uma empresa afrouxa seus padres de crdito, cresam suas vendas,
enquanto um arrocho nos padres de crdito implicar em menores vendas.
Quando as condies de crdito so afrouxadas, concede-se crdito a
clientes menos confiveis que provavelmente retardaro o pagamento de
suas contas. Quando os padres de crdito so arrochados, a concesso de
crdito ser limitada aos clientes mais confiveis, e a expectativa que
paguem suas contas mais depressa.
c) A Poltica de Cobrana: definio dos mtodos de cobrana
(instrumentos, agressividade relativa, etc.). Anlise permanente das duplicatas
com atraso e o esforo para seu recebimento;
Tipos de Procedimentos de Cobrana
Inmeros tipos de procedimentos de cobrana so normalmente empregados.
Se uma conta no for paga na data do vencimento, com a passagem do
tempo as cobranas tornam-se mais pessoais e rigorosas. Os procedimentos
bsicos de cobrana so: cartas; telefonemas; visitas pessoais; agncia de
cobrana; ao judicial.
d) Descontos - formalizao de procedimentos para concesso de
descontos:
Os descontos financeiros so oferecidos objetivando o incremento das
vendas, atraindo novos clientes ou incentivando volumes maiores de vendas,
e tambm, a reduo de necessidade de caixa atravs de uma diminuio do
prazo mdio de cobrana.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
22
2.3.4 Os cinco Cs do crdito
A base de concesso de crdito deve respeitar os cincos Cs do crdito, criados
por Weston e Brigham:
carter - percepo de integridade ou qualidade moral o cliente procurar
cumprir a sua obrigao?
condies constataes de problemas conjunturais quais sero os possveis
efeitos de acontecimentos externos sobre a capacidade do cliente para pagar as
suas dvidas;
capacidade: constatao de competncia gerencial para o negcio o
desempenho operacional e financeiro do cliente permitir a gerao de recursos
para efetuar os pagamentos?
capital - existncia de condies financeiras o cliente possui bens e outros
recursos disponveis para cobrir o valor exigido pela transao?
colateral - existncia de garantias que poderiam ser disponibilizadas o cliente
pode oferecer garantias reais ou no?
Estas condies devem existir, simultaneamente, em qualquer relao de compra e
venda. O atendimento a elas significa a tranqilidade que o ativo Duplicatas a
Receber deve merecer.
QUADRO 3
Giro de Duplicatas a Receber Vendas Anuais a Credito ------------------------------------------
Duplicatas a Receber
Perodo Mdio de Cobrana (PMC)
360
------------------------ Giro de Duplicatas
Perodo Mdio de Cobrana (PMC)
360 x duplicatas a receber -------------------------------------------
Vendas anuais a crdito
Frmulas para clculo dos indicadores financeiros das duplicatas a receber
O Perodo Mdio de Cobrana mostra a mdia em dias que a
empresa leva para cobrar uma duplicata. Se o ndice encontrado for menor que o prazo concedido para pagamento, ento o ndice
aceitvel. GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Ativo Circulante Passivo Circulante
Com os dados da tabela acima, pede-se:
23
EXERCCIOS PROPOSTOS
Exerccio 1
a) Capital de Giro; b) Capital de Giro Lquido ou Capital Circulante Lquido;
Exerccio 2 Uma empresa opera com ciclo de caixa de 32 dias, resultante de 15 dias de estoques, 35 dias de recebimento de clientes e de 18 dias de pagamento a fornecedores. As vendas totais anuais de R$ 2.000.000,00 sendo que desse valor R$1.200.000,00 correspondem a vendas a prazo. As compras so realizadas a prazo e o montante anual foi de R$1.700.000,00. A empresa trabalha com uma margem de lucro bruta de 25%. Determine o valor de cada item componente do circulante dessa empresa e o capital circulante lquido.
Exerccios 3 Uma empresa apresenta os seguintes dados: custo anual das mercadorias vendidas
de R$24.000.000 e o estoque mdio de R$6.000.000.
Responda as questes abaixo:
a) Qual ser a taxa de giro de estoque?
b) Qual seria a reduo no estoque se o giro de estoque crescesse para 12 vezes por ano?
c) Se o custo de estocagem corresponde a 25% do estoque mdio, de quanto ser a economia?
Exerccio 4 Em cada um dos seguintes casos, calcule o investimento mdio em estoque. Suponha um ano de 360 dias.
a. A empresa tem vendas de R$2.000.000,00, uma margem bruta de 20% de lucro e o perodo mdio de estoque de 60 dias.
b. O custo de mercadoria vendida de R$230.000,00 e o perodo mdio de estoque de 65 dias.
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Disponvel 53.172 21,0 Fornecedores 57.584 21,2 Estoques 51.657 20,4 Emprstimos 95.910 35,2 Clientes 89.145 35,2 Controladas/Coligadas 40.180 14,8 Controladas/Coligadas 12.423 4,9 Outras Contas 78.492 28,8 Outras Contas 47.114 18,6 Total 253.511 100,0 272.166 100,0
24
c. As vendas da empresa so de R$790.000,00, sua margem bruta de lucro de 12% e a taxa de giro de estoque de 5.
d. O custo de mercadorias vendidas da empresa de R$5.480.000,00 e a taxa de giro de estoque de 6.
Exerccio 5 O PMP da Cia. Barcos Ltda. de 50 dias. A Empresa tem uma taxa de Giro de Estoque de 4 e Giro de Duplicatas a receber de 9. Seus desembolsos anuais com pagamento de duplicatas so de aproximadamente R$2.500.000,00. Calcule a necessidade mnima de caixa operacional, supondo um ano de 360 dias.
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25
FLUXO DE CAIXA
1. Introduo
O fluxo de caixa um instrumento gerencial de grande importncia na tomada
de decises empresariais, possuindo como objetivos bsicos:
coletar dados;
organizar dados;
gerar subsdios (dados, informaes) para previses.
2. Funo do Fluxo de Caixa
O Fluxo de Caixa visa o controle rgido dos recursos financeiros da empresa,
de forma a permitir antecipadamente a deciso quanto ao destino a ser dado aos
recursos, bem como determinar como sero pagos os desembolsos.
O Fluxo de Caixa um instrumento de Gesto que provm da
integrao do contas a receber com o contas a pagar, podendo se
referir ao passado (fluxo realizado) ou ao futuro (fluxo projetado).
2.1 Fluxo de Caixa Realizado
Quando se olha para o passado e se comparam as contas recebidas com as contas pagas.
