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Direito Constitucional
• “Conceito.
• Direito Público e Direito Privado.
• Teoria do Estado.
• A Constituição e a Organização do Estado Brasileiro.”
Direito Público ou Privado
• O direito constitucional, nada mais é do que o conjunto de normas fundamentais instituidoras do Estado e regedoras da sociedade, revelando-se no ramo do Direito Público.
• Assim, a distinção que se pode empregar para entendermos o que é Direito Público e o que é Direito Privado, segundo a sistemática atual, se consolida em três fatores existentes na relação jurídica.
• Sujeitos – Objeto – Natureza
• Absorvendo, dessa forma, o primeiro fator, qual seja: os sujeitos da relação jurídica, têm-se, nesse ponto, como possível compreender duas situações:
(a) Quando a relação jurídica for estabelecida entre particulares (indivíduos ou pessoas jurídicas de direito privado), o direito predominante será privado. Exemplo: Duas pessoas, sendo um física e outra jurídica de direito privado, celebram um contrato particular de compra e venda de automóvel.
(b) Quando a relação jurídica for estabelecida, em qualquer dos pólos (ativo ou passivo), pelo Estado ou por uma pessoa jurídica de direito público, o direito predominante será público.
Exemplo1: Estado desapropria um bem imóvel
de um particular para a construção de uma escola pública, propondo a ação judicial própria.
Exemplo2: A União e um determinado
Município do Rio de Janeiro firmam um convênio para a prestação de um serviço específico na área de saúde.
• Com relação ao segundo fator, que se impõe pelo objeto, necessário observar o interesse preponderantemente tutelado pela norma jurídica. Se ficar evidenciado que a preponderância se encontra pautada na proteção de um bem coletivo ou num interesso social, sem sombra de dúvida esse objeto será de Direito Público. Porém, se ao contrário, versar o objeto em sua preponderância com o interesse particular e individual, estar-se-á diante de um Direito Privado. Vejamos os exemplos:
(a) Quando o Estado desapropria um bem imóvel ou institui um tributo, atua para satisfazer o interesse ___________________ e, portanto, esse objeto está dentro do Direito _________________.
(b) Quando se tratar de uma aquisição de um bem imóvel, por intermédio de um contrato público de compra e venda, realizado entre as partes, como fim de promover a construção de uma residência ou a construção de uma filial de uma empresa de direito privado, já atuante no Brasil, pode-se compreender que a preponderância do direito aqui delineado é _______________ e, portanto, estar-se-á diante de um Direito ___________________.
• Por fim, o último dos três fatores capazes de fomentar a identificação do Direito Público e do Direito Privado, descrito como sendo a natureza jurídica da relação, se apóia na posição dos sujeitos em interação (ação que exercem mutuamente). Assim, se o Estado atua no exercício de seu poder soberano (imperium), estabelece uma subordinação jurídica com o particular, edificando uma relação de natureza pública. Já no Direito Privado o que se impõe é a igualdade jurídica entre as partes, sendo que as normas jurídicas desempenham um papel de coordenação.
(a) O sujeito passivo de um tributo se sujeita as imposições do Estado, desde que elas sejam constitucionais e legais, independentemente de sua vontade. A natureza jurídica da relação é de Direito __________________.
(b) Uma instituição financeira concede crédito a quem solicitou empréstimo. Nesse caso em especial, estaremos diante de uma relação jurídica de Direito _____________________.
Sujeitos
da
Relação
JurídicaSe em qualquer dos pólos (ativo ou passivo) houver:
Estado
Pessoa Jurídica de Direito Público
Ambos os sujeitos são particulares
Pessoa Física (Indivíduos)
Sociedades Civis
Sociedades Empresarias
DireitoPrivado
DireitoPúblico
Objeto
da
Relação
Jurídica Se o interesse tutelado predominantemente for:
Bem Coletivo
Interesse Social
Se o interesse tutelado predominantemente for:
Individual
Particular
DireitoPrivado
DireitoPúblico
Natureza
da
Relação
JurídicaSe a posição dos sujeitos da relação jurídica se articular em termos de:
Superioridade
Subordinação
Se a posição dos sujeitos da relação jurídica se articular em termos de:
Igualdade
Coordenação
DireitoPrivado
DireitoPúblico
Teoria do Estado
• Maquiavel foi o primeiro a utilizar a palavra Estado nas suas obras.
• Para Jean Jacques Rousseau, o Estado nasceu de um contrato social, pelo qual o homem renunciou o estado de natureza em que vivia, com parcela de sua liberdade, para obter do Estado o mínimo de segurança e bens indispensáveis à sobrevivência tranqüila.
• A lei passou a ser a expressão da vontade geral e esses ideais foram observados na Revolução Francesa de 1789. (Liberdade, igualdade e fraternidade).
• O Estado moderno é, portanto, a sociedade política e, juridicamente organizada, dotada de soberania, dentro de um território, sob um governo, para a realização do bem comum do respectivo povo.
• Constituem elementos do Estado:
• O Povo que é o conjunto de pessoas submetidas à ordem jurídica estatal, que compreende o nacional residente e o que está fora dele.
• Território é o elemento material, espacial ou físico do Estado. Compreende a superfície do solo que o Estado ocupa, seu mar territorial e o espaço aéreo (navio, aeronaves, embaixadas e consulados “fictos”).
• Governo é a organização necessária ao exercício do poder político.
• Soberania é o poder de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas decisões nos limites dos fins éticos de convivência.
