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Hora de renonr o debate sobre a Juventude
O, jonn, de um oontlnente oom graves problemas ,odalsO . """'nto de iove", na~zaA dil" il l"...."lO no ""'!tado de traba lho",,", u"'" de . ida muito desigual,O. i_ n• • a fammaEduoaçao e e>;ollJ'Sllo $<XialO ab i""" di"litalRi""", de ""úde poI'a os jovens na pOOr..a
O, joven, p~sos no oontextoo. ;oven. que fic. ram de for.
o. iovel\$ do ''''''''''.... mio. adole""",,l..... tran,mi..ao da »obre,a ",1... a, !jet"ar;1Ies
Enfr ent.ndo O, mitos ,obre o, Joven,Primeiro mito. N10 tlm oreocupaç~
segundo mito. NlO querem ..lo"'......Te",olro mito. 510 conftrtuo""
Bu'tando soluç6• •
R.ferhoia, bibliogrifiol'
Hora de renovar o debate sobre a juventude - --- - - - - --
Com freqüência apenas aparecem como referência se<;undáriaem meio a discur
sos ou análises mais amplas, como nota de rodapt ou como menção simpática.
Merecem muito mais do que isso. Os jovens representam cerca de 40'llo da popu
lação da América Latina. Porém não ê apenas seu peso quantitativo,des também
são o maior agente potencial de mudanças . Eles têm mais disposição do que qual
quer outro setor social para comprometer-se com causas nobres, com ideais,com
desafios coletívos. EsUo desejosos de ser convocados para isso.Ao mesmo tempo.eles têm uma facilidade especial para tomar parte nas mu
danças tecnológicas aceleradas que caracterizam este século . Nasceram na nova
cultura das ultramudanças, das revoluções tecnológicas contlnuas,em que o com
putador e a internet fazem parte da forma de viver. Eles têm flexibilidade, plasti
cidade, desejo de participar de iniciativas.Por outro lado, o meio em que eles são formados, o estimulo que recebem para
participar,os valores que herdam, os mode los de referência que exercem influência
sobre eles formarão os cidadãos que vão decid ir,com sua atividade ou passividade,
a qualidade dos sistemas democráticos lat ino _americanos.No entanto,considera-se que eles são uma etapa transitória da existência, não
merecem análise nem políticas específicas.
Isso i um erro que pede I~ custos con$idmliveis. Eles nasceram numa Amirica Latina concreta, a dos anos 1980e 1990, Imersa em processos históricos diferentes daq ueles de décadas ant.,riores,.,.,m um mundo qu." nas ultimas décadas.
sofreu t ransformações de enorme envergadura nos campos pollttco, económico,
tecnológico, cult ural e social. Sua viv~ncia hislórica é, portanto, diferente daquela
de gerações anteriores e incide todos os dias em 5CUS dilemas , buscas e condutas.
A Kti~ de sua espccilicidade, da necessidade de indagar-se sobre ° que
pm$&.K11le e por que age comoage essajuventude. vista com frcqiib>6a. prkl pris
ma da~o~ e o alarme devido a K\l$ possíveis confl ilO5 slo uma eeces
s.tdado: impmosa pua. Rio~ cometendo erros de abordagem e pua. const ru ir
caminhos que permitam mobi.Iiur~ imeIuo poteoci.al..
-,"im como dew Mar-se perder a especificidade da juvtntude, i n« C$$á·
rio superar um R!Undo erro de alta pel'$istlncia. Genera.lizi-IL r imprescindível
olhar, conjuntamente, as histórias coletlvas com uma análise desagregada. Numa
Amé rica Latina como a dos últimos 2S anos, onde foram desenvolvidos esperan ·
çosos proc<"ssos de democratização, mas, ao mesmo tempo, grandes setores da
pcpulacâo encontram-se ab;tixo da linha da pobrua e as desigualdades históricas
ficanm accn llWias, Mo diferentes ~circuitos de vida~ juvenil.
Ilustrando c qUC' podem signifiçar as disparidades da regilo, recente infonne
do Prognma dasN~ Urúdas PMI- o Dcsmmlvimento (P!'nID) (1004) sobre °México K\'d;I que ccecstem munidpiol que desfrutam níveis de vida. semdban·ta '05 dos ma.is avançados do pIancta com oul~ onde prtdomina a pobreLll ex
trema. Assim, a dNpâón de ScniIO Juirn (wna das deusseis regiões em que
cst' dividida a Cidade do Mmco) tem um índice de desenvolvimento humano
comparável ao da Alemanha, Espanha ou It' lia. Em comparaçio, °município de
Merlatonoc, no Estado de Guerrero, tem um índice inferior ao da Guiné, Benim
ou Tan:dnia. Não é a mesma coisa para um jovem nascer em um ou outro mu ni
d pio. Não é a mesma colse víver numa zona rural e num cen tro urb;tno. Não é a
mesma coisa fazer parte de uma famUia localizada nos 2lrt1o da população que tem
os maiores salários e nasar entre os j01io de mmorc:s salários. H' uma grandedif~ entre faur parte da. cbss.r média alü e ser da classe midia drcaida. PMI- a
poNç:Io infaior de ~lMM).pobrc~ E wnbbn entre ser~kamrntebran·
co e nrwo ou indigma.. Alé mesmo o gtnrro continua tmdo significativa impor
tlncia. Uma m.ilise realisla dew in<:bgaT necessariamente esses d~ destinos
i4 0._ ..._ ..-...........-
do jovml que faum surgir vulnerabilidades. riKoI e oponunicbde:s muito dife
ImIeS, e rações particulares em lern>o» de estrat4W de vida.Com base _ eoordena<bs. o presente mbdho via conllibuir para o de
bate sobre os ~ns btino-americ:anos e seu futuro, rot"oado pioneIramente
pda Fundaçlo Kftlogg. nn seu 7~ aniverÁrio, apresentando elementos de juizo
sobre alguns asp«tos-cha~.
Em primeiro lugar,propõe-se reconstrui r certos aspectos do crnár io económi·
cc e ..xial global da regilo, os quail ttm alta intidtncia sobre osjovens, marcan
do alguns dos impactos sobre sua vida cotidiana. Em segundo, procura-se focali·
zar alguns dos quadros ",obkmitioos mais graws que eotio fImdo gerados.Em
t= riro.skI enar<>doI crnos mnOl d mrlantes sobn: 01jowms, que Wnpü6came
distorcem a paupçio da rnJidade e tnvam I MkntilKaçio de soluções efdiVU.
Por Ultimo, atrxm·se as condu$6n 1inai5e $1(1 apontadas algumas poIlticu que
poderiam melhorar estruturalme nte a situaçlo.
O moment o aluaI i histór ico e muito ind icado para renovar a dísc ussâo so
bee a jUV<mtude e passar de dichts a dados objetiws e anilises profundas. No
terreno pol itico há um fone movimento em direçto i democratíuçlo que se
inicia nas bases da iOciedade civiJ. que teri muito ma is força se consesuir obteTa panKi~ rnxiça dos jovens. No campo eeQD6mico,. foi criada urN "jane
la de oportunidade"ao se reduzirem significativame.ue as tuas de fecundidade
da regilo e diminui r a presYo demogri6ca. No campo soda1. a sociedade estâ
colocando no centro da agenda públicaa necessidade de priorizar dr uma ~t a
lutl cont ra a pobreza e contra a desigualdade, que tem entre suas vit imas prefe
renciais os ;avens.
o M OMENTO AT UA L É H ISTÓ RICO E M UIT O
INDI C" DO PAR" RENO VAR A D ISC USS ÃO SO BR E
" JUVENTUD E E PASSAR DF. CL ICH t S II DA DOS
OBI .I!TIVO S .I! ANÁLlS .I! S PROF UN DA S.
___ . _ .... _ ._ ' S
• c '=-.---~------
A devada lua de pobreu exislmte em ' 980.rorrespondmte a~ da popuIa_çio, foi supmKb em lOOJ.quando akançou « !lo dela.. Entre XlOO e 100) o número
de pobres aumentou em 10 milhões e deteriorou-SI" ainda mais a pobreza, poís 14
milhões deles eram indigent es.pessoas que se encontram na po breza ext rema.
1980 1990 , _ 1991 Ill!1l1 2lDl 2001 2002 2003-
Os jovens de um continente com graves problemas sociais _
>o/i 0 _ ... _ .. ........
Com oscilaç6es, a Amhica Latina tem mantido, desde o inicio dos anos 1930 ,
altos nívels de pobrna e uma tendência pe rsistente ao seu crescimento absoluto
~,em algullli casos. re1.ativo.lsio sucedeu também I pobreza ext rema, c.omo pode
ser visto no grifico ..
Oaumento d@ jovensna pobreza
A dkada de 1930 foi denominada ·~ pn-dKb pan o damvo/vimmto daArntrica Latina"; por ClllS:a de $oeIIS baixos níwis de crtS<irDm1O ~ do aumento da
pobreaa Os aoos 1<}90 foram cham ados de-~ perd ida pan a equidade";porCi\lS.ll da explo são de desigualdade que a caracteriwlL O ultimo qütnqüênlo, 19981OO}, foi chamado -a meia dkada perdida"; pelas deteriOT1lÇOes que se produDramem indiadore$ básjcOl A ncuperaçio de 2004 remediou em muito NUa pioporçio as tendtnci&s an terious- N_ quadro g\obrJ.aIguns dosdesmvo/vimmlc. de
maior peso na vida coletiva e na situaçlo dosjovtl1$ foram os mencionados a seguir.
~__••,. . _ '7
QoMro1. -...a L~ rn l>I'T1esl _ lnoldlon<lo elo peobto....~Io"- .....or""'" .0Ua.., 2002 (""~I
Os j"""'lS, apesar de Sua. supo. tas vantagens relativas em termos de adaptabi
lidlode às rlOYaS tK nok>gias e de flexibilidade. furam fortemente imp"Iados pelo
aumento dlo po brna. Entre 1990 e 1002, Onúmero de jovens pobres aumenlOll em
7.6 milhôel.,dIegando a 58 milhões.Os indi gentes joven••ubiram &00.000. alcan.
çando. d fra de 21 .1 milhM.
Os jovens pobres represa.tavam.~ 200 2, 41% de lodos o. joven., e os jo·
VON indigentes, I~% de lodos OS j."....ns. Os número. referen te. às mulheres;o
VON eram 2,]1ió nalol"ft que OS dos homens em relaçlo ii. pobreu e 1,J% piore.nu indiSCnda.
Enlrt OUtros casos. num p2ÍS com lanlo porencialeconómico como . Argenli·
na.u po lílicas do. anos '990 fizenm milhõe. de jovens cair na pobreu. Em 2003.
54% de tod os o. joYm. entre ' 4 e u anos eram pobre.. No Panamá, segundo o
Informe Nacional sOOre !HsenvolvimenlO Humano de 2002 (eas.l illo, 2003). p %
dospobres eram menores de 20 anos.A di>l"'ncia entre OS jOVON run i. e OS UrNllOS en muito pronunciada, eomc
se pode Wr no qu adro I.