2.2 Fluxo de Caixa Projetado
Quando se compara o contas a receber com o contas a pagar.
O fluxo de caixa projetado permite visualizar, simultaneamente, o contas a pagar e o
contas a receber e, conseqentemente, decidir sobre:
o melhor momento da compra;
o melhor momento da venda vista;
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26
os momentos mais carregados do contas a pagar;
projetar estouros / sobras de caixa;
3. Caractersticas do Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa possui as seguintes caractersticas:
imediato o que indica que deva ser atualizado diariamente
garantindo assim uma viso realistas da situao financeira da empresa;
permite olhar tanto para o passado quanto para o futuro - o que possibilita
ao administrador projetar, dia-a-dia dentro de determinados limites, a
evoluo de seu disponvel. Dessa forma ele poder tomar, com a devida
antecedncia, as medidas que se faam necessrias para enfrentar a
escassez ou excesso de recursos;
de fcil anlise - ou o dinheiro entrou ou no entrou. Ou saiu ou no saiu.
4. Estrutura do Demonstrativo do Fluxo de Caixa
Fluxo de Caixa ou Fluxo Financeiro
A- Entradas
Discriminao de todos os ingressos
B- Sadas Discriminao de todos os desembolsos
C- Saldo no Perodo (A-B)
D- Saldo Acumulado Anterior
E- Saldo Acumulado Atual (C+D)
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27
5. Gerenciando o Fluxo de Caixa
Saldo Inicial
+
Entradas
-
Sadas
=
Saldo Final
Aporte de recursos
prprios
ou de terceiros
-
+
Aplicao no
negcio
Aplicao
Financeira
6. Elaborao do Fluxo de Caixa
O fluxo de caixa, a primeira vista, uma ferramenta simples de ser utilizada,
o que dificulta a sua elaborao o levantamento dos dados referentes s entradas
e sadas do caixa. Principalmente quando se trata de pequenas empresas, pois seus
empreendedores adotam procedimentos nem sempre recomendveis no trato
dessas contas. Dessa maneira, algumas dicas so fundamentais para a elaborao
do fluxo de caixa, para que este fornea informaes confiveis tomada de
deciso:
todos os pagamentos devero ser feitos em cheque - evitar os
pagamentos em dinheiro, isto porque se perde o histrico da operao;
criar um fundo de troco para as pequenas despesas - passar para esse
fundo, no incio da semana, valor suficiente para despesas como
conduo e caf e prestar contas no final da semana;
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28
no confundir pessoa fsica com pessoa jurdica - evitar sempre que
possvel o pagamento de contas da empresa com cheque do scio e vice-
versa;
no confundir pr-labore com lucro - pr-labore a retirada do scio que
trabalha na empresa, enquanto que o lucro a remunerao do capital
investido;
realizar sempre a conciliao bancria - importante lembrar que o saldo
da empresa no vai coincidir com o do banco, em funo do perodo de
tempo existente entre o recebimento/emisso do cheque e a operao
bancria, da a importncia da conciliao bancria, no mnimo
semanalmente;
documentar todas as operaes com cpias - todo o cheque emitido
dever ser acompanhado de cpia. Igual procedimento se aplica a
contratos e recibos. Enfim, o arquivo das informaes muito importante
para futuras consultas.
6.1 Rotinas do Gerenciamento do Fluxo de Caixa
6.1.1 Elaborao
verificar o saldo inicial;
obter previso do contas a receber;
obter previso do contas a pagar;
atualizar diariamente o movimento do caixa, lanando na planilha de
trabalho (ou no sistema) as informaes obtidas em seus respectivos
campos e datas.
6.1.2 Monitoramento
providenciar extratos bancrios;
conciliar os extratos bancrios com seus lanamentos e identificar os
depsitos;
atualizar os saldos;
comparar campos de previstos com realizado;
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
29
analisar os saldos para aporte de recursos ou para direcionar as
aplicaes;
analisar as contas problemticas e as contas que superam as previses
(grficos);
tomar medidas preventivas e corretivas para a sade do caixa.
6.2 Anlise do Fluxo de Caixa
A anlise feita depois do lanamento dos dados. Deve-se verificar a relao
das entradas com as sadas de dinheiro. Se houver um equilbrio entre essas contas,
significa que o valor de dinheiro que entrou foi suficiente para pagar todos os
compromissos assumidos.
Duas situaes demonstradas pelo fluxo iro exigir mais ateno do gerente
financeiro:
quando as entradas forem inferiores s sadas estouro de caixa;
quando as entradas forem superiores s sadas excedente de caixa.
6.2.1 Estouro de Caixa
Existem momentos que, por vrios motivos, o famoso estouro de caixa
acontece. O contas a pagar superior ao contas a receber e o saldo insuficiente
para pagar os compromissos assumidos pela empresa. No quadro abaixo tem-se um
resumo dos possveis sintomas de um estouro de caixa, as causas provveis que
levaram a essa situao e algumas sugestes de como melhorar esse desempenho.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Sintomas
Insuficincia crnica de caixa;
Captao
sistemtica de recursos atravs de emprstimos;
Sensao de esforo desmedido.
Causas
Vendas baixas; Excesso de investimentos em estoque; Excesso de imobilizaes; Excesso de retirada dos scios; Descompasso negativo entre recebimento e pagamento; Recesso econmica.
30
Decises
Aumento de Capital Prprio (aporte de capital pelos scios ou ingresso de novos scios); Adequao do nvel de operaes e recursos disponveis; Conteno de custos e despesas; Venda de ativos; Gerao de novas receitas e maior controle do contas a receber (reduo da inadimplncia). Alteraes nas datas dos desembolsos; Vendas a vista; Operaes financeiras para
reforar o caixa, arcando com
os custos.
7. Classificao dos Fluxos de Caixa
Os fluxos de caixa podem ser classificados em:
Fluxo de caixa operacional;
Fluxo de caixa de investimento;
Fluxo de caixa de financiamento.
7.1 Fluxo de Caixa Operacional
aquele que mostra a movimentao financeira relacionada com a atividade
principal da empresa.
Exemplos: Compra de material, pagamento de pessoal, Receitas resultantes
de vendas etc.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
VP = R x [(1+i) 1]
31
7.2 Fluxo de Caixa de Investimento
So as sadas monetrias da empresa destinadas aquisio de ativos
permanentes (terreno, maquinrio, equipamento), assim como as entradas de
recursos financeiros provenientes da venda destes mesmos ativos.
