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ÍNDICE
1. Nota Introdutória .............................................................................................................3
2. Declaração de Responsabilidade ..................................................................................4
3. Âmbito de Aplicação e Políticas de Gestão de Riscos................................................5
3.1. Objectivos e Políticas de Gestão de Riscos ............................................................6 4. Adequação de capitais .................................................................................................15
4.1 Caracterização de Fundos Próprios ..................................................... 15
4.2 Processo de Auto-Avaliação da Adequação do Capital Interno (ICAAP)..... 21
5. Risco de Crédito de Contraparte .................................................................................22
6. Risco de Crédito - Aspectos Gerais ............................................................................23
7. Risco de Crédito - Método Padrão...............................................................................28
8. Risco de Crédito - Método das Notações Internas ....................................................29
9. Técnicas de Redução do Risco de Crédito.................................................................29
10. Operações de Titularização..........................................................................................29
11. Riscos de Posição, de Crédito de Contraparte e de Liquidação da Carteira de Negociação ...........................................................................................................................30
12. Risco Cambial e de mercadorias das Carteiras Bancária e de Negociação............30
13. Posições em Risco sobre Acções da Carteira Bancária ...........................................30
14. Risco Operacional.........................................................................................................32
15. Análise de Sensibilidade dos Requisitos de Capital .................................................33
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1. NOTA INTRODUTÓRIA
Depois da transformação da Unicre em Instituição Financeira de Crédito (IFIC) em 1 de
Janeiro de 2006, a instituição passou a ter de observar, em permanência, os requisitos
de capital regulatório estipulados pelo Banco de Portugal.
Assim, e em cumprimento dos requisitos de divulgação pública de informação enunciados
no artigo 18.º do Aviso nº. 10/2007, do Banco de Portugal, e do artº 29 do Decreto-Lei
nº 104/2007, a Unicre – Instituição Financeira de Crédito, S.A. (Unicre) apresenta o seu
documento de “Disciplina de Mercado”, relativo a 31 de Dezembro de 2011.
Este documento pretende disponibilizar um conjunto de informação sobre os riscos
incorridos pela sociedade no desenvolvimento da sua estratégia de negócio, bem como
as políticas e práticas de avaliação de gestão e controlo destes mesmos riscos.
A informação divulgada tem subjacente uma óptica predominantemente prudencial,
encontrando-se disponível para consulta pelo público em geral através do website da
empresa www.unicre.pt.
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2. DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE
Inserido no âmbito da revisão das regras de supervisão prudencial aplicáveis às
Instituições Financeiras (Basileia II), o Banco de Portugal determinou, através da
publicação do Aviso nº 10/2007, que aquelas instituições procedessem à divulgação de
um conjunto de informação mais detalhada sobre a sua solvabilidade, que contemplasse
os riscos incorridos pelas instituições, bem como os processos e sistemas de avaliação e
de gestão dos mesmos (Pilar III).
Assim, vem a Comissão Executiva da Unicre certificar que, em cumprimento e para os
efeitos presentes no Aviso nº. 10/2007:
- Foram desenvolvidos todos os procedimentos considerados necessários e que, tanto
quanto é do seu conhecimento, toda a informação divulgada no presente documento
é verdadeira, fidedigna e de qualidade;
- Não ocorreram, entre o termo do exercício de 2011 e 20 de Abril de 2012, data de
divulgação deste documento, eventos que afectem, de forma materialmente
relevante, a informação aqui contida.
- Caso, no decorrer do exercício de 2012, ocorram alterações significativas que
afectem a informação aqui divulgada, as mesmas serão, tempestivamente, objecto
de divulgação, bem como os seus impactos na informação previamente difundida.
Lisboa, 30 de Abril de 2012
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A Comissão Executiva da Unicre
3. ÂMBITO DE APLICAÇÃO E POLÍTICAS DE GESTÃO DE RISCOS
DESENVOLVIMENTOS GLOBAIS EM 2011
Em reforço da preservação da situação financeira e da rentabilidade exigida pelos seus
accionistas desenvolveram-se, no último ano, diversas iniciativas transversais à gestão
dos vários riscos da Instituição, com relevância para as seguintes:
• Arranque do projecto de desenvolvimento do Modelo de Quantificação de
Imparidade da Unicre, com recurso a consultores externos, com os objectivos de:
substituir integralmente o actual modelo de apuramento das provisões económicas,
apurar os parâmetros internos de risco e apoiar a gestão corrente do risco de crédito,
reflectindo as melhores práticas do mercado.
• Criação de um Sistema de Informação de Risco, que centraliza a informação e o
reporte de diversos tipos de risco;
• Inclusão do custo do capital ajustado por risco, no Modelo de Rentabilidade por
produto.
• No âmbito do pilar 2 (Processo de Supervisão) de Basileia II, destaca-se a elaboração
do Relatório “ICAAP – Processo de Auto-Avaliação da Adequação do Capital
Interno” e do Relatório de Risco de Concentração de Crédito e dos Relatórios
de Testes de Esforço;
• Autonomização, em Março de 2011, da Gestão de Riscos e Compliance
(anteriormente integrada na Direcção de Estratégia e Compliance), com dependência
directa do Conselho de Administração da Unicre.
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3.1. OBJECTIVOS E POLÍTICAS DE GESTÃO DE RISCOS
ESTRUTURA ORGANIZATIVA DA GESTÃO DE RISCOS
Em matéria de gestão de riscos, a Unicre encontra-se organizada sob uma estrutura
composta por três linhas de defesa que, em conjunto, asseguram uma eficaz gestão dos
riscos.
1ª-l
inha
DE
DSI
DFM
DEC
DSA
Comité Gestão Risco
Comité de Negócios
Comité de Sistemas Informação
3ªlin
ha
Auditoria Externa
Conselho Fiscal
Linhas de relacionamento funcional actuais Reporte Hierárquico actual Comités Unidade Externa
ACI
Auditoria Interna
Controlo Interno
Comité de Recursos Humanos
Conselho Crédito
Gestão Risco e Compliance
DRC
Auditoria Independente: Executa actividades de auditoria e consultoria às 1ª e 2ª linhas e zela pela utilização eficiente e eficaz dos recursos da organização.Sistema de Controlo Interno: Presta assessoria à Comissão Executiva na definição, monitorização, revisão e melhoria contínua do Sist. Controlo Interno.
Operacionalização: Assegura as actividades diárias de gestão do risco de acordo com a estratégia de negócio, normas e procedimentos internos instituídos e politica de Gestão de Riscos.
