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BOLETIM DE FOCOS DE CALOR E
DESMATAMENTO
Número 9 – Março - 2012
Governo do Estado do Pará
Simão Robison Oliveira Jatene
Governador
Helenilson Cunha Pontes
Vice-Governador / Secretário Especial De Estado De Gestão – Seges
Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará
Maria Adelina Guglioti Braglia
Presidente
Cassiano Figueiredo Ribeiro
Diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas e Análise Conjuntural
Sérgio Castro Gomes
Diretor de Estatística, Tecnologia e Gestão da Informação
Jonas Bastos da Veiga
Diretor de Pesquisas e Estudos Ambientais
Elaine Cordeiro Felix
Diretora de Planejamento, Administração e Finanças
BOLETIM DE FOCOS DE CALOR E
DESMATAMENTO
Belém
2012
Expediente Diretor de Pesquisas e Estudos Ambientais :
Jonas Bastos da Veiga
Coordenação Técnica de Estudos e Pesquisas Ambientais:
Andréa dos Santos Coelho
Elaboração Técnica:
Andréa dos Santos Coelho
Celina Marques do Espírito Santo
Maicon Silva Farias
Colaboração:
Celeste Ferreira Lourenço e Sérgio Rodrigues Fernandes
Revisão:
Anna Márcia Malcher Muniz e Fernanda Graim
Normalização:
Adriana Taís G. dos Santos
Boletim de focos de calor e desmatamento, 2012. Belém: Instituto de
Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará, 2012.
Mensal
17 p. (Análise Idesp, 9)
1. Focos de calor-queimadas. 2. Desmatamento. 3. Meio ambiente. 4. Pará
(Estado). 5. Instituto de Desenvolvimento Econômico Social e Ambiental do
Pará. I.Série
CDD 363.78115
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
A.P.A - Área de proteção ambiental
DETER - Detecção do Desmatamento em Tempo Real
IBAMA - Instituto Brasileiro do Meio Ambiente dos Recursos Naturais Renováveis.
IDESP – Instituto de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental do Pará.
INPE - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.
MODIS - Moderate Resolution Imaging Spectroradiomete.r
NASA – National Aeronautics and Space Administration.
RESEX - Reserva Extrativista.
T.I - Terra indígena.
U.C - Unidade de conservação.
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 5
1 INFORMAÇÕES TÉCNICAS DOS DADOS UTILIZADOS 6
1.1 O SISTEMA DE DETECÇÃO DO DESMATAMENTO EM TEMPO REAL -
DETER
6
1.2 O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE FOCOS DE CALOR –
QUEIMADAS
7
2 CONSIDERAÇÕES SOBRE O DESMATAMENTO NO TRIMESTRE DE
2012
8
3 BOLETIM MARÇO DE 2012 11
3.1 DESMATAMENTO 12
3.2 FOCOS DE CALOR 14
REFERÊNCIAS 17
5
APRESENTAÇÃO
As questões ambientais têm sido de grande interesse nos círculos políticos e
científicos visando diminuir o impacto e/ou prever os cenários futuros resultantes da ação
antrópica nos recursos florestais do Estado. O processo de desmatamento é dependente de
queimadas necessárias para a liberação de áreas para pastagens ou cultivos agrícolas,
tanto em áreas de vegetação primária quanto secundária.
Os prejuízos causados são enormes e não se restringem apenas à vegetação,
causando grandes danos sociais às populações local e regional.
Com o avanço da tecnologia de monitoramento por satélites, hoje é possível obter
informações, em tempo consideravelmente rápido, de processos dinâmicos como é o
desmatamento, graças também à popularização do uso da internet. O Sistema de
Detecção do Desmatamento em Tempo Real - DETER e o Centro de Previsão de Tempo
e Estudos Climáticos - Queimada/Monitoramento de Focos, sob responsabilidade do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE, ligado ao Ministério da Ciência e
Tecnologia, monitoram diariamente o desmatamento e os focos de calor na Amazônia
brasileira.
Objetivando contribuir para um melhor conhecimento da dinâmica do
desmatamento e das queimadas no Estado do Pará, o Instituto de Desenvolvimento
Econômico, Social e Ambiental do Pará (IDESP), passa a divulgar mensalmente em seu
site o Boletim de Desmatamento e Focos de Calor utilizando os dados disponibilizados
pelo INPE.