7.3 Fluxo de Caixa de Financiamento
Decorrentes de decises de captao de recursos junto aos acionistas e s
instituies financeiras, para pagamento de dividendos, juros, amortizaes de
emprstimos e para suprir a necessidade da empresa face aos fluxos operacionais e
de investimento.
Clculo do Valor Presente
Frmula para Pagamento sem entrada
VP = R x [(1+i)n -1]
----------------------
[i.(1+i)n]
Frmula para Pagamentos com Entrada Onde:
VP = Valor Presente;
R = Valor da Parcela ou n
----------------
[i(1+i)n-1]
Prestao;
I = Taxa de juros;
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32
Clculo do Valor da Prestao
Frmula para Pagamento sem Entrada
R = VP x [i.(1+i)n]
----------------- [(1+i)
n-1]
Frmula para Pagamento com Entrada
R = VP [i.(1+i)n-1]
-------------
[(1+i)n -1]
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33
E X E R C C I O S PROPOSTO S
Execcio 1
Uma pessoa financia um objeto em 5 parcelas iguais e seguidas de R$1.000,00 a
partir do prximo ms (ou seja, sem entrada). Se a taxa bancria de juros de 7%
ao ms, qual o Valor Presente (VP) deste objeto?
Exerccio 2
Considere o problema do exemplo anterior e uma nova alternativa. Refinanciar a
compra do objeto que custa o Valor Presente em 5 parcelas iguais e seguidas a
partir do ms inicial. Considere a mesma taxa bancria de juros. Qual dever ser o
valor de cada nova parcela R?
Exerccio 3
O gerente da empresa Alfa detectou a necessidade da aquisio imediata de 4
computadores. Analisando o seu fluxo de caixa projetado ele percebeu que haver
uma sobra de caixa mensal de R$1.800,00 nos prximos 6 meses. Ele poder
utilizar este dinheiro para aquisio das mquinas. Ele recebeu algumas propostas
de financiamento. Analise a melhor opo.
Valor do Financiamento = R$6.000,00 Taxa de juros mensal = 6%
1a. Opo pagamento de 6 parcelas fixas, sem entrada;
2a. Opo pagamento em 4 parcelas fixas, sem entrada;
3a. Opo pagamento em 3 parcelas fixas, com entrada.
8. Equivalncia de Fluxo de Caixa
Dois ou mais fluxos de caixa so equivalentes a uma determinada taxa de
juros, se os seus valores atuais, calculados com essa mesma taxa, forem iguais. O
estudo da equivalncia se faz no regime de juros compostos.
Convm ressaltar que se os fluxos de caixa tiverem o mesmo valor atual a
uma determinada taxa de juros, ento os seus montantes aps n perodos, obtidos
com essa mesma taxa, sero necessariamente iguais.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
34
importante destacar que a equivalncia de fluxos de caixa depende da taxa de
juros. Assim, se dois fluxos so equivalentes a uma certa taxa, essa equivalncia
deixar de existir se a taxa for alterada.
8.1 Planos Equivalentes de Financiamento
8.1.1 Sistema Americano - Pagamento Final
O financiamento feito pelo Plano de Pagamento Final implica que o valor
financiado pago de uma s vez, no final do perodo. Os juros so capitalizados ao
final de cada perodo (ms ou ano). Esta modalidade de pagamento utilizada em:
Papis de Renda Fixa (Letras de Cmbio ou Certificado de Depsito com renda
final), Ttulos descontados em banco comercial;
8.1.2 Sistema Americano - Pagamento Peridico de Juros
realizado o pagamento somente de juros ao final de cada perodo. No final
do prazo do emprstimo pago, alm dos juros do ltimo perodo, tambm o
principal integral. Esta modalidade utilizada em - Papis de Renda Fixa, com renda
paga periodicamente (letras de cmbio com renda mensal, certificado de depsito
com renda mensal, trimestral).
8.1.3 Sistema Francs - Sistema Price
A parcela peridica de pagamentos compreende os juros do perodo mais
amortizao de parte do principal. Esta modalidade utilizada em: financiamento
imobilirio, crdito direto ao consumidor: automveis, eletrodomsticos:
Como Calcular:
Clculo do valor da prestao;
Clculo dos juros do perodo pela aplicao da taxa do contrato sobre
os valores do saldo (remanescente do principal) no incio do perodo;
Clculo da amortizao do principal, pela diferena entre o valor da
prestao e o valor dos juros do perodo.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
35
Observa-se que os juros de cada prestao vo diminuindo com o tempo, pois o principal remanescente vai se tornando cada vez menor. Como o valor da prestao constante, a parcela de
amortizao de cada prestao vai aumentando ao longo do tempo.
8.1.4 Sistema de Amortizao Constante SAC
O financiamento pago em prestaes decrescentes. Cada parcela
compreende pagamento de juros e da amortizao de parte do principal.
Esta modalidade utilizada em: financiamentos imobilirios e em financiamentos
empresa, por parte de entidades governamentais.
Como clcular:
Clculo da amortizao do principal, que tem valor constante em todas as
prestaes, por meio da diviso do principal pelo nmero de prestaes;
Clculo dos juros do perodo, pela aplicao da taxa do contrato sobre o
valor do saldo (remanescente do principal) no incio do perodo;
Clculo do valor da prestao pela soma da amortizao do principal com
os juros do perodo.
Em cada perodo, o principal remanescente decresce do valor de uma amortizao. Como todas as amortizaes so iguais esse decrscimo ser uniforme, e, portanto os juros dos perodos tambm sero uniformemente decrescentes ao longo do tempo.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Para 6 meses
Para 12 meses
36
9. Coeficiente de Financiamento
Um gerente de uma agncia de automveis quer calcular coeficientes para
financiamentos, por unidade de capital emprestado. Estes coeficientes quando
aplicados ao total do capital daro como resultado a prestao. Sabendo-se que a
agncia cobra 5% de juros ao ms, calcule o coeficiente para 6 e 12 meses.
