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Diagnóstico da Situação dos Pactos Municipais
Locais do PMV nos Municípios Vinculados à Base
Local Tailândia
Contrato n.º: 01/2015-NEPMV
Objeto da Contratação: Contratação de empresa
especializada na realização de serviço de
monitoramento ambiental e monitoramento de
projetos, objetivando o fortalecimento da Gestão
Ambiental Municipal através do Projeto Municípios
Verdes/ Fundo Amazônia e os Pactos Locais
firmados pelo Programa Municípios Verdes –
NEPMV e os municípios Paraenses.
Contratada: Floram Engenharia e Meio Ambiente –
Ltda.
Produto: 3 – Diagnóstico da Situação dos Pactos
Municipais Locais do PMV nos Municípios
vinculados à Base Local Tailândia.
Maio/2016
FICHA TÉCNICA
IDENTIFICAÇÃO DO CONTRATO
Número do contrato: 010/2015 – NEPMV
Objeto da contratação: Contratação de empresa especializada na realização de serviço de monitoramento
ambiental e monitoramento de projetos, objetivando o fortalecimento da Gestão Ambiental Municipal através do
Projeto Municípios Verdes/ Fundo Amazônia e os Pactos Locais firmados pelo Programa Municípios Verdes –
NEPMV e os municípios Paraenses.
Contratante: Núcleo Executor do Programa Municípios Verdes
Contratado: Floram Engenharia e Meio Ambiente Ltda.
Produto: 3 – Diagnóstico da Situação dos Pactos Municipais Locais do PMV nos Municípios vinculados à Base
Local Tailândia.
IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL LEGAL PELO PRODUTO (CONTRATADA)
Razão social Floram Engenharia e Meio Ambiente Ltda
CNPJ: 02.479.401/0001-00
Inscrição Estadual: 010.775.497
Endereço: Rua 23 de Maio n° 140 – Centro – Eunápolis/BA
CEP: 45820-075
Telefone: (73) 3281-3190
Representante legal: Paulo Tarcísio Cassa Louzada
E-mail: paulo@floram.com.br
EQUIPE TÉCNICA RESPONSÁVEL
ESTA EQUIPE PARTICIPOU DA ELABORAÇÃO DO PRODUTO E RESPONSABILIZA-SE
TECNICAMENTE POR SUAS RESPECTIVAS ÁREAS
Paulo Tarcísio Cassa Louzada:
Eng. Agrônomo, MBA Internacional em Meio Ambiente e Mestre em Solos CREA/MG 34.536/D / Responsável
Legal / paulo@floram.com.br
Augusto Luciani Carvalho Braga:
Biólogo, MBA em Gestão Empresarial, Especializando em Direito Ambiental e Mestre em Ecologia Aplicada
CRBio 44.253/04-D / Coordenação técnica e produção de relatórios / augusto@floram.com.br
Samira Kuwar:
Eng. Florestal, Especialista em Auditoria e Perícia Ambiental CREA/RS 149889 / Coordenação setorial e
produção de relatórios / samira@floram.com.br
EQUIPE DE APOIO TÉCNICO
Ritaumaria Pereira:
Eng. Agrônoma, Mestre em Economia Aplicada, Doutora (PhD) em Geografia e Pós-doutorado em Ciências Ambientais CREA/BA 36529/D / Assessoria Técnica e Científica / rita@floram.com.br Antonio Ricardo Cassa Louzada:
Administrador, Especialista em Gestão Ambiental CRA/BA 9.749 / Assessoria Institucional / ricardo@floram.com.br Bruna Furtado
Engenheira Ambiental CREA/PA1514639661 / Apoio técnico e operacional em Belém e nas bases locais / basebelem.pmv@floram.com.br Ticiane Viana:
Engenheira Florestal CREA/BA 77993 / Produção de relatório / ticiane@floram.com.br Hybsen Silva Pinheiro:
Engenheiro Agrônomo CREA/BA 52.626/D / Produção técnica em geoprocessamento / pinheiro@floram.com.br Monica Vaz:
Engenheira Florestal / Técnico de referência na base local / basetailandia.pmv@floram.com.br
SUMÁRIO
1. APRESENTAÇÃO ........................................................................................................................................... 9
2. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................. 11
3. OBJETIVO .................................................................................................................................................... 15
4. METODOLOGIA ........................................................................................................................................... 17
4.1 Etapa de Identificação quanto a existência de pactos .......................................................................... 17
4.2 Levantamento de dados e atores de interesse ..................................................................................... 18
4.3 Etapa de tabulação e análise dos dados .............................................................................................. 20
5. PRODUTO .................................................................................................................................................... 23
5.1. Diagnóstico do Pacto - Moju ................................................................................................................. 23
5.1.1. Metas do Pacto e Situação Corrente ........................................................................................... 23
5.1.2. Grupo de Combate ao Desmatamento ........................................................................................ 27
5.1.3. Entraves à implantação do pacto ................................................................................................. 28
5.1.4. Principais sugestões para implementação do pacto .................................................................... 28
5.1.5. Proposições para o alcance das metas ....................................................................................... 28
5.2. Diagnóstico do Pacto -Tailândia ........................................................................................................... 30
5.2.1. Metas do Pacto e Situação Corrente ........................................................................................... 30
5.2.2. Grupo de Combate ao Desmatamento ........................................................................................ 34
5.2.3. Entraves à implantação do pacto ................................................................................................. 34
5.2.4. Principais sugestões para implementação do pacto .................................................................... 35
5.2.5. Proposições para o alcance das metas ....................................................................................... 35
5.3. Diagnóstico do Pacto - Goianésia do Pará ........................................................................................... 36
5.3.1. Metas do Pacto e Situação Corrente ........................................................................................... 36
5.3.2. Grupo de Combate ao Desmatamento ........................................................................................ 41
5.3.3. Entraves à implantação do pacto ................................................................................................. 41
5.3.4. Principais sugestões para implementação do pacto .................................................................... 41
5.3.5. Proposições para o alcance das metas ....................................................................................... 42
5.4. Diagnóstico do Pacto – Jacundá .......................................................................................................... 43
5.4.1. Metas do Pacto e Situação Corrente ........................................................................................... 43
5.4.2. Grupo de Combate ao Desmatamento ........................................................................................ 47
5.4.3. Entraves à implantação do pacto ................................................................................................. 47
5.4.4. Principais sugestões para implementação do pacto .................................................................... 47
5.4.5. Proposições para o alcance das metas ....................................................................................... 48
5.5. Diagnóstico do Pacto – Igarapé-Miri..................................................................................................... 49
5.5.1. Percepção quanto ao Pacto ........................................................................................................ 49
5.5.2. CAR ............................................................................................................................................. 53
5.5.3. Grupo de combate ao desmatamento ......................................................................................... 54
5.5.4. Entraves à implantação do pacto ................................................................................................. 54
5.5.5. Principais sugestões para implementação do pacto .................................................................... 55
5.5.6. Proposições para o alcance das metas ....................................................................................... 55
6. RECOMENDAÇÕES E/OU JUSTIFICATIVAS .............................................................................................. 57
7. DIFICULDADES E ENTRAVES .................................................................................................................... 61
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................................................... 63
9. RESPONSABILIDADE SOBRE O PRODUTO .............................................................................................. 65
10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................................................... 67
11. ANEXOS ................................................................................................................................................... 69
Lista de Quadros
Quadro 4.1 – Relação dos pactos por município e data de assinatura para a Base Local Tailândia..................... 18
Quadro 4.2 – Signatários do Pacto que responderam ao questionário.................................................................. 19
Lista de Figuras
Figura 5.1 – Área desmatada no município de Moju – INPE/PRODES ................................................................. 26
Figura 5.2 - Área desmatada no município de Tailândia – INPE/PRODES ........................................................... 33
Figura 5.3 - Área desmatada no município de Goianésia do Pará – INPE/PRODES ............................................ 39
Figura 5.4- Área desmatada no município de Jacundá – INPE/PRODES ............................................................. 45
Figura 5.5- Área desmatada no município de Igarapé-Miri – INPE/PRODES ........................................................ 52
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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1. APRESENTAÇÃO
O presente relatório é apresentado em atendimento ao contrato 010/2015
– NEPMV que tem como objeto a realização dos serviços de monitoramento ambiental
e monitoramento de projetos, objetivando o fortalecimento da gestão ambiental
municipal através do Programa Municípios Verdes/Fundo Amazônia, que resultaram
do Edital de Concorrência 005/2015.
Esta etapa corresponde ao diagnóstico da situação dos pactos municipais
locais do PMV nos municípios vinculados à base local de Tailândia, que corresponde
ao produto 03 do contrato 010/2015-NEPMV.O documento encontra-se estruturado
em 11 (onze) capítulos, incluindo está apresentação, que é o Capítulo 1 do relatório.
No Capítulo 2 são apresentados conceitos básicos importantes para
entendimento das atividades desenvolvidas pelo Programa Municípios Verdes (PMV).
Em seguida, no Capítulo 3 são apresentados os objetivos do diagnóstico dos Pactos.
No Capítulo 4 será descrita a metodologia utilizada para organização e
realização do diagnóstico.
A etapa de desenvolvimento, contendo o diagnóstico do pacto
propriamente dito é apresentada no Capítulo 5.
Os encaminhamentos e recomendações são apresentados no Capítulo 6.
Em seguida no Capítulo 7 são apresentadas as dificuldades encontradas para
realização do diagnóstico.
O Capítulo 8 traz as considerações finais sobre esta etapa, enquanto no
Capítulo 9 é apresentada a declaração de responsabilidade sobre o Produto.
No Capítulo 10 são apresentadas as referências bibliográficas que
subsidiaram a elaboração do relatório.
Encerrando o Relatório, são apresentados no Capítulo 11 os anexos,
contendo as evidências de cumprimento das atividades.
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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2. INTRODUÇÃO
O Programa Municípios Verdes teve sua inspiração na experiência bem-
sucedida do município de Paragominas que, em 2008, após ter sua história associada
a expansão de atividades econômicas que incentivavam desmatamento, lançou o
projeto “Paragominas - Município Verde”. O projeto tinha como objetivo enfrentar os
altos índices de desmatamento a partir da realização de um pacto com a sociedade
local e com diversas ações empreendidas por parceiros atuantes no município
(prefeitura, sindicatos dos produtores rurais, ONGs, trabalhadores, Ministério Público
Federal, dentre outros). Cinquenta e uma entidades atenderam ao chamado, e o
status do desmatamento começou a ser discutido com a sociedade civil (PMV, 2013).
Ainda em 2008, no final do ano, o pacto iniciado em Março foi posto à prova
quando, após o Instituto Brasileiro do Meio Ambiento e dos Recursos Naturais
Renováveis – Ibama apreender vários caminhões de madeira em terras indígenas
cometendo crime ambiental, houve revolta por parte dos exploradores ilegais
afetados. Os caminhões apreendidos foram roubados e queimados, assim como a
sede local do Ibama e veículos pertencentes a Secretaria Municipal de Meio. Mais
uma vez, como resultado da desordem provocada pelas ações dos madeireiros
ilegais, a sociedade foi convocada para reafirmar o pacto em prol de desmatamento
zero. A partir daí, em um ato inédito de parceria, o Sindicato dos Produtores Rurais
de Paragominas cedeu uma sala para a ONG The Nature Conservancy (TNC) dar
início ao processo de cadastramento das propriedades, e fez o município alcançar
mais de 90% de seu território privado com áreas cadastradas (PMV, 2013).
Os resultados desse trabalho pioneiro foram sentidos já em 2010, quando
postos de trabalho antes fechados, foram reabertos, dessa vez, voltados para a
produção sustentável, com melhor qualidade e em prol do desenvolvimento
sustentável. Foram anos difíceis para Paragominas, com perda de empregos e de
receita. Ainda em 2010, Paragominas foi o primeiro município da Amazônia a sair da
lista do desmatamento, ganhando status de Município Verde, após reduzir em mais
de 90% as taxas locais de desmatamento e degradação florestal, resultado de ampla
adesão ao Cadastro Ambiental Rural - CAR e ações da Operação Arco de Fogo do
Governo Federal, que inativou carvoarias e embargou propriedades listadas com
desmatamento ilegal (PMV, 2013).
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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Quase uma década após a primeira experiência bem-sucedida em
Paragominas, o Programa Municípios Verdes (PMV), criado em 2011, é um
consolidado programa do Governo do Pará, desenvolvido em parceria com a
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (SEMAS), o Ministério
Público Estadual (MPE), o Ministério Público Federal (MPF), o Instituto Brasileiro do
Meio Ambiento e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), os municípios, a
sociedade civil e a iniciativa privada.