DRU
Fonte: Unicre
Gestão Risco e Compliance: Assegura a identificação, avaliação, mitigação, monitorização e controlo de todos os riscos e a conformidade com leis e regulamentos.
Comissão Executiva
2ªlin
ha
Gestão Risco Crédito
GC
MODELO ORGANIZATIVO DAS 3 LINHAS DE DEFESAConselho de Administração
O Conselho de Administração define as orientações para o perfil de risco da Empresa,
aprova e decide quais as políticas de gestão de risco e controlos de alto nível a seguir.
A Auditoria e Controlo Interno, responsável pela 3ª linha de defesa, tem as funções
de:
• Assegurar a conformidade das actividades desenvolvidas pelas 1ª e 2ª linhas com as
políticas, normas e procedimentos definidos internamente e/ou ambiente
regulamentar;
• Identificar eventuais falhas/oportunidades de melhoria nos controlos implementados
e emitir recomendações com vista à sua correcção/melhoria;
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• Assessorar o Conselho de Administração na definição, revisão, monitorização e
melhoria constante do Sistema de Controlo Interno.
A Gestão de Riscos e Compliance, responsável pela 2ª linha de defesa, assume as
seguintes responsabilidades:
• No plano da Gestão de Riscos, assegura a compreensão da natureza e materialidade
dos riscos globais a que a Unicre se encontra exposta (crédito, operacional, taxa de
juro, liquidez, reputação e estratégia), garantindo a identificação, avaliação,
mitigação, monitorização e controlo de todos os riscos considerados materiais, em
conformidade com as melhores práticas e exigências do Acordo de Basileia;
• No plano da Compliance, assegura o cumprimento das obrigações e deveres a que a
Instituição se encontra sujeita, nomeadamente a conformidade com as leis,
regulamentos, normas profissionais, códigos de ética e de conduta aplicáveis.
O Comité de Gestão de Riscos tem a responsabilidade de monitorizar o perfil de risco
global da Unicre e garantir o alinhamento do mesmo com a estratégia da Empresa e com
as directivas do Conselho de Administração.
As Áreas Operacionais, responsáveis pela 1ª linha de defesa, assumem as seguintes
funções:
• Execução dos objectivos e estratégia de negócio alinhados com a gestão de risco;
• Identificação, avaliação e acompanhamento da evolução dos riscos de acordo com as
políticas, normas e procedimentos definidos internamente;
• Cooperação permanente e reporte funcional às funções de Gestão de Riscos e
Compliance e Auditoria.
Ao nível operacional, destaca-se a Direcção de Risco de Crédito que é responsável
pela manutenção dos níveis de risco da carteira de crédito dentro dos limites adequados
à sua rentabilidade, de acordo com as estratégias e políticas de gestão de risco definidas
para a empresa, intervindo na atribuição de limites de crédito, quer de cartões quer de
outros produtos de crédito comercializados, no acompanhamento da respectiva carteira e
na recuperação de crédito vencido.
O Conselho de Crédito tem como responsabilidade optimizar a gestão da carteira de
crédito, em alinhamento com a estratégia da empresa e as directivas emitidas pelo
Conselho de Administração a esse respeito.
Desta forma, é assegurado o cariz transversal a toda a Instituição da função de Gestão
de Riscos e estão criadas as bases para o desenvolvimento de uma efectiva “Cultura de
Risco”.
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RISCOS MATERIALMENTE RELEVANTES
A Unicre considera como riscos materialmente relevantes para a Instituição aqueles em
que os eventos inerentes possuam uma probabilidade de ocorrência significativa e
provoquem impactos relevantes nas condições financeiras da Instituição: riscos de
crédito, operacional (incluindo compliance e sistemas de informação), de liquidez, de
taxa de juro, de estratégia e de reputação.
Risco de Crédito
O risco de crédito encontra-se associado à probabilidade de ocorrência de impactos
negativos nos resultados ou no capital, decorrentes do incumprimento das obrigações
contratuais assumidas pelos Clientes da instituição, na sequência da concessão de crédito
por via dos cartões emitidos pela empresa ou por via da atribuição de crédito pessoal.
O risco de crédito, decorrente da concessão de crédito a Clientes, é o risco de maior
relevância material associado à actividade da Unicre, dado o potencial de impacto nos
resultados e/ou no capital da Empresa.
Durante 2011, as principais actividades desenvolvidas no âmbito deste risco foram:
• A revisão das estratégias de gestão de limites de crédito, com redução dos
limites em clientes de risco elevado e incentivo à utilização do cartão em clientes com
menor risco;
• A alteração das estratégias de cobranças, reforçando os recursos disponíveis
associados à recuperação de clientes de maior risco, com o objectivo de optimizar
custos face às probabilidades de recuperação dos clientes;
• O desenvolvimento de um sistema de apoio à atribuição de crédito, que
possibilita implementar decisões de atribuição automáticas, mantendo os níveis de
risco dentro dos parâmetros definidos;
A garantia de uma gestão eficaz e efectiva deste risco é assegurada através da Direcção
de Risco de Crédito e do Conselho de Crédito.
São da responsabilidade da Direcção de Risco de Crédito a avaliação e a concessão de
crédito, o acompanhamento da carteira e a recuperação do crédito vencido.
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Mediante proposta da Direcção de Risco de Crédito, compete ao Conselho de Crédito
apreciar e decidir quais as melhores opções comerciais a tomar, de acordo com a
gravidade da situação alvo de análise, o perfil do cliente e as políticas de risco definidas.
No plano da gestão do risco de crédito, a Unicre utiliza os meios de avaliação, controlo e
redução do risco, definidos no seu Manual de Risco de Crédito:
Em conformidade com o aviso n.º 5/2007, a Unicre utiliza o Método Padrão na
determinação dos requisitos de fundos próprios para cobertura do risco de crédito.
Risco Operacional
Por risco operacional entende-se a probabilidade de ocorrência de impactos negativos
nos resultados ou no capital, decorrentes de falhas de análise, processamento ou
liquidação das operações, de fraudes internas ou externas, da actividade ser afectada
devido à utilização de recursos em regime de outsourcing, da existência de recursos
humanos insuficientes ou inadequados ou da inoperacionalidade das infra-estruturas.
O risco operacional é o segundo maior no total de todos os riscos que a Unicre enfrenta,
logo após o risco de crédito.