M2i. da metade doi jovens rurais era pobre. e mais de um enrre eadaqU2lro.
ind igente. Mesmo assim entre OS jovens negro. e os jowns ind íGena> os nUmero .mim muitO superiores às mM ia.$~rais.
A dillcil lnserçao no mercado de trabalho
A taxa dedesan~ subiu pronunciadamt:nte nu últimas dllU dkada$, pusan
do de 6,1'110 mi 191k1 para11,)'110 mi 1990 e a 10 .9'110 no ano 1000. Mas o aumento foiainda maior nOS gruposjovrJ15., apesar de suas supnstas VlInlagens rtlatiV3S.O mer
cado de trabalho se íee cada vez mais inacw lvrl para amplos setom de jovms.
Srgundo as a timatins de Abcbla (1001). no ano 1000 Odesemprego entre OSjovms~ ISa 2-4 anos era l,S V'tUS maisdrvadoqueo cksmlpregog.eraLToman
do-se Ogrupo~ jo\tiIS de 'S 1 19 anos,a $ituaçio pionva e quadruplic:an.Sql>n
do 0$~ da Orpnizaçlo !bm>-Amrri<;:anada 'uvmtu~ (O min. 1OO4), O desemprrgo entn OS ;avens ~ cinco vezes maior do que Ovtrifiçado entre OS adu ltos
maiores de 45 ano s. De acordo com sua estimativa,de cada 100 novos contratos drtra balho que apa recem na América latina, 9J.sAo para adultos e a~nas sete para
jovrns,ata últimos. alêm díssc, sendo mi Sll3 maioria de tempo parcial,
Tokman (1997) fu uma obs.rrvação adicional~ alta rrIevincia. Ek rrvela qtW
quando há crescimento económico signific:ativo as taDJ dt~ baixam.
mas as dos~s dtmoram JrnIis pan. dim inuir. Pdo contM o. quando a eccnemia se contrai, e aumenta o deKmprego, a 1m corm pondrnle aos j<»"ens sobe
mais rápido. A u pansl o do desemprego juvrnil ~ uma das · variáveis dr ajuste
mais uli liza<b.s com .. cormpondentrs cOllSot<{iiêndas rrgrnsivu põln eles.
A incidtncia do dnnnprrgo teria um duo c:ariln' socio«ooomko. comopode KT obs.rrvado no grilico 1-
Em 1001, a taxa subiu para l.8,1.'IIo mtre 0$ 10'11o mais pobres da populaçio (era
de 1I,71lo entn OS lO'IIo mais ricos).
Por oulro lado, lIate últ imo grupo, um St'gmento significativo do desemp n
go deriva da sua tendência a prolongar os a tudos para se prepanr melhor para
o acesso ao mucado de trabalho por ClU9 dascrescentes demandas por qualifi
~ No grupo mais f'Obn'.OCOI'n a trndtncia invnR. Começa-se a tnbalhar
o qlWIto antes, att mamo dtiDndo os atudns, parageraralgum tipo de salirio.No entanto, sua taxa~ desemprego igualmente ~ trb: vezes maU;alta q.... a da fai u mais aha.
juntamente com o desemprego l! obSt'rvado entre OS jovens um cnscimento
dos empregos de baiu. produtividade. Tn balham porcon ta própria,Sl:m crédito,
apoio t«nológiro w inKTÇio sólida no meTeado: vmdtdores ambulantes, mlPft-
" .._ .. _ .._c.-. .. ....
O u "; .. M • _..,. "'"" .... ...... '9
1
,
,
G.~"". 2. Amtri ta LMi.. (17 .,..r...)-Tueade <Inernp__ ."Iro o>j~ de l~. 2~ ..... de 1<\0
de, oogundo • di.i~ "", fai. .. de ..ooa r- <4Jjta <Ioméot ica, to..1r>a<;;oMI, "" períodode 1'l9()2002 (em mó<lõ.. " "'1'1«)
gadas dom~slicas , outros trabalhos da economia informal. ESMS empregos re
pre~ntavam, no ano 2000, 69,' '''dos joveM ocupados entre 15 e 19anOS e 49.4"daqueles ent re 10 e 24 ano s.
A situa~o t muilQdife...,nte na divisão por faixas de salár ios. como pode serverificado no gráfico 3.
Os trabalhos de baixa produtividade quase duplicam na primeira faixa, mais
pobre, em comparação com os da quinta faixa. o que implica que os jovens bem
prepanld.,. foram <>1 que optaram numa proporção muitinimo maio r pelos tra .
balhos de alta e média produtividade que geraram as economias da América la.lina en tre '990 e 2002.
A" condições diflcei. do mercado de trabalho criaram também fortes ten Moeias à precarização do trabalho. Houve Um grande aumemo de conll'lllaç~.
de mão-de·obra que não obedeciam às normas legais e formou -se um vasto sego
ç ...",." 3. Amirb Uü\a I I I>~J -~.Jorotr4~ I S ~ 2'9 ...... . _ .... _
_ do b..i. produtMd,ado, 5e9Inlo ..diriI.Io por 1,.;_ do Solln~ uopjU doo101m, fIO llfri06019'JO-200 2 t mfdIolI~J
,
.'-0 -~ .n----Fl'pqj'"
~~
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•• ._.
mento de pessoas cujos salários não lhes são suficientes para superar Olimiar depobreza, ainda que lenham trabalho.
Até mesmo os empregadosda economia formal tlm dificuldades de sobrevi
vlncLa. Assim, os salinos minimos eram, em 1997.~ menoresque os de quinzeanos atrás (Tokman, 1997).
A influblciadessesprocessos sobre05jovens num mercado tio tenso pan elesfoi muito intelJ$;l.. MuitO$ ddes encontram-se ndSa$ modalidades..
Segundo os cálculos de Abdala (10'>1). esses problemas têm uma expre:ssiomais severa ainda para as mulheres. A atividade laboral feminina cn$C1N fortemente. masa taxa de desemprego da mulher é cera. de S01" maior que a dos homens.e a informalidade.cercade u % maisalta.
)O O_.._""" .. ......... l ..... . ... e.n..
Pm:ursos de ~ida muito desiguais
A Amtrica Latina t descrita como a reglâo mais desigual do mundo. Os mlmerosda distriOOlçio snnpre ~iram na regilo, mu a $ituaçio piorou ainda mai5aIS úhinw~ Sc-gundo uma amIiK recente (Filgueira. Pm, 2004h ~o novo
~ de t:r'tSCimento da Ammc:a Latina altm nn CODjunto • nWoria dos pai.
_ da rtgiIo ati um niYd mais alto de conantraç:io dos s:aIãrios, indeptndmle·Pltnle de suas conquistas no campo econÓmico".
Efetivamenle, estíma-se que os lO"" mais ricos possuam 4811lo dos ulá ri05 daregíio e OS 101Il0 mais pobres,apenas ,MIo. Os índic tS de G ini de distribuiçio dos
AIirios da. regi.k> mostram qut equivalem • menllIf da meudoe d05do mundo delm\IOIvido, e ÃO os piores do mundo.
Em 100~ eram: Bn5i1, 0,6.4: Bolivia, 0,61: Argentina,0,59 ; Hondu~ 0,59: Ni·
car.igua,o,s.tt; Paraguai,oS7. Mesmc os mais baix05 - Uruguai (0,46) e Costa Rica(0..49) - do maiores que 05 piores do sudeste asiático e da Europa oriental.
A desigualdade lalino-aJmricana nJo se apressa apenas na distribuiçJ.o dosaIárioL f'ffeorre tOOu as dirntns6a da $tUtura social Os Indius de Qini de
ac.esso ~ propriedade da tem do ainda piorts que os de~ dos sa1ârio5.Desse modo. t profundamente desigual I possibilidade de aceuo ao crédito, M
pequenase médias empresas recebem menos de 5""do erMita outorgado~lo sis
kma financeiro.a~$Ir de $trem as principaisemp~gadora. da regiJo.~ desiguais OS Indicadora vit ais mais básicos do campo da uúde, como a
..-ulidadoe infantil I moouIidaOr: mmma e I esperança de VKia. Enquanto Ipe'
DaI 'o de cada LOOO crianças rnorrnn na Costa Ria lOtes de compIrtar cinco
_essa 1m sobe para 99 na BoIivia e para '46 na fain mail pobre da. popula.çIo desse pafs. A proporçio t de SI" para cada 1.000 na República Dominicana,47.3 em Honduras e 44 na Nicarágua Estima-se que 300.000 crianças de menosde S anos morram a cada ano na Amtrica Latina e no Caribe de doenças que do
l"aci1mmtt nitmis OU podem fft lrabdu.~ altamente desigual O acaso ~ educaçio de boa qualidade e ~ tecno&ogia'.
.. 0_ ...01' .d,.__ " .. Id, d.. hri_...". ... ' ,,,..lT_.....:J.n • "t _.-~n-eon..."'-'_~
___... . _ J>
Tudo isso se rdlf'te n05 S<'tOI"<'S jov...m <la J>Op!.Ilaçlo. Os "tn.jetOS d ... vida~
no totalmente difer ...ntes seg undo o estrato soc ial a q u... pertencem. Os ~tores
d ... estratos altos podem aspirar a ter niveis de educa"""'" saúde, trabalho e mora
d ia semelhantes aos de jow'ns de países de$enYl."Jlvi<io6. Por outro lado, os jovmI
mais pobres vêem sua vida dRSticammte mua<la pda bIta de oportunidacb
o(e~idas pda sociedade. Devem começar a tTllbalhar com uma idade precoce. suas poss ib ilidades de cursar estudos primtrios e secund ários são limitadas .
co rrem ri$cos significativos na saúde, náo pouuem rede de re~6a SO(iais q ue
possa impulsion:l-los. m\o há crédito pa.ra clu,sua inKrçio no mercado de tn
baIho t muito JK"ObIemáti(a, dificilmenle cONCgllml air <la sit~ de priva
çio de suas (unDias.
Em sociedades como as lalino·americanas. o nde se aprofundou a desigualda
de,a mobilidade $O<:ial tend ...u a congelar-~. AmpLu camadas das classes mtd ias
viram-,.... em perigo. O empenho dos jovens nlo,....concentrou, como em cIkada$
pum" em ucmdcr IOCialmml.... mas cm ajudar seus familiaR,a. sobrcYivtt, enkI empobrc<:er.IS$O implicou abandonar 0$ estudos u~tárioJ,$&.ir para tn
balhar com i<!ades mais baixas e. algumas veees, conduzir finalmente ~ migração.
No ano ecoo, cst jmava-~ que viviam nos Estados Un idos 1,9 milhão de jovens
procedentes da Amrnca Latina e do Caribe.
Sio lOCiedadcs muito pobrizadu. com difemltes modos de viver o periodo<la jU\'mlude, .... cm muitos c:a-. rcprcssoru dos KWi poerncWse c:auHdoras defort ... angústia e sofrimento pessoal.