O principal objetivo do PMV é combater o desmatamento e fortalecer a
produção rural sustentável por meio de ações estratégicas de ordenamento ambiental
e fundiário, com foco em pactos locais contra o desmatamento, implantação do
Cadastro Ambiental Rural (CAR) e estruturação da gestão ambiental municipal (PMV,
2016). O primeiro passo para a adesão ao PMV é a assinatura pelo município do
Termo de Compromisso (TC) com o Ministério Público Federal (MPF), visando dar
estabilidade jurídica e política ao programa (PMV, 2013). Dos cento e quarenta e
quatro municípios do estado do Pará, 107 já tiveram sua adesão consolidada ao
programa, superando a meta do PMV de atingir 100 municípios em 2015 (PMV, 2016).
Ao assinar o TC, o município se compromete com um conjunto de metas,
a serem monitoradas e validadas pelo PMV, e habilitando os municípios a receberem
benefícios como o desembargo ambiental, incentivos fiscais e prioridade na alocação
dos recursos públicos estaduais, nos termos da Resolução no 01/2012 do Comitê
Gestor do PMV. São sete as metas a serem cumpridas, as quais são: (1) Celebrar o
pacto local contra o desmatamento com a sociedade e governos locais; (2) Criar o
grupo de trabalho municipal de combate ao desmatamento ilegal; (3) Realizar as
verificações em campo dos focos de desmatamento ilegal e reportar ao programa; (4)
Manter a taxa anual de desmatamento abaixo de 40 km² (com base nos critérios do
Prodes/Inpe); (5) Possuir mais de 80% da área municipal cadastrada no Cadastro
Ambiental Rural (CAR); (6) Não fazer parte da lista dos municípios que mais
desmatam na Amazônia e; (7) Gestão Ambiental minimamente estruturada (PMV,
2013).
Como forma de alcançar seus objetivos, o pacto local de combate ao
desmatamento é uma das principais ferramentas e um dos primeiros passos para
colocar em prática as ações assumidas junto ao PMV. Este pacto é realizado de forma
voluntária e celebrado entre os gestores locais e representantes da sociedade civil,
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contendo ações e compromissos que permitam o alcance das metas do Programa
Municípios Verdes (PMV, 2013).
Para o monitoramento das atividades e dos Pactos Locais foram criadas
oito Bases Locais. A base local de Tailândia tem como municípios integrantes, os
municípios de Jacundá, Goianésia do Pará, Tailândia, Moju e Igarapé-Miri.
Esta região tem como histórico a pressão do extrativismo madeireiro e a
produção do carvão vegetal, o que ocasionou altas taxas de desmatamento nessa
região.
Devido às grandes pressões de combate aos crimes ambientais e as ações
da operação Arco do Fogo no município de Tailândia, em 2008, diversas madeireiras
foram fechadas e fornos clandestinos destruídos. Atualmente a região vive um
processo de transição de atividades produtivas, se destacando o agronegócio, em
especial as atividades de sojicultura, milhocultura e a dendeicultura.
Em termos de área de remanescente florestal, a base local de Tailândia
apresenta um total de 10.736,8 km² de vegetação1, representando para cada
município uma preservação de vegetação remanescente de 40,22% do território de
Goianésia do Pará, 50,21% do território de Igarapé-Miri, 14,27% do território de
Jacundá, 49,33% do território de Moju e 48,23% do território de Tailândia.
A partir da informação de remanescente florestal, ou ainda de acordo com
a pressão de desmatamento de cada município, é definida pelo PMV a classificação
de cada município e assim determinando as ações prioritárias para compor os pactos.
Os municípios são classificados em: Município Embargado, Sob Pressão,
Consolidado, Base Florestal, Monitorados e Sob Controle e Município Verde. A
definição de cada categoria é apresentada no item 4.1 do presente relatório.
1 Soma das áreas de remanescente florestal dos municípios da base local Tailândia.
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Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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3. OBJETIVO
O presente relatório tem como objetivo apresentar o diagnóstico da
situação dos pactos de cada município da base local Tailândia no que concerne ao
cumprimento dos compromissos assumidos. Almeja ainda apresentar o diagnóstico
dos municípios que não aderiram ao pacto visando construir uma análise mais
específica de acordo com a necessidade ambiental de cada município. Por fim,
objetiva-se propor ajustes para repactuação (nos municípios que tem pacto) e a
proposição de pactos mais adequados à realidade dos municípios que não possuem
pacto.
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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4. METODOLOGIA
4.1 Etapa de Identificação quanto a existência de pactos
Para esta etapa foi realizada a identificação do enquadramento dos
municípios da Base Local Tailândia, quanto a classificação do PMV. De acordo com
o grau de pressão de desmatamento e ao cumprimento das metas do Programa, são
cinco as classes de municípios adotadas pelo PMV: Município Embargado, Sob
Pressão, Consolidado, Base Florestal, Monitorados e Sob Controle e Município Verde.
(1) Os municípios embargados figuram na lista do MMA como municípios que mais
desmatam na Amazônia; (2) municípios sob pressão são aqueles que devido aos
índices de desmatamento correm risco de figurar na lista do MMA, esses altos índices
de desmatamento podem ser causados por grandes projetos de infraestrutura,
especulação por terra ou avanço de atividades econômicas; (3) municípios
consolidados possuem médio risco de desmatamento, possuem o desmatamento
consolidado na maior parte de seu território, com menos de 40 % de remanescente
florestal; (4) municípios de base florestal possuem baixo risco de desmatamento, além
de possuírem mais de 60 % de remanescente florestal; para os municípios dentro
dessa classificação o que determina que a principal estratégia nessas áreas é
fortalecer a economia florestal e; (5) municípios monitorados e sob controle são
aqueles que saíram da lista de municípios embargados pelo MMA e atenderam as
metas do PMV (PMV, 2013). Além disso, há ainda a classificação de “Municípios
Verdes”, que corresponde aqueles municípios que atenderam as metas do PMV, mas
que não necessariamente são ex-embargados.
Em seguida, foi verificado se cada município formalizou o pacto de combate
ao desmatamento, identificando aqueles com pacto formalizado e sem pacto
formalizado. No caso dos municípios com pacto formalizado foram analisadas a data
de assinatura do pacto, quais os signatários e qual a dinâmica ambiental que os pactos
abordavam.
Para os municípios que não tinham nenhum pacto formalizado buscou-se
identificar as características do contexto ambiental do município, de forma a subsidiar
a indicação de um modelo de pacto mais adequado a realidade local.
A base local de Tailândia, segundo a classificação do PMV relacionado a
pressão ao desmatamento e cumprimento das metas do Programa é composta da
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seguinte forma: 2 municípios Consolidados (Jacundá e Goianésia do Pará), 1
município de Base Florestal (Igarapé-Miri), 1 município Embargado (Moju) e 1
Município Verde (Tailândia).
Para os municípios que possuíam o pacto formalizado, foi solicitada a
Secretaria Municipal de Meio Ambiente (ou secretaria responsável pela gestão
ambiental municipal) o levantamento e envio das evidências que comprovasse o
atendimento dos compromissos assumidos.
4.2 Levantamento de dados e atores de interesse
O levantamento das informações que compõe o diagnóstico da situação
dos pactos foi realizado através da aplicação de questionários semiestruturados,
compostos por questões objetivas e subjetivas. Os questionários foram elaborados
considerando dois cenários de referência: (i) municípios com pacto formalizado; (ii)
municípios sem pacto.
No caso da Base Local Tailândia, quatro municípios assinaram o Pacto pela
Redução do Desmatamento e Regularização Ambiental e um não possui pacto
(Quadro 4.1).
Quadro 4.1 – Relação dos pactos por município e data de assinatura para a Base Local Tailândia
Município Tipo de Pacto Data de Assinatura
Tailândia Pacto pela Redução do Desmatamento e Regularização Ambiental
06/05/2011
Moju Pacto pela Redução do Desmatamento e Regularização Ambiental
28/02/2012
Jacundá Pacto pela Redução do Desmatamento e Regularização Ambiental
30/03/2011
Goianésia do Pará Pacto pela Redução do Desmatamento e Regularização Ambiental
29/03/2011
Igarapé-Miri Sem pacto -
Fonte: PMV (2016).
Assim, nessa base, foram utilizados dois modelos de questionários (com
pacto e sem pacto) conforme o perfil dos municípios.
Os questionários aplicados tinham uma abordagem diferenciada e
específica para cada município buscando as informações pertinentes para a
repactuação ou para a elaboração do pacto.
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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O questionário aplicado nos municípios com pacto formalizado buscou
apontar e evidenciar os compromissos assumidos pelos signatários; as dificuldades
encontradas na implementação do pacto, considerando a realidade do município e as
possibilidades de melhorias para o cumprimento dos pactos.
Já o questionário aplicado para o município sem pacto abordou questões
para se identificar os motivos de sua não formalização, bem como qual modelo de
pacto seria mais adequado ao município, inclusive, quais seriam os possíveis
signatários.
Buscou-se, sempre que possível, entrevistar pelo menos cinco atores de
interesse dos municípios, que representassem diferentes instituições da governança
ambiental local, tanto do poder público, como da sociedade civil e, quando existente,
da iniciativa privada. No caso dos municípios que já tinham pacto formalizado, os
atores identificados eram obrigatoriamente das instituições signatárias do pacto
vigente. Sempre que possível, os atores foram organizados da seguinte forma: três
representantes do poder público e dois da sociedade civil organizada. Contudo este
arranjo não era obrigatório, uma vez que as pessoas a serem entrevistadas
dependiam tanto da sua presença enquanto signatário de pacto, quanto da sua
disponibilidade em responder ao questionário.
A relação das instituições pesquisadas na Base Local Tailândia é
apresentada no Quadro 4.2.
Quadro 4.2 – Signatários do Pacto que responderam ao questionário
Município Esfera Instituição
Tailândia
Governamental Secretaria Municipal de Meio Ambiente
Sociedade Civil Organizada
Cooperativa Agropecuária de Tailândia (COAGROTAI)
Sindicato dos Madeireiros de Tailândia - SINDIMATA
Sindicato dos trabalhadores nas Indústrias Madeireiras, Movelaria, Olaria e Construção. (SITRIMOTTOC)
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
Moju
Governamental
Câmara Municipal de Vereadores
Secretaria Municipal de Meio Ambiente
Sociedade Civil Organizada
Sindicato das Industrias Madeireiras de Moju- SINDIMATA
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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Quadro 4.2 – Signatários do Pacto que responderam ao questionário
Município Esfera Instituição
Igarapé-Miri
Governamental
EMATER
Prefeitura Municipal de Igarapé-Miri
Secretaria de Meio Ambiente
Sociedade Civil Organizada
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
Sindicato dos Produtores Rurais
Jacundá
Governamental
Prefeitura Municipal
Secretaria de Meio Ambiente
Sociedade Civil Organizada
Sindicato dos Produtores Rurais
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
Goianésia do Pará
Governamental
Prefeitura Municipal
Secretaria de Meio Ambiente
Sociedade Civil Organizada
Sindicato das Industrias Madeireiras de Goianésia do Pará
Sindicato dos Agricultores e Agricultoras da Agricultura familiar
Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais
Fonte: Floram (2016). Questionários aplicados aos signatários dos pactos
Anteriormente à visita do técnico da base local, foi solicitada via telefone e
e-mail para os representantes das Secretarias Municipais de Meio Ambiente a
providência de cópias e/ou envio das evidências de forma antecipada para aumentar
a eficácia das entrevistas. As evidências solicitadas foram: Ata das reuniões dos
signatários do Pacto, Ata de reunião do Grupo de Combate ao Desmatamento, fotos
da assinatura do Pacto e das reuniões, evidências de cumprimento do CAR, entre
outras. Para as evidências que não foram enviadas de forma antecipada, as mesmas
foram solicitadas durante a entrevista.
4.3 Etapa de tabulação e análise dos dados
De acordo com a modalidade do município em relação a formalização do
pacto foi direcionada a análise de dados. Para os municípios com pacto assinado
(Tailândia, Moju, Goianésia do Pará e Jacundá) os dados foram organizados e
tabulados como forma de obter informações a respeito da efetividade do cumprimento
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
Página 21
dos compromissos assumidos, as dificuldades encontradas para atingir as metas
estabelecidas, as soluções e alternativas propostas para o alcance das metas e
propostas de adequação do pacto considerando a realidade ambiental do município.