Durante 2011, as principais actividades desenvolvidas no âmbito do risco
operacional foram:
• Customização da Aplicação de Gestão de Riscos e Compliance, com o objectivo de
promover a sua entrada em produção durante o primeiro semestre de 2012. Pretende-
se com a sua implementação melhorar os procedimentos internos de aferição,
monitorização e reporte dos diferentes riscos, nomeadamente dos riscos operacional e
de compliance;
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• Continuação do projecto de certificação da Unicre e dos comerciantes aderentes
segundo os requisitos de segurança PCI DSS – Payment Card Industry Data
Security Standards;
• Início, no final do ano de 2011, da primeira fase do projecto de actualização do Plano
de Continuidade de Negócios, tendo em vista a sistematização de uma Política
Global Integrada de Gestão de Continuidade de Negócio, em conformidade com
as Recomendações sobre Gestão de Continuidade de Negócio no Sector Financeiro e
incorporando as alterações decorrentes da renovação da arquitectura aplicacional em
curso na Unicre;
• Actualização do Plano de Emergência Interno ao nível da segurança de pessoas e
bens, em Maio de 2011;
No plano do risco operacional a Unicre adopta os seguintes meios de avaliação, controlo
e redução do risco:
Incluídos no risco operacional, consideram-se também relevantes para a Unicre o risco
de compliance e o risco de sistemas de informação.
O risco de compliance pode traduzir-se em sanções de carácter legal ou regulamentar,
na limitação das oportunidades de negócio, na redução do potencial de expansão ou na
impossibilidade de exigir o cumprimento de obrigações contratuais.
Cabe à Gestão de Riscos e Compliance garantir o cumprimento das obrigações e
deveres a que a Unicre se encontra sujeita no exercício da sua actividade.
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A Unicre adopta os seguintes meios de avaliação, controlo e redução deste risco:
O risco associado aos sistemas de informação tem um peso importante na gestão
de riscos da Instituição devido ao papel preponderante que estes ocupam na actividade
da Unicre, tal como é usual no meio bancário.
A garantia de uma gestão eficaz e efectiva deste risco é assegurada através da Direcção
de Sistemas de Informação.
De referir a existência de um Comité de Sistemas de Informação, que reúne
mensalmente, e que tem como uma das suas principais atribuições acompanhar a
regular evolução dos projectos de sistemas de informação resultantes do plano de
negócio da Unicre e contribuir para solucionar conflitos de natureza operacional e
organizacional.
A Unicre adopta os seguintes meios de avaliação, controlo e redução deste risco:
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Para o cálculo dos requisitos de fundos próprios para o risco operacional, a Unicre aplica
o Método do Indicador Básico, definido no aviso n.º 9/2007.
Risco de Liquidez
O Risco de Liquidez traduz-se na probabilidade de ocorrência de perdas financeiras, nos
resultados ou no capital, decorrentes da incapacidade da instituição de dispor de fundos
líquidos para cumprir com as suas obrigações, à medida que as mesmas se vencem.
Em reforço dos meios de mitigação deste risco, a Unicre desenvolveu, em 2011, um
Plano de Contingência de Liquidez, que sintetiza as políticas e as práticas adoptadas pela
Instituição no que se refere á gestão do risco de liquidez e as medidas e acções a seguir
em caso de crise de liquidez.
A gestão corrente do risco de liquidez é da responsabilidade da Direcção Financeira e
Meios, competindo ao Conselho de Administração definir em linhas gerais a estrutura do
financiamento da empresa e a orientação a seguir na sua gestão, nomeadamente ao
nível dos limites aos montantes e datas de vencimentos dos financiamentos e da Gestão
do recurso a financiamento bancário.
Dada a natureza da Unicre enquanto Instituição de Crédito, é previsível que uma parte
importante das suas necessidades de financiamento continue a ser suprida através do
recurso ao mercado monetário interbancário com operações de curto prazo.
No plano do risco de liquidez a Unicre adopta os seguintes meios de avaliação, controlo e
redução do risco:
Pontualmente, a Unicre utiliza a aplicação dos saldos de tesouraria como forma de gestão
da sua liquidez.
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Risco de Taxa de Juro
O Risco de Taxa de Juro materializa-se na probabilidade de ocorrência de impactos
negativos nos resultados ou no capital, devido a movimentos adversos nas taxas de juro.
Historicamente, tanto as taxas activas cobradas pela Unicre como as passivas eram de
muito curto prazo, o que contribuía para a redução da exposição ao risco de taxa de juro.
A taxa de juro do crédito concedido era, na sua maior parte, passível de ser revista
trimestralmente, acompanhando a variação das taxas de juro de curto prazo do mercado
monetário.
O alargamento da gama de produtos de crédito oferecidos a clientes, que se repercutiu,
nomeadamente, na extensão dos prazos de reembolso e na fixação do valor das
prestações do crédito, veio aumentar a exposição ao risco de taxa de juro.
A gestão corrente do Risco de Taxa de Juro é da responsabilidade da Direcção Financeira
e Meios.
No plano do risco de taxa de juro a Unicre adopta os seguintes meios de avaliação,
controlo e redução do risco:
Risco de Estratégia
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O Risco de Estratégia reflecte a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos
resultados ou no capital, decorrentes de decisões estratégicas inadequadas, da deficiente
implementação das decisões ou da incapacidade de resposta a alterações do meio
envolvente, bem como a alterações no ambiente de negócios da Instituição.
A gestão da Unicre orienta-se por um Plano Estratégico trienal que estabelece os
objectivos de médio prazo e que coincide com o mandato dos órgãos executivos.
Risco de Reputação
O Risco de Reputação reflecte a probabilidade de ocorrência de impactos negativos nos
resultados ou no capital, decorrentes duma percepção negativa da imagem pública da
instituição, fundamentada ou não, por parte de clientes, contrapartes, fornecedores,
colaboradores, accionistas, entidades reguladoras, órgãos de imprensa ou pela público
em geral.
Este é um risco de difícil mensuração, sendo que os meios de avaliação do risco de
reputação utilizados na Unicre são questionários de self-assessment, monitorização da
notoriedade da marca, análise de reclamações de clientes e o questionário de satisfação
dos clientes. São ainda realizados, semestralmente, testes de esforço, de modo a que
seja possível ter uma visão prospectiva do impacto que certas situações hipotéticas
possam ter na Instituição.
