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DIREITOS DA MULHER COM
CÂNCER DE MAMA
Aula Patrocinada pelos Cursos de Pós-Graduação em
Direito Médico e da Saúde e Direito do Consumidor
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
LEI Nº 12.732, DE 22 DE NOVEMBRO DE 2012.
Dispõe sobre o primeiro tratamento de paciente
com neoplasia maligna comprovada e
estabelece prazo para seu início.
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Firmado o diagnóstico, o início do tratamento
ocorrerá dentro de 60 dias.
Atendimento e tratamento gratuitos pelo SUS.
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PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA
Lei n. 9.797/99
Dispõe sobre a obrigatoriedade da cirurgia plástica
reparadora da mama pela rede de unidades integrantes
do Sistema Único de Saúde - SUS nos casos de
mutilação decorrentes de tratamento de câncer.
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Art. 1o
As mulheres que sofrerem mutilação total ou parcial
de mama, decorrente de utilização de técnica de
tratamento de câncer, têm direito a cirurgia plástica
reconstrutiva.
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Art. 2o Cabe ao Sistema Único de Saúde - SUS, por meio de
sua rede de unidades públicas ou conveniadas, prestar
serviço de cirurgia plástica reconstrutiva de mama prevista
no art. 1o, utilizando-se de todos os meios e técnicas
necessárias.
§ 1o Quando existirem condições técnicas, a reconstrução
será efetuada no mesmo tempo cirúrgico.
§ 2o No caso de impossibilidade de reconstrução imediata, a
paciente será encaminhada para acompanhamento e terá
garantida a realização da cirurgia imediatamente após
alcançar as condições clínicas requeridas.
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Princípio Fundamental Constitucional
Art. 1º da Constituição Federal
A República Federativa do Brasil, formada pela
união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito
Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e
tem como fundamentos: III - a dignidade da pessoa
humana.
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Art. 196 da Constituição Federal
A saúde é direito de todos e dever do Estado,
garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem
à redução do risco de doença e de outros agravos e ao
acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua
promoção, proteção e recuperação.
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Art. 6º da Constituição Federal
São direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a
segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e
à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta
Constituição.
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Art. 2º da Lei n. 9.656/98
A saúde é um direito fundamental do ser humano,
devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao
seu pleno exercício.
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OPERADORAS DE PLANO DE SAÚDE
Lei n. 9.656/98
Artigo 10-A
“Cabe às operadoras definidas nos incisos I e II do §
1o do art. 1o desta Lei, por meio de sua rede de unidades
conveniadas, prestar serviço de cirurgia plástica
reconstrutiva de mama, utilizando-se de todos os meios
e técnicas necessárias, para o tratamento de mutilação
decorrente de utilização de técnica de tratamento de
câncer.”
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FINANCIAMENTO IMOBILIÁRIO -
QUITAÇÃO
Sistema Financeiro de Habitação (SFH)
Financiamento de imóvel com instituição financeira
Cláusula contratual que estipule quitação por morte ou
invalidez permanente decorrente de doença.
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Caso o paciente de câncer seja aposentado por invalidez
permanente e sua renda esteja vinculado ao contrato,
integrando a composição da renda familiar, na ficha
cadastral do agente financeiro, deverá requerer na
instituição financeira, responsável pelo contrato, a
quitação da casa própria.
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AÇÃO DE COBRANÇA DE SEGURO C.C. DEVOLUÇÃO
DE VALORES – Comprovação de doença que torna o autor
incapaz para o trabalho. Fato gerador para a indenização
securitária de acordo com o contrato de financiamento
imobiliário firmado entre as partes. Sentença mantida.
Recurso improvido. (TJSP; Apelação 0002711-
42.2013.8.26.0383; Relator (a): Maria de Lourdes Lopez Gil;
Órgão Julgador: 7ª Câmara de Direito Privado; Foro de
Nhandeara - Vara Única; Data do Julgamento: 08/08/2018;
Data de Registro: 08/08/2018)
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ATENÇÃO
Se cada cônjuge contribuiu, na composição da
renda familiar para efeito do financiamento, com 50% de
seus rendimentos, a parte que ficou inválida por acidente
ou moléstia grave, terá direito à quitação proporcional à
sua renda naquele financiamento, no caso 50%.
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GRATUIDADE DOS MEDICAMENTOS
O SUS oferece medicamento gratuito para tratamento de
câncer de mama.
As operadoras dos planos de saúde também são
obrigadas a oferecer medicamento para tratamento de
câncer de mama.