Já para o município sem pacto assinado (Igarapé-Miri), os dados foram organizados
e tabulados de forma a identificar as necessidades ambientais do município e assim
identificar os compromissos a serem assumidos no pacto, bem como traçar uma
projeção do alcance do município nas metas hoje presentes nos pactos com o PMV,
caso o mesmo fosse signatário.
Após a tabulação e organização dos dados coletados nos questionários,
foram apresentadas as características do pacto em cada município afim de guiar os
municípios signatários em direção aos ajustes necessários nos seus pactos ou
repactuar seus compromissos. Nesses casos, foram previstas as estratégias que
devem ser adotadas em cada município para que a repactuação ou eventuais ajustes
a implementação dos compromissos dos pactos possam ser cumpridos.
Para o município não signatário do pacto (Igarapé-Miri), foi previsto o
modelo de pacto mais adequado à realidade local (tendo por base a classificação do
município na lista do PMV – Florestal), prevendo, inclusive, a indicação dos atores
municipais com perfil para serem signatários do pacto.
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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5. PRODUTO
5.1 Diagnóstico do Pacto - Moju
O Município de Moju assinou o Termo de Compromisso com o Ministério
Público Federal, em março de 2011 e o Pacto para Redução do Desmatamento e
Regularização Ambiental em 2012. O pacto contém 35 signatários, com
representações do poder público e da sociedade civil organizada (Anexo 1). Além
disto, é participante do PMV, porém, não assinou, até a presente data, o Acordo
específico com o Programa.
5.1.1 Metas do Pacto e Situação Corrente
Para o município de Moju os compromissos assumidos no pacto são:
1) promover a redução do desmatamento a menos de 40 km² ano e 100% do Cadastro
Ambiental Rural; 2) As entidades empresariais signatárias se comprometem a utilizar,
comercializar e industrializar somente produtos legais devidamente licenciados; na
exploração de qualquer atividade econômica utilizar somente meios permitidos
legalmente e que menos causam impactos ao meio ambiente; observar na exploração
das atividades econômicas no município, o estrito cumprimento das leis trabalhistas;
3) Mobilizar e articular novas adesões ao pacto; 4) Sugerir mudanças nos termos
deste instrumento desde que visem o melhor cumprimento e aprimoramento de seus
dispositivos; 5) A supressão de florestas nativas somente será permitida mediante
licença concedida pela autoridade ambiental; 6) Devem ser desenvolvidos campanhas
de conscientização e/ou divulgação junto aos consumidores, fornecedores e clientes
sobre os compromissos assumidos e da importância da preservação do meio
ambiente; 7) Novas entidades governamentais, não governamentais e instituições de
pesquisa poderão aderir ao pacto visando auxiliar no seu cumprimento
Para facilitar o entendimento, a análise dos questionários (Anexo 2) se deu
por itens temáticos:
a) Avaliação do Cumprimento das Metas
Ao se analisar as respostas aos questionários, observar-se que não há um
consenso entre os entrevistados quanto as metas que foram cumpridas dentro do
pacto. Inclusive, um dos entrevistados, o do SINDIMATA, opinou que nenhuma das
metas havia sido cumpridas. Contudo, dois entrevistados, entre eles o representante
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
Página 24
da Secretaria de Meio Ambiente, pontuou que a redução do desmatamento abaixo de
40 km² foi cumprida. Esta última afirmação corrobora com os dados oficiais fornecidos
pelo PRODES, que indicam que a taxa de desmatamento em Moju foi de 24,80 km²,
considerando os dados de 2013/2014, que é o mais atual disponibilizado pelo
PRODES.
Dois atores também concordaram quanto a cláusula 6ª - relativa a
campanhas de conscientização sobre a importância da preservação ambiental - como
compromisso que vem sendo cumprido pelo município (Anexo 3).
Quanto aos compromissos que foram considerados parcialmente
cumpridos, todos concordaram que não houve o alcance dos 100% do CAR (parte
integrante da cláusula 1ª) e da realização de supressão de vegetação nativa mediante
autorização do órgão ambiental (cláusula 5ª). Já em relação ao cumprimento das leis
trabalhistas, comercialização e industrialização de produtos legais e campanhas de
conscientização, não houve consenso entre os entrevistados quanto ao seu status de
execução.
Finalmente, no que concerne aos compromissos que não foi dado nenhum
andamento, houve consenso entre os entrevistados para as cláusulas 4ª e 7ª, que
dizem respeito a se sugerir mudanças nos termos do pacto e adesão de novas
entidades ao pacto, respectivamente.
A análise quantitativa do alcance das metas não foi possível por não haver
um consenso das respostas entre os entrevistados.
b) Reuniões entre os signatários
A ausência de consenso entre os entrevistados é recorrente no que
concerne a eventual existência de reuniões entre os signatários. Embora dois
entrevistados tenham afirmado existir reuniões, um deles informou não saber em que
frequência elas ocorriam, pois ele havia ido apenas a algumas reuniões; o segundo
entrevistado afirmou que houve apenas a reunião inaugural. Os outros entrevistados
informaram não haver reuniões entre os signatários.
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
Página 25
c) Situação do CAR no Município
a) Todos os entrevistados sabem que o município não atingiu os 100% do CAR.
Porém, existem divergências entre os percentuais de atendimento informado
pelos entrevistados. Os valores variaram de 67% a 82%.
b) Segundo a informação oficial da SEMAS, extraída do site do PMV
(http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo/1504703), para janeiro de 2016,
o percentual de CAR no município está em 69,71%, valor próximo ao que foi
informado pela Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente
(SECTEMA) (67%).
c) De acordo com o único entrevistado que afirmou que o município havia atingido
os 80% de CAR - informação que se mostrou equivocada – os aspectos de
logística foram a principal dificuldade para o cumprimento da meta.
d) Segundo os entrevistados, as principais vantagens na realização do CAR são:
a conscientização dos produtores o acesso ao crédito; o melhor conhecimento
da propriedade por parte do produtor; o desenvolvimento do município e o
combate ao desmatamento. No anexo 6, por exemplo, são apresentadas
fotografias de campanhas realizadas junto a pequenos produtores locais para
a conscientização quanto a importância do CAR.
Cabe destacar que a análise mais detalhada da situação do CAR no
município será apresentada no Produto 5.
d) Desmatamento menor que 40 km²
Conforme informado anteriormente, segundo os dados mais atuais
disponibilizados pelo PRODES (PRODES, 2014), a taxa anual de desmatamento no
município de Moju está em está em 24,80 km² (Figura 5.1), ou seja, abaixo dos valores
definidos na Meta (40 km²).
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
Página 26
Figura 5.1 – Área desmatada no município de Moju – INPE/PRODES
Fonte: PMV (2016).
Segundo os entrevistados são apontados diferentes fatores para a redução
do desmatamento, dentre eles, a diminuição da mão de obra familiar e,
consequentemente, da agricultura familiar; além das taxas de desmatamento estarem
de acordo com a necessidade do município.
Quanto ao desmatamento ainda presente no município este é apontado,
pelos entrevistados, como consequência das atividades agrícolas (inclusive
agricultura familiar, em especial o cultivo de mandioca), pecuária e atividades
madeireiras.
Quanto às novas atividades econômicas que possam estar causando
desmatamento, também houve divergências entre os entrevistados. Dois deles
apontaram que o cultivo de dendê tem contribuído para o desmatamento, bem como
foi citado pelos demais entrevistados, também, o avanço da cultura de grãos.
Contudo, o representante da Secretaria de Meio Ambiente argumentou que o dendê
é plantado em áreas já desmatadas, e que assim, não estaria contribuindo para o
desmatamento. Ainda de acordo com a Secretaria, não há atividades novas no
município que têm contribuído para o desmatamento.
Entre os principais entraves no combate ao desmatamento foram
apontados pelos entrevistados: a dificuldade de se regularizar o desenvolvimento do
agronegócio na região; entraves de cunho político; a ausência de rotatividade na
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
Página 27
agricultura, levando os produtores a constante abertura de novas áreas de cultivo;
além dos sérios problemas relacionados a logística - o que foi apontada pela
SECTEMA como principal entrave no combate ao desmatamento.
Cabe ressaltar que a análise detalhada (causas e efeitos) da dinâmica do
desmatamento será apresentada no Produto 5.
e) Aspectos fundiários
Nenhum dos entrevistados soube precisar com clareza o percentual das
propriedades que se encontram devidamente regularizadas do ponto de vista
fundiário. Apenas um entrevistado estimou o valor de 15% das propriedades com
regularização fundiária, porém disse não ter convicção do número, apenas de que é
baixo.
Esta incerteza quanto à situação fundiária corrobora com o apontado pelos
entrevistados de que este é um dos principais fatores que dificultam o combate ao
desmatamento.
f) Recebimento de boletins de desmatamento e fiscalização
Quanto ao recebimento dos boletins de desmatamento, apenas o
representante da SECTEMA souber responder a pergunta. Segundo ele, o
recebimento dos boletins ocorre em frequência mensal e a conferência em campo
geralmente é realizada, mas fica na dependência da existência de logística que
permita sua realização. Após a verificação em campo, segundo o entrevistado, é
elaborado um relatório (Anexo 4), sendo posteriormente encaminhado ao Ministério
Público local, IMAZON, SEMAS e, quando identificado para o proprietário. Este último
também irá receber o auto de infração.
5.1.2 Grupo de Combate ao Desmatamento
O município possui o Grupo de Combate ao Desmatamento (GCD), que foi
criado em 23/08/2012, através do Decreto Municipal 043/2012 (Anexo 5). Embora
conste no decreto a composição do GCD, os entrevistados não souberam apontar
qual sua atual composição. De acordo com as respostas do questionário, o grupo
surgiu em atendimento a legislação, bem como para ajudar o município no combate
ao desmatamento. As dificuldades apontadas para o desenvolvimento do grupo foram
a ausência de reuniões – embora o decreto preveja reuniões mensais - para
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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organização das atividades e atendimento das metas, além da necessidade de o
grupo adotar uma abordagem mais técnica e menos política. Assim, para que o GCD
cumpra seu papel é necessário, segundo os entrevistados, a disponibilização de
logística adequada, além da realização de reuniões periódicas para o delineamento
das ações e metas a serem cumpridas pelo grupo.
5.1.3 Entraves à implantação do pacto
Foram realizados vários apontamentos, pelos entrevistados, quanto às
dificuldades e críticas ao pacto, entre elas: a dificuldade de comunicação entre
signatários e público alvo do pacto; ausência de reuniões entre os signatários;
ausência de conscientização ambiental da população, em especial dos produtores
rurais; a falta de gestão, equipamento e capacidade técnica dos órgãos de meio
ambiente; as dificuldades e restrições de logística; a mobilização dos produtores rurais
para a causa ambiental; a ausência de fiscalização e pressão do município para o
cumprimento da legislação ambiental; falta de interesse da população pelos assuntos
relacionados ao combate contra o desmatamento; dificuldades para reunião do
Conselho de Meio Ambiente.
5.1.4 Principais sugestões para implementação do pacto
Outros pontos levantados, pelos entrevistados, que deverão constar da
repactuação foram: definir responsabilidades dentro dos itens do pacto; dar mais
direcionamento as ações previstas; promover a realização de capacitações por parte
do Estado; definir um representante para ficar à frente da gestão do pacto; acrescer
novas entidades ao pacto, principalmente no âmbito estadual; abordar questões
relativas ao reflorestamento e situação pesqueira; e focar na execução do CAR.
5.1.5 Proposições para o alcance das metas
Além das sugestões realizadas pelos signatários que foram entrevistados,
devem-se vislumbrar algumas proposições para que o processo de repactuação se
materialize em um pacto que seja exequível e aplicável à realidade do município.