Usando a HP:
Desconsidere o sinal negativo. Ele s representa a direo de sada do fluxo. Neste
caso, para um financiamento de R$10.000,00, em 6 meses, as prestaes devem
ser de:
10.000,00 x 0,19702 = 1.970,20
Empregando a Frmula:
PMT = PV x i(1+i)n ------------------------
(1+i)n 1
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Pela HP Visor
Limpe as memrias:[F][REG] 0.00
Entre com a taxa de juros: 5[i] 5.00
Entre com o nmero de meses:6[n] 6.00
Entre com a unidade de capital emprestado:1[PV]
1.00
Calcule o coeficiente para as prestaes:PMT
- 0.19702
Pela HP Visor
Limpe as memrias:[F][REG] 0.00
Entre com a taxa de juros: 5[i] 5.00
Entre com o nmero de meses:12[n] 12.00
Entre com a unidade de capital emprestado:1[PV]
1.00
Calcule o coeficiente para as prestaes:[PMT]
- 0.11283
37
E X E R C C I O S P ROPOSTOS
Exerccio 1
Um empresrio adquiriu um equipamento por R$42.000,00 hoje, com pagamentos em 5 prestaes trimestrais postecipadas, a uma taxa de juros de 4% ao trimestre. Se o empresrio decidir quitar o financiamento no final do terceiro trimestre (aps efetuar o terceiro pagamento), qual ser o valor pago para resgatar a dvida nesta data? Fazer os clculos assumindo que o empresrio contraiu o financiamento nos seguintes sistemas: PRICE e SAC.
Exerccio 2
Uma empresa adquiriu um financiamento no valor de R$185.000,00 em um Banco de Desenvolvimento, se comprometendo a pagar em 4 prestaes anuais, a uma taxa de juros de 8% ao ano. No entanto, a empresa s comear a pagar as prestaes no final do terceiro ano, pois conseguiu negociar com o Banco esse perodo de carncia. Montar as tabelas de amortizao e determinar os valores das prestaes, juros e saldos, nos seguintes sistemas: PRICE e SAC. OBS: Durante o perodo de carncia a empresa no paga a prestao, mas o valor financiado acrescido dos juros correspondente a este perodo.
Exerccio 3 Um empresrio adquiriu uma frota de caminhes por R$300.000,00 hoje, com pagamentos em 6 prestaes mensais a uma taxa de juros de 1,5% ao ms. Sendo que a primeira prestao ocorre somente no final do 3 ms aps a compra. Se o empresrio decidir quitar o financiamento aps efetuar o quarto pagamento, qual ser o valor pago para resgatar a dvida nesta data? Fazer os clculos, assumindo que o empresrio contraiu o financiamento os seguintes sistemas: PRICE e SAC.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
P e d e -se
38
CUSTOS PARA TOMADA DE DECISES
1. Margem de Contribuio
Pode-se entender Margem de Contribuio como a parcela do preo de venda
que ultrapassa os custos e despesas variveis e que contribuir para a absoro dos
Custos Fixos e, ainda, para a formao do Lucro.
A Margem de Contribuio Unitria dada pela frmula:
MCunitria = PV (CV + DV) MCunitria = Margem de Contribuio Unitria;
PV = Preo de Venda;
CV = Custo Varivel
DV = Despesa Varivel
Exemplo 1 Determinado produto vendido por R$15,00 a unidade. O seu custo varivel unitrio formado por: material direto (MD) no valor de R$3,00 e mo-de-obra direta (MOD) R$4,00. A comisso de venda de 5% sobre o valor vendido e os impostos de venda correspondem a 15% do preo de venda. A mdia de venda da empresa de 300 unidades por perodo. Pede-se:
a) O valor a margem de contribuio unitria; b) O valor da margem de contribuio total; c) Anlise do dado encontrado.
Exerccio 2 A empresa est estudando qual o produto dar mais lucro, para poder incentivar suas vendas. Os custos fixos da empresa so de R$2.455.000,00.
a) Calcular a margem de contribuio de cada produto;
Produto Custo Direto Varivel
Custo Indireto Varivel
Custo Varivel Total
Preo de Venda
Margem de Contribuio
Unitria
A 700 80 780 1.550
B 1.000 100 1.100 2.000 C 750 90 840 1.700
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
39
b) Analisando a margem de contribuio, determine qual o produto dever ter
suas vendas incentivadas. Explique a sua resposta;
c) Faa a Demonstrao dos Resultados para as seguintes vendas: produto A
1.500 unidades; produto B 1.800 unidades e produto C 1.000 unidades.
Exerccio 3 A empresa Arquivao S A fabrica armrios de ao de diversos modelos e que tm as seguintes caractersticas de custos num nvel de produo de 100 unidades de cada:
De acordo com esses dados, apresente a margem de contribuio de cada produto.
Produtos A B C To t a l Ve n d a s
( - ) C u s t o Va r i ve l d o s P r o d u t o s Ve n d i d o s
( = ) Ma r g e m d e Contribu io
( - ) C u st o s F i xo s Tot ai s
(=) Resultado
Produto/ Modelo
MP $/un
MOD $/un
CIF $/un
Custo total $/un
01 300 500 450 1.250
02 400 500 550 1.450 03 500 600 550 1.650
04 600 600 550 1.750
Preos de Venda por Unidade
Modelo 01 R$ 1.500 Modelo 02 R$ 1.550 Modelo 03 R$1.750 Modelo 04 R$1.900
Quais so os dois produtos que garantem maior lucratividade para a empresa?
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
40
2. Ponto de Equilbrio Break-Even Point
Refere-se ao ponto de venda em que no h lucro nem prejuzo, ou seja, no
qual, os gastos totais (custos totais + despesas totais) so iguais s receitas totais.
Frmula:
Receita Total = Gastos Totais
Quantidade x Preo de Venda = Custo Fixo + (Custo Varivel x Quantidade)
(Quantidade x Preo de Venda) (Custo Varivel x Quantidade) = Custo Fixo
(QxPV) (CV x Q) = CF
QPE = CF ---------------- (PV CV)
MC x QPE = CF
Receita no PE = Qpe x PV
Onde:
QPE = Quantidade no Ponto de Equilbrio ou Produo no Ponto de Equilbrio; CF = Custo Fixo; PV = Preo de Venda; CV = Custo Varivel.
Exemplo 1 Preo de Venda = R$10,00 Custo Fixo Total = R$2.000,00 Custo Varivel = R$6,00 Pede-se:
a) Calcular a Margem de Contribuio e a Quantidade no Ponto de Equilbrio; b) Demonstrao do Resultado no Ponto de Equilbrio.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Pede-se
41
2.1 ndice do Ponto de Equilbrio
Pelo ndice do ponto de equilbrio a empresa poder saber o quanto as suas
receitas de vendas podem cair e ainda permanecer na faixa de segurana. Significa
dizer o quanto as receitas podem cair sem entrar no prejuizo.
ndice de Ponto de Equilbrio = Custo Fixo ---------------------------------------------------------- Receita Vendas Custo Varivel Total
OBSERVAO
Quanto menor o ndice de Ponto de Equilbrio, tanto melhor, pois maior
ser a Margem de Segurana da Empresa. Um PE de 0,10 indicar que a empresa contar com uma Margem de Segurana de 90%, ou seja, para a empresa entrar em prejuzo a receita precisar cair 90%.