6
1 - INFORMAÇÕES TÉCNICAS DOS DADOS UTILIZADOS
1.1 O SISTEMA DE DETECÇÃO DO DESMATAMENTO EM TEMPO REAL -
DETER1
O DETER é um sistema de apoio à fiscalização e controle do desmatamento da
Amazônia. Com o DETER, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE divulga
mensalmente um mapa de alertas, com áreas maiores que 25 ha. Esses mapas indicam
áreas totalmente desmatadas (corte raso) e áreas em processo de desmatamento por
degradação florestal progressiva (quando há uma alta intensidade de perturbação). Áreas
de manejo florestal de baixo impacto, em geral, não são detectadas por esse sistema. Esse
sistema utiliza imagens dos sensores MODIS (Moderate Resolution Imaging
Spectroradiometer), a bordo do satélite TERRA, da NASA (National Aeronautics and
Space Administration) e WFI (Wide Field Imager), a bordo do satélite sino-brasileiro
CBERS-2B do INPE.
O objetivo do DETER é fornecer indicadores para fiscalização produzindo um
mapa digital com todas as ocorrências de desmatamento observadas. Dessa forma,
permite aos órgãos responsáveis pela fiscalização (IBAMA, Secretarias de Meio
Ambiente, Promotoria Pública, etc.) planejar suas ações de campo e operações de
combate ao desmatamento ilegal.
Ressalta-se que o DETER é uma ferramenta concebida para dar suporte à
fiscalização e não para fornecer um mapa fiel do desmatamento mensal da Amazônia.
Isso é devido à resolução pouco detalhada dos satélites utilizados e à cobertura de nuvens,
variável de um mês para outro. A vantagem desse sistema está na rapidez com que o
DETER é capaz de detectar novos desflorestamentos, possibilitando gerar em um curto
período de tempo, dados para a fiscalização.
A conversão de floresta primária até o estágio de corte raso pode levar de alguns
meses até vários anos para ser concluída. Os dados do DETER podem incluir áreas
cortadas em períodos anteriores ao do mês de mapeamento ou em processo de
desmatamento progressivo, mas cuja detecção não fora possível por limitações de
cobertura de nuvens.
Ao analisar o dado de um determinado mês é necessário fazê-lo em conjunto com
a área de cobertura de nuvens. Assim, são disponibilizadas informações de cobertura de
nuvens de todas as imagens utilizadas para a avaliação.
O DETER deve ser usado apenas como indicador de tendências do desmatamento
anual.
Para obter mais informações sobre a metodologia consulte:
http://www.obt.inpe.br/deter/metodologia_v2.pdf
1INPE - Coordenação-Geral de Observação da Terra - OBT, Sistema DETER - Detecção de Desmatamento
em Tempo Real - Metodologia.
7
1.2 O SISTEMA DE MONITORAMENTO DE FOCOS DE CALOR - QUEIMADAS2
O monitoramento dos focos de calor é realizado diariamente pelo INPE para
detectar focos de queima da vegetação. Para tanto, o INPE utiliza imagens de diversos
satélites (ex. imagens MODIS dos satélites polares, NASA TERRA e AQUA, as imagens
dos satélites geoestacionários GOES-12 e MSG-2, imagens AVHRR (Advanced Very
High Resolution Radiometer) dos satélites polares NOAA-15, NOAA-16, NOAA-17,
NOAA-18 e NOAA-19).
Dentro do universo de satélites, desde 22 de agosto de 2011, o INPE utiliza o
satélite AQUA (sensor MODIS) como “satélite de referência”. O “satélite de referência”
corresponde ao satélite cujos dados diários de focos detectados são usados para compor a
série temporal ao longo dos anos e assim permitir a análise de tendências nos números de
focos para mesmas regiões em períodos de interesse.
Anterior ao satélite AQUA, eram utilizadas imagens do satélite NOAA-15 e
NOAA-12 como “satélite de referência”. De maneira geral, os focos nas imagens AQUA
são em número maior que os do NOAA-15.
Esta alteração para o AQUA decorreu de limitações e degradação na qualidade
das imagens do NOAA-15, que apresentam muito ruído devido a restrições em sua antena
transmissora, impedindo o monitoramento da região mais norte e noroeste do País.
Em termos de impacto nos dados de focos, com o AQUA o norte do Amazonas e
do Pará, Roraima e Acre passam a ter cobertura regular e, portanto, mais adequados nas
comparações temporais.
Mesmo indicando uma fração do número real de focos (e de queimadas e
incêndios florestais), por usarem o mesmo método e o mesmo horário de imageamento ao
longo dos anos, os resultados do "satélite de referência" permitem analisar as tendências
espaciais e temporais dos focos.