Estas proposições, foram delineadas considerando o horizonte de 4 anos para
atendimento das metas do pacto. As proposições serão alvo de discussão junto aos
atores de interesse que participarão das reuniões para apresentação do diagnóstico
da situação do pacto (Produto 4). Desta forma, com base no diagnóstico da situação
do pacto, são realizadas as seguintes proposições:
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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Eleger um representante entre as instituições signatárias como gestor local do
pacto. Recomenda-se que o representante e/ou comitê seja eleito na reunião
de repactuação. Prever que os representantes envolvam membros da
SEMMA, iniciativa privada e setor produtivo;
Mobilizar potenciais signatários que efetivamente sejam de instituições
relacionadas a atual dinâmica ambiental do município e que suas atividades
tenham interferência direta com o cumprimento das metas estabelecidas no
pacto;
Prever no documento do pacto a elaboração de um Plano de Ação para
atendimento do pacto, cuja elaboração poderá ser providenciada juntamente
com a primeira campanha de monitoramento. No plano deverão constar as
ações para que as metas sejam alcançadas no horizonte de 4 anos
estabelecidos nos pactos;
Estabelecer uma frequência mínima e ritos para realização das reuniões dos
signatários dos pactos;
Dar publicidade as autorizações de supressão de vegetação nativas emitidas
pela SEMMA e/ou SEMAS no município;
Prever a participação de representantes do setor governamental como
signatários do pacto de forma a viabilizar e intermediar a viabilização do CAR
nas áreas dos pequenos proprietários (até 4 módulos fiscais);
Envolver a secretaria de comunicação (ou órgão equivalente no município),
secretaria de educação, secretaria de agricultura e secretaria de assistência
social como multiplicadores das campanhas de conscientização ambiental,
com temas voltados para o desenvolvimento sustentável e prevenção do
desmatamento;
Prever como ações do pacto, incentivos a recuperação de áreas degradadas,
e propor mecanismos de adesão ao Programa de Regularização Ambiental
com alternativas de uso sustentável para as áreas anteriormente desmatadas;
Prever a reativação das atividades e interações do Grupo de Combate ao
Desmatamento.
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5.2 Diagnóstico do Pacto -Tailândia
O Município de Tailândia assinou o Termo de Compromisso com o
Ministério Público Federal, em janeiro de 2011 e o Pacto para Redução do
Desmatamento e Regularização Ambiental em 2011, o qual conta 40 signatários
(Anexo 7). Além disto, é participante do PMV, porém, não assinou, até a presente
data, o Acordo específico com o Programa.
5.2.1 Metas do Pacto e Situação Corrente
Para o município de Tailândia as metas do pacto são:
1) promover a redução do desmatamento a menos de 40 km² ano e 100% do Cadastro
Ambiental Rural; 2) As entidades empresariais signatárias se comprometem a utilizar,
comercializar e industrializar somente produtos legais devidamente licenciados; na
exploração de qualquer atividade econômica utilizar somente meios permitidos
legalmente e que menos causam impactos ao meio ambiente; observar na exploração
das atividades econômicas no município, o estrito cumprimento das leis trabalhistas;
3) Mobilizar e articular novas adesões ao pacto; 4) Sugerir mudanças nos termos
deste instrumento desde que visem o melhor cumprimento e aprimoramento de seus
dispositivos; 5) A supressão de florestas nativas somente será permitida mediante
licença concedida pela autoridade ambiental; 6) Devem ser desenvolvidos campanhas
de conscientização e/ou divulgação junto aos consumidores, fornecedores e clientes
sobre os compromissos assumidos e da importância da preservação do meio
ambiente; 7) Novas entidades governamentais, não governamentais e instituições de
pesquisa poderão aderir ao pacto visando auxiliar no seu cumprimento.
Para facilitar o entendimento, a análise dos questionários (Anexo 8) se deu
por itens temáticos:
a) Avaliação do Cumprimento das Metas
Ao se comparar as respostas entre os entrevistados, observa-se que
existem diferenças quanto a percepção do atendimento dos compromissos assumidos
no pacto. A exceção se faz apenas para o compromisso de redução do desmatamento
para até 40 km² - parte integrante da cláusula 1ª -, para a qual todos os entrevistados
disseram estar sendo cumprido integralmente.
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No caso de realização de 100% do CAR – a outra parte integrante da
cláusula 1ª -, ficou perceptível que todos os entrevistados também concordam que o
compromisso não foi completamente cumprido.
Quanto a supressão de vegetação apenas com autorização (clausula 5ª)
houve divergências quanto a seu cumprimento, sendo que dois entrevistados,
inclusive a própria Secretaria Municipal de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente
(SECTMA), apontaram que o compromisso está sendo integralmente cumprido; um
entrevistado apontou que ela está sendo parcialmente cumprida e o outro informou
que a supressão de vegetação continua sendo realizada sem obtenção de
autorização.
Em relação a campanhas de conscientização (clausula 6ª) também houve
divergências quanto ao seu cumprimento, havendo respostas de que ela está sendo
parcialmente cumprida (Anexo 9) e outras de que não está sendo realizado nada para
seu atendimento.
Quanto a cláusula 2ª que trata da utilização, comercialização somente de
produtos de origem legal, bem como do cumprimento das leis trabalhistas e ainda da
garantia das atividades do município estarem devidamente licenciadas, houve
divergência de opinião entre os entrevistados. Dois deles, SINDIMATA e Sindicato dos
Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR), consideram como uma meta que se
encontra em andamento. Enquanto que a Cooperativa da Agropecuária
(COAGROTAI) e o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Madeireira, Movelaria,
Olaria e Construção (SITRIMOTTOC) consideram essa meta cumprida em sua
totalidade. Em anexo (Anexo 12 e 14) se pode encontrar cópias das licenças de
operação das atividades exercidas no município e os acordos coletivos dos sindicatos
que forneceram como evidência para atendimento desta meta.
Quanto ao restante dos compromissos assumidos no pacto, os
entrevistados entenderam que eles não têm sido cumpridos.
As principais dificuldades apontadas no cumprimento dos pactos foi a
ausência de articulação entre os signatários, problemas de comunicação, a ausência
de condições para o pequeno produtor, a falta de compromissos das instituições
signatárias; a ausência de reuniões e união entre os signatários.
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A análise quantitativa do alcance das metas não foi possível por não haver
um consenso das respostas entre os entrevistados.
b) Reuniões entre os signatários
Foi unânime entre os entrevistados sobre a atual inexistência de reuniões
entre os signatários, o que corrobora com as dificuldades apontadas para o
cumprimento dos compromissos assumidos no pacto. Ainda assim, alguns
entrevistados informaram que algumas reuniões foram realizadas há mais de três
anos, porém houve um pequeno número de participantes. Contudo um dos
entrevistados afirmou que nunca houve reunião entre os signatários.
c) Situação do CAR no Município
e) De acordo com os entrevistados, em torno de 90% dos imóveis rurais estão
cadastrados no CAR. Oficialmente, segundo informações da SEMAS, extraídas
do site do PMV (http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo) são 85,62% da
área cadastrada.
f) Segundo os entrevistados, as vantagem do CAR estão relacionadas a
legalização da propriedade; regularização fundiária; monitoramento das
atividades rurais e maior facilidade para o apoio técnico.
d) Desmatamento menor que 40 km²
De acordo com informações mais atuais do PRODES (PRODES, 2014), a
taxa anual de desmatamento em Tailândia está em 9,70 km².
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Figura 5.2 - Área desmatada no município de Tailândia – INPE/PRODES
Fonte: PMV (2016).
Segundo os entrevistados a redução no desmatamento é fruto do
fechamento de carvoarias e serrarias que atuavam na região. Contudo, os
desmatamentos ainda persistentes estão relacionados às atividades agropecuárias.
Um dos entrevistados informou que o cultivo do dendê vem crescendo no município,
o que o tem tornado um novo elemento desencadeador do desmatamento
Entre os principais entraves ao combate do desmatamento, segundo os
entrevistados, está a falta de regularização fundiária; ausência de zoneamento
ecológico; uma maior aproximação e diálogo entre a fiscalização ambiental e o setor
produtivo; maior apoio do governo; a conscientização por parte dos produtores; a
mecanização da agricultura, inclusive da agricultura familiar; incentivos para reduzir o
desmatamento e fomentar as florestas plantadas para produção de carvão.
Cabe ressaltar que a análise detalhada (causas e efeitos) da dinâmica do
desmatamento será apresentada no Produto 5.
e) Aspectos fundiários
Nenhum dos entrevistados soube precisar com clareza o percentual das
propriedades que se encontram devidamente regularizadas do ponto de vista
fundiário. As estimativas variam de 10% a 40%, mas a maioria acredita que está
próximo aos 10%.
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A incerteza quanto à situação fundiária corrobora com o apontado pelos
entrevistados de que este é um dos principais fatores que dificultam o combate ao
desmatamento.
f) Recebimento de boletins de desmatamento e fiscalização
Todos os entrevistados responderam que o município recebe os boletins
de desmatamento e realiza a verificação em campo com frequência mensal. Quanto
aos encaminhamentos após a verificação, somente o Secretário Municipal de Meio
Ambiente soube informar o procedimento completo. Os demais entrevistados citaram
de forma aleatória alguns encaminhamentos, com exceção do SITRIMOTTOC e do
STTR que não souberam informar a respeito. Realizando uma compilação das
respostas, temos que o encaminhamento dado é a elaboração de um relatório de
verificação (Anexo 10), o qual é encaminhado ao Ministério Público Federal e local,
ao IBAMA, SEMAS, PMV e IMAZON. Quando o proprietário é encontrado na área é
realizada a abertura de um processo administrativo e punitivo.
5.2.2 Grupo de Combate ao Desmatamento
O município possui o GCD, o qual é composto pelos mesmos integrantes
do Conselho Municipal de Meio Ambiente. Segundo o representante da Secretaria de
Meio Ambiente faz-se necessária a eleição de novos membros do GCD, tendo em
vista o prazo de validade da última eleição estar vencido. Além disto, o grupo também
não está ativo.
5.2.3 Entraves à implantação do pacto
Segundo os entrevistados, apesar de todas as entidades signatárias do
pacto ainda estarem ativas, foi informado que as mesmas não trabalham em conjunto
para fazer o pacto avançar. Não há interação de nenhuma forma entre os signatários,
sendo que todos os entrevistados destacaram a falta de articulação entre os
signatários como entrave ao desenvolvimento do pacto.
Os demais problemas e dificuldades relatadas pelos entrevistados foram a
ausência de comunicação e divulgação do pacto; alternativas e apoio técnico para o
desenvolvimento da agricultura; falta de compromisso dos signatários e instituições
com o combate ao desmatamento e ao meio ambiente de forma geral e a subjetividade
que o texto do pacto apresenta.
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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5.2.4 Principais sugestões para implementação do pacto
Outros pontos levantados pelos entrevistados que deverão constar da
repactuação foram: especificar os signatários com a definição das responsabilidades,
prazos e fiscalização das ações previstas no pacto; acrescentar incentivos às
empresas e produtores que cumprirem as ações previstas; incluir cláusulas sobre o
licenciamento.
5.2.5 Proposições para o alcance das metas
Além das sugestões realizadas pelos signatários que foram entrevistados,
devem-se vislumbrar algumas proposições para que o processo de repactuação se
materialize em um pacto que seja exequível e aplicável à realidade do município.
Estas proposições, foram delineadas considerando o horizonte de 4 anos para
atendimento das metas do pacto. As proposições serão alvo de discussão junto aos
atores de interesse que participarão das reuniões para apresentação do diagnóstico
da situação do pacto (Produto 4). Desta forma, com base no diagnóstico da situação
do pacto, são realizadas as seguintes proposições:
Eleger um representante entre as instituições signatárias como gestor local do
pacto. Recomenda-se que o representante e/ou comitê seja eleito na reunião
de repactuação. Prever que os representantes envolvam membros da
SEMMA, iniciativa privada e setor produtivo;
Mobilizar potenciais signatários que efetivamente sejam de instituições
relacionadas a atual dinâmica ambiental do município e que suas atividades
tenham interferência direta com o cumprimento das metas estabelecidas no
pacto;
Prever no documento do pacto a elaboração de um Plano de Ação para
atendimento do pacto, cuja elaboração poderá ser providenciada juntamente
com a primeira campanha de monitoramento. No plano deverão constar as
ações para que as metas sejam alcançadas no horizonte de 4 anos
estabelecidos nos pactos;
Estabelecer uma frequência mínima e ritos para realização das reuniões dos
signatários dos pactos;
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Dar publicidade as autorizações de supressão de vegetação nativas emitidas
pela SEMMA e/ou SEMAS no município;
Prever a participação de representantes do setor governamental como
signatários do pacto de forma a viabilizar e intermediar a viabilização do CAR
nas áreas dos pequenos proprietários (até 4 módulos fiscais);
Envolver a secretaria de comunicação (ou órgão equivalente no município),
secretaria de educação, secretaria de agricultura e secretaria de assistência
social como multiplicadores das campanhas de conscientização ambiental,
com temas voltados para o desenvolvimento sustentável e prevenção do
desmatamento;
Prever como ações do pacto, incentivos a recuperação de áreas degradadas,
e propor mecanismos de adesão ao Programa de Regularização Ambiental
com alternativas de uso sustentável para as áreas anteriormente desmatadas;
Prever a reativação do Conselho de Meio Ambiente e junto o Grupo de
Combate ao Desmatamento.