Por o utro lado, hAa coexistt nda,a percepção d ... que ao mesmo tem po em que
existlml jovens que estio quase ~ beira do desespero M aqueles q ue oem mesmo
sabem o que fucr com 0$ bens incontAvris ~nn disp""içio lsao cria na socieda
de lOrte$le1\SÕQ,as quais bnsom ..una said.a.
Os jovens e a famllia
Qual o impacto que esses procCSSOlS Itm na (amllia~ Ela continua a ser • unidadetsSmciaI pa.ra 0I,jovens. VArias petquisas recentes corrobonram seu pac fun
damentai na afet ividadc, na sa~ ps,1quia, no equillblio emocioml, na matu
ridade. na ioteligtnda emocional, na ca""cidade de aprend i:&ag...m e em outras
Areas -chave.
)1 0_._.._.-......
Quclro 2.~ Lal"" (1 7 ~[",l _ T'IIO' <k l_lia . <I< I... _ i_1'IlIn lS . 2~ .....
I 'l'I'I-lOO2 len> _ ....1ml> 1<.)
t .... .. '"'~......".- ,- _.o - u - ,-- --,_ .._-- o,. ,~ ~ U ',' '",_.._..- ",' •• ',' U " '",.... ..- "" O ,, ~ O, , U " '",......- ,- ",' O~ " " ',' ,"
,......- "" " ,O .' O,, " " ,"......._ _1_ •• . 0 '" - - ,"r_ .._ - _ .,' '- " " .,- ,"........_ _1_ •• 'U ,. ',' ',' ,"'01- ,,_ _ " '" 'U ',' ,. .. 0,- ,"'01-"_ _ ,- », ' U ,l ,, .. o,, ,.,......- "" ",. '" ,,O lO,' '" '",......-.- " ,, ,- -,' ",. ., ,._C.,.I l-.l.~~ ..._.-.e- ._.. ..._-.-
Ü$;oveM latino-america nos conlinuam a ter sua incontesl 'vel lmport'nda.
Puquisasem domicilio do ano :u>o:I indicam que a gnn& maiooria do s jo""n.
de >5 a 19 anos yj"" com sua familia. A estru lura da fum ilia po<k ...r vista acima,
no quadro :I.. Apesar de seu. detratores, a famllia nucl.ar continua cons tituindo
IS'" da! f.un[Jjaa da Améri ca u,tina. Somando as famlliu estendidas, ambas K '
presentam \lI,S" de todas ai fumlllas..
Vi""m com lua fam Ol a 87>~ dos jovens do ChUe: 84", da Colômbia; 68.8....
da BoIIvia; e~ do México. 01 pcriodOl de ptrmanfnda junto da (am llia nio
se rcdurinrn.mas aum. m aram. o 'I"" pode eSlar rclacionado.cntrc ou tl1l8 razoes,
às dificuldades de ir=rç,io no mercado de trabalho.
I'oquisas indicam ter minan temente o gran de valor 'I"" os joven. dilo ao nó
cleo (amilõar.Aptsar da d' lCQn fiança do ririas instituiç<Xi da sociedade.a mm[]ia
pcTnIan«nJ como $Cu reduto afet ivo,o lugar o nde podem Cllprusar-'" plenamen
te. dar "0% a lUIJ confidéndas c crocontrar gui u c o rientação.
Confiam particu larmeme nas mks,.m lC'guida nos pais c innliN; 3305'" do s
adolescentes e jovens bo]jyjanos co ntam SC'llS problem a. " mlie.l3J.... aos innlios.e
....--... .... ..... JJ
9,6~, ao pai. Dosjovens chilenos. cerca de 56,5~ fazem confidê nceas li mi e, 2.4,1.~,
aos irmão$, e 23,6'" ao pai.
Conuastando com a imagem de conflituosidade das novas gerações com suas
famüw, esses ÃO os dados cceeetce sobre como os jovms do Máico e da Bolívia cons.Kknm SUiI rd~ com os país-
Quildro3. MhJco . 801l0la - Rt/a<;1o com .. pai.(cm~)-.- ~~
~ -. ~ -- ,,,~. ".' ~- ." ,. ". ..- ~ " .. .-
-~ '.' u_ ........ _ .,........,.._..,-.JIo<Ioi,loo .. Crpol(_~~~._'--.. ",...-_r.... ..,..,..,.. ..<......... _ ....1"\000. __,_.,-,-.,... _ .~ iodai ..-"' .... _ """ <IoIm-.·... •~-.'itI/onaoç6o ....__•_ .._,.. no ___....
Como se podt peouber,as rdaçõ<os sIo bastante po$ilivas. Apenas uma por
cenu.gern muilo pequma - inferior a 2~ no Máico e a 5~ na Bolívia - tem reIaçees ruins com o pai, e o número diminui pan I~ em rebçIo li mie.
O que os jovens valori2arn na família? O apoio e o carinho aparecem em diver
sas realidades, como 1$ do M6tico e do Ch ile, como sendo aspectos centrais. Pesquisas indicam também que os jovens vêem a famíliacomo um espaço harmó nico
em que os conflitos slo solucionados principalmente por meio do diálogo.
Uma das maiOlU dtsigu.aldadC'$ que se aprumtam na regilo. silmÓO$a, qUil
se inadvertida, te a pronunciada dt$igualdade de acesso a esses bmeficios únicos
que pl'O\~ do micleo familiar. A pobreza pede causar lensão e destruir famllias.O "estresse socioecon6mico", que significa desocupação permanente. precarieda
de e o fato de serem obrigados a conviver com muitas pessoas, agrava extrema
mente o clima familiar.
O papel do pai, co mo a principal font e de receita.pode ser totalmente desvir
IUildo qu.mdo nlo consegue ter acesso a em prego permanente e SUiI autoridade fa
miliar te ded~timada. Nessassituações.desocupado.com poucaspenpectivas de
tnbaIbo. ciente de que a famüia espera ddt algo~ nJo podedere da perda do
:H o_.._ .. _ ...... ... c_
a oferta de oportunidades melhores para as famílias que tenham melhor form ação
escolar e melhores salários, que significam mais capital para investir na educação_
A Cepal estimou que, nas condiçOes atuais, são nece&sários dou anos de esco
laridade para ter credenciais minima s com vistas em obter um trabalho que esteja
acima da linha da pobreza.
Por outro lado, juntam ente com sua importância para o trabalho, a educação
aparece como fonte de outros patrimOnios . Estudos indicam que há uma grande
correlação entre educação e indicadores de saúde. Maior património educacional
permitirá o erercícío cotidiano de uma cultura de saúde mais avançada. Mesmo
a&s im a educação ajuda a formar capital social. Melhores niveis educ acionais per
mitirão aCeSSO a redes de relações ma;" amplas e qualificadas .
Definitivamen te, a educação ~ para OS países, as fam ílias e as pessoas uma
grande reserva de opo rtun idades de desenvolvi mento.
Além disso, nunca é possfvel deixar de considerar que ela ~ um fim em si mes
ma - ~ o caminho de mobilização e realização de alguns dos potenciais mais ri
cos do ser humano.
Thdo isso tem um significado especial para os jovens. Suas upaitncias esco
lares e as possibilidades de acumular capital educacion al relevante vão condicio
nar de forma importante a sua vida de trabalho fut ura. Também vão incidir no
seu capital de relações. Por outro lado. a educação ~ para eles o grande marCOde
inclusão social,depois da família. Entre os companheiros, são criadas as amizades
e os aspeçtos básicos da sua personalidade.
A população da Amérka Latina tem na educação uma de suas principais quei
xas. No processo de democratização. os investimentos nesse campo aumentaram
e foram obtidos cons ideráveis progressos na esfera do acesso ii escola primária eno declínio das taxas de aoalfabetismo_
No entanto' os resultados dos sistemas educacionais da região continuam mui
to distantes das metas desejáveis. Desse modo. demonstram uma brecha cada vez
mais pr onunciada em relação ás conquistas dos paoo desenvolvidos e dos pal
ses em desenvolvimento. Enquanto nos países da Organização para Cooperação e
Desenvolvimento Económ ico (OCDE), S; '!lo dos estudantes terminaram a escola de
nivel médio, na América Latina apenas um terço deles concluem essa fase.Segun
do a Cepal (2oo4),completaram a escola de nivel médio apenas 34,S'" dos jovens
de 20 a 24 anos e 32,6,., dos jovens de 2; a z9 anos.
Atualmente.quaK todas as crian.,as ingre$Sam na escola primária. ma.I a tm<k~ repelfncia e aln$Cl QCo!ar f muilO alta. Emaooa. a rnf<Wo \atino-ame
ric:ana dr CODdoaJo60 rnsino primário foi de: 66J'lo.e em um conjunto dr pafse$
chegou a apenu ~~.
Como conseqüfncia disso,segundo a Organiuçtoo Internacional do Tnbalho
(o'TI.em 1999 apmas lJ.6~ da populaçio ;uvmillinba mais de: 10 anw<kesco
bridade; 40J~.<k 6a 9 aJI(lS; e 14J~. <k <) a S anO$. Em 10<11, apnlu 6.s~ dosjoven~ <k ~s a ' 9 anot conduíram a faculdade.
A segmenl.aÇkl social da Amtria. lalina~Ia pontol muito gnve:s naimI eduacional.A~ a I'q'dfnda e c alraso estJo COIlcmlndol nu~<k menor dellWlda e foi criada uma enOrme brecha entre as regiõesde menor emaior demanda.
5<'gundo estimativas do IID (,991). os l~ mais ricof da popubçio tfm uanos <k escclarídadee os3~ maispob-. SanO$. SetomarmOll os I~ mais pc
bres,a brecha K amplia; apenas 4 anos de escolaridade.
A mUoria dos jcM'ns<k origem humilde lic:am pelo caminho. De» ..". mais
pobres da populaçio, apenu 4J.9~ romplelam a esc:oIa primiria. Metade niorondui I)os .O~ maiSricos. 8o,S~ conseguem terminá-Ia. Na escola secundária,apmas u~ dos lO~ maispobres da populaçioCOllSe'gU<' complet<i-la - um entu
cada dez~ de: origem humilde. De»..". mais ria:l5, s&.>.~ COIlKgIX. F'malmente. apenas 0.9' dos ."", mais pobres termina a faculdade, ou sqa. um entre
cada Cem. Dos 10~ mais ricos. a quinta parte consegue terminá-la.Quando se introduz a etnia, a situaçJo toma-K ainda mais gnn. A juveo
rude indIg=a lOireainda mais fortemente essu adus6es. Na Guatemala,a laxade "'petfnc:ia na escob primária entre alunos indígenas f de 90~. Na BoUvia. a~crianças de Iingua ind1sem Ifm o dobro <k probabilidade<k rtpetir do que 01<k
língua hisplnicl (Unied, ' 0(4).