Exemplo 2
Diante dos seguintes dados:
a. O Ponto de Equilbrio para as
duas empresas em termos de unidade;
b. O Ponto de Equilbrio e termos de vendas;
c. O ndice do Ponto de Equilbrio e a Margem de Segurana;
d. Concluses.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
DEMONSTRAO DO RESULTADO DO EXERCCIO Receita Total Custo Varivel Total Margem de Contribuio Total Custo Fixo Lucro Lquido Operacional
Especificaes Cia X Cia Y
Vendas Anuais 100.000,00 100.000,00
Preo Mdio de Venda p/ un 10,00 5,00
Custo Varivel p/ un 8,00 2,50
Custo Fixo Total 16.000,00 25.000,00
Portes Praia.
42
E X E R C C I O S P R O P O S T O S
Exerccio 1
Com os seguintes dados:
Custos Fixos = R$12.000,00; Custos Variveis = R$7,50 por unidade produzida Preo de Venda = R$10,50
Pede-se:
a) A Quantidade no Ponto de Equilbrio; b) Receita no Ponto de Equilbrio; c) Demonstrao do Resultado no Ponto de Equilbrio.
Exemplo 2
Qual a Quantidade e a Receita no Ponto de Equilbrio, se o Custo Fixo Total for de
R$24.000,00, o Custo Varivel Total igual a R$9,60 por unidade produzida e o Preo
de Vendas de R$12,00 por unidade. Faa a Demonstrao de Resultado no Ponto
de Equilbrio.
Exemplo 3
Voc pode alugar um carro a R$1,00 por quilmetro, ou ento, adquiri-lo. Os Custos
Fixos na compra do carro sero de R$11.000,00 por ano e os Custo Variveis de
R$0,50 por quilmetro. Quantos quilmetros voc ter de dirigir o carro por ano, a
fim de que a compra se torne mais econmica do que o aluguel?
Exemplo 4
Os dados abaixo foram estimados para 100% da capacidade da Cia. Industrial de
Pede-se:
a) Determinar a percentagem da
capacidade de operao, ou seja, o ndice do Ponto de Equilbrio e a Margem de Segurana.
b) Calcular o volume de vendas no Ponto de Equilbrio;
c) Preparar a Demonstrao de Resultado no Ponto de Equilbrio
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Especificaes Valores
Vendas Lquidas: 100.000 un 2.500.000,00 Material Direto (CV) 360.000,00
MOD (CV) 400.000,00 DIF (CF) 400.000,00 CIF (CV) 500.000,00
Despesas Comerciais e Adm. (CF) 150.000,00 Despesas Comerciais e Adm. (CV) 240.000,00
43
3. Formao do Preo de Vendas
Vrios fatores influenciam a formao de preo de um produto ou servio, dentre
eles:
concorrncia: mercados onde h vrias empresas oferecendo produtos
semelhantes, o preo tender a ser menor do que se no houvesse
competidores;
clientes: as empresas devem se preocupar com a reao dos clientes ao
estabelecer ou alterar os preos dos produtos;
gastos: a empresa espera recuperar todos os gastos efetuados para produzir
o produto e ainda obter algum lucro;
governo: pode influir nos preos por meio de: subsdios, incentivos fiscais
produo, restries ou estmulos importao, criao ou ampliao de
tributos.
3.1 Formao de Preos baseada em Custos
O preo de venda de um produto est mais relacionado com fatores externos
empresa do que propriamente aos seus custos. Entretanto, o preo obtido a partir
do custo uma referncia valiosa para comparar com o preo de mercado e
determinar a convenincia ou no de vender o produto pelo preo que o mercado
esteja disposto a pagar.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
44
3.1.1 Formao de Preo de Venda para Indstria
Calcular Custo de Produo
Calcular o Custo de Fabricao ou de Produo
Mo-de-Obra Direta + Material Direto (Matria-Prima) + Custo Indireto de Fabricao. (MOD + MD + CIF)
Clculo do Material Direto
Custo da Nota Fiscal - Descontos Concedidos - Impostos Recuperveis, incluso no custo
de aquisio (ICMS) + Fretes pagos pelo comprador + Seguro de responsabilidade do
comprador + Impostos no recuperveis no inclusos no preo de venda do produto (IPI)
+ Custos de recebimento e inspeo + Custos de armazenamento.
Clculo da MOD
Salrio Base + Horas Extras +13 Salrio proporcional + Frias Proporcionais +
Adicional de Frias (1/3 sobre frias) + INSS Patronal + FGTS + Outros
Calcular o Mark-UP
Corresponde aos gastos que s acontecem aps a venda. Constitui-se,
normalmente dos seguintes elementos:
PIS sobre Faturamento (Programa de Integrao Social Imposto Federal) 0,65% sobre
a receita bruta de vendas; COFINS Contribuio Social sobre Faturamento (Imposto Federal) = 2% sobre
faturamento; ICMS Imposto sobre Operaes relativas Circulao de Mercadorias e sobre Prestaes de Servios de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicao. Imposto de competncia estadual;
Comisses e Encargos Sociais: percentual em relao ao preo de venda;
Fretes: percentual em relao ao preo de venda % Despesas Administrativas + % Despesas Fixas de Vendas + % Despesas Financeiras +
% Custos Fixos de Fabricao + % de Lucro Lquido Operacional
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45
Calcular o Preo de Venda
PV = Custo de Fabricao
--------------------------------- 1 Mark-Up
Exemplo 1 A Indstria ABC Ltda. possui os seguintes dados, referentes ao seu custo de produo:
a) Custo Unitrio de Produo = R$500,00; b) PIS = 0,65%; c) COFINS = 2,0%; d) ICMS = 18,0%; e) Comisso sobre vendas = 5,0%; f) Lucro = 15,0%.
Pede-se:
Calcular o Preo de Venda para este produto.