5.3 Diagnóstico do Pacto - Goianésia do Pará
O Município de Goianésia do Pará assinou o Termo de Compromisso com
o Ministério Público Federal, fevereiro de 2011, e o pacto para Redução do
Desmatamento e Regularização Ambiental em 2011, o qual contou com 19 signatários
(Anexo 16). Além disto, é participante do PMV, porém, não assinou, até a presente
data, o Acordo específico com o Programa.
5.3.1 Metas do Pacto e Situação Corrente
Para o município de Goianésia do Pará as metas do pacto são:
1) promover a redução do desmatamento a menos de 40 km² ano e 100% do Cadastro
Ambiental Rural; 2) As entidades empresariais signatárias se comprometem a utilizar,
comercializar e industrializar somente produtos legais devidamente licenciados; na
exploração de qualquer atividade econômica utilizar somente meios permitidos
legalmente e que menos causam impactos ao meio ambiente; observar na exploração
das atividades econômicas no município, o estrito cumprimento das leis trabalhistas;
3) Mobilizar e articular novas adesões ao pacto; 4) Sugerir mudanças nos termos
deste instrumento desde que visem o melhor cumprimento e aprimoramento de seus
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dispositivos; 5) A supressão de florestas nativas somente será permitida mediante
licença concedida pela autoridade ambiental; 6) Devem ser desenvolvidos campanhas
de conscientização e/ou divulgação junto aos consumidores, fornecedores e clientes
sobre os compromissos assumidos e da importância da preservação do meio
ambiente; 7) Novas entidades governamentais, não governamentais e instituições de
pesquisa poderão aderir ao pacto visando auxiliar no seu cumprimento.
Para facilitar o entendimento, a análise dos questionários (Anexo 17) se
deu por itens temáticos:
a) Avaliação do Cumprimento das Metas
Como observado em outros municípios, também não houve consenso entre
os entrevistados a respeito de quais metas dos pactos estavam sendo cumpridas.
Quatro dos cinco entrevistados informaram que a cláusula 2ª foi
completamente atendida, conforme evidências de Licenças Ambientais apresentadas
no Anexo 21. O único que não apresentou esta resposta foi o representante do
Sindicato dos Trabalhadores Rurais (STTR), afirmando inclusive que a cláusula 2ª não
foi cumprida no município.
O representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Saneamento
(SEMASA)confirmou, por meio do questionário, que o município cumpriu a meta de
manter o desmatamento abaixo dos 40 km² anual (parte integrante da cláusula 1ª), o
que é, de fato, confirmado pelo PRODES, para o período 2013/2014, onde foi
registrado 23,20 km² de áreas desmatadas em Goianésia do Pará.
Aos se abordar aquelas metas que haviam sido parcialmente cumpridas,
quatro entrevistados informaram que o CAR foi iniciado, porém não alcançou sequer
a meta do Termo de Compromisso com MPF, que era de 80%, tampouco a dos 100%
do pacto. Três entrevistados, entre eles o representante da Secretaria de Meio
Ambiente, informaram que a cláusula 5ª (supressão de vegetação apenas com
emissão de autorização do órgão ambiental) vem sendo parcialmente atendida no
município. Quatro entrevistados informaram que as campanhas de conscientização
ambiental também têm sido parcialmente realizadas (Anexo 18), uma vez que elas
têm se concentrado mais internamente em algumas instituições, como no caso dos
STTR.
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Quanto às metas em que não houve nenhum avanço para seu
cumprimento, todos os entrevistados concordaram que o compromisso relativo à
busca de novas adesões não foi cumprido. Quanto aos demais compromissos houve
divergências entre os entrevistados, quanto o atendimento ou não dos mesmos.
A análise quantitativa do alcance das metas não foi possível por não haver
um consenso das respostas entre os entrevistados.
b) Reuniões entre os signatários
Foi unânime entre os entrevistados sobre a inexistência de reuniões entre
os signatários do pacto, o que corrobora com as dificuldades apontadas para o
cumprimento dos compromissos assumidos.
c) Situação do CAR no Município
g) Conforme apontado anteriormente, o município não atingiu a meta dos 80% do
termo de compromisso junto ao MPF 100%, tampouco os do CAR como
compromisso específico do pacto.
h) Apenas um entrevistado, o representante do Sindicato dos Trabalhadores na
Agricultura Familiar(SINTRAF), disse que o município já havia atingido 80% de
CAR. Entre os demais entrevistados, todos sabem que os 80% ainda não
haviam sido alcançados, sendo que dois não souberam informam o percentual
alcançado e outros dois afirmaram que estava próximo aos 70%. Este
percentual se aproxima do dado oficial da SEMAS, sendo acessível no site do
PMV (http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo/1503093), cujo o valor é de
71,03% da área cadastrada do município. No anexo 20, apresentam-se as
evidências do CAR realizado pela SEMASA no município.
i) As dificuldades para que a meta não fosse alcançada, segundo os
entrevistados, foram: questões fundiárias; acessibilidade e logística de
transporte; falta de conhecimento dos produtores rurais quanto à necessidade
do CAR;
j) Segundo os entrevistados, as vantagem do CAR estão relacionados à
legalização da propriedade; acesso a linhas de crédito; mensuração das terras;
conhecimento das propriedades; uso adequado da propriedade e regularização
fundiária.
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Página 39
k) Cabe destacar que a análise mais detalhada da situação do CAR no município
será apresentada no Produto 5.
d) Desmatamento menor que 40 km²
Ainda que alguns entrevistados tenham afirmado não acompanhar as taxas
de desmatamento no município, todos eles informaram que o desmatamento está
abaixo da meta de até 40 km². Isso corrobora com as informações mais atuais do
PRODES (PRODES, 2014), que indicam a taxa anual de desmatamento no município
está em 23,20 km² (Figura 5.3).
Figura 5.3 - Área desmatada no município de Goianésia do Pará – INPE/PRODES
Fonte: PMV (2016).
Segundo os entrevistados as atuais taxas de desmatamento estão de
acordo com a realidade local e são fruto da mudança de mentalidade a respeito do
desmatamento; da ação dos órgãos de fiscalização ambiental, em especial o IBAMA,
além de mudanças no processo de ocupação do solo no município.
As principais atividades que ainda causam desmatamento no município,
segundo os entrevistados, são: a agricultura de subsistência, agropecuária, setor
madeireiro e os assentamentos rurais. Também foi informado que no passado as
carvoarias eram os principais contribuintes para o desmatamento, mas que hoje elas
foram encerradas.
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Página 40
Quanto ao surgimento ou expansão de atividades econômicas que estejam
aumentando a pressão para o desmatamento, três entrevistados (STTR, Prefeitura e
SEMASA) informaram que a expansão das atividades pecuárias tem sido um fator de
indução do desmatamento na região. Os demais entrevistados afirmaram não haver
novos fatores que aumentam a pressão para o desmatamento, uma vez que as
atividades agrícolas têm sido realizadas nas áreas de vegetação secundária; a
agricultara não tem se desenvolvido e os assentamento estão estagnados.
De acordo com os entrevistados, as principais dificuldades para o combate
ao desmatamento no município são: falta de orientação para a melhor utilização da
terra, principalmente aquelas já desmatadas; ausência de incentivos para a agricultura
e interação entre as entidades; falta capacitação dos produtores rurais; capacitação
dos órgãos fiscalizadores; ausência de alternativas para o desenvolvimento
econômico; falta de conscientização ambiental; falta de pressão e penalidades sobre
grandes produtores que se encontram irregulares.
Cabe ressaltar que a análise detalhada (causas e efeitos) da dinâmica do
desmatamento será apresentada no Produto 5.
e) Aspectos fundiários
A estimativa do percentual de propriedade que tem sua situação fundiária
regularizada, segundo os entrevistados, é pequena. Os valores informados ficaram
entre 10% e 15%.
f) Recebimento de boletins de desmatamento e fiscalização
Apenas os representantes do poder público souberam responder esta
questão, onde foi afirmado que o município recebe os boletins numa frequência
mensal e que a verificação em campo é realizada sempre que é identificado um foco
de desmatamento. De acordo com os entrevistados, o encaminhamento dado após a
verificação em campo é a elaboração de um relatório (Anexo 19) e a realização de
esclarecimentos com o proprietário da área onde ocorreu o desmatamento para que
a ação de desmatamento não volte a ocorrer.
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
Página 41
5.3.2 Grupo de Combate ao Desmatamento
O município possui o Grupo de Combate ao Desmatamento, o que foi
confirmado apenas pelos representantes do poder público. Segundo estes, embora o
GCD tenha sido formado, ele encontra-se inativo.
Segundo os representantes do poder público é necessário formar um novo
grupo e fornecer os equipamentos necessários para o exercício de sua função, em
especial os equipamentos e logística para que o combate ao desmatamento seja
realizado de forma mais eficaz. Além disso, foi levantado que é necessário
desenvolver um diálogo com toda a sociedade para se desenvolver a consciência
ambiental.
Não foi apresentada nenhuma evidência da criação do GCD, tampouco da
realização de reuniões entre os membros.
5.3.3 Entraves à implantação do pacto
As principais dificuldades para cumprimento do pacto, segundo os
entrevistados, foram: falta de equipamentos e logística adequada; falta de interação e
comunicação entre as entidades envolvidas; inexistência de gestão pública e de um
comitê para acompanhamento do pacto; falta de interesse da sociedade a respeito do
assunto; ausência de assistência ao produtor na busca por alternativas contra o
desmatamento; ausência de mecanização da agricultura; falta de sensibilização a
respeito da temática ambiental; falta de recursos; ausência de incentivos à agricultura
familiar; ausência de articulação entre os signatários;
5.3.4 Principais sugestões para implementação do pacto
Conforme diagnosticado, o município relatou diferentes fatores que
influenciaram no não cumprimento do pacto de combate ao desmatamento. Neste
sentido, os entrevistados apontaram eventuais oportunidades melhoria na gestão do
pacto, sendo elas: definir os responsáveis por cada atividade; incluir questões sobre
agricultura e reflorestamento na repactuação; melhorar a compreensão do texto com
as metas do pacto; ampliar as entidades que participam do pacto; incluir questões
sobre recuperação de áreas e uso de áreas desmatadas para a agricultura.
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
Página 42
5.3.5 Proposições para o alcance das metas
Além das sugestões realizadas pelos signatários que foram entrevistados,
devem-se vislumbrar algumas proposições para que o processo de repactuação se
materialize em um pacto que seja exequível e aplicável à realidade do município.
Estas proposições, foram delineadas considerando o horizonte de 4 anos para
atendimento das metas do pacto. As proposições serão alvo de discussão junto aos
atores de interesse que participarão das reuniões para apresentação do diagnóstico
da situação do pacto (Produto 4). Desta forma, com base no diagnóstico da situação
do pacto, são realizadas as seguintes proposições:
Eleger um representante entre as instituições signatárias como gestor local do
pacto. Recomenda-se que o representante e/ou comitê seja eleito na reunião
de repactuação. Prever que os representantes envolvam membros da
SEMMA, iniciativa privada e setor produtivo;
Mobilizar potenciais signatários que efetivamente sejam de instituições
relacionadas a atual dinâmica ambiental do município e que suas atividades
tenham interferência direta com o cumprimento das metas estabelecidas no
pacto;
Prever no documento do pacto a elaboração de um Plano de Ação para
atendimento do pacto, cuja elaboração poderá ser providenciada juntamente
com a primeira campanha de monitoramento. No plano deverão constar as
ações para que as metas sejam alcançadas no horizonte de 4 anos
estabelecidos nos pactos;
Estabelecer uma frequência mínima e ritos para realização das reuniões dos
signatários dos pactos;
Dar publicidade as autorizações de supressão de vegetação nativas emitidas
pela SEMMA e/ou SEMAS no município;
Prever a participação de representantes do setor governamental como
signatários do pacto de forma a viabilizar e intermediar a viabilização do CAR
nas áreas dos pequenos proprietários (até 4 módulos fiscais);
Reativar o GCD, tendo em vista que o município de Goianésia do Pará é o que
apresenta as maiores taxas de desmatamento da Base Local Tailândia;
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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Envolver a secretaria de comunicação (ou órgão equivalente no município),
secretaria de educação, secretaria de agricultura e secretaria de assistência
social como multiplicadores das campanhas de conscientização ambiental,
com temas voltados para o desenvolvimento sustentável e prevenção do
desmatamento;
Prever como ações do pacto, incentivos a recuperação de áreas degradadas,
e propor mecanismos de adesão ao Programa de Regularização Ambiental
(PRA) com alternativas de uso sustentável para as áreas anteriormente
desmatadas.