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4. ADEQUAÇÃO DE CAPITAIS
4.1 CARACTERIZAÇÃO DE FUNDOS PRÓPRIOS
Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010, os capitais próprios contabilísticos da Unicre
ascendiam a 73.375 milhares de euros e 69.055 milhares de euros, respectivamente,
detalhados como se segue:
Durante o exercício de 2011 a Unicre alterou a sua política contabilística de tratamento dos desvios
actuariais e financeiros relacionados com os benefícios pós-emprego dos empregados – Plano de
benefícios definidos, por considerar que o reconhecimento imediato dos mesmos em Capitais
Próprios proporciona uma leitura mais correcta das demonstrações financeiras e uma informação
mais fiável e relevante sobre os efeitos dos desvios actuariais e financeiros na posição financeira e
performance da Unicre.
Assim, a Unicre abandonou o chamado Método do Corredor previsto no parágrafo 92 da IAS 19,
segundo o qual os ganhos e perdas actuariais resultantes de alterações nos pressupostos actuariais e
financeiros e de diferenças entre os pressupostos actuariais e financeiros utilizados e os valores
efectivamente verificados, estavam diferidos em balanço nas rubricas de “Outros Activos” ou
“Outros Passivos”, desde que o respectivo montante acumulado não excedesse 10% do valor actual
das responsabilidades com serviços passados ou 10% do valor dos activos do fundo de pensões, dos
dois o mais elevado. Caso existissem desvios actuariais e financeiros superiores a este corredor,
estes eram amortizados em resultados.
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Com base na nova política contabilística, a Unicre passou a reconhecer imediatamente em Capitais
Próprios, na rubrica “Outras Reservas – Desvios Actuariais” (Rendimento Integral) os desvios
actuariais que ocorram em cada exercício, líquidos de Impostos, conforme permitido pelo parágrafo
93 A do IAS 19.
Assim, e de acordo com os requisitos do IAS 8 – “Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas
e Erros”, foram reexpressas as demonstrações financeiras do ano anterior.
Contudo, e no que se refere aos efeitos, na determinação dos fundos próprios regulamentares, dos
desvios actuariais acumulados com benefícios definidos, considerou o Banco de Portugal, no seu
Aviso nº 2/2012, que estes não devem depender da política contabilística seguida por cada
instituição ao abrigo das opções previstas no IAS19. Assim, mantiveram-se os limites do método do
corredor, de forma que sejam excluídas dos fundos próprios de base, as perdas actuariais
acumuladas que estariam por reconhecer como custo, dentro dos limites de 10% do valor actual das
responsabilidades ou do valor do fundo de pensões, dos dois o mais elevado.
Os fundos próprios da Unicre são apurados de acordo com as normas regulamentares aplicáveis
nomeadamente com o disposto no Aviso do Banco de Portugal nº 6/2010. Os fundos próprios totais
resultam da soma dos fundos próprios de base (Tier I) com os fundos próprios complementares (Tier
II) e da subtracção da componente relevada no agregado Deduções, este último inexistente na
Unicre.
Para efeitos de cálculo de elementos constitutivos de Fundos Próprios, são consideradas
as seguintes rubricas:
Fundos Próprios de Base (Tier I):
Elementos Positivos
– Capital social, representado por 2.000.000 acções escriturais com um valor nominal
de 5 Euros cada, integralmente subscritas e realizadas. A 31 de Dezembro de 2011
a estrutura accionista da Unicre era a seguinte:
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– Reservas legais, constituídas de acordo com o disposto no artigo 97º do Regime
Geral das Instituições de Crédito e Sociedades Financeiras, segundo o qual as
instituições financeiras devem destinar uma fracção não inferior a 10% dos lucros
líquidos apurados em cada exercício à formação de uma reserva legal, até um
limite igual ao valor do capital social ou ao somatório das reservas livres
constituídas e dos resultados transitados, se superior;
– Reservas livres, constituídas por deliberação dos accionistas sob proposta de
aplicação de resultados apresentada pelo Conselho de Administração da Sociedade
em cada exercício;
– Resultados transitados, os quais incluem os impactos da transição para as Normas
de Contabilidade Ajustadas (NCAs), excluindo as reservas de reavaliação legal,
consideradas como fundos próprios complementares.
Adicionalmente são considerados elementos positivos dos Fundos Próprios de base o
excesso, a existir, das provisões contabilísticas sobre as provisões económicas apuradas
pela Instituição, na parte não deduzida no cálculo dos requisitos de Fundos Próprios
(Risco Crédito).
Elementos Negativos
– Activos Intangíveis líquidos de amortizações e imparidades; e
– Proporção dos desvios actuariais líquidos de impostos diferidos, registados em
capitais próprios, relativos às responsabilidades com reformados e pensionistas
transferidas para a Segurança Social.
Fundos Próprios Complementares (Upper Tier II):
- 45% dos Ganhos não realizados registados em Reservas de reavaliação de activos
financeiros disponíveis para venda, correspondentes à diferença entre o valor de
balanço e o valor de aquisição daqueles activos financeiros. Nos exercícios de 2011
e 2010 não foi registada qualquer perda por imparidade naquela carteira de
investimentos;
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– Reservas de reavaliação legal decorrentes da evolução de índices gerais de preços
de outros activos tangíveis efectuadas nos termos da lei em exercícios anteriores a
1 de Janeiro de 2005, incluídas para efeitos contabilísticos, na rubrica de resultados
transitados.
De referir que não existem quaisquer impactos de adopção das NCAs, positivos ou
negativos, por reconhecer, quer a 31 de Dezembro de 2011, quer a 31 de Dezembro de
2010.
ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DOS FUNDOS PRÓPRIOS
O quadro seguinte apresenta a composição dos Fundos Próprios com referência a 31 de
Dezembro de 2011 e 2010, não considerando o resultado líquido do exercício em análise:
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Embora a regulamentação emitida pelo Banco de Portugal possibilite o diferimento para 30 de
Junho de 2012 do reconhecimento nos Fundos Próprios regulamentares dos impactos resultantes da
transferência das responsabilidades para a Segurança Social, a Unicre optou por considerar esses
efeitos a 31 de Dezembro de 2011, deduzindo aos fundos próprios de base, como se pode verificar
no ponto 1.1.5.3. do quadro acima, um montante de mEuros 777, correspondentes à proporção dos
desvios actuariais, registados em capitais próprios, das responsabilidades transferidas para a esfera
da Segurança Social (cerca de 17% do montante total de responsabilidades totais com serviços
passados calculadas por referência a 31 de Dezembro de 2011), líquidas de impostos diferidos.
REQUISITOS DE FUNDOS PRÓPRIOS
Para cálculo dos requisitos de Fundos Próprios para o risco de crédito, a Unicre utiliza o
Método Padrão, definido no Aviso nº 5/2007, enquanto que para os requisitos de Fundos
Próprios para o risco operacional é aplicado o Método do Indicador Básico, definido no
Aviso nº 9/2007.