M ClUAS da evastoo se devem a qcestõee muito concretas. Tfm relaçio. ent", outros falores, com a precariedade económica da farnllia. que obriga muitascrianças e~ a abandonar os estudai pardal 00 totalmente pan. amtribuircom algum salário pan a família, com a própria debilidade do nud eo familiar
para acompanhar o jovt'm e COm seu escI$SQ capital educativo. Oitenta por centodo5jovenJdas cidades da Am6ica latina ,-fm de bmllias cujos pais n.k> têm dez
moa de: escoIatilb<k.
. " . ' ' _ 57
A brecha educacional na juventude latino-americana não é apenas quantita
tiva, não se trata somente de mais anos de escolaridade. Há também importantes
aspectos qual itativos. t muito d iferent e o tratamento educacional que recebem os
diversos setores, como foi documentado em várias pesquisas. Entre outros aspec
tos, aqueles que freqüentarn escolas privadas têm mais horas de aulas, docentes
mais bem remun..rados, mais recursos de apoio e melhor infra-estru tu ra do que
podem oferecer as escolas públicas.
Dentro da educação pública as dif..renças podem ser significativas. Apar«em
até mesmo num país de alto desenvolvimento educacional como a Argenüna.que
..stá fazendo atualment.. grandes ..sforços p<'la eqüidad.. na educação. Um estudo
recente (Cippec, 2004) aponta que 'os meninos de camadas sociais mais desfavo
recidas freqilen tam as escolas mais descuidadas pela prefeitura, que possibilitam
menos acesso a computado res e equipamento, com docentes mais jovens e com
men or experiência, repetem mais as séries na escola primária, têm piores resulta
dos de aprendizagem no nível médio"
Esse quadro se reprod uz em toda a América Latina cOm muito mais gravidade .
Os jovens das áreas rurais e de bai rros mais pobres tendem a receber uma educa
ção com condições gerais mais desfavoráveis. com m..nos horas de aulas anuais e
com menos recursos de suporte. Adicional mente, os educadores enfrentam pro
blemas muito mais graves, como o que descreve uma professora pr imária de Sal
ta,Argent ina (lA Nllâón ,2004), chamando a atenção para a quantidade de tarefas
extrapedagógic.as que lhes cabe desempenhar, como ·o controle nutricional dos
men inos, a presença efetiva nas aulas, a violencia familiar e a alimentação".
NA SITUAÇÃO REAL DE UMA AMÉRiCA LATINA.
A PROMESSA DA EDUCAÇÃO SE TRANSFORMA EM
ILUSÃO PARA AMPLAS C LASSES D E JOVENS. DE 60%
A 80% DOS JOVENS NÃO CHEGAM À ESCOL AR1DADE
FORMAL MÍNIMA NECESSÁRIA PARA TER AC ESSO AOS
REQU ISITOS ATUAIS 00 MER CADO DE TRABALHO.
Na situaçlio rei! de uma América L3lina com essas questões abertas, a pro
messa da educaçlio se transforma em iluslio para amplas classes de jovens. De 6o'llo
a lIMo dos ~ns não chegam li escoIarilbde fonN.l miníma~ para ter
acesso aos mruisilOS atv.ais do~ de tnbalho.Su.a carp dr aprmdlzagml é.
além disso, dr baU.a qualidadr. Isso rdorça dr ririas maneiru as outras segmmlaçoo vi~ntes n~ regiliQ tlia desigual.
oabismo dig ita l
A Internet~ como u.nu.}anda dr oportunidadQ para.. jovms do início doskulo XXI . Abre a eleslmcnsas possib ilidades de reforçar seu trabalbc na escola,
seu conjunto de bens educativos. de receber info rmações extracumcula res que en·
riqueçam sua base formativa, de ter acesso rapidamente a inforllUÇÕe$ wbre lra
balho, dr apidtaçio e.em geral. ok aument.ar~le$U.I con«tividaok.
Por outro lado, OS~ contam com vanl3gl!ll5 muito dans nau ámt sobre
U gulIÇOO de mais idade. Nasceram oa cultu ra da Internei, e 5alS potenciais drillS<"rçlio e criatividade com ela cos tumam superar amplame nle oSdos aduhos.
Su.a apanÃO na Amtrica l;ttina. mesmo que bem dislanle das médias dos
países~ tem sido vigorosa. No entanto, aqui. novalIM'nte as sc:gmen.l:aç6es impcknt~ limites ao aussoda juvmru&e. esse insuummto que tan·
ta conlri~ pode trazer,
A est ra tificaçlio dos acesso s 1110st ra a presença de grande abismo digital. As·
sim, poraemplo,dadO$ recentes da Arge ntina (Ce pal.lOG4l indicam que dos lO'llo
mais ricoI da populaçio 8 entre cada 10 pessoas têm acesso li inten'ld, mas doslo'lIo lNis pobres apmas urna, e dot }MIo mais~ apmas lrfs.
A disllincia do abismo pode $e!" pm:ebida com toda. clama em outro indi
cador muito sugestivo.. Nas camadas al tas e médias altas existe o acesso li Internet
em computadores de propriedade do jovem o u de sua famma. na maio r parte dos
casQI nas próprias CU3$. Nas camadas pobres, em locais públicos, orwk o ecesso
' .....UIN politica públia vigorou que dnnocratiu IS possibilidades ok incorpo-
raçlio aO espaço virtual, abrindo oportunidades dt aprendiugem e ~rando uma
ampla rede de locais de acesso gratu ilo, como fo i feito em outras dkadas com
as bibliol:rça$ pub/ica$, podrria claramenle ter um papd fundamental paR abrir
, 1 • .. . ._ MI
esse caminho ti o prórimo aos jovens a muitíssimos outros que agora são a
cluêdos dele.A isso deveria SC'~ acresce nt ado um rortal«:lmento das possibilidades ck re
forço da cobertura e ofertas do sistema escolar, que pode significar a inclusão do
computador na sala de aula e na educaç ão a distân cia.
Riscos de sa üce para os jovens na pobreza
As condições da saúde pliblka sio um produto social. Estão vinculadas ao que
uma sociedade fu cm áreas cerne a criação de condições básiQlS favorâ\'ri$;li saú'
de, a impl.cmentaçio de programas $i$tcmâticO$ de saúde preventiva, a gaação de
uma cobertura de saúde universal. Assim oomo foi assinalado por Amartya Sen
(1981),um problema tão essencial ;k saúde cerne a des nutrição não tem a VC'~ apenas
tom as disponibilidades de alimentos, mas também tom todas as reestruturações
sociais que permitem ou dífi cuham que esse di reito elementar seja satisfeito.
A saúde dos jovens latino-americanos está imersa no cen ário socíoeccn ômí
00 já delineado.que cria condíções de rísco significativas para am plos ccnüngen
tes de jovens,
São ineg áveis os avanços em saúde no oontinenle ligados ao prog resso geral
das cíênoas médícas e a esforços importantes das politicas públkas e outros se
tores da sociedade; no entanto. também apontamos um grande desalio: a desi
gualdade na saúde. Quando se verificam as médias, encontramos grupos de aba
vulnerabilidade, nos quais os jovens têm um a representação desproporcional em
diversos problemas.
Há, assim, um perfil de risco de saúde próprio do jovem pobre, que constitui,
como foi mencionado, mai s de 40~ de to dos os jovens, e outro perfi l do jovem de
outros estratos socíaís. com um a di stância considerável entre ambos.
Entre os maiores riscos que afetam os jovens marginalizados, rurais, indíge
nas e afro -americanos, encontramos os seguintes, que fazem parte da sua vida
cotidiana.
I. A pobreza influencia díretameete a esperança. de vida. As privações cm maté
ria de desnutrição, a vida cm ambientes apostos a toda ordem de poluições,
as dificuldades de acesso ;li água potável, os d~ficits de saneamento. a carência
~o C co<to>.....__ .. ...-. loIN ' .. t a"_
d~ auistbl,ia médka s10 algu ns dos tantos fatores viocuJ.Wos l pobrna q~
pod=> gcru limiarn; de.- vulnnabilidadt muito maiora.
l. H.t uma sign ificativa co.""laçio ~ntn' niVris de cdUOlçJO ~ espaanç;i' de vida.Emestudol f~it05 no QUe (Vrp.. 1(03) fica~dtntf que • dir~nÇllna espe
rnlÇlI de.- vKb ewe aqudel que ttrn m t"" 1 e I anos dr escolaridade e aqueles que têm 13 ou mais se ap rw;ima dos; 9 ano&. O mesmo tipo dr trndblcia
fOi corroborado mi oo tru realidades A1án di55o,os dados indicam que esse
indicador estllsubindo. Escolaridade maior tem um significado crescente em
tfTlDO& de Pft"'UlÇ1o de riKoli de saUdf. A5 graves brechas fducacionais en
ln' os~ns antes rdnidas rio tu infiulncia , portanto, r m aw; conduw emmatéria dt Pl"UC'rvaçãodr SUl saúde.
). A5 miei jcrvm&, qlK sio uma proporçio importantr nas camadu mais humil
des,padreml dr riscos muito mais altos qur a máfia das mies dapopuI~~ nlms dt tksprotfÇio durante a gravidez. r 00 próprio parto. sio COI1$i
dn-avelrntntr supfrion'S is médiu. S<:gundo dadosdoBanco MundiaJ(lQ04),
f ntn' os 2.01' mai$ pobrn da popuIaçio43" das m~es nio rre dJwl .tS5i&ttn·cilI npW.aIizada dunnte a gra~~ 60" nio a UJUfrumI no parto.l$$O cau·
sa um impacto nos índices dr mortalidadf matrrnl rntu u jovens desfavo
uódu ~ risco5 de.- danos no parto. Estima·se 'I""'mi 2003 tenham morridol3.OOO mulheres blino-ammcanu no momeotc <k da r l luz., proporção II
vna maior q~ as médias dos; países dfsenvolvidos..4. üistr um grande alumc mi rdaç10 ao H,v / Aieis na AlI'Ibica Latina, Su.a in
cidê ncía na morta]jdad~ df jovens - ~,9 a cada 100.000 - t objeto de prro
111paçk1 Estima·se que a esse lndi« \kn·se aars«nlar a Uisttncia <k s a.
7 porta.dores 5Ort>po:Sitivos. Entre os fatores q~ ccntríbuem pm essa situa.