O sistema do INPE detecta a existência de fogo na vegetação sem ter condições de
avaliar o tamanho da área que está queimando ou o tipo de vegetação afetada.
As informações sobre queimadas são divulgadas demonstrando a ocorrência de
focos de calor e a suscetibilidade ao fogo. A suscetibilidade irá relacionar o foco de calor
ao tipo de vegetação, ao período sem chuva e a precipitação. Assim, a suscetibilidade
indica a vulnerabilidade da região ao uso do fogo.
Os dados de focos de calor são divulgados diariamente pelo INPE, através da
internet, cerca de três horas após sua geração.
Considerando a possibilidade de análise temporal e a periodicidade dos dados, os
dados de focos de calor divulgados neste boletim referem-se ao “satélite de referência”.
Para obter mais informações sobre a metodologia consulte:
http://sigma.cptec.inpe.br/queimadas/
2 INPE - Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos - Queimadas. Perguntas freqüentes e A
mudança do satélite de referencia. Disponível em: http://www.inpe.br/queimadas/faq.php.
8
2 Desmatamento e Focos de Calor no Estado do Pará – 1° trimestre de
2012: considerações
Segundo o Sistema de Alerta do Desmatamento (DETER) do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (INPE), no primeiro trimestre do ano de 2012 foram desmatados
388,13 km² de florestas na Amazônia Legal, o que representou um aumento de 153,86%
em relação a 2011 que registrou no mesmo trimestre uma área desmatada de 152,89 km².
O destaque é para os estados do Mato Grosso com 329,93 km², Pará com 31,01 km² e
Rondônia com 12,31 km² de desmatamento (Gráfico 1).
Gráfico 1 – Distribuição do desmatamento na Amazônia Legal no primeiro
trimestre de 2012.
Fonte: DETER- INPE
Elaboração: IDESP
No ano anterior, se destacaram o estado do Mato Grosso com 103,05 km²,
Rondônia com 27,56 km² e Pará com 10,97 km² (Gráfico 2).
Gráfico 2 – Distribuição do desmatamento na Amazônia Legal no primeiro
trimestre de 2011.
Fonte: DETER- INPE
Elaboração: IDESP
9
Considerando o 1° trimestre dos anos de 2011 e 2012, observa-se um aumento de
182,68% do desmatamento no estado do Pará, que naquele ano foi de 10,97 km² e em
2012 alcançou uma área de 31 km² (Figura 1).
Figura 1: Localização do desmatamento no Estado do Pará no primeiro trimestre dos
anos de 2011 e 2012
Fonte: Queimadas/INPE/DETER
Elaboração: IDESP
Segundo dados do monitoramento dos focos de calor realizado pelo INPE, em
2012 o total de focos apresentado foi de 485, o que representou um aumento de 243,97%
em relação a 2011, que teve o registro de 141 focos (Figura 2).
O aumento desses focos no ano de 2012 segue a lógica do aumento do
desmatamento registrado no mesmo período, e está ligada ao processo de desmatamento
e/ou às práticas agropecuárias.
10
Figura 2: Focos de calor no Estado do Pará no primeiro trimestre dos anos de 2011 e
2012.
Fonte: Queimadas/INPE
Elaboração: IDESP
11
3 BOLETIM - MARÇO DE 2012
No estado do Pará, em março de 2012, o desmatamento detectado alcançou uma
área equivalente a 8,09 km² 3. Em relação aos focos de calor foram 30 focos detectados
no período4(Figura 3).
Figura 3 - Mapa de localização do desmatamento e focos de calor em março de 2012.
3 Fonte: DETER/INPE.
4 Fonte: Queimada/INPE - satélite de referência AQUA-UMD.
12
3.1 DESMATAMENTO
De acordo com os dados de desmatamento do mês de março de 2012, houve um
total de 8,09 km² de área desmatada distribuído entre os municípios de Altamira (6,32
km²), Cumaru do Norte (1,11 km²) e Santana do Araguaia (0,66 km²) (Tabela 1).
Tabela 1 - Distribuição do desmatamento por Município do
estado do Pará.
ESTADO DO PARÁ - MARÇO - 2012
Município Área (Km²)
Altamira 6,32
Cumaru do Norte 1,11
Santana do Araguaia 0,66
Total 8,09 Fonte: DETER/INPE.
Elaboração: IDESP.