• A soberania do Estado não reconhece poder igual, superior ou concorrente na ordem interna ou internacional.
• No Brasil a soberania popular é exercida por meio do sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com valor igual para todos, consoante se pode asseverar do artigo 1º combinado com o artigo 14, ambos da CRFB.
• O conceito de Estado é jurídico e o de Nação é sociológico. Nação é a sociedade natural de pessoas, dentro de um território ou não, com mesma origem, costumes, língua e comunhão de vida. Nação é a semente do Estado e a sociedade a união de indivíduos com objetivo comum.
Formas de Governo
• Como visto, Governo é o conjunto das funções estatais (funções legislativa, executiva e judiciária). Normalmente, duas são as formas de governo adotadas pelos Estados:
–Monarquia;
– República.
Monarquia
• Monarquia, na sua definição tradicional, é a forma de governo em que as funções estatais estão subordinadas a um único órgão supremo, que não está na dependência da vontade popular.
• O monarca é o chefe da família real, segundo a tradição, uma família escolhida por Deus para o exercício do comando da Nação.
• Atualmente, só se admite como constitucional a Monarquia Parlamentar (também denominada Monarquia Limitada), na qual a Chefia do Poder é dividida em duas partes: a Chefia do Estado, pertencendo ao Monarca, e a Chefia do Governo, exercida pelo Primeiro Ministro.
• As características fundamentais da Monarquia são:
– unipersonalidade das funções;
– vitaliciedade;– hereditariedade;– irresponsabilidade.
• A monarquia é, na sua concepção, o governo de um só. Assim, segundo a concepção na monarquia, o Chefe de Estado acumularia o exercício de todas as funções estatais.
• Entretanto, atualmente, não se admite esta espécie, pois se vislumbra a possibilidade de Monarquia Parlamentar ou Limitada.
Unipersonalidade das Funções
Vitaliciedade
• A vitaliciedade gera o exercício do poder monárquico até a morte, fazendo com o Chefe de Estado só perca o poder em três hipóteses: falecimento, abdicação e destituição.
Hereditariedade
• Outra característica da monarquia, a hereditariedade, gera a transferência da titularidade da chefia de Estado do poder de pais para filho, ou melhor, dentro da mesma família.
• Caberá à Constituição de cada Estado a regulamentação da supracitada transmissão. Normalmente o filho primogênito é o primeiro sucessor, depois os demais filhos, respeitando a sempre a ordem de nascimento.
• Esgotando-se estes surgem os netos, irmãos, sobrinhos e primos, respectivamente.
Irresponsabilidade
• Na forma monárquica, o Chefia de Estado não possui responsabilidade política pelos seus atos, não cometendo, por conseguinte, crime de responsabilidade – não há ensejo para o processo de impeachment.
República
• O vocábulo República origina-se do latim respublica, com o significado de a coisa res pública, sendo a coisa comum, aquilo que é de todos.
• Deste modo, a forma republicana se apresenta como sendo o poder estatal que não é atribuído apenas a uma pessoa, como a exemplo da Monarquia, mas a todo o povo (República Democrática).
• As características fundamentais da República são:
– pluralidade das funções;– temporariedade;– eletividade;– responsabilidade
• Pluralidade do Poder O poder pertence ao povo, não sendo concentrado numa única pessoa.
• Temporariedade O Chefe de Governo recebe um mandato, com prazo de duração predeterminado.
• Eletividade O Chefe de Estado é um representante do povo ou de um determinado grupo, fazendo, por conseguinte, necessária a sua eleição.
• Responsabilidade O Chefe de Estado é politicamente responsável, podendo ser sujeito passivo do crime de responsabilidade – podendo sofrer o processo de impeachment.
Formas de Estado
• O Estado pode apresentar, segundo a doutrina dominante, de três formas distintas, a saber:
– Estado Unitário;
– Estado Federal;
– Confederação.
Estado Unitário
• O Estado Unitário ou Simples é caracterizado pela centralização político-administrativa, ou seja, há um único Poder Executivo, Legislativo e Judiciário para todo o território do Estado, existindo, assim, uma unidade de poder.
• Como ensina Eusebio de Queiroz Lima, o Estado Unitário é a expressão típica da organização política: uma única autoridade de governo e administrativa (um único Poder Executivo), uma única legislação (um único Poder Legislativo) e uma única estrutura judiciária (um único Poder Judiciário) estendem-se uniformemente sobre todo o território, sobre toda a comunidade nacional.
• Como exemplo encontra-se: Portugal, França e Bélgica.
Estado Federal
• O Estado Federal distingue-se por existir uma descentralização político-administrativa.
• O território do Estado é dividido em diversas unidades territoriais - no Brasil são os Estados-membros -, que gozam de autonomia administrativa, financeira e legislativa.
• Assim, o poder se reparte no espaço territorial, gerando uma multiplicidade de organizações governamentais. Exemplos: Brasil, Argentina, Estados Unidos e Suíça.
Confederação
• É a união permanente de vários Estados soberanos, com o fito de assegurar a defesa externa e a paz interna.
Federação Brasileira
• De acordo com o artigo 18 da Constituição da República Federativa do Brasil, os entes que compõem a federação brasileira são:
• União;
• Estados;
• Municípios;
• Distrito Federal.
• Estas entidades recebem a denominação de pessoas políticas, entes políticos, entidades políticas, pessoas federativas, entes federativos ou entidades federativas.
• Bibliografia:
• MARTINS, Sérgio Pinto. Instituições do Direito Público e Privado. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2009. Capítulos 6 e 7.
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