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Artigo 12, inciso II, alínea “g”, da Lei n. 9.656/98
A operadora do plano de saúde é obrigada a autorizar
“cobertura para tratamentos antineoplásicos ambulatoriais e
domiciliares de uso oral, procedimentos radioterápicos para
tratamento de câncer e hemoterapia, na qualidade de
procedimentos cuja necessidade esteja relacionada à
continuidade da assistência prestada em âmbito de
internação hospitalar”.
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PLANO DE SAÚDE – Autora com recidiva de câncer de mama –
Prescrição médica para utilização do medicamento denominado
fulvestranto 500mg – Negativa de cobertura sob a alegação de exclusão
contratual – Uso off label – Contrato que não restringe a cobertura da
doença – Cláusulas contratuais que devem ser interpretadas de forma
mais favorável à consumidora (art. 47, do CDC) – Escolha do tratamento
que não cabe ao plano de saúde, mas sim ao médico que assiste a
paciente – Abusividade da recusa, sob pena de inviabilizar o objeto do
próprio ajuste e colocar a paciente em situação de desvantagem
excessiva – Cobertura devida – Súmulas 102 e 95, TJSP – Decisão
mantida – Apelo improvido. TJSP; Apelação 1068644-
76.2017.8.26.0100; Relator (a): Fábio Podestá; Órgão Julgador: 5ª
Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 5ª Vara Cível; Data do
Julgamento: 17/10/2018; Data de Registro: 18/10/2018)
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Súmula 95 do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo
“Havendo expressa indicação médica, não prevalece
a negativa de cobertura do custeio ou fornecimento de
medicamentos associados a tratamento quimioterápico.”
ATENÇÃO: Essa súmula é aplicada apenas para o Tribunal
de Justiça do Estado de São Paulo.
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Súmula 102 do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo
“Havendo expressa indicação médica, é abusiva a
negativa de cobertura de custeio de tratamento sob o
argumento da sua natureza experimental ou por não estar
previsto no rol de procedimentos da ANS.”
ATENÇÃO: Essa súmula é aplicada apenas para o Tribunal
de Justiça do Estado de São Paulo
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ISENÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA
Lei n. 7.713, de 22 de dezembro de 1988
Altera a legislação do imposto de renda e dá
outras providências.
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Artigo 6º
Ficam isentos do imposto de renda os
seguinte rendimentos percebidos por pessoas
físicas:
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XIV – os proventos de aposentadoria ou reformamotivada por acidente em serviço e os percebidos pelosportadores de moléstia profissional, tuberculose ativa,alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna,cegueira, hanseníase, paralisia irreversível eincapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,hepatopatia grave, estados avançados da doença dePaget (osteíte deformante), contaminação por radiação,síndrome da imunodeficiência adquirida, com base emconclusão da medicina especializada, mesmo que adoença tenha sido contraída depois da aposentadoria oureforma;
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CONGELAMENTO DOS ÓVULOS
Pelo SUS
Pelas operadoras dos planos de saúde
Custo R$ 6.000,00 a R$ 10.000,00 para realizar o
congelamento dos óvulos.
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PLANO DE SAÚDE – Risco da Atividade - Paciente diagnosticada com tumor
fibroso solitário na região pélvica, sendo submetida à cirurgia para ressecção do
tumor, e indicado tratamento de Radioterapia pela técnica de modulação da
intensidade do feixe (IMRT) – Anterior prescrição médica de tratamento de
indução de ovulação para congelamento de seus óvulos, por meio de fertilização
assistida, para preservar sua capacidade reprodutiva, diante do grande risco de
sofrer lesões no ovário remanescente e no útero, prejudicando sua vida
reprodutiva – Cobertura integral devida - Se o tratamento radioterápico a que vai
se submeter a paciente, coberto pelo plano, pode vir a comprometer sua
capacidade reprodutiva, não pode a Operadora desobrigar-se de cobrir as
despesas necessárias para a preservação da possibilidade de uma futura
gravidez, por não poder garantir que mesmo com a técnica IMRT, não ocorrerão
outros danos à saúde da paciente e a sua infertilidade, inserindo-se tal obrigação
no risco da atividade da prestadora de serviço (art. 927, parágrafo único, do
Código Civil), ainda que não se cuide de relação de consumo, por cuidar-se plano
de autogestão, a qual não pode arguir exclusão contratual para risco de dano que
não pode impedir - Recurso provido. (TJSP; Apelação 1134716-
79.2016.8.26.0100; Relator (a): Alcides Leopoldo; Órgão Julgador: 4ª Câmara de
Direito Privado; Foro Central Cível - 18ª Vara Cível; Data do Julgamento:
22/03/2018; Data de Registro: 03/04/2018)
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