ç;io se eecoetram alguns vioc uladolli l pobrna..como a obrigação dr conviver
com muitas pasoa& no mesmo lar, a promiscuidadf r a instalaçio dt gruposdr drogas em rr:gi6es mais pobres. Por ou tro lado. mesmo qur de 70'" a 73'"
da.~ esteja. infonnW da doença r de como cccere • tnllSllUçJodda,
menos d~ 10'" ad(){am med jdas para a prevenção, o qUf implica a rf"alizaçJo
ck um monnc: trabalho na fducaçio dolijovens • esse respeuc,S. Na Arntrica Latina recrudescem 01 probIrmu aurca do trilico dt pessoas r
da prostituiçio juvenil, estimulados por interesses f<:OI\ÓIllicos.. pelo chama·
do "turismo $CX1lM" r pdos grupos de ffiIJiina4 mvoMdos com drop&.. que
• d " ' '' ' ,- . ,
destroem milhares de vidas jovens.,e entre os danos que causam podemos cí
tu maíor vulnerabilidade à Ai&. Assim, na República Dominiana, onde tem
havido constantes denúncias em rdaçto a is5o,.obstrva-se que a tm de mo r
talidade de mulheres jovens por HIV/ Aids l)OO'J' maior do que a de homens
jovens; 11,1- mulheres a cada reo.cce.comparado com)'9 homens.
6. A mortalidade juvenil na Arnma Latina apresenta um traçopatológko mui
to especial.~ alimentada pela. viol~nda.. A mortalidade juvenil é de 1}4 a cada
100.000. Ouase o triplo da espanhola.que i de 49 a cada 100.000. Estima-se
que de cada 100 falecimentos de rapazes jovens n sejam at ribuídos II caUSIIS
vio lentas (Cepal, 1-004) . Entre u mulheres.são JS a cada roo.A região padece
de uma violência juvenil de tipo epid êrnico. Ante um fenóm eno tão regres
sivo e ant ijuvenil, conv ém evitar os tratam entos superficiais e procurar uma
análise mai s profunda que explo re suas ccrrelaçôes com outros desenvolvi
mentos importantes do cenário socíoeccnõ míco, como os que foram apon
tados, entre eles os altíssimos níveis de desocupação juvenil. as dificuldad es
educacionais e a fragilidade de mu ita s estruturas fam iliares sob o embate dos
processos de paupetizaçâo.
]. A tend ência à privatização dos serviços de saúde e a redução das assisttncias
méd icas publ icas deixaram muitos jovens fora das possibilidades de cober
tura que seus n úcleos famil iares possam prover ou que eles possam adquirir
por si mesmos. Nos núcl ros funiliares abatidos por várias restrições econó
micas, a saúde l um dos gutos que tendem a ser marcadamente reduzidos.
Por outro lado,jovens com as dificuldades de inserção men<:ionadas anterior
mente t êm séries problemas para invest ir em seguros de assistmda méd.ica.
Tudo isso os dein suje itos a uma alta vulnerabilidade.
8. Normalmente, as análises sobre a saúde dos jovens são centradas em aspectos
tisic05. Assim., l menosprezado o &10de que os jovens necessi tam, com fre
qürncia.de apoio psicológico. Em situações tio -d iflCCís- em termos de restri
ções de oportunidades, sobrevívêncía, tensões contínuas como as que derivam
do contex to econômíce aluai. a demanda latente por ajuda psicológica é po
tencialme nte muito maio r. No entan to, esse tipo de assíst éncía para os jovens
foi relegado a um plano secundário em toda a Amlrica Latina e n ão aparece
sequer como prioridade.
~ 1 o""..." .. Jwt"'..... Amtri<.o ........ .. C"'bo
Em. gttal, a sit1aÇio da $a11<k juvmil i carxtrnnda pd.a pramça de am
plos sno<e$ de~ com di6ev.kbdnpOl:~ou explicitasde AUckde lipo
bem especifico, qlW ÃO muito pouro {oaIiudas pdas poUticu ofiàailIde saúdee pd.asociedade..
Apenas .são atendidos~enle quando p.....m por gnva probkmu.mas nio lhes i dado o reconhecimento dl."IIido em termos de poli ticas prnentivu
$Â$l:em~tias,com m~as a longo prazo..As lendmcias tr2Çadu wmariamenle na questão da pobreu. ddocu~
desigualdade, educaçio e seúde geTam dificuldades ootidianas para muitissimos
joven s lafino-americanos desenvolverem suas po tencíalídades.
Conduzem, em di\·ersos CUO$, a quadros problem.itic05 que nao têm upli",ção nas decisões ou condutas dos jovens., mas no modo (Orno C$SU tendências
condicionam severamen te seus âmbitos de opção. Examinam os alguns dei" a se
guir. Eles testemunham a impresclndíbílldede de se implementar com todo o em
pe nho políticas coerentes qu e destravem os graves "bloqueios de oportunidades·
que geram aqueles qu adros.
Os jovens presos no contuto _
Muilos jovens latino-americanos chegam hoje a vmladriros"becos K1II salda~em
asp«lOiS-dlave da sua existmcia, IRflSÍOI'Tllalldo-se em · prob!emu· para I socie
dade. Por trás desses probkmas há jovens promissores, que sic kvados asituaçOes
muilo penosas prios modos de funôonamenlo doscontextos nadonais.~ a sepir.supcricialrnenk.aJguns desses quadros problemáticos.
Os }avens que ficaram de fora
Milhões de jovens latino-americanos "tio fon do men:ado de trab&lho e 10 mes
mo Iernpo do sistema eKOlar. Estirruuivu indiam qlW esA i a situaçio de 1}.Ó"
dos jovens en tre 15 e 19 anos de idade: um de ",da quatro jovens i. po rtanto,
um excluído social. Um estudo com base em pe$quisas em domkIHo de 15 paúesconstata que.entre OS jovens de 15 a 1.4 llnOS,OS que nã o estudam ne m trabalham
rep rese ntavam en tre 11'" e 40'11. dos lares po bres (Cepal-Celede, 1000). Ent re ou-
tros, num pais como aArgentina. na estimado. no ano 1002., que mail; de 400.000
crianças e adolescentes abandonam anualmente os estudos e I milhão de joveM
de 15 a 19anos estavam fora do sistema escolar (Pepe. 2004).
A categoria de exclusão tem uma d imensio eçonOmica.Significa que não recebem salários ou recebem muito esporadicamente. le ndo asstm shiu dificul
dades de sobrevh"tncia. Significa que nio conseguem iniciar uma vida laboral e,
por conseguinte.não têmcondiçOes de passar por elperilncias de aprendizageme crescimento produ tivo. Ao mesmo tempo, sua rede de poss íveis relacionamen
tos estreita-se preocupantemente, dado que o trabalho ~ um lugar fundamental
pan nutri -Ia.
A tudo isso se junla uma circunstincia fundamenlal. Os~ estiO em ple
no processo de garanti r sua auto-estima. A marginalízaçio social vai diretamente
contra ela. Em lugar de ser fortalecida, ela fica enfraquecidaIsso gera problemas
psíquicos, de conduta e de relacionamento.
Num rigoroso trabalho sobre osefeitos da desocupaçio prolongada, o prbnio
Nobel de economia Robert SoIow (1995) assinala que os economrstas convencio
nais erram quando a analisam como um mero problema de ajuste da ofert a e da
procura. Supõem que os que querem trabalho insis tirão. baixarão suas pretensões
salariais cada vez mais e, finalmente.a oferta e a demanda se encontrarão.
Solowmostr.l que. na verdade, as pessoas sofrem e se retraem do mercado de
rrabalho porque têm medo de ser rejeilados, em momentos em que sua auto-es
tim a já está mui to fragili zada. Eles se afasta m at émesmo socialmente para não se
sentirem envergonhados e dim inuídos dian te de grupos sociais cujos membros
têm trabalho.
No caso dos ;avms. todos esses efeítos do acentuados.. Eles estio iniciando
a constitu içiO de personalidades integradas, e a exclusão os priva dos estímulos,
aprendizagens e reconheci mento necessãrtos e alen ta contra sua integridade psi
cológica e mesmo co ntra sua dignidade.
Os jovens marginais urbanos ficam - iso lado5".A ísso se soma, com freqülnda.
o enfraquecímeeto que ocorre no núcko familiar.Como foi visto. a pobrtta incide
sobre a geraçãe de fammas desarticuladas.
Sem modelos de referência e identidade fortes no nível familia r e de trabalho.
ficam expostos para se deparar nas ruas com out ros jovens que se encon tram cm
sitllaç6es scmdhantes..
<H o_ ... _ .._..-, .. Co<*
Estudos sobre as gangue$ de delinqüen tes juvenis que se expand iram em diversos paiset centro-americanos e reúnem centenas de milhares de jovens. infor
mam que, q uando perguntados sobre o motivo por que se im iscuem em gruposque levam wna vidadesrq:rada e perigosa. costumam responder que é o único
lugar da sociedade em que são admilidos.
A exdusão social, juntamente com a desarnculaç âo familia r, coloca um setor
da juventude da América Latina numa situação de "jovensencurralados", que pode
impelir sua inserção no mundo das gangues e do cri me e transform á-los em víti
mas propkias para as miitias da droga.
t fundamental ,'er a o rigem do problema, e nl o apenas 5tU5 sin toma.s fi·naís, para poder enfrentâ-lo adequadamente. Um recente rela tório do Unjcef e
da Comiss ão Interamencana de Direitos Humanos (dezembro, 1.0(4), produto
de observações de campo na Guatemala , EI Salvador e Honduras, nos previne
desse aspec to.
O relatório chama a atenção para a Informação tendenciosa da mldia em re
laçt.o às gangues, o que produz uma estigrnatixaçlo social generalizada dos me
ninos. meninas e adolescentes pobres de vários países da Amêrica Central , Diz o
relatório também que e$$a manipulaçio tendenciosa gera medo e rqeiçio na opio
nil o públia , que se traduz em estigrnatização e discrimíneção social das cri anças
e dos adolescentes pobres.Eassinalado ainda que "as políticas estatais sobre essa qu estão devem ser di·
rigidas à satisfação de necessidades fundamentais, à criação de oportunidades de
vida e relacionadas _ direitos civis e pcl ítícos, incluindo o dire ito a um julgamen
10justo": IU$saII.1 que muitos dos Integrames das quadrilhas pertencem às camadas
mais pobtts da população, nlo tendo aas.so i educação, alimentação, habihoçlo.
saúde, segurança pessoal, peoteção familiar e possib ilidades de trabalho. Descrevese também q ue "peran te tal situação alguns optam por incorporar-se às gangues
em busca de proreção.apoío e respeito. Logo tendem a viver juntos em comumda
des urbanas com o objetivo declarad o de se cuidar e se defender mutuamente".
Redama, finalmente, que "esse problema não pode ser abordado unicamente
pela perspectí..... da segurança públka":
Em outro contesto, outra expressão diferente de juventude exclu lda _ -os pi .
queteiros~, na Argentina - exprime a necess idade profunda de atacar as causas
ult ima.. de ~ua ~ituaçlo, reivindk endo numa re<:ente passea ta em Buenos AiU'$
__I _ ,.... """""'"" . M... 4 5
(Qarin, dezembro de 1(04): trabalho genuíno p.ara a ju~ntude, programas decapacitaç.1oo laboral e de alfabetização. reinserçlo escolar, trabalho comunitário,
bols as de estudos e restaurantes e passagens para transporte para que os jovens
possam estudar':
Os jovens do campo
A situaçlo do jovem rural costuma ser outra express ão dos "becos sem salda':
Como jl foi mencionado, as tuas de pobreza rural da Am&ia Latina superam
amplammle as da urtwu.. Por outro lado,os~ rurais começam a traba.lharantes que 05 urbanos. Isso inlluencia suas possibilidades educacionais. Os nl~i5
de evado e repet ência escolar são mais altos. A escolaridade média é reduzida .As
taxas de desocupação ru ral são mais altas ainda do que as urbanas.