3.1.2 Formao do Preo de Venda para o Comrcio:
Clculo do Valor da Mercadoria:
(+) Valor da Mercadoria constante na Nota Fiscal;
(-) Valor do ICMS
(+) Valor do Frete de responsabilidade do comprador
Clculo do Mark-Up:
(+) % de Lucro Lquido Operacional;
(+) % Comisso sobre Vendas;
(+) % Impostos;
(+) % de Custos Fixos
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
46
Clculo do Preo de Vendas:
PV = Custo Total Unitrio da Mercadoria
---------------------------------------------------
(1-Mark-Up)
Exemplo 2 O Armarinho Agulha Ltda., quer calcular, com a seguinte estrutura de custos, o preo de venda de um determinado produto. - Valor unitrio do produto constante na Nota Fiscal = R$13,00; - Frete pago = R$1,30; - ICMS destacado na Nota Fiscal = R$1,56; - ICMS = 18%; - PIS = 0,65%; - COFINS = 2,0%; - Venda Mdia Mensal da Empresa = R$3.000,00; - Custo Fixo Mensal = R$R$450,00; - Comisso sobre vendas = 8,0%; - Lucro Desejado = 10,0%.
Pede-se:
Calcular o Preo de Venda do Produto citado.
3.1.3 Formao de Preo para Empresas Prestadoras de Servios
Clculo do Custo Total Unitrio dos Servios Prestados
(+) Salrio de Pessoal;
(+) Encargos Sociais;
(+) Custos Fixos Unitrio.
Clculo do Mark-Up
% de Impostos;
% de Comisso sobre vendas;
% de Lucro Lquido Operacional
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47
Preo de Venda = Custo Unitrio Servio Prestado
------------------------------------------------
(1- Mark-UP)
Exemplo 3
A empresa de Assistec, especializada em consertos de eletrodomsticos, apresenta os seguintes dados na composio do seu custo: - Oito tcnicos com disponibilidade de 176 hora/ms cada um; - Custos Fixos Mensais = R$1.200,00; - Salrio do pessoal tcnico sem encargos = R$1.765,00; - Encargos sobre a folha de pagamento de 71% do valor dos salrios; - ISS sobre a prestao dos servios = 3,0%; - PIS = 0,65%. O proprietrio da empresa deseja um Lucro de 15% sobre o preo de venda de seus servios e deseja saber quanto deve cobrar por uma hora tcnica, referente aos servios prestados.
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base nos nmeros fornecidos, pede-se calcular o mark-up da empresa.
Pede-se:
48
E X E R C C I O S P R O P O S T O S
Exerccio 1
A Mercantil Ltda. projetou os seguintes valores associados s suas operaes. Com
a) Calcular o mark-up da empresa.
Exerccio 2
A Indstria Unida Ltda. pretende vender os seus produtos com uma margem igual a 10%. Sabe-se que o custo varivel da empresa igual a R$540,00 por unidade. As demais taxas associadas ao preo so iguais a 40%, incluindo custos fixos, demais despesas e impostos. Pede-se:
a) Qual deveria ser a taxa de marcao correspondente?
b) Qual deveria ser o preo praticado?
Exerccio 3
Valor pago pela matria-prima R$2.100,00, com 12% de ICMS incluso.
Despesas variveis de vendas 4%
Despesas fixas comerciais e administrativas 12%
PIS e COFINS 3,65%
ICMS sobre vendas 17%
Descrio Valor Descrio Valor
Faturamento R$ 500.000,00 por ms Outros gastos R$70.000,00 por ms
Comisses 2% do valor da venda ICMS 18% do valor da venda
Aluguel da Loja R$20.000,00 por ms Lucro R$10.000,00 por ms
A empresa Radical Ltda. apresentou os dados que constam na tabela abaixo.
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49
Pede-se:
a) Qual o mark-up multiplicador para um lucro de 10% sobre o preo de vendas?
b) Qual o valor do preo de vendas para um lucro de 20%?
c) Qual a margem de contribuio para um preo de venda de R$3.500,00?
d) Qual ser o ICMS a recolher sobre um preo de venda de R$3.500,00?
Exerccio 4
Uma loja de perfumes deseja aplicar um mark-up considerando ICMS igual a 18%,
comisso de venda igual a 2%, despesas iguais a 25% e margem de lucro igual a
15%. Qual o valor da taxa de marcao que ela deve usar?
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50
ANLISE DE INVESTIMENTO
1. Introduo
Diante das vrias alternativas de investimento as empresas optam por
aquelas que lhes oferecem um retorno financeiro superior melhor aplicao j
existente no mercado. Decises que envolvem a escolha de aplicao em projetos
nem sempre so simples, pois na maioria das vezes a escolha de um exclui o outro.
Com vistas a contribuir para a escolha entre projetos excludentes Brasil (2002),
sugeriu estudar as seguintes metodologias:
valor presente lquido VPL;
taxa interna de retorno TIR;
perodo de recuperao do capital Payback;
ndice de lucratividade IL;
valor anual equivalente VAE.
Horizonte de Planejamento: perodo de tempo determinado pela empresa,
para analisar os ganhos lquidos referentes a determinado projeto.
Normalmente esse perodo definido baseado na vida til dos ativos
envolvidos, (CLEMENTE, 2008).
Fluxo de Caixa de um Projeto: resultado da diferena entre as entradas e
sadas esperadas de recursos.
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(1+i) (1+i)2 (1+i)3 (1+i)
51
1.1 Valor presente lquido VPL
Brasil (2002), esclarece que quando se analisa o VPL de um projeto busca-se
o potencial de criao de valor sobre o investimento exigido por ele.
Sobre o resultado se faz as seguintes consideraes:
Se o VPL for maior do que zero = aceita-se o projeto;
Se o VPL for igual ou menor do que zero = rejeita-se o projeto
VPL = FC0 + FC1 + FC2 + FC3 +......+ FCn - --------- ---------- -- ---------- --------------
n
Sendo:
FC = Fluxo de caixa (do perodo zero at o perodo n);
i = taxa de desconto
Taxa de desconto ou Taxa Mnima de Atratividade i
Representa o retorno esperado pelo resultado do projeto. Dever ser no
mnimo igual taxa de juros paga pela melhor alternativa de investimento.
Clculo do VPL pela HP
f REG FC1 CHS g CFo FC2 g CFj .... FCn g CFj i f NPV
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Fonte: Brasil, (2002)
52
Exerccio 1
Analisar se o projeto com os seguintes fluxos de caixas projetados deve ser aceito
ou rejeitado. Suponha uma taxa de atratividade de 10% ao ano.
Exerccio 2
Calcular o VPL da mesma srie de fluxos de caixa do exerccio 1, considerando
taxas de desconto de 6%, 8%, 10%, 12%, 14% e 16% ao ano.
1.2 Taxa interna de retorno TIR
A TIR representa a taxa mxima que um projeto suporta sem dar prejuzo, ou
seja, a que faz VPL igual a zero. Segundo Brasil (2002), o ponto de reverso da
deciso de investir.