O quadro seguinte resume os requisitos de Fundos Próprios com referência a 31 de
Dezembro de 2011 e 2010:
Em resultado dos elementos de Fundos Próprios disponíveis e face às necessidades de
Fundos Próprios acima evidenciados, o rácio de solvabilidade da Unicre apresenta-se
confortável face ao requisito global de 8%, não tendo registado alterações substanciais
face ao exercício de 2010.
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Tal evolução deve-se ao facto da redução de 2% verificada nos fundos próprios ter sido
compensada pela diminuição dos requisitos de capital.
A redução verificada nos fundos próprios disponíveis face ao ano anterior resulta do aumento das
deduções relativas a activos incorpóreos, não compensadas pelos resultados líquidos retidos do
exercício de 2010 e pela valorização da carteira de activos disponíveis para venda.
Por seu lado a diminuição das necessidades de capital deriva tanto do risco operacional, em
consequência da redução do produto bancário, como do risco de crédito, por descida verificada no
montante de aplicações em instituições de crédito existentes no final do ano.
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4.2 PROCESSO DE AUTO-AVALIAÇÃO DA ADEQUAÇÃO DO CAPITAL
INTERNO (ICAAP)
No seguimento da política de consolidação das práticas de gestão dos riscos a que se
encontra exposta, a Unicre desenvolveu uma metodologia de aferição da adequação do
capital interno. Esta metodologia visa dar resposta ao previsto na Instrução n.º 15/2007
do Banco de Portugal, garantindo que a Unicre dispõe de um processo, recorrente e
abrangente, de avaliação da adequação do seu capital interno aos riscos inerentes à
natureza e complexidade das suas actividades, bem como formalizar a politica a seguir
para a manutenção dos níveis de capital adequados à estratégia de negócio e de risco
prosseguida.
A metodologia usada é sustentada em modelos de avaliação e quantificação dos diversos
riscos, na sua agregação e na quantificação do valor de capital interno adequado aos
mesmos. A medição dos riscos baseia-se no cálculo, através de metodologias internas,
do nível de capital interno necessário para cobrir adequadamente a exposição a cada
risco.
As metodologias utilizadas na mensuração fazem uso de técnicas quantitativas baseadas
na informação da carteira da Unicre e recorrem aos meios de suporte disponíveis, sendo
complementadas por técnicas qualitativas (e.g. questionários de auto-avaliação) sempre
que tal seja considerado útil para suprir lacunas na componente metodológica
quantitativa.
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Tipo de risco Metodologia de Avaliação
Requisito de Capital Económico para Risco de Crédito IRB + Standard Approach
Requisito de Capital Económico para Risco de Taxa de Juro Valor Económico
Requisito de Capital Económico para Risco de Liquidez Stress do Custo de Funding
Requisito de Capital Económico para Risco Operacional (*) Indicador Regulamentar Ajustado
Requisito de Capital Económico para Risco de Reputação Add-on + Avaliação Qualitativa
Requisito de Capital Económico para Risco de Estratégia
Risco associado à evolução da actividade
A metodologia de agregação dos riscos utilizada para efeitos da captura dos benefícios de
diversificação inter-riscos no cálculo do capital interno, na Unicre, tem como base a
Matriz de Correlação dos Riscos definida pela Standard & Poors1.
O processo de gestão da metodologia ICAAP e a sua aplicação prática tem subjacente um
modelo de governação, onde são caracterizados os contributos das diversas unidades
orgânicas para o ICAAP. A Unicre assume o ICAAP como sendo um processo evolutivo, e
por isso procede a revisões periódicas da framework e à implementação faseada dos
modelos de cálculo, em linha com a evolução das suas práticas de gestão e modelos de
risco.
O modelo de governação do ICAAP é composto por três processos sequenciais:
Planeamento, Exercício do ICAAP e Ciclo de Gestão do Capital, interligados por fluxos de
informação, conforme abaixo descrito.
• No planeamento das actividades garante-se o alinhamento com o processo de
orçamentação e com o stress testing relativamente à análise e documentação
referente à envolvente macroeconómica.
• O exercício de ICAAP, realizado anualmente, tem definido um conjunto de
procedimentos de preparação, execução e reporte.
• A gestão do capital constitui um ciclo contínuo de (1) planeamento de capital, com
base na análise das conclusões do ICAAP, (2) implementação do plano e (3)
monitorização do mesmo, de acordo com as normas internas em vigor na Unicre.
Em resultado do processo anteriormente descrito, e considerando os fundos disponíveis e
o volume de requisitos para os diferentes riscos, conclui-se que o capital interno
existente é adequado ao perfil de risco da Unicre e que o nível de capitalização
salvaguarda os interesses dos seus stakeholders e dá à Instituição uma sólida margem
de crescimento e afirmação no contexto dos mercados onde opera.
5. RISCO DE CRÉDITO DE CONTRAPARTE
O risco de crédito de contraparte reflecte o risco de as contrapartes se mostrarem
incapazes de cumprir os pagamentos a que se encontrem obrigadas no âmbito de
determinados contratos de instrumentos financeiros, como os de derivados ou os repos.
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1 Documento Rating Scale Services for Internal Rating Systems – Credit Risk Management solutions from Standard& Poor Risk Solutions
À data de 31 de Dezembro de 2011 e 2010 a Unicre não detinha quaisquer operações
materialmente relevantes com exposição ao risco de crédito de contraparte.
6. RISCO DE CRÉDITO - ASPECTOS GERAIS
A rubrica mais relevante do Activo da Unicre é a carteira de crédito a clientes, razão pela
qual o risco de crédito sobre a mesma representa um dos maiores riscos para a Empresa.
O crédito a clientes inclui o saldo em dívida e outros valores a receber, relativos a
cartões emitidos pela Unicre e a crédito pessoal atribuído, pendentes de liquidação pelos
seus clientes..
No momento inicial os créditos e valores a receber são registados ao justo valor. Em
geral, o justo valor no momento inicial corresponde ao valor de transacção e inclui
comissões, taxas ou outros custos e proveitos associados às operações de crédito.
Posteriormente, os créditos e valores a receber são valorizados ao custo amortizado, com
base no método da taxa de juro efectiva e sujeitos à constituição de provisões.
Os juros e anuidades associados a operações de crédito são periodificados ao longo da
vida das operações, independentemente do momento em que são cobrados ou pagos.