A situaçio gera uma cont inua espulsão dos~ para as cidades, onde sua
inscrç:ioé muito diflcil porcausa da sua evasA bagagem eduacional e porque
suas apcritncias do mcho ducrmtes das competências rugidas nos meroldos
de trabalho urbanos.
As.mesadolescentes
As tuas de fecundidade adolt$«nte da Ammca. Latina do supcriore5 âs mMias
internacionais. A fecundidade du mul heres de 15a 19 anos de idade era, no inIcio
dos anos 1990,de 81 a 84 por 1.000 cont ra se por 1.000 no nível m undial,e 10 por
1.000 na Esp.:anha.. Teria diminuldo posteriormente, mas continua sendo muito
alta em lermos comparativos.
A incidtncia maior 0C0ITl' nas camadas mais pobres da populaç.1oo. Entre os
2Sllo mais pobres da população da América Latina, um de cada td s nascimentos
origina·se de mãe adolescente. Nu áreas rurais,essa proporção é ainda maior: 401l0.
Existe também uma alta 00ITdaçi0 entre bai.u escolaridade e propensio 1rnatemi<bde adoIes<:ente. Entre as~ urbanas de menos de seis anos de escolaridade o índice mMio de um terço sobre para 401l0.
Há um circulo perverso em ativo funcionamento po r trás dessa out ra modali
dade de "beco sem salda". As jovens pobres com escolar idade muito limi tada tém
mais probabilidades de fiar grividas quando adolescentes. Entre OtIlr'05 espec-
..e u_.._ .. _ ...... ... eo"..
tos. suas insuficit nd as educacionais limitam seus recursos para mtar e prevenir
a gravidel. Ser uma mãe adolescente leva ao abandono dos estudos. o que reduz
bastante as chances de trabalho. As mães adolescentes pobn:s ttm de 15% a )0"
menos tempo de esco laridade que as jovens pobres de mesm a idade.
Por outro lado, o perfil fam iliar que formam t de grande fragilidade. Seus
c(mju~ com fR'qiitncia as abandonam e tamWm n10 dividem as despesas da
gravidez e do parto. Os casamentos não chegam a ocorrer. Ficam como famílias
incompletas e mies 5Oltriru.
M ;ovem~ nessu condições, , famíli3 de origem aIrtiKb pcb pobrm.ou se transformam em mJ,es pobres sozinhas e chefas do lar.Sainrn da pobIeu e
voltam a condiçõa que tomam muito dificil superá-Ia. O drcWo se fecha..
A transmlssãc da pobreza entre as çerações
o passo mais elem ent ar para melhorar as condições de vida de uma geração para
outra está no progressoeducacíonal.A educaçlo não assegura a inserçlo no mer
cado de trabalho quando ele tem ascaracleristicas do latino-americano. Dessa for
ma, estima-se que em lOO1.;Unda enln: o grupo de jo\"Cns de ISa t9 anos de idade
com maisde I) anos de t$COIariohde,19'lio trabalhavam em empregos de ba.i.xa. pr0
dutividade.. No eatamc, mesmo que não seja garantido. um nivd de cscolarnbde
de pdo menos u anos apvece como cond)çio impresrindfvd. Euma condiçioMsicada-empregabiJidade".
Na Amma Latina das últimas dtcadas observa-se uma grande rigidez nascamadas mais pobres. que im pede que os jovens possamsuperaraslimi tadas con
quistas educativas dos adultos. Apenas um de cada cinco jo vens de pais que nlo
completaram a educ ação primária consegue terminá-la; os outros quatro, não. Re
produzem as carênciasdos pais. Isso vai pesar severamente no seu futuro. Calcu
la-se que en tre Tl'lio e~" das familias em situação de pobreza e pobreza cxIn:ma
vêm de lares em que os pais tiveram menos de nove anos de estudo.
Há, assim, de fato, uma-armadilha de ferro": A pobreza familiar kva, comojáfoi visto, ao trabalho precoce,'~ , repeltncia. ao baito rendimento e$CO/ar.que. por sua vez, sisniliario que os jovens acumulario um patlimOrtio educacio
nal muito reduzido, não superior ao do seu entorno familiar anterior, criando de
fato condições para que o ffit$rJlO cido continue nas famüiu que seria f~
Apenas polilicu públias agressivas que enfrentem dl retamente as desigual
dades na edu caç10 podem atacar um problema com e5$aS caracterísucas, Por
exemplo, aqu ela que o Mln tstério da Educ açao da Argent ina termina de edotar
ao empreender um grande programa de alfabetização que se propõe. a curto pra .
zo, ensinar a ler e a escrever os 700.000 analfabetos que existem no país. entre os
quais se induem amplO$ selores de ;OW:ll$, empa-gando recunas din1micos e os
euninhos que pou;tm ser 0$ mai$ indicados para chegar a cada um deles, mm01 quais modalidades que CODCiliem o processo de aprtndiugnn com a neau.idade de trabalhar.
Enfrtntando os mitos sob" os joltns _
A possibilidade de encarar quadros prob lemáticos como 0$ referidos e, em geral.
de abrir espaço às potencialidades dos jovens latino-americanos requer. no pri
meiro caso, um olhar que se aproxime dos jovens, com o intu ito de com preender
as suas singularid..des.. sem marginaliú.·las. e pnxure idmtificar as causas estru
turais dos probklIlU.O olhar usuaJ tem apresentado uma kndtncia 1 nlo-inchuf,o na agenda
ptíblica dos problemas bâslcos, a oia ser quU1do prejl>dicam .significatiY1men·
te autas~ de tal agenda, e esse olhar foi fonnado ao rxiocinar sobre os jo.vms no term<>l de certOl -m itos· gmtn.Iiuntes e sem rvidtncias que permitam
cOll5lali -Ios. Eles obscurecem o C1JIIinho e imprdem realmente. compreendo
do que sucede aO$ joveos da Ammc. Latina, e e~larect-los parece ser um ca
m inho Inevitável para dar pleno espaço a poHticas e propostas renovadoas. Ve
jamos alguns deles.
Pr ime iro mito. Nâc tê m preocupações
Um mito de iUIlpb circulaçlo t aquele que dizque os jc:Iwns de hojeDia"tbn preocu~· e J'OI" isso r«d>em denontinaçõa corno desinte. :l$'1'doi, superficiai$.
ft-M:llos.. O suposto..mo de prrocupaç6e5 t comparado com o das~ anterioRs, e apenas lia a esperança de que taIvn quando fornn adultos. situaçiopolSi mudar.
.. ~_._ .. _ ....... . ... Co<IOt
o mito, como COSl:uma sucNtt a~ dmoo onkm. nio lU gnrnksdesagregações, Inclui OS~ns de todas as condiçOn sociais (caracwisticas. Po
dem diferir muito, mas esse sena um traço uniform( da ";uv(ntud( d( hoj(~ como
roslUmam cha má-la.
Ent re as refutnciu mais usuais para justificar esse mito há a menção á
pouca participoaçio politica, ao pouc:o int~ cuhura.I, 11. avida por mi:nOuimediatu.
Estudos de campo sobre a juventude da América Latina d( monstram qU( a si
tu ação real é muito mais compku, Indicam qU( boa parte da sociedade da regiâc
d(SCOflfia lU politica. a qua l JXrd(U a credtbtljdade. Os~ns estio 11. frente dessa ineml.. lida"'" Isso tm! a vt( com as l1l($mU causas qII( a~~_
b., entre u quais o disb.nciamatto atm as proma.sa.s ddtorais e as reaJidada,upriticas cli( nt( listas, as denuncias de corrupçio (outros fatores. Enarural qU(os
jov(ns S(jam os prim( iros a S( re~lar contra m a situlÇãu.
Por out ro lado, a própria probl emática da juventude tem tido uma representa
tivilb& m uito limitada na poIiti.ca., ( a indusio doe Ildoeres realm ent e expressivos
00.~ tflMk a 5(r restringida. Há rwces.sKbdc doe priticu politicas novas., ins·piradocas e presididas peta ética., para \/Oltar a atrair o Interesse jllVmil Quando(las surgem, o int~ ( merge.
Pesquisas mustram que setores importantes dos jovens canalizam sua parti·
cipaçio efetiva para outras áreas. Há um aumento da assoc iatividad( religícse e
lU geraçio doe novas formas doe usociatividade no espaço virtual, assim como doe
modalidades doe rcIacionamento doe tipo infonnaL
Por ou tro lado, algumas apress6es cuJturais, como, por eumplu. a mÚ/;ica.têm uma (xccpcional capecjdede de atrair os ,illwns. Normalmente, por meio de
musicos que representam seus sent imentos, a malor parte dos casos também jo
vens. Também o esporte é um campo muito procu rado,
A suposta falta doe preocupações esconde muitas wus uma busca. por cau
sas válidas. Quando das~ presentes, 0$ jovens apan«m.Isso é m uito pn-ceptlvd no 'i'Oluntamdo. Nele, o jovvn tem uma meta dara, cumprir o preceito
bfblicc fundamental da solidariedade, é possívelat ingir objet ivos coocrt!os num
curto lapso de tempo c com lranspar!ncia. Dirigentes e participantes sio movi.
dos pelos mesmos mc uvos, As orgwi7.aç6a costumam ser aMrtas e ter grande
horizontaHdade..
__•••• • _ ..._ ._ 411
T
Quando há propostas volunrãrías significa tivas que chegam dlretamente até
eles, Of jovms latino-americanos têrn demonstrado grande receptividade. Encabeçaram nos últimos anos a cruzadil conua a fome no Brtiil, de Iktinho, a qual
reuniu mais de 60 milhões de pessoas; a açlo da Caritas na Argentina, de 1OQO a
2002, ce ntra a pobreta, que deu proreç ão a 3 milhões de pessoas- lendo 150.0()(l
voluntários; o programa ~rviço PaIs", no Chile, e em toda a att~o do «ltul
nalle.ondt- nAo apt:nasparticipanm de g:nnd6~ de ajuda, mu tam
bém genranl silenciosamente, em muitos o.:asos sem apoio algum. InÍlmen,s redese organizaçOes de base.
Segundo mito. N.\o querem esforçar-se
Segundo<) mílo. a ju~nlude de hoje estaria inclinada ao-rad lismo": assim que são
requeridos maiores esforços,as tarefas são recusadas.Também não são indinadosa 5U emprewdtdofes. inovar. tomar iniciatlvas. Preferml a vida sem aigtncill.Seus fn\USSO$ senam <kvidos. em grande parte, a caractmstias como essu. As
g<:nçôtS anleriores, pelo OOJIlririo. estavam dispostas a todos os sacriflcio$.