Clculo do VPL pela HP
f REG FC1 CHS g CFo FC2 g CFj .... FCn g CFj f IRR
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Anos Fluxos de Caixa (milho)
0 -15
1 4
2 4
3 4
4 3
5 3
6 3
7 3
8 2
9 2
10 5
53
Anlise da TIR
Se a TIR for maior que a Taxa de Desconto, aceita o projeto;
Se a TIR for menor ou igual a Taxa de Desconto, rejeita o projeto.
Exerccio 1
Encontre a taxa interna de retorno (TIR) da seguinte srie de fluxos de caixa. A taxa
de desconto de 10%.
Exerccio 2
Calcular e analisar a TIR para os projetos que apresentam os fluxos de caixa da
tabela abaixo. Qual seria o projeto mais indicado?
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Anos Fluxos de Caixa
0 -20
1 8
2 8
3 4
4 4
5 4
Anos Projeto 1 Projeto 2
0 -30 -20
1 -15 -10
2 20 15
3 25 20
4 40 25
capital investido.
54
Exerccio 3
Um investidor tem duas opes de aplicao, cujos fluxos de caixa abaixo. Os
projetos so mutuamente excludentes. Escolha qual a melhor opo de aplicao
utilizando a anlise da TIR.
1.3 Perodo de recuperao de capital PAYBACK
A recuperao do capital investido em determinado projeto medido pelo
mtodo do Payback, considerando a mudana do valor do dinheiro no tempo.
Quanto maior o payback maior ser o risco de recuperao do capital investido.
PAYBACK
Significa o tempo suficiente para que os fluxos de caixa gerados
pelo projeto paguem o investimento, ou seja, quando o resultado da
diferena do que se investiu e o total de fluxos de caixa gerado for
igual a zero.
1.3.1 Payback simples
O payback simples calculado pela diferena entre o valor investido e os
fluxos de caixa gerados pelo projeto. Quando a soma dos fluxos de caixa gerados
pelo projeto for suficiente para pagar o investimento.
Pelo critrio do payback deve desprezar todos os fluxos
de caixa gerados aps o perodo de recuperao do
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Anos Projeto 1 Projeto 2
0 - 177,88 - 100,00
1 276,79 100,00
2 100,00 200,00
55
Exerccio 1
Calcule o payback simples do projeto abaixo e faa a anlise do resultado.
1.3.2 Payback corrigido
No payback corrigido considera-se o valor lquido dos fluxos de caixa.
OBS: Quando o Payback se d entre dois anos utiliza-se a seguinte frmula para
sua definio:
Payback = FCn-
------------------------- x (Ano+- Ano-) + Ano-
FCn- + FCn+
Exerccio 1 Calcular o Payback do projeto abaixo, considerando uma taxa de desconto de 10% ao ano.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Ano Fluxo de Caixa VPL (valor presente lquido) VPL Acumulado
0 -200
100
100
100
Ano Fluxo de Caixa Saldo do Projeto
0 -200
1 100
2 100
3 100
Mtodo do Payback Simples
Mtodo do Payback Corrigido
56
Exerccio 2
Em quanto tempo o projeto que apresente os fluxos de caixa ser capaz de pagar o
seu investimento. Considere o custo de capital de 8,4% ao ano. Faa os clculos
pelo Mtodo do Payback Simples e pelo Payback Corrigido.
Exerccio 3
A Demonstrao de Resultado e o Fluxo de Caixa de duas empresas que operam no
mesmo ramo esto representados nos quadros abaixo. Faa a anlise de qual a
empresa que valer mais no final do sexto ano. Utilize o mtodo do VPL para fazer a
anlise.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Ano Fluxo de Caixa VPL (valor presente lquido) VPL Acumulado
0 (15.000)
1 3.800
2 4.700
3 4.100
4 3.900
5 2.900
Ano Fluxo de Caixa Saldo do Projeto
0 (15.000)
1 3.800
2 4.700
3 4.100
4 3.900
5 2.900
57
Empresa Gerais
Demonstrao de Resultados
1 2 3 4 5 6 Acumulado
LAIR
Depreciao 200 200 200 200 200 200
Invest.de
Capital
(600) 0 0 (600) 0 0
Invest.
Capital de
Giro
(50) (50) (20) (20) (20) (10)
Fluxo de
Caixa
1 2 3 4 5 6
Vendas 1.000 1.050 1.100 1.200 1.300 1.450
Despesas
vista
(700) (745) (790) (880) (970) (1.105)
Depreciao (200) (200) (200) (200) (200) (200)
LAIR
Fluxo de Caixa
Custo de Capital = 10%
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
58
Empresa Campos
Demonstrao de Resultados
1 2 3 4 5 6 Acumulado
LAIR
Depreciao 200 200 200 200 200 200
Invest.de
Capital
(200) (200) (200) (200) (200) (200)
Invest.
Capital de
Giro
(20) (20) (20) (30) (30) (50)
Fluxo de
Caixa
1 2 3 4 5 6
Vendas 1.000 1.050 1.100 1.200 1.300 1.450
Despesas
vista
(700) (745) (790) (880) (970) (1.105)
Depreciao (200) (200) (200) (200) (200) (200)
LAIR
Fluxo de Caixa
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
59
1.4 ndice de Lucratividade
a relao entre o valor presente lquido (VPL) do projeto pelo valor presente
da soma dos desembolsos. Brasil (2004), refora que o ndice de lucratividade o
valor presente lquido por unidade de investimento.
IL = VPL
--------------------------
VPdesembolsos
1.4.1 Anlise de um nico projeto
Critrios de anlise pelo IL
IL maior do que zero aceita o projeto
IL menor ou igual a zero rejeita o projeto
Exerccio 1
Determinado projeto apresenta os seguintes fluxos de caixa:
A taxa de desconto considerada para este projeto de 12% ao ano.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Anos Fluxos de Caixa
0 (165.000)
1 90.000
2 75.000
3 65.000
4 50.000
60
Pede-se:
a) Calcular o ndice de lucratividade;
b) Decida se o projeto deve ser aceito. Justifique a sua resposta.
Exerccio 2
O analista de investimento de uma empresa recebe as seguintes informaes sobre
um projeto: no ano inicial haver um desembolso de R$1,6. No ano seguinte o
empreendimento dever gerar R$10, proveniente de suas operaes. No ano 2
haver gasto de R$10 para reestruturao do negcio. A taxa de desconto do
projeto ser de 28% ao ano. D a sua contribuio para que o analista tome a
deciso acertada, informando-lhe o seguinte:
a) A tabela com os respectivos fluxos de caixa;
b) o ndice de lucratividade;
c) a sua opinio sobre a aceitao do projeto. Justifique a sua resposta.