Na avaliação de risco de crédito e seu provisionamento são efectuadas duas análises
distintas: (a) a classificação do crédito de acordo com as regras estabelecidas pelo Banco
de Portugal no seu aviso 3/95 e (b) a análise económica complementar para efeitos de
determinação do nível adequado de provisões necessário para fazer face ao risco de
cobrabilidade da carteira.
Assim, e para efeitos contabilísticos, todos os valores em dívida que correspondem aos
pagamentos mínimos contratualmente definidos que não foram liquidados decorridos que
sejam 30 dias sobre o seu vencimento são classificados como crédito vencido. Atrasos
superiores a 90 dias verificados nos pagamentos das suas obrigações contratuais
implicam a classificação como crédito com incumprimento da totalidade do saldo do
crédito em dívida, incluindo prestações vincendas. Os juros vencidos com atraso superior
a 90 dias não são reconhecidos em resultados como proveito quando incorridos, mas
apenas quando efectivamente cobrados.
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O crédito objecto de imparidade, entendido como sujeito à análise económica,
compreende não só todas as exposições sujeitas ao risco de crédito relativamente às
quais tenha sido detectada uma evidência objectiva de imparidade, isto é como crédito
em incumprimento, como também o crédito regular, para aferição da sua probabilidade
de incumprimento.
Adicionalmente, e para efeitos meramente prudenciais, para cálculo do risco de crédito –
elementos vencidos, são considerados apenas aqueles cuja data de vencimento tenha
ocorrido há mais de 90 dias, de acordo com o previsto no Aviso 5/2007 do Banco de
Portugal.
POLÍTICA DE PROVISIONAMENTO
A política de provisionamento seguida pela Unicre assenta no cumprimento das normas
estabelecidas pelo Banco de Portugal, sendo complementada por provisões constituidas
acima destes montantes mínimos quando considerado adequado, mediante análise
económica ao risco de cobrabilidade da carteira.
A provisão para crédito vencido é constituída nos termos do Aviso do Banco de Portugal
nº 3/95, de 30 de Junho, com as alterações introduzidas pelo Aviso do banco de Portugal
nº8/03, de 30 de Junho e pelo Aviso do Banco de Portugal nº 3/2005, de 21 de
Fevereiro. As classes de risco reflectem o escalonamento dos créditos e dos juros
vencidos em função do período decorrido após o respectivo vencimento. Para o efeito são
aplicadas as taxas referentes a créditos sem garantia.
A provisão para riscos gerais de crédito encontra-se classificada no passivo, na rubrica
“Provisões”. Nos termos do Aviso nº 3/95, de 30 de Junho (com as alterações
introduzidas pelo Aviso nº3/2005 de 21 de Fevereiro), do Banco de Portugal, esta
provisão tem uma natureza global e destina-se a fazer face a riscos de cobrança de
crédito concedido, não identificados especificamente. Esta provisão é calculada com base
em taxas genéricas, aplicadas ao crédito concedido não vencido e a outros activos
existentes à data do balanço.
A provisão para riscos gerais de crédito inclui ainda o montante de 14.295 milhares de
euros (2010: 7.614 milhares de euros) relativo a perdas por imparidade constituídas
para fazer face ao risco de cobrabilidade da carteira de crédito da Unicre, em excesso
face aos mínimos exigidos normativos emitidos pelo Banco de Portugal.
Durante os exercícios de 2011 e 2010 o movimento registado nas provisões para crédito
foi o seguinte:
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A Unicre procede ao abate contabilístico de créditos ao activo (write-offs) quando
considera que determinado crédito é incobrável (geralmente ao fim de 18 meses) após
terem sido efectuados todos os esforços de recuperação. As recuperações posteriores
destes créditos são contabilizadas como proveitos nos exercícios em que ocorrem na
rubrica “Recuperações de créditos, juros e despesas”. Nos exercícios de 2011 e 2010, os
montantes registados nesta rubrica ascendem a 8.856 milhares de euros e 6.187
milhares de euros, respectivamente.
A Unicre utiliza o Método Padrão para avaliação do Risco de Crédito, o qual segmenta o
risco incorrido pelas Instituições Financeiras da seguinte forma:
- Classe I – Administrações centrais ou bancos centrais
- Classe II – Administrações regionais ou autoridades locais
- Classe III – Organismos administrativos e empresas sem fins lucrativos
- Classe IV – Bancos multilaterais de desenvolvimento
- Classe V – Organizações internacionais
- Classe VI – Instituições
- Classe VII – Empresas
- Classe VIII – Carteira de retalho
- Classe IX – Posições garantidas por bens imóveis
- Classe X – Elementos vencidos
- Classe XI – Obrigações hipotecárias ou obrigações sobre o sector público
- Classe XII – Posições em risco sobre organismos de investimento colectivo
- Classe XIII – Outros Elementos
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Para os exercícios de 2011 e 2010 as posições em risco original por classe regulamentar
no final do exercício e na média do ano eram as seguintes:
Dada a especificidade do negócio da Unicre, constituído por Crédito ao Consumo e no
Cartão, a distribuição geográfica do crédito está directamente relacionada com a
dispersão da população portuguesa, concentrada no litoral e nas zonas metropolitanas de
Lisboa e Porto.
Relativamente à distribuição por segmentos, o volume de outstanding da carteira de
retalho, relativo a Empresas representa apenas 3.48% (2010:2.18%) da carteira de
crédito, ascendendo a 8.575 milhares de euros (2010:5.301 milhares de euros).
Relativamente á distribuição das posições em risco por sectores, ver quadro abaixo:
No quadro seguinte é apresentado o perfil dos prazos de vencimento Residuais das
posições em risco original por classe regulamentar, com referência ao final do exercício
de 2011 e 2010:
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GESTÃO DO RISCO DE CONCENTRAÇÃO DE CRÉDITO
Dada a dispersão existente na carteira de clientes da Unicre, quer a título individual, quer
colectivo, o risco de concentração de crédito não é considerado como um risco
materialmente relevante.
De qualquer forma, a Unicre tem implementado um conjunto de procedimentos e
mecanismos que lhe permitem identificar, medir, gerir e controlar o risco de
concentração na sua carteira de crédito, nomeadamente:
• Sistema de monitorização de alertas que lhe permite identificar o nível de
aderência dos limites de exposição ao risco de crédito estabelecido para cada cliente
ou grupo de clientes;
• Normativo de delegação de competências em assuntos relacionados com a
política de risco de crédito, nos domínios da atribuição de cartões e concessão de
crédito e/ou de outras alterações estratégicas que impliquem ajustes automáticos na
exposição ao risco de crédito;
• Obrigatoriedade de emissão de pareceres e de aprovação, pelo Conselho de
Crédito, sempre que os limites de exposição de crédito ultrapassem os máximos
definidos no normativo da delegação de competências;
• Acompanhamento mensal dos clientes com maior exposição, em sede de
Conselho de Crédito;
• Realização de estudos relativamente à exposição/concentração da carteira de
crédito e, da análise desses estudos, decisão quanto à necessidade de tomar
medidas correctivas das concentrações excessivas que venham a ser identificadas.