5.4 Diagnóstico do Pacto – Jacundá
O Município de Jacundá assinou o Termo de Compromisso com o
Ministério Público Federal, em janeiro de 2011, e o pacto de Redução do
Desmatamento e Regularização Ambiental em 2011, e contou com a participação de
13 signatários (Anexo 22). Além disto, é participante do PMV, porém não assinou, até
a presente data, o Acordo específico com o Programa.
5.4.1 Metas do Pacto e Situação Corrente
Para o município de Jacundá as metas do pacto são:
1) promover a redução do desmatamento a menos de 40 km² ano e 100% do Cadastro
Ambiental Rural; 2) As entidades empresariais signatárias se comprometem a utilizar,
comercializar e industrializar somente produtos legais devidamente licenciados; na
exploração de qualquer atividade econômica utilizar somente meios permitidos
legalmente e que menos causam impactos ao meio ambiente; observar na exploração
das atividades econômicas no município, o estrito cumprimento das leis trabalhistas;
3) Mobilizar e articular novas adesões ao pacto; 4) Sugerir mudanças nos termos
deste instrumento desde que visem o melhor cumprimento e aprimoramento de seus
dispositivos; 5) A supressão de florestas nativas somente será permitida mediante
licença concedida pela autoridade ambiental; 6) Devem ser desenvolvidos campanhas
de conscientização e/ou divulgação junto aos consumidores, fornecedores e clientes
sobre os compromissos assumidos e da importância da preservação do meio
ambiente; 7) Novas entidades governamentais, não governamentais e instituições de
pesquisa poderão aderir ao pacto visando auxiliar no seu cumprimento.
Para facilitar, a análise dos questionários se deu por itens temáticos:
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
Página 44
a) Avaliação do Cumprimento das Metas
Houve concordâncias e divergências entre os entrevistados no que
concerne ao status de atendimento das metas assumidas no pacto.
Todos concordaram que a taxa de desmatamento se encontra abaixo dos
40 km² estabelecidos na meta (parte integrante da cláusula 1ª) e que a supressão de
vegetação nativa só é realizada com a autorização do órgão ambiental (cláusula 5ª).
Já em relação à cláusula 2ª, apenas um entrevistado (Prefeitura) afirmou que ela está
cumprida integralmente. Para a cláusula 6ª, que se refere as campanhas de
divulgação e conscientização ambiental, três entrevistados, sendo a Secretaria
Municipal de Meio Ambiente e Turismo (SEMATUR), Prefeitura e Associação de
Bairros de Jacundá (ASBAJA) informaram que elas vêm sendo realizadas
integralmente no município.
Quanto às metas iniciadas, porém inacabadas, foram apontados a situação
do CAR; a cláusula 2ª e as campanhas de conscientização (cláusula 6ª). No que
concerne ao CAR, de fato a meta encontra-se parcialmente atendida, tendo em vista
que o valor atingido, segundo os dados oficiais da SEMAS e disponibilizados no site
do PMV (http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo/1503804) é de 68,56% das
áreas cadastráveis.
Quanto às demais cláusulas do pacto, houve consenso de que elas não
foram cumpridas.
A análise quantitativa do alcance das metas não foi possível por não haver
um consenso das respostas entre os entrevistados.
b) Reuniões entre os signatários
Foi unânime entre os entrevistados sobre a inexistência de reuniões e
demais tipos de integração entre os signatários do pacto.
c) Situação do CAR no Município
Conforme apontado anteriormente, o município não atingiu a meta dos
100% do CAR como compromisso específico do pacto e, tampouco, os 80% do Termo
de Compromisso assumido junto ao MPF.
Apenas os representantes do poder público tinham ciência quanto à
situação do CAR, ainda que tenham informado um valor diferente daquele registrado
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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pela SEMAS, em janeiro de 2016, que era de 68,56% de CAR realizado nas áreas
cadastradas do município.
As dificuldades para que a meta não fosse alcançada, segundo os
entrevistados, foram: desinteresse dos pequenos produtos, já que eles realizam o
comércio de sua produção apenas no mercado local, como também pelo receio que
os produtores têm de que, ao legalizar sua propriedade, eles estariam sujeitos a
multas ou outro tipo de sanções por parte dos órgãos fiscalizadores.
Segundo os entrevistados, as vantagens do CAR estão relacionadas com:
acesso ao crédito; legalização das propriedades; redução do desmatamento e a
construção de um banco de dados para a gestão ambiental.
Cabe destacar que a análise mais detalhada da situação do CAR no
município será apresentada no Produto 5.
d) Desmatamento menor que 40 km²
Todos os entrevistados sabem que a taxa de desmatamento é inferior ao
limite máximo aceito na meta, que é de 40km². De fato, isso corrobora com as
informações mais atuais do PRODES (PRODES, 2014), que indicam a taxa anual de
desmatamento no município está em 1,80 km² (Figura 5.4).
Figura 5.4- Área desmatada no município de Jacundá – INPE/PRODES
Fonte: PMV (2016).
Programa Municípios Verdes P3 - Base Tailândia
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Segundo os entrevistados a pequena taxa de desmatamento observada no
município relaciona-se aos seguintes fatores: alternativas que foram oferecidas ao
produtor, sendo relatada pela SEMATUR a inserção da produção do leite no município
e a pequena extensão territorial do município, associada a ausência de
remanescentes florestais significativos.
Ainda assim, foram apontadas algumas atividades que ainda causam
desmatamento, destacando-se os assentamentos rurais (inclusive, segundo o
representante da SEMATUR, o INCRA implanta os assentamentos agrícolas dentro
das áreas de mata; agricultura familiar e agropecuária).
Quanto ao surgimento de novas atividades econômicas que estejam
contribuindo com o desmatamento, apenas os representantes do poder público
indicaram que os assentamentos se enquadram neste perfil, tendo em vista seu
aumento no município nos últimos anos.
As principais dificuldades para o combate ao desmatamento no município,
segundo os entrevistados, são: a pressão dos assentamentos associada a completa
ausência e inoperância do INCRA; falta de organização; falta de conscientização
ambiental dos produtores e o desenvolvimento de um trabalho mais presencial, em
especial para auxiliar os produtores.
Cabe ressaltar que a análise detalhada (causas e efeitos) da dinâmica do
desmatamento será apresentada no Produto 5.
e) Aspectos fundiários
Embora nenhum dos entrevistados tenha dado certeza quanto ao número
exato, todos estimaram que o percentual de propriedades tituladas está em torno de
50%.
f) Recebimento de boletins de desmatamento e fiscalização
Três entrevistados (Prefeitura, SEMATUR e Sindicato dos Trabalhadores
Rurais -STTR) afirmaram que o município recebe boletins de desmatamento. Porém,
segundo o representante da SEMATUR há aproximadamente dois anos o município
não recebe boletins. Esta situação era de se esperar, tendo em vista as baixas taxas
de desmatamento em Jacundá. De acordo com os entrevistados, quando é detectado
o foco e verificado em campo, o encaminhamento dado é a elaboração de um relatório
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que é enviado ao Ministério Público Federal e é aplicado o auto de infração na área
em que foi desmatada quando se tinha conhecimento do proprietário. Quando o
desmatamento é realizado em vegetação secundária, somente é elaborado um
relatório.
Não foi apresentada nenhuma evidência quanto ao procedimento de
encaminhamento da verificação em campo dos focos de desmatamento.
5.4.2 Grupo de Combate ao Desmatamento
O município possui o Grupo de Combate ao Desmatamento, embora
apenas os representantes do poder público tivessem ciência desta informação.
Contudo, segundo eles, o grupo não foi oficializado, até mesmo em decorrência das
baixas taxas de desmatamento no município. Ainda assim, o representante da
Secretaria de Meio Ambiente acredita ser importante reativar o grupo, porém ele
deverá ampliar seu foco, abordando outras problemáticas, por exemplo, a pesca
predatória.
Não foi apresentada nenhuma evidência da criação do GCD e tampouco
da realização de reuniões entre os membros.
5.4.3 Entraves à implantação do pacto
Pode-se constatar que as principais dificuldades do município, apontadas
pelos entrevistados, estão voltadas para se alcançar a meta do CAR e promover maior
articulação ente os signatários do pacto. No caso de Jacundá os assentamentos rurais
parecem ser um fator de pressão a favor do desmatamento, que segundo os
representantes do poder público é resultado também da ausência e inércia do INCRA
junto aos assentados.
5.4.4 Principais sugestões para implementação do pacto
Os entrevistados apontaram eventuais oportunidades de melhoria na
gestão do pacto, sendo elas: acrescentar metas a respeito da piscicultura e
agricultura; realizar a compensação das áreas que foram desmatadas após 2008;
incentivar a produção sustentável; recuperaras áreas degradadas; incluir a discussão
sobre a pesca predatória e viabilizar recursos para fiscalização.
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5.4.5 Proposições para o alcance das metas
Além das sugestões realizadas pelos signatários que foram entrevistados,
devem-se vislumbrar algumas proposições para que o processo de repactuação se
materialize em um pacto que seja exequível e aplicável à realidade do município.
Estas proposições, foram delineadas considerando o horizonte de 4 anos para
atendimento das metas do pacto. As proposições serão alvo de discussão junto aos
atores de interesse que participarão das reuniões para apresentação do diagnóstico
da situação do pacto (Produto 4). Desta forma, com base no diagnóstico da situação
do pacto, são realizadas as seguintes proposições:
Eleger um representante entre as instituições signatárias como gestor local do
pacto. Recomenda-se que o representante e/ou comitê seja eleito na reunião
de repactuação. Prever que os representantes envolvam membros da
SEMMA, iniciativa privada e setor produtivo;
Mobilizar potenciais signatários que efetivamente sejam de instituições
relacionadas a atual dinâmica ambiental do município e que suas atividades
tenham interferência direta com o cumprimento das metas estabelecidas no
pacto;
Prever no documento do pacto a elaboração de um Plano de Ação para
atendimento do pacto, cuja elaboração poderá ser providenciada juntamente
com a primeira campanha de monitoramento. No plano deverão constar as
ações para que as metas sejam alcançadas no horizonte de 4 anos
estabelecidos nos pactos;
Estabelecer uma frequência mínima e ritos para realização das reuniões dos
signatários dos pactos;
Dar publicidade as autorizações de supressão de vegetação nativas emitidas
pela SEMMA e/ou SEMAS no município;
Prever a participação de representantes do setor governamental como
signatários do pacto de forma a viabilizar e intermediar a viabilização do CAR
nas áreas dos pequenos proprietários (até 4 módulos fiscais);
Envolver a secretaria de comunicação (ou órgão equivalente no município),
secretaria de educação, secretaria de agricultura e secretaria de assistência
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social como multiplicadores das campanhas de conscientização ambiental,
com temas voltados para o desenvolvimento sustentável e prevenção do
desmatamento;
Prever medida no pacto para viabilizar a realização do CAR no município,
tendo em vista que os valores encontram-se abaixo dos 80% previsto no
Termo de Compromisso assinado junto ao MPF;
Prever a reativação e oficialização do Grupo de Combate ao Desmatamento,
ou de Promoção de atividades sustentáveis;
Prever como ações do pacto, incentivos à recuperação de áreas degradadas
e propor mecanismos de adesão ao Programa de Regularização Ambiental
com alternativas de uso sustentável para as áreas anteriormente desmatadas;
Incluir medidas para o alcance da produção e do desenvolvimento sustentável
por meio do combate a atividades ilegais como a pesca predatória.
5.5 Diagnóstico do Pacto – Igarapé-Miri
O Município de Igarapé-Miri assinou o Termo com o Ministério Público
Federal, em novembro de 2010, participa do PMV, porém não possui o Acordo
específico com o Programa e não é signatário de nenhum pacto de combate ao
desmatamento. Nesse sentido, o diagnóstico ora apresentado buscou identificar os
fatores que refletiram na ausência de um pacto, bem como de identificar as
oportunidades e percepção dos atores de interesse para a construção de um pacto
para o município.