1.4.2 Anlise para Projetos mutuamente excludentes
Em uma anlise de dois Projetos A e B, mutuamente excludentes, pode
resultar anlise contraditria entre os resultados do VPL e do IL, ou seja, pelo VPL o
Projeto A o melhor, e pelo IL o Projeto B o mais indicado. Diante de um impasse
como esse a alternativa calcular o VPL e o IL pelo fluxo de caixa diferencial entre o
projeto A e o B e no pelos fluxos de caixa gerados por cada um deles,
separadamente.
Critrio de anlise em Projetos Mutuamente Excludentes
Se o VPL e o IL do fluxo de caixa diferencial for maior do que zero,
escolhe o projeto que tiver gerado o maior VPL individual.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
61
Exerccio 3
A tabela abaixo apresenta os fluxos de caixa de dois projetos mutuamente
excludentes, faa a anlise de aceitao dos mesmos. Considere uma taxa de
desconto de 12% ao ano.
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
Anos Projeto A Projeto B FCA - FCB
0 (165) (125)
1 90 75
2 75 60
3 65 50
4 50 30
62
2. Fluxo de Caixa de um Projeto2
Para entender como os fluxos de caixa de um projeto so gerados apresenta-
se a seguir os componentes do Fluxo de Caixa de um Projeto e em seguida como
cada um desses componentes calculado.
COMPONENTES DO FLUXO DE CAIXA DE IUM PROJETO
Receita Bruta Operacional
(-) Dedues
Receita Lquida Operacional
(-) Custos e Despesas Administrativas
Lucro Bruto (EBITDA)
(-) Depreciao
Lucro Bruto Operacional (LBO)
(-) Imposto sobre o LBO
(+) Depreciao
(-) Investimento Bruto
(-) Variaes na Necessidade de Capital de Giro ( NCG)
(+) Valor Residual
Fluxo de Caixa do Projeto
Lucro Bruto = EBTIDA = Earning Before Interest, taxes, Depreciation and
Amortization.
Lucro Bruto Operacional = EBIT = Earning Before Interest e Taxes
2.1 Receita Bruta Operacional
Nesta linha dever ser lanado o valor correspondente s entradas de caixa
proveniente da venda de servios e produtos resultantes do investimento.
2 As informaes desta unidade foram extradas de BRASIL (2004, p. 43-54)
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
63
2.2 Dedues
Devero ser computados todos os tributos incidentes sobre a receita bruta,
tais como: Contribuio Social, PIS/PASEP, COFINS, ICMS e IPI.
2.3 Receita Lquida Operacional
a diferena entre o valor da Receita Bruta e as Dedues.
2.4 Custos e Despesas Operacionais
Todos os desembolsos necessrios para a realizao do projeto devero ser
computados nesta linha. Exemplo: custos de matria-prima, de transformao e de
manuteno; despesas de vendas, comisses marketing de despesas
administrativas.
2.5 Depreciao
No representa sada de caixa, mas deve ser includa por significar um
benefcio fiscal, na medida em que reduz o valor do lucro. Este benefcio uma
entrada de caixa importante. O seu lanamento deve ser como despesa antes da
apurao do lucro e sua devoluo aps ter feito o clculo do imposto. A
depreciao normalmente de faz de forma linear, ou seja, de forma uniforme ao
longo dos anos.
A TAB.1 traz a vida til contbil de alguns ativos.
Tabela 1
Ativo Vida til (anos)
Taxa de Depreciao Anual
Edificaes e Construes 25 4% Mquinas, Equipamentos, Instrumentos e
Aparelhos de Medio 10 10%
Mveis e Utenslios 10 10% Instalaes 10 10%
Veculos de Carga 4 25%
Automveis de passageiros 5 20% Computadores 2 50%
Vida til de alguns ativos
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
64
2.6 Lucro Bruto Operacional LBO
Representa o valor operacional do projeto. Projetos que geram grandes
montantes de LBO em relao ao capital investido tendem a ter maiores VPL e
menores perodos de recuperao payback.
2.7 Impostos sobre o Lucro
Os impostos sobre o lucro se referem ao Imposto de Renda e Contribuio
Social. Aps conhecer as alquotas calcula-se o valor do imposto multiplicando-a
pelo valor do lucro.
Imposto = alquota x LBO
2.8 Investimento Bruto
Corresponde ao valor total do desembolso provocado pela compra e
instalaes de equipamentos e outros ativos fixos que devero ser adquiridos no
projeto. Devem incluir tambm os custos com frete, seguro e treinamento.
Valor dos Ativos Fixos
(+) Despesas com frete
(+) Despesas com Seguro
(+) Despesas com Treinamento
(-) Alienao de Ativos j Existentes
(-) Impostos com Venda de Ativos j Existentes
2.9 Necessidade de Capital de Giro
Brasil (2004), esclarece que a necessidade de capital de giro pode ser
calculada pela diferena entre as contas operacionais do ativo (Clientes e Estoques)
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
65
e as contas operacionais do passivo (Fornecedor, Salrios e Contribuies a Pagar,
Impostos a Pagar calculado sobre as Operaes, Fretes a Pagar etc.).
Necessidade de Contas Operacionais - Contas Operacionais Capital de Giro ( NCG) = do Ativo do Passivo
Variao de NCG = aps calcular a NGC de todos os perodos, calcula-se a
variao, ou seja, se no ano posterior a NCG for igual a NCG do ano anterior
ento no houve variao na NCG. Caso aumente a NCG dever ser colocado
apenas o valor que variou, para mais ou para menos.
2.10 Valor Residual
O valor residual encontrado pela diferena entre o valor contbil do projeto
no ltimo ano e o valor de mercado do empreendimento. Em geral o valor de
mercado do projeto superior ao valor contbil. Esse valor pertence aos
investidores.
Valor de Venda do Projeto
(-) Valor Contbil dos Ativos (-) Despesas de Vendas dos Ativos (=) Ganho de Capital (-) Impostos sobre o Ganho de Capital (=) Valor Residual
GESTO FINANCEIRA PARA PEQUENAS E MDIAS EMPRESAS
bruta operacional so conforme mostrado na tabela seguinte:
66
Exemplo 1
Suponha um projeto de aquisio de frota de automveis, cujas pro
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