Com base em raciocínios dessa ordem, a responsabilidade pelos problemas
de integração e progresso económico da juventude rwliria sobre os próprios jo
vens. Deixam de ser probkmu estruturais de mau fuecicnamentc da economia
e da sociedade e pusam a 5tT frotos das condut:as disfuncion.<IU de um grupo oude seus componentes.
Quando I:comparado co m Iatos,c mito parece muito frágil Em diversos pa
I$t$ da AmI:rica Latina, :as genç6es anteriores 50t desenvolveram nos anos 19SO e
1960 em scoedsdes com virias probltmu. m:as em crescimento e com grandtmobilidade social O estudo era um caminho magnifico panr. o progressopessoalRepresentava também uma inserção económica significativa. As pequenas e mé
dias emprtSaS eram faetl"C'is em mercados em crescimento e havia politicas esta
tais que as prottgiam.M profissões libtrais tinham um campo crescente perante
a cíasse mMia que se IlIllpliava.O F..st.ado estavaem apamio e o emprtgo públicoera um atrativo interessante.
Nos anos 1980 e 1990 os jovens encontra ram um ambiente muito di ferente.
Economias qut tinham a tendmcia a se dualizar com setores em modemizaçioacdetW e com muitos outros em retrocesso, Processos de daindUltrializaçio,
SO " ' _ . .. _ .. _ .......... c..-..
como o que se deu em países como a Argentina. Quebra maciça de pequenas e
mt!dias empresas, co ncentração financeira e económica. Forte redução do papel
e da dimensão do Estado, cujo quadro de pe$SO&I encolheu constantemente, att!
significar. no ano 1000 . quase a metade em termos proporcionais com o dos pal
ses desenvolvidos (Carlson & Payne, 2000). Uma gra~ poIariuçio sodaf.que gerou, entre outros impactos. uma redução de proporções nos mercados internos,
fechando caminhos a d iversos profissionais liberais. Uma ccntraçâc da classe mé
dia e dos salãrios.
Em muitos países. a incipiente ou significativa mo bilidade social foi substitu
ida por uma rigidez social pronunciada e por processos de mobilidade social de
cadente, que deram origem a uma nova classe social:·os nOVO$-pobres':
A$ possibilidades de acumular património educacional de qualidade também
50e polariuram, como ;:1. foi observado.Nesse ambiente, atribu ir sucessos e fraca ssos a supostos traços quase ccngêni
tos de ind inaçjo ao esforço ou. passividade não corresponde à realidade. Ca usas
estru turais criaram para a grande maioria dos jovens um a restrição multissimo
severa às oportunidades. Os empregos gerados foram proporcionalmente mu ito
poucos, e os setores bendiciados pela polariza<;lo optaram facilmente por eles por
suas vantagens competitivas.
Amplos setores de jovens nio tiveram oportunidade de provar se estavam dis
postos a se esforçar e gerar iniciativas. A economia não abri u espaço para eles.
Terceiro mito. S30 confli tuosos
Nas sociedades da América Latina circula a imagem de que os jovens ~o desor
deiros, com condutas em mu itos casos censuráveis, basicame nte imprevisíveis. E
como 50e tivéssemos que "ter cuidado- com eles.
A use t! acrescentada a percepção, no caso dos jovens pobres, de que seriam
·suspeitos em potencial" Poderiam chegar a ter condutas delituosas facilme nte.
Essa mensagem, basicamente de desconfiança. contamina as politicas, as ati
tudes e o comportamento para com os jovens em sala de aula, no mercado de tra
balho, no trato das ins tituições públicas e em vártos aspectos da vida cotid iana. Os
jovens, por sua vn. pressentem esse cenâric e se ressente m profundamente..
A ímagem.como tod os os mitos, niiovai além de descrições muito general iza-
__~_ ...·_ ·_S'
das, não e:r;ploTa como estão vivendo os jovens em nossas sociedades nesse tempo
histórico, e. em virtude disso, que condutas podem ser espera radas deles. Ficam os
sintomas e refer~ncias normal mente casuisticas, sem aprofundamento.
O jovem latino-americano tem , COmO foi visto, motivos fundados para estar
"tenso». Está imerso em sociedades que não aceitam como importantes os seus
problemas, e não lhe é dado lugar na agenda pública. Tem q ue fazer o Impossível,
renunciando COm freq üêncía à Suavocação natu ral, a fim de adaptar-se ao merca
do de trabalho. Deixar de lado preocupações e ilusões para estudar o que "vende",
o que é "vendável", mesmo que estiver muito distante daquilo que o comove e mo
t iva. Nem sequer essa renúncia lhe permite garantir inserção. Como foi visto, seus
índices de desocupação são muito superiores aOS que existem em geral.
A tudo isso se soma o olhar de desconfiança e desvalor ização.Tudo isso o con
verte numa espécie de cidadão de categoria inferior.
Esse hábítat gera fortes tensões. J: prat icamente normal que não acei te se
tornar um ser "totalmente ajustado" a essas condi ções lesivas. Que expresse re
beldia de d iversos modos. Em muitos casos não aceita o plano de vida que essas
condições sociais deram a ele. Busca sair dele e encontrar espaços mais amplos
de liberdade.
Nas áreas onde encontra condições mais sadias, como sua família, respo nde,
como se viu nas pesquisas,com afeto e carinho e mostra seus sentimentos int imo$,
valorizando profundamente esse ambiente e comprometendo-se com ele.
O olhar de desconfiança transforma-se num de suspei ta no caso dos jovens
pobres. Um líder indígena jovem da Quebrada de Humauaca (região localizada
na provincia de Jujuy,no nordeste da Argentina) exemplificava essa forma de ma
ni festação com wn cr ime não tipificado que ele chamou de to crime de ser por
tador da sua cara" Apenas o fato de ser indígena acarretava um tratamento pre
conceituoso da policia: pedidos de documentos, interrogatórios e outras formas
de discriminação.
Certamente, as taxas de criminalidade juven il têm aumentado na América La
tina. O mito generaliza, associa cr iminalidade a pobreza, estigmatiza os mais des
favorecidos.Além disso, também nesse caso não se investigam com profundidade
os fatores que podem gerar essa situação.
Existem diversos tipos de criminalidade na América Latina . Há a criminali
dade dos bandos organizados do narcct r áfico, sequestro, roubo de automóveis,
mmplicidades entre po lici3Í.le ma'iÍnõlis.TUdo iuo deve met'Ku 3 m3Í.l en~rgica
ftSIlOSl3 da sociedade. A socieWde dew s.. defende r~ grupos.~tas hIo um gn.nde tau de crimin. lid...... jovt'm. de adoIescmtes e crianças,.
~ sein~ tom~ del itos, ligados ~ luta mais ekmenw pdasobreviveD·CIL Tem s..u campo ft'rtil~ jovt'ns mcurraIados. que estio fon da escola e domercado de trabalho, que não tbn oportunidadeJ.
Há correl3~ôes estallst ic3$estr eitas com lrt~ C3Usas básicas: altas laU $de de
Iallprego juvenil, famílias desarüculadas e b3ixo~ nívets de escolarida de. A ex·
du$kl la.boral ;lS promove. A f3mllí3 t básica . lO pl'OV3velmente a molior unid3de
prnentiva do delito que hIo num3 sociedade. Se funciona., lr&JWDite por meio do
~ dimo 05 códigoséticos que via $ti" deci$ivos Da vidado jcrvmL Os estu_ compuados coincidem nas eondus6e:I em lUlidades muito difermlel (Esta
dos Unidos, Uruguai).em que doislerços dos jovt'ns delinqlienles v!m de tamíli:asdesanicu l3das, com 3penas um do~ cônj uges como chefe. Por outro 13do, quõlJ1do
..menta o n!vd de esrolu id3de. reduz-se 3 criminalidade.
O mito que 3pen3 de ;mtem w os jovens pobres. e nlo os entende, nem quer
faU·lo, reforça 3penas um caminho, 3"m1o de ferro': Ela conduziu em diversas
realilbdes da Amhica Latim 3 um 3umenlo considerivd dos gastos com qunnç:a públicae pmw e 3 uma superpopubçio nas prisões, as quais.por sua vn.são,çom freqümcia,como foi den\lDCiado rriteradammte, Rio um espaço de lU
bil.i13Çio, mas de de terioraç:io quue s..lva&em. EJu olo refomam 1)$ jovelu, mU
1)$ degr;odam muito mais.
Nem o m3ior ínvesumemc em segurança. nem O 3umcnl Ode jovens nu prí
$Õe$ red uzi",m ;lS 1Ull5 de delinqiihci3. Não mexem em $ua$causas estru turais.
O milo 31113 para muitos jovens pobrn como 3· profec ia que se 3uto·rea!iu.':
Condma-.os.por meioda diKriminaçlo, a adU$ÕeS~ru,1OrtU-OS vulnerivris
ao ddlto, depois apUea a da poIltic:u de .eIM essIo atttma, at~ IOffii-1oI, jí. de
galbdO$ e quue sem súda possivd prua fácil pm. os bandos.
Buscando solu çli es _
Foram reconstruMlOll upectos centrais do conluto em que vive a juvmlude lui
oo-unericam atualmente.. O que pode ser fmo em rebçâoa iuo~ Muitlssimo. se
___a ._ »
(orem superados os mitos, se houver uma íncestígaçâo aprofundada das causas
reais dos problemas e se elas forem atacadas.. Os jovens da Ami rica Latina não
são nem isentos de preocupações, ncm carentes de interesse em trabalhar, nem
violentO$. -nm wn poIencial imenso, que 5Obressa.i qlWldo são criadas condições
propicias. O cssenciaI i gm-las.A primcir.a~ que se abre i a de quc as poIfticas públicas e I sociedade
devem induir a jU\l'Cr\tudc ÇOID(l temi fundamental da grande agenda nacion.al.
Isso nlo C$li ocorrendo-Analisando 0$ resultados dos estudos sobre as politicas
para a juventude aplicadas na região andina, na Bollvla.Cclômbla. Equador, Peru
e Venezuela. Bernales (1999) assinala que elas demonstram 'o atraso com que o
Estado incluiu o tema da juventude cm sua est rut ura institucional e de adaçio de
politicas, a oricntaçàO vertical e paternalista que sobressai na maior parte delas, o
rontcUdoditist.a e sek1.ivo que persiste cm algumas das politicas':
lncorponr o tema da juventude num lugar c.mtralXli 6til para 0$ joYcns.mas
I1mbnn fundamental para construir um moddo de desenYOlvimento sustcnlh-d
e equilibrado na Amma. Latina. Existe um consenso crescente 5rgUndo o qual~ modelo deve tCT como objctiYOli básicos o enfrentarnento da pobrcu e a re
duç;lo das desigualdades. que constituem uma de suas causas principais.