Não foi detectado desmatamento em Unidades de Conservação (UC), Terras
Indígenas (T.I’s) e áreas especiais em março.
Ao comparar o desmatamento de março de 2012 com o ano de 2011, verifica-se
que houve uma redução de 18,53%, visto que no mesmo período do ano passado foram
registrados um total de 9,93 km² de floresta desmatada. Em relação a 2010 ocorreu um
aumento de 2,93%. No acumulado dos últimos 4 anos a área foi de 25,88 km² (Gráfico 3).
Gráfico 3: Comparativo da área total desmatada no mês de março no Estado do
Pará entre os anos de 2009 a 2012.
Fonte: DETER/INPE.
Elaboração: IDESP
*Informação não disponível no banco de dados do DETER.
13
Figura 4 - Mapa de localização do desmatamento no estado do Pará em março de 2012.
Fonte: Desmatamento DETER/INPE
Elaboração: IDESP
14
3.2 FOCOS DE CALOR
Os dados informaram a ocorrência de 30 focos de calor durante o mês de março
de 2012 no Estado do Pará. As maiores concentrações ocorreram nos municípios de
Breves (9) e Portel (6).
Tabela 2 - Distribuição dos focos de calor nos municípios do estado do Pará com relação
à suscetibilidade5.
ESTADO DO PARÁ - MARÇO 2012
Municípios
Susc.
Alta
Susc.
Média
Susc.
Baixa Não informado N° Total
Breves 3 6 9
Portel 6 6
Almeirim 1 1 2
Melgaço 2 2
Parauapebas 2 2
Santana do
Araguaia 1 1 2
Alenquer 1 1
Bagre 1 1
Ipixuna do Pará 1 1
Moju 1 1
Novo
Repartimento 1 1
Santarém 1 1
Tucuruí 1 1
Total 30 Fonte: Queimadas/INPE.
Elaboração: IDESP.
Os focos de calor com suscetibilidade não informada estão localizados em áreas
urbanas ou corpos d’água.
Foram detectados 12 focos de calor em Unidades de Conservação (U.C’s) com
maior concentração na APA Arquipélago do Marajó, município de Breves, onde foram
registrados 8 focos. As demais UC’s onde eles ocorreram apresentaram 1 foco de calor
cada uma, conforme mostra a tabela 4. É importante ressaltar que no mês de março não
foram detectados focos em Terras Indígenas e Áreas Especiais.
5 A suscetibilidade corresponde à vulnerabilidade da região ao uso do fogo.
15
Tabela 3 - Distribuição dos focos de calor em U.C’s nos municípios do estado do Pará.
ESTADO DO PARÁ - MARÇO - 2012
Municípios UC's Total
Breves APA Arquipélago do Marajó 8
Novo Repartimento APA do Lago de Tucuruí 1
Melgaço Buffer interno RESEX. de Gurupá-Melgaço 1
Breves RESEX. Mapuá 1
Santarém RESEX Tapajós-Arapiuns 1
Total 12 Fonte: Queimadas/INPE.
Elaboração: IDESP.
A quantidade de focos de calor detectados em março de 2012 foi de 30 focos. Em
comparação com o mesmo período em 2011, houve um aumento de 50%, visto que no
ano passado registrou-se um total de 20 focos de calor no Estado do Pará. (Gráfico 5).
Gráfico 5: Comparativo do total de focos de calor para o mês de março no Estado do Pará
entre os anos de 2009 A 2012.
Fonte: Queimadas/INPE.
Elaboração: IDESP.
16
Figura 5 - Mapa de localização dos focos de calor no estado do Pará em março de 2012.
Fonte: Queimadas/INPE
Elaboração: IDESP
17
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério de Ciência e Tecnologia. Ministério do meio ambiente.
Monitoramento de queimadas e incêndios, dez. 2010. Disponível em
<http://www.inpe.br/queimadas/> Acesso em: 10 de fev. 2012.
_______. Monitoramento de queimadas e incêndios, dez. 2011. Disponível em
<http://www.inpe.br/queimadas/> Acesso em: 14 de fev. 2012.
BRASIL. Ministério de Ciência e Tecnologia. Sistema Deter: detecção de desmatamento
em tempo real, dez. 2010. Disponível em <http://www.inpe.br/deter/> Acesso em: 14 de
fev. 2012.
_______. Sistema Deter: detecção de desmatamento em tempo real, dez. 2011.
Disponível em <http://www.inpe.br/deter/> Acesso em: 14 de fev. 2012.
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