Esta análise é efectuada recorrendo a um conjunto de informação, tais como o
conhecimento empírico e experiência com o cliente, o scoring comportamental, o
comportamento em anteriores operações de crédito, as características da empresa,
se for o caso (dimensão, sector de actividade, produtos comercializados, localização,
dados financeiros, etc.), os riscos do sector e da actividade desenvolvida e
características do mercado onde opera volatilidade, sazonalidade, concorrência,
etc.).
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A identificação, medição e monitorização do risco de concentração de crédito é efectuada
pela Direcção de Risco de Crédito (DRC), sendo as suas principais funções
acompanhar a carteira de crédito e o risco de concentração de crédito, propor políticas e
estratégias a aplicar à carteira, desenvolver e aplicar medidas preventivas e correctivas e
assegurar a conformidade com os requisitos regulamentares aplicáveis à Unicre em
termos de risco de crédito.
A Unicre não tem implementados quaisquer níveis de tolerância, dado que a aplicação do
normativo de delegação de competências obriga à submissão ao Conselho de Crédito
sempre que os limites definidos são ultrapassados.
Dado que a actividade da Unicre decorre exclusivamente em Portugal, não estão
definidas políticas que limitem a concentração do risco de crédito a nível geográfico ou
por moeda.
Da especificidade do negócio da Instituição e das políticas de gestão do risco de
concentração de crédito da Unicre, resulta um reduzido grau de concentração de crédito
da carteira de clientes da Unicre.
7. RISCO DE CRÉDITO - MÉTODO PADRÃO
A Unicre utiliza o Método Padrão para cálculo dos requisitos de fundos próprios para o
risco de crédito, tal como descrito no Aviso do Banco de Portugal nº5/2007.
As posições em risco original, bem como o valor base para incidência dos ponderadores
definidos no aviso referido no parágrafo anterior, e o respectivo valor ponderado pelo
risco em final de 2011 e 2010 são como segue:
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8. RISCO DE CRÉDITO - MÉTODO DAS NOTAÇÕES INTERNAS
A Unicre utiliza o Método Padrão para cálculo dos requisitos de fundos próprios para
cobertura do risco de crédito não aplicando, desta forma, nenhum método de Notações
Internas. Pelo exposto, à data de 31 de Dezembro de 2011 e 2010 este capitulo não é
aplicável.
9. TÉCNICAS DE REDUÇÃO DO RISCO DE CRÉDITO
Não são relevantes os colaterais recebidos em garantia relativamente ao crédito
concedido e os que existem não qualificam como técnica de redução do risco para efeitos
do cálculo dos requisitos de fundos próprios do Risco de Crédito, nos termos do Anexo VI
do Aviso nº5/2007 do Banco de Portugal.
10. OPERAÇÕES DE TITULARIZAÇÃO
Este aspecto não é aplicável à Unicre pelo facto de, à data de 31 de Dezembro de 2011 e
2010, não existirem quaisquer operações de titularização contratadas.
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11. RISCOS DE POSIÇÃO, DE CRÉDITO DE CONTRAPARTE E DE
LIQUIDAÇÃO DA CARTEIRA DE NEGOCIAÇÃO
À data de 31 de Dezembro de 2011 e 2010, a Unicre não detinha qualquer activo
classificado como de carteira de negociação.
12. RISCO CAMBIAL E DE MERCADORIAS DAS CARTEIRAS BANCÁRIA
E DE NEGOCIAÇÃO
Este capitulo não é aplicável pelo facto de, à data de 31 de Dezembro de 2011 e 2010, a
Unicre não deter posições materialmente relevantes expostas ao risco cambial e de
mercadorias nas carteiras bancárias e de negociação.
13. POSIÇÕES EM RISCO SOBRE ACÇÕES DA CARTEIRA BANCÁRIA
Os activos classificados como disponíveis para venda são avaliados ao justo valor,
sempre que este possa ser mensurado ou estimado de forma fiável.
Os ganhos e perdas resultantes de alterações no justo valor de activos financeiros
disponíveis para venda são reconhecidos directamente nos capitais próprios na rubrica
Reservas de Reavaliação de justo valor líquidos de eventuais impostos (diferidos e
correntes), excepto no caso de perdas por imparidade, que são registados em resultados
quando ocorrem. Quando o activo é vendido, o ganho ou perda anteriormente
reconhecido no capital próprio é registado em resultados.
Em 31 de Dezembro de 2011 e 2010 a rubrica de balanço “Activos Financeiros
disponíveis para venda” inclui títulos de rendimento variável cotados em bolsa, sendo
que os montantes relevantes estão relacionados com acções recebidas de um dos
sistemas de pagamentos internacionais que a Unicre representa, aquando do processo de
reorganização da sua estrutura societária, com consequente dispersão de capital em
bolsa, detalhando-se como segue:
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(1) Em 2008, por deliberação da Assembleia Geral da Visa Europe Limited e na sequência
do processo de reestruturação interna da estrutura corporativa daquela Marca
Internacional de Pagamentos, foram distribuídos pelos associados dinheiro e acções da
nova sociedade entretanto criada - Visa International Incorporation, tendo a Unicre
recebido 259.323 acções Classe C. Estas acções, que originalmente tinham restrições de
liquidez, só podendo ser transaccionadas entre os membros daquela sociedade,
conferiam direito a dividendos e a exercer direito de voto em determinadas matérias
previstas nos estatutos da Sociedade e foram convertidas em acções Classe A (cotadas
em bolsa) em Março de 2011. Denominados em USD, estiveram até à data da conversão
final valorizados no balanço a um valor que tinha por referência a cotação de fecho das
acções Classe A, corrigida por um factor de desconto de liquidez, o qual foi sendo
reduzido proporcionalmente ao tempo decorrido entre a data da entrega dos títulos e a
data de conversão para Classe A.
Em 31 de Dezembro de 2011 a totalidade dos títulos detidos pela Unicre estavam
convertidos para classe A, enquanto que em 31 de Dezembro de 2010 apenas 50% da
carteira estava liberta de restrições.