5.5.1 Percepção quanto ao Pacto
a) Motivos para a ausência de pactos
De acordo com os questionários aplicados (Anexo 24) diferentes fatores
foram apontados como motivadores da ausência de pactos no município, entre eles:
a desorganização e a falta de articulação entre os órgãos interessados; a baixa
expressividade de atividades indutoras do desmatamento, levando à falta de interesse
sobre a temática por partes dos atores de interesse; a falta de interesse da gestão
municipal em buscar a pactuação; a baixa expressão política e o fraco desempenho
do setor público; a falta de interesse da sociedade, em especial dos produtores, e a
falta de conhecimento sobre os procedimentos para a celebração do pacto;
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b) Importância do pacto para o município
Todos os entrevistados reconhecem a importância do pacto enquanto
instrumento de combate ao desmatamento, regularização ambiental e
desenvolvimento sustentável. Entre os fatores de importância do impacto, foram
destacados a redução do desmatamento; o desenvolvimento da conscientização
ambiental; a promoção do desenvolvimento sustentável no meio rural; a
responsabilização da gestão ambiental.
Vale salientar que um dos entrevistados destacou que apesar de
importante, a assinatura do pacto desencadearia conflitos junto às atividades
extrativistas existentes no município, como a de açaí, devido ao avanço dessa
atividade para as áreas de terra firme e à intenção de conversão em futuros
monocultivos.
Os entrevistados também opinaram a respeito do que poderia ser esperado
de mudança na conjuntura do município em caso de assinatura de um pacto. Eles
destacaram as seguintes situações: ganho de segurança jurídica; criação de uma
ferramenta para o monitoramento e fiscalização das práticas de desmatamento ilegal;
adequação ambiental das atividades econômicas no município; desenvolvimento das
atividades agrícolas; conscientização dos produtores; fomento do desenvolvimento
econômico; recuperação de áreas exauridas, redução das monoculturas e manejo
mais adequado entre as áreas de terra firme e de várzea.
c) Potenciais signatários
Os entrevistados apontaram os eventuais signatários a serem convidados
no caso de assinatura de pacto. São eles:
Emater, Adepara, Semas, Semma, Secretaria de Agricultura, Polícia Civil
E Militar, Câmara dos Vereadores, Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Sindicato dos
Produtores Rurais, Colônia dos Pescadores Z 15, Cooperativa Caipim, Codeme,
Copafim, UFPA, INCRA, Iterpa, UAB, SPU, Secretaria de Educação, MPF,
Assentamentos (Ilha Manacauera), Ceplac; Embrapa; Faepa; Pará Rural.
Os entrevistados apontaram que a construção de um diálogo entre estes
possíveis signatários poderá ser uma eventual dificuldade.
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d) Motivadores para implantação do pacto
Diferentes fatores foram levantados pelos entrevistados que pudessem
justificar a necessidade de assinatura de um pacto no município, são eles:
Necessidade de gestão da disposição final dos resíduos sólidos que além
de abrir áreas para sua deposição também tem contaminado os lençóis freáticos;
regularização e manejo do extrativismo, em especial do açaí; recuperação de áreas
degradadas; controle de queimadas; combate a extração ilegal de madeira, em
especial nas áreas ribeirinhas e sobreposição do CAR.
Os entrevistados apontaram algumas melhorias que precisam ser
providenciadas para a viabilização dos pactos, a saber: melhoria da gestão pública;
formação e preparação dos atores locais; mobilização social e comunicação sobre o
tema no município; articulação entre as representações do poder público e a
sociedade civil organizada e implantação de educação ambiental no município.
Os potenciais entraves para implantação do pacto apontados pelos
entrevistados foram: ausência de interesse político, recursos disponíveis para
implantação das medidas a serem previstas nos pactos; a constante rotatividade entre
os representantes das instituições; a articulação, diálogo e ausência de reuniões entre
os potenciais signatários e a estruturação física e administrativa da SEMMA.
e) Combate ao desmatamento
Segundo os dados mais atuais disponibilizados pelo PRODES (PRODES,
2014), a taxa anual de desmatamento no município de Igarapé-Miri é0,20 km², ou seja,
abaixo dos valores definidos no Termo de Compromisso com o Ministério Público
Federal que é de até 40 km² anual.
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Figura 5.5- Área desmatada no município de Igarapé-Miri – INPE/PRODES
Fonte: PMV (2016).
Todos os entrevistados tinham conhecimento das baixas taxas de
desmatamento do município. Segundo eles, isto está relacionado ao arranjo produtivo
do município, que é de base extrativista, e não necessita desmatar para produzir.
Também foram apontados outros fatores, tais como o plantio em áreas já desmatadas
e a ausência de áreas para ser realizar eventuais desmates.
Embora sejam pequenas, as atuais taxas de desmatamento, de acordo
com os entrevistados, estão relacionadas às atividades de agrícolas; madeireiras e da
produção de açaí sem o devido ordenamento. Nas áreas desmatadas o uso do solo é
predominado para o cultivo agrícola (cacau, açaí, cupuaçu, dendê, paricá, milho, arroz
e mandioca) e pastagens.
Quanto a existências de novas atividades econômicas que possam estar
contribuindo com o desmatamento, não houve consenso entre os entrevistados. Dois
dos cinco entrevistados disseram não haver novas causas de desmatamento. Os
demais, inclusive o representante da SEMMA, alertaram que o cultivo do dendê tem
sido um fator de pressão para o desmatamento. Foi levantada a questão do açaí, que,
embora não seja uma atividade necessariamente nova, poderá causar, no futuro,
problemas com desmatamento, tendo em vista que seu cultivo já alcançou as áreas
de terra firme.
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Entre os gargalos para combate ao desmatamento no município foram
apontados a ausência de logística favorável para os órgãos de fiscalização, a falta de
conscientização e divulgação da importância do combate ao desmatamento, a
ausência de alternativas econômicas para o desenvolvimento, a falta de atuação mais
intensa das autoridades e órgãos gestores e a falta de legalização das áreas
produtivas.
Cabe ressaltar que a análise detalhada (causas e efeitos) da dinâmica do
desmatamento será apresentada no Produto 5.
f) Verificação dos boletins de desmatamento
Quanto aos boletins de desmatamento, apenas a Secretaria Municipal de
Meio Ambiente soube informar sobre a situação do município. Segundo o secretário,
o município não tem recebido boletins desde o ano de 2011, o que corrobora com as
taxas de desmatamento que tem sido levantada pelo PRODES.
g) Regularização fundiária
No que tange a regularização fundiária existe uma incerteza entre os
entrevistados quanto ao percentual de propriedades que estão regulares. Apenas três
entrevistados informaram valores, sendo que dois estimaram em 10% e um estimou
em 20%, sendo este último a SEMMA.
5.5.2 CAR
Todos os entrevistados reconheceram que o município não atingiu os 80%
do CAR, conforme prevê o Termo de Compromisso com MPF.
De acordo com as informações atualizadas da SEMAS, extraídas do site
do PMV (http://municipiosverdes.com.br/ficha_resumo/1503309) o município de
Igarapé-Miri alcançou 46,43% do total da área.
Segundo os entrevistados, os fatores que influenciaram no não
cumprimento da meta foram problemas de articulação entre os órgãos de interesse,
em especial o INCRA, ITERPA e SPU, além da falta de estrutura da SEMMA; falta de
recursos financeiros; falta de controle, por parte dos órgãos e do sistema, durante a
elaboração e realização do CAR, devido à possibilidade, por exemplo, de mais de um
cadastro realizado para a mesma área e sobreposição do CAR; problemas fundiários;
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falta de mobilização junto aos produtores rurais para esclarecer sobre a importância e
obrigatoriedade do CAR.
Todos os entrevistados reconhecem a importância do CAR, destacando
seu uso como instrumento para o monitoramento da propriedade; instrução dos
produtores rurais; apoio na regularização fundiária; facilitação do acesso ao crédito;
legalização da propriedade; comercialização de produtos cultivados ou extraídos da
propriedade.
5.5.3 Grupo de combate ao desmatamento
O município não possui Grupo de Combate ao Desmatamento. De acordo
com os entrevistados os fatores que motivaram a não formação do grupo são: falta de
interesse dos órgãos e entidades envolvidos com a gestão da dinâmica do
desmatamento; a rotatividade dos gestores municipais; a ausência de pacto e,
consequentemente, de articulação.
Todos os entrevistados defenderam a criação do Grupo de Combate ao
Desmatamento alegando sua importância para a prevenção do desmatamento; o
auxílio do grupo para as incursões de campo; o apoio que poderá ser dado ao
município na fiscalização e conscientização ambiental; no levantamento de dados que
possam subsidiar um planejamento mais adequado no combate ao desmatamento; e
apoiar na resolução de problemas ambientais existentes no município.
5.5.4 Entraves à implantação do pacto
Como discutido anteriormente, alguns fatores influenciaram na ausência de
pacto no município. O desmatamento não é problemático no município, contudo a
gestão ambiental ainda ocorre de forma desarticulada e o desenvolvimento de novas
atividades econômicas, em especial as relacionadas ao cultivo agrícola, apresentam
potencial para aumento do desmatamento.
Observa-se que existe pouca articulação entre os representantes da
governança ambiental local, o que pode ser, justamente, consequência da inexistência
de um pacto no qual se direcione os esforços para proteção e manutenção da
qualidade ambiental.
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5.5.5 Principais sugestões para implementação do pacto
Tendo em vista que o município não apresenta problemas significativos
com o desmatamento, porém apresenta problemas com a estruturação e
regularização da gestão ambiental, recomenda-se que seja formalizado um pacto para
o Combate ao Desmatamento e Desenvolvimento Sustentável. O pacto deverá prever
esforços para que o município alcance a meta dos 80% de CAR, bem como para
mobilização da sociedade quanto a temática ambiental. Deverá ser analisada também
a viabilização das ações de recuperação de áreas desmatadas através do Programa
de Regularização Ambiental, como, por exemplo, com a implantação do
reflorestamento, bem como a regularização ambiental das propriedades e atividades
que utilizam de recursos naturais.
5.5.6 Proposições para o alcance das metas
Além das sugestões realizadas pelos entrevistados, devem-se vislumbrar
algumas proposições para a viabilização de um pacto que seja exequível e aplicável
à realidade do município. Estas proposições, foram delineadas considerando o
horizonte de 4 anos para atendimento das metas do pacto. As proposições serão alvo
de discussão junto aos atores de interesse que participarão das reuniões para
apresentação do diagnóstico da situação do pacto (Produto 4). Desta forma, são
realizadas as seguintes proposições:
Realizar a pactuação;
Eleger um representante entre as instituições signatárias como gestor local do
pacto. Recomenda-se que o representante e/ou comitê seja eleito na reunião
de repactuação. Prever que os representantes envolvam membros da
SEMMA, iniciativa privada e setor produtivo;
Mobilizar potenciais signatários que efetivamente sejam de instituições
relacionadas a atual dinâmica ambiental do município e que suas atividades
tenham interferência direta com o cumprimento das metas estabelecidas no
pacto;
Prever no documento do pacto a elaboração de um Plano de Ação para
atendimento do pacto, cuja elaboração poderá ser providenciada juntamente
com a primeira campanha de monitoramento. No plano deverão constar as
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ações para que as metas sejam alcançadas no horizonte de 4 anos
estabelecidos nos pactos;
Estabelecer uma frequência mínima e ritos para realização das reuniões dos
signatários dos pactos;
Prever a participação de representantes do setor governamental como
signatários do pacto de forma a viabilizar e intermediar a viabilização do CAR
nas áreas dos pequenos proprietários (até 4 módulos fiscais);
Prever medida no pacto para viabilizar a realização do CAR no município,
tendo em vista que o município alcançou pouco mais da metade dos 80% de
CAR previstos no Termo de Compromisso assinado junto ao MPF;
Envolver a secretaria de comunicação (ou órgão equivalente no município),
secretaria de educação, secretaria de agricultura e secretaria de assistência
social como multiplicadores das campanhas de conscientização ambiental,
com temas voltados para o desenvolvimento sustentável e prevenção do
desmatamento;
Prever o incentivo a adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA)
e o licenciamento das atividades produtivas do município, em especial, do
manejo do açaí.
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6. RECOMENDAÇÕES E/OU JUSTIFICATIVAS
Ao se realizar uma análise transversal entre os diferentes municípios que
integram a base local de Tailândia percebe-se que as dificuldades na implementação
dos pactos são relativamente semelhantes, cabendo, neste caso, a apresentação de
recomendações em forma conjunta aos municípios.