A luta pela igualdade não é ebstrata. Deve ser mantida em questÓ('s concretas.
Os jovens $àO,.como se viu neste trabalho, quase o epicentro das grandes desigual
dades caractcristicas da rcgilo.Sio, assim, aqudcs que. tendo enorme potcnei.al para. IS DOVU tccnologias e
fomm organiuóonaJs" soCrcm com tuas maiores de dcsocupaçio, aqudcs que,
tendo todat as~ para estudar, nio~m completar o ensino mé
dia por a usa das l"C$triçõcs do conte:rto;aqueles quc.dC$Cjosos de vidae projct.os,
apresentam Úidiccs de mortalidade desproporcionais por causa da vio~ncia. Sl'us
índicC'S de Gini de acesso a mercados de trebalbo, à terra, lo educação de qualidade
são dos mais baixos da sociedade.
Melhorar as oportunidades para eles i uma forma muito prática de impactar
wn ponto nevrálgico da desigualdade latino-americana.
Isso njo será conseguido com açócs cspctacularcs, quc em R3da mudam as
condições objctivas estruturais. Os informes sobu a juventude da rcgi10 andinaprnirm muito bem (&males, ISlSlSl):-Dcvc acabar a etapa de rcsuhados imcdia-
1;4 0_._ .._.-......
lliIus e impressionáveis, onde o que interessa é a execução de um programa pelo
programa e não a possibilidade de transformação do próprio sujeito·.
Jl. necessário criar um grande pacto nacional em tomo da juventude. Uma
combinação de esforços entre as políticas públicas, que devem ler um papel central
como representantes da sociedade,da empresa privada, das igrejas, das universida
des.das organizações básicas da sociedade civil e de todos os agentes sociais.
Entre outros aspectos estratégicos, será necessario fortalecer, mediante poli ·
bcas sistemáticas de prot~ão ao seu desenvolvimento. a instituição fanubar.am
bíente básico de formaç ão dos jovens, refúgio, como foi visto em confidências, lu
gar de alguns de seus afetos mais queridos.
Por outro lado. é preciso reduzir substancialmente a evasão e a repetência
escolar e estender consideravelmente a escolaridade jovem. As graves brechas
de desigualdade devem ser enfrentadas e deve-se ampliar uma educação de boa
qualidade. Para isso são necessários instrumentos que estejam de acordo com as
realidades, estabelecer um sistema escolar formal, aberto a diferentes idades e si
tuações. Jl. significativo o sucesso que comeyam a ter modalidades como as escolas
de reingresso para jovens desertores, clubes de jovens e escolas abertas.
Esta última experiência, patrocinada pela Unesco no Brasil realizada primei
ramente em São Paulo e depois em outras cidades pelas instâncias educacionais
correspondentes, que se encontra agora em processo de generaliução para todo o
país por seus excelentes resultados, mostra muito bem as grandes possibilidades.
O programa da escola aberta abre a escola das regiôcs mais carentes nos fins de
semana para as crianças, jovens e suas famílias, e lhes oferece atividades culturais
de toda ordem.espcrtlvas, aprendizagem de profissões. Rompendo com todas as
suposições de falta de preocupações, milhões de jovens aderiram a esse programa,
as taxas de evasão foram redu~idas, diminuiu a violência na escola.e.entre outros
resultados, os jovens tiveram um novo carinho pela escola. Mostraram mais uma
vez que, quando há propostas sérias, transparentes e de acordo com suas reais ne
cessidades, eles r..spondem.
Jl. preciso trabalhar na área da saúde com um enfoque especifico para os jo
vens, atacando frontalmente sua agenda de saúde, que, como foi visto, tem suas
prÓprias especificidad..s.
O campo do trabalho é crucial. Jl. fundamental assegurar ao jovem a opor
tunidade d.. um primeiro empr~o. ReduÚr rapidamente esse índice, de tantas
. _ -.. . _ .... """.- ....... SI
co nseqüências, de jovens que não trabalham nem estudam, S10 necessárias ide ias
imaginativu em quea poIitiOll públicacatalise energias de toda a sccíedade, Mostrandc a amplíssinu. gama de pouibilidades um informe especializado (CeIade
Cepel.aocc) sugere. entre outru: sistemas mais efetivos de formaç1o profissional.
programas específicos de capacit ação laboral para jovens vindos de lares po bres,
serviços de emprego. iniciativas locais de emprego.
O voluntariado pode ser um canal muito importante para ccevccar e mobili ·
u r a juventude da. Arntrica Latina. Nio deve ser visto como uma atividade mar·
ginaJ. mas como l1ID campo aberto que desenvolva sistematicamente. por mriode po liticas pú blicas at ivas, alianças sociais amplas e uma. valorização co ntinua
do papel que pode desempenhar na sociedade. Programas como "Paça Parte", no
Brasil. que promove sua prática sistemática nas escolas, e o "Serviço País", no Chile. quee realizado com os jovens fonnados nas universidades, mostram caminhos
nessadireçio.
O voluntariado e 10 mesmo tempo uma altematiVll indiscutivd para canalizar
potnlCi alidadl'$ juvenis, um conteste construtivo de vincuIaçkl50Cial e uma es
co la de lideres. Estudos internacionais concluem qu e cidadãos que. qua ndo adul
tos. são attvos e integrados a todo tipo de atlvidades part iciparam normalmente
q uando adolescentes e jovens de organizações voluntárias (Younis, Mcl.el1an &
Yates,1997).
O desenvolvimento de líderes nas orpninçõe$ YOI.untiriu aparece como um
campo esrretégko-chave, como mostn.m os promissores resultados obtidos pelo
Program a Regional de Liderança e Desenvolvimento Social da Fu ndação Kellogg.
Essaexpertencía pioneira. enfocada em lide res jovens de organiuçOes voluntárias
de base. co m ampla inclusão dos setores indígenas. t rabal hadores, mulheres, afro
americarlos e outros, encontrou um patrimOnio soci.al forntidivd Apostar nesses
lídcres por mrio de metodologias partiOpaliva$, como fazesse inovador programa, e um rumo de trabalho fundamental para o futuro.
Esses e muitos outros cursos de açlo necessários skI viáveis. Assim demons
tram os progressos nas sociedades que começaram a implementá- los. Desde já de
vem se empenhar em esforços gerais mais amplos de reforma estrutu ral. A Ame
rica Latina. um continente 1:10 pleno de possibilidades econOmicas e envolvido em
um processo uc positivo de democratiuçto. não pode ter os n!veis de pobrm e
desigua.ldade que a ca.racteri1am. A Arnhica. Latina atual desperdiça o potencial
56 D........... _ ................. . ... e-
produtivo de quue rnd~de sua populaçio e dos seus joYms por meio da 0;.
cíusâosodal.
A cidadania reivindica deform.a cada vn l\I.l.is atin rd'onnas profundas que
doemocratium a economia. que abram oport~ produtivu pano todol econduzam a uma inclus10 K>Cial universal.
Um procmin~nt~ filósofo cont~mporlneo,Charles Taylor (1995), argumentaem~ dihmdido livro sobre a "l'tka. da auknticida.lk~ qae no mundo con tem·
portn«> f obs«vada u..... dtWU$iO quanto ~ rida mi vutos sctOl"eS joowens. Emsua opinião, iS$O estt relacionado a vtrios fator~s. Um dd es ~ a~rda do "$<'nt ;·
do heróico da vida". de fazer coisas mi conjunto por metas de interesse col.etivo;outro, que deixou de KI" diKutido os úhimos finsda aislfnda, 05 ob;etiYOS áj.
COI que dão smtido a da. TUdo $C concentra nunu diSCllSÃo sobre t«nologiase consumos por meio da mldia, e a mldia tem tido a tenMncia de se tor nar um
fim cm $i mesma, deslocando estes último:s fins. lS$O gcn eollÍU$iO e desalento
nos jowDL Em lCrUíro lupr, bi ICndlncias muito fones mi dinçio ~ fngmcn·
taç~o e ao isolamento.Todos essesmales cultunis se encont ram presentes na Amfrica Latina, e a [u
vmtl>dc f .dttivamcnl...particularm=te seratvd a dn.. Se a sua .tingularidadc r
auita, $C com pl'ft'lldcrmos que o que qucmn ~ justamente causas cm que $C re
cupere e$SC sentido heróico, nns éticos claros, modeles de referência pessoais que
signifiquem condutas l'ticu, recomposição da socialli lidade,e se lhes do facilita·das condições &m.iliu-es,cducadoruil, de ...udc.de tnbaIbo,que m:onstmm~
can tato <k oportunidades, podem-se esperar resultados auombrosos.
A juventude da Amtrica Latina estt sedenta de ideais e ainda não disse ao ccn
tinmlC (I que tem~ diur.
Refer!ncial bibliográficas _
...-......~~' ., , _ r- Ikopac rcc. on:. __I..uo<:obn... · M. ..... ., Ilu&l<Yo<-""' " , lo _o".. . .-.."...BAroco Mu~"" L, Dbt ..1......_ u.tiM: i"'P'JU<l "'" lolIi_r~ _BI"",,-"' a..u..a,..-, Enriquc.FoIiti< ftlw ..IMI ... ...-Lm- . ' loloo , __..u.abJU do
_ _ - , ...,-*'lo a..a:-.c..lUOOI.lopicIal'An<s.~Man:.E..- ; lIIlioo ..... 1. - ... -...,....,._"',...
......- lAIlnJ: . doOti><.lliIólop""""d< -...WosIu<opa: ..... >002.
__._. . _ S1
C..,TIL1.O, Edilh. Situ~ otu, l do>< joveM ~O Pan=>._Co~..lho Nadonol da JuveotuJ< do Pana má . Pa
namá: 10<>4.
c.LADE-CEPAL./uWttftUl, pob/<I<ió~, tlLsmroUo: prob/.",,", posi/nJjJad<>, , d""Jfo~ Sontiago , 1000_
C ENTOO D. I.. p ......"-....A? O D' PodTICA' PÚBlICAS .Ali A EQUIDAD • • o C"SCI "'NT<) (CIP' OC).
E" udo 1Obr< «locação no.s provindas orgoolinu. llueno. "'ir... '004_COM " OrganizacióD lb<roamoticano do Juvenlud. ... juvenlu.d< <m lb<roam"rica: l<n&OOo•• urgrn
d u . Santiago: ""'4-
C><lLLM'Rnos, i"'1.&C"'.rio-goral da Organ iüdóJl lb<roam<:riêooo de /oV<rltud. Ap.....ntaçio da ~n
Confertn<i. Ib<roam<:ricono. de Mini<lros da Juventude. M<xio>: 10<>4.
Cu""'.Pique""'" rwizon 000 bkidrtada por los j6v<nes. 08de: deumbro de '004_Fll...DOIU,.Carlos. A.", iróc.. LlJlina:1M _ do '" pobrwi , ' o, ,a"",. <I<"r",I"""It... Sonliago; Cda-
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