Não foram registadas em 2011 e 2010, quaisquer perdas por imparidade, na carteira de
activos financeiros disponíveis para venda.
O cálculo de requisitos de fundos próprios para cobertura de risco de acções de carteira
bancária baseia-se no método padrão, ou seja, na aplicação de um ponderador de 100%
ao valor das posições em risco, líquidas de eventuais provisões.
Os requisitos de fundos próprios para cobertura de risco de crédito de acções de carteira
bancária são apresentadas abaixo:
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14. RISCO OPERACIONAL
O Risco operacional é objecto de monitorização constante pela Unicre em todas as suas
actividades e com recurso aos mais diversos instrumentos de controlo, conforme descrito
anteriormente, no ponto 3.1., secção Risco Operacional, deste documento.
A exigência de cálculo de requisitos de fundos próprios foi introduzida pelo Decreto-Lei
nº104/2007 e posteriormente regulamentado pelo Aviso nº9/2007 do Banco de Portugal,
tendo a Unicre adoptado o Método do Indicador Básico para efeitos da sua determinação,
segundo o qual as necessidades de fundos próprios para o Risco Operacional
correspondem a 15% da média dos três últimos anos do indicador relevante anual.
No quadro seguinte apresentam-se os elementos contabilísticos considerados para
cálculo do indicador relevante, para 2011 e 2010:
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De referir que foram retirados da base de apuramento do indicador relevante os ganhos
realizados com mais valias (2009) e dividendos (2008) com origem na carteira de activos
financeiros disponíveis para venda, conforme alínea d) do nº5 do Anexo I do Aviso
nº9/2007 e proveitos não recorrentes, registados em 2010 de recuperação de IVA de
exercícios anteriores.
15. ANÁLISE DE SENSIBILIDADE DOS REQUISITOS DE CAPITAL
A gestão e acompanhamento do risco de mercado, nomeadamente o risco de taxa de
juro é efectuada com recurso ao cálculo da modified duration e através do mismatch
entre a variação esperada do valor da carteira de activos e a variação esperada do valor
da carteira de passivos face a uma variação da curva de taxas de juro de mercado,
conforme descrito no ponto 3.1. deste documento.
Este modelo leva em consideração os valores contratualmente estabelecidos, bem como
as respectivas datas de vencimento e os prazos de refixação de taxa. Uma vez que o
principal activo da Unicre sujeito ao risco de taxa de juro é a carteira de crédito de
clientes, a análise efectuada incide essencialmente sobre esta rubrica. Para a carteira de
crédito em cartão revolving considerou-se como duration 3 meses, sendo também este o
prazo de refixação da taxa, enquanto que para o Crédito Gratuito o prazo médio
considerado foi de 35 dias.
À data de 31 de Dezembro de 2011 e 2010 o impacto no valor económico da Unicre de
uma subida de 200 b.p. nas taxas de juro ascende a 1.768 milhares de euros e 754
milhares de euros, respectivamente (impacto negativo em ambos os exercícios),
conforme evidenciado no mapa abaixo:
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TESTES DE ESFORÇO
A realização de testes de esforço permite à Unicre avaliar a condição financeira da
instituição, adquirir uma melhor percepção do perfil de risco da Instituição, bem como
gerir de uma forma mais eficaz a exposição aos riscos materialmente relevantes. Estes
testes são realizados semestralmente, tendo por horizonte temporal o período de um
ano.
No caso da Unicre são realizadas análises de sensibilidade periódicas sustentadas num
modelo de governação criado para o efeito e alinhado com o modelo de controlo interno
da Instituição.
Os riscos que se consideram nos testes de esforço efectuados são os representados na
Matriz Global de Riscos que foi criada no âmbito do Modelo de Avaliação de Riscos (MAR)
e que é periodicamente revista. No último exercício de testes de esforço, com referência
a 31 de Dezembro de 2011, foram efectuadas análises de sensibilidade aos risco de
crédito, risco operacional, risco de sistemas de informação, risco de compliance, risco de
taxa de juro, risco de liquidez, risco de reputação e risco de estratégia, para além dos
especificamente solicitados pelo Banco de Portugal.
Para a realização dos testes foi utilizada uma ferramenta de simulação das variáveis
relevantes para o negócio da Instituição. Trata-se de um modelo de simulação
desenvolvido pela Unicre para efeitos de stress testing, com base na informação e
pressupostos utilizados no processo de planeamento e orçamentação da Unicre.
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As análises de sensibilidade efectuadas simulam acontecimentos excepcionais mas
plausíveis, tanto definidos internamente como por entidades reguladoras ou supervisoras
externas (como o Banco de Portugal).
O seguinte quadro resume os factores de risco subjacentes e os choques introduzidos a
cada tipo de risco.
• Simulação de aumento da probabilidade de incumprimento dos clientes, com o agravamento das PDs.• Simulação da redução da capacidade de recuperação de créditos, com o agravamento das LGDs.• Simulação da redução da capacidade de recuperação de créditos, com o agravamento das EADs.
Risco de Crédito
Risco de Taxa de Juro • Deslocação paralela das curvas de taxa de juro a que a Unicre se encontra exposta.
Risco de Liquidez • Simulação do aumento do custo médio de financiamento.
• Simulação do envolvimento da instituição em situações fraudulentas não internacionais.• Simulaçao de falhas no sistema de cobrança de juros.• Simulação de falha na prestação de informação à Entidade Reguladora.• Simulação de branquamento de capitais (não intencional).• Simulação da indisponibilidade temporária e lentidão dos sistemas informáticos.
Risco Operacional
• Simulação de perda de informação de clientes.• Simulação de publicidade negativa.
Risco de Reputação
• Simulação de um novo player no mercado de acquiring.• Simulação de uma diminuição da facturação nos cartões.
Risco de Estratégia
• Deslocamento paralelo da curva de rendimentos correspondendo a um aumento (diminuição) xsimultâneo(a) da taxa de juro a 3 meses e da taxa de juro a 10 anos.• Alteração da inclinação da curva de rendimentos correspondendo a uma diminuição da taxa de juro a x10 anos, incluindo uma diminuição da taxa de desconto actuarial.• Diminuição (aumento) da taxa de câmbio.• Diminuição (aumento) dos indíces accionistas.
Factores de Risco do BdP
De acordo com os últimos testes efectuados, com referência a 31 de Dezembro de 2011,
concluiu-se que os Fundos Próprios da Unicre conseguem absorver todos os impactos
simulados, pelo que se consideram adequados ao grau de risco assumido pela mesma e
ao perfil de risco da sua carteira.
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