As recomendações são apresentadas por eixo temático, a saber:
a) Pactos e repactuação
A elaboração de novos pactos ou repactuação deve prever instrumentos
para o acompanhamento contínuo dos compromissos assumidos no pacto. Deverá
ser previsto a eleição de um dos signatários como responsável pela gestão do pacto
de forma a mobilizar e gerenciar a condução do pacto. A Floram, através da base
local, estará auxiliando os municípios na implantação dos pactos, contudo, é
necessário que cada município eleja um signatário para ser responsável direto pela
gestão.
Deverá ser prevista a realização de reuniões periódicas para
acompanhamento das ações previstas nos pactos, e, se possível, definir as
responsabilidades para execução/acompanhamento de cada compromisso assumido
nos pactos;
Conforme a realidade do município deverá ser previsto, nos pactos, o
incentivo a adesão ao Programa de Regularização Ambiental (PRA), considerando as
etapas de CAR, LAR e PRADA, estando nelas incluídas medidas como, por exemplo,
o reflorestamento e recuperação de áreas degradadas.
É preciso desenvolver durante a implementação do pacto formas de se
fomentar a logística para realização dos compromissos, em especial aquelas
relacionadas a estruturação dos órgãos de gestão e fiscalização ambiental. Para
melhor a estruturação dos órgãos, deve ser realizado um acordo de cooperação
técnica entre as secretarias.
Deve-se buscar ampliar as estratégias de mobilização social e divulgação
do pacto nos municípios. Para tanto, é fundamental o envolvimento das secretarias
de comunicação, assistência social e educação dos municípios no processo de
naturalização dos compromissos assumidos pelo pacto.
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É necessário realizar campanhas de divulgação da obrigatoriedade e
importância do CAR, para isso pode-se utilizar campanhas já existentes, como a do
PMV e SEMAS.
O envolvimento do setor produtivo e dos representantes do Ministério
Público Federal e Estadual, através de um diálogo com os órgãos ambientais também
é primordial para que as medidas previstas nos pactos possam ser alcançadas.
b) Grupo de Combate ao Desmatamento
O Grupo de Combate ao Desmatamento deverá ser formado (para os que
não tem GCD) ou restaurado (para os que tem GCD) com representações de
diferentes setores diretamente relacionados a fiscalização e combate ao
desmatamento. A composição deste grupo deverá priorizar pessoal de formação
técnica, mas também deverá ter representantes dos setores produtivos, inclusive dos
pequenos agricultores.
Deve-se estabelecer um cronograma de reuniões e definir
responsabilidades para que o processo de mobilização do grupo seja contínuo.
Devem-se buscar alternativas para o fomento da estrutura necessária a atuação do
grupo, por exemplo, o rateio de custos para ações de conscientização e
acompanhamento da evolução da dinâmica do desmatamento no município.
Deverão ser previstas estratégias para diálogos com os segmentos
indutores do desmatamento, em especial, os produtores e assentamento rurais.
c) CAR
Nenhum município alcançou a meta de 100% de CAR (para aqueles que
têm pacto) e apenas o município de Tailândia alcançou a meta dos 80% prevista no
Termo de Compromisso com o MPF.
Neste sentido, deverão ser direcionados esforços para que os municípios
tenham as condições de apoiar, instruir e cobrar os produtores quanto a realização do
CAR.
d) Fiscalização de alertas de desmatamento
Embora os municípios tenham declarado que realizam a verificação em
campo de alertas do desmatamento, deve-se manter, no âmbito do PMV, o apoio
operacional que vem sendo dado pelo Projeto Fundo Amazônia, como forma de
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garantir a estrutura mínima para que as SEMMAS desenvolvam seu papel de gestão
e fiscalização ambiental.
Deve-se ainda trabalhar com a capacitação dos funcionários das SEMMAs
no que diz respeito a formação técnica para gestão e monitoramento da dinâmica do
desmatamento.
Deve-se ainda trabalhar com o esclarecimento e/ou a capacitação dos
funcionários das SEMMAs no que diz respeito à formação técnica para gestão e
monitoramento da dinâmica do desmatamento e a forma de prestação de informação
para os órgãos pertinentes (SEMAS) das informações verificadas em campo e dos
procedimentos adotados, como aplicação de multa, embargos entre outros.
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7. DIFICULDADES E ENTRAVES
Durante a realização dos serviços para o levantamento das informações do
diagnóstico da situação dos pactos, podem ser constatadas algumas dificuldades e
entraves que influenciaram na condução dos trabalhos, a saber:
A rotatividade dos atores de interesse em suas respectivas instituições
acarretou na perda de informações, uma vez que não existe uma estrutura
eficiente de gestão da informação dentro das instituições;
A falta de compromisso de alguns atores de interesse para participar do
questionário também foi recorrente durante os serviços de campo. Não foram
incomuns os casos de agendamento de horário e ainda assim o técnico não
ser recebido; demora excessiva nas respostas aos questionários, ausência de
conhecimento para responder às questões, entre outros entraves;
Alguns atores deixaram muitas questões em branco, alegando não ter
informações para responder;
A localização de alguns signatários vigentes foi complicada, tendo em vista que
muitos já haviam saído das instituições que representavam quando da
assinatura do pacto;
Demora excessiva na disponibilização das evidências de atendimento dos
compromissos pactuados, quando fosse o caso;
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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Muitos entrevistados, em especial os vinculados à esfera não
governamental tiveram dificuldades em responder ao questionário, deixando,
inclusive, questões em branco. Os representantes das SEMMAs foram os que
responderam os questionários de forma mais completa, sendo um indicador de que a
governança ambiental no município se encontra relativamente centralizada nestes
órgãos.
Pode-se observar que embora a maioria dos municípios já possuam pacto,
a sua implementação tem sido pouco efetiva.
Constatou-se que ausência de articulação e de reuniões de
acompanhamento entre os signatários e aspectos relacionados a gestão e logística
foram os principais fatores que impediram o desenvolvimento dos pactos.
Visando a adequar e a melhorar a gestão ambiental nos municípios, em
especial no que concerne ao combate ao desmatamento, é recomendado que seja
realizada a repactuação em todos os municípios que já possuem pacto e a elaboração
de pacto naquele que ainda não são signatários.
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9. RESPONSABILIDADE SOBRE O PRODUTO
A Floram Engenharia e Meio Ambiente, representada por seu Responsável
Legal e Coordenador Geral do Contrato 010/2015, Eng. Agr. Paulo Tarcísio Cassa
Louzada, pelo Coordenador Técnico do Contrato 010/2015, Biol. Augusto Luciani
Carvalho Braga e pela Coordenadora Setorial, Enga. Ftal. Samira Kuwar, se declaram
responsáveis pela elaboração do presente relatório e atestam a veracidade e
qualidade das informações ora apresentadas.
Paulo Tarcísio Cassa Louzada
CREA 34.536/D
Coordenador Geral
Engenheiro Agrônomo
Augusto Luciani Carvalho Braga
CRBIO 44253/RS
Coordenador Técnico
Samira Kuwar
CREA/RS 149889
Coordenadora Setorial
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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS ESPACIAIS (INPE). Projeto PRODES:
monitoramento da Floresta Amazônica Brasileira. São Paulo, 2011. Disponível em:
<http://www.obt.inpe.br/prodes/index.php>. Acesso em 08 de março de 2016.
INSTITUTO DE TERRAS DO PARÁ (ITERPA). Regularização Territorial: a
regularização fundiária como instrumento de ordenar o espaço e democratizar
o acesso à terra. Texto, Instituto de Terras do Pará; Organização, Jane Aparecida
Marques e Maria Ataide Malcher. Belém: ITERPA, 2009. 74 p.
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE - MMA. Portaria nº 102/2009. Dispõe sobre a
lista de municípios situados no bioma Amazônia onde incidem ações prioritárias de
prevenção, monitoramento e controle do desmatamento ilegal. Diário Oficial da
União, 25 de março. Brasília-DF.
PROGRAMA MUNICÍPIOS VERDES. Lições aprendidas e desafios para
2013/2014. Coordenação de Marussia Whately; Maura Campanili. – Belém, PA:
Pará. Governo do Estado. Programa Municípios Verdes, 2013.
PRGRAMA MUNICÍPIOS VERDES. Disponível em
http://municipiosverdes.com.br/base_de_dados>. Acesso em 18 de abril de 2016.
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11. ANEXOS
Os anexos que compõem o presente produto foram segmentados em dois volumes.
O primeiro é apresentado juntamente no presente volume. Nele são apresentados os
anexos 1 a 14. Os demais - do anexo 15 ao 24 - são apresentados em volume à parte,
denominado “Caderno Complementar de Anexos”. Essa divisão foi adotada em função
do número de laudas que compõem o anexo, inviabilizando sua organização em um
único volume.
Dessa forma, os anexos encontram-se organizados na seguinte conformação:
Anexos apresentados no presente volume:
o Anexo 1 – Pacto pala Redução do Desmatamento e Regularização
Ambiental – Moju
o Anexo 2 – Questionários aplicados no município de Moju
o Anexo 3 – Campanhas de Educação Ambiental
o Anexo 4 – Relatório de Verificação Desmatamento – Moju
o Anexo 5 – Decreto de Criação do Grupo de Combate ao Desmatamento
o Anexo 6 – Evidências CAR Município de Moju
o Anexo 7 - Pacto pala Redução do Desmatamento e Regularização
Ambiental – Tailândia
o Anexo 8 - Questionários aplicados no município de Tailândia
o Anexo 9 – Campanhas de Educação Ambiental
o Anexo 10 - Relatório de Verificação Desmatamento – Tailândia
o Anexo 11 - Evidências CAR Município de Tailândia
o Anexo 12 – Evidências meta Respeito às Leis trabalhistas - Tailândia
o Anexo 13 – Evidências Doações de Produtos Apreendidos
o Anexo 14 - Licenças Ambientais – Tailândia
Caderno Complementar de Anexos
o Anexo 15 – Relatórios SECTMA - Tailândia
o Anexo 16 - Pacto pala Redução do Desmatamento e Regularização
Ambiental – Goianésia do Pará
o Anexo 17 - Questionários aplicados no município de Goianésia do Pará
o Anexo 18 – Campanhas de Educação Ambiental
o Anexo 19- Relatório de Verificação Desmatamento – Goianésia do Pará
o Anexo 20 – Evidências do CAR – Goianésia do Pará
o Anexo 21 – Licenças Ambientais – Goianésia do Pará
o Anexo 22- Pacto pala Redução do Desmatamento e Regularização
Ambiental – Jacundá
o Anexo 23 - Questionários aplicados no município de Jacundá
o Anexo 24 - Questionários aplicados no município de Igarapé-Miri
Anexo 1 – Pacto pala Redução do Desmatamento e Regularização Ambiental – Moju
Anexo 2 – Questionários aplicados no município de Moju
Anexo 3 – Campanhas de Educação Ambiental
Anexo 4 – Relatório de Verificação Desmatamento – Moju
Anexo 5 – Decreto de Criação do Grupo de Combate ao Desmatamento
Anexo 6 – Evidências CAR Município de Moju
Anexo 7 - Pacto pala Redução do Desmatamento e Regularização Ambiental –
Tailândia
Anexo 8 - Questionários aplicados no município de Tailândia
Anexo 9 – Campanhas de Educação Ambiental
Anexo 10 - Relatório de Verificação Desmatamento – Tailândia
Anexo 11 - Evidências CAR Município de Tailândia
Anexo 12 – Evidências meta Respeito às Leis trabalhistas - Tailândia
Anexo 13 – Evidências Doações de Produtos Apreendidos
Anexo 14 - Licenças Ambientais – Tailândia
Anexo 15 – Relatórios SECTMA - Tailândia
Anexo 16 - Pacto pala Redução do Desmatamento e Regularização Ambiental –
Goianésia do Pará
Anexo 17 - Questionários aplicados no município de Goianésia do Pará
Anexo 18 – Campanhas de Educação Ambiental
Anexo 19- Relatório de Verificação Desmatamento – Goianésia do Pará
Anexo 20 – Evidências do CAR – Goianésia do Pará
Anexo 21 – Licenças Ambientais – Goianésia do Pará
Anexo 22- Pacto pala Redução do Desmatamento e Regularização Ambiental –
Jacundá
Anexo 23 - Questionários aplicados no município de Jacundá
Anexo 24 - Questionários aplicados no município de Igarapé-Miri
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